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História do Fascismo

O que é, ideologia, países em que existiu, contexto histórico, objetivos

Benito Mussolini: líder fascista italiano

 
Introdução 
Entre as décadas de 1920 e 1940, surgiu e desenvolveu-se, em alguns países da Europa, o fascismo.
Era um sistema político, económico e social que ganhou força após a Primeira Guerra Mundial,
principalmente nos países em crise económica (Itália e Alemanha).
Na Itália, o fascismo foi representado pelo líder italiano Benito Mussolini.
Na Alemanha, Adolf Hitler foi o símbolo do fascismo, que neste país ganhou o nome de
nazismo. 
Este sistema terminou com a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) na Segunda Guerra
Mundial (1939-45). 
 
Principais características e ideias do fascismo:
 
- Totalitarismo: o sistema fascista era antidemocrático e concentrava poderes totais nas mãos do líder
de governo. Este líder podia tomar qualquer tipo de decisão ou decretar leis sem consultar políticos
ou representantes da sociedade. 
 
- Nacionalismo: entre os fascistas era a ideologia baseada na ideia de que só o que é do país tem
valor. Valorização extrema da cultura do próprio país em detrimento das outras, que são
consideradas inferiores.
 
- Militarismo: altos investimentos na produção de armas e equipamentos de guerra. Fortalecimento
das forças armadas como forma de ganhar poder entre as outras nações. Objetivo de expansão
territorial através de guerras.
 
- Culto à força física: Nos países fascistas, desde jovens os jovens eram treinados e preparados
fisicamente para uma possível guerra. O objetivo do estado fascista era preparar soldados fortes e
saudáveis.
 
- Censura: Hitler e Mussolini usaram este dispositivo para coibir qualquer tipo de crítica aos seus
governos. Nenhuma notícia ou ideia, contrária ao sistema, poderia ser veiculadas em jornais,
revistas, rádio ou cinema. Aqueles que arriscavam criticar o governo eram presos e até condenados a
morte.
 
- Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios de comunicação (rádios, cinema, revistas e
jornais) para divulgarem suas ideologias. Os discursos de Hitler eram constantemente transmitidos
pelas rádios ao povo alemão. Desfiles militares eram realizados para mostrar o poder bélico do
governo.
 
- Violência contra as minorias: na Alemanha, por exemplo, os nazistas perseguiram, enviaram para
campos de concentração e mataram milhões de judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo
deficientes físicos.
 
- Anti-socialismo: os fascistas eram totalmente contrários ao sistema socialista. Defendiam
amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio político e financeiro de banqueiros, ricos
comerciantes e industriais alemães e italianos.
 
Curiosidades: 
 
- Embora Itália e Alemanha tenham sido os exemplos mais nítidos de funcionamento do sistema
fascista, em Portugal (governo de Salazar) e Espanha (governo de Francisco Franco), neste período,
características fascistas fizeram-se presentes. 
 
- A palavra fascismo tem origem na palavra fasci que significa, em italiano, "feixe". O feixe de lenha
amarrado foi um símbolo muito usado na Roma Antiga. Simbolizava a força na união, pois um galho
sozinho pode ser quebrado, porém unidos tornam-se bem resistentes. Benito Mussolini resgatou este
símbolo ao fundar o Partido Nacional Fascista em 1922. O símbolo deste partido era o feixe de lenha
com um machado, tendo de pano de fundo as cores da bandeira italiana.
 
O fascismo na atualidade:
 
Embora tenha entrado em crise após a Segunda Guerra Mundial, alguns aspetos da ideologia fascista
ainda estão presentes em alguns grupos e partidos políticos. Na Europa, por exemplo, existem
partidos políticos que defendem plataformas baseadas na xenofobia (aversão a estrangeiros).

Fascismo
Os regimes fascistas surgiram na Alemanha e na Itália nos anos trinta e são o
exemplo mais elaborado dos regimes totalitários capitalistas. Totalitário,
porque nestes regimes o exercício do poder político não resultou de eleições
livres e a oposição é interdita; capitalista, porque ocorrem em sociedades
cuja estrutura económica se fundamenta na propriedade privada dos meios
de produção.

Sendo um regime fortemente organizado, cujos membros devidamente


treinados deveriam estar sempre à disposição dos seus chefes, apresenta um
cariz conservador susceptível de desencadear a revolta social. Em Portugal,
impôs-se uma forma mitigada de fascismo que vigorou durante várias
décadas, encabeçado pela figura de Oliveira Salazar.

A cultura de expressão portuguesa reagiu, geralmente, em oposição ao


regime salazarista e a todas as suas manifestações fascizantes, em especial à
intolerância e falta de liberdade de expressão. As gerações de intelectuais
dos anos 50 e dos anos 60 do século XX desempenharam um papel
importante na luta contra o salazarismo.
Fascismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista1 2 que ganhou
destaque no início do século XX na Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação
através de um Estado totalitário, que promovia a vigilância sobre os cidadãos, 3 forte, que
mobilizava em massa a comunidade nacional,4 5 fazendo-a confiar em um partido
de vanguarda que iniciasse uma revolução e organizasse a nação em princípios
fascistas.6 Era hostil à democracia liberal, ao socialismo e ao comunismo, apesar de
possuir semelhanças com os últimos dois. 7 Os movimentos fascistas compartilham certas
características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e
uma ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê a violência
política, a guerra, e o imperialismo como meios para se alcançar o rejuvenescimento
nacional4 8 9 10 e afirma que as nações e raçasconsideradas superiores devem obter
espaço deslocando ou eliminando aquelas consideradas fracas ou inferiores,11 como no
caso da prática fascista modelada pelo nazismo.12
O fascismo tomou emprestadas teorias e terminologias do socialismo, mas aplicou-as
partindo do pressuposto de que o conflito entre as nações e raças é mais significativo do
que o conflito de classes. O fascismo teve foco em acabar com as divisões de classes
dentro da nação.13 Defendeu uma economia mista, com o objetivo principal de
conseguir autarquia para garantir a autossuficiência, e a independência nacional através
de protecionismo e políticas econômicas que
intercalam intervencionismo eprivatização.14 15 5 O fascismo sustenta o que é, às vezes,
chamado de terceira posição entre o capitalismo e o socialismomarxista.16
Influenciados pelo sindicalismo nacional, os primeiros movimentos fascistas surgiram
na Itália, cerca da Primeira Guerra Mundial, combinando elementos da política de
esquerda com mais tipicamente a política de direita, em oposição ao socialismo, ao
comunismo, a democracia liberal e, em alguns casos, o conservadorismo tradicional.
Embora o fascismo seja geralmente colocado na extrema-direita17 no tradicional
espectro esquerda-direita, os fascistas em si e alguns comentaristas argumentaram que a
descrição é inadequada.18 19 20 21

Etimologia

O fasces era um feixe de varas amarradas em volta de um machado22

O termo fascismo é derivado da palavra em latim fasces.23 um feixe de varas amarradas


em volta de um machado,24 foi um símbolo do poder conferido aos magistrados
na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. 22 Eram carregados
por lictores e poderiam ser usados para castigo corporal e pena capital a seu próprio
comando.25 26 Mussolini adotou esse símbolo para o seu partido, cujos seguidores
passaram a chamar-se fascistas.27
O simbolismo dos fasces sugeria "a força pela união": uma única haste é facilmente
quebrada, enquanto o feixe é difícil de quebrar.28 Símbolos semelhantes foram
desenvolvidos por diferentes movimentos fascistas. Por exemplo, o símbolo da Falange
Espanhola é composto de cinco flechas unidas por uma parelha.29

Definições
Historiadores, cientistas políticos e outros estudiosos têm debatido, por muito tempo, a
natureza exata do fascismo.30 Cada forma de fascismo é diferente, deixando muitas
definições amplas ou restritas demais.31 32

Roger Griffin descreve o fascismo como "um gênero de ideologia política cujo núcleo
mítico em suas várias permutações é uma forma palingenética de ultranacionalismo
populista".18 Griffin descreve a ideologia como tendo três componentes principais: "(i) o
mito do renascimento, (ii) populista ultra-nacionalismo e (iii) o mito da decadência". 18 O
fascismo é "uma forma verdadeiramente revolucionária, anti-liberal, multiclasse, e, em
última análise, nacionalista anticonservadora" construído sobre uma complexa gama de
influências teóricas e culturais. Ele distingue um período entreguerras, quando se
manifestou através de "partidos políticos armados" liderados por elites populistas se
opondo ao socialismo e ao liberalismo e prometendo uma política radical para salvar o
país da decadência.33

Emilio Gentile descreve o fascismo com os seguintes dez elementos constitutivos: 34

1. um movimento de massa de adesão multiclassista em que prevalecem, entre os líderes e os


militantes, os setores médios, em grande parte novos na atividade política, organizados
como uma milícia partidária, baseando sua identidade não em hierarquia social ou origem
de classe, mas em um sentido de camaradagem. Acredita-se investido de uma missão de
regeneração nacional. Considera-se em estado de guerra contra adversários políticos e visa
a conquistar o monopólio do poder político por meio do terror, política parlamentar e
acordos com grupos maiores, para criar um novo regime que destrua a democracia
parlamentar;
2. uma ideologia "anti-ideológica" e pragmática que se proclama antimaterialista, anti-
individualista, antiliberal, antidemocrática, antimarxista, populista e anticapitalista, se
expressando mais estética que teoricamente, por meio de um novo estilo de política e
pormitos, ritos e símbolos, como uma religião leiga projetada para aculturar, socializar e
integrar a fé das massas, com o objetivo de criar um "novo homem";
3. uma cultura fundada no pensamento místico; no sentido trágico e ativista da vida,
concebida como a manifestação da vontade de poder; no mito da juventude como a
artífice da história; e na exaltação da militarização da política como modelo de vida e
atividade coletiva;
4. uma concepção totalitária do primado da política, concebida como uma experiência de
integração para realizar a fusão do indivíduo e das massas na unidade orgânica e mística da
nação como uma comunidade étnica e moral; a adoção de medidas de discriminação e
perseguição contra aqueles considerados fora desta comunidade quer como inimigos do
regime ou membros de raças consideradas inferiores ou perigosas para a integridade da
nação;12
5. uma ética civil, fundada em total dedicação à comunidade nacional, na disciplina, na
virilidade, na camaradagem e no espírito guerreiro;
6. um Estado de partido único que tem a tarefa de prover a defesa armada do regime, a
seleção de seus quadros de direção e organização das massas no interior do estado, em um
processo de mobilização permanente de emoção e da fé;
7. um aparato policial que impede, controla e reprime a dissidência e a oposição, usando
o terror organizado;
8. um sistema político organizado pela hierarquia de funções nomeadas a partir do topo e
coroado pela figura do "líder", investido com um carisma sagrado, que comanda, dirige e
coordena as atividades do partido e do regime;
9. organização corporativa da economia que suprime a liberdade sindical, amplia a esfera de
intervenção do Estado, e visa a alcançar, por princípios de tecnocracia e solidariedade, a
colaboração dos "setores produtivos" sob o controle do regime, para alcançar seus
objetivos de poder, ainda preservando a propriedade privada e as divisões de classe;
10. uma política externa inspirada no mito do poder nacional e grandeza, com o objetivo de
expansão imperialista.
—Emilio Gentile

Stanley Payne descreve o fascismo em três setores de características: sua ideologia e


objetivos; suas negações; e seu estilo e organização, conforme a seguir detalhado: 35

 "A. A ideologia e os objetivos"


 "Adoção de uma filosofia idealista, vitalista e voluntarista, normalmente
envolvendo a tentativa de realizar uma nova cultura auto-determinada, secular e
moderna"
 "Criação de um novo Estado autoritário nacionalista não baseado em princípios ou
modelos tradicionais"
 "Organização de uma nova estrutura econômica nacional integrada, altamente
regulada, multiclasse; seja chamada de corporativista nacional, nacional-socialista,
nacional sindicalista"
 "Avaliação positiva e uso, ou vontade de usar a violência e a guerra"
 "O objetivo do império, expansão ou uma mudança radical na relação do país com
as outras potências"
 "B. As negações fascistas"
 "Antiliberalismo"
 "Anticomunismo"
 "Anticonservacionismo (embora com o entendimento de que grupos fascistas
estavam dispostos a realizar alianças temporárias com outros setores, mais
comumente com a direita)"
 "C. O estilo e a organização"
 "Tentativa de mobilização de massas com a militarização das relações políticas e
estilo e com o objetivo de uma milícia de massa de partido único"
 "Ênfase na estrutura estética em encontros, símbolos e liturgia política,
enfatizando aspectos emocionais e místicos"
 "Estresse extremo no princípio masculino e na dominação masculina, enquanto
defendendo uma visão fortemente orgânica da sociedade"
 "Exaltação da juventude acima de outras fases da vida, enfatizando o conflito das
gerações, pelo menos, para efetuar a transformação política inicial"
 "Tendência específica em direção a um estilo autoritário, carismático e pessoal de
comando, se o comando for, em certa medida, inicialmente eletivo" 35

Paxton vê o fascismo como "uma forma de comportamento político marcado pela


preocupação obsessiva com o declínio da comunidade, humilhação ou vitimização e pelo
culto compensatório da unidade, energia e pureza, na qual um partido de massas de
militantes nacionalistas comprometidos, trabalhando em inquieta, mas colaborativamente
efetiva com as elites tradicionais, abandona as liberdades democráticas e persegue com
violência redentora e sem restrições éticas ou legais de limpeza interna e expansão
externa".36

Uma definição comum de fascismo se concentra em três grupos de ideias:

 As negações fascistas de antiliberalismo, anticomunismo e anticonservadorismo.


 Objetivos nacionalistas e autoritários para a criação de uma estrutura econômica
regulada para transformar as relações sociais dentro de uma cultura moderna, auto-
determinada.
 Uma estética política usando simbolismo romântico, mobilização em massa, visão
positiva da violência, promoção da masculinidade e da juventude e liderança
carismática.3738 39
Posição no espectro político

Logotipo do Partido Nacional Fascista

O fascismo é comumente descrito como "extrema-direita",40 41 embora alguns autores


tenham encontrado dificuldade em colocar o fascismo em um espectro político esquerda-
direita convencional.42 43 44 45 6 O fascismo foi influenciada pela esquerda e pela direita,
conservadores e anti-conservadores, nacionais e supranacionais, racionais e anti-
racionais.33 Um número de historiadores tem considerado o fascismo ou como uma
doutrina centrista revolucionária, ou como uma doutrina que mistura filosofias da esquerda
e da direita, ou como ambas as coisas,45 6 não existindo assim, um puro centro, indistinto e
não adjetivado, nem uma pura posição extrema. 46

O fascismo é considerado por alguns estudiosos como de extrema-direita por causa de


seu conservadorismo social e meios autoritários de oposição aoigualitarismo.47 48 Roderick
Stackleberg coloca o fascismo, incluindo o nazismo, que ele diz ser "uma variante radical
do fascismo", do lado direito, explicando que "quanto mais a pessoa considerar a
igualdade absoluta entre todos os povos uma condição desejável, mais à esquerda vai
estar no espectro ideológico. Quanto mais uma pessoa considera a desigualdade como
inevitável ou mesmo desejável, o mais para a direita será". 49

O fascismo italiano gravitou para a direita no início de 1920. 50 51 Um elemento importante
do fascismo, que tem sido considerado como claramente deextrema-direita, é o seu
objetivo de promover o direito das pessoas alegadamente superiores terem dominação
enquanto removendo elementos ditos inferiores da sociedade. 52

Benito Mussolini em 1919 descreveu o fascismo como um movimento que iria "contra o
atraso da direita e a destrutividade da esquerda". 53 Mais tarde, os fascistas italianos
descreveram o fascismo como uma ideologia de extrema-direita em seu programa político
"A Doutrina do Fascismo", afirmando: "Somos livres para acreditar que este é o século da
autoridade, um século tendendo para a 'direita', um século fascista". 54 55 No entanto,
Mussolini esclareceu que a posição do fascismo no espectro político não era um problema
sério para os fascistas e declarou que:

Fascismo, sentado à direita, também poderia ter sentado na montanha do


centro... Estas palavras, de qualquer caso, não tem um significado fixo e
imutável: eles têm um assunto variável em localização, tempo e espírito. Nós
não damos a mínima para essas terminologias vazias e desprezamos aqueles
que são aterrorizados por essas palavras.56 —

A posição de direita política no movimento fascista italiano no início de 1920 levou à


criação de facções internas. A "esquerda fascista" incluiu Michele Bianchi, Giuseppe
Bottai, Angelo Oliviero Olivetti, Sergio Panunzio e Edmondo Rossoni, que estavam
comprometidos com o avanço do sindicalismo nacional como um substituto para o
liberalismo parlamentar a fim de modernizar a economia e avançar os interesses dos
trabalhadores e do povo.57

A "direita fascista" incluiu membros do paramilitar Squadristi e ex-membros


da Associazione Nazionalista Italiana (ANI).57 Os squadristi queriam estabelecer o
fascismo como uma ditadura completa, enquanto os ex-membros ANI, incluindo Alfredo
Rocco, procuravam um estado corporativista autoritário para substituir o Estado liberal na
Itália, mantendo as elites existentes. No entanto, após acomodar a direita político, surgiu
um grupo de fascistas monarquistas, que procuraram usar o fascismo para criar
uma monarquia absolutasob o rei Vítor Emanuel III da Itália.57
Depois que Vítor Emanuel III forçou Mussolini a renunciar como chefe de governo e o
colocou na prisão, em 1943, Mussolini foi resgatado por forças alemãs e então passou a
depender da Alemanha para ter apoio. Mussolini e os demais fascistas leais fundaram
a República Social Italiana, com Mussolini como chefe de Estado. Mussolini procurou
radicalizar o fascismo italiano, declarando que o Estado fascista havia sido derrubado
porque o fascismo italiano tinha sido subvertido pelos conservadores e
a burguesiaitalianos. Em seguida, o novo governo fascista propôs a criação de conselhos
de trabalhadores e participação nos lucros da indústria. No entanto, as autoridades
alemães, que efetivamente controlavam o norte da Itália, neste ponto, ignoraram estas
medidas e não procuraram aplicá-las.58

Uma série de movimentos fascistas descreveram-se como um "terceira posição" fora do


espectro político tradicional59 O líder falangista espanhol José António Primo de
Riveradisse: "Basicamente, a direita significa a manutenção de uma estrutura econômica,
ainda que uma injusta, enquanto a esquerda tenta subverter essa estrutura econômica,
embora a subversão da mesma implicaria a destruição de muita coisa que vale a pena". 60

Na análise política contemporânea, pode-se caracterizar o fascismo por uma


"especificidade perturbadora". Por um lado, trata-se de doutrina claramente antimarxista,
antidemocrática e que, no regime italiano, gerou a perseguição da classe operária. Por
outro lado, professou o antiliberalismo com uma retórica revolucionária anticapitalista e
antiburguesa.61

História
Fin de siècle: a fusão do maurrasismo com sorelianismo (1880–
1914)
As raízes ideológicas do fascismo foram traçados em 1880, e em particular o tema do fin
de siècle da época.62 63 O tema foi baseado na revolta contra o materialismo,
oracionalismo, o positivismo, a sociedade burguesa e a democracia.64 a geração do fin-de-
siècle apoiou o emocionalismo, o irracionalismo, o subjetivismo e o vitalismo.65 A
mentalidade do fin-de-siècle viu a civilização como em crise e que exigia uma solução
massiva e total; as escolas intelectuais do fin-de-siècle considerava o indivíduo como
apenas uma parte da colectividade maior, o que não deveria ser visto como uma soma
numérica atomizada de indivíduos eles condenaram o individualismo racionalista da
sociedade liberal e a dissolução dos laços sociais na sociedade burguesa. 64

O ponto de vista do fin-de-siècle foi influenciado por vários desenvolvimentos intelectuais,


como a biologia de Darwin biology; a estética de Wagner; o racialismo de Arthur de
Gobineau; a psicologia de Gustave Le Bon; e filosofias de Friedrich Nietzsche, Fyodor
Dostoyevsky e Henri Bergson.66 O darwinismo social, que ganhou ampla aceitação, não
fazia distinção entre a vida física e social, visto a condição humana como sendo uma luta
incessante para atingir a sobrevivência do mais apto. 66 O darwinismo social desafiou
alegação de escolha deliberada e racional do positivismo como o comportamento
determinante dos seres humanos, o darwinismo social concentrou-se em hereditariedade,
raça e meio ambiente66 e a ênfase na identidade do biogrupo e o papel das relações
orgânicas dentro das sociedades promoveram legitimidade e apelo para o
nacionalismo.67Novas teorias da psicologia social e política também rejeitaram a noção de
comportamento humano de ser governado por escolha racional, alegando que a emoção
era mais influente em questões políticas do que a razão. 66 O argumento de Nietzsche de
que "Deus está morto" coincidiu com o ataque à "mentalidade de rebanho" do cristianismo,
à democracia e ao coletivismo moderno: o seu conceito de übermensch e sua defesa
da vontade de poder como um instinto primordial tiveram grandes influências sobre muitos
da geração fin-de-siècle.68 A afirmação de Bergson da existência de um "élan vital" ou
instinto vital centrava-se na livre escolha e rejeitou os processos do materialismo e do
determinismo, isto desafiou o marxismo.69

Charles Maurras

Georges Sorel

Enrico Corradini

Gaetano Mosca, em sua obra "A classe dominante" (1896), desenvolveu a teoria que
afirma que, em todas as sociedades, uma "minoria organizada" vai dominar e governar
sobre a "maioria desorganizada". 70 71 Mosca afirma que existem apenas duas classes na
sociedade: "o governo" (a minoria organizada) e os "governados" (a maioria
desorganizada).72 Ele afirma que a natureza organizada da minoria organizada a torna
irresistível a qualquer indivíduo da maioria desorganizada. 72

O conceito de propaganda da escritura do anarquista Mikhail Bakunin salientou a


importância da ação direta como o principal meio das políticas, incluindo a violência
revolucionária. Isso se tornou popular entre os fascistas, que admiravam o conceito e o
adotaram como parte do fascismo.73

O francês nacionalista e reacionário monárquico Charles Maurras influenciou o


fascismo.74 Maurras promoveu o que chamou de "nacionalismo integral", apelando para a
unidade orgânica de uma nação. Maurras insistiu que um poderoso monarca era um líder
ideal de uma nação. Maurras desconfiava do que ele considerava a mistificação
democrática da vontade popular, que criaria um sujeito coletivo impessoal. Ele alegou que
um poderoso monarca era um soberano personificado, que poderia exercer a autoridade
para unir as pessoas de uma nação. O "nacionalismo integral" de Maurras foi idealizado
pelos fascistas, mas modificado para uma forma revolucionária modernizada. 74

O revolucionário francês e sindicalista Georges Sorel promoveu a legitimidade da violência


política em sua obra "Reflexões sobre Violência" (1908) e em outras obras em que
defendeu a ação sindicalista radical para alcançar uma revolução e derrubar o capitalismo
e a burguesia através de grevegeral.75 Em Reflexões sobre Violência, Sorel enfatizou a
necessidade por uma religião política revolucionária. 76 Além disso, em sua obra "As ilusões
do progresso", Sorel denunciou a democracia como reacionária, dizendo que "nada é mais
aristocrático do que a democracia."77 Em 1909, após o fracasso de uma greve geral
sindicalista na França, Sorel e seus partidários deixaram a esquerda radical e foram para a
direita radical, onde procuraram mesclar catolicismo militante e patriotismo francês,
defendendo o patritismoo antirrepublicano cristão francês como ideal
revolucionário.78 Inicialmente, Sorel tinha sido oficialmente um revisionista do marxismo,
mas, em 1910, anunciou o seu abandono da literatura socialista e afirmou, em 1914,
usando um aforismo de Benedetto Croce, que "o socialismo está morto" por causa da
"decomposição do marxismo".79Maurras teve interesse em fundir seus ideais nacionalistas
com o sindicalismo soreliano como um meio de enfrentar a democracia.80 Maurras afirmou
"um socialismo liberado do elemento democrático e cosmopolita se encaixa no
nacionalismo como uma bela luva se encaixa uma bela mão." 81

A fusão do nacionalismo Maurassiano com o sindicalismo de Sorel influenciou o radical e


nacionalista italiano Enrico Corradini.82 Corradini falou da necessidade de um movimento
de sindicalismo nacional, liderado por aristocratas elitistas e antidemocratas que
compartilhavam um compromisso sindicalista revolucionário para dirigir a ação e
desejosos por lutar.82 Corradini falou da Itália como uma "nação proletária" que precisava
perseguir oimperialismo, a fim de desafiar a "plutocracia" francesa e britânica.83

Os pontos de vista de Corradini faziam parte de um conjunto mais amplo de percepções


dentro da direita Associação Nacionalista Italiana (ANI), que alegava que o atraso
econômico da Itália era causado pela corrupção da sua classe política, o liberalismo e a
divisão causada por um "socialismo ignóbil". A ANI manteve laços e influências entre
os conservadores, os católicos e a comunidade empresarial.83 Sindicalistas nacionais
italianos adotaram um conjunto de princípios comuns: a rejeição de valores burgueses,
a democracia, o liberalismo, o marxismo, o internacionalismo e opacifismo, bem como a
promoção de heroísmo, vitalismo e violência.84 A ANI alegava que a democracia liberal não
era mais compatível com o mundo moderno e defendia um Estado forte e o imperialismo,
afirmando que os seres humanos são naturalmente predatórios e que as nações estavam
em uma luta constante, na qual apenas os mais fortes poderiam sobreviver. 85

O futurismo foi, ao mesmo tempo, um movimento artístico-cultural e, inicialmente, um


movimento político na Itália, liderado por Filippo Tommaso Marinetti, fundador
do Manifesto futurista (1908), defendeu as causas do modernismo, a ação e a violência
política como elementos necessários de política, enquanto denunciava o liberalismo e a
política parlamentar. Marinetti rejeitou a democracia convencional com base na regra da
maioria e igualitarismo, promovendo uma nova forma de democracia que descreveu em
sua obra "A concepção futurista da democracia".86

O futurismo influenciou o fascismo em sua ênfase em reconhecer a natureza viril da ação


violenta e a guerra como sendo necessidades da civilização moderna. 87 Marinetti
promoveu a necessidade de treinamento físico aos jovens, dizendo que, na educação
masculina, a ginástica deve ter precedência sobre os livros, e defendia a segregação dos
sexos sobre esta matéria, alegando que a sensibilidade feminina não devia entrar na
educação de homens, os quais, segundo Marinetti, deviam ser "animados, belicosos,
musculares e violentamente dinâmicos".88

Primeira Guerra Mundial e após (1914-1929)


Ver artigo principal: Fascismo italiano

Benito Mussolini em 1917, como soldado na Primeira Guerra Mundial.

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em agosto de 1914, a esquerda política


italiana ficou gravemente dividida sobre sua posição a respeito da guerra. O Partido
Socialista Italiano (PSI) se opôs à guerra por razões de internacionalismo, mas um número
de sindicalistas revolucionários italianos apoiaram a intervenção contra a Alemanha e a
Áustria-Hungria, alegando que os seus regimes reacionárioprecisavam ser derrotados para
garantir o sucesso do socialismo. 89 Corradini apresentou a mesma necessidade para a
Itália como uma "nação proletária" de derrotar a Alemanha reacionária de uma perspectiva
nacionalista.90 As origens do fascismo italiano resultou dessa divisão, primeiro com Angelo
Oliviero Olivetti formando um pró-intervencionismo fasci chamado Fasci d'Azione
Internazionalista em outubro de 1914.89 Benito Mussolini após ser expulso de sua posição
como editor-chefe do jornal Avanti! do PSI por sua postura pró-Entente, aderiu à causa
intervencionista em um fasci separado.91 O termo "fascismo" foi usado pela primeira vez
em 1915 por membros do movimento de Mussolini, o Fasci d'Azione Rivoluzionaria.92

Os fascistas viram a Primeira Guerra Mundial como uma forma para trazer mudanças
revolucionárias na natureza da guerra, da sociedade, do Estado e da tecnologia, como o
advento da guerra total e da mobilização em massa havia quebrado a distinção entre civis
e combatentes, assim como civis tiveram um papel crítico na produção econômica para o
esforço de guerra e, assim, surgiu uma "cidadania militar", no qual todos os cidadãos
estavam envolvidos com os militares, de alguma maneira durante a guerra. 5 93 A Primeira
Guerra Mundial resultou na ascensão de um Estado forte, capaz de mobilizar milhões de
pessoas para servir na linha de frente, ou proporcionar a produção econômica e de
logística para apoiar aqueles na linha de frente, bem como tendo autoridade precedente
para intervir na vida dos cidadãos .5 93 Os fascistas viram o desenvolvimentos tecnológico
do armamento e a mobilização total do estado de sua população na guerra como
simbolizando o início de uma nova era de fusão do poder do Estado com a massa política,
a tecnologia e particularmente o mito da mobilização que sustentavam havia triunfado
sobre o mito do progresso e da era do liberalismo. 5

Um grande evento que muito influenciou o desenvolvimento do fascismo foi a Revolução


de Outubro de 1917, em que bolcheviques comunistas liderados por Vladimir
Lenintomaram o poder na Rússia. Em 1917, Mussolini como líder da Fasci d'Azione
Rivoluzionaria elogiou a Revolução de Outubro, no entanto Mussolini tornou-se menos
impressionado com Lenin, ao considerá-lo como apenas uma nova versão do czar Nicolau
II.94 Depois da Primeira Guerra, os fascistas comumente fizeram campanhas com agendas
anti-marxistas,95 no entanto, tanto o bolchevismo e o fascismo mantiveram semelhanças
ideológicas: ambos defendiam uma ideologia revolucionária, ambos acreditavam na
necessidade de uma elite de vanguarda, ambos têm desprezo pelos valores burgueses e
ambos tinham ambições totalitárias.95 Na prática, o fascismo e o bolchevismo comumente
enfatizaram a ação revolucionária, as teorias de nação proletária, os estados de partido
único e partidos-exércitos.95 Com o antagonismo entre os marxistas anti-intervencionistas
e fascistas pró-intervencionistas completos até o final da guerra, os dois lados se tornaram
irreconciliáveis. Os fascistas se apresentavam comoanti-marxistas e ao contrário dos
marxistas.96
Moradores de Fiume animam a chegada de Gabriele d'Annunzio e seus nacionalistas camisas
negras. D'Annunzio e o fascista Alceste De Ambris desenvolveram a quasi-fascista Regência
Italiana de Carnaro, uma cidade-Estado em Fiume.

O evento seguinte a influenciar os fascistas na Itália foi o ataque a Fiume (atual Rijeka)


pelo nacionalista italianoGabriele d'Annunzio e da fundação da Carta de Carnaro em
1920.97

Com a década de 1920, a atividade grevista de militantes por parte dos trabalhadores
industriais atingiu o seu auge na Itália, onde 1919 e 1920 ficaram conhecidos como os
"Anos Vermelhos". Mussolini e os fascistas se aproveitaram da situação, aliando-se com
empresas industriais e atacando os trabalhadores e camponeses em nome da
preservação da ordem e da paz interna na Itália.98

Os fascistas identificaram seus principais adversários como uma maioria de socialistas de


esquerda que se opunham à intervenção na Primeira Guerra Mundial. Os fascistas e a
direita política italiana tinham, em comum, o desprezo pelo marxismo e a consciência do
descontentamento das classes. Ambos acreditavam em um governo de elites; fascistas
ajudaram a campanha antissocialista se aliando a outros partidos e à conservadora direita
em um esforço mútuo para destruir o Partido Socialista Italiano e as organizações sindicais
comprometidas com a identidade de classe acima da identidade nacional. 99

Antes da acomodação do fascismo na direita política, o fascismo foi um pequeno


movimento urbano italiano que tinha cerca de mil membros; depois de sua associação com
a direita, o número de membros passou de 250 000 por volta de 1921. 98
Aumento internacional do fascismo e a Segunda Guerra
Mundial (1929-1945)

Benito Mussolini (esquerda) e Adolf Hitler (direita)

Os movimentos fascistas cresceram com força no resto da Europa. O fascista húngaro


Gyula Gömbös subiu ao poder como primeiro-ministro da Hungria em 1932 e tentou
consolidar seu Partido de Unidade Nacional em todo o país, ele criou a jornada de trabalho
de oito horas/dia, uma semana de quarenta e oito horas de trabalho para a indústria e
procurou consolidar uma economia corporativista e perseguiu reivindicações irredentistas
nos vizinhos da Hungria.100 O movimento fascista Guarda de Ferro da Romênia cresceram
em apoio político a partir de 1933, ganhando representatividade no governo romeno e um
membro da Guarda de Ferro romena assassinou o primeiro-ministro Ion Duca.100 Em 6 de
fevereiro de 1934, a França enfrentou a maior crise política interna desde o Caso Dreyfus,
quando os fascistas do Mouvement Franciste e vários movimentos de extrema-direita se
revoltaram em massa em Paris contra o governo francês, resultando em grande violência
política.101 Uma variedade de governos para-fascistas que emprestavam elementos do
fascismo foram formados durante a Grande Depressão, incluindo os
da Grécia, Lituânia, Polônia e Iugoslávia.100

Os movimentos fascistas chegaram ao poder de forma endógena (ou seja, sem imposição
externa) em alguns países mas não em outros. Os diferentes níveis de desenvolvimento
econômico e à consolidação de um regime político dentro de um sistema político são bons
indicadores para isso: as democracias estáveis e economicamente desenvolvidos, com
uma identidade nacional consolidada, não tiveram movimentos fascista em potencial e de
sucesso. Em contraste, a Alemanha e a Itália tiveram fraquezas nessas áreas: as
unificações nacionais eram muito recentes (1870), as economias industrializadas estavam
atrasadas (em relação à Europa). A Itália era ainda um país relativamente atrasado. A
Alemanha havia introduzido um desenvolvimento econômico e social marcadamente
acelerado (cerca de 1914, às vésperas da Primeira Guerra Mundial) veio em condições
particularmente duras através do Tratado de Versalhes, resultando em turbulência
econômica séria durante todo o período entre guerras e um profundo ressentimento. No
entanto, o triunfo do nazismo teve que esperar o pior da Grande Depressão depois da
Quinta-feira Negra, 1929.102

Pós-Segunda Guerra Mundial (1945 - presente)


Na sequência da Segunda Guerra Mundial, a vitória dos Aliados sobre as potências
do Eixo levaram ao colapso vários regimes fascistas na Europa. O Julgamento de
Nurembergcondenou vários líderes nazistas por crimes contra a humanidade, envolvendo
o Holocausto. No entanto, ainda permaneceram várias ideologias e governos que foram
ideologicamente ligados ao fascismo.

O Estado de um partido só do falangista Francisco Franco na Espanha ficou oficialmente


neutro durante a Segunda Guerra Mundial e sobreviveu ao colapso das Potências do Eixo.
A ascensão de Franco ao poder tinha sido assistida diretamente pelos militares da Itália
fascista e da Alemanha nazista durante a Guerra Civil Espanhola, e tinha levado
voluntários a lutar ao lado da Alemanha nazista contra a União Soviética durante a
Segunda Guerra Mundial. Após a II Guerra Mundial e de um período de isolamento
internacional, o regime de Franco normalizou as relações com as potências ocidentais
durante a Guerra Fria, até a morte de Franco, em 1975, e a transformação da Espanha em
uma democracia liberal.[carece de fontes]

Em várias democracias europeias atuais, ocorre a presença de extrema-direita ou de


personalidades com um passado nazista ou fascista (Kurt Waldheim na presidência da
Áustria (1996); a entrada no governo de Jörg Haider, do Freiheitliche Partei
Österreichs (Partido Liberal da Áustria, FPÖ), em 1999; Na Holanda, Lijst Pim
Fortuyn (Lista Pim Fortuyn, LPF) em 2002;103 104 o Movimento Popular Nacional Hrisi
Avgi ("Aurora Dourada" em grego) está atualmente no parlamento grego).

O "Aurora Dourada" opõe-se à imigração e conquistou 18 dos 300 assentos no parlamento


em junho de 2012.105 106 Nas eleições municipais de novembro de 2010, a Aurora Dourada
obteve 5,3% dos votos em Atenas. Em alguns bairros o partido chegou a obter 20% dos
votos.107

Outra ideologia fortemente influenciado pelo fascismo é o baathismo.5 O baathismo é uma


ideologia árabe revolucionária que busca a unificação de todas as terras afirmadas árabes
em um único Estado árabe.5 Zaki al-Arsuzi, um dos principais fundadores, foi fortemente
influenciado e também solidário ao fascismo e ao nazismo. 108 Vários colaboradores mais
próximos do ideólogo chave do baatismo, Michel Aflaq, admitiram que Aflaq tinha sido
inspirado diretamente por certos teóricos fascistas e nazistas. 5

O Iraque Baathista sob Saddam Hussein objetivou a limpeza étnica ou a liquidação das


minorias, guerras expansionistas contra o Irã e Kuwait, e gradualmente substituiu o pan-
arabismo por um nacionalismo iraquiano que enfatizava a conexão do Iraque às glórias
dos antigos impérios da Mesopotâmia, incluindo a Babilônia.109 Abertamente promoveu o
sentimento anti-persa e anti-semita, como o endosso da obra de Khairallah Talfah O
Partido Baath do Iraque Deus não deveria ter criado: os persas, os judeus e as
moscas(1940), durante a Guerra Irã-Iraque, incluindo outros trabalhos alegando uma
conspiração judaico-persa contra o Iraque que remontaria aos tempos antigos,
quandoNabucodonosor II perseguiu os judeus na Babilônia, enquanto a Pérsia permitiu
que os judeus da Babilônia tivessem refúgio em suas terras. 110 O historiador do fascismo
Stanley Payne disse sobre o regime de Saddam Hussein: "Provavelmente nunca haverá
uma reprodução do Terceiro Reich, mas Saddam Hussein chegou mais perto do que
qualquer outro ditador desde 1945".109

Cristianismo e fascismo
Ver artigos principais: Tratado de Latrão e Questão Romana

Papa Pio XI na inauguração da radio Vaticano acompanhado do cardeal Pacelli, futuro papa Pio XII,
em 1931.

Em 11 de fevereiro de 1929, Pietro Gaspari, Cardeal Secretário do Estado do Papa Pio XI


e Mussolini, assinaram o Tratado de Latrão que colocava um fim na Questão Romana, a
disputa de seis anos entre o papado e o reino da Itália.

O Tratado de Latrão de 1929 foi uma tentativa de acabar com um conflito que existia
desde 1870-1871 entre o Estado italiano e a Igreja Católica Romana. Entre 1870 e 1929,
os papas eram "prisioneiros do Vaticano", e eram opositores do "liberal" Estado italiano. A
maioria dos políticos italianos eram abertamente anticlericais e procurou limitar o controle
católico na educação e no casamento.111

Desde que Mussolini sabia ele não deveria atacar a Igreja Católica ou os seus apoiantes
camponeses, ele posou como o "protetor" dos católicos italianos. Ele abriu negociações
com o papado, em 1926, para curar a ferida entre a Igreja e o "poder usurpador", como
oficiais da Igreja que se referiam ao Estado italiano. As negociações não foram fáceis, mas
Mussolini logo mostrou que tinha vantagem quando proibiu a organização da juventude
católica Exploratori cattolici. 112 A hierarquia da Igreja foi dividida entre "católicos sociais"
que se oponham ao fascismo, e os conservadores e pragmáticos que aceitaram o governo
de Mussolini como desejável. A maioria dos católicos italianos não eram antifascistas, pois
o nacionalismo os empurrou contra o fascismo e muitos viram a questão como dos males
o menor, Mussolini era preferível à anarquia ou ao marxismo. 113
Achille Ratti, Cardeal Arcebispo de Milão, tornou-se o Papa Pio XI em 1922. Ele havia
testemunhado a luta dos comunistas e dos anarco-sindicalistas na área industrial
milanesa. Ele também testemunhou a ascensão do fascismo, já que Milão foi um dos
principais centros de atividade fascista.114 Os fascistas milaneses serviram como fura-
greves, espancavam adversários políticos e envolviam-se em brigas de rua com os
comunistas. Mesmo assim, Pio XI, aparentemente, estava convencido de que o fascismo
era uma força menos destrutiva do que o comunismo e que Mussolini seria um líder
responsável. 115 Depois de se tornar Papa, ele ativamente promoveu uma frente política
unida contra a Esquerda, repreendendo o Partito Popolari que queria se aliar-se com
socialistas e outros contra a rápida ascensão do partido fascista. Um pequeno número de
líderes católicos - por exemplo, aqueles em torno da revisão jesuíta La Civilità Cattolica -
clamou que o fascismo tinha efetivamente sintetizado os valores do Popolari, tornado-o
redundante.115

Recentemente a relação da igreja católica com o fascismo italiano voltou a ser discutido
após uma reportagem investigativa do jornal britânico The Guardian. A reportagem revela
que por trás de uma estrutura de paraíso fiscal disfarçada de empresa, o portfólio
internacional da Igreja foi construído ao longo dos anos, usando o dinheiro originalmente
entregue por Mussolini em troca do reconhecimento papal do regime fascista italiano em
1929, o jornal cita como fonte das pesquisas, arquivos públicos antigos e históricos de
empresas, que indicariam que o início dos investimentos da Igreja aconteceu depois de
milhões recebidos do regime fascista em troca da independência do Estado do Vaticano -
e do reconhecimento do governo do ditador. Após anos, o capital se multiplicou e teria
chegado a €680 milhões, cerca de US$ 904 milhões. 116 117 o Vaticanodeclarou que a
reportagem como "um conjunto de notícias imprecisas ou infundadas, reunidas de forma
tendenciosa e pouco rigorosa"118 119

Regimes fascistas pelo mundo


A aparição do fascismo como uma força dominante é um fenômeno de apenas alguns
anos que pode ser datado precisamente, ele começou em 1922/1923, com a emergência
do Partido Nacional Fascista italiano liderado por Mussolini e terminou em 1945 com a
derrota e morte de Mussolini e Hitler.120 Além da Itália e Alemanha, registraram-se
movimentos fascistas de destaque na Áustria, Bélgica, Grã-
Bretanha, Finlândia, Hungria, Romênia, Espanha bem como na África do Sul e Brasil.121

Europa
Albânia

O Partido Fascista albanês (albanês: Partia Fashiste e Shqipërisë - pFSH) foi um


movimento fascista, que detinha o poder nominal na Albânia em 1939, quando o país foi
conquistado pela Itália, até 1943, quando a Itália se rendeu aos Aliados. Depois disso, a
Albânia caiu sob ocupação alemã, e o pFSH foi substituído pela Guarda da Grande
Albânia. Nunca foi um movimento de massas, com uma adesão relatada em 13.500, em
maio de 1940, no entanto, durante o tempo do pFSH no poder, fez perceber a visão da
Grande Albânia, expandindo as fronteiras da Albânia com o atual Épiro e com Kosovo.
Após a queda do Terceiro Reich, a Albânia entrou em guerra civil. Os comunistas voltaram
contra seu monarca, efetivamente ganhando o controle do país em 29 de novembro de
1944. A resistência limitada realizada por forças nacionalistas continuaram ambas na
Albânia e em Kosovo, com o último deles relatou ter deixado de lutar em 1951, após as
operações de apoio secreto britânico-americanas terem sido expostas pelo agente
soviético Kim Philby.122 123

Alemanha
Ver: Alemanha nazista

Áustria

Bandeira da Vaterländische Front, Frente Patriótica

Uma coalizão de partidos de direita levou ao poder Engelbert Dollfuss em 1932. Seus


principais defensores foram o tradicional Christlichsoziale Partei (Partido Social Cristão) e
uma amálgama de movimentos extremistas como o paramilitar Heimwehr, aglomerados
por Ernst Rüdiger, Stahremberg criou o Vaterländische Front (Frente Patriótica), de clara
orientação fascista. Dollfuss dissolveu o parlamento por tempo indeterminado (março de
1933) e iniciou um regime autoritário que foi chamado Ständestaat. Em resposta ao
aumento da atividade dos movimentos pró-nazistas, os defensores da anexação à
Alemanha (Anschluss), proibiu a NSDAP e a SDAPÖ. Em julho do mesmo ano, foi
assassinado por membros do partido nazista austríaco. Ele foi substituído por Kurt
Schuschnigg, que continuou a se opor às pretensões de anexação. Em troca, Arthur
Seyss-Inquart, seu ministro do Interior e vice-chanceler, exigiu a presença militar alemã
terminando assim com a independência da Áustria. 124 125 126 127

Bulgária

A personalidade mais próxima do fascismo de direita na política búlgara foi Alexander


Tsankov, que controlou um regime autoritário de grande violência repressiva desde o
golpe de 1923-1934, quando foi retirado do poder pelo Zveno (Звено, um movimento
ultraconservador com presença no exército e defensor do corporativismo), por sua vez
derrubado em 1935 pelo rei Bóris III, que iniciou um governo pessoal autocrático assistido
pelo primeiro-ministro Georgi Kyoseivanov.128

Espanha
Francisco Franco, o fascistacaudilho da Espanha de 1939 a 1975

Durante a ditadura de Primo de Rivera, Ernesto Giménez Caballero, ministro da


propaganda, começou a transmitir a ideologia fascista. Admirador de Mussolini, tinha
visitado a Itália em 1928.129 O Estado de um partido só do falangista Francisco Franco na
Espanha sobreviveu ao colapso das Potências do Eixo. A ascensão de Franco ao poder
tinha sido assistida diretamente pelos militares da Itália fascista e da Alemanha nazista
durante a Guerra Civil Espanhola, e tinha levado voluntários a lutar ao lado da Alemanha
nazista contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Após a II Guerra
Mundial e de um período de isolamento internacional, o regime de Franco normalizou as
relações com as potências ocidentais.

França
Ver: França de Vichy

Holanda

O Nationaal-Socialistische Beweging em Nederland (Movimento Nacional Socialista na


Holanda, a NSB) foi um partido político fascista, que se desenvolveu durante a década de
1930 e que tornou-se o único partido legal durante a ocupação alemã na Segunda Guerra
Mundial, período em que funcionou como um verdadeiro ramo do Partido Nazista. Seus
fundadores foram Mussert Anton, que se tornou o líder, e Cornelis van Geelkerken. Ele
baseou seu programa no fascismo italiano e no nazismo alemão. 130

Hungria

Bandeira do Partido da Cruz Flechada

O Partido da Cruz Flechada foi um partido nacional socialista, fascista, pró-alemão


e antissemita, semelhante ao Partido Nazista; era liderado por Ferenc Szálasi, que
conduziu na Hungria a um governo conhecido como Governo de Unidade Nacional de 15
de outubro de 1944 a 28 de março de 1945. O partido foi fundado por Ferenc Szálasi em
1935 como Partido da Vontade Nacional. 131
Romênia

Em 24 de julho de 1927, foi fundada a Legião do Arcanjo Miguel, uma organização


antissemita e nacionalista, cujos membros usavam camisas verdes. Os adeptos e
membros do movimento foram chamados de Legion. Em março de 1930, Codreanu formou
a Guarda de Ferro, um ramo paramilitar e político da Legião. Esse nome passou a ser
aplicada a todo o Legion. Seus membros usavam uniformes verdes (considerado um
símbolo de rejuvenescimento: por isso, seus membros ganharam o apelido de "camisas-
verdes"). O principal símbolo utilizado pela Guarda de Ferro foi um cruzamento triplo,
representando grades da prisão.132

Suíça

A Frente Nacional (Frente Nacional Suíça) foi fundada em 1930, com uma ideologia de
extrema-direita e antissemita. O partido usou o modelo de democracia da direita para
forçar um referendo para alterar a Constituição em 1935, mas foi derrotado e suas
atividades diminuíram. O Nationale Bewegung der Schweiz (Movimento Nacional da
Suíça) foi fundado em 1940 e atuou como um guarda-chuva das atividades alemãs no
país.133

Ásia
Japão
Ver artigo principal: Fascismo japonês

A ideologia japonesa muitas vezes referida como nacionalista expansionista, militarista ou


imperialista teve certa relação com o fascismo. O Japão fez parte do Eixo durante
aSegunda Guerra Mundial e ocupou grandes territórios na Ásia, o que permite a
comparação com a dominação dos alemães e italianos na Europa. Nas décadas de 1920 e
1930, existiu uma organização dentro do exército que procurou estabelecer um governo
militar totalitário: a Kōdōha (Facção do Caminho Imperial), que, embora nunca chegasse a
formar um partido político, interveio na política e ainda tentou tomar o poder através de
fracassados golpes entre 1934 e 1936.134

Modernamente, está em discussão se existiu de fato um modelo de fascismo


japonês.135 De acordo com Richard Torrance, na época da invasão japonesa
na Manchúria em 1931, os termos "fascismo" e "fascista" estavam em circulação e eram
apoiados por um corpo de teorias políticas que parecia corresponder às realidades sociais,
políticas e culturais do Japão. Para Tosaka Jun, em 1937 o debate sobre a existência do
fascismo no Japão já tinha acabado. Tosaka descreveu o fascismo japonês como uma
resposta às contradições do capitalismo geralmente aceitas e experimentadas por uma
grande faixa da sociedade.136

República da China

A Sociedade dos Camisas Azuis liderada por Chiang Kai-shek procurou implantar o


fascismo na República da China.

Líbano
O Falanges, partido libanês, foi fundado em 1936 por Pierre Gemayel, seguindo os
modelos italianos e espanhóis, entre os cristãos maronitas do Líbano. Seu lema é "Deus,
Pátria e Família". Sua ideologia foi nacionalista, mais particularmente fenicista (a
idealização do passado fenício). Depois de passar por várias divisões, ainda hoje existe, e
a família Gemayel está na liderança.137

América Latina
Costa Rica

A partir dos anos trinta, foi desenvolvido, na Costa Rica, um movimento de partidários do


nazismo alemão. Havia simpatizantes nazistas em posições políticas, como funcionários
nas administrações de León Cortés Castro e Rafael Angel Calderón Guardia. 138

Chile

No Chile, Jorge González von Marées foi o principal líder do Movimento Nacional Chile
(MNS), tendo sido eleito deputado 1937-1945. Inicialmente, os membros do MSN entraram
em confronto com membros da oposição correntes políticas, tanto liberais e grupos
marxistas. Em 1933, criaram as "tropas de assalto nazistas". O grupo conseguiu penetrar
em sindicatos e também em grupos de classe média e alta, tendo, em 1935, mais de 20
000 membros e com presença significativa em federações de estudantes universitários.
Em 1934, eles fundaram a revista Ação Chilena. O MNS tentou provocar um golpe para
derrubar o presidente Alessandri. Em 5 de setembro de 1938, cerca de 60 jovens nazistas
tomaram a sede da Universidade do Chile. 139

Brasil

Bandeira da Ação Integralista Brasileira.

No Brasil, Plínio Salgado fundou, em 7 de outubro de 1932, a Ação Integralista Brasileira,


influenciado pelo fascismo italiano. 140 141 Porém o integralismo diverge, em pontos
fundamentais, do fascismo e, sobretudo, do nacional-socialismo. Com efeito, a posição
oficial do fascismo histórico era no sentido de que o Estado é um fim, encarnando a ética e
criando todo o direito,142 não aceitando, pois, a existência de direitos anteriores ao Estado,
ao passo que o integralismo sempre proclamou que o Estado é um meio a serviço da
pessoa humana e do bem comum, 143 do mesmo modo que sempre afirmou a existência
dos "Direitos Naturais do Ente Humano", os quais antecedem o Estado, que, desta forma,
não os cria, mas apenas os reconhece. 144

Getúlio Vargas, da mesma forma que Juan Domingo Perón na Argentina, tomou o poder
de uma oligarquia e não de uma democracia falida e expandiu a participação política. Eles
governaram em nações parcialmente formadas e tendo, como objetivo, unificar as
populações e chefes locais em um Estado nacional, enquanto os ditadores fascistas
governaram nações já estabelecidas obcecadas pela ameaça de sua unidade, poder e
posição.145

Imigração Fascista para o Brasil após Segunda Guerra Mundial

A cidade de São Paulo, por ter muitos empresários simpatizantes do movimento fascista
italiano, dentre eles as famílias Matarazzo, Crespi, Morganti, Pinotti Gamba, Noschese,
Pugliesi, Siciliano e Lunardelli, acabou recebendo imigrantes fascistas após o fim da
Segunda Guerra Mundial. Dos imigrantes vindos, destaca-se a família Pascolato
(Pallavicini) (o pai foi ministro de Mussolini). O Grupo Matarazzo foi um dos principais
incentivadores para que essa família se firmasse no Brasil. Dos líderes Matarazzo que
favoreceram esse cenário, destacam-se os condes Francisco Matarazzo Junior e os filhos
do conde Rodolfo Crespi, Adriano, Raul e Renata Crespi. 146

Este artigo ou secção está a ser traduzido. Ajude e colabore com a tradução.

Conceito atual
Neofascismo
Ver também: Extrema-direita e Neofascismo

O fascismo em sua forma mais tradicional reapareceu nas décadas de 80 e 90 do século


XX sob os nomes de fascismo e movimento neonazista, que em suas forma mais
marginais reproduz uma estética "retrô" e atitudes similares a violência juvenil. Como
movimento político de presença institucional, surgiu na Itália após a Segunda Guerra
Mundial, sob a forma do partido político Movimento Sociale Italiano (Movimento Social
Italiano), que eventualmente buscaria uma forma mais acessível para o regime político
democrático, sob o nome de Alleanza Nazionale e foi redefinido como pós-fascista,
atingindo o governo italiano (Gianfranco Fini, sob a presidência de Silvio Berlusconi,
1994).147 148

Desde o final do século XX, aumentaram as chances eleitorais dos partidos que baseiam
sua propostas políticas em distintas ofertas de dureza contra a imigração e a favor de uma
manutenção da personalidade nacional.

Além da Itália, em várias democracias europeias atuais existe a presença da extrema-


direita ou de personalidades com um passado nazista ou fascista: como Kurt
Waldheimchegando à presidência da Áustria (1996) ou a entrada no governo de Jörg
Haider, do Freiheitliche Partei Österreichs (Partido Liberal de Austria, FPÖ), em 1999,
neste mesmo país. Na Holanda, um caso semelhante ocorreu com Lijst Pim
Fortuyn (Lista Pim Fortuyn, LPF) em 2002. Na França, a inesperada possibilidade de
que Jean-Marie Le Pen (Front National, Frente Nacional) pudesse chegar a presidência da
República reuniu votos de todo o espectro político de esquerda e de direita contra ele nas
eleições presidenciais daFrança de 2002.149

Fascismo de esquerda
Ver também: Extrema-esquerda
O conceito, tal como utilizado originalmente por Jürgen Habermas, designava os
movimentos terroristas de extrema-esquerda dos anos sessenta.150 Na década de 1980,
seu uso foi estendido para descrever pejorativamente qualquer ideologia esquerdista
(especialmente nos Estados Unidos).151

Fundamentalismos religiosos
O aparecimento do fundamentalismo islâmico no cenário internacional depois
da Revolução Iraniana (1979), sua extensão a outras repúblicas islâmicas e o terrorismo
internacional, revelaram a possibilidade de um totalitarismo religioso que emprega técnicas
violentas comparável ao fascismo. Sendo assim, tais movimentos têm sido qualificados
pejorativamente pelo termo "islamofascismo", embora tais movimentos ideológicos sejam
muito distantes uns dos outros. Também é comum notar as semelhanças ao fascismo de
movimentos chamados de fundamentalismo cristão, que, em alguns casos, têm vindo a ser
chamados de "cristofascismo".152 153

Fascista como insulto

Símbolo do antifascismo.

Após a derrota das Potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, o termo "fascista" tem


sido usado como pejorativo,154 muitas vezes referindo-se a grande variação de movimentos
em todo o espectro político.155 George Orwell escreveu em 1944 que "a palavra 'fascismo'
é quase inteiramente sem sentido... quase qualquer inglês aceitaria 'valentão' como
sinônimo de 'fascista'".155 Richard Griffiths argumentou em 2005 que o "fascismo" é a "a
palavra mais usada e mais mal usada dos nossos tempos". 32 "Fascista" é, às vezes,
aplicado a organizações do pós-guerra e formas de pensar que os acadêmicos mais
comumente definem como "neofascista".156

Ao contrário do uso comum do termo pelo mainstream acadêmico e pelo povo, os estados


comunistas têm sido, por vezes, referidos de forma insultuosa como "fascistas". A
aplicação do termo ocorreu, por exemplo, em relação à Cuba sob Fidel Castro e
ao Vietnã sob Ho Chi Minh.157Herbert Matthews, do New York Times perguntou: "Será que
devemos agora colocar a Rússia stalinista na mesma categoria da Alemanha hitlerista?
Devemos dizer que ela é fascista?"158 J. Edgar Hoover escreveu extensivamente "fascismo
vermelho". 159 Os marxistas chineses usaram o termo para denunciar a União
Soviética durante a cisão sino-soviética, e também os soviéticos usaram o termo para
identificar os marxistas chineses.160

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