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DIRECÇÃO PUNAGÓGICA
DEPARTAMENTO DE PLANIFTCAÇÃO E AVALIAÇÃO

EXAME DE ADMISSÃO * 2O1O

PROVA DE PORTUGUÊS

INSTRUÇOES
L A prova tem a duração de 120 mrl e contempla um total de 34 perguntas.
2. Leia atentarnente a prova e responda na Folha de Respostas a lodas as perguntâs.
3. Para cada pergunta existem quatro alternatrvas de lesposta. Só uma é qLre estír
comecta. Assinalc apenas a alternativa correcta.

4. Para responder correctamente, basta marcar na alternativa escolhicla coÍno se

indica na Folha cle Respostas, Exemplo' [*]


5. Para marcar use prirneiro lápis de carvão do tipo HB. Apague completamente os
erros usando uma borracha. Depois passe por cima esferográfica preta ou azul.
('. No fim da prova. entregue apenas a Folha de Respostas. Não será aceite qualqr-ler
fblha adicional"
l. Não é permitido o uso de tJicionário.
8. Não é permitido o uso de celular durante a prova.
PROVA DE PORTUGUÊS
Texto 1

APRENDIZAGEM PELA EXPERIÊNCIA EM MOÇAMBIQUE

Os países não conseguem escapar aos acidentes da geografia que os colocam no camiún
da desgraça e aumentam a sua exposição aos riscos climáticos. Podem, no entanto, reduzir esses
riscos através de políticas e instituições que minimizam os impactos e maximizam a resiliência. A
experiência de Moçambique demonstra, de um modo valioso, que as políticas públicas podem
fazer a diferença.
Um dos países mais pobres do mundo, Moçambique está em 172o lugar em 177 no IDH e
tem mais de um terço da sua população a viver com menos de 1 USD por dia. O progresso no
desenvolvimento humano ganhou velocidade na última década, mas os fenómenos climáticos
extremos são uma fonte constante de wlnerabilidade. Os ciclones tropicais que se agrupam no
Oceano Indico são causa de preocupação de tempestades e inundações. Inundações estas que são
agravadas pelo facto de Moçambique se situar em volta de bacias de zonas baixas de nove cios
maiores rios - incluindo o Limpopo eZambeze - que drenam vastas áreas do sudeste africano antes
de atravessar o país até chegarem ao oceano.
Em 2000, Moçambique foi atingido em duas frentes. Chuvas intensas no final de 1999
incharam os sistemas dos rios até níveis recordes. Mais tarde, em Fevereiro de 2000, deu-se o
ciclone Eline, causando inundações intensas no centro e sul do paÍs. Para piorar a situação, outro
ciclone - Gloria - atingiu o país em Março. Os serviços de emergência foram surpreendidos e as
entidades doadoras foram lentas a responder. Pelo menos 700 pessoas morÍeram e 650000 foram
deslocadas,
F,m2007, Moçambique foi revisitado por um fenómeno climático semelhante. Um ciclone
violento, acompaúado de chuvas intensas, destruiu 227000 hectares de área cultivada e afectou
quase meio milhão de pessoas na bacia do Zambeze. No entanto, nesta ocasião "apenas" 80
pessoas moÍÍeram e a recuperação foi mais rápida. O que fez a diferença?
A experiência das inundações de 2000 deu origem a intensas conversações em
Moçambique e entre Moçambique e os doadores, Foram feitas análises de riscos detalhadas por
todas as bacias do país, identificando 40 distritos com uma população de 5,7 milhões, altamente
vulneráveis às inundações. Foram efectuados exercícios de simulações de catástrofes em várias
bacias de alto risco e definiram-se estratégias de gestão de risco de desastres baseadas na
comunidade. Entretanto, a rede meteorológica foi reforçada: por exemplo, em Sofala, prclvÍncia
muito pÍopensa a inundações, o número de estações aumentou de 6 para 14. Além disso,
Moçambique adoptou um sistema de aviso atêmpado de ciclones tropicais.
Os responsáveis políticos de Moçambique também recoúeceram a importância dos meios
de comunicação na preparação para a çatástrofe. A rádio é particularmente importante. A rede
Rádio Moçambique transmite na lÍngua local actualizações regulares sobre riscos climáticos,
dando informação do Instituto Nacional de Meteorologia. Durante 2007, os sistemas de aviso
atempado e os meios de comunicação permitiram ao governo e às comunidades locais identificar
atempadamente as áreas mais expostas ao risco. Nos distritos de zonas baixas mais ameaçadas
foram efectuadas evacuações em massa, Noutros locais forneceram às populações provisões de
alimentos e equipamento médico, antes da chegada das inundações.
Apesar de muito ainda ter de ser feito, a experiência de Moçambique demonstra como os
países podem aprender a viver com a ameaça de inundações, reduzindo a vulnerabilidade nas
comunidades.
Fonte: Bambaige, 2007, in Relatório de DesenvolvimenÍo Hwnano,20ü / 2408
I. COMPREENSÃO DO TEXTO

1. O texto diz que os países têm dificuldades em escapulir-se dos desastres geográficos
porque:
A. receiam políticas que fazem diferença;
B. optam por um camiúo de desgraça e de muitos riscos climáticos
C. não têm experiência nem instituições capacitadas;
D. carecem de políticas e instituições vocacionadas.

2. De acordo com o texto, a experiência de Moçambique na minimização dos acidentes


geográficos é:
A. vaga; B. wlnerável; C. preciosa; D. esplêndida.

3. Os fenómenos climáticos, caso de ciclones tropicais que se agrupam no Oceano Indico:


A. colocam Moçambique no 172" lugar dos países mais pobres do mundo;
B. retardam o pÍogresso de Moçambique;
C. agravam as inundações em Moçambique;
D. aumentam as inundações e as tempestades em Moçambique.

4. Em Moçambique, o agrayamento das inundações deve-se ao facto de este situar-se:


A. junto ao Oceano Indico;
B. numa zona atravessada por corredores de água de diferentes rios;
C. numa zona baixa, onde predominam os rios Zambeze e Limpopo;
D, junto ao Oceano Indico e a nove rios.

5, Em Moçambique, no ano 2000, o que determinou a morte de 700 pessoas e deslocação de


650000:
A. foram os fenómenos naturais registados e a ausência de uma intervenção imediata;
B. foram as chuvas intensas no final de i999 e o ciclone Eline em Fevereiro de 2000;
C. foram a falta de preparação dos serviços de emergência e lentidão dos doadores na
resposta;
D. foi essencialmente o ciclone Gloria que atingiu o país em Março.

6. De acordo com o texto, o que fez a diferença nos prejuízos do ano 2000 e do ano 2007 foi:
A. a falta de experiência prévia;
B. a rápida disseminação da informação sobre as áreas em risco;
C. a evacuação das massas das zonas baixas nos distritos;
D. a criação de bases de prevenção de desastres naturais.

7. No último parágrafo do texto pretende-se mostrar seguindo a experiência de Moçambique


que os países podem aprender a:
A. eliminar as inundações;
B. dessiminar as inundações e outros fenómenos naturais;
C. gerir as inundações;
D. reduzir as inundações,

2
8. A palavra sublinhada na expressão "Podent, no entanto, reduzir esses riscos através de
políticas e instituições que minimizam os i.rn@. e maximizs.m a resiliência" significa,
respectivamente:
A. propósitos e relevância; C. efeitos e relevância;
B. efeitos e resistência; D. propósitos e resistência.

9. O texto em análise é:
A. expositivo * argumentativo; C. expositivo - explicativo;
B. descritivo; D. de organização de dados.

10. No texto em análise predominam;


A. teses e argumentos; C. enunciados expositivos e explicativos;
B. enunciados descritivos. D. enunciados argumentativos.

11. O tema central do texto em análise é basicamente:


A. a pobreza; C. a experiência de Moçambique;
B. a vulnerabilidade; D. fenómenos climáticos.

II. GRAMÁUCA E FIJNCIONAMENTO DA T,ÍNçUA,

1.2. As palavras sublinhadas na expressão 'bs países gfu conseguem escapar aos dgsastres- da
geografia.,. " são, respectivamenúe:
A. preposição e adjectivo; C. advérbio e substantivo;
B. preposição e substantivo; D. advérbio e adjectivo.

13. As palavras sublinhadas na expressão "Pala piarar a situação, outro ciclone - Glória -
atingiu o país em Março." são, respectivamente:
A. preposição, substantivo, preposição; C. preposição, substantivo, advérbio;
B. advérbio, substantivo, preposição; D. advérbio, adjectivo, preposição.

14. O adjectivo sublinhado na expressão "(...) por exemplo em SoÍa.la, província rnuito
propensa a inundações (...)" está no grau:
A. superlativo relativo de superioridade; C. superlativo absoluto sintético;
B. superlativo absoluto analítiço; D. superlativo relativo de inferioridade.

15. O adjectivo sublinhado na expressáo "Moçambique é o país mais experiente de todos os


piaíses da regiã.o em matéria de fenómenos climáticos " está no grau:
A. superlativo absoluto sintético; C, superlativo relativo de superioridade;
B. superlativo absoluto analítico; D. superlativo relativo de inferioridade.

16. As palavras "incomunicável" e ttchuvoso" são formadas, respectivamente, pelo processo


de:
A. composição por aglutinação e derivação por parassíntese;
B. derivação por parassíntese e composição por aglutinação;
C. derivação por parassíntese e derivação por sufixação;
D. composição por aglutinação e derivação por sufixação.
17. h exÍ)ressão sullli*i:arlu nir Íi'asc "MiN-dl.2N-, fuÍt-'ç'rrmhiqrta rdoTtlttn tttrt slslcrna dt ut'isrt
atempatlo de ciclttnes lt ltlticais" cxprimr: a idtin tlr::
A. , conclusão, Ii. conscqLrância; C. acliçiur; I). Í'irn.
,,lt

18. A expressão subliiihatla na Íiase muilo uirul« ler dc ser.l'ciítt, u c.r1teriQrtcia


",_Me_§§!-dg- de
Moçambique dettiüttsttü conrc os 1toíses podem ultrenrler e vit'r'r' corrt tr tuneoça de
ínundações (,.,)" *,xprirne a ideia dr::
A. adição; Ii. cotrcittslto. I !. oPos içIto.

19. Moçanthique a1trurtdati ltela srtrt 1tróprin expertôttcírr, - Ttrtr{e-.tc u{irntot' quc 0
experiêncía ar{quirida fci boa. Qtlai das pitl:rr'ras ou cxpt'tssões {luÍ.' se sí'Ílucnl px'ee ttchc
adequadarnente rl *spaço?
A. conlrrclo; . I). rro cntanto; (-'. irlcnt rlisso I)" poltarrto

20. As pÍrssirgens suhliilhutlas na expressãti "Iúorsíros {cuú,s.frtrirrtt'tratn i;-tt:lUlllltçllp-ç"


prot'isíies de oliwottlrts c equipnntettlo mÍtlicrt, g!!§J!!!-çL!Xtttkl-!!.silt1adU-<:;"
desenrpenham, rr$pec{ivamente, as funções ilintílc(icas tlc;
A" cornplcmcnto clilectr: c con-rplcrlcnto ci:'ci.ittsiatti:ial tlc tcrttpo:
Ii" su.jeito c cornpltinctllo cit'ct-tnstarlciaI dc Iíllr-1ll(),
C. complcútct11o inc.liLqeto c cornplcrncnt<; ci:crrit.;titttr:iltl tli: Ittorltt.
f). cornplemento ir.lclit'cc'lo c cornplemento ci,"cirttslaitciiil ric 1i:ntpo.
r1,

21" As passagenÍi sublinlr*lrlas nil exprr:ssãu "l;'t.r ?{)07 $gç1111t.hitrug..{'oi retisitrtdo p!!r-urt!
fenómeno clitlÇlt!§A-§SIlAJ--4JR" clesernpenllani. res;rectiviuttettte, irs Íirrtções sinlácticas
l,.l
cit::
A. suje ito e somplêilonto agentc cla passiva;
ti. str.jcito c cornplemtilllo tlit'cctol
C. conrplerncnto ditputo c sujcitoi
D. conrplcrttcnto c t'olnplctttcllto llgcllt('tl;i p;1q111 t.
$ecto
t*,i',
22. L «rração sutrliriliatln ui "tlDesat' dZLtaWLtSJJtdt!-k1:i-9-§9-JU!tL, u r.rpcriêtr rio dc
Moçamhique 'dett'* tSli:n contl os pníses podent u1trender « rit't'r' r'rtttt u tilttt,uç'o dp
inundàçíies (,..) " ó,ii,," ,' ,

À. cor-lldcuatllt conc'lusivlt: C. strlxrt'tlittatIit ('ottr:csst\it]:


l). stthot tliruttl;t ( t'ttst'cttt ivil
'f '.:

23. L ofFÇão sublin tlc fr'íoçuutbiqrte rlunottçtrn, de ttrtt tttor{r) 't'«liostt,


"erenço" é:
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súborclina llir" C. sLrbortlina I{cllt ii'al
subbrdirra ,., I). subortlirut I)iu't ir:ipial.
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2,.1. Iiúltorn aililg .[: tnuitfis r:oisc,ç
ltor .tbz,e t', u cxperiônda de fi[ oç'onthique dern onslro
coln{l {}t; pmses
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ítpr(ll(ler & l'll'el' colll :'tll ('tt('o' de inundaç:ões. Qual ó a íirrnta l'erbal
arlcrluacla l)nra p qr:§e r o cs;raço?
A. hc;uvcssc; ., , i, li. hál L.. lrajrrrtr. I). lr:ri;r
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III. LITERATURA
Texto 2

POEMA DO FUTURO CIDADÃO

Vim de qualquer parte


duma Nação que ainda não existe
Vim e estou aqui.

Nasci apenas eu
Nem tu nem neúum outro.,.
Mas irmão.

Tenho amor para dar às mãos cheias


Amor do que sou
e nada mais.

Teúo coração
e gritos que não são meus somente
venho de um país que ainda não existe

Ah! Tenho amor a todos para dar


do que sou.
Eu!
Homem qualquer
Cidadão duma nação que ainda não existe.

José Craveirinha, in Chigubo

25. Atemática central do poema acima é:


A. lirismo amoroso; C. iiberdade;
B. cidadania; f). terras estraúas.

26. Em termos formais, o poema em análise é:


A. ecróstico; C. redondilha maiorl
B. redondilha menor; D. nenhuma das alternativas é correcta.

27. função de linguagem predominante no poema em análise é:


^ expressiva;
A. B. apelativa; C. metalinguística; D. referencial.

28. O recurso estilÍstico que predomina e atravessa todo o poema em análise é:


A. metáfora; B. antítese; C. perso,nificação; D. hipérbole.

29. As sílabas métricas dos versos do primeiro terceto do poema em análise são,
respectivamente:
A. seis, dez e três; C. cinco, oito e seis;
B, seis, onze e seis; D. cinco, oito e quatro.
30. As Literaturas Africanas caracterizam-se por abordar temas como:
A. nacionalismo, dinamismo do homem europeu, tradições africanas;
B. nacionalismo, tradições africanas, exótico;
C. nacionalismo, desejo de liberdade, tradições aÍiicanas;
D. nacionalismo, desejo de liberdade, terrâs estraúas;

31. São obras de José Craveirinha:


A, Chigubo, Sangue Negro, O Moúé das Cobras;
B. Cela I, Maria, Karingana ua Karingana;
C. Chigubo, Karingana ua Karingana, Sangue Negro;
D. Karingana ua Karingana, Maria, Sangue Negro.
32, A obra Cada Homem é Uma Raca é de:
A. Marcelino dos Santos; C. Ungulani Ba Ka Khosa;
B. Luis Bernardo Honwanal D. Mia Couto.

33. A Crónica de Fernão Lopes distingue-se de outros cronlstas da época por:


A. abordar os aspectos da vida da sociedade real;
I]. vaiorizar as classes assuntos da vida das classes Íavoreciclas:
C. ocultar os aspectos negativos da sociedade;
D. abordar as injustiças sociais.

34. A Negritude, como movimento literário, tem como propósito:


A. valorizar a raça negra; C. buscar a cultura dos ncgros;
B. valor o povo africano; I). promover a civilização dos ne qros.

FIM

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