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Bárbaros : Os visigodos, ostrogodos, hunos, suevos, francos

Os germanos habitavam a região da Europa situada além das fronteiras do Império, entre os rios Reno,
Danúbio e Vístula e os mares do Norte e Báltico, denominada Germânia. Eram considerados “bárbaros” pelos
romanos (do grego, bárbaroi = estrangeiros), pois não possuíam a mesma cultura. Dividiam-se em
numerosas tribos, como os gados, os borgúndios, os francos, os suevos, os alanos, os vândalos, os
lombardos, os anglos, os saxões, os jutos, os frisões, etc.  

Os primeiros contatos dos germanos com os romanos ocorreram na época de Júlio César (séc. I
a.C.). Nessa ocasião, as tribos germânicas viviam em aldeias rudimentares, praticando uma economia
comunal baseada na agricultura, na pecuária e nas pilhagens. Quando as terras se esgotavam, partiam à
procura de outras. As áreas cultiváveis e os bosques eram de uso comum aos habitantes das aldeias. Apenas
os rebanhos permaneciam como propriedade particular, constituindo-se na principal riqueza dos guerreiros. 

OS POVOS BÁRBAROS GERMÂNICOS


 A base da organização social das tribos era a “sipe”, espécie de clã formada por famílias ligadas por laços de
parentesco. Seus membros protegiam-se mutuamente e a ofensa a um deles atingia toda a sipe, que
praticava a vingança coletiva. Na guerra, o exército era recrutado entre os homens da tribo, maiores de 16
anos.  
Os germanos não conheciam cidades nem Estado. Sua mais importante instituição política era a Assembléia
dos Guerreiros da tribo, que decidia sobre a guerra, a paz, a libertação dos escravos e escolhia o rei, com
função religiosa e militar. Os principais chefes desenvolveram os costume de manter uma “escolta” ou
“séqüito” de guerreiros, ligados ao líder por um juramento de fidelidade. Em caso de ataques e lutas, eram
recompensados como produto das pilhagens, dando origem a uma nobreza possuidora de terras e escravos.

Os Visigodos
 
POVOS BÁRBAROS GERMÂNICOS 
No governo de Diocleciano(284/305), soldados germanos passaram a ser regularmente recrutados para
servir nas legiões do Império ROMANO. As autoridades imperiais procuravam rodear as fronteiras de
chefes bárbaros aliados, que mantinham a independência, os usos e os costumes, mas defendiam os
interesses romanos diante do mundo germânico e eram recompensados com dinheiro e terras.  
Por volta do século IV, a Assembléia dos Guerreiros praticamente desaparecera entre os bárbaros,
substituída por um Conselho de Nobres. O contato cada vez maior com o Império levara-os a assimilar
bastante a vida econômica, a hierarquia social, a disciplina militar e a religião dos romanos (muitos
bárbaros haviam se convertido ao Arianismo, ramo do Cristianismo considerado herético pelo Concílio de
Nicéia, realizado em 325). Mesmo assim, suas comunidades ainda eram bem rudimentares e quase todas
desconheciam a escrita.  

os francos

GERMÂNICOS - BÁRBAROS - HISTÓRIA


A partir de fins do século IV, pressionados pelos hunos, povo nômade vindo da Ásia Central, as tribos
germânicas migraram em massa e de uma forma não pacífica para o interior do Império Romano do
Ocidente. Suevos, alanos, borgúndios, francos, vândalos, visigodos penetraram, saquearam e ocuparam a
Gália, a Península Ibérica, a África e a Itália. Anglos, saxões e jutos tomaram a Bretanha. Para defenderem
Roma dos sucessivos ataques de determinadas tribos, os Imperadores recorriam ao auxílio de outros chefes
bárbaros, ficando à sua mercê. As invasões germâmicas trouxeram desordem, destruição, fome e pilhagem
ao já decadente Império Romano, precipitando sua desintegração, no final do século V. 

Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon.


História: Pré-História, Antiguidade e Feudalismo, 1989
Introdução 
Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia,
na época do Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era.
Chegaram até a realizar trocas e comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram
contratados para integrarem o poderoso exército romano.
Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e
que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos
durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do
Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou
por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos
que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis.
Principais Povos Bárbaros
• Francos : estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra
de arte abaixo)
• Lombardos : invadiram a região norte da Península Itálica
• Anglos e Saxões : penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra
• Burgúndios : estabeleceram-se na sudoeste da França

• Visigodos : instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte
visigótica)
• Suevos : invadiram e habitaram a Península Ibérica
• Vândalos : estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica
• Ostrogodos : invadiram a região da atual Itália

Arte Visigótica : exemplo da arquitetura bárbara na Península Ibérica


 
Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos 
A maioria destes povos organizavam-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e
galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha.
Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear
riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam
dele seu líder militar.
Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin era a
principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte,
onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso.
A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e
aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.

Os Hunos 
Dentre os povos bárbaros, os hunos foram os mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens. Eram nômades
( não tinham habitação fixa e viviam a percorrer campos e florestas ) e excelentes criadores de cavalos. Como
não construíam casas, viviam em suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que
percorriam. A principal fonte de renda dos hunos era a pratica do saque aos povos dominados. Quando
chegavam numa região, espalhavam o medo, pois eram extremamente violentos e cruéis com os inimigos. O
principal líder deste povo foi Átila, o líder huno responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas. 

Godos 
Originários das regiões meridionais da Escandinávia, os Godos eram um povo germânico que se distinguia pela
fidelidade ao seu rei e comandantes, também por usar espadas pequenas e escudos redondos. Desta forma, deixaram
a região do rio Vístula (atual Polônia) em meados do século II, e alcançaram o Mar Negro.
Com a presença goda, os outros povos germânicos passaram a pressionar o Império Romano de Marco Aurélio através
do rio Danúbio. No século seguinte, foram várias as incursões, ataques e saques as províncias de Anatólia e toda a
península balcânica. A Costa Asiática e o Templo de Éfeso foram vítimas da fúria dos Godos. Já sob o reinado de
Aureliano (270 - 275), Atenas foi invadida e seguiram-se a tomada de Rodes e Creta. Os romanos foram expulsos de
Dácia, e os Godos se instalaram definitivamente na região do Danúbio. Assim de acordo com a região ocupada, os
Godos foram denominados também de Ostrogodos e Visigodos. A partir deste momento, a cultura e política do Godos
passaram a influenciar gradativamente à Europa através do Império Romano.
Ostrogodos
O reino ostrogodo, que se estendia do mar Negro até o Báltico, alcançou o apogeu com Ermanarico. Porém, por volta
do ano 370 foram dominados pelos Hunos. Em 455, o império huno entrou em colapso com a morte do líder Átila. Os
ostrogodos invadiram o Danúbio central e seguiram para a Itália, onde o imperador Rômulo Augústulo havia sido
derrotado (476) por Odoacro, chefe dos Hérulos. O rei ostrogodo Teodorico I - o Grande, derrotou Odoacro (493) e
governou a Itália até a sua morte em 526.
Teodorico foi um governante hábil, homem culto, educado na corte de Constantinopla, que soube conservar o equilíbrio
entre as instituições imperiais e as tradições bárbaras. Conseguiu a simpatia da aristocracia romana e do povo, que
assistia satisfeito à realização de obras públicas para a reconstrução e modernização de Roma. Ao que parece,
Teodorico alimentava o projeto de fundar um império godo que impusesse seu domínio sobre o resto do mundo bárbaro.
Para isso, manteve contato com outras tribos godas e estabeleceu vínculos familiares com os francos, os vândalos e os
burgúndios. Sua morte criou um intrincado problema de sucessão, fato de que se valeu o imperador bizantino Justiniano
para intervir na Itália. O exército romano oriental, sob o comando de Belisário, derrotou completamente os ostrogodos,
dirigidos por seu novo rei Totila, cujo nome original era Baduila. Os sobreviventes se dispersaram ou foram reduzidos à
escravidão.
Visigodos
O povo valente, possível significado do nome visigodos, conquistou no século III a Dácia, província romana situada na
Europa centro-oriental. No século IV, ante a ameaça dos hunos, o imperador Valente concedeu refúgio aos visigodos ao
sul do Danúbio, mas a arbitrariedade dos funcionários romanos os levou à revolta. Penetraram nos Balcãs e, em 378,
esmagaram o exército do imperador Valente nas proximidades da cidade de Adrianópolis. Quatro anos depois, o
imperador Teodósio I o Grande conseguiu estabelecê-los nos confins da Mésia, província situada ao norte da península
balcânica. Tornou-os federados do império e deu-lhes posição proeminente na defesa. Os visigodos prestaram uma
ajuda eficaz a Roma até 395, quando começaram a mudar-se para oeste. Em 401, chefiados por Alarico I, que rompera
com os romanos, entraram na Itália e invadiram a planície do Pó, mas foram repelidos. Em 408 atacaram pela segunda
vez e chegaram às portas de Roma, que foi tomada e saqueada em 410.
Nos anos seguintes, o rei Ataulfo estabeleceu-se com seu povo no sul da Gália e na Hispânia e, em 418, firmou com o
imperador Constâncio um tratado pelo qual os visigodos se fixavam como federados na província de Aquitania Secunda,
na Gália. A monarquia visigoda consolidou-se com Teodorico I, que enfrentou os hunos de Átila na batalha dos Campos
Catalâunicos. Em 475, Eurico declarou-se monarca independente do reino visigodo de Tolosa (Toulouse), que incluía a
maior parte das Gálias e a Espanha. Seu reinado foi extremamente benéfico para o povo visigodo: além da obra política
e militar, Eurico cumpriu uma monumental tarefa legislativa ao reunir as leis dos visigodos, pela primeira vez, no Código
de Eurico, conservado num palimpsesto em Paris. Seu filho Alarico II codificou, em 506, o direito de seus súditos
romanos, na Lex Romana Visigothorum, mas carecia dos dotes políticos do pai e perdeu quase todos os domínios da
Gália em 507, quando foi derrotado e morto pelos francos de Clóvis, na batalha de Vouillé, perto de Poitiers.
Desmoronou então o reino de Tolosa e os visigodos foram obrigados a transferir-se para Espanha.
O reino visigodo na Espanha esteve inicialmente sob o domínio dos ostrogodos da Itália, mas logo tornou-se
independente. Para conquistar o domínio da península ibérica, os visigodos enfrentaram suevos, alanos e vândalos,
povos bárbaros que haviam ocupado o país antes de sua chegada. A unificação quase se concretizou durante o reinado
de Leovigildo, mas ficou comprometida pelo problema religioso: os visigodos professavam o arianismo e os hispano-
romanos eram católicos. O próprio filho de Leovigildo, Hermenegildo, chegou a sublevar-se contra o pai depois de
converter-se à religião católica. Mas esse obstáculo para a fusão com os hispano-romanos se resolveu em 589, ano em
que o rei Recaredo proclamou o catolicismo, religião oficial da Espanha visigótica. A monarquia visigoda foi destruída
em 711 pela invasão muçulmana procedente do norte da África.
Os visigodos, mais civilizados que outras tribos germânicas em virtude de seu longo contato com Roma, adotaram a
arte do povo bizantino como o arco de ferradura e a planta cruciforme das igrejas, e realizaram um importante trabalho
de compilação cultural e jurídica. Figuras como santo Isidoro de Sevilha, ou obras jurídicas como o Código de Eurico, a
Lex Romana Visigothorum e o Liber Judiciorum, código visigótico que forneceu as bases da estrutura jurídica medieval
na Espanha, expressam o grau de desenvolvimento cultural que o reino visigodo alcançou.
Do "Gótico" dos godos ao adjetivo "Gótico"
 
Apesar dos godos terem sido extintos no começo do século VIII, seus feitos e conquistas deixaram marcas
permanentes nos povos italianos. Principalmente a Queda do Império, com tantas construções greco-romanas
destruídas, trouxe um trauma que foi passado de geração em geração.
Desse modo, na época do Renascimento, no século XVI, o termo godo era sinônimo de "inculto destruidor da arte
clássica". E esse conceito pejorativo, passa a ser usado para classificar a arte cristã produzida entre o século XII e XVI,
período em que a Igreja absorvia a estética pré-cristã da região onde se instalava, chegando até mesmo a absorver
certas características pagãs.
Assim, analogicamente, esse estilo arquitetônico predominante nesses séculos, cheio de ogivas, vitrais e gárgulas,
passou a ser considerado pelos italianos, o "povo bárbaro" que "invade" o "povo clássico-cristão", tornando impura a
arquitetura cristã da época.
A grande intenção era vulgarizar todo o estilo, mas pelo que foi visto nos séculos posteriores, o termo "gótico" acabou
formando uma coesão do obscurantismo medieval, fincando deste modo, raízes permanentes na Europa.

Os Germanos

Os Germanos habitavam norte da Alemanha,sul da Suécia, Dinamarca e as margens do Báltico. Algumas importantes
tribos germânicas foram:
Os Alemanni, os Angles, os Saxões, os Burgundii, Lombardos, os Visigodos e os Vândalos.
O nome germanos lhes foi dado pelos romanos e significa: aqueles que são como irmãos.
Os germanos deram origem a vários outros povos que hoje habitam grande parte da Europa, sobretudo o norte europeu
e a Europa central:

.Suecos
.Noruegueses
.Dinamarqueses
.Islandêses
.Alemães
.Austríacos
.Suíços
.Norte da Itália
.Holandeses
.Belgas
.Luxemburgueses
.Norte e Centro da França
.Terras baixas da Escócia
.Inglaterra
É um grupo étnico complexo da antiga Europa com uma raíz étnica pouco uniforme.
Aparecem na História no 1º séc. A.C. quando tiveram seu primeiro contato com os Romanos. (Início de grande parte da
atual configuração do mundo Ocidental).
As etnias mais importantes do Ocidente são: Gregos, Latinos e os Germânicos.
Famosos por serem beligerantes e bárbaros , desde os tempos romanos, os germanos foram os principais responsáveis
pelas invasões que culminaram com a queda do Império Romano.
Os germanos que foram os principais atacantes do Império Romano foram os Vândalos e os Ostrogodos.
Os Ostrogodos (Góticos) eram germanos do Oeste e os Vândalos germanos do Leste.
O Gótico foi a primeira língua germânica escrita e deu origem ao Alemão atual e ao Inglês atual, este último tendo sido
fortemente influenciado pelos Francês medieval.
Diferentemente do Latim e de várias outras línguas européias, a língua alemã sofreu poucas reformas, permanecendo
até hoje uma língua com componentes arcaicaicos e de difícil assimilação para os não nativos da Alemanha e da
Áustria (países onde o Alemão é a língua oficial). Embora rica em vocábulos é gramaticalmente bastante complexa, o
que tem sido hoje em dia motivo de discussões entre os alemães no que diz respeito a futuras reformas desta língua.
Os Francos, que também eram um grupo de tribos de etnia germânica, foram uma espécie de fusor étnico entre
germanos e latinos (provenientes da região de Latinus, onde conviviam com outra tribo chamada de Romanos).
Dois países europeus onde houve acentuada fusão étnica entra as etnias germânicas e latinas são a atual França e a
Alemanha, esta última com predominância étnica germânica.
Os francos(germânicos) passaram a ser aliados dos Romanos no sécV.
Posteriormente houve o Império Franco (Clóvis VI-IX Séc.AD) onde houve uma fusão das culturas Latina e Germânica
(galo-romanos; França e Francônia na Alemanha), França, Países baixos, Alemanha do Oeste do Elba, Áustria, Suíça,
norte e centro da Itália.
A Gália (do Império Franco) é a atual França (Francos do Oeste), e Alemanha (francos do leste).
A França e Francônia na Alemanha são provenientes dos Francos.
A Francônia ( SécX.) veio a fragmentar-se, vindo a pertencer a outro império, O Clero (Sacro Império Romano, que
durou até o séc.XVII).
É dito que o maior fusor cultural da Idade Média e que deu origem à configuração atual da Europa foi o Clero, tendo
sido este o responsável pela divulgação e desenvolvimento da língua latina em várias regiões da Europa.

Cidades alemãs de importância na fusão cultural: Frankfurt, Worms, o estado eclesiástico de Mainz, Speyer, Hesse,
Würzburg e a cidade livre imperial de Nuremburg.

Saxões

Os saxões eram um povo germânico grande e poderoso que vivia no território que é hoje o noroeste da Alemanha
e o leste da Holanda (mas não na área hoje conhecida como Saxónia). Foram mencionados pela primeira vez pelo
geógrafo Ptolomeu que os localizou no sul da Jutlândia e no actual Schleswig-Holstein, de onde aparentemente
se expandiram para sul e para oeste.
No século 1 os SAXÕES tiveram uma influência importantíssima na unificação das regiões da Inglaterra. Buscaram um
novo território na Britânia (província romana). O porque dessa migração, não se sabe ao certo, mas muito
provavelmente deve-se à destruição causada pelos poderoso Hunos e talvez por mudanças climáticas. Durante os
Séculos IV e principalmente V, os saxões começaram uma forte investida contra a ilha, em busca de colonização. O
Império Romano acabou deixando a ilha e os saxões, nos séculos VI, VII, VIII e IX foram, aos poucos,
dominando a Península, começando pelo leste. Em seguida, capturaram o centro da Ilha, chegando até o Mar de
Severn. Por um tempo, a atual Escócia e a Cornualha ficaram livres, assim como o atual País de Gales. Porém,
mais tarde, os saxões tomaram também a Cornualha e a Escócia, mas não conseguiram capurar o País de Gales,
apesar de que reinos como Powys, hoje o maior estado-distrito de Gales, que alcançavam áreas da atual Inglaterra
além de áreas do País de Gales terem perdido grande parte de suas posses (obviamente, as regiões que ficavam na
atual Inglaterra).
Concluiu-se que os saxões derrotaram quase que totalmente os celtas na Grã-Bretanha, já que Gales é, em sua
maioria, de terreno rochoso e pobre. Os reinos galeses não tinham condições mais de se opor aos saxônicos, que se
tornaram os verdadeiros donos da Inglaterra.

Os saxões não conseguiram invadir apenas o que hoje é chamado de País de Gales.
No mesmo século, na Inglaterra, os saxões sofreram com a invasão dos Vikings da Dinamarca, que procuravam se
instalar nas terras inglesas. Tomaram grande parte dos reinos saxônicos, mas foram parados e, depois, expulsos da
Inglaterra por Alfredo de Inglaterra, o Grande.
Os reinos saxônicos caíram, finalmente, no século XI. Mas não pelas mãos dos galeses e sim dos normandos, liderados
por Guilherme, o Conquistador.
O autor Bernard Cornwell, em suas Crõnicas Saxônicas, descreve vários detalhes da vida deste povo
Atualmente
Os Saxões , vivem e são os atuais Holandeses, Belgas (flamengos) , Alemães de determinadas regiões do norte, Ingleses, e com o
advento da imigração se espalharam além mar, para Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia entre outros ...

Burgúndios
Burgúndios ("os Montanheses"), são um antigo povo de origem escandinava. No Baixo Império Romano,
instalaram-se na Gália e na Germânia na qualidade de federados. Tendo procurado se estender na Bélgica, foram
abatidos por Aécio em 436 e transferidos para Savóia. De lá, eles se espalharam nas bacias do Saône e do
Ródano. Foram submetidos pelos francos em 532 e seu território foi reunido à Nêustria. Deram seu nome à
Borgonha.

História antiga

Origens tribais
A tradição burgúndia da origem escandinava encontra suporte na evidência dos topônimos e na arqueologia (Stjerna) e
muitos consideram essa tradição como correta. Possivelmente por que a Escandinávia estava além do horizonte das
antigas fontes romanas, incluindo Tácito (que menciona apenas uma das tribos escandinavas, os suiones), els não
sabiam de onde os burgúndios vinham, e as primeiras referências romanas os localiza a leste do Reno (inter alia,
Ammiano Marcellino, XVIII, 2, 15). Fontes romanas antigas indicam que eles eram simplesmente outra tribo
germânica oriental.

Aproximadamente em 300, a população de Bornholm (a ilha dos burgúndios desapareceu abundantemente da ilha.
Muitos cemitérios pararam de ser usados, e naqueles que ainda eram usados havia poucos sepultamentos (Stjerna, in
Nerman 1925:176).

No ano de 369, o imperador Valentiniano I alistou para ajudá-lo na sua guerra contra as tribos germânicas, os
alamanos (Ammianus, XXVIII, 5, 8-15). Nessa época, os burgúndios possivelmente vivendo da bacia do Vístula, de
acordo com o historiador dos godos da metade do século VI, Jordanes. Algum tempo após a guerra contra os
alamanos, os burgúndios foram derrotados em batalha por Fastida, rei dos gépidos, sendo subjugados, quase
aniquilados.
Aproximadamente quatro décadas depois, os burgúndios reapareceram. Seguindo a retirada das tropas do general
romano Stilicho para atacar Alarico I o visigodo em 406-408, as tribos do norte cruzaram o Reno e entraram no
Império Romano na Völkerwanderung, ou migrações germânicas. Entre elas estavam os alanos, vândalos, suevos e
possivelemnte os burgúndios. Os burgúndios migraram para oeste e se estabeleceram no vale do Reno.

Havia, ao que parece naquela época um relacionamento amigável entre os hunos e os burgúndios. Era um costume
huno entre as mulheres ter seu crânio alongado artificialmente por um amarrador apertado na cabeça quando a criança
ainda era um bebê. Túmulos germânicos são às vezes encontrados com ornamentos hunos e também com crânios de
mulheres alongados; a oeste do Reno apenas sepulturas burgúndias contém um grande número desses crânios
(Werner, 1953).

Religião

Em algum lugar no leste europeu os burgúndios se converteram ao arianismo, o que passou a ser uma fonte de
suspeita e desconfiança entre os burgúndios e o Império Romano Ocidental católico. As discórdias eram acalmadas por
volta de 500, porém, Gundobad, um dos últimos reis burgúndios, manteve uma amizade pessoal próxima com Ávito,
o bispo católico de Viena. Além disso, o filho e sucessor de Gundobad, Sigismundo, era católico, e há evidências
que muitos dos burgúndios tenham se convertido na mesma época, incluindo várias mulheres membros da família
governante.

Antiga relação com os romanos


Inicialmente, os burgúndios parecem ter tido um relacionamento tempestuoso com os romanos. Eles eram usados pelo
império para se defender de outras tribos, mas também penetravam nas regiões fronteiriças e expandiam sua influência
quando possível.
Os reinos burgúndios

O primeiro reino

Em 411, o rei burgúndio Gundahar (ou Gunther ou Gundicar) instalou um imperador fantoche no Império Romano,
Jovino, em cooperação com Goar, rei dos alanos. Com a autoridade do imperador gaulês que ele controlava,
Gundahar se estabeleceu na margem (romana) esquerda do Reno, entre os rios Lauter e Nahe, apoderando-se de
Worms, Speier e Estrasburgo. Aparentemente como parte de uma trégua, o imperador Honório mais tarde
concedeu a eles as terras. (Prosper, a. 386)

Apesar do seu novo estatus de foederati, as incursões burgúndias na Gallia Belgica se tornaram intoleráveis e
foram brutalmente encerradas em 436, quando o general romano Aécio convocou mercenários hunos que
subjugaram o reino do Reno (que tinha sua capital no antigo assentamento celta romano de Borbetomagus/Worms) em
437. Gundahar foi morto em combate, de acordo com o que foi relatado pela maioria das tribos burgúndias. (Prosper;
Chronica Gallica 452; Hydatius; Sidônio Apolinário)
A destruição de Worms e do reino burgúndio pelos hunos se tornou o assunto de lendas heróicas que foram mais tarde
incorporadas no Nibelungenlied.

O segundo reino

Por razões não citadas nas fontes, aos burgúndios foi concedido o status de foederati uma segunda vez, e em 443 eles
foram reassentados por Aécio na região de Sapaudia (Chronica Gaellica 452). Apesar de a Sapaudia não corresponder
a qualquer região atual, os burgúndios provavelmente viveram próximos a Lugdenensis, a atual Lyon (Wood 1994,
Gregory II, 9). Um novo rei, Gundioc ou Gunderico, presumivelmente um filho de Gundahar, parece ter reinado a partir
da morte de seu pai (Drew, p. 1). Ao todo, oito reis burgúndios da casa de Gundahar governaram até o reino ser
invadido pelos francos em 534.
Como aliados de Roma nas suas últimas décadas, os burgúndios lutaram ao lado de Aécio e de uma confederação de
visigodos e outras tribos na derrota final de Átila na Batalha de Chalons em 451. A aliança entre os burgúndios e
os visigodos parece ter sido forte, com Gundioc e seu irmão Chilperic I acompanhando Teodorico II à península
Ibérica para atacar os suevos em 455. (Jordanes, Getica, 231)

Aspirações ao império
Também em 455, uma referência ambígua infidoque tibi Burdundio ductu (Sidônio Apolinário in Panegyr. Avit. 442)
envolve um desconhecido líder traidor burgúndio no assassinato do imperador Petrônio Máximo no caos que
precedeu o saque de Roma pelos vândalos. O aristocrata Ricimer também foi acusado; esse evento marca o primeiro
indício de ligação entre os burgúndios e Ricimer, que era provavelmente cunhado de Gundioc e tio de Gundobad. (John
Malalas, 374)

Os burgúndios, aparentemente confiantes no seu poder crescente, negociaram em 456 uma expansão territorial e um
arranjo de divisão de forças com os senadores romanos locais. (MArius of Avenches)

Em 457, Ricimer causou auqeda de outro imperador, Ávito, conduzindo Majoriano ao trono. O novo imperador
mostrou ser imprestável para Ricimer e para os burgúndios. Um ano após a sua ascensão, Majoriano expulsou os
burgúndios das terras que eles haviam adquirido dois anos antes. Após mostrar leves sinais de independência, ele foi
assassinado por Ricimer em 461.

Dez anos depois, em 472, Ricimer - que agora era genro do imperador romano ocidental Antêmio - estava conspirando
com Gundobad para matar seu sogro; Gundobad decapitou o imperador (aparentemente pessoalmente) (Chronica
Gallica 511; João de Antióquia, fr. 209; Jordanes, Getica, 239). Ricimer então indicou Anício Olíbrio|Olíbrio); ambos
morreram, surpreendentemente de causas naturais, em poucos meses. Gundobad parece então ter sucedido seu tio
como aristocrata e fazedor de reis, e elevou Glicério ao trono. (Marius de Avenches; João de Antióquia, fr. 209)

Em 474, a influência burgúndia sobre o império parece ter terminado. Glicério foi deposto em favor de Júlio Nepos, e
Gundobad retornoua à Borgonha, presumivelmente na morte de seu pai Gundioc. Nessa época ou um pouco depois, o
reino burgúndio foi dividido entre Gundobad e seus irmãos, Godigisel, Chilperic II e Gundomar I. (Gregório, II, 28)

Consolidação do reino

De acordo com Gregório de Tours, os anos seguintes ao retorno de Gundobad à Borgonha viram uma sangrenta
consolidação de poder. Gregório declara que Gundobad assassinou seu irmão Chilperic, afogou sua esposa e exilou
suas filhas (uma das quais se tornou a esposa de Clóvis I o franco, e foi responsável pelo que dizem pela sua
conversão) (Gregory, II, 28). Isso é contestado, por exemplo por Bury, que aponta problemas na cronologia de Gregório
para os eventos.

Por volta de 500, Gundobad e Clóvis I entraram em guerra, e Gundobad parece ter sido traído por seu irmão
Godegisel, que se uniu aos francos; juntas as forças de Godegisel e Clóvis I "esmagaram o exército de Gundobad"
(Marius a. 500; Gregory, II, 32). Gundobad esteve temporariamente escondido em Avignon, mas foi capaz de reagrupar
seu exército e saquear Viena, onde Godigisel e muitos de seus seguidores foram executados. A partir daí, Gundobad
parece ter sido o único rei da Borgonha. Isso implicaria que seu irmão Gundomar já estava morto, apesar de não haver
nenhuma menção a isso nas fontes da época.
Ou Gundobad e Clóvis I se reconciliaram e esqueceram suas diferenças, ou Gundobad foi forçado a algum tipo de
vassalagem após a vitória anterior de Clóvis I, com o rei burgúndio ajudando os francos em 507 na vitória contra Alarico
II, rei dos visigodos.

Durante a revolta, em algum momento entre 483 e 501, Gundobad começou a apresentar a Lex Gundobada, lançando
aproximadamente a primeira metade dela, que foi extraída da Lex Visigothorum. Após consolidar o poder, entre 501 e
sua morte em 516, Gundobad apresentou a segunda metade de suas leis, que eram originalmente burgúndias.

Queda do segundo reino

Os burgúndios havia estendido seu poder sobre todo o sudeste da Gália, ou seja, o norte da Itália, o oeste da Suíça,
e o sudeste da França. Em 493, Clóvis I, rei dos francos, casou-se com a princesa burgúndia Clotilda, filha de
Chilperic.

Após iniciamente se aliar a Clóvis I contra os visigodos no começo do século


VI, os burgúndios foram finalmente
conquistados pelos francos em 534. O reino burgúndio passou a fazer parte dos reinos merovíngios, e os
burgúndios foram amplamente absorvidos por eles.

As leis burgúndias
Os burgíndios deixaram três códigos legais, que estão entre os mais antigos das tribos germânicas.
O Liber Consitutionum sive Lex Gundobada (O Livro da Constituição Segundo a Lei de Gundobad), também conhecida
como Lex Burgundionum, ou mais simplesmente Lex Gundobada ou ainda Liber, foi lançado em várias partes entre 483
e 516, principalmente por Gundobad, mas também por seu filho, Sigismund. Era um registro das leis costumeiras e
típicas de muitos códigos de leis germânicos desse período. Particularmente, o Liber copiou o Lex Visigothorum e
influenciou o posterior Lex Ribuaria. O Liber é uma das fontes primárias da vida burgúndia daquela época, e também da
história de seus reis.
Como muitas das tribos germânicas, as tradições legais burgúndias permitiam a aplicação de leis distintas para etnias
diferentes. Dessa forma, em adição à Lex Gundobada, Gundobad também lançou (ou codificou) um conjunto de leis
para os assuntos romanos do reino burgúndio, a Lex Romana Burgundionum (A Lei Romana dos Burgúndios).
Somando-se aos dois códigos acima, o filho de Gundobad, Sigismund, publicou depois o Prima Constitutio.

Origem do nome
O nome dos burgúndios era antes ligado à região da moderna França que ainda mantém seu nome. Entre os séculos VI
e XX, contudo, as fronteiras e as conexões políticas da região mudaram com freqüência; nenhuma dessas mudanças
teve algo a ver com os burgúndios originais. O nome burgúndios refere-se aos habitantes do território da Borgonha. Os
descendentes dos burgúndios hoje são encontrados inicialmente entre os fraco-falantes da Suíça e nas regiões
fronteiriças da França.

Referências
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and Co., 1928.
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Oxford: The Clarendon Press, 1927.
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Press, 1972.
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• Murray, Alexander Calder. From Roman to Merovingian Gaul. (Da Gália Romana à Merovíngia) Broadview
Press, 2000.
• Musset, Lucien. The Germanic Invasions: The Making of Europe AD 400-600. (As Invasões Germânicas: A
Formação da Europa de 400 a 600 d.C.) University Park, PA: The Pennsylvania State University Press, 1975.
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• Shanzer, D. and I. Wood. Avitus of Vienne: Letters and Selected Prose. Translated with an Introduction and
Notes. Liverpool: Liverpool University Press, 2002.
• Werner, J. (1953). "Beiträge sur Archäologie des Attila-Reiches", Die Bayerische Akademie der Wissenschaft.
Abhandlungen. N.F. XXXVIII-A Philosophische-philologische und historische Klasse. Münche
• Wood, Ian N. ‘Ethnicity and the Ethnogenesis of the Burgundians’. In Herwig Wolfram and Walter Pohl, editors,
Typen der Ethnogenese unter besonderer Berücksichtigung der Bayern, volume 1, pages 53–69. Vienna:
Denkschriften der Österreichische Akademie der Wissenschaften, 1990.
• Wood, Ian N. The Merovingian Kingdoms. Harlow, England: The Longman Group, 1994.

Francos

Os francos formavam uma das várias tribosgermânicas que adentraram o espaço do império romano a partir da
Frísia como foederati e estabeleceram um reino duradouro na área que cobre a maior parte da França dos dias de
hoje e na região da Francônia na Alemanha, formando a semente histórica de ambos esses países modernos.
O reino franco passou por várias partilhas e repartições, já que os francos dividiam sua propriedade entre os filhos
sobreviventes, e como não tinham um senso amplo de uma res publica, conceberam o reino como uma grande
extensão de uma propriedade privada. Essa prática explica em parte a dificuldade de descrever com precisão as
datas e limites físicos de quaisquer um dos reinos francos e quem reinou sobre as várias seções. A retração da
alfabetização enquanto os francos reinaram agrava o problema: eles produziram poucos registros escritos. Em
essência no entanto, duas dinastias de líderes sucederam uma a outra, primeiro os merovíngios e depois os
carolíngios.
A palavra franco significava "livre" na língua
franca. A liberdade não se estendia às mulheres ou à população de
escravos que se instalou junto com os francos livres. Inicialmente havia duas subdivisões principais entre os francos:
os francos sálios ou salianos ("salgado") e os ripuários ou ripurianos ("rio"). Por volta do século IX essa divisão
havia se tornado virtualmente inexistente, mas continuou por algum tempo a ter implicações para o sistema legal sob o
qual a pessoa poderia ser julgada.

Os primeiros francos

A história dos primeiros francos permanece relativamente indistinta. Nossa principal fonte, o cronista galo-romano
Gregório de Tours, cuja Historia Francorum (História dos francos) cobre todo o período até 594, cita outras fontes
de resto perdidas como Sulpício Alexandre e Frigerido e se aproveita do contato pessoal de Gregório com muitos
francos famosos. Além da História de Gregório há outras fontes romanas, tais como Amiano e Sidónio Apolinário.

Estudiosos modernos do período


das migrações sugerem que o povo franco emergiu da unificação de vários grupos
menores de germânicos (Usipeti, Tencteri, Sugambri e Bructeri) habitando o vale do Reno e as terras
imediatamente ao leste, um desenvolvimento social relacionado talvez à crescente desordem e revolta vivenciada na
área como resultado da guerra entre Roma e os marcomanos, que começou em 166, e os conflitos subseqüentes
do final do século II e o século III. Por sua vez, Gregório declara que os francos viveram originalmente na Panônia
e mais tarde se estabeleceram nas margens do Reno. Uma região no nordeste da Holanda— norte da antiga fronteira
do império romano — tem o nome de Salândia, e pode ter recebido esse nome dos sálios.

Por volta de 250, um grupo de francos, tomando vantagem do enfraquecimento do império romano, penetrou até
Tarragona na Espanha atual, atormentando a região por cerca de uma década até ser subjugado e expulso por
forças romanas. Cerca de quarenta anos mais tarde, os francos tiveram a região de Scheldt sob seu controle e
interferiram com os canais para a Britânia; as forças romanas pacificaram a região, mas não expulsaram os francos.

Fundação do reino franco

Em 355–358, o imperador Juliano novamente encontrou as linhas de navegação no Reno sob controle dos
FRANCOS e novamente os apaziguou. Roma concedeu uma parte considerável da Gália Belga aos francos. Dessa
época em diante eles se tornaram foederati do império romano. Uma região em linhas gerais correspondente a
Flandres e a Holanda atuais ao sul dos rios permanece como de fala germânica até hoje. (A língua germânica
ocidental conhecida como neerlandesa predomina lá hoje.) Os francos portanto se tornaram os primeiros povos
germânicos a se estabelecer de maneira permanente no território romano.
De suas terras centrais, os francos gradualmente conquistaram a maior parte da Roma gaulesa ao norte do vale do rio
Loire e a leste da Aquitânia visigoda. De início eles ajudaram a proteger as fronteiras como aliados; quando uma
grande invasão composta em sua maior parte de tribos germânicas orientais cruzou o Reno em 406, os francos lutaram
contra esses invasores. A maior investida da invasão passou ao sul do rio Loire. (Na região de Paris, o controle romano
persistiu até 486, uma década depois da queda dos imperadores de Ravenna, em parte devido as alianças com os
francos.)

Os merovíngios

Os reinados dos primeiros chefes francos—Faramond (cerca de 419 até cerca de 427) e Clódio (cerca de 427 até
cerca de 447)—parecem ser mais mito do que fatos, e sua relação com a dinastia merovíngia permanecem incerta.

Gregório menciona Clódio como o primeiro rei que começou a conquista da Gália tomando Camaracum (hoje
Cambrai) e expandiu a fronteira até o rio Somme. Isso provavelmente levou algum tempo; Sidônio relata que Aetio
(ou Aécio) surpreendeu os francos e os rechaçou (provavelmente por volta de 431). Esse período marca o início de
uma situação que ia durar por muitos séculos: os francos germânicos se tornaram líderes sobre um número cada vez
maior de subalternos galo-romanos.

Em 451, Aetio apelou para seus aliados germânicos em solo romano para ajudá-lo a repelir uma invasão dos hunos.
Os francos sálios responderam ao chamado, os ripuários lutaram em ambos os lados visto que alguns deles viviam fora
do império. As fontes de Gregório de maneira hesitante identificam Meroveu como rei dos francos e possivelmente um
filho de Clódio. Meroveu foi sucedido por Childerico I, cujo túmulo foi encontrado em 1653 contendo um anel que o
identificou como rei dos francos.

O filho de Childerico, Clóvis, participou de uma campanha que consolidou os vários reinos francos na Gália e na
Renânia, que incluiu derrotar Siágrio em 486. Essa vitória encerrou o controle romano na região de Paris.
Na Batalha de Vouillé (507), Clóvis, com a ajuda dos burgúndios, derrotou os visigodos, expandindo seu reino
em direção ao oeste até as montanhas dos Pireneus.

A conversão de Clóvis a Cristandade Romana Trinitária, depois do seu casamento com a princesa burgúndia
Clotilde em 493, pode ter ajudado a aumentar sua posição aos olhos do Papa e outros reis cristãos ortodoxos. A
conversão de Clóvis sinalizou a conversão do resto dos francos. Porque eles podiam prestar culto junto com seus
vizinhos católicos, os francos recém-cristianizados tiveram uma aceitação muito mais fácil da população galo-romana
local do que os arianos, visigodos, vândalos ou burgúndios. Os merovíngios dessa forma construiram o que com
o tempo se provou ser o mais estável dos reinos sucessores no oeste.
A estabilidade, no entanto, não figurou como parte do cotidiano da era merovíngia. Embora a violência casual existisse
até certo ponto no final dos tempos romanos, a introdução da prática de feudo de sangue para obter justiça levou a
percepção de um aumento do desrespeito à lei. Perturbações do comércio ocorreram, e a vida cívica se tornou cada
vez mais difícil, o que levou a uma sociedade mais e mais localizada e fragmentada baseada em vilas auto-suficientes.
O conhecimento da leitura e escrita praticamente desapareceu fora das igrejas e mosteiros.
Os chefes merovíngios aderiam à prática germânica de dividir a terra entre seus filhos, e a divisão, reunificação e
redivisão freqüentes de territórios com freqüência resultava no assassinato e guerra entre as famílias lideres. Então
embora Clóvis tenha expulsado os visigodos da Gália, na ocasião de sua morte, em 511, seus quatro filhos dividiram o
reino entre eles, e pelos dois séculos seguintes seus descendentes compartilharam a posição de rei
A área franca se expandiu ainda mais sob os filhos de Clóvis, com o tempo cobrindo a maior parte da França atual, mas
incluindo áreas a leste do rio Reno também, como a Alâmania (hoje sudoeste da Alemanha) e Turíngia (a partir de
531). A Saxônia, no entanto, permaneceu fora do reino franco até ser conquistada Carlos Magno séculos mais
tarde.

Depois da reunificação temporária dos reinos separados sob Clotário I, as terras francas foram divididas novamente
em 561 em Nêustria, Austrásia, e Borgonha, que haviam sido absorvidas pelos reinos francos por meio de uma
combinação de casamentos políticos e força dos exércitos.

Em cada reino franco o mordomo do palácio servia como superintendente do estado. Uma série de mortes
prematuras começando com a de Dagoberto I em 639 levou a uma série de reis menores de idade. Por volta da
virada do século VIII, isso permitiu aos mordomos austrasianos consolidar o poder em sua própria regência
hereditária, estabelecendo a fundação para uma nova dinastia: seus descendentes, os Carolíngios.

Os carolíngios

O reinado dos carolíngios começa tradicionalmente com a deposição do último rei merovíngio, com consentimento
papal, e ascensão em 751 de Pepino, o Breve, pai de Carlos Magno. Pepino sucedeu seu próprio pai, Carlos
Martel, como mordomo do palácio do reino franco reunido e re-erigido composto de partes anteriormente
independentes.
Pepino reinou como um rei eleito. Embora tais eleições ocorressem raramente, uma regra geral da lei germânica
declarava que o rei dependia do apoio de homens líderes. Esses homens reservavam o direito de escolher um novo
líder se eles sentissem que o velho não podia liderá-los numa batalha proveitosa. Embora mais tarde na França o
reinado tenha se tornado hereditário, os reis do Sacro Império Romano provaram-se incapazes de abolir a tradição
eleitoral e continuaram como reis eleitos até o término formal do império em 1806.

Pepino solidificou sua posição em 754 ao entrar numa aliança com o Papa
Estêvão III, que apresentou ao rei dos
francos uma cópia da forjada "doação de Constantino" em Paris e numa magnífica cerimônia em Saint-Denis
ungiu o rei e sua família e os declarou patricius Romanorum ("protetores dos romanos"). No ano seguinte Pepino
cumpriu sua promessa ao papa e recuperou o exarcado de Ravena, que havia caído recentemente nas mãos dos
lombardos, e o devolveu, não para o imperador bizantino de novo, mas para o papado. Pepino doou as áreas
reconquistadas em volta de Roma para o Papa, traçando a fundação para os estados papais na "doação de
Pepino" que ele colocou sobre o tumúlo de São Pedro. O papado teve bons motivos para esperar que a monarquia
franca refeita iria prover uma base de poder deferente (potestas) na criação de uma nova ordem mundial, centrada no
Papa.

Com a morte de Pepino em 768, seus filhos, Carlos e Carlomano, mais uma vez dividiram o reino entre si. No
entanto, Carlomano retirou-se para um monastério e morreu pouco depois, deixando o reino todo para seu irmão, que
mais tarde se tornou conhecido como Carlos Magno ou Karl der Große (Carlos o Grande), uma figura poderosa,
inteligente e modestamente letrada que se tornou uma lenda para história posterior tanto da França quanto da
Alemanha. Carlos Magno restaurou uma balança de igualdade entre o imperador e o papa.

De 772 em diante, Carlos Magno derrotou os saxões, anexando seu território ao reino franco. Esta campanha
transformou a conversão forçada de povos vizinhos em prática comum entre governantes cristãos não-romanos.
Missionários católicos de origem franca, junto com outros da Irlanda e Inglaterra anglo-saxã, entraram em terras
saxãs desde meados do século VIII, aumentando os conflitos com os Saxões que resistiam aos esforços
missionários e incursões militares. O principal adversário de Carlos Magno pelo lado saxão, Widukind, aceitou o
batismo em 785 como parte de um acordo de paz , porém outros líderes saxões continiaram a resistir. Com sua vitória
em Verden no ano de 787, Carlos ordenou o extermínio de milhares de prisioneiros saxões pagãos. Depois de
diversas revoltas, os saxões sofreram sua derrota definitiva em 804. Isso ampliou o domínio Franco em direção ao
leste até o rio Elba, feito que o Império Romano tentou apenas uma vez, sendo derrotado na Batalha da
Floresta de Teutoburgo (9 a.C.). Para melhor cristianizar os saxões, Carlos fundou diversas dioceses, entre as
quais a de Bremen, Munique, Paderborn, e Osnabrück.

Paralelamente (773–774), Carlos conquistou os lombardos e pode incluir o norte da Itália em sua esfera de
influência. Ele renovou a doação do Vaticano e prometeu ao papado a continuidade da proteção franca.

Em 788, Tassilo, dux (duque) da Baviera rebelou-se contra Carlos que esmagou a revolta e incorporou a Baviera ao
seu reino. Isso não apenas ampliou sua influêncai como reduziu drasticamente o poder dos Agilolfings (família de
Tassilo), outro clã importante entre os FRANCOS e potenciais rivais. Até 796, Carlos continuou a expandir seu reinado
na direção do sudoeste, chegando a atual Áustria e partes da Croácia.

O reino de Carlos Magno sobreviveu a seu fundador e cobriu boa parte da Europa Ocidental de 795 até 843
quando o Tratado de Verdun o dividiu entre seus netos: os francos centrais, governados por Lotário (verde), os
francos orientais, governados por Luís o Germânico (amarelo), e Carlos, o Calvo, líder dos francos ocidentais
(roxo)

Carlos estabeleceu um domínio que ia dos Pirineus à sudoeste (depois de 795 incluiu uma área do Norte da
Espanha, a chamada Marca Hispânica), incluia quase toda a França atual (exceto pela Bretanha) e avançava para
o leste sobre quase todo o território da moderna Alemanha, incluindo o norte da Itália e o que hoje é a Áustria. Na
hierarquia da Igreja, bispos e abades procuravam apoio no palácio real. Carlos emergia como o grande líder da
cristandade ocidental .
No dia do Natal, em 800, o Papa Leão III corou Carlos como "imperador dos romanos" em roma numa
cerimônia apresentada como se fosse uma surpresa (Carlos Magino não desejava ficar em dívida com o bispo de
Roma), um jogada papal adicional numa série de gestos simbólicos que vinham definindo os papéis mútuos da
auctoritas papal e da potestas imperial. Embora Carlos Magno, em respeito ao ultrage bizantino , preferiu o título
"Imperador, rei dos francos e dos lombardos", a cerimônia reconheceu formalmente o império franco cmo sucessor do
romano (ocidental) (embora apenas a "doação" forjada dava ao papa autoridade política para fazer isso). Depois de um
protesto inicial quanto a usurpação, em812, o imperador bizantino Miguel I Rangabe reconheceu Carlos Magno
como co-imperador. A coroação deu a legitimidade a primazia carolíngia entre os francos. Os otonianos mais tarde
ressuscitaram essa conexão em 962.

Com a morte de Carlos Magno em 28 de janeiro de 814 em Aachen, ele foi enterrado em sua própria Capela do
Palácio em Aachen.
Carlos Magno teve vários filhos, mas apenas um sobreviveu a eles. Esse filho, Luís o Pio, sucedeu ao pai como
governante de um império unido. Mas herança total permaneceu uma questão de acaso, em vez de intenção. Quando
Luís morreu em 840, os carolíngios aderiram ao costumo de partilhar a herança, e o Tratado de Verdun em 843
dividiu o império em três:

1. O filho sobrevivente mais velho de Luís, Lotário se tornou imperador e governante dos francos centrais. Seus
três filhos por sua vez dividiram esse reino entre eles em Lotaríngia, Burgúndia e Itália (do norte). Essas
áreas iriam mais tarde desaparecer como reinos separados.
2. O segundo filho de Luís, Luís, o Germano, se tornou rei dos francos orientais. Essa área formou o núcleo
do mais mais tarde Sacro Império Romano, que eventualmente evoluiu para se tornar a Alemanha
moderna. Para uma lista de sucessores, veja a lista
dos reis e imperadores alemães.
3. Seu terceiro filho Carlos, o Calvo se tornou rei dos francos ocidentais; essa área se tornou a fundação da
França. Para seus sucessores, veja a lista de monarcas franceses.

Legado
Embora tenha sido um acidente histórico, a unificação da maior parte do que é agora a Europa occidental e central sob
um único soberano proporcionou um terreno fértil para a continuação do que é agora conhecido como a Renascença
carolíngia. Apesar das mortíferas campanhas militares quase constantes que o império carolíngio suportou, a
extensão do reino franco e do cristianismo romano sob uma área tão grande proporcionou a unidade fundamental por
todo o império. Cada parte do império carolíngio se desenvolveu de forma diferente; o governo e cultura franca
dependiam muito dos regentes individuais e seus objetivos. Esses objetivos mudaram de maneira tão fácil quanto as
mutáveis alianças políticas entre as famílias líderes francas. No entanto, essas famílias, incluindo os carolíngios, todas
compartilhavam das mesmas crenças e idéias de governo básicas. Essas idéias e crenças tinham suas raízes em
antecedentes que se baseavam tanto na tradição romana quanto na germânica, uma tradição que começou antes da
ascensão carolíngia e continuou até certo ponto mesmo depois da morte de Luís, o Pio e seus filhos.

Quando os historiadores modernos (do final do século XVIII em diante) remontam a um exemplo de Europa
unificada, eles se voltam ao império carolíngio e não ao império romano. Se o império carolíngio durou (ou, pode-se
dizer, se ele sequer existiu como império “propriamente dito”) num sentido geográfico ou político não tem influência
substancial nessa visão. O modelo de vários reinos individuais (ou regna, para lhe dar os nomes corretos) sob um
regente ressoa de maneira clara hoje. Pode-se argumentar que as divisões de Verdun ainda forneceram as bordas
gerais da Alemanha, França e Itália, mas dificilmente alguém pode supor que elas proporcionaram qualquer tipo de
divisão cultural. Elas não podem dividir o legado germânico-romano cristão começado pelos carolíngios.
Também vale notar que o termo “franco” (por exemplo al-Faranj em arábico ou Falangji em chinês) foi usado na Idade
Média para descrever qualquer europeu. Durante as Cruzadas, quando os europeus na maioria das vezes lutaram
unidos, eles chamaram a si mesmos “francos”.
Vândalos

Os Vândalos , originalmente europeus, ocuparam um reino no nortede África. No século V, invadiram o


Império Romano. Hoje em dia, a palavra vândalo é usada para designar qualquer pessoa que destrói as coisas sem
razão.
Os Vândalos eram uma tribo germânica oriental que penetrou no Império Romano durante o século V e criou um
estado no norte da África, centralizado na cidade de Cartago. Os vândalos devem ter dado seu nome à região
autônoma da Andaluzia (originalmente Vandalusia e depois Al-Andalus), na Espanha moderna, onde eles se fixaram
temporariamente antes de serem empurrados para a África.

O godo Teodorico o Grande, rei dos ostrogodos e regente dos visigodos, se aliou por casamento com os
vândalos, assim como com os burgúndios e com francos sob Clóvis I.

Origens

A cultura Przeworsk (verde) na primeira metade do século III. O mapa mostra a extensão da cultura Wielbark
(Godos) em vermelho, uma cultura báltica (Aesti?) em amarelo, e a cultura Debczyn, em rosa. O ImpérioRomano
está na cor violeta.

Os vândalos foram identificados com a cultura Przeworsk no século III. Controvérsias envolvem as potenciais
conexões entre os vândalos e outra possivelmente tribo germânica, os Lugii (lygier, lugier ou lígios). Alguns
acadêmicos acreditam que ou Lugii era um antigo nome dos vândalos ou os vândalos eram parte da confederação lígia.

A similaridade de nomes sugere como terras natais para os vândalos na Noruega (Hallingdal), Suécia (Vendel) e
Dinamarca (Vendsyssel). Supõe-se que os vândalos cruzaram o Báltico entrando no que hoje é a Polônia em
algum momento do século II a.C., e se fixaram na Silésia por volta de 120 a.C.. Tácito registrou a presença dos
vândalos entre os rios Oder e Vístula na Germania no ano de 98, corroborado por historiadores posteriores. De
acordo com Jordanes, eles e os rúgios foram deslocados com a chegada dos godos. Esta tradição apóia a
identificação dos vândalos com a cultura Przeworsk, e desde então a cultura Wielbark gótica substituiu um braço
daquela cultura.

Na Idade Média, havia uma crença popular de que os vândalos eram ancestrais dos poloneses. Essa crença se
originou provavelmente devido a dois fatores: o primeiro, por se confundir os venedos com os vândalos, e o segundo,
porque tanto vândalos como venedos nos tempos antigos viviam nas áreas depois ocupadas pelos poloneses. Em 796,
nos Annales Alamanici, pode-se encontrar um resumo dizendo: "Pipinus ... perrexit in regionem Wandalorum, et ipsi
Wandali venerunt obvium" ("Pepino partiu à região dos vândalos, e os vândalos não se opuseram a ele"). Nos
Annales Sangallenses, a mesma incursão (contudo, datada em 795) é resumida em uma pequena mensagem,
"Wandali conquisiti sunt" ("Os vândalos foram conquistados"). Isto significa que os escritores do início da Idade Média
deram o nome de vândalos aos ávaros.

História

Os vândalos se subdividiam nos Silingi e nos Hasdingi. Os Silingi viviam na região conhecida por séculos como
Magna Germania, onde hoje é a Silésia. No século II, os Hasdingi, liderados pelos reis Raus e Rapt (ou Rhaus e
Raptus), deslocaram-se para o sul, e atacaram inicialmente os romanos na região do baixo Danúbio, depois
entraram num acordo de paz e se estabeleceram a oeste na Dácia (Romênia) e na Hungria romana.

Em 400 ou 401, possivelmente por causa dos ataques dos hunos, os vândalos juntos com seus aliados, (os alanos
sármatas e os suevos germânicos), iniciaram o deslocamento para oeste sob o comando do rei Godgisel. Alguns dos
Silingi se juntaram a eles depois. Nessa mesma época, os Hasdingi já haviam sido cristianizados. Muitos como os
godos antes, adotaram o Arianismo, uma crença que estava em oposição à principal corrente do Cristianismo do
Império Romano, que depois cresceram como Catolicismo e Ortodoxia Oriental.

Gália

Os vândalos viajaram para oeste margeando o Danúbio sem muita dificuldade, mas quando eles alcançaram o Reno,
encontraram a resistência dos francos, que habitavam e controlavam as possessões romanas no norte da Gália.
Cerca de 20.000 vândalos, inclusive o rei Godigisel, morreram na batalha com os francos, mas então com a ajuda dos
alanos eles conseguiram derrotar os francos, e em 31 de Dezembro de 406, os vândalos cruzaram o Reno para
invadir a Gália. Sob o comando do filho de Godigisel, Gunderico, os vândalos pilharam e saquearam seu caminho
para oeste e para o sul através da Aquitânia.

Península Ibérica

Em outubro de 409 os vândalos cruzaram os Pirineus penetrando na península Ibérica. Lá eles receberam terras
dos romanos, como foederati, na Gallécia (a noroeste) os Hasdingi, e os Silingi na Bética (no sul), enquanto os
Alanos receberam terras na Lusitânia (a oeste) e na região em torno de Nova Cartago. Os vandalos Hasdingi
foram derrotados pelos suevos e romanos nos montes "nervasi" . Gunderico e o seu exercito fogem para a Baetica,
perseguidos pelos romanos, onde Gunderico se torna rei dos Vandalos Silingi. Ainda, os suevos, que também
controlaram parte da Galécia, e os visigodos, que invadiram a Ibéria antes, receberam terras na Septimânia (sul da
França), esmagando os alanos, dos quais os sobreviventes saudaram Gunderico como seu rei.

África

O meio irmão de Gunderico, Geiserico começou construindo uma esquadra naval vândala. Em 429, depois de se
tornar rei, Geiserico cruzou o estreito de Gibraltar e se deslocou a leste até Cartago. Em 435, os romanos lhes
concederam alguns territórios no norte da África, e já em 439 Cartago caiu ante os vândalos. Geiserico então
transformou o reino dos vândalos e alanos num estado poderoso (a capital era Saldae atual Bejaia no norte da
Argélia), conquistando a Sicília, a Sardenha, a Córsega e as Ilhas Baleares.
As diferenças entre a heresia ariana adotada pelos vândalos e os católicos romanos eram uma constante fonte de
tensões no estado africano. A maioria dos reis vândalos, exceto Hilderico, mais ou menos perseguiram os católicos.
Embora o catolicismo fosse raramente proibido oficialmente (com os últimos meses do reinado de Hunerico sendo
uma exceção), eles eram proibidos de fazer conversões entre os vândalos, e a vida era geralmente difícil para o clero
católico.

Em 455, os vândalos tomaram Roma e saquearam a cidade por duas semanas começando em 2 de Junho. Eles
partiram com valores incontáveis, pilhagens do Templo em Jerusalém trazidas para Roma pelo imperador Tito
Flávio e pela imperatriz Licínia Eudócia e suas filhas Eudócia e Placídia. Em 468 eles destruíram uma enorme frota
bizantina enviada contra eles.
Declínio

Com a morte de Geiserico em 477, seu filho Hunerico se tornou rei. O reinado de Hunerico foi mais notável por suas
perseguições religiosas contra os maniqueístas e os católicos. Ghuntarmund (486-496) buscou a paz interna com
os católicos. No campo externo, o poder vândalo havia declinado desde a morte de Geiserico, e Guntharmund perdeu
grandes partes da Sicília para os ostrogodos, e foi obrigado a se opor a crescente pressão dos mouros.

Hilderico (523-530) foi o mais amistoso dos reis vândalos em relação aos católicos. Contudo, ele tinha pouco
interesse na guerra, deixando esse assunto para um membro da sua família, Hoamer. Quando Hoamer sofreu uma
derrota contra os mouros, a facção ariana dentro da família real liderou uma revolta, e Gelimer (530-533) se tornou
rei. Hilderico, Hoamer e seus parentes foram mandados à prisão.

O imperador bizantino Justiniano I declarou guerra aos vândalos. A ação foi liderada por Belisário. Tendo ouvido
que a maior parte da frota vândala estava em combate numa revolta na Sardenha, ele decidiu agir rapidamente,
desembarcando em solo tunisiano, ele avançou na direção de Cartago. No final do verão de 533, o rei Gelimer
encontrou Belisário dezesseis quilômetros ao sul de Cartago na Batalha de Ad Decimum. Os vândalos estavam
vencendo a batalha inicialmente, mas quando o sobrinho de Gelimer, Gibamundo, caiu na batalha, os VÂNDALOS
desistiram e fugiram. Belisário rapidamente tomou Cartago enquanto sos vândalos sobreviventes ainda lutavam.

Em 15 de Dezembro de 533, Gelimer e Belisário novamente se enfrentaram em Ticameron, uns 32 quilômetros


ao sul de Cartago. Novamente, os vândalos estavam vencendo mas falharam, dessa vez quando Tzazo, o irmão de
Gelimer caiu na batalha. Belisário avançou rapidamente para Hippo (atual Annaba, na Argélia), segunda cidade em
importância do reino vândalo. Em 534 Gelimer se rendeu ao conquistador romano, pondo fim ao reino dos vândalos.

Eslavos

Os eslavos são um povo indo-europeu que habita a região da Europa central e oriental há cerca de cinco mil anos,
cujos descendentes atuais são os russos, bielo-russos, ucranianos (ramo oriental), búlgaros, sérvios, croatas,
macedônios, eslovenos (grupo meridional), tchecos, eslovacos, poloneses e lusácios (grupo ocidental). A idéia de que
os povos eslavos têm muito em comum quanto às suas origens, a origem de suas línguas e de alguns aspectos
culturais são derivados do nacionalismo romântico, do pan-eslavismo e da noção de raça como uma base biológica
para as nações.

Surgimento do proto-eslavo

O idioma proto-eslavo ramificou-se a partir de um local incerto numa época ainda desconhecida a partir do proto-
indo-europeu, tornando-se uma língua indo-européia separada. O proto-eslavo é uma língua hipotética
(reconstruída) a partir da qual o eslavo surgiu.

Debate sobre a região de origem do eslavo

Argumento geral
Uma teoria comum é que os proto-indo-europeus, e também os posteriores proto-eslavos, são originários das estepes
da Ucrânia e do sul da Rússia (ver hipótese de Kurgan). De qualquer forma, outros acadêmicos acreditam que os
proto-eslavos se estabeleceram no nordeste da Europa
Central desde tempos imemoriais, sendo portadores da
cultura lusaciana e da posterior cultura de Przeworsk (e também de parte da cultura Chernyakhov). No
entanto, esta última teoria não contradiz a hipótese de Kurgan.
Há então duas teorias principais quanto às origens dos eslavos:

1. A teoria autoctônica supôes que os eslavos viviam ao norte dos Cárpatos desde a cultura lusaciana (antes
de 1000 a.C.).
2. A teoria aloctônica supõe que os eslavos chegaram por volta dos séculos V ou VI de nossa era.
Os alemães e algumas nações eslavas têm utilizado essas teorias como feramentas de propaganda política, resultando
em confusão geral. Alguns cientistas (tais como Kazimierz Godlowski ou Zdenek Vana) consideram ambas teorias
absurdas: eles acreditam que os eslavos apareceram e se diferenciaram a partir de outras tribos em algum momento
após o século I.

Várias regiões têm sido propostas como o local de origem dos eslavos. As sugestões incluem a atual Polônia, os
pântanos da Polésia, Volhynia, áreas em volta do rio Dniepre e até mesmo na Ásia Central. Os eslavos são
citados historicamente pela primeira vez habitando os pântanos Pinsk (Pripyat) na Polésia, Bielorrússia.

Teorias diversas

Por volta do ano 500 a.C., tribos celtas se estabeleceram no alto rio Oder, e tribos germânicas no baixo Vístula e
no baixo Oder. As terras das regiões dos rios Elba, Oder e Vístula, passaram também a ser conhecidas como Magna
Germania por volta do ano 100. Não há registro de qualquer tribo eslava estabelecida nessas regiões até essa época.

Uma teoria sugere que duas ondas de eslavos existiram: os proto-eslavos (chamados por esses teóricos de "venedos"
ou "wenets"), e os eslavos propriamente ditos; e que esses dois grupos se miscigenaram tornando-se os povos eslavos
atuais. No entanto, a declaração que os venedos eram um povo eslavo ou até mesmo proto-eslavo é muito controversa,
e muitos acadêmicos acreditam que os venedos pertenciam a um outro ramo indo-europeu não eslavo.

A cultura chernoles é "às vezes retratada como um dos dois estágios no desenvolvimento das línguas eslavas ou
pelo menos uma forma do indo-europeu tardio ancestral à evolução das línguas eslavas" (James P. MAllory, "Chernoles
Culture", Encyclopedia of Indo-European Culture, Fitzroy Dearborn, 1997).
Uma outra teoria recente se apóia na hipótese da origem multirregional afirmando uma origem eslava autóctine anterior
à última glaciação. A região de origem dos eslavos incluiria então as áreas descritas por Tácito como Germania.
Essa teoria tem pouco apoio no meio científico.
Ainda mais confusão sucede do fato de que alguns povos eslavos originaram-se como resultado da completa
assimilação de povos não-eslavos.

Teoria "ucranianos como arianos"


Finalmente, várias novas teorias sobre a origem dos povos eslavos foram publicadas, e encontraram um grande número
de seguidores, na década de 1990 e de 2000, alimentadas pelo crescimento do nacionalismo na Ucrânia. A maioria
delas tenta estabelecer uma conexão direta entre os eslavos e os arianos. Algumas até afirmam que os eslavos já
existiam como povo no sétimo ou quinto milênio antes de Cristo e foram os ancestrais dos sumérios. Essas teorias
afirmam que a cidade fictícia de Aratta estava localizada na Ucrânia.
Há abundância de evidências arqueológicas de assentamentos no norte da Ucrânia e Polônia do 3º milênio antes de
Cristo (culturas tripiliana, de Tishnets, de Peshevor de Zaburinets). Os povos que viviam nestas regiões se auto
sustentavam principalmente através da agricultura; alguns desses povos dominaram o uso do metal no século VIII
a.C. A ausência de línguas escritas deixa aberto o debate se estes povos eram de alguma forma relacionados com os
modernos eslavos.

Etinônimos aplicados aos eslavos


Os povos que agora conhecemos como eslavos aparecem na história antiga como "venedos", mas como descrito
acima, suas conexões com os venedos mencionadas por Tácito, Ptolomeu e Plínio ainda são duvidosas, e o uso
do termo "venedos" ou "wends" para os eslavos pode ter vindo por um caminho de erro de identificação dos eslavos
com os antigos venedos.
Alguns escritores posteriores se referiram aos eslavos como sclavenos, sclovene e ants. Jordanes menciona que os
venedos se subdividiram em três grupos: os venedos, os ants e os sclavenos. Tradicionalmente o nome "venedos" tem
sido associado aos eslavos ocidentais, "sclavenos" aos eslavos do sul e "ants" (ou "antes") aos eslavos orientais.

Etimologia de 'eslavo'
Até mesmo a origem da palavra "eslavo" é controversa. Em eslavônico antigo a palavra que se refere a eslavo é
slovene. Há uma similaridade óbvia com a palavra slovo, que significa "palavra, conversa". Dessa forma slovene
significaria "povo que fala (a mesma língua)", "povos que se entendem mutuamente", em oposição à palavra eslava
para "germanos", nemtsi, que significa "povo mudo, calado" (do eslavo nemi - mudo, calado, tolo), comparado à forma
grega do termo "bárbaro".
Outra similaridade óbvia liga "eslavo" à palavra slava, que significa "glória" ou "elogio, enaltecimento". A palavra deriva
do verbo slyti, "ser conhecido", derivada do correspondente verbo causativo slaviti.
Às vezes "eslavo" é indicado como derivado da forma slov- pelo fenômeno claramente russo da acania (pronúncia da
letra "o" como um "a"). quase todas as nações eslavas que retêm seu nome inicial para "eslavo" usa a palavra slovene
para esse significado.
Alguns lingüístas acreditam, no entanto, que essa conexão óbiva ilude, por que, por exemplo, no russo o sufixo -yane
como em slavyane ocorre apenas nos adjetivos formados por nomes de lugares. Exemplo: anglichane.
Eslavos nos tempos históricos

Os eslavos emergiram da obscuridade quando os germanos e celtas se deslocaram para o ocidente nos séculos
V e VI (causado pelos ataques e invasões dos povos da Sibéria e da Europa Oriental, sobretudo hunos,
ávaros, búlgaros e magiares), iniciando a grande migração dos eslavos, que seguiram a trilha dos germanos:
deslocamento para oeste entre o rio Oder e a linha Elba-Saale; deslocamento para o sul na Boêmia, Morávia,
boa parte da atual Áustria, da planície panoniana e dos Bálcãs. E deslocamento para o norte ao longo do alto rio
Dniepre.
Quando os movimentos migratórios chegaram ao fim, apareceram entre os eslavos os primeiros rudimentos de
organizações de estado, cada um liderado por um príncipe com um tesouro e uma força de defesa; e o início das
diferenciações de classes, com a nobreza jurando lealdade aos imperadores francos e do sacro-império romano.

No século VII o nobre franco Samo, que apoiou os eslavos na guerra contra seus dominates ávaros, tornou-se o
governante do primeiro estado eslavo na Europa Central. A Caríntia, situada onde hoje estão Áustria e
Eslovênia era um estado eslavo; muito antigos também são o Principado de Nitra e o Principado Moraviano. Nesse
período existiram grupos e estados eslavos centrais, tal como o Principado de Balaton (ou Panoniano ou
Transdanubiano), mas a subseqüente expansão dos magiares e romenos, assim como a germanização da Áustria,
separaram os eslavos do norte dos do sul.

No começo da história dos eslavos, e continuando na escuridão da Idade Média, grupos não-eslavos eram
lentamente assimilados pelas populações falantes de idiomas eslavos: os búlgaros se eslavizaram e seu idioma turco
desapareceu; em outros casos, os eslavos foram assimilados por outros grupos, tais como romenos, magiares,
gregos etc. Os croatas e sérvios se miscigenaram provavelmente com os alanos e/ou com os ilírios.
Dificilmente qualquer tipo de unidade se desenvolveu entre os vários povos eslavos na Antiguidade, embora alguns
frágeis traços de cooperação apareçam. Por causa da vastidão e diversidade dos territórios ocupados pelos povos
eslavos, havia vários centros de consolidação eslavos, um processo que nunca foi completado por muitas razões. No
século XIX, o Pan-eslavismo se desenvolveu como um movimento entre intelectuais, acadêmicos e poetas, mas
que raramente influenciava as ações políticas. A Rússia czarista usou o pan-eslavismo como ideologia para justificar
suas conquistas territoriais na Europa Central e, dessa forma, a ideologia passou a ser associada ao imperialismo
russo. A experiência eslava comum do comunismo combinada com o repetido uso da ideologia pela propaganda
soviética após a Segunda Guerra Mundial dentro do Bloco Oriental (Pacto de Varsóvia) era uma força de
nivelamento obrigatória econômica e política da hegemonia da União Soviética dominada pelos russos, e dessa
forma desprezada pelas demais nações conquistadas. Uma união política notável do século XX que abrangiu vários
povos eslavos do sul foi a Iugoslávia, que hoje está desfeita.

A Alemanha Nazista, que propôs uma reinvidicada superioridade racial para os povos germânicos, particularmente
em relação aos povos eslavos e semitas, empreendeu uma escravização dos povos eslavos, e a redução de seu
número pelo assassinato da maioria da população. Como resultado, um grande número de eslavos foi assassinado
pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

Religião e alfabeto
Na religião, os eslavos tradicionalmente dividiram-se em dois grupos principais:
1. Aqueles associados às Igrejas Ortodoxas Orientais - a maioria dos russos, ucranianos, bielorrussos, sérvios,
búlgaros e macedônios, e alguns cárpato-rutênios (rusyns).
2. Aqueles associados à Igreja Católica Romana e Grega - poloneses, alguns sórbios, alguns checos, a
maioria dos eslovacos, croatas, eslovenos, alguns ucranianos, poucos sérvios, poucos macedônios e alguns
búlgaros.

Alguns sórbios professam o protestantismo, como também alguns eslovacos, e poucos checos e eslovenos. A
maioria dos bosniaks (muçulmanos bósnios), pomaks (muçulmanos búlgaros), gorani (grupo étnico do Kosovo) e
torbesh (muçulmanos macedônios) professam o islamismo.

As divisões religiosas entre católicos e ortodoxos se exarcebaram pelo uso do alfabeto cirílico pelos ortodoxos e
católicos gregos e do alfabeto latino pelos católicos romanos. De qualquer forma, a língua sérvia pode ser escrita em
ambos os alfabetos. Há também uma forma escrita latina para o bielorrusso, chamada alfabeto Lacinka. A língua
bósnia era escrita no alfabeto árabe até o começo do século XX.
Línguas
Dividem-se em três grupos, os eslavos ocidentais, orientais e meridionias, geograficamente, lingüisticamente,
culturalmente e geneticamente são distintos, porém possuem afinidades entre si que os tornam eslavos, mas o principal
motivo de serem denominados eslavos está em terem saído de um tronco racial em comum que possuía a mesma
língua.
Frísios
Os frísios ou frisões (frisii em latim) são mencionados pelo historiador romano Tácito em sua obra De Origine et situ
Germanorum (c. 98 d.C.). Tratava-se, ao que tudo indica, de um povo de marinheiros - o Mar do Norte, da
Bretanha até o leste da Dinamarca, chamava-se à época Mare Frisia. Pequenos grupos de frísios povoaram as
terras ao redor do mar e traços da colonização frísia são encontrados na Inglaterra, Escócia, Dinamarca,
Alemanha, Bélgica, França e, evidentemente, nos Países Baixos.
O território dos frísios seguia a costa continental do Mar do Norte desde a desembocadura do Reno até a do Ems, que
era a sua fronteira oriental, segundo a Geographica de Ptolomeu. Plínio, o Velho, registra na sua Belgica que
aquele povo foi conquistado pelo general romano Nero Cláudio Druso em 12 a.C., seguindo-se diversos levantes
relatados por Tácito, inclusive a dos batavos. A partir de então, a história dos frísios torna-se obscura até o contato
com os reinos merovíngio e carolíngio.

No século V, durante este período de "silêncio histórico", muitos dos frísios juntaram-se à emigração dos Anglo-
Saxões, os quais passaram pelo território frísio para depois invadir a Grã-Bretanha; os que permaneceram no
continente expandiram-se para o território recém desocupado pelos Anglo-Saxões. Por volta do fim do século VI, os
frísios ocupavam a costa até a desembocadura do Weser e continuaram a expandir-se no século VII, para Dorestad e
até mesmo Bruges. Esta foi a extensão máxima do território frisão, conhecida como a Frísia Magna.

Os frísios converteram-se ao Cristianismo por imposição do Reino Franco. São Wilfrid, São Willibrord e São
Bonifácio participaram da evangelização dos frísios.

Rugios

Os rugios eram uma tribo germânica cuja origem remonta à região de Rogaland no sul da Noruega, significando
literalmente 'terra enrrugada', devido ao relevo acidentado dos fiordes noruegueses. Do século
III a.C. até fins do
século I a.C., a população desta área migra para o sul em busca de áreas mais quentes, devido ao abaixamento das
temperaturas da Europa deste período. Estabelecem-se na ilha de Rügen, no mar Báltico, dando seu nome a esta
ilha. Fixam-se também na costa do mar Báltico, hoje Polônia. A tribo é primeiramente mencionada pelo escritor
romano Tácito no século I, em seu livro Germania. Segundo Tácito, os Rugii habitavam a costa do mar Báltico
entre os rios Vístula e Oder, eram vizinhos a leste dos godos e utilizavam escudos redondos e espadas curtas.
Existe um grande intervalo de registro histórico, com os rugios sendo citados após Tácito somente no século V. No
entanto, podem-se supor indiretamente alguns eventos. Pressionado por guerras contra os godos no fim do século I,
os rugios são encontrados deslocando-se para o sul, para a região do Danúbio e dos Cárpatos entre os anos 200 e
300. Em 390 se tornam um povo vassalo dos hunos invasores, junto a outras nações germânicas, como os
ostrogodos. Convertem-se ao cristianismo ariano. Em 451 participam, ao lado de Átila, na invasão à Gália e na
Batalha dos Campos Cataláunicos (batalha de Chalôns) (fonte Sidônio). Após a morte de Átila, em 454 ocorre
a Batalha do Rio Nedao, onde uma federação de povos germânicos derrota os hunos e alcança a independência.
Reino em Noricum

Uma parte da nação rugiana separa-se e é aceita dentro do Império Romano do Oriente, onde presta serviços
militares ao imperador em Constantinopla. Outros se juntam a Odoacro no golpe final contra o Império Romano
do Ocidente em 476. Outra parte da nação, entretanto, recebe a província romana de Noricum, para assentamento
e lá criam um reino após a débacle do império. Este reino, nas margens do Danúbio nas áreas que hoje são Áustria
e Hungria, recebe o nome de Rugiland. Neste período, se consideram aliados do poder romano, entretanto sofrem
ataques de nações germanas estrangeiras. Esta pressão motiva o rei rugio Flaccitheus a desejar passagem e migração
para a Itália, dentro das fronteiras do império. Para isso, necessita de permissão de passagem do reino ostrogodo da
Panónia (hoje Hungria) que negam passagem e os ameaçam. Os rugios, sob seu rei Flaccitheus, se unem a outras
tribos germânicas e atacam o reino ostrogodo em 469, sendo derrotados. Sentindo-se cercados pelos godos, que
controlam as as vias para a Itália, Feletheus, filho de Flacitheus casa-se com a princesa ostrogoda Gisa. Isto causa uma
divisão na família real rugia, com o irmão de Feletheus, Freduric, então governador de Vindobona (Viena) se opondo.
Neste momento vê-se a atuação de São Severino, uma latino vindo do império oriental. São tempos de desintegração
econômica, administrativa e militar, após o desaparecimento da autoridade imperial romana. Existe fome. São Severino
auxilia a população rugia e romana de Noricum, principalmente no rio Danúbio, na divisa do reino, em suas pelejas
contra os alamanos, hérulos e turíngios além-fronteira. Em um evento distinto, a população romana de Noricum se
move para a cidade independente de Lauriacum para escapar dos impostos e imposições do rei rugio Feletheus. Este,
temendo que esta população se junte aos alemanes e demais povos além-fronteira, e desejando a retomada dos
tributos dessa população, move-se para Lauriacum com a intenção de forçá-los a irem para cidades controladas pelo
reino. São Severino intervem e convence Feletheus a permitir a volta dos romanos para suas próprias cidades.
Estabelece-se uma aliança entre Feletheus e São Severino. Com a morte de São Severino em 482, Freduric, irmão de
Feletheus, saqueia os mosteiros de São Severino próximos a Vindobona. Dois anos depois, em 484, Freduric é
morto por vingança por Frederic, filho de Feletheus. Esse ato agrava a relação do reino Rugio com o reino da Itália
comandado pelo germano Odoacro. Odoacro teme uma invasão rugia em seu reino, sabendo que o imperador em
Constantinopla Zenão I incentiva Feletheus a mover-se nessa direção. A relação entre o reino da Itália, teoricamente
vassalo ao Império Romano do Oriente, estava deteriorando desde anos anteriores. Odoacro toma a iniciativa e ataca o
reino rugio campanha em 487 (fonte Paulo Diácono, cap.I.xix). Em uma batalha no atual monte Kahlenberg em Viena,
derrota-os. Leva o rei Feletheus e a rainha Giso prisioneiros para Ravenna, aonde são posteriormente executados.
Frederic, filho de Feletheus, tenta uma reorganização do reino, mas é derrotado por Onulf, irmão de Odoacro, em
488.

Entrada na Itália

As campanhas de Odoacro em Noricum deixam a região devastada. Onulf transfere a população romana do
Danúbio para a Itália em 488, enquanto Frederic e os rugios derrotados também se movem, em direção a leste.
Chegando a Novæ, provincia da Mésia, nos Bálcãs, se unem aos ostrogodos sob comando de Teodorico em sua
marcha para a invasão da Itália em 489 em aliança com o imperador Zenão I. Odoacro é o alvo das forças
ostrogodas e rugias, com o incentivo imperial. Entrando na Itália, os rugios são inicialmente assentados em Pavia e
responsáveis pela proteção da Ligúria. Em 491 Frederic se rebela contra Teodorico durante o ataque a Ravenna e
se alia ao general Tufa, de Odoacro. O motivo são os mau tratos à população romana por Teodorico durante a guerra,
aos quais os rugios têm como amigos desde os anos do reino em Noricum. No entanto Frederic morre em 492. Os
rugios então voltam a aliar-se a Teodorico. Encerra-se a dinastia real rugia. Em 492 Teodorico derrota Odoacro e
termina a conquista da Itália pelos ostrogodos. Na Itália, sob o governo ostrogodo, os rugios mantém sua identidade
nacional(fonte Procopius) por meio de banimento de casamentos inter-étnicos e de possível separação geográfica dos
assentametnos ostrogodos. Em 541, durante invasão da Itália pelo Império Bizantino ordenada pelo imperador
Justiniano e dirigida pelo general Belisário, a morte do rei ostrogodo Ildibaldo deixa o trono vago. Neste
momento, Erarico, um rugio, é proclamado rei dos rugios e ostrogodos. Este movimento ousado dos rugios vassalos
tem o consentimento de Belisário, como condição para aceitação de uma trégua na guerra, e também dos ostrogodos
por falta de um sucessor entre os seus para indicação. Porém seu governo foi curto. Uma facção ostrogoda desconfia
da fidelidade de Erarico e assassina-o cinco meses depois, declarando Totila novo rei ostrogodo. Os rugios
continuam sob governo ostrogodo até a derrota final para o Império Bizantino em 553. Deste momento em diante
cessam os registros históricos de ambos os povos. Sua população se mescla na história medieval com a população
autóctone romano-italiana.

Registros dos rugios em Rogaland

Existe um registro nas sagas nórdicas de um rei rugio, Erling Skjalgsson, que viveu em torno do ano 1000, em
Rogaland. É o único rei rugio (Rygekongen) presente nas sagas. Isto mostra a permanência de população rugia na terra
original de Rogaland em períodos posteriores à migração ao sul do século III a.C. Neste período, dos Vikings, a
região era chamada de Rygjafylke (pron. Rugia-fulke). Seus dialetos do norueguês antigo eram: Dalarne, Jaerderen,
Ryfylke.

Outros Registros

• Com a derrota de Átila e seus aliados na Batalha dos Campos Cataláunicos (batalha de Chalôns) em
451, alguns rugios que não retornam aos Cárpatos se juntam aos anglos e saxões na conquista anglo-
saxã da Inglaterra. A participação de rugios nesta invasão, em torno do ano 450, é registrada por Beda,
monge inglês do século VII, denominando-os Rugini.

• Existe o argumento de que os letões descendem em alguma proporção dos rugios e que o nome de sua
capital Riga, teria vindo de Rugia.

Saxões

Os saxões eram um povo germânico grande e poderoso que vivia no território que é hoje o noroeste da Alemanha
e o leste da Holanda (mas não na área hoje conhecida como Saxónia). Foram mencionados pela primeira vez pelo
geógrafo Ptolomeu que os localizou no sul da Jutlândia e no actual Schleswig-Holstein, de onde aparentemente
se expandiram para sul e para oeste.
No século 1 os Saxões tiveram uma influência importantíssima na unificação das regiões da Inglaterra. Buscaram um
novo território na Britânia (província romana). O porque dessa migração, não se sabe ao certo, mas muito
provavelmente deve-se à destruição causada pelos poderoso Hunos e talvez por mudanças climáticas. Durante os
Séculos IV e principalmente V, os saxões começaram uma forte investida contra a ilha, em busca de colonização. O
Império Romano acabou deixando a ilha e os saxões, nos séculos VI, VII, VIII e IX foram, aos poucos,
dominando a Península, começando pelo leste. Em seguida, capturaram o centro da Ilha, chegando até o Mar de
Severn. Por um tempo, a atual Escócia e a Cornualha ficaram livres, assim como o atual País de Gales. Porém,
mais tarde, os saxões tomaram também a Cornualha e a Escócia, mas não conseguiram capurar o País de Gales,
apesar de que reinos como Powys, hoje o maior estado-distrito de Gales, que alcançavam áreas da atual Inglaterra
além de áreas do País de Gales terem perdido grande parte de suas posses (obviamente, as regiões que ficavam na
atual Inglaterra).
Concluiu-se que os saxões derrotaram quase que totalmente os celtas na Grã-Bretanha, já que Gales é, em sua
maioria, de terreno rochoso e pobre. Os reinos galeses não tinham condições mais de se opor aos saxônicos, que se
tornaram os verdadeiros donos da Inglaterra.

Os saxões não conseguiram invadir apenas o que hoje é chamado de País de Gales.
No mesmo século, na Inglaterra, os saxões sofreram com a invasão dos Vikings da Dinamarca, que procuravam se
instalar nas terras inglesas. Tomaram grande parte dos reinos saxônicos, mas foram parados e, depois, expulsos da
Inglaterra por Alfredo de Inglaterra, o Grande.
Os reinos saxônicos caíram, finalmente, no século XI. Mas não pelas mãos dos galeses e sim dos normandos, liderados
por Guilherme, o Conquistador.

O autor Bernard Cornwell, em suas Crõnicas Saxônicas, descreve vários detalhes da vida deste povo
Atualmente
Os Saxões, vivem e são os atuais Holandeses, Belgas (flamengos) , Alemães de determinadas regiões do norte, Ingleses, e com o
advento da imigração se espalharam além mar, para Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia entre outros ...

Lombardos

Os lombardos (em latim, langobardi) eram um povo germânico, oriundo da Escandinávia, que invadiu o
território outrora pertencente ao Império Romano. Em 568 d.C., adentraram a Itália, chefiados pelo Rei
Alboíno, derrotando a pequena guarnição bizantina de Milão e conquistando o norte da península italiana
até a Toscana. A capital do novo Reino da Lombardia era Pavia.

Burgúndios

Burgúndios ("os Montanheses"), são um antigo povo de origem escandinava. No Baixo Império Romano,
instalaram-se na Gália e na Germânia na qualidade de federados. Tendo procurado se estender na Bélgica, foram
abatidos por Aécio em 436 e transferidos para Savóia. De lá, eles se espalharam nas bacias do Saône e do
Ródano. Foram submetidos pelos francos em 532 e seu território foi reunido à Nêustria. Deram seu nome à
Borgonha.
História antiga

Origens tribais
A tradição burgúndia da origem escandinava encontra suporte na evidência dos topônimos e na arqueologia (Stjerna) e
muitos consideram essa tradição como correta. Possivelmente por que a Escandinávia estava além do horizonte das
antigas fontes romanas, incluindo Tácito (que menciona apenas uma das tribos escandinavas, os suiones), els não
sabiam de onde os burgúndios vinham, e as primeiras referências romanas os localiza a leste do Reno (inter alia,
Ammiano Marcellino, XVIII, 2, 15). Fontes romanas antigas indicam que eles eram simplesmente outra tribo
germânica oriental.

Aproximadamente em 300, a população de Bornholm (a ilha dos burgúndios desapareceu abundantemente da ilha.
Muitos cemitérios pararam de ser usados, e naqueles que ainda eram usados havia poucos sepultamentos (Stjerna, in
Nerman 1925:176).

No ano de 369, o imperador Valentiniano I alistou para ajudá-lo na sua guerra contra as tribos germânicas, os
alamanos (Ammianus, XXVIII, 5, 8-15). Nessa época, os burgúndios possivelmente vivendo da bacia do Vístula, de
acordo com o historiador dos godos da metade do século VI, Jordanes. Algum tempo após a guerra contra os
alamanos, os burgúndios foram derrotados em batalha por Fastida, rei dos gépidos, sendo subjugados, quase
aniquilados.
Aproximadamente quatro décadas depois, os burgúndios reapareceram. Seguindo a retirada das tropas do general
romano Stilicho para atacar Alarico I o visigodo em 406-408, as tribos do norte cruzaram o Reno e entraram no
Império Romano na Völkerwanderung, ou migrações germânicas. Entre elas estavam os alanos, vândalos, suevos e
possivelemnte os burgúndios. Os burgúndios migraram para oeste e se estabeleceram no vale do Reno.

HAvia, ao que parece naquela época um relacionamento amigável entre os hunos e os burgúndios. Era um costume
huno entre as mulheres ter seu crânio alongado artificialmente por um amarrador apertado na cabeça quando a criança
ainda era um bebê. Túmulos germânicos são às vezes encontrados com ornamentos hunos e também com crânios de
mulheres alongados; a oeste do Reno apenas sepulturas burgúndias contém um grande número desses crânios
(Werner, 1953).

Religião

Em algum lugar no leste europeu os burgúndios se converteram ao arianismo, o que passou a ser uma fonte de
suspeita e desconfiança entre os burgúndios e o Império Romano Ocidental católico. As discórdias eram acalmadas por
volta de 500, porém, Gundobad, um dos últimos reis burgúndios, manteve uma amizade pessoal próxima com Ávito,
o bispo católico de Viena. Além disso, o filho e sucessor de Gundobad, Sigismundo, era católico, e há evidências
que muitos dos burgúndios tenham se convertido na mesma época, incluindo várias mulheres membros da família
governante.

Antiga relação com os romanos


Inicialmente, os burgúndios parecem ter tido um relacionamento tempestuoso com os romanos. Eles eram usados pelo
império para se defender de outras tribos, mas também penetravam nas regiões fronteiriças e expandiam sua influência
quando possível.

Os reinos burgúndios

O primeiro reino

Em 411, o rei burgúndio Gundahar (ou Gunther ou Gundicar) instalou um imperador fantoche no Império Romano,
Jovino, em cooperação com Goar, rei dos alanos. Com a autoridade do imperador gaulês que ele controlava,
Gundahar se estabeleceu na margem (romana) esquerda do Reno, entre os rios Lauter e Nahe, apoderando-se de
Worms, Speier e Estrasburgo. Aparentemente como parte de uma trégua, o imperador Honório mais tarde
concedeu a eles as terras. (Prosper, a. 386)

Apesar do seu novo estatus de foederati, as incursões burgúndias na Gallia


Belgica se tornaram intoleráveis e
foram brutalmente encerradas em 436, quando o general romano Aécio convocou mercenários hunos que
subjugaram o reino do Reno (que tinha sua capital no antigo assentamento celta romano de Borbetomagus/Worms) em
437. Gundahar foi morto em combate, de acordo com o que foi relatado pela maioria das tribos burgúndias. (Prosper;
Chronica Gallica 452; Hydatius; Sidônio Apolinário)
A destruição de Worms e do reino burgúndio pelos hunos se tornou o assunto de lendas heróicas que foram mais tarde
incorporadas no Nibelungenlied.

O segundo reino

Por razões não citadas nas fontes, aos burgúndios foi concedido o status de foederati uma segunda vez, e em 443 eles
foram reassentados por Aécio na região de Sapaudia (Chronica Gaellica 452). Apesar de a Sapaudia não corresponder
a qualquer região atual, os burgúndios provavelmente viveram próximos a Lugdenensis, a atual Lyon (Wood 1994,
Gregory II, 9). Um novo rei, Gundioc ou Gunderico, presumivelmente um filho de Gundahar, parece ter reinado a partir
da morte de seu pai (Drew, p. 1). Ao todo, oito reis burgúndios da casa de Gundahar governaram até o reino ser
invadido pelos francos em 534.
Como aliados de Roma nas suas últimas décadas, os burgúndios lutaram ao lado de Aécio e de uma confederação de
visigodos e outras tribos na derrota final de Átila na Batalha de Chalons em 451. A aliança entre os burgúndios e
os visigodos parece ter sido forte, com Gundioc e seu irmão Chilperic I acompanhando Teodorico II à península
Ibérica para atacar os suevos em 455. (Jordanes, Getica, 231)

Aspirações ao império
Também em 455, uma referência ambígua infidoque tibi Burdundio ductu (Sidônio Apolinário in Panegyr. Avit. 442)
envolve um desconhecido líder traidor burgúndio no assassinato do imperador Petrônio Máximo no caos que
precedeu o saque de Roma pelos vândalos. O aristocrata Ricimer também foi acusado; esse evento marca o primeiro
indício de ligação entre os burgúndios e Ricimer, que era provavelmente cunhado de Gundioc e tio de Gundobad. (John
Malalas, 374)

Os burgúndios, aparentemente confiantes no seu poder crescente, negociaram em 456 uma expansão territorial e um
arranjo de divisão de forças com os senadores romanos locais. (MArius of Avenches)

Em 457, Ricimer causou auqeda de outro imperador, Ávito, conduzindo Majoriano ao trono. O novo imperador
mostrou ser imprestável para Ricimer e para os burgúndios. Um ano após a sua ascensão, Majoriano expulsou os
burgúndios das terras que eles haviam adquirido dois anos antes. Após mostrar leves sinais de independência, ele foi
assassinado por Ricimer em 461.

Dez anos depois, em 472, Ricimer - que agora era genro do imperador romano ocidental Antêmio - estava conspirando
com Gundobad para matar seu sogro; Gundobad decapitou o imperador (aparentemente pessoalmente) (Chronica
Gallica 511; João de Antióquia, fr. 209; Jordanes, Getica, 239). Ricimer então indicou Anício Olíbrio|Olíbrio); ambos
morreram, surpreendentemente de causas naturais, em poucos meses. Gundobad parece então ter sucedido seu tio
como aristocrata e fazedor de reis, e elevou Glicério ao trono. (Marius de Avenches; João de Antióquia, fr. 209)

Em 474, a influência burgúndia sobre o império parece ter terminado. Glicério foi deposto em favor de Júlio Nepos, e
Gundobad retornoua à Borgonha, presumivelmente na morte de seu pai Gundioc. Nessa época ou um pouco depois, o
reino burgúndio foi dividido entre Gundobad e seus irmãos, Godigisel, Chilperic II e Gundomar I. (Gregório, II, 28)

Consolidação do reino

De acordo com Gregório de Tours, os anos seguintes ao retorno de Gundobad à Borgonha viram uma sangrenta
consolidação de poder. Gregório declara que Gundobad assassinou seu irmão Chilperic, afogou sua esposa e exilou
suas filhas (uma das quais se tornou a esposa de Clóvis I o franco, e foi responsável pelo que dizem pela sua
conversão) (Gregory, II, 28). Isso é contestado, por exemplo por Bury, que aponta problemas na cronologia de Gregório
para os eventos.

Por volta de 500, Gundobad e Clóvis I entraram em guerra, e Gundobad parece ter sido traído por seu irmão
Godegisel, que se uniu aos francos; juntas as forças de Godegisel e Clóvis I "esmagaram o exército de Gundobad"
(Marius a. 500; Gregory, II, 32). Gundobad esteve temporariamente escondido em Avignon, mas foi capaz de reagrupar
seu exército e saquear Viena, onde Godigisel e muitos de seus seguidores foram executados. A partir daí, Gundobad
parece ter sido o único rei da Borgonha. Isso implicaria que seu irmão Gundomar já estava morto, apesar de não haver
nenhuma menção a isso nas fontes da época.
Ou Gundobad e Clóvis I se reconciliaram e esqueceram suas diferenças, ou Gundobad foi forçado a algum tipo de
vassalagem após a vitória anterior de Clóvis I, com o rei burgúndio ajudando os francos em 507 na vitória contra Alarico
II, rei dos visigodos.

Durante a revolta, em algum momento entre 483 e 501, Gundobad começou a apresentar a Lex Gundobada, lançando
aproximadamente a primeira metade dela, que foi extraída da Lex Visigothorum. Após consolidar o poder, entre 501 e
sua morte em 516, Gundobad apresentou a segunda metade de suas leis, que eram originalmente burgúndias.
Queda do segundo reino

Os burgúndios havia estendido seu poder sobre todo o sudeste da Gália, ou seja, o norte da Itália, o oeste da Suíça,
e o sudeste da França. Em 493, Clóvis I, rei dos francos, casou-se com a princesa burgúndia Clotilda, filha de
Chilperic.

Após iniciamente se aliar a Clóvis I contra os visigodos no começo do século VI, os burgúndios foram finalmente
conquistados pelos francos em 534. O reino burgúndio passou a fazer parte dos reinos merovíngios, e os
burgúndios foram amplamente absorvidos por eles.

As leis burgúndias
Os burgíndios deixaram três códigos legais, que estão entre os mais antigos das tribos germânicas.
O Liber Consitutionum sive Lex Gundobada (O Livro da Constituição Segundo a Lei de Gundobad), também conhecida
como Lex Burgundionum, ou mais simplesmente Lex Gundobada ou ainda Liber, foi lançado em várias partes entre 483
e 516, principalmente por Gundobad, mas também por seu filho, Sigismund. Era um registro das leis costumeiras e
típicas de muitos códigos de leis germânicos desse período. Particularmente, o Liber copiou o Lex Visigothorum e
influenciou o posterior Lex Ribuaria. O Liber é uma das fontes primárias da vida burgúndia daquela época, e também da
história de seus reis.
Como muitas das tribos germânicas, as tradições legais burgúndias permitiam a aplicação de leis distintas para etnias
diferentes. Dessa forma, em adição à Lex Gundobada, Gundobad também lançou (ou codificou) um conjunto de leis
para os assuntos romanos do reino burgúndio, a Lex Romana Burgundionum (A Lei Romana dos Burgúndios).
Somando-se aos dois códigos acima, o filho de Gundobad, Sigismund, publicou depois o Prima Constitutio.

Origem do nome
O nome dos burgúndios era antes ligado à região da moderna França que ainda mantém seu nome. Entre os séculos VI
e XX, contudo, as fronteiras e as conexões políticas da região mudaram com freqüência; nenhuma dessas mudanças
teve algo a ver com os burgúndios originais. O nome burgúndios refere-se aos habitantes do território da Borgonha. Os
descendentes dos burgúndios hoje são encontrados inicialmente entre os fraco-falantes da Suíça e nas regiões
fronteiriças da França.

Observações

Referências
• Bury, J.B. The Invasion of Europe by the Barbarians. (A Invasão da Europa pelos Bárbaros) London: Macmillan
and Co., 1928.
• Dalton, O.M. The History of the Franks, by Gregory of Tours. (A História dos Francos, por Gregory de Tours)
Oxford: The Clarendon Press, 1927.
• Drew, Katherine Fischer. The Burgundian Code. (O Código Borgonhês) Philadelphia: University of Pennsylvania
Press, 1972.
• Gordon, C.D. The Age of Attila. (A Época de Átila) Ann Arbor: University of Michigan Press, 1961.
• Murray, Alexander Calder. From Roman to Merovingian Gaul. (Da Gália Romana à Merovíngia) Broadview
Press, 2000.
• Musset, Lucien. The Germanic Invasions: The Making of Europe AD 400-600. (As Invasões Germânicas: A
Formação da Europa de 400 a 600 d.C.) University Park, PA: The Pennsylvania State University Press, 1975.
• Nerman, Birger. Det svenska rikets uppkomst. Generalstabens litagrafiska anstalt: Stockholm. 1925.
• Rivers, Theodore John. Laws of the Salian and Ripuarian Franks. New York: AMS Press, 1986.
• Rolfe, J.C., trans, Ammianus Marcellinus. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1950.
• Shanzer, Danuta. ‘Dating the Baptism of Clovis.’ In Early Medieval Europe, volume 7, pages 29-57. Oxford:
Blackwell Publishers Ltd, 1998.
• Shanzer, D. and I. Wood. Avitus of Vienne: Letters and Selected Prose. Translated with an Introduction and
Notes. Liverpool: Liverpool University Press, 2002.
• Werner, J. (1953). "Beiträge sur Archäologie des Attila-Reiches", Die Bayerische Akademie der Wissenschaft.
Abhandlungen. N.F. XXXVIII-A Philosophische-philologische und historische Klasse. Münche
• Wood, Ian N. ‘Ethnicity and the Ethnogenesis of the Burgundians’. In Herwig Wolfram and Walter Pohl, editors,
Typen der Ethnogenese unter besonderer Berücksichtigung der Bayern, volume 1, pages 53–69. Vienna:
Denkschriften der Österreichische Akademie der Wissenschaften, 1990.
• Wood, Ian N. The Merovingian Kingdoms. Harlow, England: The Longman Group, 1994.
Alamanos

Os alamanos eram um povo germânico ocidental, assim denominados pelos romanos, o povo de todos os homens.
Eles próprios, entretanto, preferiam chamar-se de Suábios. Desde o século
III tentaram infiltrar-se pela fronteira
romana do Reno-Danúbio. Séculos afora persistiram nessa pressão colonizadora, sendo, porém, sempre contidos,
principalmente pela oposição dos Francos. Tal resistência fez com que os ALAMANOS se desviassem e se
concentrassem nas atuais regiões da Alsácia, Lorena, Baden-Württemberg e a Suíça.

Os alamanos (Alamanni, Allemanni, ou Alemanni) eram uma aliança militar de tribos germânicas habitando a região
em torno do alto rio Meno, onde hoje é a Alemanha. A aliança era agressiva por natureza, formada tendo como
propósito atacar a província romana da Germânia Superior. Seguiram o modelo da primeira aliança tribal germânica,
a dos francos, que primeiro impediram os romanos de prosseguir ao norte do baixo Reno e em seguida invadiram a
província romana da Germânia Inferior.

O Reno tornou-se a fronteira entre a Gália romana e a Alemanha tribal. Germanos, celtas e tribos etnicamente
misturadas desses dois povos ali se fixaram, com os romanos estabelecidos em dois distritos, Germânia Inferior e
Superior, no baixo e alto Reno respectivamente. O nome da alta Alemanha sobrevive no departamento francês do
Haut-Rhin. Ele incluía a região entre o alto Reno e o alto Danúbio (a Floresta Negra, bem maior que atualmente),
que os romanos chamavam de Agri Decumates, "campos Decumates". Os Decumates são ainda mais antigos, de
proveniência desconhecida.
Unidos, os alamanos atacaram a Germânia Superior e deslocaram-se para os Agri Decumates. Lá eles se tornaram
uma confederação, ocupando o que hoje é a Alsácia e se expandindo para o Palatinado (região da Alemanha ao sul
de Rheinland-Pfalz), assim como para partes das atuais Baviera e Áustria. Tornaram-se um estado, às vezes
independente, mais freqüentemente sob domínio franco, sendo depois chamado Alemanha por causa deles (Allemagne
em francês, Alemania em espanhol).
A região sempre foi dispersa e compreendida de distritos diferentes, devido a sua origem variada. A diocese de
Estrasburgo data de cerca de 614, a de Augsburgo de 736, a de Mainz (arquidiocese) de 745, a de Basiléia,
de 805. O Ducado da Alamânia na Suábia codificou suas leis diferenciadas sob Carlos Magno. Hoje, os
descendentes dos ALAMANOS estão divididos entre quatro nações: França (Alsácia), Alemanha (Suábia e outros
lugares), Suíça e Áustria. O alemão falado nestas regiões são dialetos diferentes.

Rio Reno e lago Constance

Língua

A língua alemã falada que abrangia os antigos alamanos é denominada alemânico, um subgrupo dos dialetos do alto
alemão. Inscrições rúnicas alemânicas como o elevo Pforzen estão entre os mais antigos testemunhos do alto
alemão antigo. Acredita-se que a segunda mutação consonântica tenha se originado por volta do século V na
Alemânia ou entre os lombardos; tribos alemânicas anteriores a essa época certamente não falavam um dialeto alto
alemão, e sim provavelmente um dos ainda pouco diferenciados dialetos germânicos ocidentais.

Formação

Os alamanos emergiram a partir dos irminones. De acordo com Asinius Quadratus, seu nome - "todos os homens"
- indica que eles eram uma conglomeração de várias tribos formadas de bandos guerreiros, similar aos contemporâneos
hunos. Não há razão para duvidar dessa etimologia, que é clara e específica. Outra fonte afirma que a raiz de alamano
é al- da qual também deriva a palavra grega allos, "diferente, estranho", e a palavra do antigo alto alemão Elisâzzo,
"Elzaz ou Alsácia", que significa "a terra no outro lado do Reno". Pode haver poucas dúvidas, contudo, que os antigos
Hermunduri formavam a maioria da nação composta. Outros grupos incluíam os Brisgavi, Juthungi,
Bucinobantes, Bentienses e talvez os Armalausi. Aliados próximos dos alamanos eram os germânicos orientais
suevos. Os hermunduri tinham aparentemente pertencido aos suevos, mas é provável que reforços de novas tribos
suevas os tenham deslocado para oeste. Nos últimos tempos os nomes alamanos e suevos parecem ter se tornado
sinônimos, embora alguns dos suevos tenham depois migrado para a Hispânia e lá estabelecido um reino
independente que durou até o século VI.

Conflitos com o Império Romano

Alsácia
Os alamanos estavam em estado contínuo de conflito com o Império Romano. Eles iniciaram a mais importante
invasão da Gália e norte da Itália em 268, quando os romanos foram forçados a expor grande parte da sua fronteira
germânica enquanto respondiam à massiva invasão dos godos. Seus saques em toda a Gália foram traumáticos:
Gregório de Tours (morto c. 594) manciona sua força destrutiva à época de Valério e Galiano (253-260), quando
os alamanos reunidos sob seu "rei", a quem eles chamavam Chrocus, "pelo aviso, é dito, de sua pátria, invadiram tudo
dos gauleses, e destruíram todos os templos até as fundações, templos que haviam sido construídos em tempos
antigos. E chegando a Clermont incendiaram, derrubaram e destruíram aqueles santuários que eles chamavam Vasso
Galatae na língua galesa", martirizando muitos cristãos ((Historia Francorum Livro I.32–34). Dessa forma, galo-
romanos partidários de Gregório, cercados pelas ruínas dos templos romanos e prédios públicos, atribuíram a
destruição por eles vista às incursões saqueadoras dos alamanos.

No começo do verão de 268, o imperador Galiano parou o avanço dos alamanos na Itália, mas ele havia negociado
com os godos. Quando a campanha gótica terminou na vitória romana na batalha de Naissus em setembro, o sucessor
de Galiano, Cláudio II, se voltou para o norte e negociou com os alamanos, que haviam se espalhado por todo Itália
ao norte do rio Pó.
Após os esforços para assegurar uma retirada pacífica falharem, Cláudio forçou os alamanos à batalha do Lago
Benacus em novembro. Os alamanos foram derrotados, forçados a voltar à Germânia, e não ameaçaram o território
romano por muitos anos depois.

Sua mais importante batalha contra Roma aconteceu em Argentoratum (Estrasburgo) em 357, quando foram
derrotados por Juliano, último imperador de Roma, sendo o rei alamano Chnodomar ("Chonodomarius") feito
prisioneiro.

Em 2 de janeiro de 366 os alamanos cruzaram o Reno congelado em grande número, para invadir as províncias
galesas.

Na grande invasão de 406, onde vários povos entraram no Império Romano, os alamanos parecem ter cruzado o rio
Reno, conquistando e então se fixando onde hoje é a Alsácia e grande parte da Suíça. A Crônica de Fredegar conta
que em Alba Augusta (Aps) a devastação foi tão completa que o bispado foi removido para Viviers, mas Gregório
conta que em Mende, Lozère, também no coração da Gália, o bispo Privatus foi forçado a sacrifícios a ídolos em várias
cavernas onde eram antes venerados, o que deve resumir os horrores da violência bárbara.

Lista de batalhas entre romanos e alamanos

• 268, Batalha do Lago Benacus - os romanos, sob a liderança do imperador Cláudio II, derrotam os alamanos.
• 271
• Batalha de Placência - o imperador Aureliano é derrotado pelas forças alamanas que invadem a
Itália.
• Batalha de Fano - Aureliano derrota os alamanos, que iniciam a retirada da Itália
• Batalha de Pavia - Aureliano destrói o exército em fuga dos alamanos.
• 298
• Batalha de Lingones - o imperador Constâncio Cloro derrota os alamanos.
• Batalha de Vindonissa - nova vitória de Constâncio sobre os alamanos.
• 356, Batalha de Reims - o imperador Juliano é derrotado pelos alamanos.
• 357, Batalha de Estrasburgo - Juliano expulsa os alamanos da Renânia.
• 367, Batalha de Solicinium - os romanos sob o imperador Valentiniano I derrota outra incursão alamana.
• 378, Batalha de Argentovaria - o imperador romano ocidental Graciano vence novamente os alamanos.
Alamanos e Francos

Alemânia (vermelho) e Alta Borgonha (verde) por volta do ano 1000.

O reino (ou ducado) da Alamânia entre Estrasburgo e Ausgsbusgo durou até 496, quando os alamanos foram
conquistados por Clóvis I na batalha de Tolbiac. A guerra com os alamanos formou o cenário da conversão de
Clóvis, brevemente descrita por Gregório de Tours (Book II.31). Subseqüentemente os alamanos passaram a
fazer parte dos domínios francos e foram governados por um duque franco.

Em 746, Carlomano acabou com um levante alamano executando sumariamente toda a nobreza alamana em
Cannstatt, e por todo o século seguinte, a Alamânia foi governada por duques francos. Após o Tratado
de Verdun de
843, a Alamânia se tornou uma província do reino oriental de Luís o Germânico, precursor do Sacro Império
Romano-Germânico. O ducado persistiu até 1268.

QUEM ERAM OS GERMÂNICOS


Os romanos chamavam germânicos a todos os povos que habitavam a região da Europa Central limetada ao norte pelo
Mar do Norte e o Báltico, ao leste pelo Vístula, ao sul pelos Cárpatos e o Danúbio e ao oeste pelo Reno.
Falavam um dos ramos da língua indo-européia, tinham estruturas sociais comuns, adoravam os mesmos deuses e
eram uma raça guerreira, que preferia ganhar novas terras mediante luta para não macular seus bosques sagrados.
Quando os romanos contataram com eles por primeira vez, chocou-lhes tanto seu ambiente físico (as terras que
habitavam eram um continuo bosque, não havia caminhos nem pontos, o clima era rude e a fauna para eles era
estranha) como seus costumes (estavam em um estado de civilização muito inferior ao dos países da parte meridional
de Europa, viviam formando tribos que subsistiam da agricultura, caça, pesca e dos animais domésticos). As famílias
tinham direito a vingar as afrontas feitas a quaisquer de seus membros e se uniam nas discórdias familiares e nas lutas
tribais. A guerra e a anarquia eram normais e continuas em sua forma de viver. Também eram normais a mobilidade no
território e as alianças entre tribos (por exemplo os francos eram uma aliança entre tribos que viviam ao largo das
margens do Reno e que eram principalmente os sicambos, chamaios, cattos, cattoarios e reforços de tribos por eles
derrotadas como os caucos). Eram germânicas numerosas tribos e para melhor entendimento, são divididas em três
grandes grupos. Os mais famosos, ainda que não os únicos eram:- os do Leste, chamados Godos e viviam entre o rio
Oder e o Vístula, região que abandonaram ao final do século 1 a. C. Acabaram estabelecendo-se na Itália e Espanha. -
Os do Norte: Emigraram para os países escandinavos, e serão os que chamaremos vikings. Os do Oeste-
(antepassados de anglo-saxões e alemães) emigraram uns para o Reno e o Danúbio onde começaram a lutar contra os
romanos, e os outros atravessaram o mar e ocuparam Grã-Bretanha.
A SOCIEDADE dos GERMÂNICOS

Sua antiga sociedade se dividia em três grandes classes sociais. O escalão mais baixo estava formado pelos escravos,
que o eram de nascimento ou por ser prisioneiros de guerra. Não tinham nenhum tipo de direito e estavam obrigados a
realizar os trabalhos mais rudes. Logo estavam os homens livres, que eram todos iguais em direitos. Eram proprietários
hereditários das terras que exploravam, e tinham a capacidade legal de levar armas e assistir à Assembléia da
comunidade. Conquanto tenham havido tendências "democráticas" nas instituições da maioria das tribos, as decisões
importantes se tomavam nesta Assembléia de homens livres ou THING. Por último estavam os nobres. O Thing se
celebrava uma ou duas vezes ao mês, era dirigido pelos mais velhos, por serem a memória vivente das leis, que não se
punham por escrito até o século 12. O Thing funcionava também como um tribunal, e ambas partes apresentavam seus
alegações por si mesmas. As sanções para delitos menores eram normalmente multas, para as mais graves havia
condenações ao desterro ou morte. Alguns membros preferiam resolver suas diferenças mediante a HOLMGÄNGA, que
era um duelo até a morte em um recinto fechado, e que até o século 10 se considerou como uma forma legal e quase
mágica de resolver as diferenças. Também se elegia nesta Assembléia o chefe, votação que se efetuava golpeando o
escudo com a espada. O grupo de parentesco era muito importante para o respeito da lei e a responsabilidade mútua.
O homem livre tinha várias mulheres: a legítima responsável da casa, e as concubinas, normalmente escravas. Todo o
grupo familiar vivia em uma única casa. À cabeça da tribo havia um chefe, normalmente um nobre, com seu grupo de
guerreiros os quais mantinha em paz e o acompanhavam na guerra. Estes chefes tinham mais terras que o resto dos
membros da tribo, e as cultivavam os servos ou escravos a seu serviço. Empregava suas riquezas para premiar seus
homens, homens que se agrupavam de preferência junto a um chefe belicoso, já que a guerra era um meio de
enriquecimento. A fidelidade ao chefe superava às vezes os laços de parentesco e os homens preferiam morrer ao
redor de seu chefe morto que se rendere ou escapar. Um guerreiro afortunado podia chegar a chefe, enriquecer e
aumentar mais seu poder. Esta instituição levava a continuas guerras e estas guerras por sua vez aumentavam o poder
do chefe, dando às vezes lugar a uma monarquia de tipo eletivo, sobre uma tribo inteira ou uma subtribo. A maioria dos
chefes vinham já de uma família considerada como nobre. Dentre todas as famílias, sempre havia uma que se dizia
descendente dos deuses (geralmente de Odin, já que parece que os nobres estavam especialmente dedicados a seu
culto), e de seus membros se podia eleger - se desejado - um soberano tribal. O objetivo da eleição de um chefe único
ou rei era a necessidade de unidade para uma luta comum, ainda que a maioria das tribos tenham terminaram adotando
a monarquia.
O MUNDO SEGUNDO OS GERMÂNICOS
Os germânicos imaginaram o mundo da seguinte forma:
1- COMO uma CIRCUNFERÊNCIA rodeada pelas águas, nas quais vivia a serpente monstruosa Midgard. Por debaixo
de Midgard estava o Niflheim, e mais profundo ainda se localizava o país dos mortos que era úmido, glacial, sombrio e
cuja entrada era guardada por um cão.
2- com PARTES OU MUNDOS distintos, todos eles sustentados pelo fresno Ygdrasil. O mundo situado mais acima era
o de ÁSGARD . o acesso a este mundo se realizava através do Arco-íris, que imaginavam como um ponto estendido de
um lado a outro do universo. Ásgard era um recinto amuralhado no qual viviam todos os deuses, e no qual cada deus
tinha uma grande mansão (exceto Odin que tinha três): A primeira mansão de Odin era Valaskialf, na que estava a sala
do trono. A segunda era Gladsheim, na que estava a sala do Conselho dos deuses. A terceira e mais bela era o Valhala,
na que Odin recebia todos os guerreiros mortos heroicamente e compartihava com eles banquetes e jogos de guerra.
No mundo de MÍDGARD habitavam os homens e os elfos (dos quais havia duas classes, que habitavam os elfos da luz
no ALFHEIM e os das trevas no SVARTHALFHEIM). No mundo de VANAHEIM viviam os Vanes. Os anões estavam nas
regiões subterrâneas chamadas NIFLHEIM em cujas profundidades trabalhavam. Os gigantes viviam ao norte, nas
regiões chamadas JOTUNHEIM os gigantes da escarpa e na de ÚTGARD os gigantes das montanhas. Os gigantes do
fogo viviam ao sul, no MÚSPEL o país do fogo. O mundo mais profundo era o terrível país de HEL, mundo em perpétua
escuridão, onde o gigantesco cão Garm guardava sua entrada, e que estava ocupado pelos mortos. Quanto ao fresno
Yggdrasil imaginaram que sua copa chegava ao céu, e suas raízes ao mundo subterrâneo. Junto a sua primeira raiz
surgia a fonte Hvergelmir, origem de todos os rios. Junto a sua segunda raiz, que ia ao país dos gigantes, corria a fonte
de Mimir que dava a sabedoria a quem dela bebesse. Sob a terceira estava a fonte da mais sábia das Nornas, Urd, e
todos os dias as Nornas retiravam água desta fonte para regar o fresno. Sob o fresno estava oculto o corno do deus
Heimdall que um dia anunciaria o supremo combate entre os Ases e aqueles que lhes disputariam seu poder. Os maus
espíritos roíam lentamente estas raízes e como o mundo não é eterno, algum dia o fresno morreria e com ele os deuses
e os homens.
Os movimentos bárbaros (séculos IV-V)

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