Você está na página 1de 24

Tecnologias de Energia Renovável

Modelação Computacional Enérgica de um


Edifício Recreativo

FCTUC - Departamento de Engenharia Mecânica

Bernardo Barradas - 2018277996

Ivo Silva - 2018276039

Marta Grilo - 2018284322

Novembro 2022
Resumo
Conteúdo
Resumo 3

Conteúdo 4

1. Introdução 5

2. Caso de Estudo 7

2.1. Localização e Clima 7

2.2. Caracterização da Habitação 10

2.2.1. Soluções Construtivas Existentes 11

15

2.2.2. Caracterização da Ocupação 16

2.2.3. Qualidade do Ar Interior 17

2.2.4. Performance Energética 19

2.3. Implementação de Medidas Passivas 22

2.3.1. Sombreamento Solar 22

2.3.2. Soluções Construtivas 22

2.3.3. Impactos Observados 22

Referências Bibliográficas 23
1. Introdução

Desde a década de 70 do século passado começou a ser falado e documentado para


desenvolvimento de edifícios de balanço energético nulo, dois grandes exemplos de edifícios são “Vagn
Korsgaard Zero Energy House” na dinamarca e “Saskatchewan Conservation House” no Canadá, ambas as
casas eram constituídas por coletores solares de grandes dimensões e depósito de armazenamento de água
para aquecimento e água quente sanitária.

O conceito de nZEBs era tão abrangente, que no início do século XXI Torcellini et al.(2006)
sugeriu quatro definições utilizadas ainda atualmente para o conceito de nZEBs:
● Net zero site energy - Um edifício que produz energia renovável suficiente para suportar a energia
consumida durante todo o ano no próprio.
● Net zero source energy - Um edifício que produz energia renovável suficiente para suportar a
energia consumida durante todo o ano no próprio, sendo que o valor da energia consumida é
contabilizado na fonte.
● Net zero cost energy - Um edifício que produz e vende a energia produzida em quantidades
suficientes para compensar os custos associados à energia consumida durante todo o ano.
● Net zero-energy emissions - Um edifício que produz energia renovável livre de emissões em
quantidade suficiente, para suportar toda a energia consumida a partir de fontes de combustíveis
fósseis durante todo o ano.

Estas definições de nZEBs surgem pois, dependendo dos objetivos do projeto e dos proprietários dos
edifícios surgem diferentes tipos de nZEBs, mas todos eles com o objetivo de reduzir drasticamente o uso de
energia e emissões de gases de estufa em edifícios.

Segundo Ramos, E. nZEBs é um edifício residencial ou de serviços, em que, após aplicação


de medidas de eficiência energética, a reduzida necessidade de utilização de energia, que ainda resta, é
suprida por energias renováveis, produzidas no local e de baixo custo energético, económico e ambiental.
Esta definição leva-nos a uma equação de balanço energético zero, ou seja, as necessidades
energéticas são suprimidas pelas produções energéticas. As necessidades energéticas são baseadas no
aquecimento, arrefecimento, águas quentes sanitárias (AQS), iluminação e equipamentos. As produções
energéticas de um nZEB podem ser eletricidade a partir de painéis fotovoltaicos e eólicas ou térmicas a
partir da energia solar e geotérmica.
2. Caso de Estudo

2.1. Localização e Clima


No presente caso de estudo, o edifício está localizado na cidade de Las Vegas, Nevada, nos Estados
Unidos da América. Para avaliar os diferentes sistemas de energia renovável existentes é necessário efetuar
um estudo preliminar do clima em causa, desta forma é possível reduzir o número de sistemas possíveis e
simplificar as variáveis do estudo. Na tabela 1 são apresentadas as características geográficas do edifício.

Os dados meteorológicos foram retirados da estação meteorológica presente no aeroporto


internacional de Las Vegas referentes ao intervalo de tempo [2007 ; 2021]. Segundo a ASHRAE Standard
169-2020, Las Vegas situa-se na zona climática 2B, sendo esta caracterizada pelo seu clima quente e seco
(Hot-Dry). Na tabela XX são apresentados os dados recolhidos, onde é importante realçar o potencial solar
presente em Las Vegas, com uma radiação global média mensal de 6 kWh/m2. Verifica-se então uma
necessidade de arrefecimento duas vezes superior ao aquecimento com base nos Heating/Cooling Degree
Days (HDD/CDD respetivamente).
De forma a ter uma visão mais profunda das necessidades energéticas anuais em Las Vegas é
utilizada a metodologia utilizada por Koke et al. [referência]. Aqui os autores utilizam o Giovanni
Bioclimatic Chart sobreposto ao gráfico psicrométrico para tirar conclusões acerca das medidas a serem
implementadas no design do edifício. Com base neste método é possível afirmar que em relação ao tempo
total de dados recolhidos (8760h):

1. Apenas 9% do tempo está situado na zona de conforto;


2. Em 31% do tempo podem ser utilizadas medidas passivas para criar conforto térmico;
3. Em 60% do tempo são necessárias medidas ativas;

2.2. Caracterização da Habitação


O edifício é composto por três divisões, o bar, a sala de ginásio, onde ocorrem as atividades de
cardio fitness, yoga e musculação e o balneário, este está equipado com chuveiros. O edifício tem apenas um
piso e é de construção antiga.

O bar tem três janelas, duas exteriores, sendo que estas estão viradas para Norte e Sul e a outra,
interior, para Este, em comum com o ginásio. Existem duas portas, uma virada para Sul e outra para Este,
em comum com a sala de ginásio. O bar tem quatro paredes, uma interior virada para Este e três exteriores
nas restantes direcções.

O ginásio está equipado com cinco janelas, quatro exteriores, uma para Sul, duas para Norte e uma
para Este, uma janela interior, em comum com o bar, virada para Oeste. Tem cinco paredes, três exteriores,
viradas para Norte, Sul e Oeste, e duas interiores, uma para Oeste, em comum com o bar, e outra para Norte,
em comum com os balneários, tem duas portas interiores.

O balneário possui quatro janelas, viradas para Este e Oeste, uma porta interior, em comum com a
sala de ginásio, virada para Sul, quatro paredes, três exteriores, viradas para Norte, Este e Oeste e uma
interior, em comum com a sala de ginásio, virada para Sul.
2.2.1. Soluções Construtivas Existentes

Constituição dos elementos:

Paredes interiores (1):


1-Reboco tradicional;
2-Tijolo Furado 11 cm;

Paredes exteriores (2):


1-Reboco tradicional;
3-Tijolo Furado 22 cm;

Janela Interior (3):


4-Clear 3 mm;

Janela Exterior(4):
5-Clear 6 mm;

Pavimento (5):
6-Enrocamento brita;
7-Betonilha armada;
8-Camada regularização;
9-Mosaico cerâmico;

Desvão (6):
1-Reboco tradicional;
10- Laje aligeirada 1 furo;
Cobertura Interior (7):
10- Laje aligeirada 1 furo;
1-Reboco tradicional;

Cobertura Exterior (8):


11-Telha cerâmica;
Porta exterior (9):
12- Chapa de aço;

Porta interior (10):


13- Madeira;

Tubo (11):
14-Isolamento tubo;
15-Tubo aço;
2.2.2. Caracterização da Ocupação
A iluminação tem por base lâmpadas fluorescentes tubulares T8 de 36W, com balastros
eletromagnéticos (+25% de consumo de eletricidade). O bar funciona todos os dias, das 08:00 às 24:00. Tem
consumos de AQS no lava-loiça. Tem vários equipamentos de refrigeração ligados 24 horas, uma TV, e
outros pequenos equipamentos. O espaço de ginásio tem o seguinte horário de atividades: Nesta sala existem
equipamentos elétricos: 2 passadeiras de 2200 W, 2 bicicletas de 300W, e equipamento de som.

Consumo de eletricidade em iluminação e utilização de equipamentos

No gráfico temos representado o consumo de eletricidade, em Joule, do nosso edifício, a laranja a


eletricidade consumida pela iluminação e a cinzento, a energia consumida pelos os equipamentos, podemos
reparar que a eletricidade que os equipamentos presentes no ginásio consomem é mais de duas vezes
superior àquela consumida pela iluminação. A azul é a energia consumida pelo edifício no geral, isto é, o
somatório de ambas as componentes, iluminação e equipamentos.

Consumo de água quente sanitária


2.2.3. Qualidade do Ar Interior

Qualidade do ar
“A qualidade do ar que respiramos no interior dos edifícios é um factor determinante da saúde e
bem-estar” (OMS,2009)
A avaliação da qualidade do ar interior nem sempre pode ser quantificada apenas pela concentração
dos compostos considerados poluentes, tais como, Dióxido de Carbono, Monóxido de Carbono, fungos,
musgos, etc..

Concentração de CO2

No seguinte gráfico podemos observar a variação mensal de concentração de CO 2, em [ppm], nas


diferentes divisões do edifício, aqui o desvão está representado pelo o amarelo, no desvão não existe
variação de concentração de CO2, devendo-se ao facto de não existir qualquer tipo de atividade a ser
exercida naquele espaço, este valor de concentração deve-se à percentagem de CO 2 presente no ar, que é,
aproximadamente, 400 ppm.
O verde representa os balneários e possui um valor baixo, ligeiramente superior à percentagem de
CO2 presente no ar, mas justificado, apesar de a atividade nos balneários ser baixa, há atividade.
O azul refere-se ao ginásio, a concentração de CO 2 é mais elevada devendo-se ao aumento do nível
de atividade que se exerce num ginásio nas atividades de cardio, yoga e musculação.
O vermelho é, então, a cor que representa o bar, que possui a maior concentração de CO 2 de todas as
divisões, existem vários fatores que justificam uma concentração tão elevada, por exemplo esta ser a divisão
que tem mais movimento, as pessoas, aparentemente, preferem estar no bar, do que, efetivamente, a treinar.

Comparando os valores de concentração de CO2 produzidos no edifício com os valores no “Limiar


de protecção e margem de tolerância para os poluentes físico-químicos”, que estabelece os requisitos para a
avaliação da qualidade do ar interior nos edifícios de comércio e serviços, incluindo os limiares de proteção,
condições de referência e critérios de conformidade, e a respetiva metodologia para a medição dos poluentes
e para a fiscalização do cumprimento das normas aprovadas, presente no “Diário da República”.

Podemos concluir que todos os valores de concentração de Dióxido de Carbono estão em


conformidade, apesar do valor de concentração de Dióxido de Carbono do bar ser superior ao limiar, este
ainda ainda se encontra dentro da margem de 30% de tolerância.

Teor de Humidade
2.2.4. Performance Energética
A localização de Las Vegas é caracterizada por ter um clima quente e seco. A necessidade de
arrefecer as zonas interiores é fundamental para o conforto térmico e para a minimização dos custos
ambientais e económicos subjacentes ao processo de climatização. Na figuraXXa) é apresentada a variação
mensal da energia de aquecimento e arrefecimento determinadas a partir do objeto Ideal Loads fornecido
pelo EnergyPlus. Como era de espera a quantidade de energia despendida para arrefecer o ambiente é
claramente superior representando cerca de 85% da energia total. É importante notar que no período de
Abril a Outubro a energia utilizada para aquecer as divisões é praticamente nula e também que os meses de
Dezembro e Janeiro são únicos no qual o aquecimento supera o arrefecimento. Observando agora a
figuraXXb), aqui é apresentada uma vista mais detalhada na forma como a energia é utilizada nas diferentes
zonas e onde futuramente terá de se ter uma especial atenção.

Um aspeto importante a ter em conta são as trocas de energia através dos envidraçados e das paredes.
Através desta análise é possível entender qual será a face da habitação mais exposta ao sol e também aquela
que necessitará de sombreamento solar. Na figuraXXa) é apresentada a variação mensal das trocas
energéticas através dos envidraçados. É importante notar que o envidraçado contribui bastante para o
desconforto térmico associado à temperatura acima do recomendado, os ganhos representam 85% das trocas
energéticas. Da mesma forma, a figuraXXb) oferece uma visão detalhada das zonas mais afetadas. Na
figuraXX está representado a energia transferida por condução através das paredes. É possível então
entender a razão pela qual o Ginásio e o Balneário apresentam os maiores valores de ganho através do
envidraçado, estas zonas têm a maior área exposta a Sul e a Oeste, ou seja, estão expostas à radiação solar
praticamente todo o dia. Em contraste, as faces a Norte raramente estão expostas à radiação solar e
apresentam perdas térmicas para o exterior.
2.3. Implementação de Medidas Passivas

2.3.1. Sombreamento Solar

2.3.2. Soluções Construtivas

2.3.3. Impactos Observados


Referências Bibliográficas
[1] Gamas, Eduardo Lourenço (2017), ‘Modelação de Sistemas de Energia Renovável em Edifícios’,
Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica na Especialidade de Energia e Ambiente, Universidade
de Coimbra.

[2] U.S. Department of Energy (2022), ‘Tips and Tricks For Using EnergyPlus’.

[3] Ribeiro, Hugo Miguel (2015), ‘Modelação e Análise Energética de Edifícios Residenciais na
Finlândia e Portugal’, Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica, Instituto Técnico de Lisboa.

[4] Graça, G. C., Augusto, A., Lerer, M. M., ‘Solar Powered Net Zero Energy Houses for Southern
Europe: Feasibility study’. https://doi.org/10.1016/j.solener.2011.11.008

[5] Panão, M. J., Gonçalves H. J., ‘Solar XXI building: Proof of concept or a concept to be proved?’.

Você também pode gostar