Fundamentos da modelagem fenomenológica

CAPITULO 3
FUNDAMENTOS DA MODELAGEM FENOMENOLÓGICA

Campina Grande, PB
09:46 Fernando Fernandes29/09/2022
Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 1
OBJETIVOS
O objetivo desta unidade é fornecer as bases teóricas para desenvolvimento

dos modelos matemáticos fenomenológicos, aplicados a sistemas de interesse
ambiental
✓Cinética Química
✓Estequiometria
✓ Balanços Materiais
1. Sistemas concentrados
2. Sistemas distribuídos
09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 2
1 - INTRODUÇÃO
Grandezas que serão largamente usadas no desenvolvimento dos modelos
matemáticos fenomenológicos.
CONCENTRAÇÃO
✓A quantidade de uma determinada espécie química em um determinado
sistema pode ser representada por sua massa (ou pela quantidade de
matéria)
✓Frequentemente esta quantidade é normalizada com relação a massa ou
volume do sistema.
Variável Unidades Simbologia
m Sólidos Totais Dissolvidos g/L = kg/m3 ppt
c= Oxigênio Dissolvido mg/L = g/m3 ppm
V Fósforo µg/L = mg/m3 ppb
Toxinas ng/L = µg/m3 pptr
09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 3

VAZÕES E FLUXOS
Podemos expressar a quantidade de massa ou volume entrando ou saindo em
um sistema, com relação ao tempo e/ou a área.
✓ Vazão Mássica (Entrada → Carga)
Massa por unidade de tempo [M/T];
✓ Vazão Volumétrica
Volume for unidade de tempo [L3/T];
✓ Fluxo Mássico
Vazão mássica por unidade de área [M/(T.L2)]
✓ Fluxo Volumétrico
Vazão Volumétrica por unidade de área [L3/(T.L2)]
Sabemos que o objetivo de modelo matemático é representar a resposta de
um sistema real a determinado estimulo externo. Podemos de forma geral
dizer que um modelo matemático tem a seguinte forma.
ESTÍMULO
ESTIMULO RESPOSTA QUÍMICAS
SISTEMA REAL FISICAS
BIOLÓGICAS
✓Uma forma simples de representar matematicamente a RESPOSTA, em

regime permanente, é usando-se a seguinte relação linear
c – Concentração (M/L3)
W
c= a – Fator de assimilação (L3/T)
a W – Carga (M/T)

2 – CINÉTICA QUÍMICA
A cinética química é o estudo a velocidade das reações químicas e dos fatores
que podem influenciar esta velocidade.
Suponha que queiramos conhecer como uma

determinada espécie química reativa se
comporta, após entrar em um corpo de água.
OBJETIVO:
Estabelecer um modelo que represente
a variação da concentração com o
tempo, ou seja a TAXA DA REAÇÃO

TAXA DE REAÇÃO:
✓A taxa de reação é o termo usado para descrever a mudança (diminuição ou
aumento) na massa (ou número de mols) de uma substância reativa em um
determinado intervalo de tempo.
✓No caso de reações homogêneas, esta taxa é expressa em massa (ou mols)
por unidade de volume e por unidade de tempo
1 d N  1 d CV  r=
dC
r= r=
V dt V dt dt
✓Para reações heterogêneas, esta taxa é expressa em massa (ou mols) por
unidade de área superficial (ou massa) por unidade de tempo
1 d N  1 d CV 
r= r=
S dt S dt
✓ Para reações que envolvam dois ou mais reagentes com diferentes coeficientes
estequiométricos, a taxa expressa em termos de um reagente não é a mesma
expressa em termos de outro reagente
d  A d  B d C  d  D
  
dt dt dt dt
aA + bB ⎯⎯
→ cC + dD
1 d  A 1 d  B 1 d C  1 d  D
− =− =+ =+
a dt b dt c dt d dt
LEI DA AÇÃO DAS MASSAS:
✓ A taxa na qual as reações ocorrem pode ser expressa quantitativamente, usando-
se a lei da ação das massas (Guldberg e Waage, 1867) que estabelece que esta
taxa é proporcional ao produto da concentração de cada substancia participante
na reação, elevada a potência do seu coeficiente estequiométrico.

✓ Considere a seguinte reação genérica ⎯⎯
aA + bB ⎯→ cC + dD
⎯
k1
k2
 Taxa da reação direta

r = k1C C a
A
b
B a é a ordem da reação com relação a A
 Taxa da reação inversa b é a ordem da reação com relação a B
r = k 2C C c d a + b é a ordem global da reação direta

C D
 Taxa global da reação
r = k1C C − k2C C
a
A
b
B
c
C
d
D

✓ Se a reação ocorre até atingir o equilíbrio, podemos escrever
k1C C = k2C C
a
A
b
B
c
C
d
D
c d
Podemos então definir a constante de equilíbrio, como sendo a K = k1 = CC CD
eq
razão entre a taxa da reação direta e a taxa da reação inversa. k2 C Aa CBb
✓ Para que se possa construir um modelo cinético para uma determinada reação
química, precisamos conhecer a constante cinética (k) e a ordem da reação.
✓ Para se obter estes dados cinéticos de uma determinada reação química,

normalmente se empregam os reatores em batelada.

dC A
= −k AC An
A ⎯⎯
→B
dt
✓ Considere a seguinte reação genérica
dCB
= + k B CBn
dt
✓ Os procedimentos mais utilizados para análise da cinética de uma reação, são os

seguintes:
Método Integral Método Diferencial
Método das Taxas Iniciais Método da Meia-vida

MÉTODO INTEGRAL:
Para aplicar o método integral, devemos adotar as seguintes etapas:
✓ Atribuir um valor para a ordem da reação (p.ex.: 0, 1, 2, 3, ...) e integrar a equação

da taxa de reação para obter um modelo da concentração em função do tempo.
✓ Verificar se os dados experimentais se ajustam ao modelo proposto, usando

algum critério estatístico.
1. Coeficiente de Determinação (R2)
2. Análise de Variância (ANOVA – Teste F)

EXEMPLO – 01:
No levantamento de dados cinéticos de uma determinada reação química,
foram obtidos os seguintes valores
Tempo (min) 10 20 30 40 50 60
Conc. (mol/L) 0,69 0,35 0,23 0,19 0,15 0,13
Como base nestes dados experimentais e usando o método integral,

determine:
a) A ordem e a constante cinética para esta reação;
b) A concentração inicial da mistura reacional;
c) A concentração para um tempo de 25 min.
MÉTODO DIFERENCIAL:
✓ Para exemplificação do uso do método diferencial, considere a expressão
da taxa de uma reação química.
dC A
− = kC A
n
dt
✓ Fazendo-se a linearização da equação anterior, por meio da aplicação da

função logaritmo natural em ambos os membros da equação anterior,
obtemos o seguinte resultado
 dC A 
ln  −  = ln(k ) + n ln(C A )
 dt 
✓ Para determinarmos a derivada da concentração com relação ao tempo,
podemos usar um dos procedimentos discutidos a seguir:
Diferenciação gráfica Obsoleto
Como fazer a diferenciação numérica em uma tabela?

Diferenciação numérica TAREFA EXTRA SALA DE AULA
Ajuste polinomial seguido de diferenciação

EXEMPLO - 02:
Uma reação irreversível, foi conduzida em um reator de batelada e os
seguintes dados tempo-concentração foram obtidos.
A ⎯⎯
→B
Tempo (min) 0 3 5 8 10 12 15 17,5
CA (mol/L) 4,00 3,20 2,00 1,60 0,90 0,75 0,26 0,07
Determine
a) A ordem da reação e a constante especifica de velocidade.
b) Qual será a concentração para um tempo de 6 minutos
c) Qual será o tempo necessário para que a concentração alcance 1,00 mol/L
MÉTODO DAS TAXAS INICIAIS:
✓ Para os casos onde existem dificuldades em se acompanhar a variação da
concentração da espécie química com o tempo (p.ex.: reações muito lentas)
✓ Usando o mesmo raciocínio do método diferencial podemos escrever:
dC A0  dC A0 
= −kC An 0 ln  −  = ln(k ) + n ln(C A0 )
dt  dt 
✓ O procedimento de cálculo é análogo ao mostrado no MÉTODO

DIFERENCIAL

EXEMPLO – 03:
Durante um experimento em batelada para estudar a lenta degradação de um
resíduo de uma indústria farmacêutica, foram obtidos os seguintes valores
experimentais, mostrados a seguir. Usando o método das taxas iniciais, determine
Concentrações (mol/L)
Tempo (min)
EXP - 1 EXP - 2 EXP - 3
0 10,0 15,0 20,0
10 8,8 12,5 15,5
20 8,3 11,6 14,2
30 7,6 10,4 12,8
a) A ordem da reação e a constante de velocidade, mais adequadas para esta

reação.
b) Sabendo que a concentração inicial foi 12,0 mol/L, qual será a concentração para
t = 15 min
MÉTODO DA MEIA-VIDA:
✓ A meia-vida de uma reação é o tempo gasto para que a concentração
alcance metade do valor inicial. Integrando-se a equação da taxa, usando a
condição inicial t = 0, CA = CA0, teremos:
dC A 1 1  C n −1 
= −kC An t=  A0  − 1
dt C A = C1A−0n − k (1 − n ) t  1− n n −1
kC A0 (n − 1)  C A  

Substituindo-se a concentração o
C A0 2n −1 − 1 1
tempo de meia-vida na equação C A (t50 ) = t50 =
anterior, teremos 2 k (n − 1) C An −01
Linearizando-se a equação  2n −1 − 1 
ln ( t50 ) = ln   + (1 − n) ln ( C A0 )
anterior (aplicando-se LN(X))  k (n − 1) 

EXEMPLO – 04:
Os dados a seguir foram obtidos através da análise de meia vida de uma
determinada reação química. Usando estes dados determine:
Ca (mol/L) 10 50 100 150
t50 (min) 15,26 4,35 2,53 1,84
a) A ordem desta reação e o valor da constante de velocidade

b) Caso a concentração inicial seja igual a 25 mol/L, qual será o tempo de
meia vida? e Se o tempo de meia-vida for de 10 min, qual terá sido a
concentração inicial?

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
As taxas das reações aumentam com a temperatura. Uma regra geral afirma
que a taxa dobra quando a temperatura é elevada em 10 ºC.
E
−
Equação de Arrhenius
k (T ) = Ae RT
✓ Como a temperatura dos corpos de água varia na

E (T2 −T1 )
faixa de 0 a 40 ºC (273 a 313 K), o produto T1T2 é
k (T2 ) relativamente constante;
=e RT2T1
k (T1 )
✓ A diferença na temperatura (T2 – T1) é idêntica
tanto em escala absoluta ou relativa
E (T2 −T1 )
k (T2 ) E
(T − 20 )
=e k (T ) = k (20)
RT2T1
k (T1 )  =e RT2T1
Valores típicos de θ usados na modelagem da qualidade de águas

Reação θ Q10
Reaeração atmosférica 1,024 1,27
Decomposição Aeróbia 1,047 1,58
Crescimento de fitoplancton 1,066 1,89
Demanda de Oxigênio (sedimentos) 1,080 2,16
k (20)
Q10 =
k (10) Q10 =  10

EXEMPLO - 05:
Um laboratório fornece os seguintes resultados para uma determinada reação:
T (ºC) 4 8 12 16 20 24 28
k (dia-1) 0,120 0,135 0,170 0,200 0,250 0,310 0,360
(a) Determine o valor de θ para esta reação;

(b) Determine o valor da constante a 22 ºC

3 – ESTEQUIOMETRIA - (Estudo dirigido)
A equação estequiométrica representa de forma quantitativa o numero
relativo de moléculas ou mols de reagentes e produtos que participam de uma
determinada reação química.
C6 H12O6 + 6O2 ⎯⎯
→ 6CO2 + 6 H 2O
✓ A razão estequiométrica de duas espécies moleculares que participam de

uma reação química é a razão entre seus coeficientes estequiométricos na
reação balanceada
6 mols de CO2 (gerados) 6 mols de O 2 (consumidos)

;
1 mol de C6H12O6 (consumido) 1 mol de C6H12O 6 (consumido)

4 – BALANÇOS MATERIAIS
✓Um procedimento fundamental para o desenvolvimento dos modelos
matemáticos aplicados a sistemas ambientais é a construção dos BALANÇOS
MATERIAIS.
✓Um balanço material é a aplicação do princípio da conservação da massa a
um determinado sistema
Em qualquer sistema (físico, químico ou biológico), a
massa não é criada nem destruída, apenas é possível
transformá-la
PRODUTOS
MASSA TRANSFORMAÇÃO
RESÍDUOS

✓Antes de iniciarmos a construção dos balanços materiais, vamos apresentar a
classificação dos processos
✓ COM RELAÇÃO AO TEMPO
▪ Processos estacionários
▪ Processos transientes
✓ COM RELAÇÃO AOS FLUXOS DE ENTRADA E/OU SAÍDA

▪ Processos em Batelada
▪ Processos Contínuos
▪ Processos Semicontínuos

(a) Processo em batelada
(b) Processo contínuo

✓Para obtermos a EQUAÇÃO GERAL DO BALANÇO MATERIAL, considere o
seguinte exemplo:
✓ Um processo contínuo com uma entrada e uma saída de gás metano,

conforme mostra a figura a seguir
✓As vazões foram medidas e observou-se diferenças entre os valores de

entrada e saída.

Quais as possíveis razões desta diferença?
✓ As medidas devem estar erradas

Rejeitadas
✓ Ocorreu um vazamento de gás no sistema
✓ Houve um acúmulo de gás dentro do sistema
✓ O gás participou de uma reação química
Com base nesta análise podemos escrever a seguinte relação
 ACÚMULO  =  ENTRADA + GERAÇÃO  - SAIDA + CONSUMO 
(Equação Geral do Balanço Material)

Podem ser escritos dois tipos de balanços materiais
✓Balanço Diferencial: este tipo indica o que acontece no sistema em um dado

instante de tempo. Cada termo do balanço é uma taxa. Este tipo de balanço
é especialmente aplicado em processos contínuos.
✓Balanço Integral: este tipo descreve o que ocorre entre dois intervalos de
tempo. Cada termo da equação é uma quantidade da grandeza que esta
sendo balanceada.

BALANCO DE MASSA TOTAL
✓ Este tipo de balanço envolve a massa de todos os componentes presentes
no processo
✓ Levando-se em conta que massa não é criada nem destruída (exceto em
reações nucleares), podemos afirmar que:
 ACÚMULO  =  ENTRADA  - SAIDA 

dM
= ment − msai
dt
✓ Caso o processo seja em batelada, teremos

dM
 ACÚMULO  =0 =0 M final = M inicial
dt

✓ No caso de processos contínuos, teremos:
REGIME TRANSIENTE REGIME PERMANENTE
dM
= ment − msai ment = msai
dt
✓ Para processos semicontínuos, teremos:
dM dM
= ment ou = −msai
dt dt
OBSERVAÇÃO: Processos semicontínuos, sempre ocorrem em regime

transiente
BALANCO DE MASSA PARA UM COMPONENTE:
✓Considerando uma mistura binária (p.ex.: água + sal), podemos escrever um
balanço material para cada um dos componentes
 ACUMULOA = ENTRADA+GERAÇÃO  A - SAIDA+CONSUMO A
PROCESSOS EM BATELADA
✓Nesses processos não há entrada ou saída do componente A no volume de
controle considerado
dM A
Sem reação Química/Biológica =0 M ( A) final = M ( A)inicial
dt

dM A
Com reação Química/Biológica = rA
dt
PROCESSOS CONTÍNUOS
✓Nestes casos existem correntes de entrada e saída do componente A no
volume de controle
Permanente Sem reação

Processos
contínuos
Transiente Com reação

EXEMPLOS:

Processo contínuo estacionário 0 = m( A) ent − m( A) sai
Sem reação Química/Biológica
Processo contínuo estacionário

0 = m( A) ent − m( A) sai  rA
Com reação Química/Biológica
Processo contínuo transiente dM A

Sem reação Química/Biológica
= m( A) ent − m( A) sai
dt
Processo contínuo transiente dM A

Com reação Química/Biológica
= m( A) ent − m( A) sai  rA
dt

Tipos de Procesos
Tipo de Balanço aplicável
Sem reação química Com reação química
Balanço Total
Massa Sim Sim
Quantidade de Matéria Sim Não (*)
Balanço de Componentes
Massa Sim Não
Quantidade de Matéria Sim Não
Balanço de Espécies Atômicas
Massa Sim Sim
Quantidade de Matéria Sim Sim
CH 4 + 2O2 → CO2 + 2 H 2O
C6 H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6 H 2O

✓Vamos supor que estamos interessados em avaliar o efeito da implantação
de uma medida para a redução da poluição de um determinado corpo
aquático
✓O modelo matemático para a qualidade de água deste reservatório pode ser
usado para responder as seguintes questões:
Qual é a qualidade da água que será obtida?
Quanto tempo será gasto para obter esta qualidade?

✓Para o desenvolvimento deste modelo, podemos admitir que o lago se
comporta como um completamente misturado.
Se um sistema é considerado completamente misturado, podemos

afirmar que a concentração de uma determinada espécie química será
função apenas do tempo (ou então ser constante)
PERMANENTE CONSTANTE
SISTEMA
TRANSIENTE FUNÇÃO(TEMPO)

4.1 – BALANÇOS MATERIAIS EM REGIME PERMANENTE
✓ Todos os problemas envolvendo balanços materiais são variações de um
mesmo tipo de problema: dados alguns valores das variáveis das correntes
de entrada e/ou saída, derive e resolva as equações para o cálculo das
variáveis desconhecidas.
✓ A seguir procuramos estabelecer as linhas gerais de um procedimento para

transformar a descrição de um processo em um conjunto de equações que
possa ser resolvido para fornecer os valores das variáveis desconhecidas.

✓Para que tenhamos sucesso na resolução de um problema de balanço
material, recomenda-se a execução dos seguintes passos:
Construção de um diagrama de fluxo
Definição de uma base de cálculo
Equacionamento do problema
Análise dos graus de liberdade

EXEMPLO (Mistura de gases):
Considere o fluxograma ilustrado na figura a seguir com as correntes numeradas, em
que a corrente (1) refere-se a uma
corrente de ar, a corrente (2) é de dióxido de carbono (CO2), a corrente (3)
corresponde a nitrogênio (N2) e a corrente 4 refere-se a uma mistura dos gases

Esse processo é classificado como contínuo em regime permanente, sem reação
química, assim sendo a EGBM, terá a seguinte forma
 ACUMULO = ENTRADA + GERAÇÃO  - SAIDA + CONSUMO
 ENTRADA  = SAIDA 
✓Através da análise do processo, pode ser observado que existem 4
incógnitas (n4, yo4, yN4, yC4)
Logo para a resolução do problema são necessárias exatamente 4
equações
✓Como existem três espécies envolvidas (O2, N2 e CO2), podemos escrever 4

balanços materiais
Balanço de massa (O2)
Balanço de massa global Balanço de massa (N2)
Balanço de massa (CO2)

SIM
Estes balanços formam um sistema de
equações independentes?
NÃO
n1 + n2 + n3 = n4
n y +n y +n y =n y
1
1 C
2
2 C
3
3 C
4
4 C
n y + n2 y + n3 y = n4 y
1
1 N
2
N
3
N
4
N
n y +n y +n y =n y
1
1 O
2
2 O
3
3 O
4
4 O

✓Assim sendo a análise de Número de Graus de Liberdade (NGL), fornece o
seguinte resultado
NGL = N inc − N eqi NGL = 4 − 3 = 1
✓Existe alguma equação adicional que pode ser usada?
y + y + y =1
n
y
4 4 4
i =1
i =1 C N O

EXEMPLO - 07
Lodo resultante de uma estação de tratamento de águas residuárias
domésticas deve ser submetido a secagem antes de ser enviado para uma
unidade de compostagem. Sabendo que o lodo tem 70% de umidade,
determine quanto de agua deve ser evaporada para cada 1000 kg de lodo,
caso se deseje que o lodo a ser compostado tenha no máximo 25% de
umidade.

EXEMPLO - 08
Muitos processos de tratamento de águas e efluentes empregam um
dispositivo de filtração para remover a água do lodo formado por uma reação
de precipitação. Em um destes dispositivos, a concentração inicial do lodo
gerado em uma reação de abrandamento é 20 g/L e o volume gerado é de 100
m3. Após a filtração os sólidos presentes no lodo é 35%. Suponha que a massa
especifica do lodo não varie durante a filtração e que o líquido removido seja
isento de lodo. Utilizando um balanço material, em regime permanente, calcule
o volume de lodo após a filtração.

EXEMPLO - 09
A acetona é usada na fabricação de muitos produtos químicos e também
como solvente. Existem muitas restrições para a liberação de vapor de
acetona para o meio ambiente. Você é solicitado a projetar um sistema de
recuperação de acetona com o fluxograma ilustrado na figura a seguir. Todas
as concentrações mostradas na figura (gases e líquidos) são especificadas em
porcentagem de peso neste caso especial para tornar os cálculos mais simples.
Determine os valores das correntes A, F, W, B e D, considerando que G = 1400

kg /h.

4.2 – BALANÇOS MATERIAIS EM REGIME TRANSIENTE
Para desenvolvermos a metodologia de análise de balanços materiais em
regime transiente, vamos inicialmente analisar dois tipos de cenários
CENÁRIO – 01
Analisar o comportamento de um reservatório no interior do qual ocorrem
diversos processos (reação química, sedimentação e evaporação)
CENÁRIO – 02
Analisar o comportamento de um reator biológico de fluxo contínuo,
considerando que no interior do qual ocorrem processos de crescimento de
biomassa, consumo de substrato e formação de produto

CENÁRIO 01 (Balanço em um reservatório)
✓ Consideremos a seguinte situação genérica
Evaporação
Entrada A+B Saída
A A+B A ⎯⎯
→B
A
Sedimentação
Neste sistema hipotético, estamos interessados na evolução da concentração

das espécies A e B.

Balanço material para a espécie A
dM VC
A
=  M Aent  −  M Asai + M Areacao + M Ase dim + M Avolat 
dt
De onde podemos escrever:
d (VC A )
= Qent C Aent  − Qsai C Asai + rAV + v Ased AC A + v Aevap AC A 
dt
Admitindo válidas as seguintes hipóteses:

✓ Volume constante
✓ Cinética de primeira ordem
✓ Sistema completamente misturado

d (CA )
V = Qent C Aent  − Qsai C A + rAV + v Ased AC A + v Aevap AC A 
dt
✓ Dividindo-se a equação anterior pelo volume do reservatório, obtém-se
dC A W (t )   Q A A
=  −  C A + k AC A + vevap C A + vse dC A 
dt  V  V V V
✓ Definindo-se as constantes de sedimentação e evaporação, como sendo
vsed vevap
ksed = kevap =
H H

dC A W (t )   Q 
= − C + k C + k C + k C
 V   V
A A A evap A se d A 
dt 
✓A concentração e o tempo são variáveis dependentes e independentes,

respectivamente;
✓O termo W(t) é chamado de função governante e representa a influência do
ambiente externo sobre o sistema;
✓As quantidades V, Q, kA, kevap, ksed e A são definidas como parâmetros.
TAREFA EXTRA SALA DE AULA

Obter o balanço material para a espécie B

As soluções em regime estacionário fornecem uma estimativa da
qualidade média da água como resultado de uma carga mantida por
um tempo suficientemente longo.
✓ Por outro lado às soluções em regime transiente fornecem informações

sobre a evolução temporal da qualidade da água submetida à determinada
carga
Suponha que um determinado sistema se encontra em regime estacionário e

que em um determinado instante seja implementado um projeto de
remoção de poluição

Para responder estas questões, o ponto de partida será o balanço
material sobre o sistema
Na análise do sistema mostrado anteriormente, obtivemos a seguinte
equação:
dC A W (t )   Q 
=  −  C A + k C
A A + k C
evap A + k C
se d A 
dt  V   V 
dC W (t )  Q  Q
= − C  + k + k + k se d   = + k A + kevap + kse d
dt  V 
A evap
 V  V
dC W (t ) A solução deste tipo de equação pode ser feita das

+ C =
dt V seguintes formas: Analítica ou Numérica
C (t ) = Chomogenea (t ) + Cparticular (t ) Revisar procedimentos numéricos para resolução de
equações diferenciais (Método de Runge-Kutta)

SOLUÇÃO HOMOGÊNEA:
✓Considere que no instante t = 0 carga foi terminada, assim sendo a equação
do balanço assume a seguinte forma
dC W (t ) dC
+ C = + C = 0
dt V dt
✓ A resolução da equação anterior, submetida a seguinte condição inicial ( t =

0, C = C0), conduz a seguinte relação:
− t
C (t ) = C0e

EXEMPLO – 10:
✓ Um lago possui as seguintes características V = 50000 m3 ; Profundidade
média = 2,0 m; Entrada = Saída = 7500 m3/dia; Temperatura = 25 ºC.
✓ O lago recebe entrada de poluente de três fontes: uma fabrica descarrega

50 kg/dia; um fluxo atmosférico de 0,60 g/m2.dia e a corrente de entrada
que uma concentração de 10 mg/L. Se o poluente decai a taxa de 0,25 dia-1
a 20 ºC (θ = 1,0568)
Determine a concentração em regime permanente;
continua......
✓Considerando que após um longo período de tempo, todas as cargas que
entravam no lago estudado foram suspensas, resolva as seguintes questões?
a) Qual será a concentração do lago, após 2 dias?
b) Se a profundidade do lago, for aumentada em 10% qual será o novo valor

da concentração?
c) Se a vazão de saída do lago for diminuída em 15% qual será o novo valor
da concentração?
d) Se a temperatura do lago aumentar em 15% qual será o novo valor da

concentração?

Atmosfera
Fabrica
Saída
Esgoto LAGO
Reação

TEMPO DE RESPOSTA:
É um parâmetro que calcula o tempo necessário para que seja alcançada uma
determinada redução percentual da concentração inicial.
EXEMPLO:
O tempo de resposta de 50% é o tempo necessário para
que a concentração seja reduzida a 50% do valor inicial
− t C0
C (t ) = C0 e = C0 e −  t50
2
0.693
t50 =

Podemos generalizar e obter a seguinte expressão para o calculo do tempo de
resposta arbitrário.
 100 
1
t = ln 
  100 −  
EXEMPLO - 11:
Determine os tempos de resposta para 90%, 95% e 99% para o lago do
exemplo anterior.

SOLUÇÕES PARTICULARES:
Caso existam cargas no sistema, a solução do modelo dependerá da função
que representa a carga no sistema. Como exemplo, podemos citar
a) Pulso (Solução igual ao caso homogêneo)
b) Degrau
c) Exponencial
d) Linear
e) Periódica (senoidal)
f) Combinação das funções anteriores

FUNÇÃO PULSO:
✓ Esta é a forma mais básica da função carga, W(t), e representa uma
descarga de um resíduo por um período de tempo, relativamente curto.
✓ Isto pode representar um derramamento acidental em um corpo de água.
✓ Matematicamente a Função Delta de Dirac ,δ(t), foi desenvolvida para
representar este fenômeno
+
 (t ) = 0 t0   (t )dt = 1
−
  (t ) f (t )dt = f (0)

O balanço material para este sistema assumirá a seguinte forma:
dC W (t ) dC m (t )
+ C = + C =
dt V dt V
Resolvendo-se, obtemos:
− t
C (t ) = C0 e

FUNÇÃO DEGRAU:
No tempo t = 0, a carga é mudada para um novo valor constante (função
degrau).
dC W (t ) W (t ) = 0 t0
+ C = W (t ) = W t0
dt V
Resolvendo-se, obtemos o seguinte resultado:
C (t ) =
W
V
(1 − e − t ) + C0e − t

FUNÇÃO EXPONENCIAL:
Outra forma de representar a função carga é através de uma função
exponencial, da seguinte forma.
dC W (t )  et
+ C = W (t ) = We e
dt V
C (t ) =
We
V (   e )
( )
e   e t − e −  t + C0 e −  t

FUNÇÃO LINEAR:
A mais simples representação de uma função linear é uma linha reta com
inclinação diferente de zero.
dC W (t )
dt
+ C =
V
W (t ) =  i t
i
C (t ) = C0 e − t
 2 ( t − 1 + e − t )
V

EXEMPLO - 12:
Uma cidade começa a descarregar 37.800 m3/dia de esgoto bruto com uma
DBO de 250 mg/L em um lago (V = 20 x 104 m3). Se o esgoto decai a uma taxa
de 0,25 d-1, calcule a concentração no sistema durante as duas primeiras
semanas de operação. Também determine qual será o efeito final do
lançamento no lago.
a) Desprezando a DBO inicial do lago
b) Considerando que a DBO (lago) = 25,0 mg/L
c) Resolva a letra (b) usando um método numérico e compare as respostas
obtidas.

tempo (dia) Conc (mg/L)
0,0 0,00
1,0 38,24
2,0 62,90
3,0 78,79
4,0 89,04
5,0 95,65
6,0 99,90
Resposta letra (a) 7,0 102,65
8,0 104,42
9,0 105,56
10,0 106,30
11,0 106,77
12,0 107,08
13,0 107,27
14,0 107,40
15,0 107,48

Resposta letra (a)
tempo (dia) Conc (mg/L)
0,0 25,00
1,0 54,36
2,0 73,29
3,0 85,49
4,0 93,36
5,0 98,43
6,0 101,70
7,0 103,81
8,0 105,17
9,0 106,04
10,0 106,61
11,0 106,97
12,0 107,21
13,0 107,36
14,0 107,45
15,0 107,52

Resposta letra (b)
Comparação letra (a) e letra (b)

MÉTODO DE EULER

MÉTODO DE RUNGE-KUTTA – 4ª ORDEM
TAREFA
Estudar a implementação destes métodos em planilha do excel, Octave ou python (ou
linguagem a sua escolha)

Resolução numérica – Runge-Kutta 4ª ordem
TEMPO CONC (mg/L) K1 K2 K3 K4 CONC (EXATA) ERRO (%)
0 25,0000 36,2625 28,2938 30,0449 23,0578 25,00 -
1 54,3330 23,3707 18,2350 19,3635 14,8604 54,36 0,05%
2 73,2376 15,0621 11,7522 12,4795 9,5773 73,29 0,07%
3 85,4214 9,7073 7,5741 8,0429 6,1724 85,49 0,08%
4 93,2737 6,2562 4,8814 5,1835 3,9781 93,36 0,09%
5 98,3344 4,0320 3,1460 3,3407 2,5638 98,43 0,10%
6 101,5959 2,5986 2,0275 2,1530 1,6523 101,70 0,10%
7 103,6979 1,6748 1,3067 1,3876 1,0649 103,81 0,10%
8 105,0527 1,0794 0,8422 0,8943 0,6863 105,17 0,11%
9 105,9258 0,6956 0,5428 0,5764 0,4423 106,04 0,11%
10 106,4885 0,4483 0,3498 0,3715 0,2851 106,61 0,11%
11 106,8511 0,2889 0,2254 0,2394 0,1837 106,97 0,11%
12 107,0848 0,1862 0,1453 0,1543 0,1184 107,21 0,11%
13 107,2355 0,1200 0,0936 0,0994 0,0763 107,36 0,11%
14 107,3325 0,0773 0,0604 0,0641 0,0492 107,45 0,11%

4.3 – SOLUÇÃO TOTAL: LINEARIDADE E ESCALA DE TEMPO
✓Considere uma situação onde temos que avaliar o efeito de varias formas de
cargas que ocorrem simultaneamente.
✓A solução geral para este tipo de situação é dada da seguinte forma:
n
C = Chomogênea +  C p ,i
i =1
✓Esta forma de solução é possível, desde que o modelo seja linear

✓Pode ser aplicado o princípio da superposição

EXEMPLO - 13:
O’Connor e Mueller (1970) usaram funções lineares e exponenciais para
caracterizar a carga de cloretos (substancia inerte) no lago Michigan.
✓Eles usaram uma função exponencial para caracterizar a carga de cloretos
relacionada com o crescimento populacional próximo do lago
W (t ) = 0 t  1900
W (t ) = 229 109 e0.015(t −1900) 1900  t  1960
✓ Para caracterizar a carga de cloretos devido a uma rodovia, eles usaram o

seguinte modelo linear, onde W(t) tem unidades de g/ano

W (t ) = 0 t  1930
W (t ) = 13.2 109 (t − 1930) 1930  t  1960
✓ Sabendo-se que a concentração de cloretos antes de 1900 era de 3,0 mg/L

e que o lago Michigan possuía as seguintes características entre 1900 e
1960: Vazão = 49,1 x 109 m3/ano; Volume = 4880 x 109 m3 .
✓ Calcule a concentração de cloretos no lago entre 1900 e 1960
1900 1960
Evento 1 – Carga exponencial
1930 1960
Evento 2 – Carga linear
1900 1930
Solução 1 Solução 1 + Solução 2 1960

5 – SISTEMAS ACOPLADOS
Vamos analisar as soluções dos modelos em regime transiente e estacionário
de reatores completamente misturados (CSTR).

REATORES COM ALIMENTAÇÃO EM SÉRIE (FEEDFORWARD).
Vamos analisar um sistema composto por três reatores conectados em série,
onde ocorre a seguinte reação com cinética de primeira ordem
A ⎯⎯
→B ki
W1(t) W2(t) W3(t)
Q0 Q12 Q23 Q34

C0 k1 V1 C1 C1 k2 V2 C2 C2 k3 V3 C3 C3
Os balanços materiais para a espécie “A” neste sistema tem a seguinte forma

A ⎯⎯
→B ki
W1(t) W2(t) W3(t)
Q0 Q12 Q23 Q34

C0 k1 V1 C1 C1 k2 V2 C2 C2 k3 V3 C3 C3
dC1
Reator 1 V1 = Q0C0 + W1 (t )  − Q12C1 + k1V1C1 
dt
dC2
Reator 2 V2 = Q12C1 + W2 (t )  − Q23C2 + k2V2C2 
dt
dC3
V3 = Q23C2 + W3 (t )  − Q34C3 + k3V3C3 
Reator 3 dt

✓ Se o sistema opera em regime estacionário, podemos escrever:
dC1
Reator 1 V1 = Q0C0 + W1 (t ) − Q12C1 + k1V1C1 
dt
Q0C0 + W1
Q0C0 + W1  − Q12C1 + k1V1C1  = 0 C1 =
Q12 + k1V1
Q0C0 + W1
C1 =
a11
a11 = Q12 + k1V

dC2
V2 = Q12C1 + W2 (t ) − Q23C2 + k2V2C2 
dt
Reator 2
Q12C1 + W2  − Q23C2 + k2V2C2  = 0

Contribuição
da carga W2
W a
a21 = Q12
C2 = 2 + 21 C1
a22 a22
a22 = Q23 + k2V2
Contribuição
do Reator 1

dC3
V3 = Q23C2 + W3 (t ) − Q34C3 + k3V3C3 
dt
Reator 3
Q23C2 + W3 (t ) − Q34C3 + k3V3C3  = 0

Contribuição
da carga W3
W a
a32 = Q23
C3 = 3 + 32 C2
a33 a33
a33 = Q34 + k3V3
Contribuição
do Reator 2

✓ Um caso particular, surge quando temos reatores idênticos, acoplados em série
Q
C1 = C0
Q + kV
 Q   Q  Q 
C2 =   C1 =    C0
 Q + kV   Q + kV  Q + kV  n
 Q 
 Q   Q  Q  Q  Cn =   C0
C3 =   C2 =     C0  Q + kV 
 Q + kV   Q + kV  Q + kV  Q + kV 
EXEMPLO – 14:
Suponha que três lagos são conectados em série:
LAGO 1 2 3
Volume , 106 (m3) 2 4 3
Profundidade (m) 3 7 3
Área, 106 (m2) 0,667 0,571 1,000
Carga (kg/ano) 20.000 40.000 10.000
Vazão, 106 (m3/ano) 1,0 1,0 1,0
Se a espécie química, sedimenta a uma velocidade de 0,95 m/ano, determine

(a) A concentração permanente em cada lago
(b) Quanto da concentração do reator (3) e devida a carga vinda do reator (2)
REGIME TRANSIENTE (CENÁRIO – 01)
✓ Considerando-se que as cargas (W0, W1, W2 e W3) foram removidas, qual
será a resposta em regime transiente da concentração nos três sistemas?
dC1
Reator 1 V1 = − Q12C1 + k1V1C1 
dt
dC2
Reator 2 V2 = Q12C1  − Q23C2 + k2V2C2 
dt
dC3
Reator 3 V3 = Q23C2  − Q34C3 + k3V3C3 
dt

dC1
V1 = − Q12C1 + k1V1C1 
dt
dC1  Q12 
Reator 1 = −C1  + k1 
dt  V1 
dC1
+ 11C1 = 0
dt
Considerando-se que no tempo t = 0 a concentração é igual a C10, teremos, a

seguinte resposta:
− 11t
C1 = C10 e Isto equivale a um PULSO no primeiro sistema

dC2
V2 = Q12C1  − Q23C2 + k2V2C2 
dt
dC2  Q12   Q23 

Reator 2 = C1  − C2  + k2 
dt  V2   V2 
dC2
+ 22C2 = 21C1
dt

seguinte resposta:
21C10 −  t − 
C2 = C20 e − 22t
+
22 − 11
( e −e
11 22 t
)

dC3
V3 = Q23C2  − Q34C3 + k3V3C3 
dt
Reator 3 dC3  Q23   Q34 

= C2  − C3  + k3 
dt  V3   V3 
dC3
+ 33C3 = 32C2
dt

seguinte resposta:
 C   C  e − 11t − e − 33t e − 22t − e − 33t 
C3 = C30 e − 33 t
+ 32 20 e −  t − e −  t  + 32 21 10
22 33
 − 
33 − 22 22 − 11 
 33 11 −   33 −  22 
TAREFA: Obter este perfil de concentração para o reator 3

REGIME TRANSIENTE (CENÁRIO – 02) TAREFA EXTRA SALA DE AULA
✓ Considerando-se que as cargas (W2 e W3) foram removidas,
✓ O lago 1, recebe uma carga na forma de um degrau de intensidade W1
✓ Qual será a resposta em regime transiente da concentração nos três sistemas?
W1
Q0 Q12 Q23 Q34

C0 = 0 k1 V1 C1 C1 k2 V2 C2 C2 k3 V3 C3 C3

EXEMPLO – 15:
Suponha que três lagos são conectados em série:
LAGO 1 2 3
Volume , 106 (m3) 2 4 3
Área, 106 (m2) 0,667 0,571 1,000
Carga (kg/ano) 2000 4000 1000
Vazão, 106 (m3/ano) 1,0 1,0 1,0
Se a espécie química, sedimenta a uma velocidade de 0,95 m/ano e que que no

instante t = 0, as cargas são eliminadas, calcule os perfis de concentração nas
seguintes situações:

(a) As condições iniciais são iguais as determinadas no exemplo anterior;
(b) Qual é o tempo de resposta de 90% do lago 2
(c) A concentração inicial do lago 1 é de 15 mg/L, enquanto que no lago 2 e 3 as

concentração são iguais a zero.
(d) Com relação a letra (c), qual é a concentração máxima do lago 2?
(e) Qual é o tempo de resposta de 90% do lago 1 (letra c);
(f) Resolva as letra (a) e (c) numericamente.

REATORES COM RETROALIMENTAÇÃO (FEEDBACK)
Considere um sistema composto por três reatores completamente misturados
acoplados com retroalimentação, conforme a figura a seguir.
A ⎯⎯
ki
→B
W1(t) W2(t) W3(t)
Q0 Q12 C1 Q23 C2 Q34 C3

C0 k1 V1 C1 k2 V2 C2 k3 V3 C3
Q21 C2 Q32 C3
Os balanços materiais para este sistema são escritos da seguinte forma:

A ⎯⎯
→B ki
W1(t) W2(t) W3(t)
Q0 Q12 C1 Q23 C2 Q34 C3

C0 k1 V1 C1 k2 V2 C2 k3 V3 C3
Q21 C2 Q32 C3
dC1
Reator 1 V1 = Q0C0 + W1 (t ) + Q21C2  − Q12C1 + k1V1C1 
dt
dC2
Reator 2 V2 = Q12C1 + W2 (t ) + Q32C3  − Q23C2 + Q21C2 + k2V2C2 
dt
dC3
Reator 3 V3 = Q23C2 + W3 (t )  − Q32C3 + Q34C3 + k3V3C3 
dt
✓Considerando-se que o sistema encontre-se em regime estacionário,
podemos escrever para o REATOR 1
dC1
V1 = Q0C0 + W1 (t ) + Q21C2  − Q12C1 + k1V1C1 
dt
Q0C0 + W1 (t ) + Q21C2  − Q12C1 + k1V1C1  = 0
C1 Q12 + k1V1  − Q21C2 = Q0C0 + W1 (t ) 
a11 = Q12 + k1V1 

1 a11C1 + a12C2 = Q0C0 + W1 (t ) 
a12 = −Q21

podemos escrever para o REATOR 2
dC2
V2 = Q12C1 + W2 (t ) + Q32C3  − Q23C2 + Q21C2 + k2V2C2 
dt
Q12C1 + W2 (t ) + Q32C3  − Q23C2 + Q21C2 + k2V2C2  = 0

−Q12C1 + C2 Q23 + Q21 + k2V2  − Q32C3 = W2
a21 = −Q12
2 a21C1 + a22C2 + a23C3 = W2 a22 = Q23 + Q21 + k2V2 

a23 = −Q32
podemos escrever para o REATOR3
dC3
V3 = Q23C2 + W3 (t ) − Q32C3 + Q34C3 + k3V3C3 
dt
Q23C2 + W3  − Q32C3 + Q34C3 + k3V3C3  = 0
−Q23C2 + C3 Q32 + Q34 + k3V3  = W3
a32 = −Q23
3 a32C2 + a33C3 = W3
a33 = Q32 + Q34 + k3V3 

✓Logo podemos concluir que os balanços materiais em regime permanente
sobre um sistema composto por três reatores (CSTR) acoplado com
retroalimentação é um sistema de equações algébricas lineares.
a11C1 + a12C2 = W1Total 
Sistema de Equações a21C1 + a22C2 + a23C3 = W2
a32C2 + a33C3 = W3
W1Total = Q0C0 + W1 
SISTEMA COM TRÊS REATORES EM SÉRIE (FEEDBACK)
a11c1 + a12 c2 = W 1
T
a21c1 + a22 c2 + a23c3 = W2  Ac = W 

a32 c2 + a33c3 = W3
 a11 a12 0  c1  W1T 

a  
   21
A = a22 a23  c = c 
   2 W  =  W2 
 0 a32 a33   c3   W3 
 

✓A solução do sistema anterior, pode ser obtida da seguinte forma:
Resposta =  Interações Estimulo

c =  A W 
−1
( −1) ( −1) ( −1)

c1 = a11 W1 + a12 W2 + a 13 W3
( −1) ( −1) ( −1)
c2 = a 21 W1 + a 22 W2 + a 23 W3
( −1) ( −1) ( −1)
c3 = a31 W1 + a32 W2 + a33 W3

REGIME TRANSIENTE (REATORES FEEDBACK)
✓Considere um sistema composto por três reatores completamente
misturados acoplados com retroalimentação, conforme a figura a seguir.
A ⎯⎯
ki
→B
W1(t) W2(t) W3(t)
Q0 Q12 C1 Q23 C2 Q34 C3

C0 k1 V1 C1 k2 V2 C2 k3 V3 C3
Q21 C2 Q32 C3

A ⎯⎯
→B ki
W1(t) W2(t) W3(t)
Q0 Q12 C1 Q23 C2 Q34 C3

C0 k1 V1 C1 k2 V2 C2 k3 V3 C3
Q21 C2 Q32 C3
dC1
dt
dC2
dt
dC3
dt
✓Se considerarmos que no tempo t = 0, as cargas foram removidas Podemos
escrever as equações anteriores da seguinte forma:
dC1
dt
dC1 Q  Q 
= −  12 + k1  C1 +  21  C2
dt  V1   V1 
dC1
1 dt
= −11C1 + 12C2
Q12 Q21
11 = + k1 12 =
V1 V1

dC2
dt
dC2  Q12   Q23 + Q21   Q32 

=  C1 −  + k 2  C2 +   C3
dt  V2   V2   V2 
dC2
2 =  21C1 −  22C2 +  23C3
dt
Q12 Q23 + Q21 Q32

 21 =  22 = + k2  23 =
V2 V2 V2

dC3
dt
dC3  Q23   Q32 + Q34 

=  C2 −  + k3  C3
dt  V3   V3 
dC3
3 =  32C2 −  33C3
dt
Q23 Q32 + Q34

 32 =  33 = + k3
V3 V3

✓Logo podemos observar que a análise neste sistema resultou no seguinte
sistema de equações diferenciais
dC1
= −11C1 + 12C2
dt  dC1 
 dt 
   −11 12 0   C1 
 dC2  =   − 22  23  C2 
dC2
=  21C1 −  22C2 +  23C3
dt  dt   21
   0  32 − 33  C3 
 dC3 
dC3
=  32C2 −  33C3  dt 
dt

✓A solução geral (raízes reais e distintas) para este sistema de EDO, é da
seguinte forma:
 K11   K 21   K 31 
  1t   2t   3t
C (t ) = A  K12  e + B  K 22  e + C  K 32  e
K  K  K 
 13   23   33 
Onde:
✓ A e B são constante que dependem das cond. Iniciais;
✓ λi são os autovalores (da matriz dos coeficientes);
✓ Ki,j são os autovetores (da matriz dos coeficientes);.

REVISÃO: Cálculo de AUTOVALORES E AUTOVETORES
✓Sabemos como podemos obter a solução de um sistema de equações

lineares
 A x = b Sistemas não-homogêneos
 A x = 0 Sistemas homogêneos
✓A solução dos sistemas homogêneos, sugere que existe uma única solução
possível, que seria o caso trivial para o qual todos os xi = 0.

✓Embora isto seja verdade, problemas de autovalores associados à
engenharia, normalmente são da seguinte forma geral:
 A −   I   x = 0
Onde λ é chamado de autovalor.

✓Assim ao invés de definir todos os x´s iguais a zero, pode-se determinar o
valor de λ que torno lado esquerdo da equação anterior igual a zero.
DET  A −   I  = 0

✓Para determinar os autovetores da matriz dos coeficientes, devemos,
resolver o seguinte sistema de equações lineares
 A −   I   x = 0
EXEMPLO
Determine os autovalores e autovetores das seguintes matrizes
1 4 3 
 −2 5  B = 0 3 1 
A= 
 1 −3  0 2 −1

EXEMPLO – 16:
Um sistema composto por três lagos em serie (feedback) conforme mostrado na
figura abaixo.
LAGO 1 2 3
Volume , 106 (m3) 2 4 3
Área, 106 (m2) 0,667 0,571 1,000
Carga (kg/ano) 2000 4000 1000
Vazão, 106 (m3/ano) 1,0 1,0 1,0

EXEMPLO – 16 (continuação):
(a) Se α = 0.30 e a espécie química sedimenta a uma taxa de 10 m/ano, calcule a
concentração estacionária em cada um dos lagos;
(b) Usando o método da matriz inversa, determine quanto da concentração do

terceiro reator é devido a carga do segundo lago;
(c) Usando o método da matriz inversa, determine as concentrações em regime

permanente, quando α = 0
(d) Faça um estudo sobre a influência da variação da fração recirculada sobre as

concentrações em regime permanente (α = 0.20, 0.30 e 0.40)

EXEMPLO – 16 (continuação):
e) Faça um estudo sobre a influência da variação da profundidade sobre as
concentrações em regime permanente (± 30%)
f) Usando as concentrações calculadas na letra (a) como condição inicial,

determine a resposta temporal, para um período de 2 anos, em cada lago se as
cargas foram terminadas no instante t = 0.
g) Qual o tempo necessário para que a concentração do lago (2) alcance metade
do valor inicial.

C1 0,0002573
C2 0,0006174
C3 0,0001597

-1,25729E-07 -6,18685E-10 -3,3409E-09
A(-1) -2,32832E-08 -1,42565E-07 -6,18685E-10
-2,68097E-09 -1,64158E-08 -8,86452E-08

tempo C1(t) C2(t) C3(t)
0 257,30 617,40 159,70
0,1 174,47 524,38 130,02
0,2 118,55 444,29 106,56
0,3 80,76 375,71 87,80
0,4 55,19 317,24 72,66
0,5 37,86 267,56 60,34
0,6 26,09 225,44 50,23
0,7 18,07 189,80 41,91
0,8 12,60 159,71 35,02
0,9 8,85 134,32 29,30
1 6,27 112,93 24,54
1,1 4,49 94,91 20,56
1,2 3,24 79,75 17,24
1,3 2,37 67,00 14,46
1,4 1,75 56,28 12,13
1,5 1,31 47,26 10,18
1,6 1,00 39,69 8,54
1,7 0,77 33,33 7,17
1,8 0,59 27,99 6,02
1,9 0,47 23,50 5,05
2 0,37 19,73 4,24

CONTATO
SALA DE ATENDIMENTO:
Bloco C – CCT / Sala C-311
fernanvieira@gmail.com
fernando.desa@servidor.uepb.edu.br
OBSERVAÇÃO
(83) 98852-1461 Atendimento exclusivamente
pelo Telegram

Fundamentos da modelagem fenomenológica

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Fundamentos da modelagem fenomenológica

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CAPITULO 3

FUNDAMENTOS DA MODELAGEM FENOMENOLÓGICA

O objetivo desta unidade é fornecer as bases teóricas para desenvolvimento

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 3

✓Uma forma simples de representar matematicamente a RESPOSTA, em

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 5

Suponha que queiramos conhecer como uma

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 6

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 8

 Taxa da reação direta

 Taxa da reação inversa b é a ordem da reação com relação a B

r = k 2C C c d a + b é a ordem global da reação direta

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 9

✓ Para se obter estes dados cinéticos de uma determinada reação química,

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 10

✓ Os procedimentos mais utilizados para análise da cinética de uma reação, são os

Método Integral Método Diferencial

Método das Taxas Iniciais Método da Meia-vida

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 11

✓ Atribuir um valor para a ordem da reação (p.ex.: 0, 1, 2, 3, ...) e integrar a equação

✓ Verificar se os dados experimentais se ajustam ao modelo proposto, usando

1. Coeficiente de Determinação (R2)

2. Análise de Variância (ANOVA – Teste F)

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 12

Como base nestes dados experimentais e usando o método integral,

✓ Fazendo-se a linearização da equação anterior, por meio da aplicação da

Diferenciação gráfica Obsoleto

Como fazer a diferenciação numérica em uma tabela?

Ajuste polinomial seguido de diferenciação

09:46 Fernando Fernandes Vieira - DESA/UEPB - 2022-2 15

✓ O procedimento de cálculo é análogo ao mostrado no MÉTODO

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 17

a) A ordem da reação e a constante de velocidade, mais adequadas para esta

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 19

a) A ordem desta reação e o valor da constante de velocidade

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 23

✓ Como a temperatura dos corpos de água varia na

Valores típicos de θ usados na modelagem da qualidade de águas

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(a) Determine o valor de θ para esta reação;

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 26

✓ A razão estequiométrica de duas espécies moleculares que participam de

6 mols de CO2 (gerados) 6 mols de O 2 (consumidos)

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✓ COM RELAÇÃO AOS FLUXOS DE ENTRADA E/OU SAÍDA

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09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 34

✓ Um processo contínuo com uma entrada e uma saída de gás metano,

✓As vazões foram medidas e observou-se diferenças entre os valores de

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 35

✓ As medidas devem estar erradas

(Equação Geral do Balanço Material)

Podem ser escritos dois tipos de balanços materiais

✓Balanço Diferencial: este tipo indica o que acontece no sistema em um dado

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 37

 ACÚMULO  =  ENTRADA  - SAIDA 

✓ Caso o processo seja em batelada, teremos

09:46 FERNANDO FERNANDES VIEIRA - DESA/UEPB - 2022-2 38

OBSERVAÇÃO: Processos semicontínuos, sempre ocorrem em regime

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Permanente Sem reação

Transiente Com reação