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Introdução
O presente trabalho é da cadeira de DBII. Apresenta como tema análise crítica dos objectivos
do programa de ensino secundário do 1º ciclo. Como objectivo geral o trabalho pretende
analisar os objectivos dos programas de ensino secundário do 1º ciclo. E para a concretização
do objectivo geral são traçados objectivos específicos:
Descrever os objectivos educacionais e de ensino
Enumerar os objectivos da 8ª, 9ª e 10ª classe;
Falar dos aspectos gerais dos objectivos dos programas de ensino secundário do 1º
ciclo;
Caracterizar os aspectos positivos, negativos dos objectivos dos programas de ensino
secundário do 1º ciclo;
Sublinhar os aspectos a melhorar nos objectivos dos programas de ensino secundário
do 1º ciclo;
Estão explícitos nos documentos oficiais da Nação ou das instituições temos como exemplo
os que se encontram na Constituição de Moçambique, que é a carta magna da nação, que
enumera os princípios constitucionais do ensino tendo por finalidade atingir os objectivos
constitucionais da educação: erradicação do analfabetismo, universalização do atendimento
escolar, melhoria da qualidade de ensino, formação para o trabalho, promoção humanística,
científica e tecnológica do país.
Assim, VERBIS, “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas
de ensino;
VERBS ainda diz que, os objectivos educacionais são os objectivos maiores da Nação. Eles
representam as intenções sócio-político-ideológica do sistema de educação, portanto, são
objectivos ditos oficiais.
De acordo com sua linha epistemológica ela manifesta-se nos comportamentos do professor e
do aluno na construção do conhecimento, objecto de estudo. Fica claro que os objectivos
expressam competências de domínios que devem resultar do aprendizado dos alunos. Os
objectivos projectam os resultados esperados desse aprendizado.
Os objectivos gerais são objectivos chamados de mediatos, por que só se consegue alcançá-
los em longo prazo. O ensino tem carácter mais amplo e essa amplitude se dá pela natureza
do conteúdo a dominar e o tempo necessário para o completo aprendizado. Sempre são
formulados visando o que se espera que seja aprendido ao término de um conteúdo ou de uma
unidade didáctica programática.
Por exemplo: os objectivos referidos em um plano de curso de uma disciplina poderão ser
formulados da seguinte maneira: Compreender o ensino da história como conhecimento
importante para o exercício da cidadania; ou poderia se dizer: conhecer a historia como
conhecimento passado que facilita a compreensão do futuro; ou poderia expressar: estudar a
história enfocando as diversas contradições ideológicas existentes em tal período e em tal
lugar, etc.
De salientar que, Os objectivos específicos são próprios de uma aula. Estes devem envolver
acções comportamentais, que demonstrem claramente que o aluno aprendeu o conhecimento
que se pretendeu construir.
MOLULO (s/d) diz que, os objectivos indicam a acção e nesse sentido nós dizemos que eles
são precisos ou menos precisos em termos comportamentais. Quem dá essa precisão são os
verbos que são utilizados. Vejamos: o que MARTINS (1998). PILETTI (2005), NERECI
(1999), entre outros, nos apontam como verbos que indicam as acções que os objectivos
devem expressar: Verbos precisos de acções menos precisos e de acções pouco observáveis
directamente observáveis.
Exemplo:
Compreender, pensar Identificar, cobrir; Saber, concluir Diferenciar, marcar; Entender, gostar
Escrever, pressionar; Desenvolver, descobrir Resolver, apontar; Aprender, determinar
Enumerar, colocar; Melhorar, sentir Comparar, andar; Julgar, entender Contrastar, fazer;
Conhecer, perceber Justificar, dizer; Adquirir Escolher, ler, sombrear; Familiarizar-se
Verbalizar, preencher; Apreciar, concentrar Distinguir, remover; Gerar, reflectir Construir,
desenhar; Conscientizar-se Seleccionar, enumerar; Localizar, rotular, por; Comparar.
MOLULO (s/d) Os objectivos também são classificados com relação aos conteúdos e
categorias. As classificações mais conhecidas são a de Robert Mager (1977), Gagné (1971),
Ralfy Tyler, Hilda Taba (1974) e Benjamin Bloom (1983).
Tomaremos como referência as de Bloom. Ele agrupou os objectivos em três categorias: os
objectivos cognitivos, os objectivos psicomotores e os objectivos afectivos.
1.2.3.1.1. Conhecimentos
Transferência - consiste em passar uma comunicação de uma linguagem para outra, sem
alterá-la, exemplo: resumo de um trabalho, esquema ou desenho de uma fórmula matemática
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e vice versa, tradução de uma obra de um idioma para outro ou de uma imagem de
consciência em linguagem etc.
Síntese - refere-se à constatação da união de elementos que formam um todo. A síntese pode
ser: produção de uma comunicação, ex. ideias, sentimentos e aspirações por via escrita ou
oral; produção de um plano de operações, ex. um gráfico que procure demonstrar uma
hipótese, enfim actividade que requer passos e que obedece a prescrições.
Avaliação - este tipo de conhecimento refere-se à atitude crítica diante dos fatos, juízos com
relação a evidências internas, análise de uma obra qualquer. Fica claro que o conhecimento
relativo à avaliação sempre envolve um processo de julgamento.
Os objectivos no campo afectivo estão vinculados a atitudes internas do sujeito que retratam
o interior, como: interesse, valor ou apreciação e sempre revelam uma conduta. Portanto, são
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Os objectivos do campo afectivo são ainda demonstrados por meio de recepção, resposta,
valorização, organização e caracterização por um valor ou complexo de valores. Exemplo no
quadro a seguir, de objectivos no campo afectivo.
A educação é um direito de todo o cidadão. O currículo do ESG pauta por uma educação
inclusiva consubstanciada na igualdade de oportunidades para todas as crianças.
No âmbito do Plano Estratégico da Educação (I e II) estão definidas metas no que diz respeito
acesso a uma educação de qualidade para todos. Neste contexto, as acções desenhadas
incluem a promoção da equidade de género e a integração dos alunos com dificuldades de
aprendizagem e portadores de deficiências, no sistema regular de ensino.
No que concerne à equidade de género destacam-se as acções que promovem o ingresso da
rapariga e o desenvolvimento de estratégias para a sua retenção. Estas incluem a criação de
um ambiente seguro, a existência de professoras e a realização de actividades que atraiam as
raparigas para a escola.
“Relativamente aos portadores de deficiência deverão ser criadas
condições para que todas as crianças e jovens se sintam livres de
qualquer forma de discriminação, através da promoção de atitudes e
valores como a solidariedade, o amor pelo próximo, entre outros. Os
portadores de deficiência auditiva enfrentam ainda a barreira da
comunicação. Assim, poderão ser estudadas formas para o ensino da
Língua dos Sinais aos alunos e professores. (INDE, 1998)”
Quanto aos alunos com dificuldades de aprendizagem, uma educação inclusiva deverá
considerar os ritmos de aprendizagem no sentido de desenvolver estratégias para a
identificação das dificuldades e seu tratamento, tendo em conta o nível e tipo de problema.
Desta forma, a educação estará a combater a estigmatização de que são vítimas os alunos que
não progridem no curso normal.
No âmbito da educação inclusiva, particular atenção deverá ser dada aos valores a
desenvolver tais como a solidariedade, o amor pelo próximo, entre outros.
(INDE, 1998) A educação inclusiva tornar-se-á efectiva se estiver enraizada na prática
educativa, na vida da escola e da comunidade. Com efeito, a escola, para além de desenvolver
competências relevantes para a vida deverá, ela própria, constituir-se num espaço de prática e
de exercício dos direitos universais do Homem, isto é, na forma como a escola se organiza,
na maneira como interagem os diferentes actores no processo educativo e no trabalho
pedagógico, dentro e fora da sala.
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Nas constatações de INDE (1998) o currículo do ESG coloca o aluno no centro do processo
de ensino aprendizagem, actuando como sujeito activo na busca de conhecimento e na
construção da sua visão do mundo.
Nesta concepção de ensino, o professor funciona como um facilitador a quem cabe criar
oportunidades educativas diversificadas que permitam ao aluno desenvolver as suas
potencialidades. Para o efeito, são sugeridas estratégias que proporcionam uma participação
activa do aluno tais como trabalhos aos pares e em grupos, debates, chuva de ideias, jogos de
papéis, entre outros. Estas criam a possibilidade de confrontar opiniões, questionar-se sobre a
realidade e propor alternativas de solução de problemas.
Depois de uma fragosa análise dos objectivos dos programas do 1º ciclo do ensino geral,
constatou-se que segundo BLOOM citado por PEREIRA (2012:s/p) a maioria dos objectivos
das classes referidas, pertencem ao nível cognitivo, nível este onde há assimilação de
conhecimentos que o professor lecciona.
(Outra constatação é em relação a repetição de verbos, pois
verificamos que em alguns objectivos, os verbos estavam mal
colocados e por vezes um objectivo apresentava mais de um verbo.
Exemplo: nos objectivos da 8ªclasse,”descrever, explicar e
interpretar fenómenos e processos biológicos que decorem no
corpo humano”.”
Há certos programas que não apresentam objectivos do nível cognitivo (10ª) Constatamos
também que há certos objectivos que não são possíveis de se alcançar em todas escolas do
nosso Pais, por certos motivos tais como, a falta de material (exemplo: microscópio,
laboratório, capital, etc.).
Exemplo:
Olhando para cada objectivo, notamos que alguns objectivos estão bem formulados, mas se
olharmos atentamente podemos ver que outros objectivos apresentam verbos que não vão de
acordo com os desafios sociais, outros ainda tem muitos termos que tenta dar base ou sentido
do objectivo. Como se o autor não estivesse preparado para a elaboração dos mesmos;
Exemplo os objectivos 11 e 12.
Outra constatação é que esses objectivos alguns não são capazes de chegar a realidade do
aluno; Exemplo os últimos dois (2) objectivos:
Olhando para a faixa etária dos alunos da 8ª classe actualmente, podemos chegar a concluir
que podem não se capazes criar ou desenvolver atitudes. A questão é o acto de criar atitude,
achou-se que pode ser algo tão imenso que poderá ser fácil para um aluno dos seus 12 anos.
Para os aspecto positivo, alguns dos objectivos estão bem formulados e vão de acordo com
os desafios e necessidades da sociedade;
Espera-se que hajam verificações desses despachos, temos muitos verbos e termos que
possam nos ajudar a interpretar e a clarificar os nossos objectivos dentro do programa de
ensino;
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Nos objectivos gerais do ciclo temos a repetição de termos verbais na sua formulação.
Exemplos:
No 1º e 6º objectivos temos o termo “identificar”;
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No 3º e 8º temos “descrever”;
No 9º e 16º temos o termo “demonstrar”;
17º e 20º temos a palavra ou o verbo “desenvolver”.;
Olhando para os aspectos positivos, há-de afirmar que, a repetição desses objectivos
apresentam um sentido para as pretensões dos objectivos. Afirmar que, não se verificou a
repetição dos termos verbais no mesmo objectivo.
E por último esses objectivos vão de acordo com os desafios e necessidades individuais e
colectivas da sociedade.
De salientar que apesar do que se anotou nos aspectos negativos não se nega uma
consciência inteligente para observar a questão da repetição dos termos verbais na
formulação dos objectivos.
Para a 9ª classe temos uns objectivos que compartilham o mesmo verbo “utilizar”, este
termos consta nos 13º e 14º objectivos.
E afirmar que, estes dois (2) objectivos apresentam uma forma contrária da formulação e
desvia um pouco a necessidade que se pretende alcançar. Para os aspectos positivos, é não
apresentam uma repetição dos termos verbais no mesmo objectivo e vão de acordo com as
necessidades e desafios sociais.
Espelhando para as perspectivas do INDE (1999) costa que, na 10ª classe temos os seguintes
objectivos:
Interpretar as leis de Mendel;
Demonstrar a importância da genética na prevenção de doenças congénitas e outras de
carácter hereditário;
Aplicar os conhecimentos da genética na medicina, criação e melhoramento de animais
e plantas;
Descrever as teorias da evolução;
Identificar os ecossistemas de Moçambique;
Desenvolver o espírito de investigação aplicando os métodos científicos;
Divulgar os conhecimentos da história da evolução para melhor percepção da sua
origem.
Para os objectivos da 10ª classe não há sequelas que demonstram lapsos em todas as suas
formulações.
Neste contexto da sustentar que não houve necessidade de sublinhar aspectos negativos e
nem os á melhorar.
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Considerações finais
Chegado a esse momento, acabo de referenciar que formular objectivos parece ser simples,
mas não o é. Requer uma série de critérios para que eles sejam verdadeiros orientadores da
aprendizagem e do conhecimento que o docente pensa construir com seus alunos. É evidente
que os objectivos educacionais que expressam a política oficial de um país estão intimamente
conectados com os objectivos de ensino, porque é através deles que os objectivos oficiais se
concretizam.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que os objectivos de ensino, seja em
qualquer nível que esteja formulado, cognitivo, afectivo e psicomotor, estarão sempre
centrados no comportamento dos alunos e não do professor. Assim nos programas de ensino
do 3º ciclo: 8ª, 9ª e 10 classes, nos contextos de análise dos seus objectivos verificou-se
alguns pontos importantes que passaram para nos aspectos positivos, por exemplo a questão
de alguns ou a maioria dos objectivos irem ao encontro com os desafios da sociedade, quanto
a elaboração apresentarem uma boa formulação; ainda verificaram-se aspectos menos
interessantes concretamente No facto de haver uma repetição de verbos nos objectivos e
assim como a existência de dois ( 2) termos verbais ou mais no mesmo objectivo; ainda
notou-se um desvio de alguns objectivos as necessidades e desafios da sociedade assim como
para os ditos os mais centrados desses objectivos que são os alunos. e na ultima instancia o
autor do trabalho pede para haja uma melhoria nos próximos programas elaborados pelo
sistema nacional da educação (CNE)
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Bibliográfica
BORDENAVE, Juan Diaz, Adair Martins. Estratégias de Ensino Aprendizagem. 25ª ed.,
MAGER, Robert F. Objectivos para o ensino efectivo. Rio de Janeiro: SENAI, 1991.
Índice
Introdução........................................................................................................................................3
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1.2.3.1.1. Conhecimentos................................................................................................................8
Considerações finais......................................................................................................................21
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Universidade Unirovuma
Montepuez
2020
Universidade Unirovuma
Montepuez
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