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FUNDAMENTOS DA NEUROLOGIA

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2

Fundamentos da Neurologia ........................................................................... 3

Sistema Nervoso ............................................................................................. 4

Sensitivas ..................................................................................................... 6
Integradoras ................................................................................................. 6
Motoras ........................................................................................................ 6
Elementos do Sistema Nervoso ................................................................... 7
Tecido nervoso ......................................................................................... 7

Neurônio ................................................................................................... 8

Bulbo raquidiano....................................................................................... 9

Cérebro..................................................................................................... 9

Cerebelo ................................................................................................. 10

Nervos raquidianos (nervos espinhais) .................................................. 10

Tronco encefálico ................................................................................... 11

Medula espinhal ..................................................................................... 12

Hipotálamo ............................................................................................. 13

Sistema Nervoso Central (SNC) e suas funções ....................................... 13


Sistema Nervoso Periférico e suas funções ............................................... 15
Funcionalidade do cérebro ......................................................................... 25
Formação das Emoções ............................................................................ 31
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 40

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Fundamentos da Neurologia

A neurologia estuda as disfunções do sistema nervoso central, do periférico e


das meninges. O cérebro é dividido em hemisférios pela fissura longitudinal que
possui como base o corpo caloso. O controle dos hemisférios é do hemicorpo
contralateral no que tange ao trato cortiço espinhal. A fissura de Rolando (sulco
central) separa a área cortical motora (anterior à mesma).

Existe dominância cerebral e variabilidade funcional, o hemisfério esquerdo é


responsável pela linguagem e o direito tende a representar as habilidades não
verbais. A superfície cortical cinzenta apresenta espessura de 1 a 4 mm.

O sistema nervoso se subdivide em central (medula e encéfalo) e periférico


(somático e autônomo simpático e parassimpático). O encéfalo é formado por
cérebro, cerebelo e tronco cerebral. A medula espinhal é uma haste de tecido
cerebral.

O neurônio é constituído por: corpo celular, axônio e dendrito. A sinapse é o


espaço entre o dendrito e o axônio. Os sinais são transportados por
neurotransmissores. Os impulsos nervosos são reações físico-químicas.

O sistema nervoso periférico é composto por nervos espinhais e cranianos. Os


nervos cranianos possuem funções sensoriais, motoras e mistas. Os nervos
raquidianos são 31 pares de nervos mistos e relacionam-se com os músculos
esqueléticos. São distribuídos da seguinte forma: 8 pares cervicais, 12 pares dorsais,
5 pares lombares, 6 pares sacrais. A raiz ventral dos nervos raquidianos é motora e
a dorsal sensitiva. O corpo dos neurônios no nervo misto fica no gânglio espinhal.

O sistema nervoso autônomo controla a vida vegetativa por intermédio de dois


sistemas antagônicos: simpático e parassimpático. O simpático corresponde as
funções do organismo mediante stress. O sistema nervoso parassimpático é formado
pelos seguintes núcleos de nervos cranianos: Edinger Westphal (III), Salivatório
superior (VII) e inferior (IX), motor dorsal do vago e ambíguo (X).

O sentido do tato conta com receptores específicos: Meissner (pressão),


Merkel (movimentações e pressões leves), Vater-Pacini (pressão), Ruffini (distensões
na pele e calor).

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A memória é a capacidade de reter, recuperar, armazenar e invocar as
informações disponíveis seja internamente (memoria humana) ou externamente
(memoria artificial). A memoria se distingue em declarativa e não declarativa. Pode
ser ainda: episódica e semântica. A memoria declarativa é aquela capaz de verbalizar
um fato, se subdivide em de curto (horas) e longo (novo idioma) prazo e de
procedimento (andar bicicleta).

As funções mentais superiores, permitem a imagem que o individuo tem de si


e do mundo. Sensação, percepção, memoria, pensamento, linguagem, emoção. A
percepção é a interpretação da sensação. Existem três tipos de sensações:
exteroceptiva (sentidos), proprioceptiva (equilíbrio) e interoceptiva (inconsciente -
sonho).

Sistema Nervoso

Sistema nervoso é o conjunto formado por ligações de nervos e órgãos do


corpo, com a função de captar informações, mensagens e demais estímulos externos,
assim como também respondê-los, além de ser o responsável por comandar a
execução de todos os movimentos do corpo, sejam eles voluntários ou involuntários.

O sistema nervoso está organizado em sistema nervoso central, sistema


nervoso periférico e sistema nervoso autônomo. Esse último está relacionado com o
controle das funções vitais do corpo humano que independem da vontade da pessoa.

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Divisão do sistema nervoso

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Entre as principais funções do sistema nervoso está o controle e comando de
todos os outros sistemas fisiológicos do corpo, como o respiratório, o cardíaco, o
digestivo e etc. Cabe a esse sistema atuar nas funções sensitivas, integradoras e
motoras, que são aplicadas para transportar mensagens do cérebro e medula
espinhal para várias partes do corpo.

Sensitivas

Os receptores sensitivos, também chamados de neurônios receptores ou


aferentes, captam estímulos e várias informações do corpo.

As funções sensoriais estão ligadas com a recepção de estímulos e


informações do próprio corpo e do ambiente externo. Um arranhão, uma picada de
mosquito, o aumento ou diminuição da temperatura do ambiente, uma pontada ou dor
interna, tudo é captado e informado instantaneamente.

Por exemplo, quando ocorre uma inflamação, ferimento ou uma simples


alteração da temperatura externa, imediatamente os receptores sensitivos captam
essas informações, enviando-as para o encéfalo ou medula espinhal.

Integradoras

Quanto às funções integradoras, no sistema nervoso os neurônios conectores


efetuam a análise, processamento e armazenamento dos estímulos e informações
inicialmente captadas por meio dos receptores sensitivos.

Esses conectores são também responsáveis por preparar a resposta do


organismo com relação à situação que está acontecendo.

Motoras

Consiste na etapa final do sistema nervoso com relação aos estímulos. A


função motora determina a resposta desse sistema, sendo realizada pelos neurônios
motores.

Elas correspondem ao envio da informação da ação que deve ser realizada


como resposta ao estímulo ou informação recebida. Por exemplo, no caso de uma

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picada de mosquito, fazer com que o mosquito pare de sugar seu sangue, seja
enxotando-o com a mão ou matando com um tapa.

As células e órgãos efetores que permanecem em contato com os neurônios


motores, são estimuladas por uma informação do cérebro e imediatamente executam
uma ação diante de determinada situação.

Elementos do Sistema Nervoso

O sistema nervoso é formado por diversos elementos que desempenham


papéis específicos. Esses elementos são:

 Tecido nervoso
 Neurônio
 Bulbo raquidiano
 Cérebro
 Cerebelo
 Nervos raquidianos
 Tronco encefálico
 Medula espinhal
 Hipotálamo

Tecido nervoso

No sistema nervoso, esse tecido de comunicação atua na recepção,


interpretação e resposta aos estímulos recebidos, sendo que as células do tecido
nervoso são extremamente especializadas quanto ao processamento de
informações.

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Na composição do tecido nervoso, além dos elementos conjuntivos, estão dois
tipos de células: as nervosas (neurônios) e as de neuroglia (célula glia).

A principal função do tecido nervoso é estabelecer uma comunicação


altamente rápida e eficaz entre os órgãos do corpo e o ambiente (meio externo).

Neurônio

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No sistema nervoso, os neurônios têm como função central conduzir os
impulsos nervosos. Ainda que essas células não sejam as únicas do sistema nervoso,
elas são lembradas por serem as mais conhecidas.

Uma célula nervosa possui diversos prolongamentos, sendo que o conjunto


composto por essa célula e prolongamentos recebe o nome de neurônio. Os
elementos básicos de um neurônio são o corpo celular, os dendritos e o axônio.

No espaço existente entre um neurônio e outra célula, há uma junção chamada


de sinapse. É exatamente nesses locais que são inseridos os neurotransmissores
que transportam as informações de um neurônio para outra célula.

Bulbo raquidiano

Na estrutura do sistema nervoso, o bulbo raquidiano tem como função conduzir


os impulsos nervosos. Esse elemento do sistema nervoso está conectado de forma
direta à medula espinhal, sendo a porção inferior do tronco encefálico.

Cérebro

No sistema nervoso, o cérebro é sem dúvida o órgão mais importante,


essencial para a vida humana. Esse minucioso “computador” fica situado na caixa
craniana. É para o cérebro que são enviadas todas as informações que recebemos.

Esse complexo órgão responde somente por 2% do total da massa corporal.


No entanto, o cérebro consome mais de 20% de todo oxigênio do corpo e é
responsável pelo controle de atividades como:

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 Movimento;
 Sono;
 Fome;
 Sensações;
 Memória;
 Fala;
 Sede etc.

O cérebro também atua no controle de emoções como, por exemplo, amor,


ódio, medo, ira, alegria, tristeza etc.

O cérebro pesa em torno de 1,5 kg, atuando nas interpretações do mundo


exterior e também abriga a essência da mente humana.

Cerebelo

No sistema nervoso, o cerebelo é a região do cérebro que abriga metade dos


neurônios. O cerebelo recebe impulsos de várias regiões do corpo e estabelece uma
conexão entre o tronco encefálico e o córtex cerebral.

O cerebelo, além de ser determinante para o equilíbrio corporal, atua no


recebimento de inúmeros estímulos de
músculos e tendões e também desempenha
o papel de controlar as funções motoras.

Dessa forma, essa importante região


do cérebro é fundamental para o
desempenho adequado dos movimentos
voluntários, aprendizagem motora, audição,
tato e visão.

Nervos raquidianos (nervos


espinhais)

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Os chamados nervos raquidianos apresentam função mista. Isso significa que
eles atuam nas questões motoras ao transmitirem mensagens dos centros nervosos
para os órgãos e também agem nas questões sensitivas, enviando estímulos dos
órgãos para os centros nervosos.

Os nervos raquidianos se originam na medula espinhal e são compostos por


31 pares:

 5 pares de nervos sacrais


 8 pares de nervos cervicais
 1 par de nervo coccígeo
 5 pares de nervos lombares

 12 pares de nervos torácicos

Tronco encefálico

No sistema nervoso, o tronco encefálico abriga um imenso conjunto de corpos


de neurônios agrupados em fibras nervosas e núcleos. Esse tronco está ligado à
coluna espinhal e atua no recebimento de informações sensitivas de estruturas
cranianas.

Uma das funções essenciais do tronco encefálico é controlar os músculos


localizados na cabeça, já que ele abriga circuitos nervosos capazes de transmitir

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informações da medula espinhal para as estruturas encefálicas, assim como nas
direções contrárias.

No sistema nervoso, outra das funções primordiais do tronco encefálico é


equilibrar a respiração, temperatura corporal, capacidade de atenção e estado de
alerta consciente.

Medula espinhal

Na estrutura do sistema nervoso, a medula espinhal consiste em um cordão


cilíndrico formado por células nervosas, sendo esse cordão situado no canal interno
das vértebras.

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A medula espinhal exerce o papel de propiciar a comunicação entre o corpo e
o sistema nervoso, atuando também nos reflexos e preservando o corpo em
ocorrências de emergências (que geralmente exigem uma rápida resposta).

Ainda que a medula espinhal muitas vezes seja confundida com a medula
óssea, é preciso ter claro a diferenciação entre elas. Enquanto que a medula óssea é
responsável pela produção de células sanguíneas, a medula espinhal integra o
sistema nervoso central.

Hipotálamo

O hipotálamo, que apresenta o tamanho aproximado de uma amêndoa, é o


grande responsável por coordenar a maior parte das funções endócrinas.

Isso significa que o hipotálamo exerce um papel direto no desempenho da


hipófise e também atua de forma indireta sobre outras glândulas, tais como tireoide,
adrenais, gônadas sexuais e mamárias.

O hipotálamo fica situado na região da base do encéfalo, logo abaixo do tálamo


e acima da hipófise. O hipotálamo também atua na regulação de funções como
apetite, sede, sono, temperatura corporal e atividades do sistema nervoso autônomo.

Sistema Nervoso Central (SNC) e suas funções

O Sistema
Nervoso Central
(SNC) é
responsável por
receber e transmitir
informações para todo
o organismo. Podemos
defini-lo com a central de comando que coordena as atividades do corpo. É formado
pelo encéfalo e medula espinhal. Podemos dizer que ele localiza-se dentro do

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esqueleto axial, mesmo que alguns nervos penetrem no crânio ou na coluna vertebral.
O Sistema Nervoso Central é protegido por partes ósseas. O encéfalo é resguardado
pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral.

Anatomia do Sistema Nervoso Central

Os principais componentes do Sistema Nervoso Central:

Medula espinhal – A medula espinhal é uma massa de tecido nervoso situado


dentro do canal vertebral. É o centro dos arcos reflexos e é organizada em segmentos
(região cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura
subordinada ao cérebro, mas pode agir independente dele.

O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, esse por sua
vez é compreende o mesencéfalo, ponte e bulbo.

Cérebro – Está relacionado com a maioria das funções do organismo, como a


recepção de informações visuais e movimentos do corpo. O cérebro é protegido pelas
meninges pia-máter, dura-máter e aracnoide.

Cerebelo – Situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, é responsável pelo


controle motor, e pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja
a coordenação sensorial. Difere do cérebro por funcionar sempre em nível involuntário
e inconsciente.

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Mesencéfalo - conecta a ponte e o cerebelo com o telencéfalo. É o segmento
mais curto do tronco encefálico. Recebe informações referentes aos músculos e
participa no controle das contrações musculares e postura corporal.

Ponte – Transmissão das informações da medula e do bulbo até o córtex


cerebral e conecta-se com centros hierarquicamente superiores.

Bulbo – Sua função é relacionada à respiração, aos reflexos cardiovasculares


e transmissão de informações sensoriais e motoras.

Sistema Nervoso Periférico e suas funções

Representa a extensão periférica do S.N.C., é anatômica e operacionalmente


contínuo com o encéfalo e a medula espinhal. O sistema nervoso periférico é
constituído por nervos (espinhais e cranianos), gânglios e terminações nervosas e é
dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo.

A distinção entre ambos é simples: o sistema somático regula as ações


voluntárias, ou seja, aquelas que as pessoas são capazes de controlar. O sistema
nervoso autônomo lida com as ações involuntárias e atua de modo integrado ao
sistema nervoso central. Ele ainda apresenta duas subdivisões: o sistema nervoso
simpático e o sistema nervoso parassimpático.

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O sistema nervoso periférico consta de duas partes com funções opostas, o
simpático e o parassimpático. Ambas as partes regulam o funcionamento e a
atividade dos órgãos com um jogo combinado de efeitos excitantes e inibidores e cada
órgão recebe nervos de ambas as partes. O sistema nervoso simpático estimula o
funcionamento dos órgãos, enquanto que o sistema nervoso parassimpático inibe o
funcionamento desses órgãos. Ambos os sistemas possuem funções totalmente
contrárias.

Por exemplo, os nervos simpáticos dilatam a pupila, contraem as artérias,


aumentam o número dos batimentos cardíacos, enquanto os nervos parassimpáticos
contraem as pupilas, dilatam as artérias, diminuem o número dos batimentos do
coração.

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Graças a estas atividades de compensação, o organismo normal consegue
adaptar-se às diferentes condições em que se encontra nos diversos momentos e, de
fato, a saúde depende sobretudo da capacidade de adequação às variações do
ambiente exterior.

Em resumo, o sistema nervoso periférico autônomo é denominado também


vegetativo porque independe da vontade, age de modo automático.

O Sistema nervoso periférico é basicamente formado por nervos que conectam


o restante do corpo ao sistema nervoso central, através do encéfalo e da medula
espinhal. Existem dois principais tipos de classes de nervos neste sistema nervoso:
os cranianos e os raquidianos.

Os nervos cranianos têm a principal tarefa de transmitir mensagens motoras e


sensoriais para as regiões da cabeça e pescoço. Os nervos raquidianos, por outro
lado, são constituídos por neurônios sensoriais e que estão presentes em todos as
partes do corpo, captando impulsos externos e transportando-os ao sistema nervoso
central.

Nervos são cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso central aos
órgãos periféricos. Se a união se faz com o encéfalo, os nervos são cranianos; se
com a medula, os nervos são espinhais. Em relação com alguns nervos e raízes
nervosas, existem dilatações constituídas principalmente de corpos de neurônios, que
são os gânglios. Na extremidade das fibras que constituem os nervos situam-se as
terminações nervosas, que, do ponto de vista funcional, são de dois tipos: sensitivas
( ou aferentes) e motoras (ou eferentes).

Divisão do sistema nervoso periférico

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Gâglios

Os gânglios
são regiões
dilatadas que estão
localizadas nos
caminhos
percorridos pelos nervos. Eles são formados por
acúmulos de corpos celulares e estão situados fora
do SNC. Do ponto de vista funcional, existem
gânglios sensitivos e gânglios motores viscerais.

Terminações nervosas

As terminações nervosas são estruturas do sistema nervoso periférico


localizados na extremidade periférica das radículas sensitivas e das radículas
motoras nervosas.

Na terminação nervosa sensitiva (receptores) os receptores são encontrados


nas extremidades periféricas das radículas sensitivas dos nervos. Quando
estimulados por uma forma adequada de energia, captam estes estímulos
transformando-os em impulsos nervosos que após percorrerem as radículas
sensitivas dos nervos atingem o sistema nervoso central, sendo interpretadas
originando a percepção de uma sensibilidade especial ou geral.

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Já a terminação nervosa motora é encontrada na extremidade periférica das
radículas motoras do nervo. É responsável por conectar o sistema nervoso a órgãos
efetuadores ou efetores. Efetuadores ou efetores: Músculo voluntário (efetor
somático) e Músculo involuntário, glândulas, miocárdio (Efetores viscerais).

As terminações nervosas motora somáticas liga o sistema nervoso a efetor


somático sendo denominada placa motora.

A terminação nervosa motora visceral liga o sistema nervoso a efetores


viscerais sendo encontrados no sistema nervoso autônomo. (Simpático e
Parassimpático).

O sistema nervoso periférico conduz impulsos neurais para o sistema nervoso


central, a partir dos órgãos dos sentidos e dos receptores sensitivos das várias partes
do corpo. Esse sistema também conduz impulsos neurais provenientes do sistema
nervoso central para músculos e glândulas.

Nervos Cranianos

Os nervos cranianos, em ligação direta com o cérebro, informam-nos do que


acontece a nossa volta. Estes, na verdade, regem essencialmente a função dos
órgãos dos sentidos e dos músculos da cabeça. O décimo nervo, o vago, controla a
respiração, a digestão e a circulação.

São 12 pares de nervos cranianos que fazem conexão com o encéfalo. A


maioria deles (10) origina-se do tronco encefálico. São fibras sensitivas e motoras.
Além do nome, os nervos são também denominados por número em sequência crânio
caudal.

O nervo olfatório (I), puramente sensitivo e ligado a olfação. Óptico (II) -


sensitivo e relacionado à percepção visual. Oculomotor, Troclear e Abducente (III, IV
e VI), motores relacionados aos movimentos dos olhos.

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O Trigêmeo (V), quase todo sensitivo relacionado à cabeça, mas uma pequena
porção é motora relacionada aos músculos da mastigação.

Facial, Glossofaríngeo e Vago (VII, IX e X), relacionados à sensibilidade


gustativa e visceral, além de inervar glândulas, musculatura lisa e esquelética. O vago
é o mais importante, pois, inerva todas as vísceras torácicas e a maioria abdominal.

O nervo vestíbulo coclear (VIII), é puramente sensitivo, relacionado a audição


(porção coclear) e ao equilíbrio (porção vestibular).

O acessório (XI) inerva músculo esquelético, então ele é motor. O hipoglosso


(XII), relacionado ao movimento da língua, então é motor.

Nervos cranianos

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A seguir, a relação desses doze pares de nervos e suas respectivas funções:

 Óptico: Conduz os estímulos de luz do globo ocular para o cérebro.


 Motor ocular comum: Estimula a contração dos músculos que
movimentam os olhos para baixo e para cima.
 Motor ocular externo: Estimula certos músculos dos olhos,
movimentando-os lateralmente.
 Auditivo: Conduz para o cérebro os estímulos sonoros e os impulsos
responsáveis pelo equilíbrio.
 Olfativo: Conduz os estímulos do olfato para o cérebro.

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 Trigêmeo: Leva ao cérebro a sensibilidade da parte superior da face e
dos dentes. Estimula também os músculos que movimentam o maxilar
inferior.
 Glossofaríngio: Conduz os estímulos do paladar para o cérebro e
movimenta os músculos da faringe.
 Hipoglosso: Estimula os músculos da língua.
 Patético: Estimula certos músculos dos olhos, movimentando-os para
os lados e para baixo.
 Facial: Estimula os músculos da face, as glândulas salivares e as
lacrimais.
 Pneumogástrico ou Vago: Estimula o coração, os pulmões, o estômago
e o intestino, entre outros órgãos, dando movimento e sensibilidade às
vísceras.
 Espinhal: Estimula os músculos do pescoço, permitindo a fonação e os
movimentos da cabeça e da faringe.

Nervos espinhais

Os nervos espinhas são nervos que se originam da medula espinhal,


responsáveis pela inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça.
Ao todo, compreendem 31 pares nervos que mantêm conexão com a medula e
abandonam a coluna vertebral através do forame intervertebral.

A coluna pode ser dividida em porções, cervical,


torácica, lombar, sacral e coccígea. Dá mesma maneira
reconhecemos nervos espinhais que são, cervicais,
torácicos, lombares, sacrais e coccígeos.

Assim, são, 8 nervos espinhais cervicais, 12


torácico, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Cada
nervo é formado pela união de duas raízes, uma dorsal
e outra ventral.

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Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal e ventral. A raiz
dorsal é a parte da medula espinhal onde se localizam os neurônios sensoriais. Nela
encontra-se o gânglio, região dilatada onde estão os corpos dos neurônios sensoriais
somáticos e visceral. Já a raiz ventral é a parte da medula espinhal formada pelos
axônios dos neurônios motores somáticos e motor visceral, situados na medula
espinhal.

A raiz dorsal possui fibras sensitivas (aferentes) cujos corpos celulares estão
situados no gânglio sensitivo da raiz dorsal, que se apresenta como uma porção
dilatada da própria raiz. A raiz ventral possui apenas fibras motoras (eferentes), cujos
corpos celulares estão situados na coluna anterior da substância cinzenta da medula.

União das raízes sensitiva e motora resulta no nervo espinhal. Isto quer dizer
que o nervo espinhal é sempre misto, ou seja, possuem fibras aferentes e eferentes.
Após a fusão das raízes ventral e dorsal o nervo espinhal se divide em dois ramos,
os ventrais responsáveis pela inervação dos membros e tronco. Os dorsais
responsáveis pela inervação da pele e músculos do dorso.

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Os nervos espinhais deixam a coluna vertebral pelos forames intervertebrais
que são pequenas aberturas laterais.

Funcionalidade do cérebro

O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo, sua massa de tecido cinza-


rósea apresenta duas substâncias diferentes, sendo uma branca, na região central, e
uma cinzenta, da qual se forma o córtex cerebral.

O córtex cerebral, um tecido fino com uma espessura entre 1 e 4 mm e uma


estrutura laminar formada por 6 camadas distintas de diferentes tipos de corpos
celulares, é constituído por células neuroglias e neurônios. Além de nutrir, isolar e
proteger os neurônios, as células neuroglias são tão críticas para certas funções
corticais quanto os neurônios, ao contrário do que se pensava alguns anos atrás.

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O córtex cerebral é dividido em dois hemisférios cerebrais, que comunicam
entre si. O hemisfério esquerdo controla a metade direita do corpo e o hemisfério
direito a metade esquerda.

Hemisférios do Cérebro Humano

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O cérebro é dividido em hemisférios esquerdo e direito, sendo o primeiro
dominante em 98% dos humanos, já que é responsável pelo pensamento lógico e
competência comunicativa. Já o hemisfério direito é quem cuida do pensamento
simbólico e da criatividade. Nos canhotos estas funções destinadas aos hemisférios
estão trocadas.

A conexão entre os dois hemisférios é feita pela fissura sagital ou inter-


hemisférica, onde está localizado o corpo caloso. Essa estrutura, composta por fibras
nervosas brancas (axônios envolvidos em mielina) faz uma ponte para a troca de
informações entre as muitas áreas do córtex cerebral. Ambos os hemisférios possuem
um córtex motor, que controla e coordena a motricidade voluntária. O córtex motor do
hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo, enquanto que o do
hemisfério esquerdo controla o lado direito. Um trauma nesta área pode causar
fraqueza muscular ou paralisia no indivíduo.

O cérebro é
contralateral – ou seja, cada metade controla a metade oposta do corpo. É por isso
que um derrame do lado direito do cérebro comprometerá os movimentos do lado
esquerdo do corpo, e um derrame do lado esquerdo afetará o funcionamento do lado
direito. Como algo em torno de 90% da população é destro, temos que em mais ou

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menos de 90% das pessoas o hemisfério esquerdo controla atividades motoras
importantes como a escrita, o ato de comer e o movimento do mouse do computador.

A aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo


córtex pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina
um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a
ponto do indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto
a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é perturbada.

Além dos hemisférios, de quem dependem a inteligência e o raciocínio do


indivíduo, o cérebro é formado por mais dois componentes, o cerebelo e o tronco
cerebral, sendo o primeiro o coordenador geral da motricidade, da manutenção do
equilíbrio e da postura corporal.

No tronco cerebral encontram-se o bulbo raquiano, o tálamo, o mesencéfalo e


a ponte de Varólio. Ele conecta o cérebro à medula espinal, além de controlar a
atividade de diversas partes do corpo através da coordenação e envio de informações
ao encéfalo; enquanto que o bulbo raquiano cuida da manutenção das funções
involuntárias, como a respiração, por exemplo.

O tálamo é o centro de retransmissão dos impulsos elétricos, que vão e vem


do córtex cerebral, ao passo que o mesencéfalo recebe e coordena as informações
que dizem respeito às contrações dos músculos e à postura. Já a ponte de Varólio,
constituída principalmente por fibras nervosas mielinizadas, liga o córtex cerebral ao
cerebelo.

O córtex cerebral é dividido em áreas denominadas lobos cerebrais, cada uma


com funções diferenciadas e especializadas. Os lobos parietais, temporais e occipitais
estão envolvidos na produção das percepções resultantes das informações obtidas
por nossos órgãos sensoriais do que diz respeito à relação do meio ambiente e nosso
corpo. O lobo frontal, por sua vez, por incluir o córtex motor, o córtex pré-motor e o
córtex pré-frontal, está envolvido no planejamento de ações e movimento, assim
como no pensamento abstrato.

Lobos Cerebrais

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Na região da testa está localizado o lobo frontal, na área da nuca está o lobo
occipital, na parte superior central da cabeça localiza-se o lobo parietal e o lobo
temporal é encontrado na região lateral, sob a orelha.

Lobo frontal

No lobo frontal, acontece o planejamento de ações e movimento, bem como o


pensamento abstrato. Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal.

O córtex motor controla e coordena a motricidade voluntária, sendo que o


córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo,
enquanto que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. Um trauma nesta área
pode causar fraqueza muscular ou paralisia.

A aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo


córtex pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina
um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a
ponto do indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto
a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é perturbada.

A atividade no lobo frontal de um indivíduo aumenta somente quando este se


depara com uma tarefa difícil em que ele terá que descobrir uma sequência de ações
que minimize o número de manipulações necessárias para resolvê-la. A decisão de

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quais sequências de movimento ativar e em que ordem, além de avaliar o resultado,
é feito pelo córtex-frontal, localizado na parte da frente do lobo frontal. Suas funções
incluem o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem,
respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais, julgamento social,
vontade e determinação para ação e atenção seletiva. Lesões nesta região fazem
com que o indivíduo fique preso obstinadamente a estratégias que não funcionam ou
que não consigam desenvolver uma sequência de ações correta.

Lobos occipitais

Localizados na parte inferior do cérebro e cobertos pelo córtex cerebral, os


lobos occipitais processam os estímulos visuais, daí também serem conhecidos por
córtex visual. Possuem várias subáreas que processam os dados visuais recebidos
do exterior depois destes terem passado pelo tálamo, uma vez que há zonas
especializadas a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância e assim
por diante.

Depois de passarem por esta área, chamada área visual primária, estas
informações são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas
com dados anteriores, permitindo assim o indivíduo identificar, por exemplo, um gato,
uma moto ou uma maçã. O significado do que vemos, porém, é dado por outras áreas
do cérebro, que se comunicam com a área visual, considerando as experiências
passadas e nossas expectativas. Isso faz com que o mesmo objeto não seja
percepcionado da mesma forma por diferentes indivíduos.

Quando esta área sofre uma lesão provoca a impossibilidade de reconhecer


objetos, palavras e até mesmo rostos de pessoas conhecidas ou de familiares. Esta
deficiência é conhecida como agnosia.

Lobos temporais

Na zona localizada acima das orelhas e com a função principal de processar


os estímulos auditivos encontram-se os lobos temporais. Como acontece nos lobos
occipitais, as informações são processadas por associação. Quando a área auditiva
primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados à área auditiva secundária,

30
que interage com outras zonas do cérebro, atribuindo um significado e assim
permitindo ao indivíduo reconhecer ao que está ouvindo.

Lobos parietais

Na região superior do cérebro temos os lobos parietais, constituídos por duas


subdivisões, a anterior e a posterior. A primeira, também chamada de córtex
somatossensorial, tem a função de possibilitar a percepção de sensações como o
tato, a dor e o calor. Por ser a área responsável em receber os estímulos obtidos com
o ambiente exterior, representa todas as áreas do corpo humano.

É a zona mais sensível, logo ocupa mais espaço do que a zona posterior, uma
vez que tem mais dados a serem interpretados, captados pelos lábios, língua e
garganta. A zona posterior é uma área secundária e analisa, interpreta e integra as
informações recebidas pela anterior, que é a zona primária, permitindo ao indivíduo
se localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato etc.

Formação das Emoções

É importante destacar que as estruturas envolvidas com a emoção se


interligam intensamente e que nenhuma delas é exclusivamente responsável por este
ou aquele tipo de estado emocional. No entanto, algumas contribuem mais que outras
para esse ou aquele determinado tipo de emoção.

As neurociências estudam os neurônios e suas moléculas constituintes, os


órgãos do sistema nervoso e suas funções, e ainda as funções cognitivas e o
comportamento que são resultantes da atividade dessas estruturas. Graças ao
desenvolvimento e ao aperfeiçoamento de técnicas de neuroimagem, de
eletrofisiologia, da neurobiologia molecular e ainda os achados no campo da genética
e da neurociência cognitiva, o conhecimento neurocientífico cresceu muito nos
últimos anos.

A neurociência compreende o estudo do controle neural das funções


vegetativas, sensoriais e motoras; dos comportamentos de locomoção, reprodução e
alimentação; e dos mecanismos da atenção, memória, aprendizagem, emoção,
linguagem e comunicação.

31
Amigdala
Pequena estrutura em forma de amêndoa, situada dentro da região antero-
inferior do lobo temporal, se interconecta com o hipocampo, os núcleos septais, a
área pré-frontal e o núcleo dorso-medial do tálamo. Essas conexões garantem seu
importante desempenho na mediação e controle das atividades emocionais de ordem
maior, como amizade, amor e afeição, nas exteriorizações do humor e,
principalmente, nos estados de medo e ira e na agressividade.

A amigdala é fundamental para a autopreservação, por ser o centro


identificador do perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em situação
de alerta, aprontando-se para se evadir ou lutar. A destruição experimental das
amigdalas (são duas, uma para cada um dos hemisférios cerebrais) faz com que o
animal se torne dócil, sexualmente indiscriminativo, afetivamente descaracterizado e
indiferente às situações de risco.

32
O estímulo elétrico dessas estruturas provoca crises de violenta agressividade.
Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca
o sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como a visão de
uma pessoa conhecida. Ele sabe quem está vendo mas não sabe se gosta ou
desgosta da pessoa em questão.

Hipocampo

Está particularmente envolvido com os fenômenos de memória, em especial


com a formação da chamada memória de longa duração (aquela que persiste, as
vezes, para sempre). Quando ambos os hipocampos ( direito e esquerdo) são
destruídos, nada mais é gravado na memória.

O indivíduo esquece, rapidamente, a mensagem recém recebida. Um


hipocampo intacto possibilita ao animal comparar as condições de uma ameaça atual
com experiências passadas similares, permitindo-lhe, assim, escolher qual a melhor
opção a ser tomada para garantir sua preservação.

Tálamo

Lesões ou estimulações do núcleo dorso-medial e dos núcleos anteriores do


tálamo estão correlacionadas com alterações da reatividade emocional, no homem e
nos animais. No entanto, a importância desses núcleos na regulação do
comportamento emocional possivelmente decorre, não de uma atividade própria, mas
das conexões com outras estruturas do sistema límbico.

O núcleo dorso-medial conecta com as estruturas corticais da área pré-frontal


e com o hipotálamo. Os núcleos anteriores ligam-se aos corpos mamilares no
hipotálamo ( e, através destes, via fornix, com o hipocampo) e ao giro cingulado,
fazendo, assim, parte do circuito de Papez.

Hipotálamo

33
Esta estrutura tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e
com o mesencéfalo. Lesão dos núcleos hipotalâmicos interferem com diversas
funções vegetativas e com alguns dos chamados comportamentos motivados, como
regulação térmica, sexualidade, combatividade, fome e sede. Aceita-se que o
hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas emoções.

Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva,


enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e `a
tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a
participação do hipotálamo é menor na gênese do que na expressão (manifestações
sintomáticas) dos estados emocionais.

Quando os sintomas físicos da emoção aparecem, a ameaça que produzem,


retorna, via hipotálamo, aos centros límbicos e, destes, aos núcleos pré-frontais,
aumentando, por um mecanismo de "feedback" negativo, a ansiedade, podendo até
chegar a gerar um estado de pânico. O conhecimento desse fenômeno tem, como
veremos adiante, importante sentido prático, dos pontos de vista clínico e terapêutico.

Giro Cingulado

Situado na face medial do cérebro, entre o sulco cingulado e o corpo caloso


(principal feixe nervoso ligando os dois hemisférios cerebrais). Há ainda muito por
conhecer a respeito desse giro, mas sabe-se que a sua porção frontal coordena
odores, e visões com memórias agradáveis de emoções anteriores.

Esta região participa ainda, da reação emocional à dor e da regulação do


comportamento agressivo. A ablação do giro cingulado (cingulectomia) em animais
selvagens, domestica-os totalmente. A simples secção de um feixe desse giro
(cingulotomia), interrompendo a comunicação neural do circuito de Papez, reduz o
nível de depressão e de ansiedade pré-existentes.

Tronco Encefálico

O tronco encefálico é a região responsável pelas "reações emocionais", na


verdade, apenas respostas reflexas, de vertebrados inferiores, como os répteis e os
anfíbios. As estruturas envolvidas são a formação reticular e o locus cérulus, uma

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massa concentrada de neurônios secretores de nor-epinefrina. É importante assinalar
que, até mesmo em humanos, essas primitivas estruturas continuam participando,
não só dos mecanismos de alerta, vitais para a sobrevivência, mas também da
manutenção do ciclo vigília-sono.

Outras estruturas do tronco encefálico, os núcleos dos pares cranianos,


estimuladas por impulsos provenientes do cortex e do estriado (uma formação
subcortical), respondem pelas alterações fisionômicas dos estados afetivos:
expressões de raiva, alegria, tristeza, ternura, etc.

Área tegmental ventral

Na parte mesencefálica (superior) do tronco cerebral existe um grupo


compacto de neurônios secretores de doapmina - área tegmental ventral - cujos
axônios vão terminar no núcleo accumbens, (via dopaminérgica mesolímbica).

A descarga espontânea ou a estimulação elétrica dos neurônios desta última


região produzem sensações de prazer, algumas delas similares ao orgasmo.
Indivíduos que apresentam, por defeito genético, redução no número de receptores
das células neurais dessa área, tornam-se incapazes de se sentirem recompensados
pelas satisfações comuns da vida e buscam alternativas "prazerosas" atípicas e
nocivas como, por exemplo, alcoolismo, cocainômano, compulsividade por alimentos
doces e pelo jogo desenfreado.

Septo

Anteriormente ao tálamo, situa-se a área septal, onde estão localizados os


centros do orgasmo (quatro para a mulher e um para o homem). Certamente por isto,
esta região se relaciona com as sensações de prazer, mormente aquelas associadas
às experiências sexuais.

Área Pré-frontal

A área pré-frontal compreende toda a região anterior não motora do lobo


frontal. Ela se desenvolveu muito, durante a evolução dos mamíferos, sendo
particularmente extensa no homem e em algumas espécies de golfinhos. Não faz
parte do circuito límbico tradicional, mas suas intensas conexões bi-direcionais com

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o tálamo, amigdala e outras estruturas sub-corticais, explicam o importante papel que
desempenha na gênese e, especialmente, na expressão dos estados afetivos.

Quando o cortex pré-frontal é lesado, o indivíduo perde o senso de suas


responsabilidades sociais, bem como a capacidade de concentração e de abstração.
Em alguns casos, a pessoa, conquanto mantendo intactas a consciência e algumas
funções cognitivas, como a linguagem, já não consegue resolver problemas, mesmo
os mais elementares.

Quando se praticava a lobotomia pré-frontal, para tratamento de certos


distúrbios psiquiátricos, os pacientes entravam em estado de "tamponamento afetivo",
não mais evidenciando quaisquer sinais de alegria, tristeza, esperança ou
desesperança. Em suas palavras ou atitudes não mais se vislumbravam quaisquer
resquícios de afetividade.

As neurociências têm mostrado que os processos cognitivos e emocionais


estão profundamente entrelaçados. O fenômeno emocional tem raízes biológicas
antigas e sua manutenção no processo evolutivo se deu pelo seu valor para a
sobrevivência das espécies e dos indivíduo.

Do ponto de vista das neurociências, as competências mais exigidas em nível


cerebral para o aprendizado humano são listadas como cognitivas, técnicas,
relacionais e emocionais.

36
O desencadeamento das emoções colabora para a formação de memórias.
Desde que exista suficiente emoção numa determinada experiência, somos capazes
de registrar na memória e de ativá-la, posteriormente. As emoções podem ser
classificadas por valência (positiva e negativa) e ainda por três grupos: as primaria ou
básicas, as secundárias e as emoções de fundo.

As emoções conferem, o suporte básico, afetivo, fundamental e necessário às


funções cognitivas e executivas da aprendizagem que são responsáveis pelas formas
de processamento de informação mais humanas, verbais e simbólicas

Classificação das emoções humanas por grupo e por valência

Classificação por grupo


Primárias/básicas Secundárias De fundo
Alegria Culpa Ansiedade
Tristeza Vergonha Depressão
Medo Orgulho Calma
Nojo Tensão
Raiva
Surpresa
Classificação por
valência
Emoções positivas Amor, alegria, encantamento, amizade
Emoções negativas Ódio, tristeza, agonia, desespero, pânico, inveja, medo, ansiedade,
raiva,

As primárias se originam na rede de circuitos neurais do sistema límbico, a


amígdala e o cíngulo são seus gatilhos, são inatas e não dependem de fatores sociais
e culturais, são inerentes a todas as pessoas. As secundárias são influenciadas pelo
contexto social e cultural, são aprendidas. Por meio delas o indivíduo obedece, ou
não, as regras de comportamento que a sociedade lhes recomenda em cada lugar e
época histórica. Já as emoções de fundo, referem-se a estados gerais de bem estar,
ou mal estar.

O desencadeamento das emoções colabora, ainda, para a formação de


memórias, desde que exista suficiente emoção numa determinada experiência,
somos capazes de registrá-la na memória e de ativá-la, posteriormente.

Áreas especiais nas regiões límbicas basais do cérebro determinam se uma


informação é importante ou não e tomam a decisão subconsciente de armazenar a
informação como um traço de memória sensibilizada ou suprimi-la

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Hipocampo Porção posterior parece estar envolvida nos processos de
aprendizagem e memória. Já o lóbulo anterior faz parte dos circuitos
do lobo temporal envolvidos com a emoção e o comportamento
motivado. Ablação bilateral do hipocampo causa amnésia retrograda,
ou seja, a pessoa torna-se incapaz de aprender coisas novas, mas é
capaz de acessar a memória anterior ao evento.
Amígdala Relacionada com muitas funções emocionais, como o medo,
comportamentos agressivos, maternal, sexual e ingestivo (os atos de
beber e comer). Está também envolvida nos mecanismos de
recompensa e suas implicações na motivação.

Giro de cíngulo Está relacionado com a memória. Lesões singulares podem provocar
apatia, mutismo e mudanças de personalidade. Existem evidências de
que possa estar envolvido precocemente em patologias como a
doença de Alzheimer, a esquizofrenia, a depressão e o transtorno.

Septo Relaciona-se à raiva, ao prazer e ao controle neurovegetativo.


Cerebelo Historicamente conhecido por suas funções no controle da
motricidade. Parece estar envolvido, também, na aprendizagem
motora e na memória correspondente a memória de procedimentos.
Estudos de envolvendo tecnologias de neuroimagem têm mostrado
alterações cerebelares em patologias como a esquizofrenia, o
autismo e a dislexia.
Hipotálamo Grande participação nos mecanismos reguladores dos processos
emocionais e motivacionais, além da função de controle da reprodução
e do comportamento sexual.

Tálamo Participa de processos emocionais e motivacionais e exerce papel na


ativação e na integração de atividades do córtex cerebral.

Área pré-frontal Está relacionada ao planejamento de comportamentos e pensamentos


complexos, expressão da personalidade, tomadas de decisões e
modulação de comportamento social.

Giro Desempenha um papel importante na codificação e recuperação de


parahipocampal memória.

O conhecimento fornecido pela neurobiologia pode indicar algumas direções,


ainda que não exista uma receita única a ser seguida, mesmo porque cada ser

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humano tem sua individualidade e sofre interferências, tanto em relação ao seu
contexto familiar, quanto social. A aprendizagem significativa e motivadora é o
resultado da interação entre a emoção e a cognição, ambas estão tão conectadas a
um nível neurofuncional tão básico, que se uma não funcionar a outra é afetada
consideravelmente.

Conhecer o funcionamento do cérebro humano, saber que as emoções


participam positivamente do desenvolvimento humano, mas que também pode
cerceá-lo é uma ferramenta imprescindível aos que lidam com o processo de
aprendizagem.

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