Área das ciências humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que
interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Procura caraterizar, explicar ou interpretar as
relações sociais que se estabelecem.
Associação: Organização resultante da reunião legal entre duas ou até mais pessoas, com ou sem
personalidade jurídica (suscetibilidade de ser sujeito de direitos e obrigações), sem fins lucrativos para
a realização de um objetivo comum.
Grupo: Coleção de várias pessoas que compartilham certas características, interagem uns com os
outros, aceitam direitos e obrigações como sócios do grupo e partilham um identidade comum.
Sociedade: Sistema semiaberto que consiste numa rede de relacionamentos entre pessoas,
originando uma comunidade interdependente.
Campo de ação: Compreende a análise de interação entre indivíduos, estudo de grupos, de organizações, de
comunidades e investigação de processos sociais globais.
A sociologia tem uma base teórico-metodológica, tentando entender como funciona a nossa
sociedade (problema).
Objetivos:
A sociologia permite distanciarmo-nos das situações do quotidiano e olharmos para elas com outros olhos,
diferindo do senso comum pela dimensão do campo.
ENFERMAGEM E SAÚDE
Segundo Max Weber, a sociologia permite compreender a ação dos comportamentos individuais.
Assim, os enfermeiros podem recorrer à sociologia, de modo a interpretar mais adequadamente as diversas
formas de que se reveste a vida das pessoas na sociedade contemporânea.
A sociologia permite que os enfermeiros alcancem uma visão mais profunda da vida familiar contemporânea,
o que pode melhorar a qualidade dos cuidados prestados.
Keith Sharp considerava que a sociologia era inadequada para a enfermagem, uma vez que, enquanto
atividade prática, eram necessárias “receitas de agir” e não questões de debater.
A sociologia era complicada para os enfermeiros, que precisavam que lhes fosse dito o que fazer e como o
fazer.
Porter considerava a enfermagem como uma profissão feminina, com pouco raciocínio e
competência. A prática era essencial para uma boa enfermagem e requeria conhecimento de sociologia.
Social: Analisa uma ou várias sociedades num determinado momento, tendo em conta os seus aspetos
fundamentais. A componente social exige uma compreensão para o modo como essas relações sociais
se manifestam.
Cultural: Visa a orientação predominante para a componente cultural de uma comunidade. Implica que a
análise se centre no indivíduo e no seu grupo.
Pressupostos:
O preconceito afirma uma realidade adulterada, pois não existe indivíduo sem cultura. Numa cultura que
privilegia a força, o preconceito prepara a ação de exclusão do mais frágil para aqueles que não podem viver
a sua própria fragilidade.
A sociologia tenta fazer a síntese entre 3 domínios fundamentais da vida social, de modo a originar
novos domínios, permitindo compreender o funcionamento dos grupos humanos, as suas relações e
atividades.
Economia (ter): Compreender o homem no trabalho e as relações sociais dominadas pelo dinheiro.
Política (poder): Relações de pode da família, até relações internacionais, podem conduzir à guerra
ou ao desenvolvimento.
Ideologia (saber): Compreender como é que os grupos humanos construíram doutrinas para
experimentarem darem sentido às suas ações.
IMAGINAÇÃO SOCIOLÓGICA:
Neologismo criado por C. Wright Mills que procura descrever o processo de conexão entre a
experiência individuais da pessoa com as instituições sociais sob as quais convive e com o seu próprio lugar na
história da humanidade.
Habilidade de analisar conexões mais amplas de vida do quotidiano de indivíduos com os seus
problemas sociais.
Para adquirir esta forma de visão é necessário analisar a sociedade onde vive de uma forma externa,
de modo a diminuir a influência na análise, uma vez que cada pessoa é um conjunto de valores culturais.
Olhar para as coisas de uma forma diferente à qual estamos habituados no nosso
quotidiano.
Assim, a sociologia confere ferramentas intelectuais que permitem questionar criticamente as versões
“oficiais” da realidade.
Hoje em dia, utilizam-se conceitos como natureza humana ou mundo real para justificar as ações e
opções de indivíduos com poder.
Poder da sociologia:
A sociologia tem um poder anti fixante, uma vez que torna novamente flexível o mundo até agora
opressivo na sua aparente inércia, mostrando que pode ser diferente do que é atualmente.
Se temos autoridade em relação às necessidades sociais, então que esta autoridade sirva para analisar
de forma independente as posições sociais dos outros com autoridade institucional, os que estão em posição
de dar uma imagem oficial às versões da realidade.
Pioneiros da sociologia:
Em 1776, surge o racionalismo que defende que as relações entre os indivíduos devem ser reavaliadas
de acordo com as mudanças económicas e políticas.
Posteriormente à Revolução Francesa, surge o Iluminismo, o qual inclui uma série de ideias centradas
na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade. As doutrinas centrais eram a liberdade individual
e a tolerância religiosa em oposição a uma monarquia absolutas e dogmas fixos da Igreja Católica Romana.
A sociologia surge então do pensamento iluminista como uma ciência da sociedade positivista, que
visava entender as mudanças ocorridas na revolução e explicá-las.
AUGUSTE COMTE:
Considerava que só há desenvolvimento quando o homem se desenvolve. Além disso, reclamou para
as ciências socias o mesmo estatuto que as ciências naturais.
Física Social:
Ciência que se ocupa com o estudo dos fenómenos sociais sujeitos a leis naturais e invariáveis, cuja
descoberta é o objetivo especial das suas pesquisas. Posteriormente, Comte denominou a Física Social como
Sociologia.
Comte fez a primeira tentativa de definir o objeto da sociologia, os seus métodos e problemas
fundamentais, bem como a tentativa de determinar a posição no conjunto das ciências.
1. Teológico:
a. Explica os fenómenos atribuindo-os a seres sobrenaturais que intervêm no universo;
b. O pensamento é baseado em especulações (fio condutor na formação de novas teorias);
c. Origina explicações vagas e insatisfatórias.
2. Metafísico:
a. Explicação dos fenómenos através da imaginação;
b. Fase intermediária (fase teológica e positivista);
c. São evocadas identidades abstratas para explicar os fenómenos.
3. Positivo:
a. O Homem limita-se a observar os fenómenos e a fixar relações regulares entre eles;
b. Carateriza-se pela busca infindável de leis, abstraídas da experiência, que regem os
fenómenos;
Positivismo:
EMILE DUKHEIM:
Fundador racionalista da sociologia positivista e a ciência dos fatores sociais, considerava que a
sociologia era a ciência que melhor permitia estudar a relação entre o indivíduo e a sociedade.
Sociologia positivista:
2. Considera os problemas sociais de ordem moral e não económicos, ocorrendo devido à fragilidade
moral da sua época;
Regras morais:
São regras sociais e gerais dentro de uma determinada sociedade, de modo a proporcionar um quadro
de referência externo para o indivíduo, vinculando os fins sociais e envolvendo o altruísmo.
Facto Social:
Toda a maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma imposição exterior,
sendo independente das manifestações individuais que se possa ter.
São esternos a qualquer indivíduo e atuam como uma imposição externa sobre as ações e escolhas
individuais
Não podem ser explicados simplesmente com referência a motivações e tendências individuais
A sociologia deve estudar os fatos sociais, de modo a criar formas de controlo social
Características dos fatos sociais:
3. O objeto de investigação deve ser um grupo de fenómenos previamente definidos por certas
características exteriores que lhes sejam comuns;
4. A exploração dos fatores sociais que ocorrer com estes isolados das suas manifestações
individuais.
2. A cauda determinante de um fator social deve ser procurada entre os fatores sociais
antecedentes e não nos estados de consciência individual;
3. A função de um fator social deve ser sempre procurada na relação existente entre ele e um
determinado fim social;
4. A origem de um processo social deve ser procurada na constituição do meio social interno.
Durkheim e religião:
Durkheim considerava que a humanidade contemporânea estava ameaçada pela condição de anomia
(ausência de valores, normas, leis, distanciamento dos indivíduos em relação às regras e valores da sociedade).
Este estado de anomia levaria ao suicídio, ao crime e à rotura social. Como tal, a religião era o meio
pelo qual a sociedade se unia e expressava os seis valores e a sua identidade.
A divisão do trabalho consistia em cada individuo exercer uma função especifica, cumprindo os seus
direitos e deveres, em busca da solidariedade social.
Consiste numa teoria mecanicista em que o progresso da sociedade é imparável e depende
inteiramente da transformação do meio social.
1. Consciência coletiva: Consiste no conjunto de crenças e sentimentos comuns à medida dos membros
de uma mesma sociedade.
1. Solidariedade mecânica: Conjunto de laços sociais que derivam do facto de todos os membros de
uma sociedade serem semelhantes entre si.
KARL MARX:
Definição de práxis:
Trata-se da prática explicada pela experiência, logo não é possível compreender a vida social e
qualquer outro fenómeno sem interferir no mesmo.
Épocas históricas:
Contradição do capitalismo;
Teoria do conflito: A organização social revela desigualdades que levam ao conflito, em que aqueles
que detêm ou controlam os meios de produção podem consolidar o poder e desenvolver ideologias
para manter os seus privilégios.
Socialismo.
Teoria crítica:
3. A sociedade surgiu da necessidade dos homens cooperarem para produzirem os bens necessários à
vida (divisão social do trabalho) - Materialismo histórico;
5. Os conflitos da vida social devem-se à desigualdade e a sua superação só poderá ser alcançada
politicamente;
MAX WEBER:
Preocupava-se com a forma como a sociedade moldava as ideias religiosas que influenciavam a
sociedade.
Para Weber, a sociologia era uma tentativa de conciliação entre duas linhas de reflexão sobre o social
e visa a compreensão interpretativa da ação social, de forma a poder chegar a explicações causais do seu curso
e dos seus efeitos.
Análise causal positiva: Apenas fenómenos que possam ser cientificamente comprovados (?).
1. O sofrimento e a morte eram explicados e descritos como teodiceias (justifica a existência de Deus a
partir da discussão do problema da existência do mal);
Tipo-Ideias:
O sociólogo para analisar uma dada situação social, principalmente quando se trata de generalizações,
deve criar um tipo-social (instrumento que orienta a investigação e a ação do ator).
O tipo-ideal é uma construção mental do sociólogo, o qual destaca aspetos que deseja estudar naquele
objeto ou fenómeno de estudo, permitindo criar um modelo do qual analisamos os desvios entre o ideal e o
real.
1. Dominação tradicional: O poder da tradição é incontestável, não existe nada além da tradição para
reger a conduta das pessoas.
3. Dominação legitima: A pessoa que está no poder não é um mero instrumento do próprio sistema, a
regra decretada dá as diretrizes como se deve governar, não se obedece à pessoa, mas sai ao cargo
estatuário.
Encara o capitalismo de forma positiva, uma vez que representa uma forma de
racionalização do homem moderno.
Neutralidade axiológica:
Considerava que o cientista social nunca deve tentar impor os seus valores quer na investigação quer
na interpretação do material empírico que dispõe.