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Direito Internacional Público - Teóricas

22/09/2020

O Direito Internacional Público surge devido ao facto de haver uma sociedade


internacional. Onde há direito há sociedade, e vice-versa. E há, claramente, a
necessidade de haver normas jurídicas que ordenem a convivência social.
O DIP é o conjunto de regras jurídicas que regem a sociedade internacional.
As organizações sociais são sociedades interestados.

Períodos de Evolução do DIP


1. Primeiro Período, é o período de formação do DIP - Antiguidade Clássica à
Revolução Francesa e Americana. É um período claramente longo.
Na Antiguidade Clássica havia relações entre os Impérios (Roma e o Império
Persa, por exemplo). Nessa altura aparece o IUS GENTIUM, o primitivo direito das
gentes. Na altura, o IUS GENTIUM era aplicado aos estrangeiros, bárbaros, em zonas
militares, e nas relações externas.
Na Idade Média, por sua vez, havia um direito Eurocêntrico. Os Estados
Cristãos Europeus formam a República Cristiana, de modo a que o Papado adquiriu
uma força. O Papado funcionava como ONU, visto que determinava o que seriam
guerras justas e injustas; determinava disposições relevantes em matéria religiosava;
sancionava monarcas que não acatavam as ordens do papado, através da excomunhão
(como ocorreu como D. Sancho); as Bulas Papais estabeleciam decisões que criavam
ou dirimiam conflitos, reconheciam a independência de reinos, entre outros.
O IUS GENTIUM foi transformado em IUS INTERGENTES. O direito entre
povos, uma espécie de direito internacional.
O terceiro período surge com a Paz de Vestfália, com o início da guerra dos 30
anos, até as revoluções liberais. Com a Paz de Vestfália surgiu 3 consequências: o
esmorecimento do poder da Igreja, apesar que o poder religioso era respeitado, porém
o vaticano deixa de atuar como um tipo de poder internacional; surge a afirmação
soberana, ou seja, o absolutismo. A soberania implicava uma ingerência dos assuntos
internos dos Estados; O papel da diplomacia, de modo a evitar conflitos armados, foi
afirmado; afirmação de um direito internacional que estabelecesse a paz e a guerra
entre os povos.
2. Segundo Período - Revoluções Liberais até ao Tempo Presente.
Primeira fase, que vai do início da Idade Contemporânea até o fim da IGM.
Surge o conceito de direito internacional público e esse conceito reafirma-se. Surge o
conceito de autodeterminação dos povos, com a descolonização das colónias
espanholas. Conflitos armados significativos. Assinatura do Tratado de Versalhes,
criou-se a SDN, com objetivo de prevenir a ocorrência de conflitos armados similares
ao que aconteceu - interesses comuns -. Logo após o termo da IIGM surgiu a ONU,
numa tentativa de substituição das SDN. A ONU na altura, agrupava as nações
vencedoras da IIGM, transformando-se numa sociedade multilateral de fins
generalistas. Momento de determinação dos povos afroasiáticos, começando na Ásia e
acabando na África.
O DIP passa a ter um caráter mais positivo. Surge diferentes escolas: a Francesa;
Anglo-Saxónica (princípio da Common Law, direito que valoriza a jurisprudência).
O mundo divide-se na NATO (países democráticos) e o Pacto de Varsóvia
(países comunistas). Sociedade bipolarizada, detinham armas nucleares; e não houve
uma terceira guerra pelo chamado equilíbrio pelo terror, de dissuasão. Os conflitos
travavam-se pela periferia.
1989, Queda do Muro de Berlim: simbolizava o mundo bipolarizado.
1991: fragmentação da União Soviética e do Universo Comunista Europeu.

Entramos, então, no mundo Unipolar, guiado pelos EUA. A Nova Ordem


Internacional.
Passou a aparecer um novo mundo multipolar: a Rússia reafirmou o seu antigo
poder, com a anexação da Criméia, por exemplo; o Irão e a Arábia Saudita assumem
novos conflitos. Estes novos conflitos globais enfraquecem a ONU, devido a
utilização do veto, passou a ser uma organização paralizada.
Em contrapartida ganham força as organizações mundiais regionais:
MERCOSUL, UE, ASEAN, etc. Blocos regionais onde o DIP é importante.

Definição de DIP: Critério dos sujeitos (DIP seria definido como o conjunto de
normas jurídicas que iriam regular a ação entre estados); Critério do objeto (DIP seria
o conjunto de normas que regulariam matérias específicas do direito internacional);
Critério das fontes (conjunto de fontes que seriam próprias e reveladas pela sociedade
internacional, definição formalista).
Fontes de DIP: modos de produzir e revelar normas jurídicas internacionais que
regem a sociedade internacional: Tratados; Costume Internacional; Atos Jurídicos
Unilaterais dos Estados; Jurisprudência e Doutrina.
Sociedade Internacional: a Sociedade Internacional faz parte de uma
associação inorgânica de pessoas coletivas internacionais que estabelecem entre si
relações jurídicas de natureza pública. Como a ONU.
Relações Jurídicas Internacionais: Relação de subordinação (há um sujeito
de direito internacional que se encontra numa posição supraordenada sobre o outro,
como os estados vassalos - como a Turquia na altura de Império Otomano; os
protetorados), reciprocidade (relações horizontais, equiordenadas entre sujeitos da
comunidade internacional com vista a concretização de um interesse mútuo, através
de tratados bilaterais, por exemplo); cooperação (salvaguarda dos interesses
coletivos, questões relacionadas com a criação de tribunais internacionais, por
exemplo; tratados multilaterais)

Fontes Formais: processos de produção e revelação das normas jurídicas


internacionais - convenções internacionais, tratados, etc.
Fontes Materiais: valores que fundamentam as normas, enunciados jurídicos de
valor internacionais - princípio da boa-fé, proporcionalidade, não ingerência dos
assuntos internos.
Fontes Imediatas: devem ser aplicadas diretamente a uma relação
controvertidas, convenções internacionais, atos unilaterais, etc.
Fontes Mediatas: fontes subsidiária de aplicação. Fontes auxiliares das fontes
primárias. Jurisprudência e a doutrina.

29/09/2020

Respeito pela integridede teritorial e da Integridade dos Estados - um dos


princípios do DIP. Ocorreu após a Paz de Vestfália.
Princípio da não interferência nos assuntos internos de cada estado. É um
princípio que quase nunca é cumprido.
Princípio da autodeterminação dos povos.
Princípio das fronteiras.
Princípio da especialidade das organizações internacionais.

Fonte de DIP: atos jurídicos unilaterais (podem ser dos estados ou das
organizações internacionais). É um ato tomado por um sujeito de direito internacional
que não depende de outro ato jurídico concorrente para produzir os seus efeitos.
Podem ser autónomos ( são manisfestações de vontade que não dependem de outra
fonte prévia de direito internacional para a produção de efeitos);
Renúncia (ninguém mais poderá exercer um determinado direito ou outro estado
passa a exercer este direito). A Promessa (o compromisso de não exercer um certo
tipo de direito); o Reconhecimenro (ato jurídico unilateral, essencialmente político)

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