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Aula 1

RESUMO: Bioeletrogênese (potencial de


membrana)
Profa. Adriana // Livro: Guyton

Nas células existe uma diferença de potencial (DDP) entre a


membrana celular. Tal fato decorre por conta da diferença de
concentração iônica entre o meio intra e extracelular.
Durante o potencial de repouso, no meio intracelular há uma
concentração mais elevada de potássio (K+), já no meio extracelular é de
sódio (Na+).

Tais diferenças são mantidas por diversos mecanismo celulares,


sendo eles: a permeabilidade dos canais iônicos para o Na+ é baixa,
dificultando sua entrada e garantindo um ambiente eletropositivo
extracelular. Outro elemento é a alta condutância (permeabilidade) de K+
pelos canais de vazamento de potássio, assim criando um fluxo de cátions
para fora da célula, além disso, a presença de ânions no ambiente interno,
sendo o principalmente mecanismo que garante a eletronegatividade
interna. Outro elemento que auxilia na criação da DDP são as bombas de
sódio e potássio, as quais estão constantemente expulsando sódio (3) e
coletando potássio (2).

A DDP no potencial de repouso é de -70mV no interior de um


neurônio, tal número é calculado pela equação de condutância da corda
(Goldman), a qual diz que o valor do potencial de repouso é diretamente
proporcional ao íon que possui maior condutância. No caso, tal íon nas
células é o K+, assim, o potencial de repouso se aproxima numericamente
do equilíbrio elétrico (calculada pela equação de Nernst) desse cátion.

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A célula sai de seu repouso quando recebe um estímulo (químico,


térmico, etc) , promovendo a abertura de canais iônicos de Na+
(despolarização) não dependentes de voltagem. A abertura desses canais
aumenta a voltagem no interior da célula, quando a DDP chega no
potencial limiar (limiar de ação) ocorre a abertura abrupta dos canais de
sódio dependentes de voltagem, com isso, a voltagem se eleva
rapidamente, fazendo assim chegar no potencial de ação e gerar o
impulso nervoso e sua propagação.
Após a chegada no potencial de ação (+35mV), ocorre o fechamento
dos canais de sódio e a abertura dos canais de potássio dependentes de
voltagem. A abertura desses canais promove a saída em massa de K+ dá
célula em direção ao meio externo, com isso, há um retorno gradual para
o potencial de repouso, tal evento é denominado de repolarização. Após a
ddp chegar no valor de potencial de repouso os canais de potássio são
fechados e a bomba de sódio e potássio entra em ação para recapturar os
potássios liberados e eliminar os sódios.

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É notório ressaltar que durante o período de despolarização,


repolarização e hiperpolarização não é possível reestimular a célula, dessa
forma esse período recebe o nome de refratário. Durante a
despolarização e a repolarização é o período refratário absoluto e durante
a hiperpolarização é o período refratário relativo.

Outro item interessante que pode ocorrer é a extensão do período


de potencial de ação. Isso ocorre na musculatura estriada cardíaca, por
conta do fechamento tardio dos canais de cálcio. Tal fenômeno é
chamado de platô.

OBS.: Algumas toxinas, como a TTX (presente nas visceras do peixe


baiacu) são capazes de inativar os canais dependentes de voltagem, com
isso, não permitem a chegada do potencial de ação – não fazendo mais
impulsos nervosos.

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OBS.: O potencial de ação geralmente é deflagrado no cone axônico


do neurônio.

OBS.: Quando maior o calibre do axônio, menor a resistência para o


impulso nervoso

OBS.: Os neurônios que têm a bainha de mielina possuem a


condução do impulso de forma saltatória, sendo apenas os espaços entre
uma bainha e outra (nódulos de Ranvier) que se despolarizam. Tal fato
permite que o impulso nervoso ser extremamente mais rápido quando
comparado com os neurônios amielinizados

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