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RESUMO: Funções Secretoras do Trato

Alimentar

 Mecanismos Básicos de Estimulação das Glândulas do Trato


Alimentar

 O contato do alimento com o epitélio estimula a função secretora


dos estímulos nervosos entéricos: a presença mecânica de
alimento em dado segmento do trato gastrointestinal, em geral, faz
com que as glândulas dessa região e da região adjacentes produzam
quantidades moderadas a grandes de sucos.

 A estimulação parassimpática aumenta a secreção no trato


digestivo glandular.

 A estimulação simpática de modo geral reduz a secreção: devido à


redução do suprimento sanguíneo pela vasoconstricção.

 Regulação da Secreção Glandular por Hormônios: os hormônios


são liberados pela mucosa gastrointestinal, em resposta à presença
de alimento, no lúmen do trato gastrointestinal. Os hormônios são,
então, secretados no sangue e transportados para as glândulas,
onde estimulam a secreção. Esse tipo de estimulação é, de modo
particular, importante para o aumento da produção do suco
gástrico e pancreático.

 Secreção de Saliva
- As principais glândulas salivares são glândulas parótidas,
submandibulares e linguais.

- A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteína: (1) a


secreção serosa contendo amilase salivar, que é a enzima para digestão
de amido e (2) a secreção mucosa, contendo mucina, para lubrificar e
proteger as superfícies.
- As glândulas parótidas produzem quase toda a secreção do tipo
serosa, enquanto as glândulas submandibulares e sublinguais
produzem secreção serosa e mucosa.

- A saliva tem pH entre 6-7, faixa favorável à ação digestiva da amilase


salivar.

 Secreção de íons na Saliva: a saliva sofre alteração de sua


tonicidade durante o processo de secreção, nos ácinos (secreção
primária) possui uma tonicidade próxima aos dos líquidos
extracelulares (isotônica), porém durante sua passagem nos ductos
salivares ocorre reabsorção ativa de sódio e reabsorção passiva de
cloreto, assim, a saliva se torna hipotônica (secreção secundário)

 Regulação Nervosa da Secreção Salivar: o sistema parassimpático


estimula e secreção de saliva e o parassimpático inibe a secreção
por vasoconstricção

 Secreção Gástrica
- Existem dois tipos importantes de glândulas tubulares: glândulas
oxínticas ou gástricas (ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e
muco) e glândulas pilóricas (muco e gastrina).

 Mecanismo Básico da Secreção de Ácido Clorídrico


- O ácido clorídrico é formado nas projeções em forma de vilos das
células parietais (oxínticas) das glândulas oxínticas.

- A principal força motriz, para secreção de ácido clorídrico, pelas


células parietais é a bomba de hidrogênio.
- A água sobre dissociação por ação da H+-K+-ATPase, liberando H+ e
OH-. O CO2 se associa com OH- formando íon de bicarbonato (HCO3-),
por sua vez o bicarbonato é colocado para fora da célula em troca de
cloreto. O cloreto por sua vez sofre difusão por meio de canalículos
(quando abertos) para o lúmen da célula. Ocorre também o trabalho
da bomba de prótons, a qual coloca H+ para fora da célula.

- O muco produzido protege as células epiteliais do estômago contra a


ação do ácido clorídrico, funcionando como uma barreira gástrica. Se a
barreira for danificada, por substâncias tóxicas, como ocorre com o uso
excessivo de aspirina ou álcool, o ácido secretado vaza para a mucosa,
de acordo com seu gradiente químico lesando a mucosa gástrica.

 Fatores básicos que estimulam a secreção gástrica


- A acetilcolina liberada pela estimulação parassimpática, excita a
secreção de pepsinogênio, ácido clorídrico e muco. Em comparação, a
gastrina e a histamina estimulam, fortemente, a secreção de ácido
pelas células parietais, mas têm pouco efeito sobre as outras células.

 Secreção e ativação do pepsinogênio


- Quando secretado, o pepsinogênio não tem atividade digestiva.
Entretanto, assim que entra em contato com o ácido clorídrico, o
pepsinogênio é clivado, para formar a pepsina ativa.
- A pepsina atua como enzima proteolítica, ativa em meio muito ácido
(pH ideal entre 1,8 e 3,5).

 Secreção do fator intrínseco pelas células parietais


- A substâncias fator intrínseco, essencial para absorção de vitamina
B12 no íleo é secretada pelas células parietais, juntamente com a
secreção de ácido clorídrico.
 Células mucosas superficiais
- Toda a superfície da mucosa gástricas, entre as glândulas, apresenta
camada contínua de tipo especial de células mucosas. Elas secretam
grande quantidade de muco muito viscoso que recobre a mucosa
gástrica com camada gelatinosa de muco, muitas vezes, com mais de 1
mm de espessura, proporcionando assim, barreira de proteção para a
parede gástrica, bem como contribuindo para a lubrificação do
transporte de alimento. Outra característica desse muco é a sua
alcalinidade.

 Estimulação da secreção de ácido pelo estômago


- A secreção do ácido clorídrico é controlada por sinais endócrinos e
nervosos.

- Além disso, as células parietais são controlas por outro tipo de


células, chamada de células ECL (células semelhantes às
enterocromafins), cuja função primária é a de secretar histamina.

- As células ECL são ativadas pela gastrina (liberada pelas células G), as
quais secretam histamina que age diretamente nas glândulas oxínticas
profundas, estimulando a secreção de ácido.

 Fases da Secreção Gástrica


- A secreção gástrica se dá em 3 fases: cefálica, gástrica e intestinal.

 Inibição da secreção gástrica


- A presença de alimento do intestino delgado inicia o reflexo
enterogástrico reverso, transmitido pelo sistema nervoso mioentérico
e pelos nevos extrínseco vagos e simpáticos, inibindo a secreção
gástrica.

- A presença de gorduras no intestino delgado estimula a secreção de


colecistocinina (CCK) (importante para o controle da secreção
pancreática), entretanto a inibe esvaziamento gástrico. Já a mudança
de pH no duodeno, estimula a secretina, inibindo a secreção de suco
gástrico.

 Secreção pancreática
- O produto combinado de enzimas e bicarbonato de sódio flui, então,
pelo longo ducto pancreático, que, normalmente drena para o ducto
hepático, imediatamente, antes de se esvaziar no duodeno pela papila
de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi.

 Enzimas digestivas pancreáticas


- A secreção pancreática contém múltiplas enzimas para digerir
carboidratos, proteínas e lipídios. Contém ainda, grande quantidade de
íons de bicarbonato que contribuem, de modo muito importante, para
a neutralização da acidez do quimo transportado do estômago para o
duodeno.

- As enzimas que fazem parte da secreção pancreática são: tripsina,


quimotripsina, carboxipolipeptidade (responsáveis pela digestão de
proteínas); amilase pancreática (responsável pela digestão de amido);
lipase pancreática, colesterol esterase e fosfolipase (responsáveis pela
digestão de lipídeos).

- OBS.: as enzimas digestivas proteolíticas estão em formas inativadas


(tripsinogênio, quimotripsinogênio e procarboxipolipeptidase), elas
são ativadas somente após serem secretadas no trato intestinal. O
tripsinogênio é ativado quando entra em contato com a mucosa
intestinal pela enterocinase. Já o quimotripsinogênio e o
procarboxipolipeptidase são ativos pela tripsina.

- A ACh e a CCK estimulam as células acinares do pâncreas a produção


de enzimas digestivas. Já a secretina, estimula a secreção de solução
aquosa de bicarbonato de sódio.

 Estímulos básicas que causam secreção pancreática


1. Acetilcolina: liberadas pelo sistema parassimpático.
2. Colecistocinina (CCK): secretada pela mucosa duodenal, quando o
alimento gorduroso entra em contato no intestino delgado.
3. Secretina: também secretada pelas mucosas duodenal e jejunal,
quando quimo ainda ácido entram em contato no intestino delgado.

- OBS.: a secretina é mais importante!

 Liberação de bicarbonato
- A liberação de bicarbonato de sódio é importante para neutralização
do ácido clorídrico vindo do estômago.

 Secreção de Bile pelo Fígado


- A bile serve para duas funções importantes: ajudam na emulsificação
das gorduras e serve como meio de excreção de diversos produtos do
sangue, incluindo, especialmente a bilirrubina, produto final da
destruição da hemoglobina e o colesterol em excesso.

- OBS.: Não existe nenhum enzima na bile.

- A bile é produzida no fígado pelos hepatócitos, a qual será secretada


pelos canalículos biliares, após para os ductos biliares: ducto hepático
direito e esquerdo, ducto hepático comum e ducto cístico.

 Armazenamento e concentração da bile na vesícula biliar


- A bile é secretada continuamente pelas células hepáticas, mas sua
maior parte é, nas condições normais, armazenada na vesícula biliar,
até ser secretada para o duodeno.
 Composição da Bile
- As substâncias mais abundantes, secretadas na bile, são os sais
biliares.

- Também secretados, em grandes concentrações: bilirrubina,


colesterol, lecitina, eletrólitos e íons de bicarbonato.

 Esvaziamento da vesícula biliar


- Quando o alimento começa a ser digerido no trato gastrointestinal
superior, a vesícula biliar começa a se esvaziar, especialmente quando
alimentos gordurosos chegam ao duodeno.

- O esvaziamento da vesícula biliar se dá por contrações rítmicas da


parede para vesícula, com relaxamento simultâneo do esfíncter de
Oddi.

- O estímulo mais potente para contração da vesícula é o hormônio


colecistocinina (CCK). O hormônio é liberado pelas células do epitélio
da mucosa duodenal pela presença de alimentos gordurosos no
duodeno.

- A vesícula biliar é estimulada, com menor intensidade por fibras


nervosas do nervo vago, como do sistema nervoso entérico.

- OBS.: sem a presença dos sais biliares no trato intestinal, até 40% das
gorduras inferidas são perdidas nas fezes.

 Secreção do Intestino Delgado

 Glândula de Brunner
- As glândulas de Brunner, se localizam na parede dos primeiros
centímetros do duodeno. Essa glândulas secretam uma grande
quantidade de muco alcalino (com bicarbonato), resposta a: estímulos
táteis, estímulo vagal e especialmente, secretina. O muco tem função
de proteger a parede duodenal contra o ácido gástrico e ajudar a
neutralizá-lo, somado com a secreção pancreática e a bile.

 Criptas de Lieberkühn
- Na superfície do intestino delgado, existem depressões denominadas
criptas de Lieberkühn. As células presentes nessas criptas secretam
muco que lubrifica e protege as superfícies intestinais. Além disso,
liberam água e eletrólitos.

- Esse fluxo de líquido das criptas para as vilosidades proporciona


veículo aquoso para a absorção de substâncias do quimo, em contato
com as vilosidades.

 Enzimas digestivas na secreção do intestino delgado


- As secreções do intestino delgado, coletadas sem fragmentos
celulares, não contém quase nenhum enzima. Os enterócitos da
mucosa, especialmente os que recobrem as vilosidades, contêm, de
fato, enzimas digestivas que digerem substâncias alimentares
específicas enquanto eles estão sendo absorvidos atrás do epitélio.

- Estas enzimas são: peptidases; sacarase, maltase, isomaltase e


lactase; lipase intestinal.

 Regulação da Secreção do Intestino Delgado


- Os mais importantes processos de regulação da secreção do intestino
delgado são reflexos nervosos entéricos locais, em especial reflexos
desencadeados por estímulos táteis ou irritantes do quimo sobre os
intestinos.

 Secreção de Muco pelo Intestino Grosso


- A mucosa do intestino grosso, como a do intestino delgado, tem
muitas criptas de Lieberkühn, entretanto ao contrário do intestino
delgado, não existe vilos. Tem função de produção de muco. São
liberados principalmente por estímulos nervosos locais, porém a pode
ser aumentada pela estimulação de nervos pélvicos (parassimpáticos).

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