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Avaliação 3º Bimestre

Participantes: Julia Azevedo, Rafael Amorim, Guilherme Alves e Arthur Fiamini

Tema: Impacto das mudanças climáticas nos domínios Morfoclimáticos.

Domínio morfoclimático escolhido: Caatinga

Impactos para a população nestas regiões (Caatinga): Notamos que, devido às intensas
mudanças climáticas a níveis globais, geradas por ações antrópicas, em muitos locais do Brasil,
especialmente no semiárido brasileiro, tem ocorrido preocupante quadro de secas, estendidas
por diversos meses do ano. Certamente, tais ocorrências afetam grandemente a população
dessa região, que tenta adaptar-se constantemente ao clima alterado. Períodos grandes de
estiagem afetam a população de modo a mudar a época de colheita de certos alimentos
cultivados na região, como milho e feijão, nisto, afetando a única fonte de renda de muitas
famílias de pequenos produtores, especialmente.

A escassez de água, leva a população a meios improvisados para encontrar o recurso, meios que
nem sempre são os mais viáveis e saudáveis para prática. Como exemplo, temos a criação de
poços pela própria população, quem pode possuir água potável ao consumo, entretanto, em
muitos casos há de contaminação da água por meio de coliformes fecais, decomposição de
animais e detritos.

A falta de chuvas na Caatinga gera também empobrecimento do solo, mais um ocorrido que
dificulta o plantio, especialmente nas plantações orgânicas, acarretando muitas vezes, na perda
de espécies de plantas mais sensíveis à seca. Entretanto, a maior parte da vegetação do
semiárido é adaptada a tais condições, exceto de maneira tão extrema como vêm ocorrendo.

O grande domínio da Caatinga está sofrendo com o processo de desertificação, o qual trata-se
da perda de todos os nutrientes favoráveis à sobrevivência de plantas e consequentemente, de
animais e seres humanos. Cada vez com mais frequência, há evasão dessas áreas de seca
extrema (localizada grandemente no Nordeste do Brasil) por parte das pessoas, as quais, mesmo
sem condições financeiras razoáveis, preferem arriscar oportunidades de vida em outros locais
do país, como cidades centrais, com maior empregabilidade e consequentemente, sustento de
suas famílias.
Características da Caatinga

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, ela está localizada no Nordeste do Brasil, e


possui uma área correspondente de aproximadamente 10% do Brasil. Além do mais, possui um
clima semiárido, uma das características dela é a presença de solos rasos e possui uma
vegetação xerófita, ou seja, que contém folhas estreitas e pequenas, além disso, são espinhosas
e resinosas, podendo intoxicar quem as toca. Nas estações de chuva, a caatinga transforma-se
e se abrange de flores, que são utilizadas para a produção de remédios. A caatinga também tem
seu solo rico em minérios, porém tem seu solo com baixa fertilidade, justamente pelo seu clima
semiárido. Mas a Caatinga está mudando e por conta das ações do ser humano, e as mudanças
climáticas que são recorrentes por lá, esse domínio exclusivo do Brasil pode acabar
desaparecendo. Pois a caatinga está vulnerável a uma desertificação, o que pode acabar
extinguir as espécies que por lá vive, e degradando a terra, o que iria gerar um completo caos,
com os moradores próximos, basicamente formaria um novo domínio, e demoraria anos até que
as espécies que sobreviveriam a se adaptar com o novo ambiente. Por isso os responsáveis pela
administração do local devem tomar medidas contra o desmatamento e encontrar meios de
reduzir as mudanças climáticas, a fim de resolver essa problemática.

Efeitos climáticos

As necessidades de sobrevivência da população do Semiárido, associadas às diversas


características de clima, vegetação e solo, têm causado impactos ambientais, sociais e
econômicos. Os impactos ambientais podem ser visualizados por meio da destruição da
biodiversidade, da diminuição da disponibilidade de recursos hídricos, do assoreamento de rios
e reservatórios, da perda da qualidade dos solos e da salinização, que, dentre outros fatores,
contribuem para a redução do potencial biológico da terra e, consequentemente, da
produtividade agrícola. A degradação dos solos e sua associação com a desertificação tem
relevância mundial e implicações nas estruturas sociais e econômicas das populações que
ocupam as áreas onde se verifica este fenômeno.

Na região Nordeste, são identificados mais de 660.000 km2 em processo de desertificação,


afetando diretamente mais de 2,6 milhões de pessoas. Cerca de 400.000 km2 encontram-se em
estágios avançados de degradação (GOMES, 2000). Os estudos sistematizados pelo PAN-Brasil
indicam que, no Brasil, 32 milhões de pessoas são afetadas por secas e moram em áreas
susceptíveis à desertificação. Cerca de 771 destes municípios estão incluídos entre os 1.100
municípios brasileiros com índices de Desenvolvimento Humano Municipal mais baixos do
Brasil. As áreas susceptíveis à desertificação, no Brasil, compreendem porções territoriais dos
Estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e
Minas Gerais, acrescidos de mais de 281 municípios situados no entorno daquelas áreas,
englobando, além dos Estados já citados, parte dos Estados do Maranhão e Espírito Santo
(BRASIL, 2004). Além disso, estudos recentes descrevem o Semiárido como uma das regiões
brasileiras mais vulneráveis às mudanças climáticas'. Os impactos consequentes do aumento de
temperatura e anomalias na precipitação afetarão a produção agrícola, os recursos hídricos a
demanda de irrigação, a biodiversidade, a modificação do bioma caatinga e a aceleração do
processo de desertificação.

Dados do IPCC (2007) apontam que o Semiárido nordestino será uma das regiões brasileiras
mais afetadas pelas mudanças climáticas globais. Reforçando esta afirmação, pesquisadores do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE têm desenvolvidos modelos regionais para
cenários futuros, com maior resolução espacial. Com o aquecimento, haverá aumento na
evaporação e diminuição da disponibilidade hídrica (MARENGO, 2006). Os cenários futuros
sinalizam uma alteração nas características climáticas do Semiárido, com tendência de estiagem
por praticamente todo o ano no Nordeste, apontando para intensificação da aridez da região
até o final do século XXI. O balanço hídrico realizado com as médias dos valores dos modelos do
IPCC sugere menores índices pluviométricos na estação chuvosa e maiores deficiências de
umidade no solo ao longo do ano (MARENGO, 2006). Os aumentos de temperatura entre 1,5°e
e 5°e, como previstos nos modelos propostos por Marengo (2006), aumentariam a deficiência
hídrica no Semiárido, afetando, consideravelmente, a disponibilidade de água para os consumos
humano e animal e as atividades produtivas das áreas dependentes de chuva. Além disso, a
ocorrência de eventos extremos poderia resultar em maior frequência de chuvas torrenciais e
enchentes, provocando severos impactos socioambientais. O aumento na frequência de dias
secos consecutivos, ondas de calor e estiagens prolongadas, também, são esperados com esses
aumentos de temperatura previstos. No cenário pessimista, com maior aumento de
temperatura (5°e), o Semiárido brasileiro poderá se tornar uma região árida (MARENGO, 2006).
Salazar et aI. (2007), que desenvolveram cenários futuros para os biomas da América do Sul, por
meio de modelos climáticos gerados a partir de informações oriundas do IPCC (2-6°e, no cenário
A2, e 1-4°e, no cenário B1), observaram, em maior ou menor grau, um quadro de desertificação
do Semiárido nordestino no período de 2090-2099. Desta maneira, as mudanças no clima terão
influência direta nas características e distribuição da vegetação.

De todos os ambientes do Brasil, a região semiárida é a que apresenta a maior vulnerabilidade


às mudanças climáticas no aspecto social, principalmente devido a potenciais impactos
negativos sobre os recursos hídricos e a agricultura de sequeiro. O entendimento sobre os
impactos que as mudanças climáticas globais poderão causar nesta região, em seus mais
variados aspectos: ar, solo, água, economia, áreas de risco à ocupação humana, biodiversidade,
entre outros, é de extrema importância para todos. Da mesma forma, as causas e as
consequências da desertificação, a degradação ambiental e a situação atual dos recursos
naturais no Semiárido são assuntos complexos, que precisam ser explorados. Perspectivas de
pesquisas devem consideraras tendências climáticas do Semiárido, a fim de obter medidas de
mitigação e possíveis formas de adaptação às mudanças climáticas, principalmente no que se
refere à conservação dos recursos naturais, produtividade agrícola e qualidade de vida da
população.
Referências

ANGELOTTI, F.; SÁ, I. B.; MENEZES, E. A.; PELLEGRINO, G. Q. (Ed.).


Mudanças climáticas e desertificação no Semiárido brasileiro.
Petrolina: Embrapa Semiárido; Campinas: Embrapa Informática Agropecuária, 2009

https://www.acaatinga.org.br/como-as-mudancas-climaticas-afetam-a-caatinga/

https://www.letrasambientais.org.br/posts/mudancas-climaticas:-10-impactos-sobre-a-
caatinga

https://www.institutojurumi.org.br/2019/03/a-caatinga-e-as-mudancas-
climaticas.html#:~:text=Diminui%C3%A7%C3%A3o%20na%20frequ%C3%AAncia%20de%20chu
vas,aumento%20da%20pobreza%20e%20migra%C3%A7%C3%A3o

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