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Augusto Comte
Tentava impedir a corrupção sistemática que havia sido elevada ao estatuto de
“ferramenta indispensável de governação”;
A “física social” iria permitir uma reconciliação entre o progresso e a ordem ao
entregar a solução dos problemas sociais a um nº reduzido de inteligência de
elite;
Nova estrutura de conhecimento – filósofos são agora “especialistas em
generalidades”;
A ciência positiva visa a libertação em relação a todos os modos de
“explicação” da realidade – as investigações positivas devem limitar-se ao
estudo sistemático do que é, renunciando à descoberta da causa pioneira e do
destino final;
John Stuart Mill
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Variável no espaço ou no tempo, é difícil universalizar comportamentos;
2. Inseparabilidade sujeito/objeto
Familiaridade social e ilusão da transparência: o investigador muitas das vezes
está inserido no grupo social em estudo
Carácter ideológico, político, pragmático e etnocêntrico: enquanto indivíduos
vamos aprendendo práticas durante o processo de socialização e avaliamos o
mundo segundo essas práticas e valores.
3. Carácter pluriparadigmático
Não há um modelo teórico definido; conflitualidade interna entre as C.S., não
existe um conjunto de princípios e conceitos teóricos que sejam aceites por
todas as C.S. e existem mesmo princípios contraditórios.
Fatores de Diferenciação das C.S.
Eurocêntricas
Machistas
Burguesas
Teoria;
Metodologia;
Empiria
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Metodologia: segundo o tipo de interrogações decide-se qual o método de
analise a seguir
Empiria: testar empiricamente; analisar se as conclusões que devem ser
novamente analisadas
Métodos de Investigação – técnicas de pesquisa utilizadas para estudar o mundo social
Questionário
Entrevistas
Trabalho de campo na comunidade em estudo
Interpretação de estatísticas oficiais e documentos históricos
Etapas no processo de investigação
1º definição do problema – CAMPO TEÓRICO
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Questionários fechados – permite um grau de generalização maior; respondem entre
as possibilidades apresentadas; resultados fáceis de comparar e catalogar.
Questionários abertos – opinião completa; não há restrições na resposta; fornecem
uma informação mais completa e rica; resultados mais difíceis de comparar.
Recolha de informação – retira-se informação de estatísticas do INE, ou seja,
resultados de questionários já realizados. A informação estatística é acessível à recolha
de informação e a posterior conclusão dado que reduz a complexidade da realidade a
indicadores quantitativos.
Vantagens Desvantagens
Permite recolher muita informação Informação pouco aprofundada
Fácil comparação entre respostas Nem sempre reflete a realidade
Permite quantificar a informação Quando o inquérito é fechado podem escapar
pormenores importantes
Permite generalizar as conclusões
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Diários – registos regulares
feitos pelas pessoas que
podem ser úteis em estudos
sobre atividades quotidianas
Triangulação – combinar
vários métodos de modo a
eliminar as limitações de cada
um
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Poder da estratificação social em Max Weber
Weber propôs um sistema que se opõe ao sistema apresentado por Karl Marx. O
sistema de Marx define as classes sociais segundo a ordem económica, considerando
as relações entre classes relações de poder. No entanto, para Weber as classes não
estabelecem entre si relações de exploração, mas sim relações de competição entre
indivíduos e grupos que jogam os seus recursos – sejam de propriedade, força de
trabalho ou qualificações mais ou menos raras.
Para Weber não são as classes o exclusivo motivo de desigualdade, há outros meios,
como por exemplo os grupos de Status (diferenciação feita através do prestígio
socialmente atribuído a certos estilos de vida, tipos de profissão, etc)
Divisão em quatro classes:
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Propriedade dos meios de produção – estabelece uma linha divisória entre
proprietários e não proprietários
Recursos com qualificações (escolares ou profissionais) – distingue os que
ocupam posições teóricas dos que desempenham apenas funções de execução
KARL MARX – ESTRUTURA ECONÓMICA
Recursos Organizacionais (relacionado com a capacidade de decisão) –
diferenciam os que tem poder de decisão e autoridade hierárquica dos que não
tomam decisões nem tem poder sobre os outros trabalhadores.
Matriz de localizações de classes nas sociedades capitalistas contemporâneas
Proprietários
Não
Gestores Gestores não Re
Proprietários/
Gestores qualificados semiqualificados qualificados cur
Assalariados
sos
Supervisores Supervisores Supervisores não org
Burguesia/
qualificados semiqualificados qualificados
capitalista ani
Técnicos não Trabalhadores zac
Pequenos ion
empresários gestores semiqualificados Proletários
ais
Pequena
burguesia
+ credenciais/qualificações -
Wright distingue assim 12 classes sociais diferentes. É na esfera não proprietária que a
população tem crescido mais.
Pierre Bourdieu (Faz fusão entre os aspetos teóricos de Marx e Weber)
As linhas de divisão entre classes são traçadas pela posse diferencial de vários capitais
que operam generalizadamente nas relações sociais.
4 critérios de diferenciação social (distingue classes pelo tipo de capital)
Tipologia de classes:
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Classes superiores – níveis elevados de capital económico, cultural e social. As várias
frações de classe vivem em constante competição para adquirirem mais capital.
Padrões de indústria e comércio, professores, produtores artísticos, profissões liberais,
quadros, engenheiros
Classes médias – níveis médios dos 3 tipos de capital. Nova pequena burguesia,
técnicos, formadores, empregados, quadros médios, artesão, pequenos comerciantes
Classes populares – desprovidos de todo o tipo
Após observarmos as hipóteses dos 4 autores (Marx, Weber, Wright, Bourdieu)
podemos definir classes como categorias sociais cujos membros, em virtude de serem
portadores de montantes e tipos de recursos semelhantes, tendem a ter condições de
existência semelhantes.
Estrutura de classes – é o sistema de diferença que “encaixa” cada indivíduo no lugar
Notas:
Componente ética - as pessoas incorporam valores referentes ao grupo social onde são
socializadas
Componente estética – gastos referentes a cada grupo
Violência física
Violência sexual
Violência psicológica
Violência emocional
Discriminação sociocultural
Mal-estar social
Insegurança
Medo e descrença/incerteza no futuro
Uma realidade pode ser mais ou menos prolongada no tempo, combinando vários atos
de violência.
Tipos de violência:
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Isolamento – proibir a vítima de sair sozinha ou sem o seu consentimento,
proibir a vítima de trabalhar fora de casa, afastá-la do convívio com família e
amigos
Económica – negar o acesso a bens ou a dinheiro, gerir o salário da vítima,
manipulá-la para que se demita
Se considerarmos a violência no namoro jovem devemos acrescentar aos tipos de
violência anteriores:
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Intangíveis – sofrimento, medo, tentativa/risco de suicídio, efeitos emocionais
nas crianças, morte
Vida pessoal e familiar – alterações dos modos de vida e padrões do consumo
(considerando os elevados custos despendidos na justiça, saúde, educação ou
perda do posto de trabalho), menos tempo de lazer
Justiça – investigação judicial, custos dos tribunais em processos cíveis, penais,
de família e menores, serviços forenses, advogados oficiosos, custos prisionais,
indemnizações a cargo do estado
Saúde – formação especializada de vários profissionais de saúde, mais valências
hospitalares e ao nível dos Centros de saúde; apoio médico e psicológico
prolongado às vítimas
Educação – educação especial para as crianças; programas de reeducação e
formação, programas de prevenção e de consciencialização da violência
doméstica nas escolas
Serviços sociais – casas de abrigo, serviços de apoio à vítima e descendentes,
linhas de financiamento de apoio a ONG
O número de suspeitos de violência doméstica e de pessoal efetivo nas equipas de
proximidade de apoio à vítima tem vindo a aumentar ao longo dos anos.
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As regiões do sistema-mundo (centro, periferia, semiperiferia) apresentam, entre si,
uma relação de interdependência.
O sistema capitalista foi expandido a grande parte do mundo e novos territórios foram
adicionados ao sistema-mundo.
Definição das zonas do sistema-mundo:
Centro – países mais desenvolvidos c/ maior poder económico, que dominam
politicamente (os que mais beneficiam da divisão internacional do trabalho)
Semiperiferia – 3 qualidades estruturais/características
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Texto 6 - Processos de Globalização
Globalização – processo de distensão: conexão em rede entre contextos sociais e
regiões, à escala de toda a superfície do planeta;
- Intensificação das relações sociais, económicas, políticas e culturais à escala mundial,
que ligam lugares distantes;
- As concorrências locais são moldadas por dinâmicas e acontecimentos que se dão a
grande distância geográfica.
Aspetos a considerar sobre a globalização:
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A globalização enquanto processo não é mais que um campo de lutas transnacionais. É
feita de luta contra a violência estrutural que assola países pobres. Trata-se da
sobrevivência das comunidades locais, dos seus lugares simbólicos e da sua
biodiversidade.
Assenta na ideia de um multiculturalismo emancipatório, baseada “em iniciativas
enraizadas no lugar”.
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A intervenção do estado combina-se com as estruturas e processos familiares e
de mercado para construir um pluralismo de bem-estar (welfare mix)
O Welfare Mix desmercadoriza os bens e serviços necessários à reprodução
social, fornecendo-os fora do mercado
(Desmercadorizar significa impedir que a economia de mercado estenda o
seu âmbito a tal ponto que transforme a sociedade no seu todo numa
sociedade de mercado, numa sociedade onde tudo se compra e tudo se
vende, inclusive os valores éticos e as opções políticas)
Estado-Providência em Portugal
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CRP 1976 - reconhece a segurança social como competência do estado. A
proteção social passa a abranger os desempregados, as situações de doença e
de vulnerabilidade, a velhice, a invalidez, a maternidade, a viuvez, e a
orfandade, deixando assim de abranger apenas alguns segmentos da população
mais relacionados com o trabalho.
É criado o Serviço Nacional de Saúde (1979), como garantia de assegurar o
direito à saúde enquanto direito universal
1984 (1º Lei de Bases da SS), o Estado-Providência define as suas políticas
sociais e a sua atuação com base no pressuposto de um regime de proteção
social universal, pretendendo uma cobertura de todos os cidadãos, seja pela via
do regime contributivo, do regime não contributivo ou da ação social. Prevê
ainda o livre acesso a todos os cidadãos à saúde e à educação, serviços
considerados essenciais para o bem-estar da população.
Década de 90 - Apoios sociais escolares, apoios médicos e alimentares a alunos mais
carenciados, formalização da escolaridade obrigatória a partir dos 6 anos de idade,
alargamento do ensino superior, criação do ensino especial; aposta-se também no
ensino recorrente de adultos e na formação contínua dos professores
especial natureza
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d) Os meios de produção possuídos e geridos por pessoas coletivas, sem
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Risco e Democracia
Participação
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Texto 9 – De dependentes da Estaco a dependentes Estado: Desemprego
de meia-idade e o estado social como último reduto
Trabalho:
Emprego:
História do trabalho:
Desde do século XVII que se valoriza o trabalho produtivo livre: juntamente com o serviço
militar o trabalho produtivo torna-se o critério de independência e de cidadania plena ou ativa
Século XIX: trabalho como “liberdade criadora” que permite ao ser humano transformar suas
condições de vida, o mundo e ele próprio
Século XX: o fim do trabalho… o trabalho que não é só exercido por seres humanos
(automação)
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Dualização do mercado de trabalho: distância crescente entre o grupo de
trabalhadores protegidos (salários, benefícios estatais e da empresa e ações) e o dos
trabalhadores precários
Nova categoria social: trabalhadores pobres
Desemprego de massa e de longa duração afetando as vidas e identidades dos que são
atingidos
Desemprego diferido: pessoas que se esforçam por não cair no desemprego c/
formação, manutenção das rotinas quotidianas
Dispositivos públicos de apoio ao emprego e formação criam novas categorias de
trabalhadores (estagiários, bolseiros)
A precariedade laboral refere-se a “empregos sem estatuto” (empregos incertos com menos
regalias sociais) diferentes de empregos satisfatórios
A precariedade relaciona:
Insegurança no emprego
Perda de regalias sociais
Salários baixos
Descontinuidade nos tempos de trabalho
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O fim do trabalho
O desemprego
Consequências do desemprego
Objetivas Subjetivas
Perda de rendimento regular Perda de autoestima
Prestações sociais que implicam Sentimento de inutilidade social dada a
rendimentos inferiores centralidade da ética do trabalho
Possibilidade de existir perda de rendimento Impactos de foro psicológico
total
Degradação das condições de vida Aumentos dos casos de violência
Risco de pobreza
Estado social
Mercado (atividades de substituição e pequena produção para autoconsumo)
Sociedade-providência (redes sociais)
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Emigração
Sociedade de consumo
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Direito à segurança social, à saúde, à educação
Z. Bauman
Jean Baudrillard
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