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Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado

Graduação em Relações Internacionais

Bianca Teixeira Lira RM: 19020818


Camilo Silva Farias RM: 19020413
Guilherme dos Reis Ferreira RM: 19020770
João Geovani de Camargo RM: 19020676
Millena de Souza Martins RM: 19020517

A ONU DURANTE A GUERRA FRIA

São Paulo
2019
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado
Graduação em Relações Internacionais

A ONU DURANTE A GUERRA FRIA

Trabalho para ser apresentado ao


curso de Relações Internacionais
para disciplina Teoria das Relações
Internacionais orientado pela
professora Marília Pimenta. Para ser
apresentado em sala de aula.

São Paulo
2019
Agradecemos a professora Marília Pimenta.
Pela paciência na orientação е incentivo qυе
tornaram possível esse trabalho.
“O homem tem que estabelecer um final para a
guerra, senão, a guerra estabelecerá um final
para a humanidade.”
JOHN FITZGERALD KENN
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
2. Organizações Internacionais ..................................................................................................... 6
3. Organização das Nações Unidas............................................................................................ 8
4. Guerra do Vietnã ................................................................................................................... 9
4.1 Guerra do Vietnã e o ideológico do Liberalismo ............................................................... 10
4.2 Guerra do Vietnã e o ideológico do Realismo ............................................................ 11
4.3 Guerra do Vietnã sem a Interferência da ONU ................................................................. 12
5. A Crise dos mísseis em Cuba ................................................................................................... 14
5.1 A crise pelo ponto de vista Liberal .................................................................................... 15
5.2 A interpretação Marxista do fato ...................................................................................... 17
5.3 Da interpretação Realista do fato ..................................................................................... 18
6. A Guerra Civil da Grécia........................................................................................................... 19
6.1 Realismo ............................................................................................................................ 19
6.2 Marxismo........................................................................................................................... 20
Conclusão .................................................................................................................................... 21
Referências Bibliográficas: .......................................................................................................... 22
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como foco a atuação da ONU na Guerra Fria, mais
concretamente a interferência da Organização das Nações Unidas nos conflitos
apontados neste período.
É objetivo desse trabalho exibir o papel e efetividade da entidade nos atritos
gerados durante a citada Guerra Fria, expondo suas funções e práticas adotadas
para amenizá-los e a tentativa de solução.
Está organizado, no primeiro momento, pela apresentação das Organizações
Internacionais, suas funções, objetivos e suas 4 linhas fundamentais distintas
que dividem seu campo de atuação. Logo após, a criação e formação da ONU,
bem como sua exibição pela procura de melhoria mundial. Depois, a Guerra do
Vietnã e sua história, as ideologias do Liberalismo e do Realismo inseridas na
guerra e a não interferência da Organização das Nações Unidas. Em seguida, a
Crise dos mísseis em Cuba e sua proximidade em gerar um conflito nuclear
generalizado. Por fim, a Guerra Civil da Grécia, marcada por uma luta muito
polarizada da esquerda e da direita.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida com algumas
importantes citações.
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2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

Organizações Internacionais são associações do Direito Internacional e


tem como função buscar interesses em comum entre os seus representantes por
meio de cooperação recíproca, sendo assim as organizações internacionais são
um fenômeno de fruto da integralização das nações e globalização mundial.
As organizações internacionais atuam no cenário global com origem na
vontade dos estados membros, sempre visando e encontrando meios para
atender os interesses em comuns de cada estado integrante, as organizações
internacionais tem como objetivos comuns a obtenção da paz mundial,
desenvolvimento econômico, estrutural e social entre os seus integrantes,
resolução de conflito armado ou territorial e outras questões pertinente e como
exemplo temos a Convenção de Viena de 1986 que tem como objetivo tratar
exclusivamente da regulamentação de tratados entre estados independentes e
organizações internacionais.
Após a criação de uma determinada organização internacional, será
definido o objetivo a ser alcançado por esta, essa organização se utilizará de
instrumentos para o cumprimento de meta e é com esta análise que
distinguiremos as várias organizações internacionais que estão sendo criadas a
todo momento, dentre esses tipos de organizações temos as
Intergovernamentais e Não governamentais.
As organizações intergovernamentais que tem objetivos específicos ou
genéricos, há dois tipos de organizações intergovernamentais são elas globais
ou regionais, sendo que as organizações globais como a ONU que tem um
objetivo específico e que envolve mútuas cooperação entre os estados membros
e a regional como por exemplo OEA (Organização dos Estados Americanos) que
tem um objetivo mais genérico, enquanto que as Organizações Não
Governamentais que não só atuam no seu país de origem, como podem também
atuar em outros países como é o caso do Greenpeace por exemplo que tem um
objetivo específico de preservação do meio ambiente mundial.
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Existem 4 linhas fundamentais distintas nas quais pode-se dividir o campo de


atuação das organizações são elas:
• Aproximação de posições entre os países membros
• Padronização de normas comuns de comportamento entre os países
membros
• Cobertura e ajuda operacional em caráter de urgência em caso de crises
em âmbitos nacionais ou internacionais, guerras civis, catástrofes ou até
pesquise conjunta em áreas específicas de interesse dos estados-partes
• Prestação de serviços, sobretudo de cooperação econômica aos países
membros.
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3. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

A Organização das Nações Unidas (ONU), foi criada em 1945, logo após a
Segunda Guerra Mundial, sua sede se encontra no Estados Unidos na cidade de Nova
York. ONU é uma organização internacional relacionada e criada por países para à
procura de melhoria mundial, como segurança internacional, desenvolvimento
econômico, progresso social, direitos humanos e da paz mundial, com o intuito de
interromper as guerras e estabelecer o diálogo.
A ONU é formada por 193 estados-membros incluindo o Brasil, quase todos os
soberanos do mundo, e está dividida em diversas instâncias administrativas. Além do
empenho administrativo, a ONU também conta com um sistema, chamado Sistema das
Nações Unidas, formado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa
Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Sendo financiada pelo auxílio de todos os seus colaboradores, tendo seis idiomas
oficiais: Árabe, Chinês, inglês, francês, Russo e Espanhol.
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4. GUERRA DO VIETNÃ

A Guerra do Vietnã é consequência direta da guerra da Indochina que


veio à tona pelo domínio colonial francês na região. Sendo gerada por
divergências ideológicas entre os governos vietnamitas do Sul e do Norte, tendo
a participação dos Estados Unidos, que ocorreu entre 1959 e 1975. Sendo um
conflito entre os dois governos estabelecidos que lutaram pela unificação do país
sob sua liderança.
Passando a decidir que o Vietnã se dividiria em duas nações. Do Norte,
orientação comunista seria governado por Ho Chi Minh e teria Hanói como
capital, e a do Sul seria governada por Bao Dai e teria Saigon como capital, desta
forma, cada governo seria representado por duas nações de grande potência
União Soviética e Estados Unidos.
A tensão entre o governo Diem Dinh e do Ho Chi Minh estavam altas por
conta de conflito sobre forma de eleições reunificadas. Ho Chi Minh convocou
milhares de guerrilheiros comunistas no Sul do Vietnã para rebelarem o Diem
Dinh, e assim, muitos ataques começaram e levou ao início da guerra em 1959.
No percurso da Guerra do Vietnã, os Estados Unidos envolveram-se diretamente
e em 1969, chegaram a enviar mais de 500 mil soldados ao país. A participação
americana e a motivação ideológica do conflito são consequências das tensões
da bipolarização do período da Guerra Fria.
Quando os franceses perderam a guerra e assim aconteceu a divisão do
Vietnã, o Estados Unidos passou a apoiar o governo editorial no Vietnã do Sul,
logo os americanos começaram a oferecer armamentos e treinamentos para o
exército. No momento que o presidente Lyndon Johnson assumiu a liderança o
rumo mudou completamente, onde gerou guerras e o conflito americano foi
marcado por polêmicas, chocando a população americana e mundial, o exército
foi criticado por promover massacres contra civis de pequenas aldeias
vietnamitas.
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Com esses fatores fizeram o presidente Richard Nixon a negociar um


cessar-fogo com o governo do Vietnã do Norte, o acordo foi assinado em 1973.
O Estados Unidos teve 58 mil soldados mortos nessa guerra, e acreditam-se que
1,5 milhões a 3 milhões de pessoas tenham morrido no Vietnã além disso o
conflito ficou marcado com cenas de violências contra civis que chocaram o
mundo pelo o uso de armas químicas pelos Estados Unidos, o qual causou grave
contaminação no solo e até hoje afeta o país.

4.1 Guerra do Vietnã e o ideológico do Liberalismo

O Vietnã é uma das cincos nações comunistas do mundo, de acordo com


Lima (2014) 95% dos comunistas do Vietnã são admiradores do capitalismo.
Com base no confronto o presidente dos Estados Unidos na época foi John F.
Kennedy um dos governantes americanos com grande foco no liberalismo,
sendo grande parte de seus discursos públicos focado em apoiar amigos e
confrontar qualquer adversário, pagaria qualquer preço para garantir o sucesso
da liberdade e lealdade as outras nações.
Com isso, o Estados Unidos fez parte da guerra, atentando-se em forjar
uma nação liberal já que o Vietnã tinha influências comunista como a China.
Logo o os americanos se atentaram e apoiaram o país, enviando tropas de
exército e treinando-os para guerra. Mas sem demora o tratado de Paz se fecha,
e com a liderança de Lyndon Johnson em 1963 após a morte de John F. Kennedy
um anticomunista gerando grande efeito no país pela sua orientação liberal
destacando a economia como um dos seus pontos forte, decide partir para o
confronto com o Vietnã concebendo inutilidade devido ao fracasso da guerra..
Parte da liberdade do povo vietnamita tem como base na vitória contra o conflito
de colonização francesa sobre um território do Vietnã, iniciado na Segunda

Guerra Mundial com confrontos entre a tropa francesa e liga para a


Independência do Vietnã, sendo um partido comunista, com o apoio da China o
país vence a França e os convence a independência. Com as duas guerras que
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a população enfrentou teve como objetivo a libertação do país, segundo Phieu


(2003) eles lutaram para que tivesse sua independência e não os escravizassem.
Com a separação do Vietnã do Sul e do Norte, a União Soviética foi aliada na
guerra para apoiar a libertação do Vietnã do Norte do país, fazendo com que a
República Democrática tivesse grande influência e assim tornando-se
comunista. Do outro lado os Estados Unidos decidem apoiar o Vietnã do Sul que
tem intervenção anticomunista.
Um liberal acredita no trato da paz perpétua, gerando conforto para o
individual e nenhum estado com guerra com o outro deve permitir confrontos que
torne impossível a confiança na paz futura. O acordo feito para que a guerra
expirasse, teve como objetivo que os vietnamitas devolvessem os inimigos que
estavam presos no país, e em junho de 1973, o senado americano aprovou ainda
uma legislação proibindo novo envolvimento do país na guerra.

Tal dito é comprovado por KANT (1795, p.08):

“Nenhum Estado em guerra com outro deve permitir


tais hostilidades que tomem impossível a confiança
mútua na paz futura,
como, por exemplo, o emprego no outro Estado de
assassinos (percussores), envenenadores (venefici), a
ruptura da capitulação, a instigação à traição
(perduellio), etc.”

4.2 Guerra do Vietnã e o ideológico do Realismo

Duas grandes potências com o intuito de expandir seu poder como


econômico, militar e político. Sendo de um lado os europeus representados pela
França com a intensão de conseguir uma parte do território vietnamita
provocando a guerra Indochina. E os norte-americanos com o mesmo objetivo,
porém indo por um caminho diferente, disponibilizando treinamentos para o
exército do Vietnã. Para que uma nação possa governar e obter poder, é
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necessário estabelecer seus objetivos e estratégias de guerra, juntamente com


a subjetividade que sofrem intervenções culturais e educacionais.

Tal dito é comprovado por MORGENTHAU (2003, p. 49)

“A política internacional, como toda política,


consiste em uma
luta pelo poder. Sejam quais forem os fins da
política internacional, o poder constitui sempre
o objetivo imediato. Os povos e
os políticos podem buscar, como fim último,
liberdade, segurança, prosperidade ou o poder
em si mesmo. Eles podem definir
seus objetivos em termos de um ideal religioso,
filosófico, econômico ou social.”

No realismo, você deve ganhar ou não perder a guerra, ou seja, deve-se


manter ou aumentar o seu status de poder. E isso foi o que aconteceu na guerra
do Vietnã, onde teve uma grande duração desse conflito e no final o país
enfrentou os Estados Unidos com desejo de não perder. Deixando os
americanos com a responsabilidade mundial sobre os agentes laranjas onde até
os dias atuais sofrem efeitos e a perda de grande parte do seu exército.

4.3 Guerra do Vietnã sem a Interferência da ONU

Durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos solta uma fumaça laranja


para que as árvores pudessem cair e impedir que os vietcongs se escondessem
na floreta, com isso grande parte da população sofreu com o chamado Agente
Laranja que apresentava um subproduto nomeado dioxina, quem entrava em
contato com essa substância desenvolveria câncer, doenças na pele e outros.
O conselho de segurança da ONU não cumpriu seu objetivo, não conseguindo
interceder na Guerra do Vietnã com os Estados Unidos. Os norte-americanos
acabaram intervindo no poder que os membros permanentes possuem, fazendo
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uso desse direito, e impedindo as propostas contrárias à sua participação na


guerra.
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5. A CRISE DOS MÍSSEIS EM CUBA

Em 1962 aconteceu algo que foi o momento mais tenso, mais decisivo e
crucial para o período da Guerra Fria, onde o menor erro de cálculo acabaria
com milhões de mortes tanto americanas, quanto soviéticas e cubanas. Líderes
das duas maiores potências bélicas do mundo enfrentaram-se “cara a cara”, a
Casa branca e o Kremlin - dispostos a oferecer seus maiores esforços de
demonstração de força e de destruição para saber quem iria ocupar a posição
de dominância no cenário internacional. O posicionamento de mísseis soviéticos
em território cubano fora o mais perto que a Guerra Fria chegou de “esquentar”
e provocar um conflito nuclear generalizado. Após derrubar o governo de
Fulgencio Batista, oriunda da revolta de Fidel Castro, os Estados Unidos
tentaram a todo custo eliminar a possibilidade do “fantasma do comunismo”
chegar perto das portas de terras americanas, então o presidente John F.
Kennedy moveu esforços, invadindo a Baía dos Porcos, para derrubar a revolta
e continuar a manter o controle da América Latina contra possíveis implantações
de governos socialistas. Em concomitância ao planejamento do plano
Mongoose, em 1962, por parte dos EUA, o Primeiro Ministro soviético Nikita
Krushchev, articulava em segredo acordos com o líder cubano para que mísseis
soviéticos fossem instalados na ilha, para prevenir ou impedir outras possíveis
invasões futuras. Essa articulação soviético-cubana foi tida para a opinião
pública como uma decisão extremamente audaciosa, embora para a mídia não
soubesse de onde viera à decisão de fato. Foi em julho de 1962 que o cenário
iniciou uma gradativa mudança no sentido de ameaça. A inteligência americana
havia notado um aumento no movimento de navios soviéticos no caminho de
cuba, o que com sobrevoos de aviões de espionagem foi descoberto que havia
pontos de fabricação e posicionamento de mísseis soviéticos, mas os EUA
tiveram real noção do cenário quando descobriram que além das armas já
instaladas em Cuba também constavam bombardeiros, além de mísseis
nucleares de médio e longo alcance, o que aos 15 chegar ao conhecimento da
Casa Branca, iniciou o processo da crise dos misseis. Segundo uma publicação
da revista Veja, em outubro de 1962 diz que uma semana antes que a crise
emergisse o presidente de Cuba, Osvaldo Dorticós – pouco mais que um
mensageiro do regime, pois quem manda mesmo é Fidel – discursou na
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Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Seu pronunciamento foi de clareza


cristalina: "Se Cuba for atacada, saberá se defender. Repito: temos meios para
nossa defesa. Também temos nossas armas inevitáveis, as armas que
preferíamos não ter adquirido, as armas que desejamos jamais utilizar". O que
foi decisivo para o entendimento da instalação desses armamentos no território.
Após coletadas todas essas informações, Kennedy reuniu um grupo,
convocou um conselho de seus auxiliares no governo para buscar todas as
soluções possíveis para resolver esse conflito que já se apresentava armado,
bem debaixo do nariz dos americanos. Mais de uma vez o presidente foi
aconselhado a fazer uma represália com ataques aéreos às instalações, seguido
de uma invasão a Cuba, enquanto outros sugeriram rigorosas advertências a
Cuba e a URSS. Por fim, Kennedy preferiu seguir por vias intermediárias as
opções que lhe foram dadas, fez um boicote total a Cuba um bloqueio marítimo
intenso em repúdio as ações do país. Enquanto as duas superpotências estavam
à beira de uma quase que inevitável guerra, Kennedy e Khrushchev decidiram
fazer um acordo, uma barganha para não permitir que o mal pior acontecesse.
Em 28 de outubro de 1962, Nikita Khrushchev declarou, informando que
o trabalho nos mísseis seria interrompido e que os mísseis em Cuba seriam
devolvidos à União Soviética. Em retribuição, o presidente Kennedy se
comprometeu a nunca invadir Cuba. A crise, que mais teve ares de uma guerra
declarada e com inimigos muito bem conhecidos de ambos os lados, teve seu
encerramento no final de novembro.

5.1 A crise pelo ponto de vista Liberal

Se pararmos pra pensar na questão liberal acerca da paz, pensemos no


princípio o qual essa ideia baseia-se. Kant, pensador que praticamente
encabeça a ideia do Liberalismo, afirma e discorre sobre a criação de
instituições, instituições essas que evitariam não só a Guerra fria, como a crise
dos mísseis e todas as outras guerras, evitadas baseando-se na lógica jurídica
da busca da paz e pelos Tratados. Esses tratados são o que, para o autor Liberal,
são o que firmam o funcionamento dos Estados em um ambiente de paz
internacional. Além disso, os Estados precisam partir de uma concepção
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primordial da igualdade entre os diversos Estados, independentemente de seu


tamanho em território, não podendo interferir ou anexar territórios alheios aos de
suas fronteiras para si.
No caso concreto da década de sessenta, foram feitos acordos entre Cuba
e a União Soviética, para garantir que não houvesse represálias americanas na
ilha e invasões no território para viverem sob domínio americano.

KANT explica que:

“Mesmo se um povo não fosse compelido por discórdias


internas a submeter-se à coação de leis públicas, fá-lo-ia,
contudo a guerra a partir de fora, pois, segundo a disposição
natural antes mencionada, todo o povo encontra diante de si
outro povo que se impõe como vizinho e contra o qual ele
deve constituir-se internamente num Estado para assim,
como potência, estar armado contra aquele. Ora a
constituição republicana é a única perfeitamente adequada
ao direito dos homens, mas é também a mais difícil de
estabelecer, e mais ainda de conservar, e a tal ponto que
muitos afirmam que deve ser um Estado de anjos porque os
homens, com as suas tendências egoístas, não estão
capacitados para uma constituição de tão sublime forma.”¹

Isso nos dá a noção que precisa haver um respeito mútuo com os atores
do cenário internacional.
Sobre o conflito em si, os misseis apontados tanto de cuba para os EUA
e os americanos dispostos a disparar a qualquer momento sobre a ilha, podemos
identificar que todos os meios não conflituosos foram buscados para que não
acontecesse uma guerra. O Liberalismo nos explica que os exércitos
permanentes devem ser extintos, justamente por essa moral jurídica e através
de acordos e tratados entre os Estados. Mais ainda é dito que as guerras e o
gasto dos Estados para com a guerra é um gasto excessivo e que isso tira todas
as possibilidades de investir em outros aspectos de uma sociedade.
Por fim, o primeiro ministro soviético, Nikita Krushchev, e o presidente J.F.
K assinaram um acordo onde a união soviética interromperia suas operações
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com os mísseis na ilha cubana contando que os EUA nunca invadissem os


mobilizassem forças militares para Cuba. Assim, podemos observar que houve
uma ação de cunho Liberal entre os Estados, uma vez que apenas por meio de
acordos, e um pensamento que se esse conflito acontecesse, seria uma guerra
generalizada e talvez pusesse fim a todo um sistema e milhões de mortes,
prevaleceu uma ideia de trocas de igual peso para os negociantes do caso em
questão.

5.2 A interpretação Marxista do fato

Com o auxílio da teoria marxista podemos observar nesse caso o


fenômeno da revolução cubana, a tomada de poder e a derrubada do governo
de Fulgencio Batista e o governo de Fidel Castro.
Marx nos diz que o Estado, como instituição, é um instrumento burocrático
que tem por serventia apenas manter e garantir os interesses da burguesia e
daqueles que detém o poder sobre uma determinada sociedade ou de um país
inteiro. Como vemos no caso de Cuba, o vigente governo nada mais era do que
uma marionete do governo dos Estados Unidos, que mantinham líderes apenas
como figuras representativas de uma república democrática, embora sempre
fizessem o que lhes vinha a calhar. Além disso, o Estado cubano fez parte de
uma evolução capitalista dissecada por Lênin a partir de dois pontos: o
imperialismo - esse que por sua vez era articulado pelo governo americano, que
além de intervir em Cuba por receio do “fantasma comunista” que era a ideia de
mais revoluções ao redor do mudo para aumentar a tensão entre Estados Unidos
e União Soviética – e o acúmulo massivo de capital e monopólio de poder dos
Estados Unidos sobre a América Latina, fosse com influência cultural, fosse com
intervenções políticas e construções de bases militares em diversos países.
A teoria marxista, em alinhamento teórico com a leninista, também nos
auxilia no entendimento do motivo da revolução em si, explicando que foi uma
guerra justa, porque as guerras - e Lênin está observando a Primeira Guerra
Mundial ao afirmar isso - são injustas, pois ela apenas tem por objetivo a
manutenção dos Estados, assim, as guerras serviram apenas para manter o
status quo do internacional, elevando os que obtiveram vitória e os mesmos
aumentando seu poder para cada vez mais ter sua soberania. Os Estados foram
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os causadores das guerras. As guerras justas descritas são aquelas que buscam
sua independência dessa servidão das grandes potências, que estão
constantemente atrás de aumentar suas riquezas e seu poder ou estão dispostas
a fazer uma revolução comunista, como foi o caso de Cuba.

5.3 Da interpretação Realista do fato

O realismo tem por suas bases teóricas de observação do mundo alguns


pontos importantes que foram mensurados por Hans Morgenthau, e para análise
dos fatos históricos valem ser ressaltados para melhor entendimento do ocorrido.
A) O sistema internacional é definido por interesses em aumentar ou manter seu
poder. Os Estados Unidos, como potência em vários aspectos no cenário da
crise dos mísseis, não podiam deixar que a união soviética tivesse controle de
áreas próximas a seus territórios, porque isso seria perigoso para que uma
possível guerra viesse a acontecer. Mesmo tendo influência em diversos países
da América latina, não puderam conter a revolta cubana nem a instauração de
um governo socialista, e assim passou a espionar o território buscando meios ou
quaisquer motivos para intervir na ilha e acabar com o regime socialista que
havia se instalado na ilha, para que a existência de um inimigo em suas portas
não fosse um grande perigo.
B) Todo líder político quer manter os interesses e aumentar seu poder. Não
obstante o presidente John Kennedy, ao saber das intenções cubanas em se
armarem contra os Estados Unidos, fez um forte bloqueio marítimo, impedindo
qualquer circulação de navios soviéticos na costa de Cuba e o porta voz do
regime cubano fez uma declaração na ONU dizendo estar preparado para
qualquer conflito e afirmou não hesitar em usar essa força se necessário.
Além disso, num documentário biográfico Robert Mcnamara, então secretário de
defesa dos Estados Unidos, anos após deixar o cargo encontrou-se com Fidel e
perguntou a ele se mesmo sabendo do perigo que o lançamento dos misseis
causaria para todo o mundo, Fidel disse que mesmo assim lançaria, o que indica
a noção realista de manter seus interesses em estar a postos e sempre a
disposição de seus interesses de ser contrário ao governo americano e que
atacaria sem nenhuma hesitação.
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6. A GUERRA CIVIL DA GRÉCIA

A Guerra Civil da Grécia foi travada de 1946 a 1949, e envolveu as forças


armadas do governo monárquico grego, apoiadas pelo Reino Unido e pelos
Estados Unidos, contra o Partido Comunista da Grécia (KKE) e seu braço
armado, o Exército Democrático da Grécia (DSE), juntamente com a maior
organização de resistência antifascista da Grécia - a Frente Nacional de
Liberação (EAM) e seu braço armado, o Exército Democrático da Grécia (ELAS),
com o apoio da Bulgária, Iugoslávia e Albânia.
A Guerra Civil foi o resultado de uma luta muito polarizada entre esquerda
e direita, iniciada em 1943, na Grécia. A disputa prosseguiu após a Segunda
Guerra Mundial, diante do vácuo de poder criado com o fim da ocupação alemã
e italiana (abril de 1941 a outubro de 1944). Ao término da ocupação, persistia
um clima de confrontação entre as duas partes, com acusações mútuas de
terrorismo. O KKE boicotou as eleições propostas pelos conservadores, e
recusou-se a entregar suas armas, e os confrontos prosseguiram.
Um dos primeiros conflitos ocorridos no contexto da Guerra Fria, a guerra
civil grega representa também, segundo alguns analistas, o primeiro exemplo de
interferência ocidental na política interna de um país estrangeiro no pós-guerra.
Para os outros, marca o primeiro teste sério do chamado acordo de
percentagens, feito em Moscou, entre Churchill e Stalin, referente à distribuição
de esferas de influência nos Bálcãs.

6.1 Realismo

A visão realista sobre a guerra civil da Grécia se encaixa muito bem, pois
ambos os países que interferiram estavam na intenção de mostrar o poder que
eles possuem o exercendo sobre essa guerra civil, tanto na visão dos EUA
quanto na visão da União Soviética. Os Estados Unidos aplica essa visão de
mostrar seu poder com um tom mais aberto como é mostrado no discurso do
presidente Harry Truman diante do Congresso dos Estados Unidos onde ele
dizia que sua intenção era ajudar a Grécia a parar essa revolução comunista, do
outro lado a União Soviética demonstra seu poder usando as invasões soviéticas
e os partidos comunistas sendo criados na Grécia.
A maior demonstração de poder naquele momento é a total força dos
países maiores passando por cima da ONU para agir do jeito que eles quiseram
sobre essa guerra civil, mostrando sua soberania.
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6.2 Marxismo

A visão marxista sobre a guerra civil da Grécia pode se moldar fortemente


na luta de classes, que era um dos objetivos pautados pelos partidos comunistas
que se formaram na Grécia, vinham pregando todos os ideais marxistas com o
objetivo de iniciar a revolução socialista e integrar a Grécia junto dela.
No Marxismo de Lenin a visão sobre esse acontecimento era de uma
guerra justa, Lenin dizia ser guerras justas as que eram feitas para libertar o
trabalhador do capitalismo e entrar no sistema comunista, de uma maneira mais
radical que Marx, Lenin buscou o fim do capitalismo e a morte da burguesia.
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CONCLUSÃO

Após toda a abordagem exposta sobre a atuação da ONU nos conflitos


dentro da Guerra Fria, foi possível concluir que, referindo-se à Guerra do Vietnã,
a interferência da ONU não foi efetiva e contou com a intervenção direta dos
Estados Unidos, principalmente com o evento conhecido como “Agente Laranja”.
Ao que diz respeito à Crise dos mísseis em Cuba, já foi possível observar uma
maior efetividade da Organização, visto que o presidente John Kennedy aceita
a sugestão do embaixador norte-americano na ONU, Adlai Stevenson, e oferece
a Nikita Kruschev um acordo solicitando que os soviéticos retirem os mísseis
nucleares de Cuba e, em troca, os norte-americanos removeriam os mísseis do
território turco. Logo após, em 1968, aprova-se o Tratado de Não Proliferação de
Armas Nucleares (TNP), pelo qual os países detentores de artefatos nucleares
se comprometem a limitá-los, e os não detentores ficam proibidos de
desenvolvê-los.
Por fim, sobre a Guerra Civil da Grécia, a ONU participou ativamente
como observadora. O evento foi observado como o primeiro exemplo de
interferência ocidental na política interna de um país estrangeiro no pós-guerra,
e, por outra visão, marcou o primeiro teste do chamado acordo de porcentagens,
feito em Moscou entre Churchill e Stalin, referente à distribuição de esferas de
influência nos Bálcãs. Notou-se, também, que a vitória monárquico-imperialista
na guerra civil levou à adesão da Grécia à OTAN, em 1952, e ajudou a definir o
equilíbrio de poder no Mar Egeu ao longo da Guerra Fria.
Este trabalho foi de grande importância para nossa compreensão e
aprofundamento, uma vez que permitiu-nos entender todo o contexto e
movimentação da Organização das Nações Unidas em amenizar conflitos e
promover a paz, sendo estes efetivos ou não, além de ter-nos permitido
aperfeiçoar competências de investigação, seleção, organização, comunicação
e exposição.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• CASSANTE, Guilherme. 2016. Artigo Jusbrasil.


https://guisambareando.jusbrasil.com.br/artigos/254377712/as-
organizacoes-internacionais-e-suas-caracteristicas. Acesso em 7 de out
2019.

• DE LIMA, João Grabriel. 2014. A direita com foice e martelo.


https://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/joao-gabriel-
delima/noticia/2014/10/direita-com-bfoice-e-martelob.html. Acesso em 09
de set. 2019.

• GUERRA, Fábio vieira. 2012. Revista Catadeira, Guerra contestação e


quadrinhos: o conflito do Vietnã por meio das War stories.
http://www.historia.uff.br/cantareira/v3/wpcontent/uploads/2013/05/e17a7
.pdf. Acesso em 12 set. 2019.

• KANT, Immanuel (1795, p. 08). A Paz Perpétua. Acesso em 28 ago. 2019.

• Kant, Immanuel (1795, p. 28). A Paz perpétua: um projeto filosófico.


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