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LISTA DOS INTEGRANTES I

Nº Nome complento Valor(Nota)


1 Isabel José Elisa
2 Celestino Filismino Tiago Angelina
3 Luísa José Juliana
4 Domingos Diavangua Francisco
5 Tabita João Isabel
6 Aleixo Makaya Canga
7 José Alberto Manuel Dimbo
8 Miguel Maria André
9 Surpresa Emílio Adão
10
11
12
13

Nota do trabalho
______________________

Orientadora:

____________________
Tema: Sociologia como ciência Dr. Samba H.S. Chiona (G.S) 2022|23

Introdução

Na literatura encontrou uma grande variedade definições em torno desta


ciência, não obstante uma definição inicial válida seria compreender a
sociologia como uma ciência social que estuda os fenómenos colectivos
produzidos pela actividade social dos seres humanos dentro do contexto
histórico-cultural que se encontram imersos.

Sociologia: é a ciência que estuda a sociologia humana e a interacção entre


os homens. Interessa-se pelo modo como são criadas, mantidas e
transformadas as organizações e s instituições que dão forma à estrutura
social, pelo efeito que têm sobre o comportamento individual e social, e pelas
transformações provocadas pela interacção social. Seu terreno de investigação
é bastante amplo, podendo abranger desde motivos pelos quais as pessoas
seleccionam seus pares até as relações de poder ou as razões das
desigualdades sociais.

A Sociologia estuda/compreende a realidade social. A realidade social é o


conjunto de relações que ocorrem entre os indivíduos no seu quotidiano, o que
implica uma rede comunicacional durável que exprime e assegura a vida dos
indivíduos num grupo num dado tempo e espaço.

É através da Sociologia que se compreende o fenómeno da mudança, que não


é mais do que a transformação douradora das estruturas das estruturas e do
modo de funcionamento de uma dada organização social que seja observável
no tempo.

A Sociologia, enquanto ciência, estuda ainda os grupos (conjunto de


interacções formais, estruturadas e contínuas entre agentes sociais que
desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses
valores sociais para a consecução de objectivos comum), “factos sociais” (é
todo o que é decorrente da vida em sociedade, ou seja, resultam das
interacções entre os sujeitos sociais, possuem as características de
exterioridade e de coercibilidade, segundo Durkheim.

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São maneiras de pensar, sentir e agir exteriores aos indivíduos – têm


existência fora das consciências dos indivíduos – e são coercíveis, é, dotados
de poder sobre a vontade dos indivíduos) e as interacções sociais (são as
relações recíprocas entre, pelo menos, dois indivíduos que resultam de um
jogo de expectativas mútuas/várias em relação ao comportamento dos
interlocutores.

Objecto de estudo da sociologia

Moldar os estudantes para melhor conhecerem a sociedade humana e, mais


concretamente, as diversas colectividades (conjuntos de relações que os
indivíduos estabelecem nos agrupamentos de que fazem parte – família,
escola, grupos desportivos) que os formam.

Objectivo Geral

Possibilitar que os alunos compreendam a Sociologia através de uma visão


crítica da sociedade contemporânea, enfatizando a importância da disciplina e
dos conceitos sociológicos, a fim de utiliza-la como instrumento de trabalho na
área jurídica.

Importância do estudo da sociologia

A curto prazo para enfrentar-se de maneira “científica” com a problemática


social que preponderava na época (sensação de incerteza ante as mudanças
produzidas pela industrialização, as migrações maciças do campo à cidade, a
secularização da sociedade, etc.). No meio e comprido, agrado para construir
uma ciência específica da sociedade.

Importância: A importância dela é justamente identificar, adequar e melhorar a


convivência de todos homens nesses aspectos.

Infoexclusão – todo o indivíduo que se recusa a fazer parte da sociedade de


informação.

Não existe senso comum em Sociologia. Á definição de senso comum a que


mais se assemelha é conformismo social, que nada mais é do que o
comportamento esperado pelos outros membros da sociedade (comportamento
padronizado). Em suma, o Conformismo Social pode também ser visto como
uma adesão aos valores e aos modelos de comportamento da colectividade.

Normas sociais: são referências para o comportamento social decorrentes


dos valores seguidos por uma sociedade, ou seja, regulam as relações de
interdependência entre os indivíduos.

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É, portanto, o ramo do conhecimento que faz das relações humanas seu


objecto, aplicando de modo sistemático a razão e a observação e integrando
explicações teóricas e métodos quantitativos e qualitativos de verificação
empírica”.

Etimologicamente, a palavra sociologia é um término hídrico (anormal), pois se


integra com uma voz latina, SOCIUS (que significa social, sociedade),
acompanhada da voz grega LOGOS,(do grego «ʎóyoς» que significa estudo
profundo de algo).

A sociologia, tal como seu nome o indica, é então aquela ciência que se
ocupa do estudo profundo da sociedade. Para efeitos do estudo da
sociologia, considera-se em seus modelos que a sociedade está constituída
por um grande conjunto de estruturas e relações.

Quem se ocupa de levar a cabo os estudos concernentes à sociologia é o


sociólogo, um profissional que, através desta disciplina, mostra um grande
interesse pelos problemas e conflitos sociais, analisando-os com um espírito
crítico em todas suas esferas e contextos.

Um sociólogo francês contemporâneo, Pierre Bourdieu, define a sociologia


como uma ciência que molesta, que dá problemas, e o porque “desvenda
coisas ocultas e frequentemente reprimida”. (Bourdieu, 2000:21).

Outro sociólogo espanhol, Salvador Giner, afirma que a Sociologia estuda “a


sociedade humana, mas concretamente a diversas colectividades,
associações, grupos e instituições sociais que os humanos formam (…)
também ao ser humano na medida em que sua condição deve ser explicada
socialmente, assim como os resultados sociais de suas intenções e
comportamento. (…) Investiga a estrutura, os processos e a ntureza da
sociedade humana em geral” (Giner, 1996:10).

As definições da Sociologia dependem muito do ponto de vista do autor


ou escola teórica que a defina, pois em cada definição dada se está
tomando uma posição determinada para ver e analisar a sociedade e
sorte posição se relaciona, em última estância, com o fundamento
filosófico e concepção do mundo de quem a expressa.

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É através da Sociologia que se compreende o fenómeno da mudança, que não


é mais do que a transformação douradora das estruturas e do modo de
funcionamento de uma dada organização social que seja observável no tempo.

PRINCIPAIS ANTECEDENTES

A vontade de criar uma “física social”, isto é um conhecimento indiscutível da


sociedade da mesma forma que a Física, apareceu com o positivismo do
século XIX.

O primeiro em defender uma teoria e investigação científica dos fenómenos


sociais foi Henri do Saint-Simon (1760-1825) em meados do século XIX.
Auguste Comte, quem foi secretário do Saint-Simon entre 1817 e 1823,
desenvolveu suas teorias sob as premissas do positivismo. Comte cunhou a
palavra sociologia em 1824 (do latim: socius, “sócio, companheiro”; e o sufixo
grego –logía, “o estudo de”). A primeira vez que aparece impressa esta palavra
é em seu curso de filosofia positiva de 1838.

Quase em simultâneo, na Alemanha, Von Stein (1815-1890), introduziu o


conceito de sociologia como ciência (Die Wissenschaft der Gesellschaft)
incorporando a seu estudo o que ele chamou Movimentos sociais e a dialéctica
hegeliana. Desta maneira conseguiu lhe dar à disciplina uma visão dinâmica.
Von Stein é considerado como o fundador das ciências da Administração
Pública.

 HENRI DO SAINT-SIMON (1760-1825)

Mas o verdadeiro e indiscutível precursor da sociologia seria o francês Henri do


Rouvrory, conde do Saint-Simon. O objectivo que pretendia este pensador era
organizar a sociedade tendo como base a ciência e a indústria, e com isso
chegar a estabelecer uma sociedade sem classes. As propostas teóricas do
Saint-Simon aparecem esfumadas em diversas cartas e folhetos, e se podem
citar como suas obras mais influentes no âmbito da sociologia a reorganização
da sociedade europeia, O organizador, Do sistema industrial, Catecismo dos
industriais, Novo Cristianismo e Fisiologia Social. Expor o autor a necessidade
de construir uma ciência da sociedade apoiada em feitos observados e
discutidos; isto é, em uma filosofia positiva que teria o nome de fisiologia
social?

Um de seus discípulos, Augusto Comte, passaria a ser considerado o pai da


sociologia.

ALEXIS DO TOCQUEVILLE(1805-1859)

É também reconhecido como um dos precursores da sociologia por seus


estudos sobre a Revolução francesa e sobre os Estados Unidos (A democracia

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na América, publicada entre 1835-1840). Analisou às sociedades em geral e


fez uma comparação entre as sociedades americanas e as sociedades
europeias.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SOCIOLOGIA

As origens da sociologia como disciplina estão associadas aos nomes do Henri


de Saint-Simon, Auguste Comte, Karl Marx, Herbert Spencer, Émile
Durkheim, Georg Simmel, Ferdinand Tӧnnies, Vilfredo Pareto, Max Weber,
Talcott Parsons, Alfred Schϋtz ou Harriet Martineau.

Alguns dos sociológosmais destacados do século XX foram Robert K. Merton,


Erving Goffman, Peter Blau, Herbert Marcuse, Wright Mills, Pierre
Bourdieu ou Niklas Luhmann.

Na actualidade, as análises e estudos mais inovadores dos comportamentos


sociais correm a cargo de autores como George Ritzer, Anthony Giddens,
Zygmunt Bauman, Ulrich Beck, Alain Touraine, Manuel Castells, entre
outros.

A sociologia é a mais jovem das ciências sociais. A palavra Sociologia foi


cunhada em 1838 pelo francês Augusto Comte em sua obra filosofia positiva,
mas ela como tal começa nascer a partir dos anos 32, Comte quem está
acostumado a ser considerado como o pai da sociologia, sustentava que a
ciência sociológica devia apegar-se na observação e classificação sistemática
dos factos.

É uma ciência que pertence ao grupo das ciências sociais e humanas. O


objecto de estudo da sociologia engloba a análise dos fenómenos de
interacção entre os indivíduos, as formas internas de estrutura (as camadas
sociais, a mobilidade social, os valores, as instituições, as normas, as leis), os
conflitos e as formas de cooperação geradas através das relações sociais.

Através das pesquisas sobre os fenómenos que se repetem nas interacções


sociais, os sociólogos observam os padrões comuns para formularem teorias
sobre os factos sociais. Os métodos de estudo da sociologia envolvem técnicas
qualitativas (descrição detalhada de situações e comportamentos) e
quantitativas (análise estatística).

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A sociologia surgiu no século XVIII como disciplina de estudo sobre as


consequências de dois grandes acontecimentos, a Revolução Industrial e
a Revolução Francesa, que causaramprofundas transformações
económicas, políticas e culturais na sociedade daquele período.

O termo sociologia foi utilizado primeiramente com o filosofo francês


Auguste Camte no seu curso de Filosofia Positiva, em 1838, na tentativa
de unificar os estudos relativos +ao Homem, como a História, a Psicologia
e a Economia. A corrente sociológica positivo-funcionalista, fundada por
Comte, foi mais tarde desenvolvida por Émie Drkheim.

A Revolução Industrial trouxe inovações tecnológicas que provocou tanto


mudanças económicas como sociais. O aparecimento das indústrias promoveu
uma corrente migratória em grande escala, os camponeses que antes viviam
da terra passaram a buscar trabalho nestas indústrias o que ocasionou uma
expansão dos centros urbanos e uma forma de relacionamento social.

A total transformação do modo de vida tradicional influenciou os pescadores a


buscar uma nova forma de concepção tanto da vida natural quanto da vida
social. Questões novas surgiam a todo instante e elas necessitavam de
respostas.

OS CLÁSSICOS FUNDADORES

A Sociologia nasce aquando de uma passagem de uma Sociedade


Ruralpara uma Sociedade Industrial. Nesta passagem, a família –
Instituição/Grupo Social Principal que tem como objectivo a reprodução,
a socialização dos filhos, …, e sobretudo, uma unidade de produção –
passa a ser um mero contractode natureza social.

Alguns pensadores se destacaram na busca por estas respostas. Auguste


Comte, Karl Marx, Emile Durkheim e Max weber foram os que mais se
destacaram nesta busca para tentar compreender o que se passava e quais as
consequências destes factos na vida dos indivíduos e nas relações
desenvolvidas entre eles.

 Auguste Comte

Auguste comte nasceu na França no ano de 1798 portanto ainda eram muitas
as turbulências causadas pela Revolução Francesa; ele vivenciou de perto as
mudanças que ali ocorriam e buscou explicar os fenómenos sociais à maneira
das ciências naturais que explicavam o mundo físico. Comte foi o criador do
termo sociologia como forma de distinguir seu ponto de vista dos rivais. Ele
também foi o precursor do Positivismo pois acreditava que a sociologia era
positiva, inspirado nas ciências naturais e na metodologia usada por estas.

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“A abordagem positivista da sociologia acredita na produção de conhecimento


acerca da sociedade com base em provas empíricas retiradas da observação,
da comparação e da experimentação.” (Giddens, Sociologia, p 8). Comte no
final de sua vida estava preocupado com as desigualdades causadas pela
industrialização e coesão social causada por esta, sendo assim ele pensou
numa solução, mas a longo prazo, que consistia na confecção de um consenso
moral que regularia ou uniria a sociedade apesar dos padrões de
desigualdades que surgiam. Antes de sua morte (1857) ele fomentou a
fundação de uma religião da humanidade que abordaria o dogma e a fé favor
de fundamentos científicos.

 Karl Marx

Karl Marx nasceu em 1818 no extinto reino Prússia e pode observar de perto
as desigualdades causadas pela Revolução Industrial poispor um longo
período morou na Inglaterra como também na França podendo assim analisar
os dois momentos mais importantes do século XIX com maior proximidade.

Marx analisa as desigualdades como consequência do modelo económico


que cada vez mais ganhava forças, principalmente após as revoluções: o
Capitalismo. Ele busca demonstrar como a economia tem fortes influências
sobre a vida social e como este sistema em específico gera a divisão de
classes observada principalmente após a Revolução Industrial.

A partir destas constatações Marx delineou um novo sistema que suplantaria o


Capitalismo: o Comunismo. “O autor delineou um progressão por etapas
históricas e, com inicio nas sociedades comunistas dos caçadores –
recolectores, passando pelos sistemas esclavagistas antigos e pelos sistemas
feudais baseadas na distinção entre senhores das terras e servos. A
emergência de comerciantes e artesões marcou o inicio de uma
classecomercial ou capitalista que acabou por substituir a nobreza fundiária. De
acordo com esta perspectiva da história, Marx defendeu que tal como os
capitalistas se haviam unido para derrubar a ordem feudal, tabém os
capitalistas seriam suplantados e uma nova ordem instalada.

Marx acreditava na inevitabilidade de uma revolução da classe trabalhadora


que derrubaria o sistema capitalista e abriria portas a uma nova sociedade
onde não existem classes – sem grandes divisões entre ricos e pobres”.

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 Émile Durkheim

Émile Durkheim nasceu na França em 1858 e sua obra teve impacto muito
mais duradouro do que seu compatriota Comte; Durkheim se baseou em seu
predecessor (Comte) mas não acreditou na realização do pensamento dele
com sucesso – dar a Sociologia um carácter científico.

Sua obra tem como princípio básico estudar a sociologia da mesma maneira
que as ciências naturais para isso, ele torna os factos sociais como coisas para
assim poder analisar tais factos com o mesmo rigor das outras ciências. Foram
três os principais focos de seu trabalho: Importância da sociologia enquanto
ciência empírica; a emergência do indivíduo e a formação de uma ordem
social; e as origens e carácter da autoridade moral na sociedade.

Para ele o indivíduo que é moldado pela sociedade e não a sociedade


pelo indivíduo.

“Para o autor, a principal preocupação intelectual de Sociologia reside no


estudo dos factos sociais. Em vez de aplicar métodos sociológicos ao estudo
de indivíduos, os sociológicos deveriam antes analisar factos sociais –
aspectos da vida social que determina a nossa acção enquanto indivíduos, tais
como o estado da economia ou influência da religião. (…) De acordo com o
autor factos sociais, são formas de agir, pensar ou sentir que são externas aos
indivíduos, tendo uma realidade própria exterior à vida e percepções das
pessoas individualmente.”

 Max Weber

Max Weber nasceu na Alemanha em 1864 onde passou a maior parte de sua
vida académica. Foi influenciado por Marx, mas faz muitas críticas a alguns dos
principais pontos de visita de Marx.

Ao contrário de Marx, Weber acreditava que os factores económicos não eram


os únicos que causavam as mudanças sociais, para ele as ideias e os
valores tinham o mesmo impacto e importância sobre tais mudanças.
Para este pensador, ao contrário dos primeiros pensadores sociológicos, a
sociologia devia concentrar-se na acção social e não nas estruturas.

“Argumentava que as ideias e as motivações humanas estavam por


detrás da mudança – as ideias, valores e crenças tinham o poder de
originar transformações. Segundo o autor, os indivíduos têm a capacidade de
agir livremente e configurar o futuro. Ao contrário de Dukheim e Marx, Weber
não acreditava que as estruturas existiam externamente aos indivíduos ou que
eram independentes deste.” (Giddens, Sociologia p 13).

OUTRUS REPRESENTANTES IMPORTANTES

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TALCOTT PARSONS

Nasceu em Avermelhado Springs, Avermelhado, em 1902. Licenciou-se no


Amherst College em 1924 e realizou seus cursos de doutorado na London
School of Economics. Ao ano seguinte se transladou ao Heidelberg, Alemanha.
A obra do Weber influi enormemente no Parsons, quem escreveu no
Heidelberg sua tese doutoral, dedicada, em parte, a analisar as ideias do
Weber.

Em 1937 publica sua obra The Structure of Social Action, livro que não só dava
a conhecer os teóricos da sociologia mais relevantes como Weber a um
inúmero de sociólogos, mas também sentava as bases para o desenvolvimento
de sua própria teoria. Depois da publicação destaobra lhe nomearam director
do Departamento de Sociologia do Harvard em 1944 e dois anos mais tarde
formou e dirigiu o novo Departamento de Relações Sociais, que englobava não
só a sociólogos mas também sentava as bases para o desenvolvimento de sua
própria teoria.

Nos finais dos anos sessenta a nascente asa radical da sociologia americana
começavam a atacar ao Parsons. Qualificaram-lhe politicamente de
conservador. Também sua teoria foi considerada muito conservadora e pouco
mais que um esquema sofisticado de categorização. Mais durante a década de
1980 ressurgiu o interesse pela teoria personiana não só nos Estados Unidos,
mas também em muitos outros países do mundo.

 PETER L. BERGER
 PIERRE BOURDIEU
 ANTHONY GIDDENS

PRINCIPAIS FACTORES QUE INFLUENCIARAM NO SURGIMENTO

As origens desta ciência social se emolduram em um período de tempo


específico, o dos séculos XVIII e XIX, caracterizado pela sucessão de grandes
mudanças e transformações em diversos âmbitos da vida, como o económico,
o político e o social. Foram os anos nos que surgiria o Renascimento e a
ilustração, que marcaram o inicio de uma nova forma de pensamento científico.

Algumas transformações neste breve período, entre os quais a destacar:

 A Revolução Americana (1776-1783),


 A independência das colónias latino-americanas de suas metrópoles.
 A Revolução Francesa (1789)
 A Revolução industrial,

Alguns pensadores da época tratarão de explicar, interpretar e predizer ditas


mudanças, aspirando a uma compreensão científica de tais transformações.
Surgiria então um marcado interesse por observar, descrever e classificar

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certos fenómenos sociais com o objectivo de encontrar leis estatísticas ou


regularidades que permitissem predizê-los, assim como examinar as
circunstancia e condições pelas que resultava mais aceitável que determinadas
mudanças e transformações afectassem á ordem política, social, económica e
cultural dominante em cada sociedade. O nascimento da sociologia, portanto,
tem lugar em uma junta histórica concreta em que se registaram profundas
transformações técnicas, significativa mudanças nas formas de organização
político-sociais e nas formas de produção e comercialização de mercadorias.

Neste período histórico se produziu o passo de uma sociedade esta mental a


uma sociedade industrial, o que daria lugar ao desenvolvimento de algumas
das transformações mais significativas que experimentou a história da
humanidade.

Seria esta emergência vertiginosa de novos processos de estruturação e


desestruturação na sociedade, esta mente em seu trânsito para uma nova
ordem de relações políticas, económicas e sociais, o que desencadearia o
surgimento de uma nova disciplina científica que se ocupasse dos problemas
que gerava a construção e modificação da ordem social.

Neste trânsito convulso do feudalismo ao capitalismo, surge a sociologia como


manifestação do processo de especialização que experimentariam o conjunto
das ciências, em umas sociedades cada vez mais complexas, mais seculares e
menos estáticas.

Portanto, as intensas mudanças sociais e económicas registadas entre o


século XVIII e o século XIX, acompanhados por novos modelos de organização
no plano político e por um significativo desenvolvimentodos meios técnicos,
deram lugar a constantes alterações dos patrões sociais, o que conduziu a que
alguns pensadores e cientistas da época reflectissem sobre a dimensão
estática/dinâmica e de harmonia/conflito das relações sociais. Estas reflexões
determinariam o surgimento de uma nova disciplina científica dentro das
ciências sociais.

Em resumo: Este contexto histórico no que situamos o nascimento da


sociologia vem marcado por um conjunto de factores que podemos agrupar em
dois tipos:

A) – Factores de ordem intelectual-teórica:

 O positivismo e as exigências do método científico. Se a


sociologia se distinguir em algo da anterior reflexão filosófica a
respeito da sociedade, é em sua intenção de sujeitar-se à
disciplina do método científico e da observação empírica dos
fatos na análise da sociedade.

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O próprio Comte reconhece sua admiração por este fato e confessa sua
intenção de aplicar ao estudo da sociologia o mesmo método que os físicos
utilizam no estudo da natureza.

A aceitação consciente e sistemática das exigências do método científico no


estudo da sociologia até o ponto de fazer do seu signo diferenciador em
relação a Filosofia social, é inútil buscá-lo com antecedência ao positivismo.

 O descobrimento da existência de leis sociais. A insistência


positivista no método científico tivesse resultado estéril, de não
incidir sobre uma ideia que se generaliza no século XVIII: a
sociedade, como a natureza, está submetida a um conjunto de
leis que regulam o suceder social e a história.

No século XVIII nasce a ideia de que os fenómenos sociais possuem um


carácter de regularidade e que portanto estão submetidos a leis naturais mais
ou menos análogas às que governam o universo físico: a elaboração dês
conceito de leis sociais, constitui um progresso decisivo, pois a ciência tem
precisamente por fim, a investigação de sortes leis por métodos experimentais.
O método do A. Comte, que toma esta ideia do século XVIII, reside no fato de
ter sistematizado dito princípio e terem efectuado a primeira análise completa.
A missão da sociologia consiste, principalmente em descobrir estas leis.

 Autonomia da sociedade civil. Tera que referir se ao feito de


que è neste século quando aparece a ideia de que a sociedade
possuim uma realidade autónoma em relação as instancias as
que tradicionalmente vinha referindo-se.

A ideia sociologia civil como algo distinto e autónomo em relação a cidade de


deus (religião )ou estado ( politico ),nasce agora como contribuição e os
filósofos da historia .Quando a força das instancias a que vinha sendo referida
se racham (como consequências das revoluções ),a sociedade se converte em
si mesmo em objecton de estudo e investigação .Neste ponto, os filósofos da
historia como Hegel,jogam um papel importante

 As ideias evolucionistas .Por ultimo ,as ideias evolucionistas


jogaram também um papel fundamental no nascimento da
sociologia .H.Spencer outro dos pais fundadores junto A. Comte
assimila o evolucionismo do Darwin .Em concreto ;segundo
Spencer a sociedade evoluíram ,das sociedades simples as
compostas:

B)-OSFactores sociais e políticos

 A revolução industrial.(Economicos).Falar dos origines da


sociologia sem referir-se as transformações sociais, políticas e
económicas que comoveram a Europa como consequência da

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revulação francesa depois, resulta impossivél. Os factos são


sobradamente conhecidos.

A industrialização significa uma mudança radical no modo de produção


ecónomica.

A agricultura deixa de ser a base fundamental na economia das nações. A


produção artesanal e a organização coorporativa do trabalho passam a um
novo modo de produção apoiado na indústria, na liberdade de mercado e na
organização racional do trabalho. A riqueza das nações depende da base
produtiva e não da quantidade de dinheiro acumulado, como queria o
mercantilismo.

Livre de toda sorte de ataduras que lastraram durante séculos à actividade


ecónomica ( Organizaçao coorporativa, e privilégios, etc ), a burguesia assumiu
o protagonismo na direção da economia e se lançou a busca do máximo
beneficio mediante a organização livre do trabalho e a adoção crescente de
novas tecnologias derivadas do desenvolvimento cientifico.

 O auge dos ideiais democráticos. (Políticos). Estes fectos não


puderam por menos de questionar radicalmente a velha ordem
jurídica e político do ancien regime. A revulação francesa
significou o final da organização apoiado nos privilégios
aristocracia e do clero. A burguesia se consolidou como classe
social dominante e, embora de maneira incipiente e, em grande
medida, meramente formal, os ideias democráticos irrromperam
definitivamente na teória política.
 O capitalismo e a questão social. (Sociais). Mais a progressiva
concetração de mão de obra em torno dos grandes centros fabris,
trouxe consigo, necessariamente, a aparição d3 uma nova classe
social: O proletariado.

A organização livre do trabalho, significou na prática a asêncvia de


toda regulação nas relações trabalhistas e empobrecimento
progressivo das massas operárias como consequência dos salários
de miséria com os que o capital procurou incrementar a mais valia.
Logo esta nova classe social se organizou em sindicatos e partidos
revolucionário e Europa se viu envolta em um clima de conflitos
sociais e políticas sem precedentes. A questão social foi um dos
factores decisivos no complexo multi-causal a que antes aludíamos,
como responsavél pelonascimento da sociologia.

II- OBEJECTO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA

Em relação com outras disciplinas científicas a sociologia se encontra em uma


situação muito complexa, pois sua primeira tarefa, e justamente a mais difícil

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consiste em definir qual é seu objecto de estudo. Ainda hoje, os sociológos não
conseguiram ficar de acordo do que deve entender-se por sociologia, qual é
seu campo próprio de estudo ou quais os limites precisos que a diferenciam de
outras ciências sociais.

Razões da dificuldade existente na determinação de objecto

 –Coincidência do sujeito e o objecto na investigação


sociológica

É certo que não faltam razões para explicar este desacordo. Em geral qualquer
ciência em que o homem seja ao mesmo tempo, sujeito e objecto de
investigação, terá uma margem de identificação e prejuízos distorcem
indevidamente a analise de um objecto –o homem -, que já em sí mesmo se
caracteriza por sua infinita plasticidade e instabilidade. Trata-se portanto de
uma ciência imersa em seun próprio objecto o qual por si mesmo. É um objecto
inacabado e cambiante.

 –A análise social e o sentido comum.

Por outra parte, o sociólogo pretende analizar cientificamente feitos e


acontecimentos a respeito dos que por sua especial proximidade, todo crie
saber algo. Com frequência, estas conclusões de sentido comum estão tão
fortemente arraigadas, que resulta difícil, inclusive para o sociólogo, sustaerse
a elas e, em ocasiões, distorce a análise sociologica.

Se suas conclusões de acordo com o sentido comum, a sociologia será


simplesmente uma ciência do óbvio que justifica mediante uma enorme
parafernália científica (Pesquisa, estastícas, amostragens, etc). O que todo
mundo sabe. Se, pelo contrário, suas conclusões contradizem o sentido
comum, provavelmente lhe olhará com receio por questionar o evidente e
defender posturas absurdas ou perigosas.

 –Imprecisão dos limites com as demais ciências sociais

A imprecisão dos limites com o resto das ciências é outra das fontes de
indecisão. A sociologia compartilha o objecto com as demais ciências sociais.
Todas elas estudam a sociedade desde diferentes pontos de vista.

Seus primeiros representantes a consideraram como a ciência síntese em que


deviam convergir com as demais ciências sociais particulares. Seu carácter
enciclopédico lhes autorizou a oferecer grandes visões gerais da sociedade e
da historia. Neste empenho encontraram de ser da sociologia e justificaram o
ponto de vista de seu objecto.

 –Imaturidade da ciência

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Por último, alguns autores atribuem o problema simplesmente a uma


presunção imaturidade da ciência. Em sua curta história (apenas século e
meio), a sociologia não teria conseguido elaborar ainda um corpo teórico
suficientemente contrastado e seguro. A imprecisão e o desacolrdo na
utilização de términos e conceitos, Seria uma consequência desta situação.

Não obstante e apesar das razões expostas, o objecto de estudo da sociologia,


o que a configura e define como ciência indepedente é o estudo dos factos
sociais.

Mas, o que entender por factos sociais?

Para o Emile Durkheim, antes de nada terei que dizer o que não são os factos
sociais, quer dizere, nos aproximar pela vertente da definição negativa a este
conceito chave na sociologia de Durkheim Lana, para logo defini-la
positivamente.

Assim encontramos em suas ideias:

A)- O que não são os factos sociais:

 Não são os fenómenos físicos;


 Não são processos orgânicos:
 Não são tão pouco os fenómenos psíquicos;
 Não são frutos de indivíduos ou melhor dizendo de individualidades.

B)- O que são os factos sociais?

 São as formas de actuar, pensar e sentir que são objectivas e externas


ao indivíduo que tem um poder de coação pelo que se impõem ao
mesmo indivíduo queira ou não queira.
 São fruto da acção múltiplo e simultânea de indivíduos, são portanto
modelos colectivos pré-existentes que nos impõem, elaborados por
gerações pretéritas.
 São o substrato social, quer dizer esse conjunto de modelos colectivos
configuram o que Durkheim chama a consciência colectiva.
 Costumam formular-se de maneira oral ou escrito, como normas se
transmitem pela educação (aforismos, leis morais, jurídicas…); ficando
fixadas em obras objectivas (estilos de arte, cultura, modas, etc).
 Embora, em partes modificáveis por novas acções individuais oferecem
resistência à mudanças.

Existem muitos outros autores que se precisam um determinado objecto de


estudo para este ciência coincidindo em que a sociedade é o objecto de estudo
da sociologia, não obstante essa resposta não nos diz muito, portanto o melhor
é ver os temas centrais que mais lhe interessam a sociologia.

Instituto Politécnico do Soyo (Zaire), cadeira: Sociologia Pá gina 15


Tema: Sociologia como ciência Dr. Samba H.S. Chiona (G.S) 2022|23

A ESTRUTURA SOCIAL

Este conceito parte do suposto que a realidade não é caótica, pelo contrário
prepondera a estabilidade entre os elementos a compõem. Dita estabilidade
não se deve ser associada a estruturas rígidas e estatística, pelo contrário o
carácter dinâmico prevalece na maioria delas. Em toda a sociedade humana
pode identificar uma estrutura social com um maior ou menor grau de
complexidade.

O conceito de estrutura pode definir-se como um conjunto de relações de


unidade pautadas relativamente estáveis, estas unidades são os actores
sociais que participam do sistema social desempenhando a outros actores
(Parsons).

ALGUMAS DAS CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA SOCIAL:

1. A estrutura é entendida como um sistema de relações sociais


reguladas e pautadas que prevalecem aos indivíduos concretos e os
antecedem.
2. Os esquemas de acção pautados se podem entender como forma de
fazer ou de estar que vem socialmente dadas e que correspondem a
uniformidades ordenadas socialmente.
3. As estruturas sociais implicam distintas formas padronizadas de
relações de ordenamento, de distâncias sociais de hierarquias e
dependências de uns indivíduos e grupos e respeitos a outros.
4. A estrutura geral de uma sociedade está formada por um conjunto de
subscrições, ou estruturas específicas que estão interconectadas
entre sí de forma muito diversa.

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Tema: Sociologia como ciência Dr. Samba H.S. Chiona (G.S) 2022|23

Índice
Introdução.............................................................................................................2
Ciências sociais e sociologia.............................................................................2
Diferença fundamental entre a sociologia e a ciência social............................2
Os três níveis de conhecimento direito ou econômico.....................................2
Psicologia social................................................................................................3
O que é Psicologia Social?...............................................................................3
Quais são as funções da Psicologia Social?....................................................4
Treinamento de funcionários.........................................................................4
Outra alternativa é a atuação em empresas, em que os psicólogos sociais
realizam o treinamento dos colaboradores e analisam as táticas usadas
naquela corporação. Além disso, os profissionais podem ser contratados
por uma companhia para fazer terapia em grupo entre os funcionários. O
objetivo é mediar conflitos externos e internos e, também, mantê-los
motivados.......................................................................................................4
Objecto da sociologia........................................................................................5
Qual é o papel da sociologia para a sociedade?..............................................5
Qual é a importância da sociologia?.................................................................5
Qual o campo de estudo da sociologia? A sociologia é um campo de
estudo dinâmico, pois deve adaptar suas reflexões de acordo com as
mudanças sociais que ocorrem ao longo da história, buscando cobrir seus
fatores e fenômenos determinantes..............................................................6
Quais são os métodos de estudo da sociologia? Através das pesquisas
sobre os fenômenos que se repetem nas interações sociais, os sociólogos
observam os padrões comuns para formularem teorias sobre os fatos
sociais............................................................................................................6
Fatos sociais......................................................................................................6
O fato social é o instrumento social e cultural que determina a maneira de
agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo.Esta definição foi formulada
por um dos fundadores da sociologia, o francês Émile Durkheim (1858-
1917)..............................................................................................................6
Características do Fato Social..........................................................................6
Generalidade..................................................................................................6
Exterioridade..................................................................................................7
Coercitividade................................................................................................7

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A natureza.........................................................................................................8
Os Grupos Sociais.............................................................................................9
Categorias sociais...........................................................................................11
Teoria das categorias sociais......................................................................11
Cultura e sociedade: Mudança cultural...........................................................12
A relação que se dá entre Cultura e sociedade..............................................12
A mudança social............................................................................................13
Fatores que possibilitam que a mudança social.............................................13
Estrutura e organização social: Noções de cultura e organização social......14
Classificação...................................................................................................14
Os elementos culturais....................................................................................23
A comunicação não verbal..............................................................................24
A essência da cultura......................................................................................30
Conclusão....................................................................................................37
-Referência bibliografica..............................................................................38

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Tema: Sociologia como ciência Dr. Samba H.S. Chiona (G.S) 2022|23

Introdução
A propósito seria uma autêntica falta de consideração se não
reconhecêssemos a grande ajuda cognitiva fornecida pela pesquisa deste
trabalho de Sociologia, de facto o grupo considerou um privilégio imenso de
realizar um trabalho acadêmico que abarca a distribuição da gama de
conteúdos diversos, pelo que se considera estes sendo muitos inerentes à
evolução da sociologia.

Ficamos muitos contentes de fornecer à sociedade vários assuntos que


servirão de forte suporte aos demais elementos que constituem a nossa região
social, portanto falar de sociologia e de seus assuntos, é solucionar conflitos
sociais.

Ciências sociais e sociologia

Diferença fundamental entre a sociologia e a ciência social

As ciências sociais são uma área ampla que consistem em vários sub-campos
e sociologia é um subcampo da ciência social. Sociologia e ciências sociais são
campos de estudo que se dedicam aos seres humanos e sociedade. Em
simples termos, pode-se dizer que a sociologia é um ramo da ciência social.

A ciência social pode ser dividida em várias sub-categorias que estudam


diferentes aspectos da sociedade. Sociologia, Ciência Política, Estudos de
História, Estudos de Direito são alguns exemplos para estas sub-categorias.
Sociologia, por outro lado, concentra-se, basicamente, sobre o comportamento
humano e as características de uma estrutura social.

Os três níveis de conhecimento direito ou econômico.

 Há grande distinção em relação aos três níveis de conhecimento


científico:
 O inorgânico, estudado pelas ciências físicas;
 O orgânico, investigado pelas ciências biológicas;
 O superorgânico, abrangido pelas ciências sociais.

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Os três níveis encontram-se inter-relacionados, e a transição de um para outro


é gradativa. O superorgânico é observado no mundo dos seres humanos em
interacção e nos produtos dessa interacção: linguagem, religião, filosofia,
ciência, tecnologia, ética, usos e costumes e outros aspectos culturais e da
organização social. Portanto, ao estudar o superorgânico, as ciências sociais
têm o seu interesse voltado para o homem em sociedade. As ciências sociais
ou humanas englobam: Antropologia Cultural, Direito, Economia, Política,
Psicologia Social e Sociologia. No entanto, há autores que consideram também
como ciências sociais ou humanas ramos de estudo, tais como: História,
Geografia Humana, Ecologia Humana, etc. (Lakatos & Marconi, 1999).

Psicologia social

A Psicologia é o campo que estuda o ser humano, seus processos mentais e


comportamentos. Por englobar uma vasta área de análise, ela pode ser
dividida em diversas especialidades. A Psicologia Social é uma, junto à
Psicologia Organizacional, Esportiva, Forense, Hospitalar, Clínica etc.

O que é Psicologia Social?

A Psicologia Social é uma área da Psicologia que faz parte das Ciências


Humanas ou Saúde, visando estudar a relação dos indivíduos com a
sociedade. Essa abordagem analisa as intenções e os comportamentos das
pessoas quando estão cercadas de outras.

Além disso, nesse campo, os psicólogos observam como um grupo influencia


as ações dos seguidores ou membros desse mesmo grupo, como o que ocorre
nos movimentos sociais. Um ramo de estudo dessa especialidade é o
“comportamento de manada”, que leva pessoas a estocarem papel higiênico e
comida em um contexto de pandemia e quarentena.

Outra alternativa é a de cuidar do clima organizacional das empresas,


intervindo em situações que prejudicam a produtividade, o bem-estar e a
motivação dos funcionários no ambiente corporativo.

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Quais são as funções da Psicologia Social?

Treinamento de funcionários

Outra alternativa é a atuação em empresas, em que os psicólogos sociais


realizam o treinamento dos colaboradores e analisam as táticas usadas
naquela corporação. Além disso, os profissionais podem ser contratados por
uma companhia para fazer terapia em grupo entre os funcionários. O objetivo
é mediar conflitos externos e internos e, também, mantê-los motivados.

Psicologia social é um ramo de estudo da psicologia que se foca na análise do


comportamento do indivíduo perante as suas relações sociais.

A psicologia social é uma area que se encontra no limite entre a psicologia e a


sociologia, de acordo com alguns teóricos. Na realidade, o ponto que diferencia
ambas é o fato do objeto de estudo da psicologia se focar no indivíduo,
enquanto que a sociologia se concentra no grupo social.

No entanto, como objeto de estudo, a psicologia social pode ter duas vertentes:
psicológica ou sociológica. A psicologia social psicológica se limita a explicar as
ações do indivíduo a partir dos estímulos que recebe do exterior (os seus
sentimentos, comportamentos e pensamentos, por exemplo). Já a psicologia
social sociológica estuda os fenômenos que surgem nos diferentes grupos a
partir da interação das pessoas com estes.

O propósito da psicologia social é identificar os traços que ligam os indivíduos


aos grupos. De acordo com este ramo de estudo, todas as pessoas teriam um
comportamento distinto quando estão inseridas numa esfera social, diferente
daquele apresentado quando estão sozinhas.

A psicologia social ainda estuda a interdependência entre os indivíduos, assim


como o condicionamento humano, ou seja, como estímulos externos vividos
em sociedade podem interferir no pensamento e, consequentemente, no
comportamento da pessoa.

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O desenvolvimento das pesquisas teóricas feitas no âmbito da psicologia


social, principalmente na questão do condicionamento, é de autoria do
psicólogo alemão-americano Kurt Lewin (1890 - 1947), considerado por
muitos como o fundador da psicologia social.

Objecto da sociologia

Sociologia é a ciência que tem como objeto de estudo a sociedade, sua


organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos,
instituições e associações a fim de manter ou alterar as relações de poder nela
existentes.

O objeto de estudo da sociologia engloba a análise dos fenômenos de


interação entre os indivíduos, as formas internas de estrutura (as camadas
sociais, Os métodos de estudo da sociologia envolvem técnicas qualitativas
(descrição detalhada de situações e comportamentos) e quantitativas (análise
estatística).

Qual é o papel da sociologia para a sociedade?

É tarefa da sociologia estudar os problemas sociais através dos métodos de


pesquisa científica e descobrir soluções para eles. O estudo científico das
questões humanas fornecerá, em última análise, o conjunto de conhecimentos
e princípios que nos permitirão controlar as condições da vida social e melhorá-
las

Qual é a importância da sociologia?

A sociologia pode nos ajudar a entender as causas e tensões subjacentes.


Contribui para tornar bons cidadãos e encontrar soluções para os problemas da
comunidade. Acrescenta ao conhecimento da sociedade. Ajuda o indivíduo a
encontrar sua relação com a sociedade.

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Qual o campo de estudo da sociologia? A sociologia é um campo de


estudo dinâmico, pois deve adaptar suas reflexões de acordo com as
mudanças sociais que ocorrem ao longo da história, buscando cobrir seus
fatores e fenômenos determinantes.

Quais são os métodos de estudo da sociologia? Através das pesquisas


sobre os fenômenos que se repetem nas interações sociais, os sociólogos
observam os padrões comuns para formularem teorias sobre os fatos sociais.

Fatos sociais

O fato social é o instrumento social e cultural que determina a maneira de agir,


pensar e sentir na vida de um indivíduo.Esta definição foi formulada por um dos
fundadores da sociologia, o francês Émile Durkheim (1858-1917).

Para Durkheim, o fato social é o conjunto de regras e tradições que estão no


centro de uma sociedade. Assim, o fato social obriga o ser humano a se
adaptar às regras sociais.

Exemplos de fatos sociais são as normas de convivência, valores e


convenções que existem independente da vontade e da existência do
indivíduo, como explica Durkheim.

Características do Fato Social

Segundo Durkheim, o fato social está na percepção do indivíduo. Por isso, o


comportamento do ser humano será condicionado por realidades sociais que
limitam as atitudes aceitas pela sociedade.

O fato social deve atender a três características: a generalidade, a


exterioridade e a coercitividade.

Generalidade
Os fatos sociais atingem toda a sociedade e, portanto, são coletivos e não
individuais. Desta maneira dizemos que os fatos sociais acontecem com a
maioria e alcançam a todos de forma geral.

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Tema: Sociologia como ciência Dr. Samba H.S. Chiona (G.S) 2022|23

Exemplo: num jogo de futebol, os torcedores cantam incentivando seu time,


vestem-se com o uniforme da sua equipe e gritam quando sai o gol. Todas
estas ações são esperadas e não precisaram ser previamente explicadas, pois
já fazem parte de um evento esportivo.

Exterioridade
Os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, existem antes dele nascer
e também acontecem de forma independente da ação individual.

Exemplo: tomando o jogo de futebol novamente. Se um indivíduo desejasse


impedir os torcedores de gritar gol, quando o seu time marcasse, dificilmente
conseguiria ou seu comportamento seria visto como estranho. Afinal, já é
esperado que fãs de uma equipe comemorem um gol desta maneira.

Coercitividade
A coercitividade é usada com dois significados pelo sociólogo francês.Primeiro,
a coercitividade está relacionada ao poder que os padrões culturais de uma
sociedade são impostos aos integrantes.

Essa característica obriga os indivíduos a cumprirem os padrões culturais e


sociais que nem sempre estão de acordo, mas que são convenções e existem
apesar do indivíduo concordar com elas ou não.

O segundo significado da palavra coercitividade é utilizado para descrever o


poder que a lei exerce na vida de um indivíduo. Desta maneira, o ser humano
pode não concordar com o modo que a sociedade funciona, mas aceita, por
medo de ser punido pela lei.

Na coercitividade cultural, o ser humano pode passar vergonha ou


constrangimento, caso não cumpra o comportamento social relacionado ao fato
social onde esteja inserido.

Fatos sociais são comportamentos simples do cotidiano, como tomar banho,


pagar os impostos, ir a encontros sociais ou fazer compras.

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Todos sabemos que devemos tomar banho diariamente, a fim de conservamos


nosso corpo limpo, evitar doenças e o mal cheiro. Da mesma forma precisamos
pagar impostos para que o governo possa manter os serviços sociais
funcionando.

Todas essas ações são organizadas e obedecem a uma rotina, são


respeitadas e têm poder real sobre o indivíduo. O fato social, conforme
Durkheim, afeta toda a sociedade.

Outro exemplo clássico de fato social que foram estudados em profundidade


por Durkheim é a educação, pois está presente na vida do indivíduo desde a
infância e o afetará durante toda sua trajetória, moldando seu comportamento
social.

Durkheim definia a escola e sua influência nestes termos:

"O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto


em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que
depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a
matéria bruta que está lá representada."

A natureza

Em geral, a natureza em seu sentido mais amplo é o mundo natural, o mundo


físico. Se refere à vida e aos elementos e fenômenos presentes no meio
ambiente. Em geral, não inclui as obras e consequências das atividades
humanas.

A palavra provém do latim natura, que significa “qualidade essencial,


disposição inata, o curso das coisas e o próprio universo”. Natura é a tradução
para o latim da palavra grega physis (φύσις), que em seu significado original
fazia referência à forma com que crescem espontaneamente plantas e animais.

Frequentemente, se considera a palavra natureza como sendo o “entorno


natural/original”: animais selvagens, rochas, bosques, praias, e em geral todas
as paisagens que não tenham sido alteradas substancialmente pelo ser

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humano, ou que persistem majoritariamente em sua forma original apesar da


intervenção humana. A paisagem é o resultado observável dos complexos
processos presentes em um determinado lugar. Essa definição leva a uma
distinção entre o natural e o artificial, entendido este último como algo feito com
uma intenção prévia, consciente, humana.

Em termos de escala, a definição de Natureza envolve desde o subatômico até


o amplamente universal, como os planetas, estrelas e galáxias. Há também
definições que incluem o meio ambiente alterado pelo homem como elemento
da Natureza.

Natureza também tem relação com a noção de realidade – o mundo natural


costuma estar associado ao mundo real.  Nessa compreensão, o estudo
sistematizado dos elementos da natureza, seus processos, atividades e
consequências se dá através das Ciências Naturais que incluem Biologia,
Astronomia, Química, Física e as Ciências da Terra (Geologia, Hidrologia,
Geofísica, Hidrologia, Meteorologia, Geografia física, Oceanografia, e Ciência
do Solo).

Os Grupos Sociais

Os grupos sociais são formados a partir de relações estáveis entre indivíduos


que possuem interesses e objetivos em comum.

"Ao longo de nossas vidas, fazemos parte dos mais diferentes grupos de
pessoas, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que independem de
nossa vontade.

Assim, entramos e saímos de vários grupos sociais, os quais certamente são


importantes na conformação de nossa educação, de nossos valores e visões
de mundo.

Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em


determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos
e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal
desenvolvidos através do contato contínuo.

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Estabilidade nas relações interpessoais e sentimentos partilhados de pertença


a uma mesma unidade social são as condições suficientes. Além disso, é
importante observar que o grupo existe mesmo que não se esteja próximo dos
componentes.

Prova disso está no fato de que, ao sairmos da última aula da semana, embora
fiquemos longe daqueles que compõem nossa sala, a classe por si só não se
desfaz, ainda existindo enquanto grupo.

Da mesma forma, podemos pensar isso para nossas famílias, o que corrobora
o fato de que o grupo é uma realidade intermental, ou seja, mesmo que os
indivíduos estejam longe, permanece o sentimento de pertença dentro da
consciência de cada um.

Podemos ter grupos sociais como os de participação e de não participação, isto


é, aqueles que temos vínculo ou não. A pertença ou não a determinado grupo
será fundamental para determinar nosso comportamento em relação aos outros
(tomados como pares ou como diferentes), embora saibamos que se por um
lado temos o direito de nos identificar ou não com algum grupo, por outro
devemos fugir do preconceito e discriminação (em todos os aspectos
possíveis) dos que estão em outros grupos. Além desses, podemos ter outros
grupos como os de referência (positiva ou negativa), normativos e
comparativos, todos servindo de norte ou parâmetro para nossas relações
sociais. Nossos grupos de referência positiva na maioria das vezes são os
grupos dos quais participamos.

No entanto, podemos ter indivíduos que buscam aceitação em grupos que não
pertencem, como adolescentes que têm amizades com jovens de mais idade e
passam a imitar o comportamento em um período de crise de identidade e
questionamentos tão comuns à adolescência. No caso da referência negativa,
o mesmo é válido. A família que deveria ser positiva se torna negativa para o
adolescente que deseja transgredir um conjunto de valores defendidos por sua
família.

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Categorias sociais

Categorias  sociais  são grupos de indivíduos que se relacionam porque


compartilham algumas características comuns. Elas podem ser de natureza
muito diferente, por exemplo, sendo capazes de encontrar categorias sociais
relacionadas a sexo, etnia, atividade profissional ou cultura.

As categorias sociais diferem de outras classificações semelhantes,


principalmente no sentido de que não produzem uma identidade de grupo. Isso
significa que as pessoas pertencentes a uma categoria social não a usariam
para falar sobre si mesmas ou para se descreverem, nem se sentiriam
inicialmente mais próximas de outras pessoas dentro dela.

No entanto, o estudo de categorias sociais pode ser muito útil em determinados


contextos, pois nos permite conhecer certos fenômenos que determinam o
comportamento, crenças e experiências de vida das pessoas que pertencem a
elas. Por esse motivo, a pesquisa sobre eles é uma parte importante das
ciências sociais.

Um exemplo de categoria social pode ser “adolescentes”. As pessoas


pertencentes a esse grupo compartilham uma série de características comuns
e vivem experiências semelhantes, mas não se sentem identificadas porque
pertencem a essa categoria e não interagem entre si apenas por esse motivo.

Teoria das categorias sociais


A sociologia e a psicologia têm investigado conceitos como identidades sociais,
categorias e grupos sociais desde o século XIX. No entanto, os primeiros
experimentos e teorias formais sobre esse assunto específico não apareceram
até meados do século XX.

Um dos estudos que mais ajudaram a moldar as teorias atuais das categorias
sociais foi o do Parque Estadual Robbers Cave. Nele, um grupo de sociólogos
liderados por Muzafer Sherif levou 200 crianças de 12 anos para passar vários
dias aqui, em uma espécie de acampamento de verão que os ajudaria a
aprender mais sobre relacionamentos em grupo.

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No início do experimento, os pesquisadores dividiram as crianças participantes


em dois grupos completamente aleatoriamente. Naquela época, os jovens
pertenciam à mesma categoria social, pois compartilhavam uma infinidade de
características, crenças, experiências e modos de ver a vida, mesmo que não
se conhecessem anteriormente.

De fato, nesse experimento, todas as crianças vieram de famílias da classe


média alta, todas da religião protestante e do grupo étnico branco. No entanto,
todas essas categorias sociais não lhes proporcionaram uma identidade de
grupo ou nenhuma motivação especial para interagirem entre si.

Cultura e sociedade: Mudança cultural

Cultura significa tudo que é feito, aprendido ou compartilhado por membros de


uma sociedade: valores, crenças, comportamentos, símbolos, línguas e objetos
materiais. Sociedade significa um grupo de pessoas que vivem em um território
definido e que compartilham uma cultura. Evidentemente, cultura é um
componente fundamental de toda sociedade.

A mudança cultural

A cultura influencia crenças e comportamentos. Alguém que mora no Brasil


provavelmente tem hábitos diferentes de pessoas que moram em outros países
– nos Estados Unidos, na China, na Índia ou na França. A cultura influencia
não apenas a língua, mas até a linguagem corporal das pessoas, a forma como
se cumprimentam e os valores considerados importantes.

A teoria funcionalista ensina que a cultura contribui para uma ordem social
contínua, pois transmite a forma como as pessoas devem se comportar em
determinadas situações. A cultura também permite com que as pessoas se
beneficiem dos sucessos realizados por gerações passadas.

A relação que se dá entre Cultura e sociedade

É de interdependência. A Cultura é inerente (está ligada) ao ser humano e é


usada como um instrumento de identificação social. Em resumo, a Cultura

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representa um conjunto de símbolos, hábitos e costumes pertencentes a um


determinado grupo social.

Nesta direção, a Sociologia é ciência responsável por estudar as relações


existentes entre os seres humanos (onde encontramos os laços culturais).
Nesta lógica, a Cultura está inserida no campo da Sociologia.

A mudança social

Quando uma mudança social acontece são alterados símbolos culturais,


padrões de comportamento, organizações sociais e até mesmo os sistemas de
valores que regulam as relações entre os indivíduos. Contudo, nem sempre a
mudança é positiva ou é motivada por elementos que possibilitem a criação de
um cenário melhor que o existente anteriormente.

Aspectos gerais sobre a mudança social

A mudança social é um fenômeno que mobiliza o desenvolvimento das


sociedades. Desse modo, os impactos que ela apresenta são duradouros,
podendo ser vivenciados pelas gerações que sucedem aquela na qual a
mudança ocorreu. Inclusive, conforme a dinâmica e velocidade com que a
mudança acontece é possível que seus resultados sejam percebidos apenas
no futuro.

Fatores que possibilitam que a mudança social

Eis alguns factores: desenvolvimento de tecnologias, as guerras, as


revoluções, o crescimento populacional e os desastres naturais. Observe que,
de acordo com o motivador da mudança, ela poderá ser drástica ou se
desenvolver no decorrer de um longo processo.

Além disso, outro elemento que influência na velocidade da mudança social é o


contexto onde ela ocorre. De acordo com os sociólogos, nos ambientes
urbanos o ritmo é mais acelerado que nos contextos rurais. Contudo, em todos
os casos, a mudança atinge uma coletividade de indivíduos.

Atualmente, os movimentos sociais são os principais atores das quebras de


paradigmas sociais. Um exemplo disso é o feminismo, que ao longo da história

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encabeçou lutas importantes para garantia do direito ao voto, acesso ao


mercado de trabalho, direitos reprodutivos e outras conquistas.

Estrutura e organização social: Noções de cultura e organização social.

Organização Social é um conceito da Sociologia que trata da forma como uma


sociedade estruturada é organizada e o papel que cada um recebe.

A organização da sociedade é influenciada pelos comportamentos e pelo


relacionamento entre pessoas individualmente ou em grupo.

É por isso que a sociedade é organizada de acordo com as culturas, ou seja,


cada povo organiza-se de uma forma diferente.

Classificação

Conforme o campo de atuação, a estrutura social é classificada em diversas


esferas institucionais, a saber:

*Estrutura Familiar;

*Estrutura Política;

*Estrutura Econômica;

*Estrutura Cultural;

*Estrutura Religiosa;

*Estrutura Educacional;

*Estrutura Militar.

Classificação da multidão Como qualquer outro fenômeno social, a multidão


pode ser classificada por vários motivos. Se tomarmos tal característica como
controlabilidade como base para a classificação, podemos distinguir os
seguintes tipos de multidões. Multidão espontânea. É formado e manifestado
sem nenhum princípio organizador por parte de um indivíduo em particular.
Multidão impulsionada. Ele é formado e manifestado sob a influência, influência

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desde o início ou posteriormente de um indivíduo específico que é seu líder


nessa multidão. Multidão organizada.

Essa variedade é introduzida por G. Lebon, considerando como multidão tanto


uma coleção de indivíduos que embarcaram no caminho da organização,
quanto uma multidão organizada. Pode-se dizer que ele às vezes não faz
diferença entre uma multidão organizada e uma desorganizada. Embora seja
difícil concordar com esta abordagem. Se alguma comunidade de pessoas é
organizada, portanto, ela tem estruturas de controle e subordinação. Isso não é
mais uma multidão, mas uma formação. Mesmo um esquadrão de soldados,
enquanto houver um comandante, não é mais uma multidão. Se tomarmos a
natureza do comportamento das pessoas como base para classificar a
multidão, podemos distinguir vários de seus tipos e subtipos. Multidão
ocasional. É formado com base na curiosidade sobre um incidente inesperado
(acidente de trânsito, incêndio, briga, etc.).

Multidão convencional. É formado com base no interesse em algum


entretenimento de massa pré-anunciado, espetáculo ou outra ocasião
específica socialmente significativa. Pronto apenas temporariamente para
seguir normas de comportamento bastante difusas. Multidão expressiva.
Formado - como uma multidão convencional. Expressa conjuntamente uma
atitude geral em relação a um evento (alegria, entusiasmo, indignação,
protesto, etc.)

Multidão em êxtase. Representa uma forma extrema de multidão expressiva.


Caracteriza-se por um estado de êxtase geral baseado na infecção mútua,
crescente ritmicamente (rituais religiosos de massa, carnavais, concertos de
rock, etc.). Multidão agindo. Formado - como convencional; executa ações em
um objeto específico. A multidão atual inclui as seguintes subespécies.
Multidão agressiva. Unidos pelo ódio cego por um objeto específico (qualquer
movimento religioso ou político, estrutura). Geralmente acompanhado por
espancamentos, pogroms, incêndios criminosos, etc. Multidão de pânico.
Escapar espontaneamente de uma fonte de perigo real ou imaginária.

Multidão de base. Entra em conflito direto não ordenado pela posse de


quaisquer valores. É provocada pelas autoridades, ignorando os interesses

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vitais dos cidadãos ou invadindo-os (tomando de assalto lugares no transporte


de saída, arrebatando produtos em empresas comerciais, destruindo armazéns
de alimentos, depositando instituições financeiras (por exemplo, bancárias),
manifesta-se em pequenas quantidades em locais de grandes catástrofes com
vítimas humanas significativas, etc.).

Multidão rebelde.É formado com base na justa indignação geral com as ações
das autoridades. A introdução oportuna de um princípio organizador nele é
capaz de elevar a ação espontânea de massas a um ato consciente de luta
política. G. Lebon distingue tipos de multidões com base na homogeneidade:
heterogêneo; anônimo (rua, por exemplo); personificado (assembléia
parlamentar); uniforme: seitas; castas; Aulas.

As idéias modernas sobre a tipologia da multidão são um pouco diferentes das


visões de G. Lebon. A multidão organizada já foi discutida acima. Também é
difícil considerar como multidão uma reunião personificada de pessoas, como
uma reunião de produção, uma reunião parlamentar, um júri (G. Lebon refere
essas formações à categoria de “multidão”), que só pode potencialmente se
transformar em multidão , mas inicialmente não são. As classes também são
difíceis de atribuir à categoria de multidões - elas já foram discutidas. Ainda
assim, a principal característica formadora de sistema da multidão é sua
espontaneidade.

Propriedades psicológicas da multidão Os psicólogos sociais observam uma


série de características psicológicas da multidão. Eles são característicos de
toda a estrutura psicológica dessa formação e se manifestam em várias áreas:
cognitivo; emocional-volitivo; temperamental; moral.

Na esfera cognitiva, a multidão expressa várias estranhezas de sua psicologia.


Incapacidade de estar ciente. Características psicológicas importantes da
multidão são sua inconsciência, instintividade e impulsividade. Se até mesmo
uma pessoa é fracamente receptiva às mensagens da mente e, portanto, a
maioria das ações na vida é feita graças a impulsos emocionais, às vezes
completamente cegos, então a multidão humana vive exclusivamente pelo
sentimento, a lógica é contrária a ela. Um instinto de manada incontrolável
entra em ação, especialmente quando a situação é extrema, quando não há

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líder e ninguém está gritando ordens de restrição. O heterogêneo em cada um


dos indivíduos - uma partícula da multidão - é enterrado no homogêneo, e as
qualidades inconscientes assumem o controle. Qualidades gerais de caráter,
controladas pelo inconsciente, juntam-se em uma multidão. Um indivíduo
isolado tem a capacidade de suprimir reflexos inconscientes, enquanto uma
multidão não tem essa capacidade. Características da imaginação. A multidão
tem uma capacidade de imaginação altamente desenvolvida. A multidão é
muito receptiva às impressões. Imagens que atingem a imaginação da multidão
são sempre simples e claras. As imagens evocadas na mente da multidão por
alguém, a ideia de algum evento ou caso, em sua vivacidade, são quase iguais
às imagens reais.

Não são os fatos em si que atingem a imaginação da multidão, mas a forma


como são apresentados a ela. Outro efeito muito importante da multidão são as
alucinações coletivas. Na imaginação das pessoas reunidas em uma multidão,
os eventos são distorcidos. Características do pensamento. A multidão pensa
em imagens, e a imagem evocada em sua imaginação, por sua vez, evoca
outras que não têm conexão lógica com a primeira. A multidão não separa o
subjetivo do objetivo. Ela considera imagens reais que são evocadas em sua
mente e muitas vezes têm apenas uma conexão muito distante com o fato que
ela observa.

A multidão, capaz de pensar apenas em imagens, é receptiva apenas a


imagens. A multidão não raciocina nem pensa. Aceita ou rejeita ideias inteiras.
Ela não tolera quaisquer disputas ou contradições. O raciocínio da multidão é
baseado em associações, mas elas estão conectadas umas com as outras
apenas por aparente analogia e consistência. A multidão é capaz de perceber
apenas aquelas ideias que são simplificadas ao limite. Os julgamentos da
multidão são sempre impostos a ela e nunca o resultado de uma discussão
exaustiva.

A multidão nunca busca a verdade. Ela se afasta do óbvio, do qual não


gosta, e prefere cultuar ilusões e ilusões, desde que elas a seduzam. Para uma
multidão incapaz de reflexão ou raciocínio, não há nada de improvável, mas o
improvável é o que mais impressiona. Não há premeditação na multidão. Ela

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pode experimentar consistentemente e passar por toda a gama de sentimentos


conflitantes, mas sempre estará sob a influência das excitações do momento. A
associação de idéias heterogêneas que têm apenas uma relação aparente
entre si e a generalização imediata de casos particulares - esses são os traços
característicos do raciocínio da multidão. A multidão está constantemente sob a
influência de ilusões.

Algumas características importantes do pensamento coletivo devem ser


enfatizadas. Categórico. Não tendo dúvidas sobre o que é verdade e o que é
erro, a multidão expressa a mesma autoridade em seus julgamentos que a
intolerância. Conservadorismo. Sendo fundamentalmente extremamente
conservadora, a multidão tem uma profunda aversão a toda inovação e uma
reverência ilimitada pela tradição.

Sugestionabilidade. Freud apresentou uma ideia muito produtiva para


descrever o fenômeno da multidão. Ele via a multidão como uma massa
humana sob hipnose. A coisa mais perigosa e mais essencial na psicologia das
multidões é sua suscetibilidade à sugestão. Qualquer opinião, ideia ou crença
inspirada pela multidão, ela aceita ou rejeita inteiramente e se refere a elas
como verdades absolutas ou como erros absolutos. Em todos os casos, a fonte
de sugestão na multidão é uma ilusão nascida em um indivíduo devido a
memórias mais ou menos vagas. A representação evocada torna-se o núcleo
para uma maior cristalização que preenche toda a área da mente e paralisa
todas as habilidades críticas.

É muito fácil inspirar a multidão, por exemplo, com um sentimento de adoração,


forçando-a a encontrar a felicidade no fanatismo, na submissão e na prontidão
para se sacrificar pelo seu ídolo. Por mais neutra que seja a multidão, ela ainda
está em estado de atenção expectante, o que facilita qualquer sugestão. O
nascimento de lendas que se espalham facilmente na multidão se deve à sua
credulidade. A mesma direção dos sentimentos é determinada pela sugestão.
Como acontece com todos os seres sob a influência da sugestão, a ideia que
tomou posse da mente procura se expressar em ação. Impossível para a
multidão não existe. Infecciosidade.

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A infecção psicológica contribui para a formação de propriedades especiais na


multidão e determina sua direção. O homem tende a imitar. Opiniões e crenças
são espalhadas para a multidão por infecção. Por esfera emocional-volitiva da
multidão também caracterizada por inúmeras características psicológicas.
Emotividade. Na multidão há um fenômeno sócio-psicológico como
ressonância emocional.

As pessoas envolvidas na curtose não são apenas vizinhas umas das outras.
Infectar outros e ser infectado por eles. O termo “ressonância” é aplicado a tal
fenômeno porque os participantes da multidão, ao trocar cargas emocionais,
gradualmente inflamam o humor geral a tal ponto que ocorre uma explosão
emocional, que dificilmente é controlada pela consciência. O início de uma
explosão emocional é facilitado por certas condições psicológicas para o
comportamento de uma pessoa em uma multidão. Alta sensualidade. Os
sentimentos e as ideias dos indivíduos que formam um todo chamado multidão
tomam uma e mesma direção. Nasce uma alma coletiva, que, no entanto, é
temporária.

A multidão conhece apenas sentimentos simples e extremos. Os vários


impulsos aos quais a multidão obedece podem, dependendo das
circunstâncias (a saber, a natureza das excitações), ser generosos ou maus,
heróicos ou covardes, mas são sempre tão fortes que nenhum interesse
próprio, mesmo um senso de si mesmo -preservação, é capaz de suprimi-los.
Na multidão, o exagero dos sentimentos deve-se ao fato de que esse próprio
sentimento, espalhando-se muito rapidamente por sugestão e infecção,
provoca a aprovação universal, o que contribui de forma significativa para o
aumento de sua força.

A força dos sentimentos da multidão aumenta ainda mais devido à falta de


responsabilidade. A confiança na impunidade (tanto mais poderosa quanto
maior a multidão) e a consciência do poder significativo (embora temporário)
permitem que multidões de pessoas expressem tais sentimentos e realizem
tais ações que são simplesmente impensáveis e impossíveis para um
indivíduo. Quaisquer que sejam os sentimentos da multidão, bons ou ruins, sua
característica é a unilateralidade. A unilateralidade e o exagero dos

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sentimentos da multidão levam ao fato de que ela não conhece dúvidas nem
hesitações. Em sua eterna luta contra a razão, o sentimento nunca foi
derrotado.

Extremismo. As forças da multidão visam apenas a destruição. Os instintos de


ferocidade destrutiva estão adormecidos nas profundezas da alma de quase
qualquer indivíduo. Sucumbir a esses instintos é perigoso para um indivíduo
isolado, mas estando em uma multidão irresponsável, onde é garantida a
impunidade, ele pode seguir livremente os ditames de seus instintos. Em uma
multidão, a menor briga ou calúnia por parte de qualquer orador imediatamente
causa gritos furiosos e maldições violentas. O estado normal de uma multidão
que tropeça em um obstáculo é a raiva. Uma multidão nunca valoriza sua vida
durante um motim.

A peculiaridade da multidão está também nas especificidades dos fenômenos


sociopsicológicos que determinam a uniformidade do comportamento de seus
participantes. O fato é que a multidão é criada principalmente a partir da
oposição de uma dada comunidade a um objeto de descontentamento. O que
muitas vezes faz de uma multidão uma comunidade é precisamente o que está
"contra ela". Certamente não é um ódio cego por qualquer coisa com a qual as
pessoas não se identificam. No entanto, em uma multidão, a oposição entre
“nós” e “eles” atinge um valor socialmente significativo, muitas vezes muito
perigoso.

A multidão não tem uma atitude crítica em relação a si mesma e há


"narcisismo" - "nós" somos impecáveis, "eles" são os culpados de tudo. "Eles"
lançaram a imagem do inimigo. A multidão considera apenas a força, e a
bondade não a toca muito; para a multidão, a bondade é uma das formas de
fraqueza. Motivação. O interesse próprio raramente é um poderoso motor em
uma multidão, enquanto em um indivíduo vem em primeiro lugar. Embora todos
os desejos da multidão sejam muito apaixonados, eles ainda não duram muito,
e a multidão é tão pouco capaz de mostrar uma vontade persistente quanto
prudência. Irresponsabilidade.

Muitas vezes dá origem à incrível crueldade da multidão agressiva, incitada por


demagogos e provocadores. A irresponsabilidade permite que a multidão

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pisoteie os fracos e se curve diante dos fortes. Na esfera temperamental, as


características psicológicas da multidão se manifestam na atividade física e na
difusão. Atividade física.

O desejo de transformar imediatamente ideias inspiradas em ação é uma


característica da multidão. Difusão. Os estímulos que atuam sobre a multidão
que os obedece são muito diversos - isso explica sua extrema variabilidade.
Acima das crenças bem estabelecidas da multidão está uma camada
superficial de opiniões, ideias e pensamentos, constantemente surgindo e
desaparecendo. A opinião da multidão é inconstante. A ausência de objetivos
claros, a ausência ou a difusão da estrutura dão origem à propriedade mais
importante da multidão - sua fácil conversibilidade de uma espécie (ou
subespécie) para outra. Tais transformações muitas vezes ocorrem
espontaneamente. O conhecimento de seus padrões e mecanismos típicos
torna possível manipular deliberadamente o comportamento da multidão para
fins aventureiros ou para impedir deliberadamente suas ações especialmente
perigosas.

No esfera moral as características psicológicas da multidão são mais


frequentemente encontradas na moralidade e na religiosidade.

Moralidade. A multidão pode às vezes demonstrar uma moralidade muito alta,


manifestações muito elevadas: abnegação, devoção, abnegação, auto-
sacrifício, senso de justiça, etc. Religiosidade. Todas as convicções da
multidão têm as características da obediência cega, da intolerância feroz, da
necessidade da propaganda mais violenta, que é inerente ao sentimento
religioso.

A multidão precisa da religião, pois todas as crenças são assimiladas por ela
apenas se forem revestidas de uma casca religiosa que não permite
contestação. As crenças da multidão sempre assumem uma forma religiosa. 4
características psicológicas de um indivíduo em uma multidão Em uma
multidão, um indivíduo adquire uma série de características psicológicas
específicas que podem ser completamente atípicas dele se estiver em um
estado isolado.

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Essas características têm a influência mais direta em seu comportamento na


multidão. Uma pessoa em uma multidão é caracterizada pelas seguintes
características.

Anonimato. Uma característica importante da autopercepção de um indivíduo


em uma multidão é o sentimento do próprio anonimato. Perdido na "massa sem
rosto", agindo "como todo mundo", uma pessoa deixa de ser responsável por
suas próprias ações. Daí a crueldade que geralmente acompanha as ações de
uma turba agressiva. Um membro da multidão aparece nele, por assim dizer,
sem nome. Isso cria uma falsa sensação de independência dos vínculos
organizacionais pelos quais uma pessoa, onde quer que esteja, é incluída no
coletivo de trabalho, família e outras comunidades sociais. Instintividade. Na
multidão, o indivíduo se entrega a instintos aos quais nunca, estando em outras
situações, dá rédea solta.

Isso é facilitado pelo anonimato e irresponsabilidade do indivíduo na multidão.


Reduz a capacidade de processar racionalmente a informação percebida. A
capacidade de observação e crítica, que existe em indivíduos isolados,
desaparece completamente na multidão. Inconsciência. A personalidade
consciente desaparece na multidão, se dissolve. A predominância da
personalidade inconsciente, a mesma direção de sentimentos e ideias,
determinada pela sugestão, e o desejo de transformar imediatamente em ação
as ideias sugeridas são características de um indivíduo em uma multidão. O
estado de unidade (associação).

Na multidão, o indivíduo sente o poder da associação humana, que o afeta com


sua presença. O impacto dessa força se expressa tanto no apoio e
fortalecimento, quanto na contenção e supressão do comportamento humano
individual. Sabe-se que as pessoas na multidão, sentindo a pressão mental dos
presentes, podem fazer (ou, ao contrário, não fazer) o que nunca fariam (ou, ao
contrário, o que certamente fariam) em outras circunstâncias .

Por exemplo, uma pessoa não pode, sem prejuízo de sua própria segurança,
ajudar uma vítima quando a própria multidão é hostil a essa vítima. G. Le Bon
observa o fato mais marcante observado na multidão: sejam quais forem os
indivíduos que a compõem, seu modo de vida, ocupações, caráter, mente, sua

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transformação em multidão é suficiente para que eles formem uma espécie de


alma coletiva que faz com que sintam, pensem e ajam de maneira
completamente diferente do que cada um sentiu, pensou e agiu
individualmente.

Há ideias e sentimentos que surgem e se transformam em ações apenas nos


indivíduos que compõem a multidão. A multidão espiritualizada representa um
organismo temporário, mesclado de elementos heterogêneos, unidos por um
instante.

Estado de transe hipnótico. O indivíduo, depois de passar algum tempo entre


a multidão ativa, cai em um estado que se assemelha ao estado de um sujeito
hipnotizado. Ele não está mais ciente de suas ações. Nele, como em uma
pessoa hipnotizada, algumas habilidades desaparecem, enquanto outras
atingem um grau extremo de tensão.

A diferença entre público e massa

Público é aquele grupo de pessoas que se reúnem por um mesmo objetivo e


que também estão próximas fisicamente. Sua maior característica é a
capacidade de interagir entre si e com a fonte que originou a interação do
público, como os aplausos no caso de uma peça teatral. As pessoas nesse
caso estão reunidas intencionalmente, como por exemplo o público de um
show ou de uma partida de futebol.

A massa ocorre sem o estabelecimento de contato físico e as pessoas estão


impedidas de emitir qualquer tipo de crítica, sendo bem passivas com o que
lhes é imposto. Sua reunião é de modo espontâneo e a principal forma de
comunicação é a partir dos meios de comunicação em massa. Um exemplo
são as pessoas assistindo TV.

Os elementos culturais

Cultura é a língua, os símbolos, as normas, os valores, as crenças, os rituais e


os artefatos que fazem parte de toda sociedade. A língua é a forma de
comunicação que permite que, por meio de palavras, informações sejam

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transmitidas a um indivíduo ou a um grupo de pessoas. A língua é transmitida


de geração em geração. A maioria dos cientistas sociais acredita que a forma
como uma sociedade utiliza a língua revela o que seus membros consideram
importante.

A comunicação não verbal – expressões faciais e movimentos corporais –


também fazem parte da cultura.
Toda cultura é repleta de símbolos. Estes evocam, representam ou substituem
algo abstrato ou ausente, e geralmente despertam reações e emoções entre as
pessoas que os consideram significativos. Alguns objetos são símbolos
importantes. Por exemplo, uma bandeira nacional simboliza um país e possui
uma conotação patriótica. A maioria das religiões também possui símbolos.
Apesar de serem apenas objetos, os símbolos possuem grande importância
para seus seguidores. Por exemplo, queimar a bandeira de um país é
considerado um grande desrespeito, apesar de se estar queimando apenas
plástico ou tecido.   

As sociedades também possuem símbolos não verbais – gesticulações ou


movimentos feitos com as mãos, os braços ou outras partes do corpo, que
transmitem ideias e emoções. Uma certa gesticulação feita nos Estados Unidos
significa “OK”, mas no Brasil, significa algo completamente diferente, sendo
considerada obcena e ofensiva. 
As culturas também variam muito quanto às suas normas e formas de
comportamento.

Normas são princípios e preceitos: são as expectativas da sociedade – a forma


como se espera que seus membros se comportem em dadas circunstâncias.
Dependendo da cultura, as normas podem variar muito. Por exemplo, nos
Estados Unidos, é um sinal de respeito olhar nos olhos de outra pessoa
enquanto se conversa com ela. Já em muitos países asiáticos, o inverso é
verdadeiro: não olhar diretamente para uma pessoa enquanto se fala com ela é
considerado um sinal de educação e respeito.
As normas de uma sociedade mudam com o passar do tempo. No século
passado, muitas sociedades mudaram suas visões sobre diversos assuntos de

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grande importância: por exemplo, os direitos das mulheres e das minorias. Um


número maior de mulheres passou a adentrar o mercado de trabalho, o divórcio
se tornou mais aceitável socialmente e membros de minorias passaram a
sofrer menos discriminação.

Os valores de uma sociedade são os princípios ou os padrões aceitos: certo ou


errado, bom ou ruim. Dependendo da sociedade, os valores podem variar
muito. Por exemplo, no Brasil, muitas mulheres consideram que ser magra é
sinônimo de beleza: a maioria das modelos profissionais é magra. Já em Gana,
são consideras belas as mulheres robustas, não as magras.
É importante ressaltar que uma mesma cultura pode apresentar valores
conflitantes. Isto é, os membros de uma sociedade podem não agir conforme
seus próprios valores.

Por exemplo, uma sociedade como um todo pode valorizar a caridade e a


ajuda aos pobres, mas muitos de seus membros podem não estar dispostos a
compartilhar parte de sua riqueza com os menos afortunados. Os sociólogos
fazem distinção entre o que as pessoas fazem e o que elas dizem. A cultura
real constitui os valores e normas que uma sociedade segue. Já a cultura
ideal é um conjunto de comportamentos que a sociedade considera positivo,
mas que não necessariamente é seguido por seus membros.
As crenças são as opiniões adotadas com fé e convicção e que são
sustentadas pelos valores de uma sociedade.

Por exemplo, a sociedade norte-americana crê no direito da livre expressão: no


direito de uma pessoa falar o que quiser a respeito de seu país e do seu
governo sem ter medo de sofrer represálias.
Rituais ou cerimônias culturais variam de sociedade para sociedade. Os rituais
marcam as transições da vida: refletem e transmitem, de geração em geração,
as normas de uma cultura. As cerimônias de formatura são um exemplo de tais
rituais.
Em algumas sociedades, comemoram-se os períodos de transição da vida. Por
exemplo, em algumas sociedades, comemora-se o primeiro ciclo menstrual da
mulher.

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Em muitas culturas, os homens têm suas próprias cerimônias de iniciação.


Uma das mais famosas é a circuncisão. Nos Estados Unidos, por exemplo, a
maioria dos bebês de sexo masculino é circuncidada poucos dias após o
nascimento. Se o menino é judeu, é realizada, no oitavo dia de seu
nascimento, uma cerimônia religiosa em que ele é circuncidado. Entre
os Masai, uma tribo da África Oriental, a circuncisão serve como teste de
bravura.

Os artefatos – objetos manufaturados –constituem outro importante elemento


da cultura. Em sociedades mais simples, os artefatos são as ferramentas
utilizadas para o trabalho, as cabanas construídas para habitação e as
vestimentas típicas de seus habitantes.

Natureza da cultura
Natura é a tradução para o latim da palavra grega physis, que em seu
significado original faz referência à forma inata que crescem espontaneamente
plantas e animais. A natureza corresponde, então, a uma organização
universal e necessária dos seres, regida pelas leis naturais, onde há uma
regularidade de fenômenos e fatos, constância e repetição de situações.
Se opõe ao artificial, a criação humana, ao tecnológico, pois se faz e se
desenvolve sem qualquer interferência humana. Já a palavra cultura é de
origem latina, vem do verbo colere, que significa cultivar, ocupar-se, realizar,
praticar.

A cultura corresponde a criação de ideias, símbolos e valores de um grupo de


pessoas, que define para si mesmo o que é bom ou mau, belo ou feio, justo ou
injusto, verdadeiro ou falso, etc. Não há somente uma cultura, mas várias
culturas diferentes que coexistem no mundo.
Olhar para a cultura envolve estudar os processos simbólicos do que cada
coisa significa para um certo povo e a quais sentimentos que se remetem às
coisas e situações. O ser humano é natural ou cultural? O que diferencia os
seres humanos dos animais? Por que os índios possuem diferentes hábitos
dos nossos? O que é certo e o que é errado, é igual para todos? É natural que

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algumas pessoas exerçam autoridade sobre outras? Por que os seres


humanos são diferentes entre si? A natureza é governada por leis de causa e
efeito, já a cultura é uma construção própria dos seres humanos. A principal
diferença entre os animais e os seres humanos consiste que animais são seres
naturais, os humanos são seres culturais, que possuem hábitos e desenvolvem
diferentes significados.

Aprendemos na relação com os outros o nosso modo de falar, o idioma, a


maneira como nos alimentamos, o que utilizamos como alimento, o modo como
andamos, corremos e brincamos, como nos relacionamos entre nossos
familiares, amigos e colegas, inclusive o modo como nos emocionamos ou não
com algum fato ou situação.

Todo esse complexo de significados que permeiam nossas relações sociais


são nos transmitidos pela cultura na qual estamos inseridos, e tudo o que o
homem cria é cultura, o que envolve modos de ser, agir, sentir, emocionar,
julgar e valorar. A língua que aprende, a maneira de se alimentar, o jeito de se
sentar, andar, correr, brincar, o tom da voz nas conversas, as relações
familiares, tudo, enfim, se acha codificado. Até na emoção que nos parece uma
manifestação tão espontânea, ficamos à mercê de regras que educam a nossa
expressão desde a infância.

Como um produto humano, a cultura é desenvolvida por conta de uma ou mais


necessidades, onde as pessoas criam e recriam o que querem e desejam para
suas vidas. O ser humano é criador e transformador da cultura, o mundo
cultural é um conjunto de símbolos carregados de significados de como se
portar, como agir e reagir em cada situação, como conversar com outra
pessoa, tom da voz, etc.

A cultura não é algo estático, onde as pessoas se submetem para apenas


repetir os modos de ser, somos produtos da cultura e também a produzimos. A
cultura é um processo, onde temos a possibilidade de modificar os costumes,
ações, modos de ser, agir e sentir para o que desejamos. O ser humano não
nasce com suas capacidades desenvolvidas, é por meio das relações com os

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outros que elas se desenvolvem ao longo de sua vida. Todo ser humano nasce
com a possibilidade de aprender e de ensinar, recebendo conhecimentos, mas
também produzindo, transmitindo, e modificando os saberes e a cultura.

A cultura é o que diferencia o trabalho humano daquele realizado por outros


seres vivos. Diferente dos outros animais, que vivem instintivamente, a
característica do ser humano é projetar, conceber o trabalho antes de realizá-lo
e de modificar sua concepção durante a realização.

É por meio da cultura que o homem altera a natureza e a si mesmo, por


consequência. A cultura é basicamente uma realidade instrumental criada para
satisfazer as necessidades do homem, de uma maneira que vai muito além de
uma adaptação direta ao meio ambiente. A cultura transforma indivíduos em
grupos organizados, seus modos de se organizar assumem uma forma
diferente em cada cultura.

A cultura modifica profundamente as disposições inatas do ser humano e não


gera somente benefícios, mas também impõe obrigações. Aprendemos os
valores e as regras de uma sociedade, sua tradição, seus hábitos, sua
linguagem e seus símbolos por meio da cultura. Embora a cultura tenha a sua
origem na satisfação das necessidades biológicas, ela transforma o ser
humano em algo extremamente diferente de um mero organismo animal, que
reage por impulsos natos.

É por meio da cultura que os seres humanos estabelecem novos valores e


conceitos para as coisas, desenvolve modos específicos de viver e de como se
utilizar cada objeto, cria e recria sentidos de acordo com o tempo e local.
Alguns exemplos de atividades culturais são escutar música (seja rock,
sertanejo, pagode ou pop), usar pulseira, relógio, brinco, tatuagem, piercing,
etc., ir ao shopping ou sair para festas, usar o banheiro para fazer
necessidades de urinar e evacuar, preparar macarronada ou omelete para se
alimentar, sentar na cadeira para almoçar, se divertir jogando video-game,
assistir peças teatrais, filmes, televisão, ficar triste quando seu time perde o
jogo, esperar ansiosamente o próximo capítulo da novela, acreditar em Papai

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Noel ou Duende. Somos seres naturais que nos transformamos de acordo com
a cultura e o ambiente onde vivemos. Evacuar é natural, agora como, quando e
onde evacuar é cultural. Se alimentar é uma necessidade natural, mas o que
comer, quando comer, onde comer e como preparar a comida é uma ação
cultural. Dormir é uma necessidade natural, mas onde dormir, como dormir,
com quem dormir, quanto tempo dormir, é uma prática cultural.

O ser humano destaca-se dos outros animais. Em sua existência, não se limita
a aceitar o mundo natural que o rodeia, mas o modifica, construindo a
civilização. Podemos considerar a natureza como o conjunto de todas as
coisas que existem em estado bruto, ou seja, independentemente da
interferência humana. Não foram os seres humanos que construíram as
florestas, os rios, os minerais, as estrela. Todas essas coisas já existiam antes
do nascimento do primeiro humano e poderão continuar a existir após o
desaparecimento da espécie.

O ser humano, porém, destaca-se dos demais primatas justamente pela


capacidade de modificar a natureza. Não se limita a aceitar aquilo o que é dado
quando de seu nascimento, mas age no sentido de modificar o seu entorno.
Desde cedo aprendeu a utilizar lascas de pedra e pedaços de madeira como
instrumentos, construindo lanças e outros utensílios.

Aprendeu a manipular o fogo, ocupando lugares até então inóspitos aos


primatas. Graças a sua capacidade de transmitir seus inventos e suas
modificações a seus descendentes, o homem passa a produzir cultura.
Podemos, assim, definir a cultura como o conjunto de tudo aquilo o que o
homem constrói modificando a natureza. Incluímos no conceito não apenas
objetos materiais, mas também objetos espirituais, como comportamentos,
crenças e manifestações artísticas.

Os bens culturais, diferentemente dos naturais, não existem sem a participação


humana. Ao contrário, é imprescindível que o ser humano aja para que se
produza a cultura.

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A essência da cultura

Essência da cultura de um povo


Todas as sociedades possuem uma identidade cultural, essa marca refere-se a
todos os elementos identitários de um grupo, ou seja, tudo aquilo que o
simboliza ou o caracteriza. Dificilmente, os grupos sociais possuem apenas
uma identidade cultural específica, até porque, assim como a cultura, a
identidade pode apresentar transformações, se desenvolver, tudo isso pode
depender do contexto.

Além disso, as sociedades têm encontrado cada vez mais dificuldades em


manter sua identidade cultural, por causa de um fenômeno conhecido como
globalização, que é responsável por inserir um padrão hegemônico de cultura,
especificamente a cultura norte-americana.
Embora o conceito de identidade cultural seja mais recente, a ideia, portanto,
sempre existiu. Segundo os registros históricos, desde a antiguidade as
pessoas se dividiam em grupos sociais e se organizavam para realizar tarefas
e compartilhar informações.

Foi justamente a partir da interação e compartilhamento entre os seres


humanos que surgiram um conjunto de hábitos e tradições.
A essas características, passadas de geração em geração denomina-se
cultura. A partir das vivências desenvolvidas com aqueles que partilham dos
mesmos hábitos culturais, os indivíduos vão se desenvolvendo no ambiente
social, e adquirindo o sentimento de pertencimento.

Aos poucos, esse sentimento se transforma na sua identidade, ou seja, aquilo


que é utilizado para identificar, torná-lo diferente dos demais.
Dessa forma, pode-se afirmar que existem diversas identidades culturais no
mundo, e ainda, cada agrupamento social, pode ter sua própria identidade
cultural. No Brasil, por exemplo, além da identidade brasileira, as pessoas
podem ter uma identidade nordestina, nortista, sulista.

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O que define a Identidade Cultural

O termo identidade refere-se, historicamente, a algo que é. Os estudos sobre a


Identidade Cultural parte de duas áreas das ciências humanas, a sociologia e a
antropologia. O conceito foi desenvolvido para demarcar a cultura a qual um
indivíduo pertence, ou seja, quais são suas crenças, hábitos, preferências,
tradições, entre outros.
Já no campo da filosofia, a palavra ganha mais uma definição, a identidade se
torna a essência. Dessa forma, tudo o que é considerado como “essência” ou
essencial para a cultura, é a sua identidade. Além dos aspectos que o unem
enquanto povo, tudo aquilo que é produzido por ele compõe sua identidade, ou
seja, sua produção científica, artística, cultural, gastronômica, religiosa, todos
esses elementos tendem a formar sua criação identitária.

Logo quando surgiu, durante a década de 1980, era fácil de identificar as


pessoas que faziam parte dessa comunidade por conta dos tipos de roupas
que eles utilizavam. Da mesma forma, através de artigos antigos conseguimos
identificar os povos originários do Brasil e de diversos lugares, porque eles
usavam pinturas corporais que indicavam a qual grupo pertenciam.
Identidade Cultural x Globalização. Com o passar dos anos, o mundo passou
por várias transformações que mudaram a lógica de como as coisas são
arquitetadas. Um deles foi a globalização.

Esse fenômeno que chegou ao ápice século XXI trouxe consigo outro
movimento, a hibridização da cultura. A cultura híbrida, como também é
chamada, é um processo no qual culturas diferentes influenciam e sofrem
influência de outros lugares. Isso começou quando o capitalismo
estadunidense passou a dominar as relações políticas e econômicas.

A cultura norte-americana não só invadiu os países orientais, africanos, da


América do Sul, como também foi dominante nesses lugares. Até hoje, os
hábitos culturais impostos pelos estadunidenses influenciam a cultura
tradicional de outros locais. Isso fica visível quando percebemos o quanto
temos adquirido bens materiais por influencia daquilo que vemos nos filmes,

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séries e novelas. O gosto musical também mudou, até a década de 1960, o


comum era consumir a música popular brasileira, artistas regionais, mas após
esse período, as músicas estrangeiras tem dominado essa indústria.
Esse fenômeno tem ganhado muito mais força agora com o advento da
internet, que conecta pessoas de todos os lugares.

A popularização não só dos programas norte-americanos, como de filmes


indianos, produções da Argentina, Chile, Bolívia, chegou àqueles que não
tinham acesso a essa variedade de programações. Tudo isso tem contribuído e
muito para a formação de uma nova identidade cultural, que é híbrida.

O relativismo cultural
É uma perspectiva muito cara aos estudos das culturas, em especial àqueles
realizados pela antropologia. Esse conceito reivindica o caráter singular de
cada cultura, o que as tornam inteligíveis apenas a partir de seus próprios
códigos. A adoção desse ponto de vista é fundamental para que se evite
comparações de cunho hierarquizante acerca dos costumes, práticas e crenças
de povos distintos.

Contudo, quando usado para refletir acerca de algumas práticas específicas, o


relativismo cultural pode ser permissivo com graves desrespeitos aos direitos
humanos. Neste artigo, vamos conhecer melhor a defesa realizada por esse
conceito antropológico, seu histórico e os conflitos que podem ser gerados a
partir de sua utilização de forma indiscriminada.

O que é e o que defende o relativismo cultural?

O relativismo cultural é um conceito e perspectiva antropológica que se opõe à


categorização de culturas como “superior” ou “inferior”. Nesse sentido, ele
define que cada grupo social possui uma cultura específica que só pode ser
analisada a partir de seus próprios códigos. Sendo assim, quando se propõe a
conhecer uma comunidade que apresenta valores completamente diferentes
dos que pratica ou adota como certo e errado, o pesquisador não deve

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apresentar juízos de valor sobre essas práticas. Nesse processo, é necessário


que o antropólogo abandone seus próprios códigos culturais e se proponha a
compreender os hábitos daquela comunidade a partir dos valores que ela
possui.

O relativismo cultural foi uma perspectiva importante para os estudos dessa


disciplina, sobretudo, por rechaçar o etnocentrismo e o positivismo. Essas
perspectivas definiam que, quanto mais distante dos padrões europeus, mais
primitiva uma cultura seria e que existiria uma progressão social a ser cumprida
por essas comunidades. Nesse sentido, a perspectiva apresentada pela ideia
de relativismo cultural apresenta uma importante contribuição para os estudos
da antropologia realizados no final do século XIX.

A perspectiva expressa na ideia de relativismo cultural tem como origem o


pensamento do antropólogo Franz Boas. Ele foi um dos primeiros intelectuais a
tecer críticas contra a organização hierarquizada das culturas que era
apresentada pela antropologia. Além disso, ele também combatia estruturas de
opressões contra grupos específicos, como o nazismo. Desse modo, a
literatura da área defende que o conceito de relativismo cultural surge como
uma espécie de síntese das ideias que ele defendia. Contudo, esse termo
nunca foi utilizado por Boas.

Cultura na Sociologia

A cultura na sociologia representa o conjunto de saberes e tradições de um


povo. Estes são produzidos pela interação social entre os indivíduos de uma
comunidade ou sociedade. A partir das necessidades humanas vão sendo
moldados e criados padrões e comportamentos que geram uma determinada
estrutura e organização social.

Vale lembrar que nenhuma cultura deve ser considerada superior à outra. O
que existe são diferenças culturais entre os diversos grupos. Ao fazer juízo de
valor sobre algum aspecto externo à sua cultura, podemos estar sendo
etnocêntricos. O etnocentrismo ocorre quando consideramos nossos hábitos ou

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condutas superiores aos de outrem e isso pode gerar preconceitos não


fundamentados.

O que é Interação Social?

Relativismo Cultural

7 Tipos de Cultura

1. Cultura de Massa

A cultura de massa é o conjunto de ideias e de valores que se desenvolve


tendo como ponto de partida a mesma mídia, notícia, música ou arte. Ela é
transmitida sem considerar as especificidades locais ou regionais.

A cultura de massa é usada para promover o consumismo entre os indivíduos,


sendo um comportamento típico do capitalismo, que foi expandido de maneira
drástica a partir dos séculos XIX e XX.

2. Cultura Erudita

Diferente da cultura de massa, a cultura erudita é resultado do conhecimento


adquirido por meio da pesquisa e do estudo nos mais diferentes campos.

Não é ofertado massivamente, está disponível a poucos e representa uma


forma de diferenciação social permitida pelo acesso ao conhecimento. Como
exemplos, temos: exposições artísticas, apresentações teatrais e concertos.

3. Cultura Popular

A cultura popular está intimamente relacionada com as tradições e os saberes,


os quais são determinados pelo povo, por exemplo: as festas, o folclore, o
artesanato, as músicas e a dança. Em oposição à cultura erudita, ela ocorre de
forma espontânea e orgânica. Portanto, não está associada aos equipamentos
culturais, como os museus, cinemas, bibliotecas, etc.

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4. Cultura Material

A cultura material representa o conjunto de patrimônio cultural e histórico


formado por elementos concretos que ao longo de tempo foram construídos
pelo ser- humano, como exemplos de cultura material temos os elementos
arquitetônicos (igrejas, museus, bibliotecas) e os objetos de uso pessoal e
coletivo (obras de arte, utensílios, vestimenta).

5. Cultura Imaterial

Diferente da cultura material, a cultura imaterial é formada pelos elementos


intangíveis. Ela representa o conjunto de saberes, tradições, técnicas, hábitos,
comportamentos, costumes e modos de fazer de um determinado grupo.

6. Cultura Organizacional

A cultura organizacional, também chamada de "cultura corporativa", reúne um


conjunto de elementos associados aos valores, missões e comportamentos de
determinada organização.

Dentro do contexto da globalização e dos estudos mercadológicos, esse tipo de


cultura foi criando padrões de funcionamento e operações, por exemplo, dentro
de uma empresa.

7. Cultura Corporal

A cultura corporal analisa o comportamento dos seres humanos em seus mais


diferentes grupos. Ela reúne as práticas relacionadas ao movimento, como
danças, jogos, atividades, comportamento sexual e festividades.

Aculturação

A aculturação se dá através do contato e interação de duas ou mais culturas,


de forma impositiva ou natural, dando origem a uma nova cultura.

É possível afirmar que a aculturação seria uma forma de transformação cultural


promovida por fatores externos (contato entre padrões culturais diversos) –
oposta daquele processo permanente que ocorre no interior da própria cultura,
isto é, dentro da própria sociedade ao longo da história. É importante que se

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diga que os valores e os costumes de um determinado povo podem se


transformar segundo uma “dinâmica do próprio sistema cultural” ,embora de
uma forma mais lenta e gradual.

O processo de aculturação pode ocorrer de forma menos branda, e de maneira


mais impositiva, mais rápida, quando comparada ao outro processo
mencionado, embora isso não caracterize uma regra.

Numa relação de poder entre grupos (entre dominadores e dominados), como


se viu nas formas de colonização das Américas portuguesa e espanhola, a
aculturação pode ocasionar alguns traumas quando assume um caráter
violento, principalmente quando o grupo dominado tem sua cultura vilipendiada
pelo grupo dominador.

Para ilustrar isso, basta pensar na forma como os europeus lidavam com índios
e negros, bem como na maneira com que tentaram incutir nestes alguns
costumes e valores, como o catolicismo enquanto religião.

Por outro lado, o processo de aculturação não tem apenas esse aspecto
negativo ou radical, mas pode ocorrer de outra forma, o que significa a
existência de uma assimilação de aspectos culturais entre os povos não de
forma impositiva, mas sim natural.

Mesmo porque, como aponta Roque Laraia (2008), não existe um sistema
cultural que seja afetado apenas pelo que aqui se convencionou chamar de
mudanças internas à cultura, principalmente ao se considerar a remota
possibilidade do isolamento total de uma sociedade.

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Conclusão

Após uma investigação minuciosa de todos os assuntos inerentes levantados


nesse trabalho de investigação voltado na segurança de uma visão sociologica,
o grupo considera-se felizardo, por ter feito este magnífico projecto, pelo que se
espera de facto uma melhoria atitudinal por parte dos nossos semelhantes,
então vêmo-nos agradecidos pela docente ter deixado um trabalho para as
pausas pedagogicas gerais.

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-Referência bibliografica
Por Bruno Carrasco. Referências: SANTOS, José Luiz. O que é Cultura?
Editora Brasiliense: São Paulo, 2006. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um
Conceito Antropológico. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 1988. Filosofando:
Introdução à Filosofia. Aranha, Martins. São Paulo: Moderna, 2009. Convite à
Filosofia. Marilena Chaui. Ed. Ática: São Paulo, 2000
Fonte:
Https://www.ex-isto.com/2019/08/ser-humano-natural-cultural.html?M=1
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Veja mais sobre "Do que se trata a aculturação?" em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/do-que-se-trata-aculturacao.htm

BETIOLI, Antonio Bento. Introdução ao Direito. São Paulo: Saraiva, 2011,


lições I e II.

REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, cap. III a V.

Instituto Politécnico do Soyo (Zaire), cadeira: Sociologia Pá gina 55

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