1 Planejamento da docência
2 Planejamento pedagógico
4 Estratégias de Ensino
4.1 Estratégias de contato com a obra
4.1.1 Aprendizagem por obras
4.1.2 Aprendizagem por projeto
4.1.3 Simulação
4.1.4 Imersão e Visita técnica
4.1.5 Análise de erro deliberado
4.1.6 Tecnografia ou Análise da atividade
4.1.7 Perícia
4.1.8 Estudo de caso
4.1.9 Resolução de problemas
4.1.10 Experimento e experiência
4.1.11 Experimento de Laboratório
4.2 Estratégias para sala de aula
4.3 A sala de aula invertida
Considerações finais
Referências
Ficha Técnica
Introdução
Neste livro, vamos discutir aspectos do planejamento e da ação docente na educação profissional.
Compartilharemos algumas estratégias para a estruturação da disciplina e das aulas.
Vamos discutir o saber fazer em Didática Profissional apresentando várias estratégias de ensino, que poderão ser
escolhidas pelo docente de acordo com os objetivos de aprendizagem.
Trataremos ainda, do Plano de Aula e Plano de Ensino, que organizam nossa atividade no magistério da educação
profissional.
Disciplina e unidade curricular serão consideradas sinônimos, sendo usadas alternativamente ao longo de nosso
texto.
Planejar é parte da história da humanidade. Para Vasconcellos (1995), planejar significa "antecipar mentalmente
uma ação e agir de acordo com o previsto; é buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: o real a ser
comandado pelo ideal". O autor diz que, para que a escola cumpra o seu papel social de humanização e
emancipação, o professor deve repensar sua prática e ressignificá-la. Para isso, o planejamento é o caminho mais
adequado.
O planejamento consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definições de
necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem
empregados, tempo de execução e formas de avaliação. O processo e o exercício de planejar referem-se a uma
antecipação da prática, de modo a prever e programar as ações e os resultados desejados, constituindo-se
numa atividade necessária à tomada de decisões.(...) Sem planejamento, a gestão corre ao sabor das
circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados.
A obra Aprender e Ensinar (João Batista Oliveira e Clifton Chadwick) ajuda a organização do ensino, com a maioria
de seus desafios. É dedicada ao ensino fundamental e médio propedêuticos, mas as estratégias e reflexões podem
ser utilizadas no ensino técnico, especialmente nos cursos técnicos integrados ao ensino médio. Especialmente
recomendado para aqueles docentes em início de carreira sem muita experiência em planejamento ou que desejam
aprimorar sua prática docente com estratégias e exemplos de experientes mestres.
2 Planejamento pedagógico
O planejamento da atividade docente deve ser construído pelo professor, tendo por base projetos pedagógicos
elaborados coletivamente em sua instituição de ensino. Basicamente, dois projetos devem ser considerados:
o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) que envolve o planejamento das ofertas de curso e o Projeto
Pedagógico Institucional (PPI);
o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) específico de cada curso, no qual organiza os saberes e dá forma ao
curso, define o perfil do egresso e evidencia as concepções e fins da educação profissional inerente à área em
questão. O PPC descreve todos os componentes curriculares do curso (disciplinas ou unidades curriculares,
estágios, atividades complementares etc.)
Agora, é momento de saber porque o docente deve conhecer o PPC antes de construir seu plano de ensino e plano
de aula.
ter correlação com o Plano de Desenvolvimento Institucional da escola, para garantir consonância com a
missão, visão e objetivos da instituição;
ter estreita relação com o Projeto Pedagógico de Curso, para garantir a coerência na construção do Perfil
Profissional de Conclusão;
ter como base os saberes do trabalho, especialmente aqueles para o qual o curso está formando, adequando-
se às necessidades e possibilidades dos estudantes;
ser flexível e aberto para permitir a participação de todos os interessados e possibilitar ajustes sempre que
necessário;
usar as mais diferentes estratégias de ensino e de avaliação de acordo com as competências a serem
trabalhadas;
ser exequível, ou seja, executável em um determinado tempo ou duração, de forma adequada ao perfil da
turma.
3.1.1 Exemplos de plano de ensino
Não existe um modelo rígido a ser seguido para a elaboração do plano de ensino. Além dos aspectos discutidos na
página anterior, é importante incluir informações tais como: a ementa e a carga-horária (expressas no projeto
pedagógico do curso), os conteúdos especificados, os objetivos de aprendizagem, as competências a serem
desenvolvidas em longo prazo, a metodologia e as estratégias de ensino que serão adotadas, os recurso
didáticos, as formas, instrumentos e critérios de avaliação, a bibliografia básica e complementar, as formas de
recuperação e referências de leitura.
Toda instituição de Educação Profissional tem um padrão de plano de ensino a ser seguido por seu corpo docente.
Em geral, sua estrutura tem três partes:
Parte I:
Identificação: Instituição, Curso, disciplina (ou unidade curricular), carga horária, período de oferta da
disciplina, professor. A maioria destes dados consta do PPC.
Competências: lista de competências a serem desenvolvidas ao longo do semestre, em alguns casos, quando
o curso define objetivos, serão listados aqui os objetivos de aprendizagem para o semestre. É comum haver
descrição de competências gerais, associadas ao PPC e competências específicas associadas à disciplina. As
competências específicas guardam correlação direta com as competências gerais que compõem o perfil
profissional de conclusão do curso.
Ementa: lista de saberes e fazeres a serem desenvolvidos ao longo do semestre. Esta lista é parte do PPC do
curso. É importante destacar que competências referem-se às capacidades do educando a serem
desenvolvidas ao longo do curso, enquanto que saberes e fazeres, tratam do conjunto sistematizado pelo
docente a compor a construção das competências individuais de cada estudante.
Parte II:
Cronograma de Atividades: uma tabela onde constam descritos para cada dia a aula, as atividades que serão
desenvolvidas, destacando o local de cada uma (sala de aula, laboratório ou outros espaços). Incluir também a
data e o formato de cada avaliação;
Metodologia e Estratégias: listar as formas de implementar as atividades em sala de aula, incluindo as
estratégias de abordagem a serem empregadas ao longo da disciplina. É importante que as estratégias estejam
sintonizadas às competências a serem desenvolvidos, quanto maior a diversidade de estratégias, mais
motivadora é a disciplina;
Parte III:
Avaliação: indicar como será a avaliação da aprendizagem, instrumentos e formas de aplicação, como será
composta a nota final, no cronograma deve constar a data de cada avaliação formal. É sempre importante
reservar um tempo para a revisão da avaliação, onde o professor deve comentar aspectos relevantes de suas
correções: maiores acertos e erros mais comuns. A avaliação é também um indicador da necessidade de
revisão das estratégias, profundidade de abordagem, critérios de avaliação etc.;
Recuperação: Conforme a LDB, todo aluno tem direito a estudos de recuperação, portanto, atividades
específicas de recuperação deverão compor o plano de ensino de cada disciplina. É necessário propor
atividades de recuperação para saberes e fazeres, garantindo a relevância dos diversos saberes na educação
profissional.;
Referências: deverão ser indicadas as referências utilizadas para elaboração da disciplina, bem como,
indicação de material didático a ser usado pelos alunos, quando for o caso.
Exemplos:
Plano de ensino em Eletricidade:
Lembrando...
As competências, às vezes referidas como objetivos de aprendizagem, precisam traduzir as intenções educativas,
indicar o que se espera alcançar como consequência do processo educativo e ser elaboradas tendo em vista o perfil
do egresso estabelecido no PPC. Na educação profissional devem sempre estar associadas a atividades
identificáveis no mundo do trabalho.
3.2 Plano de aula
O Plano de Aula é o instrumento que descreve o desenvolvimento de uma aula ou de um dia de atividade letiva.
Todo docente iniciante precisa organizar cada aula que ministrará, como sendo um desdobramento do Plano de
Ensino. No plano de ensino estão descritas resumidamente as atividades de cada dia de aula. O plano de aula vai
detalhar toda a atividade. À medida que ficamos mais experientes na disciplina, o plano de aula torna-se mais
resumido, mantendo a lógica de desenvolvimento da disciplina. É comum que as anotações no diário de classe ou
instrumento semelhante, sejam o registro do que ocorreu no desenvolvimento da aula, como forma de garantir
continuidade nas atividades educativas de uma turma, especialmente quando o professor leciona várias disciplinas
ou para várias turmas. Quando o professor inicia as atividades de uma turma em descontinuidade, os alunos
percebem e se frustram, uma vez que o professor não guarda compromisso educativo com aquela turma, ou seja,
fere o contrato didático.
O plano de aulas e o registro do que ocorreu em cada aula é fundamental para o professor cumprir sua parte
do contrato didático.
O planejamento de cada aula deve considerar:
No processo de construção de saberes, o professor deve abusar de exemplos, demonstrações, associações entre
eventos ou simulações. É importante descrever no plano de aula todo o material que deve ser utilizado. Assim, o
aluno sempre terá possibilidades diversificadas de instrumentos para construção de suas competências.
Todo plano de aula deve ser compartilhado entre docentes de uma mesma turma, para que as atividades educativas
se sintonizem, se somem, em direção à construção do perfil profissional do egresso. Nada mais desanimador que
um docente repetir conteúdos de outra disciplina paralela, criticá-la, desqualificar outros saberes, contradizer
saberes em desenvolvimento em outra disciplina. Todos os docentes de uma mesma turma devem conversar,
mesmo que informalmente sobre o que cada um trata em suas aulas, para que os alunos percebam que todos os
docentes estão empenhados em trabalhar seus saberes em direção à construção de competências profissionais da
mesma formação.
Vale destacar que um plano, seja de ensino ou de aula, não é uma camisa de força, é apenas uma orientação de
atividades. É importante que o professor exercite sua sensibilidade para com a turma, adaptando saberes,
condições e instrumentos de acordo com o desenvolvimento dos alunos. O mais importante é que aconteça a
aprendizagem, mesmo que o professor lance mão de diferentes formas de ensino. Não adianta o professos querer
esgotar seu plano de aula ou de cursos se os alunos não acompanham. É muito melhor que se perca conteúdos do
que se perca aprendizagem!
A aula
A aula é mais do que seu plano, roteiro ou proposta de trabalho. É a ação concreta de todo processo de
planejamento e o que resulta desse conjunto, manifestada na interação entre professor, alunos e saberes. Ela é
dinâmica e reversível, podendo ser adequada, adaptada, retomada ou afirmada pela prática. Resulta desta relação:
Não existe um plano correto ou errado, é prerrogativa docente a elaboração de seu plano, todavia, nos concursos e
em muitas escolas, é exigido que o docente saiba elaborar um plano para sua disciplina ou componente curricular,
para tanto apresentamos o conjunto de elementos que não podem faltar em um plano.
Exemplos:
Exemplo de Plano de Aula 1
Componente Curricular é um termo mais geral, inclui as disciplinas e as demais atividades letivas constantes do
currículo do aluno, tais como: unidades curriculares, estágios, atividades extraclasse, prática esportiva em times
escolares, atividades de extensão etc. O PPC do curso indica todos os componentes curriculares a serem cumpridos
pelo aluno para ter direito à diplomação.
4 Estratégias de Ensino
Em relação aos procedimentos e estratégias para o ensino, temos uma variedade de possibilidades. Vamos
apresentar algumas delas aqui, organizando-as no que chamaremos de “macro” estratégias voltadas à Educação
Profissional (Daltro Filho; Allain, 2019), por serem amplas e abrangerem diversas possibilidades, bem como
estratégias mais usuais e pontuais, que costumam ser empregadas em contextos tanto da EP assim como na
Educação Superior em geral ou na Básica.
As estratégias podem ser combinadas, repensadas e adequadas a cada contexto de ensino. De forma geral,
algumas estratégias permitem um menor contato com a obra e contexto laboral (como a aula expositiva e outras
estratégias "para sala de aula") e outras oferecem ao aluno um maior contato com a obra e com situações do
trabalho (como a aprendizagem baseada em problema, por projeto, simulação entre outras elencadas nas páginas
seguintes).
Figura 1: A professora conduz a aula expositiva, ela até utiliza manequim humano, mas os alunos não têm a
oportunidade de manusear e observar de perto os procedimentos por ela demonstrados;
Figura 2: Um grupo de alunos trabalha em equipe na resolução de um problema colocado pela docente
(aprendizagem baseada em problema), manipulando um manequim de simulação humana e outros
equipamentos que estariam disponíveis num local de atendimento clínico de pacientes;
Figura 3: Aluna realiza procedimento de enfermagem em uma voluntária, sob supervisão docente, permitindo
que os alunos experimentem a atividade laboral em situações reais (ação que poderia ser parte de estratégia
de imersão, mediada por obra ou aprendizagem por projeto (de extensão, por exemplo).
Importante!
Cada estratégia de ensino tem suas limitações e potencialidades, as quais devem ser consideradas pelo docente no
processo de planejamento. Nas situações exemplificadas nas figuras acima, as duas últimas cenas mostram-se
mais potentes para a formação profissional. Nelas os alunos têm a oportunidade de desenvolver competências
necessárias ao profissional de enfermagem, experimentar a atividade laboral de forma situada, além de serem
protagonista do processo de aprendizagem.
Para saber mais sobre as estratégias didáticas para a Educação Profissional que são discutidas na sequência,
consulte o material (website) desenvolvido por Daltro Filho e Olivier Allain (2009).
4.1 Estratégias de contato com a obra
A Educação Profissional (EP) tem uma diferença muito significativa em relação à educação geral (propedêutica):
visa à formação para o trabalho, para o exercício de uma profissão. Essa constatação parece bem óbvia, certo?
Entretanto, é preciso apreciar bem as consequências que isso tem não só na vida do sujeito aprendiz, mas também
quais são as potencialidades dessa característica para o ensino e suas implicações didáticas.
O aluno da EP precisa colocar “olhos à obra”, além de mãos à obra, ter a possibilidade de experimentar e
pensar sobre um aspecto fundamental do trabalho: a obra.
Mike Rose (2007) explorou as relações da obra do trabalhador com a sociedade e a formação do sujeito e Barato
(2015) trouxe a discussão mais para o campo educacional. Vejamos mais de perto, a partir de exemplos.
Rose relata o caso do aluno do curso de eletricidade que fez uma instalação elétrica correta e que funciona, mas
mesmo assim pede para refazê-la, pois, segundo ele, mesmo que a fiação não apareça ao futuro morador, a
instalação está feia e essa obra não atinge o padrão estético que ele considera satisfatório. Outro caso é o do
pedreiro que leva a família para lhes mostrar a excelência de sua obra. Esses exemplos - são vários para cada
profissão - evidenciam a dimensão estética envolvida no trabalho, mais especificamente na obra, na qual
materializam-se, também, outras dimensões: ética e social (o impacto da obra na vida do outro ou do grupo),
ambiental, identitária, cultural, etc.
Tais casos mostram, sobretudo, que a própria aprendizagem “acontece por mediação da obra” (BARATO, 2015). Em
outras palavras: ao se tornar autor da obra de seu trabalho, o trabalhador ou, no caso da Educação Profissional
(EP), o aprendiz, pode aprender de forma mais significativa. Primeiro, porque a obra é o resultado do trabalho (ou
da técnica, isto é, do processo ou da intervenção do trabalhador) e, assim, pode ser elemento norteador do
planejamento e da avaliação da aprendizagem em EP. Segundo, como vimos, porque pode carregar as dimensões e
valores citados (estéticos, éticos, sociais…), as quais podem agregar mais camadas de significados à
aprendizagem.
A estudiosa Liv Mjelde (2015, p. 63-4) salienta a relação profunda entre significado e motivação, especialmente em
EP. O distanciamento da formação em relação à vida laboral tende a contribuir com a perda de significado da escola
para os alunos .
Para uma leitura mais aprofundada sobre o assunto, leia o texto Conhecimento, trabalho e obra: uma proposta
metodológica para a Educação Profissional.
4.1.1 Aprendizagem por obras
Uma das estratégias que torna mais evidente e completo o contato com a obra é denominada "aprendizagem
mediada por obra" (BARATO, 2015). Em poucas palavras, podemos definir essa estratégia como:
Realização de uma obra característica de uma atividade profissional (geralmente em espaço físico semelhante
ao encontrado no mundo trabalho) utilizando-se das ferramentas, instrumentos e procedimentos indispensáveis
à sua execução. (Daltro Filho; Allain, 2019)
Aluna do curso técnico em Vestuário do Instituto Federal Brasília (IFB), Campus Taguatinga, trabalhando na realização de uma obra. [ampliar imagem]
Fotos: Pillar Pedreira, 2018. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado).
Exemplos são: a construção de um drone por discentes de um curso de engenharia eletrônica; a realização de um
corte de cabelo por estudantes do curso de cabeleireiro; a elaboração de um prato por parte de alunos do curso de
gastronomia ou cozinha; a criação de um aplicativo por parte de estudantes para uma Cooperativa; a confecção de
uma coleção de moda e realização de desfile aberto à comunidade; a realização de levantamento topográfico por
alunos de curso técnico de agrimensura em propriedades rurais; entre outros.
Dinâmica da Atividade
1. Inicialmente, é necessário que a obra seja definida ou sugerida pelo discente, pelo docente ou pela
comunidade externa.
2. Após a escolha da obra, é feito o planejamento de sua realização com previsão de materiais a serem
utilizados (insumos, EPIs, ferramentas e utensílios, etc.), tempo e espaço físico necessários à sua execução,
divisão de tarefas em caso de equipes, etc.
3. A obra pode ser desenvolvida de forma individual ou em equipes de trabalho. As equipes devem
preferencialmente ser organizadas visando mesclar membros com diferentes níveis de técnicas e operações.
5. Até a finalização da obra, o docente seguirá orientando os alunos ou equipes de trabalho se necessário.
Quando concluída, a obra pode ser apreciada ou avaliada pela equipe, docente, turma e inclusive membros da
comunidade escolar e da sociedade em geral. Quando houver implicação direta na comunidade, o retorno
desta é fundamental.
4.1.2 Aprendizagem por projeto
Alunos do curso técnico em Construção Civil (Fábrica Social, Brasília) em projeto de revitalização das rampas de acessibilidade no Hospital Regional de
Sobradinho.
Fotos: Dênio Simões, 2018. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado).
Outra estratégia que promove o contato direto do estudante com o fazer laboral é a aprendizagem por projeto.
Conforme material desenvolvido por Daltro Filho e Allain (2019):
"Projetos são empreendimentos com prazo determinado, objetivos delimitados e que surgem em geral a partir de
uma necessidade, oportunidade, questão, problema ou interesses capazes de gerar muita motivação e envolvimento
de aprendizes e professores (BENDER, 2014). No contexto educacional, os projetos podem ser desenvolvidos
através das atividades de ensino, pesquisa e extensão".
Dinâmica da atividade
De forma geral, projetos têm como objetivos: desenvolver soluções para problemas profissionais e sociais reais;
desenvolver materiais, produtos ou obras para fins de aprendizagem ou para uso profissional ou comunitário;
produzir intervenções em ambientes do mundo do trabalho; oferecer informações úteis, entre outros. São inúmeras
as possibilidades de projetos. A seguir estão algumas delas:
A partir dos estudos de John Dewey e William Kilpatrick, Barbosa e Moura (2013) dividem os momentos que
envolvem a realização de um projeto em 4 partes:
1. Intenção
O objetivo pode ser definido a partir de uma negociação entre discentes, levando em consideração os objetivos
educacionais da atividade, limitações temporais e materiais, etc. O projeto em desenvolvimento deve se
relacionar com situações reais referentes ao contexto profissional e sua relação com o mundo do trabalho
desde o seu objeto central. A finalidade dos projetos deve possuir utilidade (pode ser uma necessidade
identificada numa comunidade de práticas, uma demanda socialmente instituída, uma intervenção em espaços
públicos, etc.) e deve permitir aos alunos uma conexão entre os projetos propostos e o seu sentido real.
2. Planejamento
Definição de um prazo para o desenvolvimento do projeto, da quantidade de pessoas envolvidas e das etapas
necessárias à sua concretização. Levantamento dos recursos a serem utilizados e como consegui-los.
Elaboração de um cronograma para a realização das etapas e para a utilização dos recursos empregados no
projeto. Programação de responsabilidades (BENDER, 2014).
3. Execução
Realização dos procedimentos elencados no planejamento sob orientação do professor
4. Avaliação
Os resultados dos projetos podem ser socializados com a própria turma, com a comunidade escolar e se
necessário e pertinente, outros ambientes profissionais e comunitários.
4.1.3 Simulação
A simulação permite a ampliação dos modos de representação ou reflexão na ação do aprendiz (BÉGUIN, WEILL-
FASSINA, 2002). É estratégia semelhante à emulação, embora a simulação esteja relacionada à imitação do
comportamento de um sistema sem apego rigoroso à sua reprodução fiel, enquanto emulação diz respeito à
reconstrução fiel e compreensiva de um sistema.
O mais importante em uma simulação são as significações que o aprendiz elabora por meio dela. A simulação
permite contextualizar os saberes laborais, colocando-os em situações em que se vislumbra a experiência real, em
que se toma decisões, interage, sente dilemas profissionais, comunicacionais, éticos, entre outros.
Consiste na criação de ambientes seguros de apoio à prática de atividades que imitem situações
profissionais. Trata-se de uma adaptação, o que significa que em geral a situação simulada não comporta
todas as variáveis de situações reais (imprevistos, pressão externa, etc.), mas representa uma etapa
preparatória para elas. (Daltro Filho e Allain, 2019)
Utilização de simuladores (Pastré, Mayen e Vergnaud, 2006): simulador de voo, de circuito elétrico, de central
nuclear, de paisagismo, etc.
Dramatização, como situação de atendimento a um cliente ou paciente, primeiros socorros, entre outros.
Dinâmica da atividade
1. Introduzir a situação profissional a ser simulada.
A simulação traz a atividade e elementos do contexto laboral para o ambiente escolar. Portanto, é uma
estratégia de ensino complementar à imersão.
4.1.4 Imersão e Visita técnica
A estratégia de aprendizagem pela imersão ou visita técnica consiste num estudo direto do contexto natural e social
no qual o estudante está inserido, visando a uma determinada problemática de forma interdisciplinar. Cria condições
para o contato com a realidade e propicia a aquisição de conhecimentos de forma direta, por meio da experiência
vivida.
A imersão não se limita à observação do contexto laboral. Por exemplo, o estágio e a residência (realizada pelos
profissionais da área de saúde) são tipos de atividade de imersão. Seja observando ou atuando no ambiente de
trabalho visitado, essa estratégia permite ao estudante traçar paralelos entre as situações didáticas vividas na
escola e as situações laborais reais.
Dinâmica da atividade
1. Planejamento: os estudantes decidem junto com o professor o foco de estudo, os aspectos importantes a
serem observados, os instrumentos a serem usados para o registro da observação e fazem uma revisão da
literatura referente ao foco de estudo.
Esta é uma atividade divertida e um exercício útil para "inocular" os alunos contra erros e mal-entendidos comuns,
pode ser utilizada como atividade prática e de avaliação para o fechamento de um tópico de estudos.
Dinâmica da atividade
1. Cada grupo recebe uma peça/componente, uma planilha, ou desenho de um processo, que apresenta erros
deliberados (propositais) pelo professor;
2. A partir disso os alunos trabalharão por conta própria para encontrar os devidos erros. Fazendo-se os
seguintes questionamentos:
O que há de errado?
Por que está errado?
Como fazer isso direito?
3. Depois de respondidas aos questionamentos, cada par de alunos explica os erros de cada um dos exemplos
aos demais parceiros. Nesse momento, os demais pares podem identificar erros que os demais parceiros não
perceberam;
4. Como fechamento, o professor questiona pontualmente aos alunos sobre os erros que eles encontraram e
os confirma ou nega, esclarecendo os equívocos cuidadosamente.
Destaca-se que, se os alunos não conseguirem identificar erros, eles não poderão revisar o seu próprio trabalho. Ao
avaliar e refletir sobre os métodos, eles chegam a entendê-los melhor, tornando-se mais reflexivos de seu próprio
aprendizado.
4.1.6 Tecnografia ou Análise da atividade
A análise da atividade ou Tecnografia (análise da técnica) podem ser ótimas estratégias para familiarizar o aprendiz
com uma profissão e com situações características ou críticas de uma profissão, de uma técnica. A estratégia
costuma ser desenvolvida presencialmente, acompanhando a/o trabalhador/a ao longo de um período de tempo
(uma hora, um turno ou mais, dependendo da atividade desenvolvida e observada). Pode também ser analisados
vídeos de profissionais, como atividade não presencial. Esta estratégia é muito utilizada em Didática Profissional
para conceber situações de formação, mas cada vez mais está sendo utilizada durante a formação, como estratégia
de ensino mesmo (Tourmen apud Gruber, Allain, Wollinger, 2019).
Aula do curso técnico de Gastronomia, Instituto Federal Brasília. Foto: Pillar Pedreira. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado)
Dinâmica da atividade
1. Preparação da observação
Inicialmente docente e estudantes devem definir as situações ou técnicas a serem observadas, em
consonância com os objetivos de aprendizagem. A partir disso, deverão definir o que será analisado.
Também é importante elaborar um roteiro que pode ser construído pelo docente previamente ou em conjunto
com os estudantes, onde constarão os aspectos a serem observados.
Tanto a observação quanto a análise podem ir além do que fora previsto inicialmente. Os estudantes poderão
encontrar aspectos não previstos no roteiro de análise inicial, o que enriquecerá ainda mais a análise.
4. Socialização das análises
É importante que haja socialização em grande grupo para que sejam compartilhadas as percepções das
situações e técnicas analisados.
Trata-se de uma estratégia que permite entender e familiarizar-se melhor com a atuação profissional da área do
curso, a interdisciplinaridade, a interprofissionalidade, e que pode trazer ricas reflexões e construções nos pequenos
e grandes grupos de estudantes.
Para saber mais sobre este tema, leia o texto A análise do trabalho em didática profissional, de Pierre Pastré
(professor emérito do Conservatoire National des Arts et Métiers, Paris).
4.1.7 Perícia
A estratégia perícia (Petty, 2002) é bastante efetiva para desenvolver capacidade de descrição e análise, além de
habilidades como escrever um ensaio, um relatório de laboratório, um programa de computador, um menu, um plano
de cuidados, uma política de marketing, entre outros.
Aula do curso técnico de Gastronomia, Instituto Federal Brasília. Foto: Pillar Pedreira. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado)
Antes de iniciar a atividade, o professor deve definir qual atividade prática ou experimento será realizada e ter
clareza sobre qual competência deseja desenvolver no aprendiz a partir daquela prática. Por exemplo, no curso
Técnico em Enfermagem: a competência enfocada por ser a de “compreender e realizar a rotina de aspiração de
vias aéreas superiores”.
Dinâmica da atividade
1. Divisão da turma em grupos com papeis distintos:
- grupos que realizarão o procedimento;
- grupos que realizarão a avaliação do procedimento realizado pelos colegas.
2. Os grupos avaliadores elaborarão critérios de avaliação, de boas práticas da habilidade a ser desenvolvida.
O professor também pode fornecer exemplos de habilidades necessárias a realização do procedimento, a fim
de ajudar o grupo a definir estes critérios de boas práticas;
3. Depois da definição destes critérios de avaliação, os demais grupos realizarão o procedimento, enquanto
são observados pelo grupo de colegas que estará avaliando a realização do procedimento, com base nos
critérios de boas práticas definidos por eles;
4. Na sequência, os grupos que realizaram os procedimentos, em grande grupo, debatem as dificuldades
encontradas e êxitos. E, junto a isso, são compartilhadas as percepções dos colegas que avaliaram a atividade
prática a partir dos critérios estabelecidos, onde são indicados os pontos fortes e de melhoria para cada grupo
que realizou o procedimento;
5. Por fim, o professor faz o fechamento da perícia consolidando os pontos fortes e de melhoria, buscando
elucidar a importância de se desenvolver os procedimentos/atividades a partir do que foram prescritas,
adaptando-se a rotina a partir do contexto encontrado para melhor solução de problemas.
4.1.8 Estudo de caso
Consiste na análise minuciosa e objetiva de uma situação real que necessita ser investigada e é desafiadora para os
envolvidos.
A estratégia estudo de caso, assim como outras estratégias discutidas neste livro, pode ser utilizada de forma
articulada com outras estratégias de ensino. Por exemplo, o estudo de caso pode ser a base para um processo
de Aprendizagem por resolução de problema; ou a turma pode servir-se de uma Simulação para elaborar e testar as
hipóteses de soluções para o caso enfocado; entre outras possibilidades de articulação que poderiam ser aqui
mencionadas.
Dinâmica
1. O professor expõe o caso a ser estudado (distribui ou lê o problema aos participantes), que pode ser um
caso para cada grupo ou o mesmo caso para diversos grupos. A descrição do caso deve trazer aspectos e
categorias que compõem o todo da situação, indicar categorias mais importantes a serem analisadas;
2. O grupo analisa o caso, expondo seus pontos de vista e os aspectos sob os quais o problema pode ser
enfocado;
3. O professor retoma os pontos principais, analisando coletivamente as soluções propostas;
4. O grupo debate as soluções, discernindo as melhores conclusões.
O professor deve selecionar o material de estudo, apresentar um roteiro para o trabalho, orientar os grupos no
decorrer do trabalho, elaborar instrumento de avaliação.
Os alunos devem fazer a prescrição do caso (propor mudanças/resoluções para a situação apresentada) e a
argumentação (justificar suas proposições mediante aplicação dos elementos teóricos de que dispõe).
4.1.9 Resolução de problemas
Alunos em curso técnico em Enfermagem trabalhando na resolução de um problema, utilizando um manequim de simulação humana. Fonte: pronatec.pro.br
A Aprendizagem Baseada em Problemas (ou aprendizagem por resolução de problemas) é muito utilizada na
Educação Profissional. Constitui na mobilização de alunos envolvidos na resolução de problemas fictícios ou não de
um determinado campo profissional. “Esse método de ensino fundamenta-se no uso contextualizado de uma
situação problema para o aprendizado autodirigido” (BARBOSA e MOURA, 2013).
Os problemas a serem resolvidos são inúmeros, uma vez que refletem questões reais ou projeções. A seguir estão
algumas possibilidades:
Situações de exercício profissional. Exemplos: pane em um motor, erro em projeto de construção, inconsistência
em balanço patrimonial, etc.
Problemas de ordem social, ambiental, cultural, etc. Exemplos: resolução de conflito territorial, despoluição de
rio em virtude de crime ambiental, entre outros.
Dinâmica da Atividade
É importante que, dentro da devida delimitação, a escolha do problema a ser resolvido seja feita pelo discente. A
aprendizagem envolvida na resolução do problema exigirá motivação, interesse e disciplina por parte do aluno por
tratar-se de uma metodologia altamente centrada no mesmo. Cabe ao docente atuar como mediador das
discussões, manter equipes de alunos focadas e motivadas com as tarefas a serem realizadas e estimular a
curiosidade e o espírito investigativo na busca da solução.
A espécie humana vive também de técnica e raciocínio. É da memória que deriva aos homens a experiência;
pois as recordações repetidas da mesma coisa produzem o efeito duma única experiência, e, a experiência
quase se parece com a ciência e a técnica. Na realidade, porém, a ciência e a técnica vem aos homens por
intermédio da experiência, por que a experiência, criou a técnica e a inexperiência o acaso. (Aristóteles, 1973,
pág. 212)
Este capítulo trata a “atividade prática” de forma geral, considerando as diversas formas de atividades experimentais
nos cursos técnicos, é aplicável também às qualificações e às graduações, por outro lado, para cada formação
técnica, há peculiaridades e formas diversas de implementação de experimentos, neste trabalho, procuramos tratar
o que é mais comum e frequente nestas atividades.
O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, publicado pelo Ministério da Educação, contempla mais de 200 cursos,
classificados por eixo tecnológico, com imensa diversidade de formações e áreas de atuação. As sugestões aqui
contidas buscam atender a tal diversidade, portanto, é importante que cada professor adapte as propostas
apresentadas às suas peculiaridades e às características de cada disciplina, laboratório, equipamentos, ferramentas
ou instrumentos, procurando sempre observar os descritivos de seu curso contido no Catálogo Nacional, na
Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, nas normas das profissões regulamentadas, quando for o caso, e,
também no Projeto Pedagógico do Curso.
Atividades experimentais
Dentre as atividades experimentais nos cursos técnicos, destacamos:
Simulação de atividades gerenciais em sala de aula (análise de balanço, organização de um plano de negócios,
organizando uma folha de pagamentos etc.);
Visitas técnicas a instituições e locais que tenham relação com os temas abordados em sala de aula;
Atividade de campo, onde os alunos são levados a observar fenômenos e eventos específicos ou realizar
pequenas tarefas formativas;
Uso de simulador para o desenvolvimento de habilidades, especialmente quando os sistemas reais possam ser
de alto risco ou exigir proficiência avançada (pilotagem de aeronaves, punção venosa, produção de imagem
radiográfica, técnicas de uso de aceleradores lineares de partículas, altas tensões elétricas, elevadas
temperaturas etc.);
Microestágio, onde tarefas específicas são destacadas a serem observadas ou realizadas pelos alunos, em
períodos que vão de um dia a uma semana;
Prática clínica, especialmente para os cursos na área da Saúde, onde são realizadas experimentos em
ambiente específico como atividade letiva;
Projeto integrador – como atividade interdisciplinar, onde os alunos desenvolvem um projeto cujo tema articula
vários saberes de diferentes disciplinas. Por definição, o projeto integrador é o articulador de competências das
várias disciplinas de um mesmo período letivo;
Desenvolvimento de projeto de pesquisa, pela participação em grupo de pesquisa formal, cuja atividade
extrapola os limites do curso ou da instituição;
Projeto de extensão vinculado à atividade educativa, que inclui a intervenção na comunidade externa, a partir de
ação panejada e elaborada por alunos e professores;
Estágio Curricular Supervisionado – conforme a Lei 11.788/2008: “Estágio é ato educativo escolar
supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos”, assim deve fazer parte do projeto pedagógico, além de cumprir requisitos legais. É importante
destacar que o estágio quando obrigatório, não poderá ter sua carga horária considerada dentro do mínimo para
o curso, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais.
Aula em laboratório do curso técnico em Eletromecânica, Instituto Federal Brasília (IFB), Campus Taguatinga. Fotos: Pillar Pedreira,
2018. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado).
“As palavras movem, mas os exemplos arrastam” deve ser o mote para a motivação às aluas experimentais. Os
alunos gostam dessas atividades, aprendem muito com elas, além dos conteúdos da disciplina, aprendem e
exercitam técnicas, fundamento da educação profissional. Há um saber no fazer, todavia este saber só acontecerá
se permitirmos ao aluno participar de experimentos.
1. Planejando o Experimento
Distribua os experimentos da disciplina ao longo do cronograma de aulas para que os alunos saibam as datas e
atividades.
Programe uma sequência coerente de atividades relativas ao tempo de aula.
Aproveite uma aula expositiva anterior à de laboratório para explicar como será a atividade no laboratório,
quando for o caso.
Elabore e divulgue um pequeno roteiro para toda a atividade.
Se sua disciplina tem aulas teóricas a práticas, procure distribuir as aulas práticas ao longo de todo o período
letivo, a alternância entre laboratório e sala de aula, é um motivador da aprendizagem.
As primeiras atividades de laboratório são para o aluno se familiarizar com o ambiente, equipamentos,
instrumentos e ferramentas, proponha experimentos bem simples, apenas para familiarizar o aluno com o
ambiente e seu instrumental.
As primeiras aulas não devem prever relatório nem experimentos complexos, apenas como ambientação e
desenvoltura no uso dos equipamentos e do ambiente.
Desde a primeira entrada dos alunos no laboratório, explique a organização do ambiente, os locais de
armazenamento e estabeleça que cada aluno é responsável pelo uso e guarda dos equipamentos e
instrumentos.
O laboratório também é um ambiente de aprendizagem de comportamentos, ou atitudes. É importante insistir
que ao alunos comportem-se como profissionais diante dos experimentos, exercitando as atitudes e valores da
profissão para a qual estão se preparando.
O laboratório também deve ser um ambiente de construção de uma comunidade de práticas, pela cooperação,
colaboração e interação entre futuros profissionais.
2. Preparando o Experimento
Todo o material deve estar disponível e em condições de uso.
Cabe ao professor certificar-se dos detalhes de sua aula e acompanhar a montagem, quando for o caso.
Tenha uma lista completa dos materiais necessários ao experimento.
Certifique-se que antes dos alunos entrarem no laboratório, todo o material esteja organizado e testado.
A cada atividade peça a colaboração de alguns alunos, alternadamente, para distribuir material e ajudar na
organização, é uma forma de assumirem a coordenação do espaço de trabalho, exercitando a cooperação.
Planeje o experimento para ser completado ao longo do tempo da aula, não exagere nas atividades, a
frustração de não ter tempo para completar o experimento é muito desestimulante para o aluno.
Insista para que os alunos sigam o roteiro para a montagem do experimento, teste, leitura de variáveis etc.
Procure destacar um aluno mais experiente, quando possível, para ajudar aos demais alunos, orientando-os,
quando a tarefa exigir.
3. Orientando a atividade
Como facilitador de aprendizagem é recomendado que as equipes sejam de dois alunos (no máximo três) por
posto de trabalho no laboratório, grupos muito grandes se dispersam e muitos não participam das montagens,
medições ou atividades correlatas. Em duplas, os alunos se ajudam e melhor dividem tarefas.
É importante observar o comportamento dos alunos na atividade, para evitar que apenas um trabalhe e o outro
(ou outros) se dispersem.
Uma vez no laboratório, evite que os alunos deixem mochilas e outros materiais na bancada ou mesa de
trabalho, procure manter um ambiente organizado, esclareça as regras de uso dos equipamentos, os cuidados
com equipamentos, ferramentas, materiais de consumo etc.
O aluno deverá manter na bancada de trabalho apenas o essencial para as atividades que serão desenvolvidas
ao longo do experimento.
Para experimentos onde várias ferramentas ou instrumentos são utilizados, é importante separar um conjunto
para cada bancada, responsabilizando cada equipe pelo retorno do conjunto. É comum a tentação de levar
“souvenir” do laboratório para casa, é responsabilidade do docente o acervo do laboratório.
É natural a curiosidade em relação aos equipamentos e ferramentas desconhecidas dos alunos, torna-se
importante que o professor apresente cada ferramenta, mostrando suas características e usos, incluindo a
forma correta de segurar e utilizar cada ferramenta. Todavia, frequentemente é necessário recordar aos alunos
o uso correto de uma ferramenta ou instrumento, até que se consolide seu correto uso e os devidos cuidados.
Em geral os equipamentos utilizados nos experimentos possuem calibração e aferição própria. É importante que
estejam calibrados e aferidos para uso, até que os alunos possam fazer a calibração ou aferição. É importante
prevenir os alunos que o uso indevido pode desregular ou descalibrar equipamentos, comprometendo o
experimento.
Em muitos experimentos há risco de vida, seja por eletricidade, produtos químicos, perfurocortantes, máquinas
operatrizes etc.; é fundamental que o professor alerte os procedimentos de segurança e confira todos os
experimentos prevenindo possíveis riscos.
O uso de equipamento de proteção individual (EPI), quando aplicável, deve ser obrigatório, mesmo que seja
uma simulação, pois deve servir para criar o hábito no uso de EPI.
4. Desenvolvendo a atividade
Deixe os alunos começarem o experimento mexendo nos equipamentos, ferramentas e demais materiais, assim
adquirirão familiaridade com novas ferramentas.
Insista para que operem equipamentos e ferramentas da forma mais profissional possível. O domínio proficiente
de uma técnica, começa pelo uso apropriado de uma ferramenta!
Provoque os alunos ao longo do experimento, questionando sobre o que está acontecendo, sobre a operação
dos equipamentos e ferramentas, sobre os resultados esperados, sobre as discrepâncias com a teoria, quando
for o caso.
Certifique-se de que todas as equipes montaram o experimento, observaram sua operação, coletaram as
variáveis, conforme o caso. Àqueles que terminaram muito cedo, indique novo experimento relativo à atividade,
ou atividade mais complexa.
Acompanhe para que todas as equipes consigam finalizar o experimento minimamente, ajudando àquelas com
menor habilidade.
5. Finalizando a atividade
Ao final do experimento, exija que o material e componentes sejam guardados ou descartados
apropriadamente, ferramentas limpas e guardadas ou devolvidas, equipamentos desligados ou retornados às
configurações iniciais, mesa de trabalho limpa e cadeiras ou bancos devidamente organizados.
Exija sempre asseio e cuidado em todas as atividades práticas, contenha as brincadeiras dos alunos, habitue-os
a encarar a atividade prática com a devida seriedade, por segurança, mas especialmente para exercitar atitudes
profissionais, desde os primeiros experimentos.
A cada novo experimento, comente e corrija as atitudes pouco profissionais dos alunos, é mais eficiente elogiar
o comportamento “técnico”, é fundamental que o professor comporte-se com o máximo de comportamento
profissional, isto é, como sendo um técnico daquela atividade, para exemplo aos alunos.
Relatório de Experimento
Evite ao máximo os enfadonhos relatórios!!!
É comum que os alunos considerem as aulas de laboratório chatas ou as evitem, para não ter que fazer os
famigerados relatórios! Na vida profissional é muito raro que um técnico tenha que fazer um relatório nos moldes
que exigimos nas aulas práticas, além do mais, há modelos que as empresas desenvolvem segundo seus padrões.
Recomendamos um relatório simplificado para cada quatro experimentos em laboratório (quanto mais simplificado
melhor). Em geral o relatório deve conter:
Identificação.
Nome e objetivo do experimento.
Diagramas, esquemas, fluxograma, o que for pertinente.
Lista de materiais, incluindo materiais de consumo, componente, ferramentas, equipamentos e demais insumos.
Leitura de variáveis, tabela de resultados ou anotação do que foi realizado.
Considerações sobre o experimento, seus resultados, discrepância com resultados calculados ou esperados,
falhas, dificuldades ou desafios.
Eventualmente recomendações para superação dos desafios.
Nunca implemente um experimento que não tenha sido testado antes, a frustração da aventura pode estimular o
preconceito contra a atividade prática.
Não leve seus alunos para atividade prática sem que tenham sido orientados previamente do que vai acontecer,
a maioria dos estudantes acompanhará melhor um experimento contextualizado e previamente definido.
Estimule a troca de informações e ajuda no desenvolvimento do experimento, entre os alunos de diferentes
equipes, este é um exercício de solidariedade na construção de comunidades profissionais.
No desenvolvimento de projeto, que demorará várias semanas, faça verificações de acompanhamento
constantemente, concluir que o projeto não funciona ao final do período é muito frustrante.
Procure, sempre que possível, equilibrar o valor da atividade experimental com a atividade teórica, na avaliação
final da disciplina, buscando a mesma importância entre o fazer e o saber.
Nem sempre numa montagem os resultados esperados são obtidos: falha em componentes, falta de habilidade em
lidar com instrumentos e equipamentos, pouco tempo para montagem e testes, dentre outros problemas, são muito
comuns. Recomendamos não fundamentar a avaliação no resultado positivo do experimento. A avaliação deve ser
centrada na experiência, isto é, na capacidade que os alunos adquirem, desenvoltura no uso dos materiais e
ambiente, para implementar o experimento. Aos poucos os alunos começam a se familiarizar com o ambiente de
laboratório e centrar em resultados positivos. Por isso, recomenda-se que os primeiros experimentos sejam mais
para familiarização e aos poucos o foco seja dado ao experimento e seus resultados. Observe também que alguns
alunos já possuem experiência e sua desenvoltura no laboratório é maior, procure torná-los “mestres de ofício” dos
demais, estimulando-os a ajudarem seu colega mais que fazendo por ele o experimento.
4.2 Estratégias para sala de aula
As estratégias mencionadas até agora são as mais indicadas para a Educação Profissional, pois permitem um
contato direto com a obra, com o saber-fazer e outros aspectos próprios de cada atividade laboral. Contudo, há
outras estratégias de ensino, geralmente utilizadas na educação propedêutica, que podem ser eventualmente
utilizadas na educação profissional.
Tendo por base o texto Estratégias de Ensinagem (Anastasiou e Alves, 2003), listamos algumas destas estratégias.
Dinâmica
1. Professor contextualiza o tema de modo a mobilizar as estruturas mentais do estudante para operar com as
informações que este traz, articulando-as às que serão apresentadas;
2. Faz a apresentação dos objetivos de estudo da unidade e sua relação com a disciplina ou curso;
3. Faz a exposição que deve ser bem preparada, podendo solicitar exemplos aos estudantes – e busca o
estabelecimento de conexões entre a experiência vivencial dos participantes, o objeto estudado e o todo da
disciplina. É importante ouvir o estudante, buscando conhecer sua realidade e seus conhecimentos prévios, que
podem mediar a compreensão crítica do assunto, e problematizar essa participação;
4. O forte dessa estratégia é o diálogo, como espaço para questionamentos, críticas e solução de dúvidas: é
imprescindível que o grupo discuta e reflita sobre o que está sendo tratado, a fim de que uma síntese integradora
seja elaborada por todos.
Resolução de exercícios
Consiste no enfrentamento de uma situação nova, o que exige pensamento reflexivo, crítico e criativo a partir dos
dados expressos na descrição do problema. Exige a aplicação de princípios ou leis que podem ou não ser
expressos em fórmulas matemáticas.
Dinâmica
1. Apresentar ao estudante um determinado problema, mobilizando-o para a busca da solução.
Dinâmica
1. Preparação – papel do professor é fundamental: a) apresentar o tema ou selecioná-lo com os estudante, justificar
sua importância, desafiar os estudantes, apresentar os caminhos para realizarem as pesquisas e suas diversas
modalidades (bibliográfica, de campo ou de laboratório); b) organizar o calendário para as apresentações dos
trabalhos dos estudantes; c) orientar os estudantes na pesquisa (apontar fontes de consulta bibliográfica ou
pessoas/instituições) e na elaboração de seus registros para a apresentação ao grupo; d) organizar o espaço físico
para favorecer o diálogo entre os participantes.
2. Desenvolvimento: discussão do tema onde o secretário anota os problemas formulados bem como soluções
encontradas e as conclusões apresentadas. Cabe ao professor dirigir a sessão de crítica ao final de cada
apresentação, fazendo comentários sobre cada trabalho e sua exposição, organizando uma síntese integradora do
que foi apresentado.
3. Relatório: trabalho escrito em forma de resumo, pode ser produzido individualmente ou em grupo.
Júri simulado
Consiste na simulação de um júri, em que, a partir de um problema, são apresentados argumentos de defesa e de
acusação. Pode levar o grupo à análise e avaliação de um fato proposto com objetividade e realismo, à crítica
construtiva de uma situação e à dinamização do grupo para estudar profundamente um tema real.
Dinâmica
Parte-se de um problema concreto e objetivo, estudado e conhecido pelos participantes. Então, organiza-se a turma
da seguinte forma:
Um estudante fará o papel de juiz e outro o papel de escrivão. Os demais componentes da classe serão
divididos em quatro grupos: promotoria, de um a quatro estudantes; defesa, com igual número; conselho de
sentença, com sete estudantes; e o plenário, com os demais.
A promotoria e a defesa devem ter alguns dias para a preparação dos trabalhos, sob orientação do professor.
No dia do júri, cada parte terá 15 minutos para apresentar seus argumentos.
O juiz manterá a ordem dos trabalhos e formulará os quesitos ao conselho de sentença;
O escrivão tem a responsabilidade de fazer o relatório dos trabalhos;
O conselho de sentença, após ouvir os argumentos de ambas as partes, apresenta sua decisão final;
O plenário será encarregado de observar o desempenho da promotoria e da defesa e fazer uma apreciação final
sobre sua desenvoltura.
Estudo de textos
Consiste na exploração de ideias do autor a partir do estudo crítico de um texto ou na busca de informações e
exploração de ideias dos autores estudados (...). Um estudo de texto pode ser utilizado para os momentos de
mobilização, de construção e de elaboração de síntese. A definição do texto dependerá do objetivo que
professores e estudantes têm para aquela unidade de estudo.
Dinâmica
Selecione um material que seja acessível ao estudante e ao mesmo tempo que vá desafiá-lo, assim como o
acompanhamento do processo pelo professor, são condições de sucesso nessa estratégia.
São habituais as observações de docentes acerca da dificuldade de leitura e interpretação por parte dos
estudantes. Se essas são habilidades constatadas como pouco desenvolvidas, elas devem se tornar objeto
de trabalho sistemático na escola para todas as áreas de formação.
Quando o hábito de leitura estiver interiorizado, ficará mais fácil mobilizar o estudante para textos que se
refiram à realidade, em especial, ao campo de trabalho futuro. Esses podem ser textos iniciais a serem
acrescidos de outros com maiores especificidades de linguagem, conteúdos e complexidade da área em
estudo.
Muitas vezes o professor trabalha um texto com os estudantes e pede um “resumo”; para resumir o
estudante precisará identificar, interpretar, analisar, organizar os dados, sintetizar para obter a produção
solicitada pelo professor. Resumir não é uma operação mental simples, ela exige o auxílio e o
acompanhamento do processo pelo professor pelo menos nas primeiras tentativas.
A construção de esquemas, feitos coletivamente com a classe, auxilia o trabalho individualizado.
As estratégias aqui mencionadas estão profundamente impregnadas em nosso repertório cultural, no que tange a
Escola. Relembrando o seu processo de escolarização, provavelmente perceberá que boa parte dele deu-se a partir
de aulas expositivas, estudo de textos e resolução de exercícios, não é mesmo? Contudo, outros meios e
processos de aprendizagem vêm ganhando evidência na atualidade, em especial os relacionados às tecnologias
digitais de comunicação e informação.
Quem nunca aprendeu um fazer técnico fazendo, após observar um profissional, até mesmo através de um
vídeo do Youtube?
A receptividade de nossos alunos em relação aos meios tradicionais de ensino, assim como a efetividade destes
meios no processo de aprendizagem, já não é a mesma que fora décadas atrás. Daí a importância de utilizarmos,
em especial no âmbito da educação profissional, estratégias nas quais os alunos possam colocar mão (e olhos) à
obra, como ilustramos nas dez estratégias/instrumentos de ensino-aprendizagem discutidas no subcapítulo 4.1.
Mas não se quer dizer que as estratégias ditas tradicionais devam ser descartadas pelo professor. De fato, elas têm
qualidades próprias e que podem ser exploradas de forma articulada com estratégias que colocam o aluno em
posição mais ativa. Por exemplo, uma aula expositiva dialogada pode introduzir uma experiência em laboratório. Em
resumo, é fundamental diversificar e articular diferentes estratégias de ensino no planejamento docente.
Leia o resumo do texto "Estratégias de Ensinagem" de Léa Anastasiou e Leonir Alves que apresenta
uma série de estratégias de ensino, considerando as aplicações, dinâmicas e a forma de avaliação de
cada uma delas.
4.3 A sala de aula invertida
A sala de aula invertida ou flipped classroom é uma metodologia de ensino que inverte o processo de aprendizagem
tradicional do estudante tornando-o mais ativo. Trata-se de “inverter” a lógica da aula como “monólogo” do professor
e de promover a aprendizagem do aluno por meio da atividade. Assim, ele se torna protagonista de sua
aprendizagem. Então, em vez da aula ser o momento expositivo, com eventuais “práticas” ilustrativas ou no final do
curso, os momentos “presenciais” ficam mais voltados a atividades e oficinas e os materiais de apoio (textos, vídeos,
sites, etc.) ficam disponibilizados em ambientes virtuais ou pesquisados pelos orientandos. Constitui um modelo
“híbrido” sempre que recorre ao uso de ambientes virtuais, recursos de tecnologias da informação e comunicação,
ferramentas colaborativas ou de autoria online.
Dinâmica da aula
Navegue nas telas a seguir para conhecer os passos que constituem a estratégia sala de aula invertida.
Fonte: info.geekie.com.br
Didática da EP - S3 - Livro 2 - Dinâmica da Aula
5 Tempos didáticos da aula na EP
Os tempos didáticos
Tomando como referência livro Didática Geral, de Demétrio Delizoicov (2006), pode-se falar em tempos didáticos
para evocar os momentos distintos que compõe uma aula, ou sequência de aulas. Eles conferem estrutura ao
planejamento das ações docentes e ao próprio percurso de aprendizagem dos alunos.
Mas fizemos algumas adequações para o contexto da Educação Profissional (EP). Portanto, apresentamos a seguir
uma síntese destes momentos, que dependem também da criatividade e condições de atuação do/a docente.
1º Momento
Segundo Delizoicov, este momento promove a problematização dos conteúdos a serem desenvolvidos na aula
(2006). O docente pode utilizar-se de diferentes recursos (vídeo ou texto breve), atividades (tarefa, obra,
experimento, exercícios ou discussão) para:
levantar uma questão e discussão, de modo que os estudantes externalizem seus níveis de conhecimento
prévios sobre a temática da aula;
diagnosticar o conhecimento prévio dos alunos acerca do assunto, sobre uma técnica, as habilidades e aptidões
destes frente ao desafio proposto, a capacidade de se adaptarem ou de solucionarem problemas. Para tanto,
deve ser levado em conta o perfil e nível de desenvolvimento da turma, bem como se os procedimentos
mínimos de segurança para o adequado desenvolvimento da atividade;
motivar os estudantes, chamar sua atenção, atrair o interesse, ao mostrar, por exemplo, a relação do que
será ensinado/trabalhado com sua formação profissional, com práticas sociais, com os conhecimentos
anteriormente aprendidos no curso ou em outras unidade curriculares;
problematizar o conteúdo da aula, inclusive lançando questões do tipo: como resolver determinado problema
relacionado à profissão e a sua intervenção na sociedade? como produzir determinado produto? como realizar
tal processo? como se relacionar com o público em determinadas situações? como se preservar de riscos à
saúde? etc.
introduzir temas ou técnicas que permitirão preparar o estudante para o que será desenvolvido a seguir (assim
como se fala em constituir "subsunçores" na teoria da aprendizagem significativa).
2º Momento
Este momento é o de desenvolvimento de situações e atividades de aprendizagem, a partir da escolha da
melhor estratégia para a aprendizagem das atividades e saberes-fazeres a serem desenvolvidos pelos
estudantes, e com base os resultados da atividade realizada no momento anterior e busca consolidar os
saberes laborais e científicos ali introduzidos. Nas atividades e situações, os estudantes irão mobilizar diversos
saberes e desenvolver competências, solucionar problemas relacionados ao fazer-saber laboral em questão,
refletir sobre as diversas dimensões das técnicas, saberes-fazeres, cultura técnica, etc.
3º Momento
No 3º Momento, trata-se de avaliar a aprendizagem dos estudantes e também da efetividade do ensino. Não
insistiremos neste momento (o qual não ocorre necessariamente "no final" do processo), pois será aprofundado
no Livro 3.
Em resumo:
Nos momentos iniciais, é importante acolher saberes prévios do aluno em relação ao fazer-saber que será
enfocado, problematizando, instigando o interesse e preparando o aluno para o que virá.
Em seguida, recomenda-se a escolha e o desenvolvimento de estratégias de ensino as mais adequadas
possíveis aos objetivos de aprendizagem. Neste momento, o docente irá animar e orientar o processo de
aprendizagem, trazendo conhecimentos novos, reorientando os pressupostos inicialmente formulados pelos
alunos, fazendo a turma interagir, alertando para perigos, enfim: realizando a mediação docente e avaliando a
aprendizagem, aspectos da Didática que são temas do Livro 3.
A importância de avaliação
Desde o planejamento, é necessário especificar formas e critérios de como será realizada e avaliada a
aprendizagem dos alunos. Há variadas formas de verificar se o objetivo definido no Plano foi alcançado e se os
alunos estão aprendendo. Essas formas de verificação se manifestam tanto em atividades a serem
desenvolvidas em classe, individualmente ou em grupo, quanto em atividades extraclasse, trabalhos de
pesquisa ou resolução de atividades. Sobre isto, estudaremos no Livro 3.
O plano é um guia (não uma prisão) para a ação docente
Sabemos que nem sempre tudo que foi previsto num plano é passível de ser realizado, tal qual foi planejado. A
aula é dinâmica e, muitas vezes, o plano sofre alterações no transcurso de uma aula ou disciplina. Por esse
motivo, os planos de aula e de ensino devem ser construídos de forma flexível, funcionando como um guia
orientador da ação docente, um documento de gestão das ações do professor a partir da sala de aula.
Referências
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Jovem Edição 15 – Junho de 2009 – Projeto de Futuro. Construindo pessoas. Disponível em:
<http://www.facaparte.org.br/?p=1797>. Acesso em 22 de Abril de 2016.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao
cotidiano da sala de aula. 6.ª ed. São Paulo : Libertad , 2013.
Baseado na edição 2019 (desenvolvido por Gislene Miotto - Márcia Lobo - Olivier Allain
- Paulo Wollinger)