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A qualidade de vida do profissional da educação

Segundo a Organização Mundial da Saúde ,qualidade de vida é definido como a


percepção do indivíduo sobre a sua posição de vida no contexto da cultura e dos
sentimentos de valores nas quais ele vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações. Nahas (2001) complementa afirmando que o significado de
qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de
cada um. Nessa perspectiva muito vem se discutindo sobre qualidade de vida no
trabalho . O trabalho conforme destaca Roeder, ocupa um espaço muito importante na
vida das pessoas, ou seja, quase todo mundo trabalha, e uma grande parte da vida é
passada dentro das organizações. Nesse sentido abarca a profissão docente na qual
muitas mudanças vêm acontecendo seja pelos avanços tecnológicos, sociais,
econômicos e demográficos.
A organização internacional do trabalho diz que a profissão docente é uma das mais
estressantes que existem, com uma ampla repercussão na saúde física ,mental no
desempenho profissional do professor, e isso com manifestações também ligadas a
questões sócio musculares ,ligado a questões como transtornos mentais ,depressão
apatia estresse desinteresse pela profissão ,nós estamos vivendo hoje um fenômeno
psicossocial, o fenômeno é porque é uma coisa que está acontecendo e que tem relação
direta com o contexto social que nós estamos vivendo, a escola diante da sociedade está
tendo que fazer transformações e isso é muitas vezes sem considerar a saúde mental dos
professores

   A pressão do dia-a-dia aliada à longa jornada de trabalho, a necessidade constante de


qualificação e a insegurança profissional associada a outros fatores têm acarretado uma
série de problemas na saúde física, mental e social desses profissionais. A docência
constitui uma das mais antigas profissões, que foi se modificando ao longo dos séculos
na tentativa de acompanhar a evolução cultural e tecnológica. No entanto, a exigência
dos professores de se adaptarem a esse processo, na maioria das vezes, não foi
acompanhada pela melhoria das condições e possibilitadas para o pleno exercício
profissional.

   Demo (1998), diz que cabe aos professores a incumbência de ensinar, orientar,
estimular, e incentivar as crianças e jovens a descobrir suas potencialidades. Nesse caso,
para que a educação atinja seus objetivos, faz-se necessário que seus principais
colaboradores estejam altamente motivados e satisfeitos com a sua atividade docente.

    A remuneração dos educadores é proporcionada ao número de aulas do cargo. Assim,


cada vez esses profissionais têm assumido grande quantidade de turmas com o objetivo
de melhorarem o rendimento e consequentemente a qualidade de vida. Mas devido ao
grande volume de atividades extraclasse, como correção de provas, reuniões, preparação
de aulas e materiais, vida pessoal, esses fatos tem provocado nos docentes desgastes
físicos e mentais.
Foi realizado uma pesquisa em SC, com o objetivo de avaliar a qualidade de vida dos
professores num geral. 349 professores das redes municipal e estadual de educação, que
trabalhavam em escolas das diferentes regiões do município, responderam a um
questionário com questões relacionadas ao trabalho. Foram realizadas análises
descritivas e testes de diferenças entre médias dos indicadores de qualidade de vida
geral e dos domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.

Os professores com maior carga horária semanal e aqueles da rede estadual de ensino
apresentaram menores índices de qualidade de vida em todos os domínios investigados.
Professores com mais tempo de serviço no magistério apresentaram menores índices de
qualidade de vida considerando o domínio físico (p=0,007) e relações sociais (p<0,001).

Sendo assim, devido a vida movimentada do professor, não só dentro de aula mas fora
quando se prepara atividades, corrigem dezenas de provas, diferentes turnos e até
trabalhos domésticos em casa, sobra muito pouco tempo para se aproveitar da vida, sair,
fazer coisas diferentes, consumir coisas quem gostam. E a falta de lazer causa diversos
problemas psicológicos, um deles é o Burnout, que é um esgotamento emocional.

Algumas maneiras de tentar melhorar a qualidade de vida dos professores são:

Reconhecer, respeitar e apreciar-É importante que os diretores se preocupem com a


rotina e a qualidade de vida do professor. Além disso, pessoas que se sentem
valorizadas têm mais probabilidade de trabalhar de maneira colaborativa e produtiva.

Diálogo contínuo entre professores e gestão-Ambientes de trabalho positivos e de apoio


podem ser motivadores e de inspiração para melhorar qualidade de vida do professor.
Professores e administradores escolares devem ter um relacionamento positivo.

Melhorar a infraestrutura da escola -A qualidade de vida do professor também depende


da infraestrutura escolar. Os professores precisam ter as ferramentas e o espaço certos
para fazer seu trabalho. O professor pode se concentrar no que é mais importante: dar
ótimas aulas.

Auxiliar o professor a ter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal-Os professores têm
uma rotina além do que fazem na sala de aula. Os professores frequentemente enviam
deveres de casa e planos de aula. A sobrecarga profissional não deve afetar sua vida
pessoal e a qualidade de vida do professor.

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