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Livro 01
Livro 01
CDU 373.2
Uma das formas de legitimar isto poderá ser a diversificação do lugar das
atividades, organizando passeios, entrevistas, contatos com diferentes
elementos culturais, tornando esses momentos prazerosos e desafiadores para
as crianças. Além disso, organizar o espaço interno e externo da escola incen-
tivará e estruturará experiências corporais, afetivas, sociais e a construção das
diferentes linguagens infantis. Este é o segundo tópico do qual nos ocupare-
mos neste texto.
Estrutura de calhas com roda de água e bacias para brincar com a água
complementado por objetos para flutuar, coar, com funil, medidores, areia e
pedras. Madeiras de diferentes tamanhos – pequeninas e bem grandes – para
a construção e materiais de marcenaria. Caixa de areia com materiais para
construir, fazer bolos. Pedras, madeiras, barrinhas de ferro para empilhar, fa-
zer suportes e construções.
Casinha de bonecas com materiais grandes e reais para uso das crianças,
gabinete médico, instituto de beleza, escritório, banco. Cabanas só com co-
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bertura para ficar juntos, conversar, ouvir histórias. Suporte móvel para tea-
tro de marionetes. Cesto com roupas para dramatização, espelhos, pinturas e
caixa de joias.
educador uma fácil visão de todo o espaço disponível bem como o favo-
recimento das interações sociais. Através deste uso do espaço podemos:
Promover a identidade pessoal das crianças, personalizando espaços e
objetos. A identidade pessoal permite que as crianças possam ver-se como
indivíduos inseridos num momento histórico-social, possuidores de certos
objetos, ocupantes de determinado espaço. Isto está estreitamente ligado às
construções relativas a pensamentos, memórias, crenças e valores, preferên-
cias e significados.
Promover o desenvolvimento da competência (saber fazer com autonomia).
É importante que a criança se veja constantemente desafiada com novas tare-
fas e desafios. Na medida em que planejamos um ambiente onde ela possa por
si só dominar seu espaço, fornecendo instalações físicas para que com inde-
pendência possa beber água, ir ao banheiro, pegar toalhas, materiais, ter acesso
a prateleiras e estantes, estamos pensando num ambiente não somente como
cenário, mas, certamente, como parte integrante da ação pedagógica.
Promover a construção de diferentes aprendizagens, sem a mediação dire-
ta do adulto, através do desafio por meio de jogos, materiais e livros, onde em
pequenos grupos ou individualmente as crianças possam progredir intelec-
tualmente. Não se trata aqui de deixar qualquer jogo na prateleira, ou qualquer
sucata jogada numa caixa. Planejar cantos e recantos da sala de aula implica
um planejamento intencional, comprometido com o retrato do grupo, com as
metas que nos propomos a atingir.
Promover oportunidades para o contato social e a privacidade. Assim como
promovemos espaços para o convívio social, é fundamental pensarmos em pri-
vacidade, principalmente tendo como referência crianças institucionalizadas o
dia inteiro. Variar o tamanho dos espaços pode ser uma alternativa para expres-
sar e explorar sentimentos, sem expor-se aos olhares dos outros.
A sugestão de organizar os espaços através de temas que os caracterizam
tem sido uma prática bem-sucedida nesta organização em espaços semi-aber-
tos e estruturantes. Assim podemos sugerir alguns cantos, considerando obvi-
amente a faixa etária das crianças:
Cantos fixos:
• Casa de bonecas com fogão, geladeira, TV, cama, mesa, etc. objetos
para utensílios de cozinha, quarto, banheiro... sala (estes poderão ser
confeccionados com material de sucata).
• Canto da fantasia com pedaços de pano, tule, chapéus, sapatos, rou-
pas... espelho, maquiagens.
• Canto da biblioteca com almofadas, tapetes, estante, painel de infor-
mações, livros, revistas e jornais.
• Canto da garagem com tacos de madeira para construção, carros, tri-
lhas, placas de sinais de trânsito.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRAIDY, Carmen (org.). Convivendo com crianças de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Mediação,1998.
FERRETI, M. Clothilde. Criança, faz de conta & cia. São Paulo: Vozes, 1992.
MORAES, Zilma (org.). Educação infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1994.
NAVIR. Les temps de lénfance et leurs espaces. Les nouveaux lieux dácculeil de la petit enfances
examples et pratiques. Paris: s.ed., s.d.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.