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DIREITO PENAL – TEORIA DO CRIME AV1

FONTES DO DIREITO – FORMAIS OU IMEDIATAS Podem ser imediatas, que dizem respeito à
forma como o direito penal se exterioriza (fontes de conhecimento) ex: Constituição federal,
Tratados Internacionais, Leis penais, Doutrina.

CONTROLE SOCIAL – FORMAL + ESTADO, INFORMAL = FAMÍLIA, IGREJAS

FONTES MATERIAIS - É a fonte de produção do direito penal, ou seja, delimita quem pode
criar normas penais. O Estado é a única fonte de produção de regras penais, sendo que a
União detém a exclusividade de criá-las (art. 22, CF)

AS FONTES DE COGNIÇÃO CLASSIFICAM-SE EM: IMEDIATAS (representadas pela lei) e


MEDIATAS (Representadas pelo costume e princípios gerais do direito)

FONTE PRINCIPAL – LEI

SECUNDÁRIA – DOUTRINA, JURISPRUDÊNCIA, INTERV. MÍNIMA

NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS PERCEPTUM IURIS – definem as


infrações penais proibindo a prática de condutas (crimes comissivos) ou impondo a prática de
condutas (crimes omissivos), sob a ameaça expressa e específica de uma pena.

NORMAS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS SANCTIO IURIS -  não criam crimes nem


cominam penas: individualiza a pena. 

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

1) ANTERIORIDADE:
Art. 1º, CP – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
2) IRRETROATIVIDADE:
Art. 5º, XL da CF – A lei não retroagirá, salvo em benefício do réu. (irretroatividade
penal).
3) TAXATIVIDADE:
A lei Penal deve ser clara e precisa, de forma que o destinatário da lei possa entender.
Sendo vedada, a criação de tipos que contenham conceitos vagos ou imprecisos.
4) LESIVIDADE:
Possui como sentido, o de conferir segurança jurídica, pondo os cidadãos a salvo de
punições criminais sem base em lei.
5) ADEQUAÇÃO SOCIAL:
Não será considerada conduta típica se for socialmente adequada ou reconhecida, se
estiver de acordo com a ordem social da vida (não pode subsumir a ordem legal).
6) DIGNIDADE:
Art. 5º, III, CF 88 - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante. A dignidade penal (punição e no processo penal) eficiência respeitadando
os direitos fundamentais.
7) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA:
É um mecanismo que possibilita a análise concreta do caso, possibilitando que um
delito não seja enquadrado como crime quando a sua consequência é insignificante.
8) INTERVENÇÃO MÍNIMA:
O Direito Penal só deve ser utilizado quando necessário, devendo ser subsidiário e
fragmentário, (dignidade penal do bem jurídico).
9) PROPORCIONALIDADE:
Designa o equilíbrio que deve existir com relação entre o crime e a pena, a pena deve
estar de acordo com a gravidade do crime.
10) FRAGMENTARIEDADE:
 É a última etapa de proteção do bem jurídico. Um crime apenas pode ser criado se os
demais ramos do Direito não foram suficientes para a proteção do bem jurídico.
11) SUBSIDIARIDADE:
Determina a aplicação da lei que engloba o maior número de fatos típicos de maneira
complexa, relegando à outra lei fatos específicos. A lei já estipula que não se aplica ao
fato, se o mesmo foi utilizado para cometimento de outro crime.
12) PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU PRESUNÇÃO DE NÃO-CULPABILIDADE:
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória” (Art. 5°, LVII da CRFB/88).

Princípio da insignificância e legalidade

A natureza jurídica do princípio da insignificância é de causa de exclusão da

tipicidade, ou seja, o fato se torna atípico (STF). O fato típico é formado pela

conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.

A INSIGNIFICÂNCIA EXCLUI A TIPICIDADE MATERIAL

Quais os requisitos?

Há orientação jurisprudencial no sentido de que a incidência do princípio da

insignificância pressupõe a concomitância de quatro requisitos: (MARI)

M-ínima ofensividade da conduta do agente; (não pode aplicar a insignificância a crimes de


violência ou grave ameaça, EX:. estupro, roubo, homicídio.

A-usência de periculosidade social da ação; EX:. Roubar um pão, confere crime (furto) mas
não apresenta periculosidade social

R-eduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento, ainda que a conduta seja típica


e ilícita, é socialmente aceita
I-nexpressividade da lesão jurídica provocada. (analisar lesão com relação ao bem jurídico)

POSSO APLICAR A INSIGNIFICÂNCIA A RÉU REINCIDENTE?

R= Jurisprudência do STF, diz que aplica-se a insignificância ainda que o réu seja reincidente,
deve-se avaliar conduta externa sem levar em consideração crimes anteriores.

A insignificância não pode ser aplicada a crimes onde há proteção da coletividade como
regra, EX:. crimes contra saúde pública, crime de drogas, crimes contra meio ambiente

ENTENDIMENTO DO STF – Ocorreu o crime, a coisa subtraída dos crimes contra patrimônio
tem o valor de 10% do salário mínimo, PODE aplicar-se o princípio da insignificância!

Princípio da legalidade

A legalidade segundo Assis Toledo:

A) Lei previa, existir anteriormente a conduta

B) Lei certa, se adequar perfeitamente ao caso

C) Lei escrita, tem que estar em ordenamento jurídico, tem que ser positivado

D) Em sentido estrito, não pode ser qualquer lei, tem que ser lei ordinária federal, válida em
âmbito nacional, Art. 22, § 1º, CRFB

Lei penal em branco viola o princípio da legalidade? (norma que precisa de um


complemento)

R= Não viola o princípio da legalidade, porque ela está certa, reúne os exemplos básicos
importantes, necessitando de complemento para a tipificação do crime. Ex.: drogas ilícitas,
precisa de uma portaria que diga quais são as drogas. 1

Uma lei penal incriminadora criada por Medida provisória ou decreto, viola a legalidade?

R= Sim. Porque só pode ser lei ordinária federal. Art. 22, I da CRFB.

Posso aplicar uma lei penal em Vacatio legis?

R= Não! Lei em Vacatio não se aplica, ainda que seja mais benéfica ao réu retroativamente,
porque em Vacatio Legis não há capacidade de produzir seus efeitos AINDA.

Lei Penal no tempo

Lugar do crime e tempo do crime – LUTA

LUGAR – TEORIA DA UBIGUIDADE = ATOS EXECUTÓRIOS E RESULTADOS

TEMPO DO CRIME – TEORIA DA ATIVIDADE = SÓ ATIVIDADES, NÃO INTERESSA O RESULTADO

1
TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA – EX:. 3 pessoas praticaram um homicídio, todos que
praticaram vão responder pelo mesmo crime (mataram uma pessoa) respondem por um
homicídio só.

Tempus regit actum – lei que está vigente no ato da ação ou omissão

Lei posterior pode ser aplicada a fato anterior?

R= A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,


ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Novatio Legis in mellius, abolitio criminis.

Roubo com arma de fogo. Nova lei retirou a arma de fogo como majorante. Houve

abolitio criminis? Lei 13.654/18 R= Não houve abolitio criminis, porque a conduta apesar de
tirar arma branca naquele momento e deixado arma de fogo, a conduta continua sendo
criminosa (proibida), houve uma supressão formal, não material que é um requisito da abolitio
criminis.

A Lei penal temporária ou excepcional também tem o mesmo raciocínio? Ex. Lei da copa, em
caso de guerra

R= A lei vai continuar tendo aplicação futura ainda que revogada. Princípio da ultratividade.

O QUE É CONDUTA?

é um comportamento que se dá por ação ou omissão, dirigida a uma finalidade.

Pessoa jurídica pode cometer crimes?

R= Sim, porque conduta é um comportamento podendo ser feito por pessoa jurídica e pessoa
física.

A gente PJ adota a dupla imputação no ordenamento jurídico?

R= Não. A PJ sozinha pode praticar crimes a pessoa física, não sendo necessário a pessoa física
estar junto para que possa existir processo criminal, ela sozinha tem responsabilidade penal.

Qual teoria adotada em nosso ordenamento jurídico?

R= Teoria majoritária

Dolo e culpa estão em que elemento do crime?

R= Estão dentro da conduta.

CRIME DOLOSO – Art. 18, I do CP.

Conceito: é a vontade livre e consciente de realizar a conduta típica. INTENÇÃO.

Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de reproduzi-lo, Art. 18 do CP.


O dolo pode ser:

1- Dolo direto = quando o agente tem a intenção

2- Dolo indireto = ou indeterminado, é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a
um resultado determinado

2.1 alternativo = Sua intenção se destina, com igual intensidade, a produzir um entre vários
resultados previstos como possíveis

2.2 eventual – MACETE: dane-se x sou bom. Assume a produção do risco daquele resultado,
EX:. dei um tiro na rua, se pegar em alguém dana-se. Prevê o resultado, mas nega que vá
acontecer “sou bom”.

3- Dolo específico - Especial fim de agir.

4- Dolo de segundo grau – Começa a conduta, tem consciência, e quer o

principal, mas tem que percorrer o de segundo grau. EX: Avião. Outro exemplo

seria do passageiro e o motorista do ônibus.

Teorias do dolo

A) Vontade – haverá dolo quando o agente previa o resultado e pratica a conduta de

forma livre e consciente voluntária. Em outras palavras, o AGENTE prevê e quer que

aquele resultado ocorra. (ADOTADA).

B) Representação – basta que seja previsível para o agente responder de forma

dolosa.

C) Assentimento – o agente prevê o resultado e querendo, livre e conscientemente,

assume o risco de consentir com aquele resultado. Excepcionalmente adotada para o

dolo eventual.

CULPA – Art. 18, II do CP.

“ Culposo quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia”

Conceito: é a quebra de um dever legal de cuidado. Essa quebra de dever legal pode se dar
por: Dolo e culpa

MODALIDADES DE CULPA:

1- Negligência - quando o agente deixa de fazer algo e essa omissão gera um

resultado penalmente relevante.


A) 2- Imprudência - quando o agente faz alguma coisa, e essa ação gera um

resultado.

B) 3- Imperícia - é a inobservância de uma regra técnica.

Modalidades de culpa:

A) Culpa consciente: ou com previsão, o sujeito ativo prevê o resultado, porém espera

que não se efetive (sou bom) EX: direção em veículo automotor sob efeitos alcóolicos, Art. 302
CTB.

B) Culpa inconsciente: ou sem previsão, o sujeito ativo não prevê o resultado, por isso

não pode esperar que se efetive.

C) Culpa imprópria: é de evento voluntário. O agente quer o evento, porém sua vontade

está lastreada por erro de fato.

Cabe tentativa nos crimes culposos? Em regra, não cabe tentativa em crimes

culposos, uma vez que não há intenção de praticar aquela conduta. Porém, há um

entendimento, que deve ser levado em consideração, que caberá tentativa nos crimes

culposos, quando se tratar de culpa imprópria.

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