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Avosidade e Convivência Intergeracional
Avosidade e Convivência Intergeracional
, acoabitacao no recesso do lar € um direito fundamental, sendo cer mento so pode ocorrer se, havendo parentes, estes nao tiverem ct » (videart. 3°, V, do mesmo diploma). «familiar pode existir fora da residencia dos filhos ep ¢ praticado 0 direito de visitas, de modo que o legislad “senvolvem programas de institucionalizagao de longa pe piosde preservacao dos vinculos familiares, bem como dades comunitarias, de carater interno e externo (cot ‘Tia da Silva, Desvendando 0 Guidado como Valor) ny “In: Familiae Solidariedade: Teoria e pratica do Direito de Xt 49.459, Peay fr Simone de. Velhice, publicado na Frangnem 1970 (Ed 1a Nova Fronteira do Rio de Janeiro, ttaduzida por Maria i “ERG, Miran, Bela Vthice Rio de Janeiro: Recor Digitalizado com CamScanner(386 TANIADASILVA PEREIRA 3. AINTEGRAGAO INTERGERACIONAL: DIRE RELAGOES FAMILIARES CONTIMPORANEAS” A identidade pessoal da crianga e do adolescente tg tificagdo no grupo familiar e social, Seu nome, ou, apelid expressao externa éasua imagem, a qual vai; comporasua fator primordial em seu desenvolvimento, A fam(lia um passado, vive um presente comsuas complexidades provavelmente, passarao para o futuro, Este modelo, que subsequentes, é ponto de interesse também para umaan familiares, o que tera um reflexo consideravel na tutela ji e comunitaria.** A familia constroi sua realidade através da historiacom ecabera ao Direito criar mecanismos de protecao, visando ¢ fase de desenvolvimento. Ao identificar varias composicoes familiares que poden Heloisa Szymanski destaca as raz0es afetivas que vinculam de vida em comum, em que compartilham um quotidiano tersubjetivas, transmitem tradicoes, planejam o futuro, formam criangas e adolescentes. E conclui: astrocasafetivasna familia imprimem marcas queas pessoascar nomodo de ser com os outros, afetivamente, eno modo de agircom. apreendidos com pessoas signficativas, prolonga-se por muitos anose familias que se formam, posteriormente.”” A familia contemporanea tem priorizado relagdes deafet abandonando a sua identificacao tradicional como nticleo 26. ZAGAGLIA, Rosangela Alcantara; PEREIRA, Tania da Silva, O Estatuto do- In: LEMOS, Maria Tereza Tortbio Brittes; ZAGAGLIA, Rosangela Alcantara trabalho Afetividade e Estatuto do Idoso. Aparecida/SP: Ideias Letras, SZYMANSKI, Heloisa. Viver em familia com experiéncia de cuidado mituor« Revista de Servigo Social e Sociedade. Desafios de um mundo em mudanea, 0s 7? PEREIRA, Taniada Silva, Ocuidado com valor juridico. tn: PEREIRA, Taniad (coord). A Etica da Convivencia Familiar e sua efetividade no quotidiano dos ™ 2006, p. 232 4 Digitalizado com CamScanneren Jesses. “A toca inte oped ‘| doafastamento doseonye So vmentos Prejuicand a eal ancia da iMtegrAG2O interge nt impondo aos dowoegae s ramentodestesCOm osaygg, 0010 \ se lament AIS BEES neu cena Novaes a importancia dese 1 jose a08idosos (mas aplicavesg 2 fe ons com defciencia), a autora ge ego iy vsemalividaehvelheceremudarg (Gone qucasqueatuamem qualguroye Ses yponl efisica aintelectual emenia 12 gcgo,se priorizada no ambito fa 9 es, encontrando assim forga para en ee ponamento mas razerOs9 e gr 0 yeaa Se lugar €Compreendem, sma autora james .cona,além deneutralizaratendénciade oe eolenoncrtteceeale = 06ST asecomunitiis commensagensdetoletn A oor 2 onreerso (a eaiéade, pormeiodacomuni gedierenciatuma familia funcional dadi oe como a familia lida com eles, Tais: asaeinc : {esses diretamente relacionados com o cic atslea Novas: instil sa al for 0 seu modelo, dente Suasdieretes realdades a erarqua da ato ¢joeocompromiss socal, desacando anda “ss ustuda por umaabordagem estat dos ‘ncsanas,airetudo pla psicologi, socologine "PS iden conivena ent eats aE Rdg dun (coord) Acad Conendl en Fore, 2008, 28, "ts ane ana lena,Picloie da terra dade 0 ps2, {ate Digitalizado com CamScanner3BB | TANIADASILVAPEREIRA pode ser um referencial importante ' para aque desenvolvimento, incentivando a construgto te aaa a Os av6s se veem como agentes do movimente solid ie paternidade, papel adquirido pela idadee, sobretud olor qa ly hascimento dos netos, sua presenga junto aos fk De! expense intensifica, A mudanga observada nas relagdes entee a? Peas ie alterar o papel dos pais, agora também aves, coma Pals fihogne lata’ aos avés ensinareauxiliar os pais de seus netos ades inputs Slat Cina . nna mudanga inaugurada pelo nascimento." "PeMharsuasia Cl, Outrossim, ésignificativo o papel dos avésno mo tg samento, na gera¢ao dos ilhos, quandoas relagdesdleafinidae eh | leentramen Ptr bo, um lugar especial nos relatos sobre as relag6i es fami coe ‘mills Para Mint Sa hn, oprocesso de separacao compreendido como uma fe ven do casal, ques separa, mas odasasrelagdes ‘amie fli don jo s6 se tra pbc algo que devia serpreserado na cntinn ht Pas, ngs, uma publicizagdo’ dos motivos e dos responséves pela pera op en ‘ntimidade fami. tat E esclarece: rnassituagdes consideradasdramaticasnas elacBes familiares, osaés estes Gitimos considerados, em todos cs momentos) como fina aaa 3 sua vontade. Os avs veer-se como responsévels for esc eta a ssumira paternidade,legalmente ode at, mascomé eondlter eam — casos, indiretamente, pais dos seus netos.*° sho oman Usualmente, o surgimento do neto ocorre numa fase da vida repletade. paraos idosos. Socialmente, além daaposentadoriaea perdadafuncioma Feuldade de ascimilacao da velhice, o que contiéulsiie are ata deflagrando o pensar de seu processo de envelhecimento, Psquicamente hui. ha relagao consigo mesmos. E possivel que venham perder elementos gaifines» mesmo tempo que assumem o sentimento do temor: o nascimento do neto poeasas cm contato com a velhice, deflagrando 0 pensar de seu processo de endhcnns Tais equivocos e sentiments ambiguos envolvem essasrelaoes a exemple doz desejo, hostilidades e rivalidades.”® Esclarece ainda Evaldo Cavalcante Monteiro: o ser avd 6 uma fungao, que se constitu e ndepende de idade ede lagos coma 2 pessoas assumirem as fungoes: deavés e de netos. Porém, esta implica uma eT pe Fihos e netos. A vivencia antecede o nascimento do neto, enquanio des apés 0 nascimento. A esta relacao assemelha-se a de Narciso com sua imagem, Josos. In: Tatado de Diet das Familias r i EIRA, Tania da Silva, Capitulo 7: Protegdo dos i ia brasil. Riode ane 33. PE IBDFAM, 2016, p. 354. f 34. BARROS, Miriam Lins de. Autoridade e Afeto: 16s, filhos e netos na fam! p. 52. wa 35. Ibidem, p. 58-59. ese sca é fl 1o Cavalcante, Avosidade: 0 exereicio da fungi de avs, a HE “5.07208 fm [wor ci comb ACESS aa 36. MONTEIRO, Evald 1-1SS2318-0854. Disponivel 1H (2015). v. 2, 0. Digitalizado com CamScannerenar-se avé 6 um marco O10" pros da familia, ’ Para Os avis emer com sua eracionais, OSAVOs attiais tem carac cas. Oa 10 savos mals)ovens tendemagerdivenige or maisdistantese demandam, ajuda po "poss ante Par amulherdo que Parag ia ") m ase comprometerem preferencialmente @ a 3 atte osavos participam do lazer, preg cupamse 0s at +05 avOs qUANLO AS aV6s tendem a aes con Ta seus fills favoritos. Ambos frequente aan é hos s¢ ‘ ate 5 cuando estes chegam aadolescéncia oy Ajuventude.» ‘ a iss0. sugere, mais uma vez, Maria Helena None ; he if Jementar habilidades para que as 8 das. s vivénciasitergeracionais permite wat 'M a0 idoso ser a it ifrentar inseg cops dee assim, frga paraen Burancas-e poss c carte numa visioampladetempo, naa : tam oc aces de cada geracao.” PeSs0as assumam, responsay ma autora: completa a mest comp! gens da roca intergeracional so importantes no somente p 5 ste amento dos contexts soca, Coma de preparartnto ign ooo nurrasociedade solid validando estatgiassoraisecon Sryanciae de armonia relacional.# e sjerta também Morton Luiz Faria de Medeiros paraa i systideias dos idosos, sobretudo na sociedade capitalista que mec ~~ ysua capacidade de consumo ~ algo que entre os) “2 onda cada diaem face do envelhecimento propo Quanto a preservacdo dos espacos e objetos pessoais, aca pelo temor dos idosos em ver seus pertences desa janela do tempo para rememorar as alegria ‘ss, em que gozavam da dignidade e do respeito« A toca intergeracional também fayorece a cons uoisolamento das geragoes, neutralizando tensoe ‘eco respeitar as caracteristicas de cada geraca LWVEIRA, Alessandra Ribeiro Ventura; GOMES, Lucy; TA “ici ene avis e seus netos no periodo da infancia, Dispon Yio8420/2992]. Acesso em: 13.07.2019, Digitalizado com CamScanner990 TANIADASILVAPEREIRA afamitia, nao importao modelo assumido, r tneontrar novasalternativasde convivénly rf nas Mnetituigoes, predispondo as attucles de tolerdnica, dle aceliagny aos outros, contribuindo paraaconstrugio de uma sociedad gojiq May ea, ~ nrauzio Varela, em artigo publicado i e 0 médico Drauzio Varel 0 Jornal ” 30.10.2010, refere-sea curiosa experiencia de ser av0 e obseryg tks , fa, ny munelo como consequencia de decis6es alas naegy Faeroe io...) Dizem os biogos evoluclonistas qe 6 Amor dog a Bag, sobrevivencia aos bebés que tem asorte ddecontar com eles, razioppla awa oe sistido em nossa espécie, Pelo mesmo motivo, explicam as vantagens voting eem que a mulher, agora in rl, reGne experiénca e disponibi jam quais orem as ratzes biol6gicas,ofato€ que cafmag qa damental que estimulo parase 1s netos vem 20" aus, fa cuidarda prole. Sej Concluiomesmoautor: “entramosnuma fase inigualavel da vida, compromissossociais parabrincareitocriangascom Osnetos semnosacham Merece destacada avaliaga0 0 “direito de visita” concedidoosayy.. que envolvema separagao ea auséncia dos genitores da crianca, A pr 705 ices se vincula a propria expressdo “visita” que ¢ impr6pria por significar um : ver alguém em sua residencia, quando em realidade as visitas devem ser Cortes, lugar diverso da residencia habitual do menor e, muito menos espelhaapri . o genitor nao guardiao permanecer alguns dias, usualmente em finais de Usual fio visitado, sendo certo que a denominagao direito de visita nao expressaran gativa em toda a sua amplitude, particularmente no seu vies psicologco, a aan evisitado relacdes de afeto, cultivando reefprocae sinceracomimieag ‘Ao indicar a preferéncia pela expressdo convivéncia, Fabio Bauab Bosch d que esta “denotafamiliaridade ou trato diario, indo muito além do significado, ie visita, encerrando a finalidade do direito de visita que € exatamente manter trio. convivio rompido entre o visitante € 0 visitado”. Para ele, a visita, no sentido teenies conferido para o direito, envolve a comunicacdo entre as partes, o peroite, cons nhia, a vigilancia e o compartilhamento das emogoes, além de possibilitar a0 visianye o exercicio, quando for o caso, de determinadas fungdes vinculadas ao pode fai Odireito a convivencia dos av6s com os netos passou aserexpressamentereconbe cido como advento da Lei 12,398/11 que acrescentou um pardgrafo tinico aoart 158° do Codigo Civil, estendendo o direito de visita a qualquer dos vos. Este direito nao se restringe apenas ao direito de visitar os netos, masenglobs, um bem, o direito dese corresponder com o neto eo de hospedar, Destaca finalments, ibe de Mathias: “o direito de corresponder com o neto é considerado uma das press do avo, sendo certo que a correspondencia pode ser efetuada por esctit0, por teleone ou qualquer outro meio”. ma, aus 42. VARELLA, Drauzio, apud LOPES, Fabio. Avds e Netos uma forma especial de amar: manual de conviveait SP:Manole, 2011, p, 19-20 43. MADALENO, Rolf. Direito de Familia Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 455 44. BOSCHI, Fébio Bauab, Direito de Visita. So Paulo: Saraiva, 2005, p. 45: in x8" 45, MATHIAS, Fabio de. Avé direito de visitae limites a autoridade parental. nt Enciclopedia Saravade Digitalizado com CamScanneras on .s, 0 exercicio da autoridade oa . lade parental ox dev ydelado em razao de wean a obstante os entendimentos da 3* Turma,ince ilor asociedade,o meioambiente,anatureza" Coneluiamesmasee tt do existe 0 compromisso uma responsabilidad em estar no mun, led de fazer aquilo que satisfaz, mas sim, ajudar aa construir uma secede =e Prinetpios moras. Isso permite construir uma historia da qualseten, orien Nouniversojuridico, entimo-nosrealizados por pantcipan deum grupo dejurs humanistas queseempenharama trazer para o Direitoas diretrizes, flosdicasdoseaaas sobre o cuidado desde 2005, fazendo com que o cuidado chegasse aos nosy Trbunas como valor juridico a orientar uma solucdo ética de contlitos nas relagdes familiares Leonardo Bofl participou desde inicio do nosso projeto ao reconhecer mioh0 cuidado como valor juridico, que eh ‘atadas como sentimer tea manas vinculadasa enferma, Ben, -Apont, [al justgae as vitudes para serem humanas precisam expressar o mado deer singular doserhunsxe ee individual que se faz virtuoso para com 0s outros, animal potico vivendo sob o impéia de esse e instituigBes. Em ambas as esferasse realiza a justicae vigoramas vitudes, Mas isso ndobasta precise" suaessénciacomo um serquenasceu docuidado, tende natutalmenteacuidaedesejasercuidado Ocados impedird que as virtudes se transformem em farisasmo, as leis em legalismo.eas insituigdesem pistes Merece destaque nestes estudos o acérdao da 3* Turma do ST) ao julgar 0 RESP 1.159.242/SP, no qual a violacao do dever de cuidado foi reconhecida como ato ict, Possibilitando-sea aplicacao das regras concernentes a responsabilidade civil eo conse 67. MAYEROFF Milton. On caring, Nova Yorktarper, 1971, p. 13. ae 68. NODDINGS, Nel, Ocuidado wma abordagem feminina aetica ea educagdo moral Sio1eopel ee) 69. WALDOW, Vera Regina, Cuida: expressao humanizadora da enfermagem. Petropolis: Vozes, 200: 70. Ibidem, p. 61 71. Thidem, p. 62. “ina da Sia, OLE 72. BOTT, Leonardo. Justiga cuidado: opostos ou complementares? In: PEREIRA, Tis Guilherme de (coord,). 0 cuidado como valor juridico. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p.11- Digitalizado com CamScanner Unisins 203,06jane ACONVIVENCIA INTERCERACION 30 iN geindenizat. No caso, min, jico objetivo esta inco, <0 eon locuga. ofa nas com LOCUCSes @ te , 0s ya doa 227 &8 CF/IORg. py tam Ye njuridicamente tutelado, lejange. not" Coma pata na Rees versa 49am ye On, ARelatorg,« nbeecuidado,importaeny Wulneragay Sito dey ts ontsntncan leverd, a ane lai lec nedes lee COMPEnsaGAo por dan oslo tte que seovolviment0douttinatiodo euidagy oun” Porabandono ne ae 0 i eiraimportante [UNO hermenguy de ‘ as guna Previses eps Odever do cuidado envolve o amparo dos pais idosos endo ligado a ideia de solidariedade, sempre vinculado, gratieitose deveres nao s6 familiares como aqueles Delos filhos maiores perma- ‘2no¢do de responsabilidade. de ambito social, Cuidar também significa respeitar, considerarasnecessids conformidade com suas particularidades, O respeito como outro, ao considera-lo como sujeito Finalmente, cabe alertar para procedimentos p "forma, RE ws. REsp1159242/5P, Re, Min Nancy’ : i Roberta O cuidado como prinefpio juridi » tg illterme de (coord), 0 eudado eli no np da Solidariedade Famili “rite Pratiea no Direito de Familia R Digitalizado com CamScannermento entre geracses €SPortivas que reftit a experiencia eas tradicdes que integr Reporto-me, finalmente, as palavras daJuiza Andréa Pacha, Magistrada do Tab de Justica do Estado do Rio de Janeiro, ao vivenciar em seu cotidiano a compet orfanolégica e das pessoas com deficiéncia, identifica a importincia da ines 0 geracional no ambito das relagoes familiares; i amg Todos envelhecemos. E sempre haveré mais tempo adiante. Os que estio. se e nds nao alcan¢aremos os que nos antecedem nessa estrada que Le ee ede” Seguiremos, velhos olhandlo para outros velhose nas sentido men vida. E mais vida. E mais vida. Velhos sao os outros. ate Digitalizado com CamScanner