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Guitargenesis

-O livro do guitarrista-
Texto: Pedro Cabral
Conteúdo Musical: Pedro Cabral
Capa: Chakal Design
Correção e Revisão de Texto: Pedro Cabral
Correção e Revisão musical: Pedro Cabral

Publicação primeira edição: 2018, Brasil


Nota do autor:

“Meus eternos agradecimentos desse livro vão para todos que


participaram diretamente ou indiretamente da minha carreira musical
como professores, parentes, amigos e influências.
Escrevi esse livro colocando tudo que acredito ser fundamental para
a formação no mínimo profissional de um guitarrista para sua carreia
como músico, partindo desde o zero até o avançado.
Tudo isso para que possa ajudar não só a quem já toca e deseja
progredir mais ou até mesmo não faz ideia de como toca e gostaria
de aprender, mas não consegue acesso a um bom professor.
O livro também tem a função de orientar, podendo ser muito bem
usado por professores que estão começando e buscam uma
organização para ensinar seus alunos.
Busquei colocar o máximo de informação nele que possa ajudar a
crescer musicalmente e com seu instrumento, coisas que demorei
anos para aprender, que agora estão aqui em poucas páginas para
quem busca se dedicar aos estudos.
Espero que aprecie a leitura, mais uma vez obrigado a todos que
tornaram essa realidade possível.
E bons estudos!
Sumário
1) Sobre o autor

2) A história da Guitarra

3) Dando início aos estudos


a)Acordes simples
i) Leitura de Cifra
ii) CAGED
iii) Acordes primários

b)Ritmo I
i) Entendimento Rítmico
ii) Palheta e suas formas de uso.

c)Pestana
i)Primeiras pestanas e formas de entender
ii) Estudo do braço
iii) Forma de Estudo

d)Leitura de Tablatura
i)Como ler Tablatura
ii) Técnica I e suas leituras
iii) Alongamento

e)Partitura I
i)Como ler partitura
ii) Forma de Estudo
f)Escalas Maiores
i)Intervalos
ii) Posições de Shapes
iii) Escala de Dó Maior

iv) Ciclo de Quintas


v)Forma de Estudo
g)Escala Pentatônica
i)Escala de Dó Maior
ii) Alterações na Escala Pentatônica
iii) Forma de Estudo

h)Campo Harmônico e Improvisação


i)Tríades
ii) Formação do Campo Harmônico
iii) Artifícios para Improvisação

iv) Forma de Estudo


i)Tétrades
i)Formação de Tétrades
ii) Inversão de Acordes
iii) CAGED para formação

iv) Forma de Estudo


j)Ritmo II
i)Tercina e Figura Pontuada
ii) Samba
iii) Baião

iv) Forma de Estudo


k)Escalas Menores
i)Formação da Escala Menor
ii) Escala Menor Melódica
iii) Escala Menor Harmônica

iv) Penta 7 e Penta 6


v)Forma de Estudo
l)Técnica II
i)Tapping
ii) Palhetada Hibrida e Dedilhado
m)Modos Gregos
i)Jônio
ii) Dórico
iii) Frígio

iv) Lídio
v)Mixolídio
vi) Eólio
vii) Lócrio

4) Exercícios
5) Dicas para cuidar do instrumento

6) Bibliografia, Linkgrafia e Contribuintes


Sobre o autor
Pedro Cabral, nasceu em Três Lagoas - Mato Grosso do Sul, Brasil
em 1996. Começou seus estudos de música aos onze anos em
2007 com o professor Hélio André Castelhano, cujo manteve aulas
particulares durante seis anos e mais quatro de violão erudito. Em
2011 começou a lecionar guitarra e violão e em 2012 cursou Teoria
e Percepção musical no IFMS (Instituto Federal do Mato Grosso do
Sul) passando a dar aulas suplentes de violão erudito na Secretaria
de Cultura de Três Lagoas.

Em 2014 se mudou para São Paulo capital, onde estudou na


Faculdade de Música Souza Lima para bacharel em guitarra
popular, lá tendo aulas com Lupa Santiago e Jarbas Barbosa. No
entanto não finalizou seu curso e depois estudou brevemente no
EM&T (Escola de Música e Tecnologia) por alguns meses.

Em 2015 entrou em um pequeno hiato musical e começou a estudar


design, artes digitais e music business. Se graduou na escola de
design e games RedZero e Rivers.

Em 2016 começou a investir nas aulas e cursos onlines e após um


hiato retomou suas atividades docentes e artísticas na capital
paulista.
Hoje, Pedro, trabalha como professor particular online, presencial,
guitarrista solo, produtor artístico e coach musical.
A História da guitarra
Que tal para entendermos um pouco mais sobre nosso instrumento
e sabermos de onde ele veio?

Para compreendermos como surgiu a guitarra


elétrica, vamos voltar a década de 30 onde dois amigos
apaixonados por música chamados George Beauchamp e Adolph
Rickenbacker criaram o primeiro tipo de ferramenta que captam
ondas eletromagnéticas para poder amplificar o som de um
instrumento, foi aí então que surgiu nossa primeira guitarra
elétrica.
“Frying Pan ” ou “Frigideira ” foi a primeira guitarra elétrica da
história, criada em 1931 nos EUA por esses dois amigos.

Mas apesar dessa grande invenção, marco na história da música, a


guitarra ainda estava um pouco longe de vir a sua era de ouro.
Muitos músicos mais conservadores negavam o instrumento e suas
vendas não eram das melhores.

Tudo isso viria a mudar um bom tempo depois, quando um músico


que se sentia frustrado por nunca conseguir tirar um som
relativamente alto ao vivo, buscou uma forma de adaptar a guitarra
aos captadores de uma forma que não perdesse a clareza de seu
som e gerasse um bom e claro volume. Esse músico foi ninguém
menos que o grandioso Les Paul.

Les Paul por volta de 1940, criou seu primeiro protótipo, depois de
anos de estudo, chamado de “The Log ”, cujo as cordas e
captadores foram instalados em um modelo de madeira sólido.

Quando a “The Log” foi apresentada pelo jovem Les Paul a empresa
de guitarras Gibson, eles negaram a ideia, alegando que não era
adequado ao mercado. Mas isso não impediu aquele rapaz de
continuar e mal sonhava a empresa que aquele homem montaria
com eles uma das parcerias mais memoráveis da história.

A partir do final da década de 40 a guitarra começou a tomar mais


espaço e todo o engatinhar gerado até ali começou a ter atenção.
As primeiras guitarras a entrarem no espaço musical eram as
guitarras semiacústicas, muito usadas até hoje, que não
necessitavam de muita potência para amplificar seu som e
conseguiam preencher bem os espaços de apresentações e
começaram a ficar bem presentes nas big bands de jazz.
Os primeiros modelos semiacústicos já vêm desde 1936 quando a
Gibson anunciou a ES150.
Pegando a mesma ideia de design criada pelo designer americano,
Lloyd Loar, anos atrás para os instrumentos da própria Gibson, as
semiacústicas tomaram conta do seu espaço no mercado cada vez
mais.

Mas cada vez mais com a evolução dos captadores, mais guitarras
com a mesma ideia apresentada por Les Paul começaram a surgir.

Devido a implementação dos captadores, as guitarras poderiam ser


sólidas, sem necessidade de uma caixa e aberturas acústicas,
sendo ligadas diretamente em um amplificador para gerar seu som.

Foi por volta de 1948 que George Fullerton se juntou ao seu amigo
Leo Fender .

Juntos criaram a primeira guitarra de corpo


maciço que pudesse ser produzida em massa para o mercado. O
primeiro modelo que ambos desenharam junto batizaram de
Broadcaster , porém mais tarde mudaram esse nome para
Telecaster . Esse modelo foi lançado em 1950 e se tornou a primeira
guitarra de corpo maciço comercializada da história da música e
mudou para sempre a história da guitarra elétrica.

Com o sucesso monstruoso pela Fender Telecaster tanto visual,


quanto comercial. A Gibson resolveu correr atrás do prejuízo,
buscando o velho Les Paul, que haviam chutado anos atrás quando
apresentou a ideia da guitarra de corpo maciço.

Foi então que a empresa entrou em contato com Les Paul e juntos
fizeram seu primeiro modelo, que levaria o nome do músico, a
famosa Gibson Les Paul .

Foi então que em 1952, a Gibson lançou seu primeiro modelo de


guitarra de corpo sólido no mercado.

Seu sucesso foi extremo, se tornando um dos modelos de guitarra


mais famosos e memoráveis até os dias de hoje.

Nessa altura, meado dos anos 50, a guitarra elétrica já havia


tomado totalmente os holofotes no mundo da música, sendo um
instrumento muito usado no Blues, no Jazz e principalmente no
Rock, sendo seu principal instrumento.
Quando parecia que já não poderia mudar
mais, eis que em 1954, Leo Fender marca o mundo da música mais
uma vez lançando um segundo modelo, a famosa Stratocaster .

A Stratocaster trazia um design diferente, porém não era seu


desenho que revolucionaria o mundo da guitarra e sim suas
novidades elétricas.
Diferentes dos demais modelos que apresentavam dois captadores
conjuntos [Humbuckers], a Strato trazia três captadores simples e
uma chave seletora de até cinco opções para conseguir tirar várias
opções de sons e timbres.

Ela também apresentava pela primeira vez uma alavanca de trêmulo


na ponte do instrumento. A stratocaster se tornou um fenômeno e
com certeza até hoje é o modelo de guitarra elétrica mais popular e
presente em todo o mundo.
Muitos guitarristas da época adotaram esse modelo como suas
marcas, fazendo a fama da strato crescer cada vez mais. Entre
esses guitarristas estavam: Eric Clapton, Jimi Hendrix, Jeff Beck,
David Gilmour, Richie Blackmour, entre outros.

Claro que a Les Paul e Telecaster também tiveram seu espaço nas
mãos de grandes ícones da guitarra como o Beatle, George
Harrison que é lembro até hoje por seu telecaster e lendas do rock
como Jimmy Page, Slash, Zack Wylde, Randy Rhoads, Ace Frehley
que usavam da Les Paul nas suas icônicas performances.
Com a evolução dos anos a guitarra só foi evoluindo, aprimorando
sua tecnologia e técnica na construção com outros tipos de madeira,
fiações, captações, designs e ferragens. Assim foram surgindo
várias outras empresas que entraram para o hall da história da
guitarra como Ibanez, Jackson, MusicMan, ESP, Washburn, entre
outras diversas que surgem a cada dia.
Dando início aos estudos
Em 2007, pegado pela empolgação dos jogos de videogame da
série, Guitar Hero, comecei a me interessar e apaixonar pela
guitarra. Mas minha paixão pela música vem desde muito antes.
Quando era pequeno me imaginava diversas vezes como músico
tocando as músicas que gostava na época, às vezes como
guitarrista, às vezes como vocalista, às vezes como o baterista.
Mas foi só em 2007 que resolvi “levar a sério”. Contei aos meus pais
e então me matricularam em um conservatório na cidade. Mas em
pouco tempo o conservatório havia rumores de ser fechado e um
pouco desinteressado, abandonei as aulas.

Mas não desisti daquela vontade que me surgia, pedi aos meus pais
que me dessem uma guitarra e após um tempo me deram minha
primeira stratocaster. Comprava revistas de guitarra para tentar
aprender sozinho, mas não ia para frente e influenciado por minha
mãe e amigos, busquei um professor e foi aí que reencontrei o
professor e atualmente produtor, Hélio Castelhano. Ele era o
professor no conservatório e seria meu professor particular nos
próximos seis anos.

Foi então que comecei minha jornada com a guitarra, uma paixão,
um sonho, que se perpetuaram por anos até os dias atuais.

Em minha primeira aula, me recordo até hoje, de aprender meus


primeiros acordes e sobre o instrumento que estava tão apaixonado.
1. Handstock / Mão
1. Tarraxas
2. Pestana
2. Neck / Braço
1. Casas
2. Trastes
3. Marcadores
4. Ligação com Braço [Geralmente Colados ou
Parafusadas]
3. Body / Corpo
1. Captador do Braço
2. Captador da Ponte
3. Ponte
4. Alavanca
5. Chave Seletora
6. Controladores ou Knobs de V olume e T imbre
7. Jack
8. Pino da Correia
4. Cordas
1. Graves
1. 6ª E (Mi)
2. 5ª A (Lá)
3. 4ª D (Ré)
2. Agudas
1. 3ª G (Sol)
2. 2ª B (Si)
3. 1ª E (Mi)
Para aprender meus primeiros acordes, meu professor me explicou
o que eram as cifras . Um meio padronizado americano para
identificação dos acordes e notas através das letras do alfabeto.

C - Dó | D - Ré | E - Mi | F - Fá | G - Sol | A - Lá | B -
Si
Junto a esse detalhe também vem a classificação de que quando
encontrar um “m” na frente de uma dessas letras, indicaria aquele
como um acorde menor.

Me lembro bem até da analogia de que acordes maiores seriam


acordes felizes, enquanto acordes menores seriam acordes tristes.

E então me explicou como se lia estas tal cifras


em um sistema de grades chamado CAGED.

Sua posição é vertical, projetando o braço da guitarra caso


estivesse de pé. Suas linhas verticais indicam as cordas, indo da
mais grave (esquerda) para mais aguda (direita)
A linhas horizontais são os trastes no braço do instrumento e entre
cada traste, temos a casa sugerida.

Quando encontramos números de 1 a 4 sobre o CAGED, ele está


nos indicando em qual corda e qual casa seu dedo deve estar para
executar aquele acorde.

Lembrando que os números representam nossos dedos da mão


esquerda: 1 – Indicador | 2 – Médio | 3 – Anelar | 4 – Mindinho

Mas afinal, o que significa “CAGED”?

CAGED é a união das cifras por região no decorrer do braço das


suas primeiras às últimas casas.

Tem se tornando nas últimas décadas a forma mais clara e didática


para aprendizagem na guitarra e violão.

Bem, vamos aos nossos primeiros acordes.


Acordes Simples

Esses acordes simples haviam sido os primeiros acordes que


aprendi na época. Cinco acordes maiores, três menores e três com
sétima simples.

Quando aprendi meus primeiros acordes, logo de cara aprendi


músicas infantis simples para treinar minha coordenação, mudança
e memória como: Marcha Soldado, Parabéns e Atirei o Pau no Gato.

Mas após passar por elas acabei as esquecendo e durante alguns


anos como professor aplicando isso, principalmente em alunos mais
velhos, percebi que acaba se tornando maçante e chato uma
introdução ao seu instrumento com músicas infantis.

Em caso de crianças funciona muito bem, mas entre jovens e


adultos gera um certo empurrão não muito agradável.
Então pesquisei e encontrei diversas músicas mais apresentáveis e
em diversos estilos que muitos podem gostar de aprender e logo
estarem tocando entre amigos e familiares.

Entre essas músicas temos: Acima do Sol - Skank; Os Anjos - O


Rappa; ainda é Cedo - Legião Urbana; O passageiro - Capital
Inicial; Que País é Esse? - Legião Urbana; Alagados -
Paralamas do Sucesso; T e Esperando - Luan Santana; Os Anjos
Cantam - Jorge e Matheus; Era um Garoto - Engenheiros do
Hawaii; Last Kiss - Pearl Jam; O Sol - Jota Quest e Maluco
Beleza - Raul Seixas , que foi uma das primeiras músicas populares
que aprendi a tocar.

Todas essas músicas, são músicas que possuem entre 2, 3 e 4


acordes no máximo em sua estrutura, sendo elas com acordes
simples, sem uso de pestana e com o ritmo totalmente adaptável
para algo fácil. Sendo assim, quem está começando tem total
facilidade em executar, aprender, estudar e o mais importante: Se
divertir.

É muito chato e frustrante quando não conseguimos executar uma


música de uma forma bonita ou correta, mesmo para quem acabou
de começar e ainda está aprendendo, é uma sensação muito chata
e às vezes leva a desistência do instrumento.

Então para memorizar os acordes, estudar sua troca de uma forma


legal e ainda sim manter uma boa quantidade de músicas para fluir
seu repertório fica a seguinte dica:

Comece pegando músicas simples, entre 2 e 3 acordes.


Escolha uma e toque ela por uma semana. * Lembre que as
cifras sempre estarão em cima da letra no exato
momento que devem ser trocadas *
Treine essa música entre 10 a 15 minutos do seu dia, todos
os dias.
Em uma semana, fazendo esse compromisso (Sem falhar),
você já estará tocando a música muito bem e nem vai
lembrar que uma semana antes, não sabia nem como
segurar o instrumento.
Após feito isso, escolha outra música e vá seguindo. Depois
de quatro semanas, comece a pegar as músicas com 4
acordes.
Após mais 4 semanas, comece a trabalhar pegando mais
duas músicas por semana.
Em 3 meses seguindo essa pequena receita com dedicação,
você já estará tocando qualquer música (de acordes
simples), tocando em rodas com os amigos e já poderá dizer:
Sei tocar guitarra / violão.

Está certo, mas esqueceu de falar algo, não é? Como são os


ritmos? É só bater no violão?
Ritmo I
Quando comecei a aprender, me lembro do meu professor me
passar um ritmo somente com polegar e dedos para cima e para
baixo e depois me passou um ritmo chamado Balada .

Ele era exatamente assim e funcionava muito bem para todas as


músicas. Depois disso ele nunca mais me passou nenhum ritmo e
ainda sim as aulas continuam fluindo. Mas eu notava em outros
alunos e outras pessoas que tocavam sempre falando de Ritmo
Balada Pop, Rock I, Rock II, Rock Inglês, Reagge, entre alguns
outros e eu ficava com uma grande cara de interrogação.

Na maioria das vezes muitos desses ritmos era igual, mudando uma
batida ou outra e quando executados as pessoas nunca os faziam
continuamente corretos.
Quando comecei a dar aula me preocupei com isso, pois nunca
soube desses ritmos com diversos nomes e nunca me preocupei em
estudá-los. Para mim todos eram iguais, dando destaque para
diferença de ritmos já mais avançados desde Samba, Baião ou até
mesmo Arroxa.

Foi então que entendi como eu tocava e aprendia os ritmos na hora


de aprender uma nova música e como era simples os seguir.

O ritmo é algo quase que inato na nossa cabeça, sendo fácil de


aprendê-lo ou se aprimorar, principalmente para quem está
acabando de começar, onde trabalhamos sempre ideias de 4/4
cíclicas.
4/4 (4 por 4) é nomenclatura que damos para o andamento de 4
tempos com 4 batidas. Algo presente em 90% das músicas
populares, primordialmente para quem está começando.

Ou seja

1 2 3 4, 1 2 3 4, 1 2 3 4,

Seguindo esta contagem e muitas vezes tentando seguir a guia


original da música que pretendia tocar ou até mesmo deixando com
que minha mão siga as batidas percussivas da bateria presente nas
músicas, eu aprendia a tocar e executar os ritmos.

Uma boa forma para você fazer isso é:


Escolha a música que pretende aprender a tocar
Escute ela uma vez antes, conhecendo ela já ou não.
Tente focar sua atenção na guitarra/violão dela e bateria.
Tente acompanhar a música com seu instrumento, deixando
que sua mão siga a música naturalmente.
Faça esse exercício algumas vezes e verá que sempre estará
pronto para tocar qualquer ritmo de qualquer música.

Se estiver encontrando dificuldade, pegue o ritmo que mostrei logo


acima (Sim, o “Balada” que mostrei) e use ele como sua base e a
partir dele, vá para o ritmo que melhor entender, da variação que
melhor preferir.

Caso a música esteja muito complicada para se entender e você


ainda quer tocá-la ou buscar algo mais simples para começar a
praticar seus acordes, independente da música que seja, faça em
ritmo lento a variação sempre de batida para Cima e Baixo.

Para executar, lembre-se de estar usando sempre a sequência de:


Polegar - Dedos.
E quando digo “Dedos” me referido a todos os dedo da sua mão
direita.
Claro que pode estar usando um outro meio, para focar tudo em
uma única forma: A Palheta .

Para ressaltar antes de tudo, não existe uma forma “correta” de se


segurar uma palheta. Sempre digo que isso é algo muito particular
de guitarrista para guitarrista, mas talvez a forma mais padrão e
recomendada para se começar seja:

Segurando com sua ponta mais oval, apontada para fora de sua
mão, com sua base mais arredondada sobre a lateral do seu
indicador direito e com o polegar por cima segurando a palheta.
Como demonstrado na imagem.
Pestana
Até agora você já está bem preparado, sabendo como fazer ritmos e
os acordes básicos. Mas se olhar nossa tabela de acordes verá que
falta o acorde F (Fá) e B (Si), assim como não temos o acorde Cm
(Dó menor) ou Gm (Sol menor).

Esses acordes são utilizados com o que chamamos de Pestana.


A pestana nada mais é o uso do seu dedo indicador, prendendo
todas as cordas do instrumento, enquanto os outros demais dedos
geram o acorde. Ele então faz a mesma função da peça “Pestana”
que temos logo no começol do braço da guitarra.

Na sua leitura dentro do CAGED, ela é indicada geralmente com um


risco ou uma seta na casa em que se deve ser feita a pestana.
As notas com pestanas no CAGED são basicamente quatro:
Mas, e no caso de Cm ou Gm?

É bem simples, suas montagens são perfeitamente iguais.

Vamos olhar as notas musicais que nos conhecemos:

C-D-E-F–G-A-B

Entre essas notas teremos o que nós chamamos de acidentes


musicais que são representados por Sustenidos (#) e bemóis (b).

Ficando então
C - C# - D - D# - E - F - F# - G - G# - A - A# - B
Chegando no B, voltamos para o C.

Vale lembrar também que o E e o B possuem #, mas todos possuem


bemol.

Vamos observar isso no braço da guitarra:


Sendo assim, qualquer acorde que seja (mas claro usando a
pestana com exemplo devido sua sonoridade funcional) se andar
uma casa a frente, você terá uma nota/acorde diferente, mas com o
exato mesmo desenho.

Usando como exemplo o acorde de F:

Você o monta na primeira casa, correto? Se o arrasta uma casa


para frente e o montar na casa 2, você estará fazendo o acorde de
F#. Se arrastar mais uma vez, para a casa 3, você terá o acorde de
G feito com pestana e assim por diante.

Seguindo essa lógica de pensamento, você usando os três


desenhos que passei com acordes de F, Fm, B e Bm que são
basicamente um maior e um menor para pestana na sexta corda e
um maior e menor com pestana para quinta corda. Você pode
montar qualquer acorde com pestana em qualquer região que
queira.

Mas não se assuste até agora, pestana no começo é difícil e nem


sempre o seu som vai sair de primeira e vai levar um tempo
praticando. Me lembro de quando aprendi ter ficado um mês
tocando a mesma música, Como eu quero do grupo Kid Abelha.

Neste momento não desanime, continue praticando e com


dedicação e paciência verá que estará tocando as pestanas mais
rápido do que imagina. Minha dica para praticar esses acordes é:
Procure e escolha uma música que possui uma pestana
apenas, seja ela qual for.
Comece a treinar ela uns 5 minutos isolada e então comece
a praticar com a música por uns 15 minutos.
Irá errar de começo, o som irá sair feio, mas não fique
parando ou desviando seu foco, concentre seus 15min em
tentar tocar aquela música e fazer as mudanças desta
pestana para as demais notas.
Treine essa música por 2 semanas fazendo esses 20 minutos
diariamente. Após esse prazo verá que já está tocando a
música escolhida.
Faça isso mais algumas vezes, mas tentando então pegar
pestanas em posições diferentes. Faça esse seu repertório
por um mês e então comece a tentar reduzir para uma
música por semana com pestana.
Passado mais um mês com essa mesma dinâmica, comece a
pegar músicas com 2 ou mais pestanas ou até mesmo feitas
somente com pestana para praticar.

Seguindo essa receita dedicadamente, no prazo de três a 4 meses


você estará tocando com as pestanas tranquilamente.

Juntando com seus resultados anteriores, em 6 meses você deixou


de ser alguém que não fazia ideia de como tocar violão para alguém
que tem um forte conhecimento básico de música popular e
consegue tocar violão com os amigos, em rodas festivas, familiares
e se divertir. Acredite, eu levei quase um ano para todo esse
processo.
Leitura de Tablatura
Quando comecei a pegar minhas primeiras tablaturas, como muitos
guitarristas que estão começando para facilitar na leitura de solos,
fiquei bem empolgado. Como maior parte de quem começa na
guitarra, o que mais queremos é tocar solos, principalmente os que
somos fãs.
Foi aí que aprendi meu primeiro solo, que foi o solo da música
Smells Like Teen Spirit da banda Nirvana. Mas como é feito a leitura
da tablatura?

A tablatura é uma grade de seis linhas horizontais que representam


as seis cordas do instrumento, começando da mais aguda para mais
grave (de cima para baixo respectivamente).

Nelas você encontra números que são os números da casa que


você deve tocar, como por exemplo:
O número 3 na segunda linha significa que deve pressionar na
terceira casa, na segunda corda.

No caso de encontrar o número 0, você deve tocar a corda solta.


Esse é o básico de como se ler uma tablatura, mas existem também
as anotações para as técnicas presentes nos solos, afinal um solo
sempre é cheio de detalhes e não só notas palhetadas.
Entre essas técnicas e suas leituras estão:

Bend - B - Arqueamento da corda para outra nota.

Reverse Bend - R.B - Arqueamento reverso da corda.

Hammer On - H.O - Ligado ascendente.

Pull Off - P.O - Ligado descendente.

Tapping ou Two Hands - T - Ligado com a mão direita.


Trêmulo ou Vibrado - ~ - Agitação da corda gerando som trêmulo.

Slide - / - Deslizar de uma nota a outra pela corda.

Vamos então falar brevemente um pouco de cada uma.

Bend
O Bend e o Reverse Bend são talvez um dos recursos mais usados
por guitarristas, sua leitura sempre vai indicar se ele quer que você
alcance 1 ou 1 ½ tom daquela nota. É a mais popular das técnicas,
mas deve sempre ser estudada com muito cuidado para que não
alcance as notas erradas gerando o que chamamos de um “bend
desafinado”, esse é um erro muito presente e comum em diversos
guitarristas, sejam eles iniciantes ou profissionais.
Reverse- Bend e
Bend:

Slide
Uma boa forma de verificar as notas do bend ou de executar outra
boa técnica é através do Slide. O slide é quando deslizamos nosso
dedo na corda de uma nota a outra, gerando aquele som crescente
ou decrescente.
Ligados
(Hammer On e Pull Off)

Outra técnica bem presente nos solos de diversos guitarristas e


sendo uma dentre as minhas preferidas são os ligados, ou, Hammer
On e Pull Off.
O hammer on, que seria uma tradução para martelando, é quando
pressionamos a nota seguinte com o dedo gerando outro som, ou
seja, você irá palhetar uma vez e executar duas notas.
E o pull off é o inverso disso, o movimento contrário, mas com a
mesma finalidade. Muitas vezes ambos são usados juntos, sendo
chamados apenas de ligado e demandar uma dedicação maior do
uso isolado da sua mão esquerda.

Vibrato ou Trêmulo
E por último e não menos importante (por hora), o vibrato. Algo
muito usado pelos guitarristas no final de suas execuções em notas
estáticas para gerar uma certa dinâmica a elas e darem um
determinado brilho a música ou aquele momento. (Mas se lembre de
não usar isso em excesso em!)
Por que não vamos falar de tapping agora? Vamos deixar essa
técnica mais para frente e então falaremos dela, ok?

Agora você sabe como ler tablaturas e suas técnicas presentes,


agora basta ir começar a aprender seus solos favoritos, dentro do
seu nível, é claro.

Assim como todo conteúdo dito até aqui, eu passei um pequeno


cronograma para estudar, aqui não será diferente.

Seguindo essa receita, logo estará pegando solos melhores, como


lendo sua tablatura com mais clareza.

Escolha um solo simples com menor quantidade de técnicas


possíveis para começar a aprender e o estabeleça como sua
meta semanal.
Treine 5 minutos sua leitura e técnicas com exercícios
simples. 5 minutos de 1-2-3-4 e 3 minutos para cada uma
das técnicas.
Após seu aquecimento das técnicas, tente pegar seu solo
escolhido e o treine por 10 min.
Faça esse treino de 20min por dia e tente atingir o resultado
do seu solo para trocá-lo semanalmente. Após executar dois
solos sem dificuldade e corretamente, comece a pegar solos
e trechos com mais dificuldade e técnicas.
Entre 3 a 4 meses você estará dominando as tablaturas e
conseguindo pegar todos os solos que gostaria de aprender
(sempre dentro do seu nível de dificuldade)
Alongamento
Esse é um momento em que você começa a exigir mais do seus
dedos e pulso, então para prevenir lesões futuras é sempre bom
começar a fazer um breve alongamento antes de começar seus
estudos.

Quando comecei a tocar, não alongava, o que sempre acaba me


ocasionando dores nos pulsos e dedos. Alguns colegas chegaram a
passar por problemas mais sérios de tendinite e no pulso devido à
falta de um alongamento adequado e um estudo muito forçado.

Vou dar algumas dicas de alongamentos leves e rápidos para você


que está começando, mas lembre-se de em casos de dor está
procurando um médico da área e em casos de busca de exercícios
diferentes ou mais avançados, buscar um profissional da
fisioterapia.

Entrelace os dedos à sua frente e à altura dos


ombros. Vire as palmas das mãos para fora à medida que estica os
braços para a frente até sentir um alongamento nos ombros, parte
superior das costas, braços, mãos, dedos e pulsos. Mantenha um
alongamento confortável durante 15 segundos, depois relaxe e
repita.
Com os braços esticados à frente, dobre as mãos
pelos pulsos com os dedos voltados para cima e as mãos esticadas.
Este movimento irá permitir o alongamento da parte posterior dos
antebraços. Mantenha a posição entre 10 a 12 segundos. Faça este
exercício duas vezes.

Agora vamos alongar a parte posterior dos


antebraços. Com os braços esticados à frente, dobre as mãos pelos
pulsos com os dedos dobrados pelas articulações. Mantenha a
posição durante 10 segundos. Faça este exercício duas vezes.

Para este exercício, ponha as mãos juntas à sua


frente, com os cotovelos para fora. Sem mexer os cotovelos e com
as “mãos postas”, faça-as descer vagarosamente, sempre com as
palmas das mãos unidas. Quando sentir que as palmas das mãos
estão a afastar-se uma da outra, suba-as até estarem novamente
unidas. Faça isto muito devagar. O objetivo máximo é fazer com que
os pulsos se movam até ficarem abaixo dos cotovelos sempre com
as palmas das mãos unidas. Quando conseguir fazer este exercício,
rode as mãos para dentro em direção ao peito e depois para fora.
Cada um destes passos constituem um alongamento separado e
deve ter a sua própria contagem.
Partitura I
Agora que você conhece a tablatura e sabe como ela funciona, por
que não vamos conhecer a principal no assunto da leitura? Partitura.
Muitos guitarristas tem uma grande dificuldade na leitura da
partitura, principalmente após o surgimento da Tablatura. Mas a
partitura, além de ser o meio principal de leitura dentro de todo
mundo da música, lhe oferece muito mais informação e
compreensão sobre a música que está tocando do que a tablatura.

Eu passei anos sem saber ler uma partitura, fui apenas começar a
estudar e aprender a lê-la em 2010, quando comecei a estudar o
Violão Erudito para melhorar meus conhecimentos musicais e
aprimorar minha técnica. Ela voltou a se tornar mais presente ainda
em minha vida quando ingressei na faculdade de música em 2014 e
até hoje se mantém presente.

E acredite ela é bem mais simples de se aprender do que parece.

A partitura é formada por cinco linhas horizontais que chamamos de


Pentagrama . Neste pentagrama irão se apresentar algumas
indicações para nós como:
A Clave :

As claves são responsáveis por nos indicar a tessitura ou timbre do


instrumento. Existem três tipos de claves:

Clave de Sol Clave de Fá

Clave de Dó

Para a guitarra e violão, nós usamos a Clave de Sol , pois ela é a


mais indicada para instrumentos de timbre médio - agudo.

Logo após a clave, nós temos a Armadura de Clave, e ela irá


indicar para nós a tonalidade que a música se encontra. Sempre
será demarcado sobre a nota, os acidentes presentes na música,
assim nos dando o tom da música.

Depois, encontramos dois números sobrepostos que são a nossa


Fórmula de Compasso . São esses números que vão indicar para
nós o tempo da música. Lembra lá atrás quando comentei sobre o
4/4?
Mas antes de entrarmos em detalhe dos compassos, você precisa
conhecer algo tão importante quanto. As figuras rítmicas .

Elas são fundamentais para entendermos a fórmula de compasso e


claramente sabermos a duração de cada nota que será executada
ali.

Cada figura possui um devido valor padrão de tempo, um nome e


uma pausa com seu respectivo valor de silêncio. Elas também irão
possuir suas subdivisões dentro do compasso.

Imagine que você tem uma enorme pizza, ela inteira é uma
Semibreve com valor total de 8. Se você dividir ela pela sua
metade, terá a Mínima com sua subdivisão do compasso em 2, ou
seja, duas mínimas para preencher todo aquele espaço. Dividindo
mais uma vez, terá sua Semínima com valor de 1, Colcheia ½ ,
Semicolcheia ¼ e assim por diante.

Você entendendo isso, podemos voltar ao nosso compasso. Se nós


temos um compasso de 4/4, isso significa que teremos uma música
onde devem haver 4 pulsos/batidas e que a nota que vale 1 tempo é
a nota cujo sua subdivisão é 4. Ou seja, a Semínima . Então serão
necessárias 4 semínimas (figura que vale 1 tempo) para fechar o
ciclo daquele compasso.
Esse valor está sujeito a mudar em determinadas vezes, nos
levando aos tipos de compassos existentes:

Compassos Simples são os compassos que temos uma divisão


mais clara e padrão dentro da nossa fórmula básica, sem alterar o
valor das figuras que conhecemos, alterando apenas o pulso na
maioria de suas vezes entre 2, 3 ou 4.

Compassos Compostos são compassos que temos uma divisão já


não tão exata e que escapa da nossa fórmula padrão, alterando o
valor das figuras. Em suas vezes fazendo com que a divisão de uma
figura para outra não seja entre 2, mas sim entre 3.

Voltando para nossa partitura, após aparição da clave, armadura de


clave, figura de compasso e possivelmente as notas. Quando você
atinge a quantidade de tempo pedido pela fórmula e dada pelas
figuras, é adicionado uma barra de divisão , para separar um
compasso do outro e você também pode encontrar em alguns casos
o Sinal de Repetição ao fim da partitura, indicação que ele quer
que você repita aquele trecho do início ou de onde está demarcado.

Ok, agora você sabe como é a estrutura padrão de uma partitura,


mas falta algo bem crucial.

Como ler as notas melodicamente na partitura. Isso também é bem


fácil.
A cada espaço e linha presente no pentagrama, existe uma nota.

Podendo até mesmo partir de fora do pentagrama, mas sempre


respeitando a ideia de espaços e linhas.

Para aprender e absorver bem a ideia de onde encontrar cada nota,


você pode estar criando um Safe Point / Ponto de Segurança .

Assim como na tablatura, partindo do grave para o agudo, sobre sua


segunda linha do pentagrama teremos a nota Sol. Mas por que ali é
nosso Safe Point?

A figura da clave de sol, termina seu traço exatamente sobre a


segunda linha do pentagrama que é o que define que ali é a nota
sol. Seguindo isso você pode partir entre espaços e linhas para cima
ou para baixo, demarcando onde fica cada nota.

As vezes podemos termos uma alteração (sustenido ou bemol) que


não conste na armadura de clave. Neste caso temos uma pequena
regra se tratando da partitura e teoria musical em geral.
Quando a nota é alterada para o (#) Sustenido subirá meio-tom e
quando for (b). Bemol descerá meio-tom. Neste caso o sinal virá na
frente da nota indicando a alteração e ela se manterá assim até o
final do compasso. Quando o compasso termina, o novo compasso
já está livre da alteração, sendo necessário colocar o acidente
novamente se necessário.
Para indicar que a nota retornou ao seu estado natural dentro do
mesmo compasso, usamos um sinal chamado de ( ♮ ) Bequadro .

Lembrando que para você ler bem a partitura e executá-la, não


basta apenas desenvolver sua leitura, você precisa conhecer muito
bem o braço do seu instrumento e saber onde se encontra cada
nota nele.

Com a partitura você irá desenvolver um ótimo envolvimento com


seu instrumento, melhorando sua rítmica, execução e até mesmo
conhecendo ele melhor.

Minha dica para estudar leitura é a seguinte:

Primeiro para se familiarizar com ela, pega um pentagrama


em branco e comece a colocar a notas do Mi mais grave e vá
até o Si mais agudo do pentagrama, pois são as notas que
estarão com maior presença na guitarra. Faça isso uma vez
por dia e colocando o nome das notas abaixo das figuras.
Depois estude as figuras, em 4/4 mesmo, completando
compassos da semibreve até a semicolcheia e colocando as
barras de divisão no lugar certo. É fundamental que depois
você toque ou mesmo batendo palma, execute essas notas
ritmicamente.
Feito isso, escolha uma partitura simples, seja ela de uma
música que mais popular ou um pequeno trecho específico,
mas de preferência algo que não conheça ou já toque. E
escolha também uma música que você já toque e conheça. E
então tente tocar lendo o que se pede e vendo nota a nota
seu desenvolver.
Faça diariamente estes exercícios, que provavelmente te
ocuparam entre 15 a 20 minutos do dia.
Faça isso até estar executando a música lendo (Sem olhar
para o braço do seu instrumento) de forma clara e
ininterrupta.
Após isso, escolha outras músicas e continue na mesma
ordem.
Entre 4 a 5 meses você terá uma ótima leitura e estará se
dando bem com a partitura.

OBS: a partitura é assim como qualquer idioma e leitura, precisa ser


exercitado e prática ou ele cai no esquecimento. A prática de leitura
é fundamental para um musicista e sempre requer atenção, seja
qualquer o seu nível
Escalas Maiores
Vamos agora começar a falar de escalas e começar a entender uma
das principais ferramentas para improvisar e compor.
Me recordo bem de quando aprendi pela primeira vez sobre as
escalas maiores. Na época, mal dei muita atenção para a lógica e
me foquei em ficar decorando a forma. Bem, mas vamos ao começo
e entender como é formada uma escala.

Primeiro é importante entender a formação de Intervalos musicais


que formam uma escala.
Nós sabemos que existem ao todo sete notas musicais e cinco
acidentes:

C-D-E-F-G-A-B
C# - D# - F# - G# - A#
Db - Eb - Gb - Ab - Bb

Mas usando esse conhecimento e uma pequena fórmula de


intervalos para escalas maiores, podemos montar nossa escala.
Essa fórmula é bem simples e é a seguinte:

T - T - St - T - T - T - St
Observe como essa fórmula se aplica, vamos montar aqui duas
escalas: C e D

T T St T T T St T T St T T T St
C-D-E-F-G-A-B-C D - E - F# - G# - A - B - C# - D
Para uma comunicação e marcação mais fácil, nós também
entregamos nomes de graus para estes intervalos através de
números romanos e alguns nomes.

Fundamental - I Quinta - V

Segunda - II Sexta - VI

Terça - III Sétima - VII

Quarta - IV Oitava - VIII

Tendo conhecimento sobre isso, podemos montar no braço do


nosso instrumento e vamos começaremos pela nossa escala mais
padrão e que não tem nenhum acidente: A escala de dó.

Em esquemas padrões, seguindo a escala de C a C, você teria uma


“shape” ou “desenho” como podemos chamar talvez partindo da
casa 3 na quinta corda até a casa 10 na primeira corda, fechando
nosso C a C e gerando essa nossa primeira opção dentro da escala
de dó.
E partir daí para outras posições no braço, seguiríamos o campo
harmônico.

Muitas vezes também encontramos em materiais mais tradicionais o


mapeamento dentro de um CAGED das notas.
Quando comecei a aprender as escalas, não comecei desta forma
tradicional ou mais usual. Meu professor na época me passou
através de um mapeamento mais particular, simples e que me
ajudaria a resolver e solucionar as escalas em qualquer tom que
fosse.

Esse método, partindo junto da leitura de um CAGED como esse,


onde dividimos eles em posições/shapes únicos da sexta a quinta
corda.

Os nomes que nós daremos a estes shapes serão Posição 1, 2, 3, 4


e 5 ou como gosto de marcar P1, P2, P3, P4 e P5.

Seguindo essa linha, no lugar de decorar posições maiores,


menores, diminutas e a partir da sexta e quinta corda e pensar em
todo campo harmônico de princípio, você irá apenas saber estas 5
posições que se aplicam para todas as tonalidades.
Na época que aprendi, me preocupei muito em ter que decorar cada
uma dessas posições ida e volta e não me preocupava em entender
ou executar de melhor forma, o que acaba sendo o erro de muitos
guitarristas.

Se pararmos para entender a ligação entre cada uma das posições


e como elas funcionam melhor, entendermos sua prática e teoria
juntas, teremos um progresso muito maior. E em casos de mudança
de tons, assim como nós aprendemos a explorar melhor o braço
com as pestanas e lendo partituras, mantendo a formas, mas
apenas mudando o tom, o mesmo se aplica para as escalas.

Se você entendeu bem os cinco shapes na tonalidade de dó, você


facilmente pode abordar qualquer outra tonalidade, vejamos um
exemplo.

Se você tocar a posição 5 no começo do braço, que é nosso shape


de dó, teremos nossa escala de dó padrão. Mas se andarmos um
tom para frente, fazendo o mesmo desenho duas casas a frente,
nós teremos a escala de ré. E isso se aplicará para qualquer tom,
basta você andar o mesmo desenho para o tom que deseja, é aí
que entra a importância de sabermos os intervalos.

Para que já tenha uma ideia de como ficará as posições, observe


esse seguinte esquemas:

C - P5, P1, P2, P3, P4


D - P4, P5, P1, P2, P3
E - P3, P4, P5, P1, P2
F - P3, P4, P5, P1, P2
G - P2, P3, P4, P5, P1
A - P1, P2, P3, P4, P5
B - P1, P2, P3, P4, P5

Existe uma fórmula muito utilizada também para encontrar a


tonalidade que possuem acidentes musicais e quantidade de
acidentes que elas possuem, essa fórmula é chamada de Ciclo de
Quintas .
O ciclo de quintas nada mais é que
um “gráfico” que partimos da tonalidade de C (Dó) que não possui
nenhum acidente musical e vamos acrescentando um acidente por
vez a partir do seu quinto grau.

Por exemplo, G é o quinto grau de C e possui um sustenido, D é o


quinto grau de G e possui dois sustenidos e assim por diante até
chegar na tonalidade de C# que apresenta o máximo de acidentes
por sustenido e então começamos a diminuir partindo das
tonalidades bemóis.
Para treinar e estudar os intervalos e as escalas, minha dica é:

Primeiro aprenda as cinco posições, não só decore, entenda.


Lembre-se de um ponto importante, para melhorar a
execução da sua performance, comece a tocar com o
movimento de Palhetada Alternada. Uma para cima e uma
para baixo.
Tendo elas firmes na ponta dos dedos, comece a treinar a
escalas não indo apenas na vertical, mas na horizontal
também e na diagonal. Explore o máximo que puder.
Dedique 20 minutos dos seus dias para esse reconhecimento
e com dedicação, em duas semanas estará as entendo e
executando perfeitamente.
Feito isso, comece a navegar e explorar outra tonalidade,
tente transpor estes desenhos para outros tons. Tente mudar
um tom por dia para estudar.
Dentro dessa sua rotina, inclua também um exercício escrito
bem básico. Monte uma tabela dos intervalos de TTStTTTsT
e monte as escalas a partir das suas sete notas principais e
depois a partir dos seus cinco acidentes, formando todas as
escalas maiores possíveis
Fazendo isso, dentro de um mês se dedicando você
dominará as escalas maiores e seus intervalos com perfeita
clareza.
Escala Pentatônica
Existe uma outra possibilidade de escalas, talvez as escalas mais
usadas pela maioria majoritária dos guitarristas, que é a famosa
escala Pentatônica.

Na teoria, essa escala é formada seguindo a mesma linha de


raciocínio da escala que aprendemos a pouco. No entanto, ela é
formada apenas por cinco notas [Penta], retirando as notas do 4ª e
7ª grau.
Ou seja, usando a escala de dó como base:

C-D-E-F-G-A-B

Ficando

C-D-E-G-A

Essas notas são retiradas, deixando a escala sem nenhum intervalo


de semitom, tornando ela em um som mais exato e “perfeito”.

Na prática, isso leva o mesmo raciocínio da mesma forma que nos


organizamos nas escalas maiores anteriores com P1, P2, P3, P4 e
P5.
Todas ligadas diretamente a uma diatônica, vamos apenas chamá-
las de Penta 1, 2, 3, 4 e 5 para diferenciar.

Muitas vezes, na forma tradicional, também é separado um shape


maior e menor, a partir da sexta corda ou quinta corda. Aqui serão
apenas essas cinco posições que podem ser usadas para qualquer
tom que desejar, usando nosso pequeno raciocínio de antes.
Quando aprendi essas escalas, sempre aprendia tom a tom.
Aprendia a tonalidade de dó com sua escala maior e sua
pentatônica, depois com ré, mi e assim ia. Com o passar dos anos
estudando e começando a dar aulas, foi que percebi com clareza.
Foi então que optei em passar primeiro a escala diatônica e fazer
com que o aluno entenda sua formação e sua transição entre os
tons, depois o mesmo com a pentatônica.

É crucial para o aprendizado do seu instrumento que você entenda


como as escalas funcionam e como suas formas, seus shapes,
podem facilitar seu crescimento, sem prejudicar seu conhecimento
teórico.
Sem esse entendimento, o estudante acaba caindo na falha de
diversos guitarristas que seria o apegado a apenas decorar formas
em tons específicos. Isso sempre leva a um curto vocabulário
musical e a um guitarrista que acaba “catando milho” durante suas
obras ou improviso.
Alterações na Pentatônica

Existe algumas pequenas alterações dentro da escala que dão um


certo “brilho” diferente para ela e são muito bem explorados na hora
de uma improvisação.

Essas alterações são o que chamamos de Blues Note e outra que


particularmente chamei de Bebop Note .

O blues note é uma pequena nota característica encontrada


justamente dentro do estilo do Blues. Essa nota é uma alteração no
3ª grau menor ou 2ª grau aumentado.

Usando o dó como exemplo mais uma vez:

C-D-E-F-G-A-B > C - D - Eb - E - F - G - A - B

Entrando na pentatônica, ficando com:

C - D - Eb - E - G - A

Isso é apenas alteração de uma nota, mas muitos gostam de


chamar isso Escala de Blues. No entanto, diferente das escalas
usuais, onde podemos transitar livremente em todas as notas no
tempo que bem entendermos, o blues note não é uma nota presente
na escala, ela se torna um feito que chamamos de Nota de
Transição ou até Outside .

Uma nota que não pertence a escala e é tocada, deve ser


executada rapidamente entre a passagem de uma nota de dentro da
escala para outra. Logo diferente do padrão e até mesmo do que eu
aprendi na minha época, não irei passar “mais um desenho” de
escala ou empurrar uma escala a mais, sim apenas uma alteração
para dar brilho ao seu som.

Então se desafiei e assim como falei antes…. Entenda a escala e


não apenas decore. Tente através das formas pentatônicas que viu
agora, encontrar os blues note.
O bebop note segue a mesma linha de pensamento.

Bebop é um estilo de jazz e muitas vezes jogado essa alteração


como Escala Bebop. Ela é uma alteração no 5ª grau da escala.
Serão duas possíveis alterações dando nossa Bebop Note, quinta
aumentada e quinta bemol. Mais uma vez, local de duas novas
escalas, basta entender como notas de passagem e seguir com
duas novas alterações para seu conhecimento.

C - D - E - F - G - G# - A - B

C - D - E - F - Gb - G - A - B

E como parar para estudar essa escala?

Assim como nas diatônicas, estude os cinco shapes, os


entendendo e pegando a forma de suas execuções.
Após isso, os pratique na horizontal, diagonal, explorando
todo o braço.
Tendo domínio sobre eles, procure aplicar o Blues Note e o
Bebop Note dentro de todos os cinco shapes.
Feito essa etapa, comece a transpor, passando uma
tonalidade por dia.
Siga essa rotina em 20 min por dia e em mês dedicado você
encontrará um ótimo resultado e dominará bem as
pentatônicas.

Campo Harmônico e Improvisação I


Dominando as escalas e os intervalos, agora para fechar este
pequeno ciclo para entrar de vez no assunto da improvisação, é
crucial entender o campo harmônico.

O que é o campo harmônico?

Ele é o conjunto de acordes, dentro de uma tonalidade, que podem


gerar a total harmonia das notas, nos dando a base consolidada do
tom.

Vamos entender melhor, mas para isso você precisa entender como
são formados os acordes que vem tocando até agora.

Os acordes são formados a partir de uma Tríade . A tríade é a


junção de três notas da escala que formam em harmonia um
acorde, sendo ele maior ou menor.

Teremos então três tipos de tríades básicas para formar nossa


escala ou campo harmônico.

Tríade Maior - Formada por: Tônica/Fundamental - III - V

Tríade Menor - Formada por: Tônica/Fundamental - IIIb - V

Tríade Diminuta - Formada por: Tônica/Fundamental - IIIb - Vb

É a partir dessa fórmula de tônica, 3ª e 5ª, que montamos nossos


acordes usuais.
Mas vale lembrar: Toda tríade é um acorde? Sim. Todo acorde é
uma tríade? Não.

Sabendo como é formado os acordes, podemos voltar ao campo


harmônico.
Se você usar esta fórmula, seguindo os intervalos da escala, poderá
encontrar cada acorde pertencente a uma tonalidade.

C-D-E-F-G-A-B

Ok, montei a escala, vamos ao segundo passo que seria montar o


acorde para cada uma das notas:

T - III - V

C - E - G = Acorde de dó maior [ C ]

D - F# - A… Observe aqui a divergência. Na escala de dó maior


que estamos usando de exemplo, não existe a nota de F# e sim um
F natural, logo, aqui a terça de ré, será uma terça menor.

D - F - A = Acorde de ré menor [ Dm ]

Isso é um passo a ser feito nota a nota para descobrir os sete


acordes pertencentes a uma tonalidade. Mas não, você não precisa
perder tanto tempo assim, existe uma forma mais rápida e fácil.

Toda essa análise acabará gerando um padrão dentro de a


tonalidade, nos entregando uma simples sequência:

Maior - Menor - Menor - Maior (Justa) - Maior (Justa) - Menor - Diminuta

C - Dm - Em - F - G - Am - Bº ou Bdim

Logo, se você analisar nota a nota, para gerar seu acorde,


respeitando a escala, você irá encontrar esse padrão. Então, basta
apenas o seguir para encontrar o campo harmônico em todas as
tonalidades.
D - Em - F#m - G - A - Bm - C#º ou C#dim

Agora vamos entrar com outro desafio para você, se você vem
seguindo esse livro desde o começo, talvez esteja se perguntando o
que é a acorde diminuta.

Vamos experimentar tentar montá-lo sem olhar o CAGED? Siga a


formação das tríades e veja se consegue.

Você tendo então em mente como é a escala e as notas do campo


harmônico, você pode começar a se desafiar a improvisar um solo
em cima dos acordes.

Como você vai fazer isso? Se você seguiu bem minhas dicas para
estudar, provavelmente já tem suas escalas na ponta dos dedos.
Dentro do meu site existe uma área para alunos, vá lá e terá acesso
aos Backing Tracks. São faixas instrumentais apenas com base
para treino e estudo. Escolha de preferência para começar um na
aba de Iniciantes na tonalidade de dó maior.

O coloque para tocar e sinta a música. É nesse momento em que


você precisa deixar um pouco a parte matemática, regrada no seu
subconsciente e deixar que o seu emocional, seu artístico. Apenas a
use de ferramenta para executar o que bem tiver vontade.

Seja uma execução horizontal, vertical, diagonal ou com saltos de


uma escala. Deixe seus dedos fluírem e siga a música. Deixe Toque
a sensação que aquela música de trás falar e naquele momento
torne sua voz no som que a guitarra está emitindo.

Um bom passo para você começar é, imagine uma conversa.


Em uma conversa entre duas pessoas, uma pergunta e outra
responde. Geralmente é assim que funciona com pessoas normais e
educadas.

Agora comece a pensar que essa conversa está apenas seguindo


uma linha mais melódica, quase cantada.

É isso que você vai precisar fazer na sua guitarra. Faça um diálogo,
conte uma história. Deixe seus dedos livres e solte suas emoções
sobre o instrumento.

Logo de começo pode ser que você toque várias notas fora da
escala, toque um pouco travado, receoso ou até muito “quadrado”.
Mas isso é perfeitamente normal, o estudante está no seu início, em
processo de crescimento e “alfabetização musical”.

Então a receita de estudo aqui fica a seguinte:

Pegue uma Backing Track e execute as escalas tentando


construir um improviso a partir da sua criatividade. Lembre-se
de misturar suas opções de escala e alterações.
Faça uma tonalidade para cada dia da semana para que não
fique sempre parado em apenas um tom. O mesmo serve
para as Backing Tracks, se desafie em outros estilos
também.
Siga esses passos sempre por 10 minutos do seu dia.
Após isso, para ter em mente e o domínio do campo
harmônico, escreva uma vez por dia o campo das sete
tonalidades principais.
Seguindo esses passos, com um mês você notará uma
enorme diferença e um belo crescimento no seu lado criativo
e na sua linguagem de improvisação.
Artifícios para o seu improviso.

Existem algumas técnicas, algumas “frases” já pré-prontas e usuais


que podemos ligar aos shapes de nossas escalas e acrescentar ao
nosso improviso.

Vamos começar por uma técnica extremamente usual por todos


guitarristas e que parte de um conceito teórico já visto, as tríades.

Essa técnica é o que conhecemos como Arpejos. Os arpejos nada


mais são que o caminhar, nota por nota, de uma tríade.

Existem alguns desenhos básicos para entender a ideia de sua


construção, mas podem ser executados onde for.

O arpejo ganha muito destaque, principalmente entre os músicos


mais virtuosos, devido sua facilidade na entrega de velocidade,
muita nota e pouco tempo. Na guitarra ele muitas vezes é executa
sempre em junção com uma técnica de palhetada que chamamos
de Sweep Pick.

O Sweep nada mais é que um “deslizar” da sua palheta entre as


cordas. Você não irá tocar as cordas palhetando elas da forma
alternada e sim seguidamente todas em um movimento uniforme e
único na direção que se segue a digitação.

Algo que você pode preencher nos seus improvisos é aprendendo


licks (como também são conhecidas as frases na guitarra) de
guitarristas que você gosta de ouvir. Tente aprender solos mais
elaborados de músicas que gosta e pegue trechos que mais gosta e
tente improvisar mantendo aquele trecho. Comece a entender o que
o guitarrista que você gosta fez para executar aquele solo e então
comece a guardar esses licks para você.

De uma conferida nesses licks retirados de padrões do blues, do


jazz e coutry. Cada um é executado dentro do shape de uma
pentatônica, assim, podendo ser usados sempre onde esse shape
estiver transposto (ou seja, qualquer tom) e dar um brilho e um
vocabulário maior no seu improviso.
Nessa altura você já está com diversas coisas para estudar como
escalas, licks, técnicas, repertórios e talvez esteja um pouco perdido
para organizar seus estudos.

Quando eu estava estudando e já sabia boa parte dessas técnicas e


escalas, por um breve momento eu acreditava já estar no meu
“auge” e como comecei a participar de bandas para tocar em
eventos desde cedo, então me focava muito em repertórios e
acabava deixando um estudo mais concentrado de lado.

Isso foi um grande erro, afinal eu poderia ter crescido muito mais no
meu instrumento se não tivesse dado essa relaxada na época. Foi
apenas em 2013 que comecei a organizar e normalizar meus
estudos e dando uma atenção maior e me organizando em 2014
quando entrei na faculdade.

Aliás, foi na faculdade, quando tive aulas com o professor, guitarrista


jazzista, Lupa Santiago, que comecei a montar uma organização
melhor. Logo na minha primeira aula ele montou para mim um
cronograma com horas de estudo.

Mais tarde, para encaixar melhor dentro dos meus horários devido a
um tempo mais apertado e até mesmo para passar para alunos que
estavam começando ou não tinham muito tempo de sobra, adaptei
essa ideia comprimindo esse cronograma para uma tabela de 1 hora
de estudo.

1 hora por dia já entrega um bom resultado e um belo caminhado


para um rumo mais profissional dentro do seu instrumento e essa
tabela também é facilmente adaptada para meia hora de estudo
para dias mais corridos ou até para iniciantes, vamos ver como
funciona.

5 minutos de Alongamento
É crucial um alongamento antes de começar seus
estudos, para evitar lesões futuras.
10 minutos de Aquecimento
Comece a treinar exercícios básicos para aquecer
seus dedos como o padrão 1,2,3,4. O aquecimento de
deixará mais preparado para dar início aos seus
estudos.
15 minutos de Estudo do Dia.
Pegue a tarefa de seu professor ou então defina um
padrão de treino para ser seu estudo do dia. Assim
como em uma academia de musculação, você
estabelece dias específicos para partes do corpo, na
guitarra você pode estabelecer cada dia da semana
para um tópico em específico.
5 minutos de Pausa
Descanse os dedos e a cabeça por um curto momento.
10 minutos de Improviso.
Escolha um backing track e comece a praticar seu
improviso, coloque seus conhecimentos em prática.
Troque de tonalidade e estilo a cada dia.
5 minutos de Pausa

10 minutos de Repertório
Escolha músicas que gostaria de aprender ou já toca e
as pratique. [. Em caso de você já ter um vasto
repertório de banda ou solo, separe um dia da semana
somente para treino de tal e mantenha esses 10
minutos finais como Livre, ou seja, execute ou reforce
o conteúdo que bem entender. ]

Diria para fazer este padrão todos os dias, mas você pode seguir
essa rotina de estudo de 1 hora em escala de 6x1, ou seja, estude
seis dias da sua semana e tire um dia inteiro de descanso para
você.

Caso você não tenha tanto tempo e prefere encurtar essa tabela
para um treino de meia hora por dia, retire as pausas e diminua o
tempo dos tópicos maiores, mas então neste caso faça um treino
todos os dias, de domingo a domingo.

Esta tabela também pode ser alongada caso você queira treinar por
diversas horas. 2h, 3h, 5h, 8h ou 12h até por dia. O mesmo
professor que a me passou dizia que: “Em um ano da sua vida, um
músico terá uma rotina de estudo de pelo menos 8 horas por dia.”

Em algum momento então da sua vida profissional, você pode


acabar se deparando com uma rotina de diversas horas de estudo,
no entanto, acredito que seguindo com uma boa disciplina esse
padrão de 1 hora por dia, no máximo chegando às suas 2 horas por
dia, já lhe acrescentará e poderá o tornar um músico fantástico e a
nível extraordinário. Mas lembre-se que isso requer dedicação, foco
e comprometimento.

Durante esse horário de estudo, será somente você, sua guitarra e


seu equipamento e material para estudo. Nada de mídias sociais,
celular ou algo que o tire atenção do estudo.
Tétrades
Vamos mergulhar um pouco mais a fundo dentro do nosso
instrumento e botar a teoria e prática lado a lado mais uma vez.

Assim como nós temos as tríades, nós também temos as tétrades,


que seria a junção de quatro notas para formar um acorde ou um
arpejo para nossa harmonia.

Vamos entender então como ela é formada:

A base das três primeiras notas são as mesmas: T - III - V. Nossa


diferença aqui é que vamos acrescentar mais uma nota, que seria a
VII.

Tétrade Maior: T - III - V - VII

Tétrade Menor: T - IIIb - V - VIIb

Tétrade Meio-Diminuta: T - IIIb - Vb - VIIb

Uma outra diferença da tríade e seus acordes, é que aqui nós


teremos mais dois tipos de acordes que conhecemos.

Temos a Tétrade Maior que irá nos gerar dois tipos de acorde:

O acorde com a sétima maior: Maj7 ou 7+ T - III - V - VII


Ex: C - E - G - B

E o acorde de sétima: T - III - V - VIIb


Ex: C - E - G - Bb
Se você notar, até menos no acorde menor, nossa 7ª para formação
do acorde será menor. Apenas teremos a 7ª maior na fórmula de um
acorde em um exemplo de tétrade maior.

Acorde menor: m7 ou -7 T - IIIb - V - VIIb


Ex: C - Eb - G - Bb

Teremos também dois exemplos trabalhados com o diminuto:

O acorde conhecido como meio diminuto: m7(b5)


T - IIIb - Vb - VIIb
Ex: C - Eb - Gb - Bb

E também teremos o acorde diminuto sete: dim7


T - IIIb - Vb - VIIbb

Ex: C - Eb - Gb - Bbb

Essa é a formação das tétrades para montarmos nossos acordes e


arpejos. Claramente essa formação também se aplica no nosso
Campo Harmônico com sua regrinha particular, assim como nas
tríades.

maj7 - m7 - m7 - maj7 - 7 - m7 - m7(b5)

Ex: Cmaj7 - Dm7 - Em7 - Fmaj7 - G7 - Am7 - Bm7(b5)

Siga essa fórmula e monte todos os campos harmônicos dentro de


cada uma das tonalidades e verá que formará claramente.

Falando sobre acordes ainda, existem também as adições de vozes


na hora de formar um acorde, que darão um enorme brilho a seu
acorde.
Essas vozes seriam as extensões compostas acima da oitava na
escala como 9ª, 11ª e 13ª ou até mesmo 6ª.

Lembrando que se você seguir a escala tradicional, da 8ª em diante


as notas vão se repetindo, apenas em um timbre acima.

C - D - E - F - G - A - B |- C - D - E - F - G - A - B - C
T - 2ª - 3ª- 4ª- 5ª - 6ª- 7ª|- 8ª - 9ª-10ª- 11ª-12ª-13ª-14ª-15ª

É a partir daí que determinados acordes como C9, D7(9), G7(9/13)


entre outros, são formados.

Lembrando que o correto seria executar todas as notas, no entanto,


para guitarra isso acaba se tornando limitado. Como só temos
quatro dedos para executar um acorde, diferente de um pianista que
usa as duas mãos, algumas notas precisaram ser retiradas.

No caso de uma voz:


Ex: C7(9)
Neste caso, é recomendável que você retire a 5ª para
executar o acorde.

No caso de duas vozes:


Ex: C7(9/13)
Neste caso, é recomendável que você retire a 5ª e 7ª,
formando um C9(13), para executar o acorde.

No caso de três vozes:


Ex: C7(9/11/13)
Neste caso, o acorde acabará ficando C9(11/13) e
recomendável a retirada da 5ª, 7ª e 3ª. Neste caso, pela
ausência da 3ª, será chamado como acorde sem gênero.
As extensões também não são jogadas ao acaso e seguem um
esqueminha dentro do nosso campo harmônico. Esse esquema
ficará da seguinte forma:

Imaj7 - Extensões disponíveis: 9ª e 13ª

IIm7 - Extensões disponíveis: 9ª e 11ª

IIIm7 - Extensões disponíveis: 11ª

IVmaj7 - Extensões disponíveis: 9ª, 11ª# e 13ª

V7 - Extensões disponíveis: 9ª e 13ª

VIm7 - Extensões disponíveis: 9ª e 11ª

VIIm7(b5) - Extensões disponíveis: 5ªb, 11ª e 13b

Quando aprendi pela primeira vez esses acordes e até mesmo


quando os revi na faculdade, não foi me dado os CAGED de cada
um e sim o estudo para montá-los no braço do meu instrumento por
conta própria. Isso quando se conhece o braço do instrumento se
torna algo mais fácil e claramente lhe agrega mais conhecimento do
braço.

Mas para facilitar sua leitura e desenvolvimento, quando aprendi


pela primeira vez anos atrás com o meu professor Hélio Castelhano,
ele me apresentou um CAGED de mapeamento. Esse mapeamento
de onde se encontra cada nota e suas extensões a partir da quinta e
sexta corda.

Vou deixar para sua prática esse mesmo mapeamento no CAGED a


partir da quinta, sexta e quarta corda.
O mapeamento será usado com base de exemplo de C.

É importante saber montar os acordes e suas localizações, isso


trará um vocabulário de acordes maiores e um maior acervo na hora
de uma composição ou arranjo.

Quando aprendi esses acordes, logo me apaixonei por eles. São


acordes mais usuais em músicas de Jazz, Fusion, Bossa Nova,
MPB.

Existe também o que chamamos de Inversão de Acordes , algo que


pode ser estudado e aplicado também junto com esse conteúdo.

Muitas vezes para que possamos executar de forma mais clara e


diferenciada de outro instrumento de harmonia que estiver no
conjunto, podemos estar executando os acordes de forma invertida.

A inversão é feita seguindo os intervalos da própria tríade e tétrade


do acorde e existem três tipos de inversões:
.
Posição Fundamental > Imaj7 - Cmaj7

1ª Inversão > Imaj7/III - Cmaj7/E

2ª Inversão > Imaj7/V - Cmaj7/G

3ª Inversão > Imaj7/VII - Cmaj7/B

A inversão de forma simples ocorre quando jogamos a nota do baixo


para a região mais aguda e mantemos uma das notas da
tríade/tétrade como baixo do acorde.

Para estudar esse conteúdo bem:

Escolha músicas dentro dos estilos que costumam usar


esses acordes como Jazz ou MPB.
Tente montar os acordes presentes na música e por treino,
tente buscar os acordes em até três regiões do braço.
Pegue uma música por semana e comece a estudá-la.
Em um mês você terá na sua mente já o shape dos acordes
mais usuais e conhecerá uma boa parte desses acordes.
Lembre-se também de montar uma vez por dia durante seu
estudo os campos harmônicos com as tétrades e suas
extensões.
Ritmo II
Já que começamos a ver acordes mais elaborados e para sua
prática começando a entrar em estilos como o Jazz ou a Música
Popular Brasileira, entender seus ritmos e figuras é fundamental.

Estudar ritmo sempre acrescenta uma nova dinâmica e uma nova


cara para sua musicalidade, seja qual for seu instrumento.

Como aqui não vamos nos especializar em ritmos, vamos ver


apenas duas variações para você começar a se aventurar, ambos
meus ritmos favoritos: Samba e o Baião

Antes de entramos de cabeça nos ritmos, vamos voltar lá no nosso


estudo de partitura. Vamos acrescentar agora aqui algumas
observações e detalhes a mais na nossa notação musical.

Você sabe o que é uma figura pontuada?

A essa altura, provavelmente você já viu o Ponto de Aumento


algumas vezes na sua busca por partitura.

O ponto de aumento é um pequeno ponto que


fica à frente da figura rítmica. Ele indica que aquela nota irá valer
seu tempo mais a sua metade, ou seja; se você tem uma Mínima
pontuada, ela irá valer o seu valor de tempo (2) mais a sua metade
(1).

Outro tipo de alteração bem comum, principalmente para


guitarristas, é o uso da Tercina .
A tercina é uma ferramenta rítmica onde três notas serão
executadas em um único tempo. Ou seja, em um tempo 4/4 onde
deveriam haver duas notas, haverá três.

Ela sempre é indicada com um número 3 e pode ser usada


juntamente com qualquer figura e até mesmo suas pausas.

Você conhecendo um pouco mais sobre essas alterações, nós


podemos continuar e dar uma olhada nos ritmos brasileiros.
Samba

Voltado principalmente para a dança, o samba nasceu no início do


século XX no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. É um ritmo em
compasso binário e extremamente sincopado. Existe um contraste
entre o pulso marcado no tempo 1 e 2, acentuado no 2, e as demais
figuras sincopadas na melodia e nos demais instrumentos de
percussão que fazem polirritmia.

Primeiramente você deve estar pensando: “O que é sincopado? ”,


mas já te explico e não é complicado. Sincopa é denominação nas
figuras rítmicas de quando há uma execução do acento no tempo
fraco do compasso ou quando esse tempo franco se estende no
silêncio de um tempo forte. Isso é muito comum nas músicas de
origem latina. Esses efeitos vão gerar duas características bem
explorados na música, a própria sincopa ou síncope que expliquei
agora e o contratempo que é quando a nota acentuada no tempo
fraco é antecedida de uma pausa no tempo forte.

Bem, mas vamos voltar ao samba. Melodicamente e


harmonicamente, as composições de samba tendem a ser simples,
pois seu enfoque maior e complexidade está na parte rítmica.

O samba é geralmente é escrito em 2/4, mas pode ser encontrado


em 2/2, 4/4 e até em alguns casos mais contemporâneos com ¾ e

Vamos ver então alguns exemplos de rítmica de samba que você


pode estar aprimorando na sua forma de tocar.
Baião

O Baião é uma música tipicamente nordestina brasileira, tendo suas


origens no Ceará, Maranhão e Bahia.
As melodias do baião são geralmente construídas em cima do modo
de mixolidio (você verá isso mais a frente) e apresentadas tanto no
compasso binário quanto quaternário.
É muito comum no baião o uso do baixo pedal, e o que seria o
pedal?

Pedal é quando temos uma nota que irá se repetir durante toda
aquela linha de melodia, servindo como uma espécie de
sustentação.

Vamos ver como essa ideia e o ritmo do baião podem aprimorar


seus estudos.
Escalas Menores
Assim como existe nossas escalas maiores, também existem as
escalas menores. Quando aprendi sua origem, foi de uma forma
bem mais rápida e direta o que futuramente me acarretou algumas
dúvidas. Então vamos da sua origem normal ao ponto que quero
chegar.

A Escala Menor é segue o mesmo padrão que a escala maior, no


entanto com um pequeno diferencial: A Terça, Sexta e Sétima

Executando a escala com a terça menor, logo, encontramos sua


formação: [Exemplo em escala de C menor]

C - D - Eb - F - G - Ab - Bb -C

No entanto existe uma forma muito mais simples, fácil e rápida de


se executar uma escala menor.

Se você se recordar do capitulo de escala maior irá se lembrar que


lá no lugar de partirmos de tônica a oitava em diversas posições e
montarmos vários desenhos, nós estabelecemos apenas 5
posições, 5 shapes fundamentais para você tocar em qualquer
tonalidade que seja.

Aqui não será diferente, pois existe uma pequena regra que
chamamos de: Escalas Relativas

Isso significa que toda escala maior possui uma relativa menor, ou
seja, uma escala menor com exatamente as mesmas notas. Você
sabendo os intervalos, acidentes e claramente onde se encontram
as 5 posições de uma tonalidade maior, basta saber sua relativa
para executar exatamente as mesmas coisas dentro da tonalidade
menor.

C - Am

D - Bm

E - C#m

F - Dm

G - Em

A - F#m

B - G#m

*A escala relativa menor sempre será a nota do Sexta Grau, o que


chamamos de Grau Relativo.

O campo harmônico menor segue a mesma linha de raciocínio,


basta colocar a relativa como sendo a tônica e partindo do mesmo
processo e regras de intervalo.

Am - Bº - C - Dm - Em - F - G - Am

A partir da escala menor, podemos ir para duas variações famosas


dentro dela: Escala Menor Melódica e Escala Menor Harmônica .
A Escala Menor Melódica é uma variação da escala menor
natural, ela antigamente era executada de uma forma diferente dos
tempos atuais, o que gerou duas nomenclaturas para ela: Melódica
Real ou Escala Bachianinha .

A Escala Menor Melódica é formada com a alteração no intervalo


da: Terça
Executando a escala com a terça menor, logo, encontramos sua
formação:

C - D - Eb - F - G - A - B -C

No entanto para facilitar nosso estudo, vamos seguir o padrão


explicado na aula anterior, jogando o sexto grau da escala maior
como tônica e a partir dali, desenvolvendo nossa escala.

Pois em sua origem essa escala é executada com duas alterações


em sua subida, uma alteração no 6ª e no 7ª grau e então tocamos a
escala menor natural na descida. No entanto o músico J.S Bach
passou a executá-la tocando igualmente na subida e na descida as
alterações, assim gerando essa versão chamada de Escala
Bachianinha ou Bachiana.

Como citado a escala menor melódica, nada mais é que, a escala


menor com uma alteração no sexto e sétimo grau:
Am - Bm - C - D - Em - F# - G#

Para execução iremos manter o mesmo pensamento e raciocínio


dos 5 Shapes para encontrarmos a tonalidades, no entanto os
shapes terão pequenas diferenças que são essas duas alterações.

Essas alterações se aplicam também ao seu campo harmônico,


gerando notas pouco usuais e com uma sonoridade atonal:

Am(Maj)7 - Bm7 - Cmaj7(#5) - D7 - E7 - F#m7(b5) - G#m7(b5)

Essas notas e uso dessa escala muitas vezes são ligados a


pequenos momentos de passagem em uma música ou momentos
de transição tonal, extremamente raro se encontrar uma música que
seja só composta de tais acordes ou escala.
A Escala Menor Harmônica é formada com a alteração no
intervalo da: Terça e Sexta
Executando a escala com a terça menor, logo, encontramos sua
formação:

C - D - Eb - F - G - Ab - B -C

No entanto para facilitar nosso estudo, vamos seguir o padrão


explicado anteriormente, jogando o sexto grau da escala maior
como tônica e a partir dali, desenvolvendo nossa escala.

Usando a mesma linha de raciocínio da escala menor melódica, nós


iremos para outra alteração: Escala Menor Harmônica
Aqui nós teremos a mesma roupagem partindo da relativa menor
com uma alteração no Sétimo Grau apenas (se diferenciando em
uma nota da menor melódica).

A - B - C - D - E - F - G#

Seguindo essa mesma linha, podemos gerar seu campo harmônico:

Im7M – IIm7(b5) – III7M(#5) – IVm7 – V7 – VI7M – VII#º

Se você conseguiu partir bem da Menor Melódica, A Menor


Harmônica irá se manter na mesma proposta.

Essa escala é pouco usada devido o nível de cuidado que se deve


na hora de improvisar com ela. Dos seus acordes mais usuais como
7,maj7 e m7(b5) deve se atentar a qual a tonalidade original da
música.

.
Aplicando as pentatônicas nessa linha de raciocínio:
Assim como temos as pentatônicas dentro da escala maior, também
temos dentro da escala menor. As pentatônicas menores seguem o
mesmo padrão das diatônicas menores, mesma digitação e shape
aos relativos.

Porém também existem as pentatônicas dentro da menor harmônica


e melódica, que chamamos de Penta 7 e Penta 6 Respectivamente.

Sua esquematização é igual à que usamos para as pentatônicas


maiores relacionadas aos Shapes de Posições dentro da diatônica.

Mantendo então o mesmo desenho alterando apenas as notas que


se aplicam aos acidentes das harm e melódica.
Enquanto a outras formas de escala? Se pesquisar por vários
materiais, você encontrará diversas formas de escala como: Escala
de Tons Inteiros, Don-Din, Escala Árabe, Japonesa e etc.

No entanto, essas escalas nada mais são que sempre pequenas


variações de pequenos tons dentro dessa fórmula básica que vimos
até aqui. Não deixa de ser um estudo interessante a se fazer e
aprofundar, mas requer um tópico falando totalmente voltado a ele,
e esse não é nosso foco aqui. Mas fique o convite a buscar mais
sobre essas peculiaridades que conhecemos como Escalas
Exóticas.
Técnica II
Tendo agora um maior acervo de escalas e ritmo, é sempre bacana
aprendermos uma técnica nova para acompanhar.

Lá no começo, durante a explicação das tablaturas, comentei a


respeito do tapping ou também conhecido como two hands. Que
seria um ligado executado com a mão direita.

Essa técnica é explorada por diversos guitarristas e dizem as


histórias que teve a sua origem por volta da década de 30 e teve
uma explosão maior na década de 70, 80.

Guardei ela para um estudo


individual e particular devido sua dificuldade e até mesmo
dedicação. É uma técnica que demanda maior atenção.
Sua leitura na tablatura e na partitura sempre vem acompanhada do
sinal de ligação do ligado, no entanto, a nota que será tocada com a
mão direita será indicada através de um T (na tablatura) ou um +
(na partitura)

O tapping pode estar sendo usado com qualquer um de seus dedos


da mão direita ou até mesmo todos eles. Comece com ou seu dedo
indicador ou médio, veja qual fica mais confortável.

Treine pequenas e simples frases de início em uma única corda e


depois vá andando pelas demais até ter mais segurança.

Em caso de maior segurança e até afeição a técnica, tente


acrescentar mais dedos na prática.

É uma boa técnica para completar, executar com maior agilidade e


abertura suas frases.

Uma outra técnica bem interessante é começar sua mistura com a


palheta.

Mistura?

Nessa altura, você provavelmente já se deparou com diversas


músicas com dedilhado e até mesmo execução de ritmos como o
samba e o baião.

Caso você precise de uma maior dedicação ao dedilhado, vale a


pena começar a dar uma estudada.
Use seus dedos Indicador, Anelar e
Médio para as cordas agudas e o Polegar para as cordas graves.
Faça alguns exercícios para independência da mão direita.

Quando comecei a praticar meus dedilhados, foi quando dei início


aos estudos de violão erudito.

Explorar mais o dedilhado pode lhe garantir novos horizontes na


composição e execução de determinadas músicas.

Mas agora voltando ao assunto do “Misto”. Existe uma técnica


chamada: Chicken Pick ou Palhetada Híbrida .

Essa técnica é uma junção de uso da palheta com o dedilhado.


Muito usado do country e até mesmo na música brasileira. Seu
indicador e polegar se manterão segurando a palheta, enquanto os
anelares e médios estarão livres para executar mais notas.

É uma técnica muito boa de se estudar e vale a pena sua


dedicação.
Modos Gregos
Me recordo até hoje da primeira vez que ouvi falar sobre eles. Foi
em um workshop de um guitarrista regional em uma igreja da minha
cidade natal por volta de 2008. Eu realmente não havia entendido
nada que ele havia dito, mas havia gostado.

Muitas pessoas acabam olhando os modos como um “bicho de sete


cabeças” e não entendem bem sua função, mas eles são muito mais
simples de se entender do que se imagina.

Vamos primeiro entender o que são esses modos.

Os famosos “Modos Gregos” são ferramentas muito usadas por


compositores e instrumentistas na hora da improvisação.

Sua origem é algo de muita discussão entre os historiadores.


Apesar de seus nomes terem origens de regiões da antiga Grécia,
sua oficial origem vem da Idade Média e passando por mudanças
desde então. Alguns estudiosos também os chamam de modos
“litúrgicos” ou “eclesiásticos”.

Existem sete modos, sendo eles três maiores e quarto menores :

- Jônio (Maior)
-Dórico (Menor)
-Frígio (Menor)
-Lídio (Maior)
-Mixolídio (Maior)
-Eólio (Menor)
-Lócrio (Menor)
Bem e qual a função deles afinal? É através do pensamento dos
modos gregos que nós podemos gerar diversas sonoridades e
sensações distintas em uma música e aplicar diversas escalas em
uma única música.
Claramente seguindo o padrão tradicional, nós deveríamos aprender
a execução da escala com seu padrão uma a uma, por exemplo:

Escala de C Jônio, C Dórico, C Lídio e assim por diante.

Mas com nosso padrão dos shapes e sempre assimilando e


transpondo com maior facilidade, teremos mais uma artimanha aqui
para usar.

Vamos começar do nosso primeiro modo.


----------------------------------------------------------------------
-
-Modo Jônio -

O Modo Jônio é formado por intervalo de semitons entre o III e IV


graus e o VII e VIII graus musicais, sendo assim a escala maior
padrão que estamos acostumados a trabalhar.

É um Modo Maior

Nota Característica: IV

Acordes Característicos:
Imaj7 - I6 - I6(9) - Imaj7 - Imaj7(9/13)- I9
-----------------------------------------------------------------------------------

Modo Jônio é usado na música popular moderna em um geral.

Se você montar o padrão então do modo jônio irá notar que seus
intervalos são formados por T T St T T T St, ou seja, ele é nossa
escala maior que estávamos vendo e tocando esse tempo todo.
Então um C Jônio, nada mais seria que a escala de C maior que já
conhecemos e isso se aplica aos demais tons.

Vendo então esses acordes presentes como exemplo um Cmaj7,


temos a liberdade de usar o C Jônio, que é a escala natural que já
tocamos.

Se formos caminhando essa fórmula dos intervalos sempre uma


para trás, vamos conseguindo entender os intervalos dos demais
modos.

Você pode montar escala por escala de tom a tom, mas você vai ver
que não há necessidade e é muito mais simples do que imagina.
Vamos ver o segundo modo que você vai entender bem.
-----------------------------------------------------------------------
--
O Modo Dórico é formado por semitons entre o II e IIIb e VI e VIIb e
tem uma grande por ser uma escala menor com o VI sendo maior.

É um Modo Menor

Nota Característica: VI
Acordes Característicos:
IIm7 - IIm6 - IIm9 - IIm7(9/1 1) - IIm7(11) - IIm7
IIm6(9) - IIm6(9/11)
-----------------------------------------------------------------------------------

Se você montar os intervalos de dórico e começar da nota D, você


verá que a escala toda irá formar as mesmas notas da escala de C,
semelhante ao grau relativo.

Ou seja, D Dórico é a mesma escala que C Jônio (Natural)

Seguindo essa linha de raciocínio, os modos nada mais são que


uma escala começando a partir da nota de um intervalo de uma
escala central. Vejamos:

C Jônio = D Dórico = E Frígio = F Lídio = G Mixolídio = A Eólio =


B Lócrio

Caso queira conferir, você pode seguir os intervalos de cada uma e


montar uma a uma, mas verá que partem da mesma linha de
pensamento e chegará a este resultado.

Mas se é tudo a mesma coisa, qual sua função? É agora que nós
entramos nos detalhes mais interessantes.

Assim como você pode ver acima, um dos acordes característicos


do modo Dórico é o IIm7, ou seja, se encontrar um Dm7 em uma
música, você sabe que ré é o segundo grau de dó, logo você pode
usar D Dórico sobre esse acorde, gerando a escala de dó padrão,
correto? Sim.

Mas vamos ao terceiro modo e ver como isso pode mudar.


--------------------------------------------------------------------------------------
O modo Frígio é formado por semitons entre o I e II graus e V e VI.
Basicamente escala menor com IIb e VIIb.

É um Modo Menor

Nota Característica: IIb

Acordes Característicos:
IIIm7 - IIIm7(11) - IIIm11
--------------------------------------------------------------------------------------

Aqui no modo Frígio, o m7 também é um dos acordes


característicos para o modo. No caso nosso IIIm7, ou seja, se for um
Em7, E Frígio, claramente vamos encontrar o uso na escala de dó
natural.

Em uma harmonia como: Em7 - Cmaj7 - Dm7


Você pode usar a escala de dó livremente pois sabe que as
três notas pertencem a escala de dó natural e geram modos que
são da mesma naturalidade das notas.

Mas e se você quiser mudar para dar uma cara diferente a música?

Se manter um acorde parado de Dm7. Primeiramente claro que


você vai dizer D Dórico e executar a escala de dó maior, certo? Mas
e se você quisesse chamar esse Dm7 de D Frígio? Você executaria
a escala de D Frígio que é a mesma de Bb Jônio (Natural)

Seguindo essa linha de raciocínio então, em uma seguinte


harmonia:

Cmaj7 - Dm7
No nosso Cmaj7 podemos usar C Jônio, ok. E no nosso Dm7
podemos usar D Dórico (Escala de Dó) ou D Frígio (Escala de Bb).

É seguindo esse pensamento que vamos usando os modos para


nos gerarem diferentes sonoridades e características peculiares
durante um solo, composição ou improviso.

Separe um modo por dia da semana e comece a estudá-los


individualmente, suas notas e acordes particulares, teste suas
sonoridades, veja como funcionam bem. Crie harmonias que transite
entre tons ou pegue músicas que te abram possibilidades para isso
e comece a testar.
Mas bem, até então vimos três modos, já pode ir aplicando essas
ideias de estudo, mas vamos conhecer os demais para completar
melhor nosso pensamento.

-----------------------------------------------------------------------
---
O modo Lídio é formado por semitons entre IV e V graus e VII e VIII
graus. Uma escala maior com o IV grau aumentado.

É um Modo Maior

Nota Característica: IV#

Acordes Característicos:
IVmaj7 - IV6 - IVmaj7 - IVmaj7(#1 1) -IVmaj7(9/#11) - IVmaj7(9/13) -
IV6
-----------------------------------------------------------------------
--

O lídio é um modo com uma boa sonoridade e nos abre a porta para
mais uma segunda opção de escala dentro do acorde maj7.
Ou seja, no acorde de Cmaj7 poderíamos usar o C Jônio (Escala de
Dó) ou C Lídio (Escala de Sol).

-------------------------------------------------------------------------------------
O modo Mixolídio é formado por semitons entre o III e IV graus e VI
e VIIb graus. É basicamente a escala maior com o VIIb.

É um Modo Maior

Nota Característica: VIIb

Acorde característicos:
V7 - V7(9) -V7(13) -V7(9/13) -V7sus4
-----------------------------------------------------------------------
--
O modo mixolídio é modo muito encontra na música brasileira, em
específico no baião, gerando até o nome da escala que chama
“Escala Nordestina”. Diferente dos demais, ele só tem uma única
opção. Se encontrar um G7, sua única linha de pensamento dentro
dos modos será diretamente ao modo Mixolídio.

-----------------------------------------------------------------------
--
O modo Eólio é formado por semitons entre o II e IIIB graus e V e
VIb graus. O modo eólio nada mais é que a escala relativa menor.

É um Modo Menor

Nota Característica: VIb

Acordes Característicos:
VIm7 - VIm7(9) - VIm7(9/1 1) - VIm7(11)
-----------------------------------------------------------------------
---

Assim como vimos antes, toda escala maior possui uma relativa
menor, esta relativa menor sempre gera o que chamamos de Modo
Eólio.

Am Eólio é igual a C Jônio, ou seja, é nosso Grau Relativo que


vimos lá atrás nas escalas menores.
E aqui também temos uma terceira opção do uso do m7. Então
usando mais uma vez de exemplo um Dm7, geramos as
possibilidades de escala sobre ele de D Dórico (Escala de C), D
Frígio (Escala de Bb), D Eólio (Escala de F).

--------------------------------------------------------------------------------------
O modo Lócrio é formado por semitons entre o I e IIb graus e IV e
Vb graus. É a escala menor com a IIb e Vb.

É um Modo Menor

Nota Característica: IIb e Vb

Acordes Característicos:
VIIm7(b5) - VIIm7(b5 b13) - VIIm7(b5 b1 1)
-----------------------------------------------------------------------
---

O modo lócrio é o modo mais difícil de se encontrar nas músicas em


geral, devido sua extrema sonoridade tensa. Assim como o
mixolídio, é um modo sobe um tipo único de grau que seria o
VIIm7(b5) ou nosso conhecido meio-diminuta.
Para estudar os modos gregos, assim como já disse anteriormente,
se dedique a entender os modos e seus sons. Pratique um modo
por dia, veja sua sonoridade, suas notas, seus acordes. Observe
nele o impacto que ele traz na hora de tocar, onde funciona melhor
para você. Pratique sobre as backing tracks disponíveis para você
sobre um modo específico, pratique sobre backing tracks que
modulam entre tons. Pegue músicas que te dão liberdade para isso
sobre alguns acordes e vá praticando.

Faça esse tipo de estudo que em pouco meses você terá os modos
nas ponta dos dedos e entenderá claramente sua forma de pensar
para compor e improvisar.
Esse conteúdo é uma boa parte da gama e trajetória de um
guitarrista para seu caminho do zero ao profissional. Existem
diversos pontos não abordados que acabam se tornando uma
“especialização” a mais para o músico, que vale o gosto e vontade
dele procurar mais ou não.

Aqui você encontra os meios de manter sua base firme e forte para
a construção de uma nova jornada.
Demorei cerca de dez anos para aprimorar e compreender todo
esse caminho e apresento aqui de forma clara e rápida para que as
futuras gerações da guitarra possam ter um apoio melhor e crescer
mais.

Fico muito grato a todo seu caminho e trajeto até aqui e espero que
esse livro tenha lhe tenha ajudado de alguma forma seja você um
estudante, um hobbista ou um professor. Espero encontrar vocês
em outras obras e trabalhos futuros.

Grande abraço e bons estudos!

---------------------------------------------------------------------------------

Se você acha que sua leitura acabou por aqui, está enganado.
Confira agora alguns exercícios para você treinar os assuntos em
questão do livro e mais algumas dicas legais sobre o seu
instrumento.
Exercícios

Bend e Reverse Bend

Bend + Vibrato

*Faça agora os mesmos exercícios usando o Slide


para chegar na nota pedida.
Ligados (Hammer on e Pull off)
Palhetada

Palhetada com Salto de Corda

Dedilhado
Dedilhado 2

Palhetada hibrida

Palhetada hibrida 2
Arpejos de Tríade
Arpejos de Tétrade (5ª corda)
Arpejos de Tétrade (6ª corda)
Arpejos com Salto
Tapping

Tapping com salto


Intro da música Heros of Sand –
Angra
Leitura Rítmica

Leitura

Leitura Pontuada

Tercina
Espaço para anotações musicais
Dicas para o seu instrumento
Cuidar do seu instrumento é algo de extrema importância para
mantê-lo por mais tempo, manter sua qualidade e seu timbre.

Claro que é recomendável que você sempre leve o seu instrumento


para um luthier com uma certa frequência. Caso você não saiba o
que é um luthier, ele é o profissional responsável pela manutenção e
fabricação de instrumentos. Geralmente é ele quem vai cuidar da
regulagem da sua guitarra, alinhar os trastes do seu instrumento,
limpar a parte elétrica, entre outras coisas.

Recomendo que leve sua guitarra em um luthier pelo menos de seis


em seis meses, no seu menor prazo de tempo.

Para que seu instrumento se mantenha bem durante todo esse


tempo, é claro que você precisa cuidar dele e o manter bem, então
vamos a algumas dicas.

Primeira dica para cuidar do seu instrumento é a limpeza.


Pode parecer apenas um ponto de higiene, mas a limpeza é crucial
para manter seu instrumento com um tempo de vida muito maior e
sempre precisar de reformas mais drásticas.
O corpo da guitarra é a parte mais fácil, podemos dizer, para se
limpar.

Você pode usar um pano, flanela ou um pedaço de algodão para


limpar o corpo e toda a parte mais amostra dela.
Para limpar as cordas, o que também é bom e ajuda na vida útil das
mesmas, evite usar uma flanela ou pano que soltam muitos fiapos,
pois eles irão grudar nas cordas.

Você pode passar a seco mesmo, pois muitos produtos podem


causar danos na pintura do seu instrumento e até mesmo na
madeira.

Existem produtos específicos atualmente nas lojas de música, que


possuem justamente esta finalidade. Alguns guitarristas chegam a
usar itens como lustra-móveis, cera de carro e outros produtos, em
caso de uso dos mesmos, fique atento para não passar nas
ferragens e parte elétrica, cuidado dobrado com a madeira do
instrumento.

ATENÇÃO: Não use produtos que possuam silicone, óleos extraídos


de frutas cítricas ou álcool. O silicone impede que a madeira
“respire” e causa um esbranquiçado no acabamento. Óleos
extraídos de frutas cítricas contém ácidos naturais e podem rachar o
acabamento do instrumento e começar a deteriorar a madeira. Já o
álcool inadequado pode ressecar partes de madeira exposta, sem
tratamento.

A escala no braço do instrumento será um processo a parte na


limpeza, pois é crucial que ela seja cuidada.
Escala Limpa
Escala Suja

A escala costuma juntar muito mais sujeira que o corpo do seu


instrumento devido ser a área de maior contato do guitarrista.
Suor, pele morta, sujeira, resquícios da corda, vão parar próximos
aos trastes. Esse acúmulo de sujeira e mau trato pode vir a
apodrecer a madeira do instrumento na escala, pois a madeira
usada na escala, não é tratada totalmente como a utilizada no
corpo.

Os trastes também podem sofrer com o descuido ficando verde de


tamanha oxidação e em muitos casos chegando a um ponto que
apenas trocando que se poderá arrumar.

Para evitar toda essa dor de cabeça basta limpar e hidratar, mas
segue a dica com atenção.

Existem atualmente três tipos de escalas usadas no mercado da


guitarra: Maple, Rosewood e Ebony.
Todas você claramente deve limpar, use uma flanela e limpe cada
espaçamento entre elas, casa por casa, traste por traste quando
precisar retirar todas as cordas do instrumento.
Agora, com exceção das escalas de Maple que já possuem um
certo tipo de acabamento, você precisa hidratar a madeira da
escala, o tradicional óleo de peroba já resolve a situação.

Claro que nem sempre você irá parar para tirar todas as cordas do
instrumento, então para essa limpeza mais “pesada” na escala,
resguarda para uma frequência de intervalos mais longos.

Durante esse tempo, quando não for trocar as cordas, sempre limpe
os cantos livres no momento e até mesmo com todas as cordas,
com sua flanela ou até mesmo um pequeno pedaço de algodão ou
cotonete, limpe casa a casa regularmente para evitar dores de
cabeças futuras.

Para limpeza dos trastes e demais ferragens do seu instrumento,


você pode estar utilizando álcool isopropílico e passando com um
cotonete com maior atenção aos detalhes. Em regiões com uma
ferrugem presente mais forte, pode estar usando palha de aço, mas
lembre-se de proteger o restante da guitarra e utilizar com muita
atenção para evitar acidentes e estragar seu instrumento.
É claro que apesar das dicas de
produtos e limpeza à seco, lembre-se que existem produtos hoje em
dia com foco na limpeza do seu instrumento tanto para as ferragens,
para madeira e até mesmo para as cordas, sendo estes os mais
recomendados para a limpeza adequada para sua guitarra.

Produtos de Limpeza para Guitarra


Além do cuidado com a limpeza do nosso instrumento, também é
necessária uma atenção com a forma e onde ele é guardado. Então
vai minha segunda dica: Como Guardar
A guitarra, assim como violão, contrabaixo ou qualquer outro
instrumento da mesma família, não pode ficar jogado ou escorado
de qualquer forma.

O mais ideal para se guardar seu instrumento, claramente é dentro


de um case para ele próprio.

Pois dentro do case, além de oferecer para seu instrumento a


segurança necessária, ele evita danos maiores e possui o apoio
correto para o braço do instrumento, evitando que o braço entorte.

A não ser que seja dentro de um case, evite deixar seu instrumento
guardado deitado, pois o apoio indevido do braço, tente a fazer o
braço recuar para trás. [. Isso é algo que pode variar de modelo para
modelo. ]
Evite também guardar o instrumento encostado na parede sem
suporte algum e torto, isso irá causar pressão no braço e danificá-lo.
Se for usar uma bag para guardar o seu instrumento e escorá-lo,
certifique-se de que ele ficara o mais reto possível e um local seguro
a acidentes.

O mais recomendável é que você use um suporte para guardar seus


instrumentos de uma forma mais propícia e adequada. Existem os
suportes de chão e os suportes de parede que você pode encontrar
em qualquer loja de música.

Seu instrumento também deve evitar ser guardado em lugares


úmidos, pois isso danifica as partes elétricas e ferragens dele.

Evite guardar dentro de uma bag no guarda-roupas ou de baixo da


cama. [A não ser que possua um case térmico que irá manter seu
instrumento protegido contra umidade. ]

Pequenos sacos sílica em gel deixados dentro da bag ou do case,


podem ajudar a dar um determinado controle a umidade.

Obs.: Em caso de uma residência em lugares muito frios ou


próximos ao mar com recebimento da maresia, onde a umidade é
muito maior. Tenha um cuidado dobrado com seu instrumento e
lembre-se de sempre estar cuidado das cordas e das ferragens com
olhos antes-corrosivos.

A próxima dica agora para você vai para uma das partes cruciais do
seu instrumento: As Cordas
Muitos músicos, principalmente que estão começando ou seguindo
à hobby, tendem a deixar as mesmas cordas no instrumento por
muito tempo e só trocar quando arrebenta. Porém cordas novas e
bem cuidadas geram sempre um timbre melhor, mais adequado e
propício para você.

O tempo de vida de uma corda vai variar de acordo com a sua forma
de uso e muitas vezes da composição da mesma. Cuidar da corda e
sempre estar a limpando, principalmente depois de tocar, já irá
estender seu tempo de vida um pouco mais, evitar que ela enferruje.

Guardar seu instrumento na bag ou no case, também estica um


pouco mais esse prazo. Esse tipo de cuidado é quem irá definir o
tempo de troca das suas cordas. As cordas devem ser trocadas
periodicamente, não só quando arrebentam, para manter um bom
timbre.
O tempo de troca das cordas pode ir de trocas semanais, mensais,
de dois em dois meses ou até de três em três meses. Estes seriam
os padrões mais recomendáveis.

Alguns músicos têm o velho costume de ferver as cordas em água


quente em muitas vezes com alguns produtos para evitar a
ferrugem. Esse feito na verdade não é dos mais recomendáveis, ele
estende a vida da sua corda por pouco tempo naquele momento,
mas não mantém nem o brilho e nem o timbre, só faça isso em
último caso extremo.
Claro que jogos de cordas nem sempre são baratos e manter uma
frequente troca acaba ficando inviável para músicos de começo de
carreira ou de pouco poder econômico. Por isso cuidar das suas
cordas é crucial para um longo tempo de vida. No mercado hoje
existem modelos de cordas, de várias marcas que em seus
componentes estendem o seu tempo de vida útil por muito e muito
mais tempo.

Ideal não só para guitarristas que com pouco hábito de cuidar das
cordas, como também para guitarristas que sofrem de muito suor
nas mãos e muito ácido úrico. Muitas vezes são jogos de cordas
mais caros, mas que a longo prazo compensa mais e com cuidados
certos podem durar com uma boa sonoridade e timbre, pedindo por
uma nova troca somente em seis meses ou até um ano.

Agora vamos a troca das cordas na prática.

A troca das cordas deve ser feita corda por corda, evite tirar todas
as cordas para depois trocar.

Quando seu instrumento está com as cordas postas, as cordas


geram uma tensão sobre o braço, quando todas retiradas o braço
tende a relaxar mais e pender para o lado oposto. Isso pode gerar
um desalinhamento no braço do instrumento e causar o
trastejamento, principalmente em caso de troca de cordas com
tensões diferentes.

Então troque corda por corda, assim que retirar a primeira, troque e
então depois parta para a próxima com o mesmo processo.

Quando for trocar as cordas, use um alicate para cortar e evitar que
ela passe enganchada pela ponte e danifique seu instrumento.
Em seguida, puxe a corda que irá trocar pela passagem no corpo da
guitarra, seja ele no cavalete a frente ou por trás do corpo. [Varia de
modelo] e estique até as tarraxas no handstock.

Ao esticar e ver toda aquela sobra de corda, não precisa buscar


enrolar toda ela ou então tentar enrolar ela na tarraxa. Geralmente
toda sobra enrolada fica frouxa e facilmente pode ir voltando a
afinação do instrumento enquanto é tocado e se enrolar a corda da
sobra de forma externa, pode machucar você e danificar sua bag.

Com o mesmo alicate de corte que soltou a corda, retire a sobra,


tentando deixar a menor sobra possível para evitar acidentes.

Afine a corda, de uma puxada esticar e afine novamente, pois a


corda precisa “lacear” assim que é posta.

Dica importante : Sempre fique atento e tenha mais de um jogo de


cordas com você. Em caso da corda arrebenta durante um show ou
ensaio, é bom que você tenha um kit extra para trocar ou então em
caso da corda muito desgastada, troque antes da apresentação.
Esticar a corda e tentar amarrar na mão como uma “emenda”,
colocar uma corda velha em meio às novas ou até mesmo tentar
uma corda de outra tensão para repor irá prejudicar o seu som e
pode vir até danificar o seu instrumento. Não é recomendável que
isso seja feito, só em um caso de extrema urgência e sem outra
solução.
Dicas Complementares :
1 - Evite estragar o cabo e o jack da sua guitarra. Quando for plugar
seu instrumento para uma performance ao vivo ou tocar de pé,
passe o cabo por dentro da sua correia para depois plugar. Isso irá o
manter para cima e evitar que você possa vir a pisar nele,
desplugando o instrumento e possivelmente o danificando.

2 - Não coloque encordoamentos de calibre mais grossos sem antes


ter uma ponte preparada para isso. Encordoamentos a partir de 0.12
e até em alguns casos o 0.11, precisam estar com a ponte da
guitarra adequada e preparada para isso, caso contrário, pode vir a
danificar sua ponte e o braço do instrumento.

3 - Evite tocar molhado, descalço em um amplificador sem


aterramento ou sem cuidado elétrico adequado. A guitarra
atualmente é um instrumento elétrico e pode causar choque!

4 - Evite fazer muitos movimentos extravagantes em performance


caso não tenha uma correia com trava adequada. A correia pode se
soltar e seu instrumento será arremessado.
Bibliografia, Linkgrafia e Contribuintes

Conteúdo Online:

www.historiadetudo.com/guitarra
www.suaspartituras.com
Canal Cordas e Músicas - Vídeos: A história da guitarra elétrica e Como Guardar
seu instrumento.
https://laboratoriodeluthieria.wordpress.com
Acervo de imagens Google Imagens

Conteúdo Físico:

Teoria Musical - Bohumil Med


O Livro do Violão Brasileiro - Nelson Faria
Dicionário de Acordes - Lupa Santiago
Iniciação ao Violão - Henrique Pinto
Improvisação - Ary Piassarollo
Pentatonic Berklee - John Finn
Songbook Rebirth - Angra

Professores cujo alguns métodos foram embasados:

Hélio André Castelhano


Lupa Santiago
Jarbas Barbosa
John Finn
Daniel Maudonnet

Luthiers consultado:

Victor Leme Medeiros

Revisão musical:

Pedro Cabral

Hélio André Castelhano

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