Departamento de História História do Brasil II - Semestre: 2021.1 Professor: Kelerson Semerene Costa Aluno: Evelyn Gonçalves da Silva Lopes / 190086904
1° Estudo Dirigido: O processo de independência do Brasil e a manutenção
da unidade política e territorial da antiga América Portuguesa
Segundo o texto de Istvan Jancsó, a crise do Antigo Regime e da dominação
colonial portuguesa não foi um processo linear, ela ocorreu com altos e baixos. A crise além de econômica, foi política, no qual sistema político absolutismo começou a ser questionado, e a ideia de uma constituição surgia aos poucos. A partir do século XVIII, passou a irromper na América Colonial movimentos que reivindicam a separação política em relação à metrópole. Vários foram os fatores que conduziram a esta situação, entre eles houve o desenvolvimento interno do Brasil pela expansão territorial. Ainda durante o século XVIII, teve início o processo de expansão territorial, ou seja, a interiorização da colonização. O processo de independência da América Portuguesa, diferente da Espanhola, não resultou na fragmentação do território, apesar das lutas separatistas. Na América Espanhola, o processo de independência ocorreu através de um conjunto de guerras contra metrópole. O processo brasileiro se assemelha ao do restante da América do Sul no desejo de autonomia manifestado pela elite. Ao mesmo tempo, a escravidão continuou durante a monarquia, com o Brasil sendo o último país das Américas a abolir o regime escravocrata. Apesar dos movimentos em massa que ocorreram no Brasil, eles tinham comportamentos desviantes entre si e não tinham uma nova forma de organização política do Estado. Ainda segundo o autor, a maior diferença entre as duas esta “nas condições de sustentação de políticas globais nos dois grandes planos independentes: o econômico-mercantil e o militar-administrativo”. (JANCSÓ, 2002, p. 21) As capitanias da América Portuguesa tinham governantes, que tinham certos poderes administrativos. Porém, como forma de administração e colonização elas fracassaram. Alguns dos fatores que resultaram nisso foram o isolamento e falta de contato com a Coroa das capitanias, a falta de investimento, a inexperiência administrativa dos donatários e a inexistência de coesão entre as capitanias da América Portuguesa. A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi consequência da conjuntura europeia do início do século XIX e teve grande influência para esse processo de independência. O poder português instalou-se no Rio de Janeiro inaugurando o período joanino. Nesse novo sistema de poder, houve mais centralização governamental, gerando um declínio da autonomia local, originando conflitos e criando movimentos de autogoverno e ideias republicanas. Em contrapartida, tendo total apoio da elite brasileira. As principais transformações que ocorreram no território com a chegada da Coroa foram a maior centralização do poder, abertura dos portos brasileiros para a Inglaterra, revogação do decreto que proibia a instalação de manufaturas no país, incentivo da importação de matérias-primas utilizadas nessa produção, política de aumento de impostos para manutenção da colônia e a permissão para o desenvolvimento de uma imprensa escrita. Outra consequência da Coroa no Brasil foi a revolução constitucionalista do porto. Este fato ocasionou um fenômeno administrativo no qual a própria metrópole passou a ser conduzida a partir de sua colônia. Com as conquistas e as transformações no Brasil, a insatisfação lusa só crescia. Iniciou-se então uma revolta que exigia a volta do rei a Portugal e a formação de uma Assembleia Constituinte para fundamentar a administração do novo governo pós-restauração. Com receio de perder seu trono, Dom João VI retornou à Lisboa, deixando seu filho Dom Pedro I no Governo do Brasil. O começo do reinado do príncipe regente foi difícil. Um de seus desafios foi a falta de recursos e apoio com a corte de Coimbra que queria sua volta a Portugal, a qual optou pela aproximação com a elite brasileira de coimbra e a construção de uma monarquia no Brasil, marcando o dia do Fico em 9 de janeiro de 1822. De acordo com Lúcia Neves “o processo de emancipação política representou o ponto de partida para a construção de uma ideia moderna de nação” (NEVES, 2009, p. 129). Tendo isto como ponto de partida, o movimento pernambucano de 1817 teve um caráter separatista e manifestou a insatisfação popular com o controle de Portugal sobre a região e com as desigualdades sociais existentes. O estado tinha grande papel comercial no Império luso brasileiro, e seu estopim foi o aumento dos impostos, porém a revolta local já existia anteriormente a transferência da Coroa. Uma das grandes inspirações para o movimento foram as ideias iluministas. O movimento instalou um governo provisório no estado e aprovou uma série de medidas que foram colocadas em vigor, como a proclamação da república, o decreto da liberdade de imprensa e credo, instituído o princípio dos três poderes e aumento do soldo dos soldados. Sua duração foi curta e com uma reação intensa de Portugal. A independência do Brasil foi o resultado da crise do sistema colonial quando a estrutura imperial estava em ruinas. Ocorreu quando o Brasil não era mais apenas uma continuação de Portugal, e tinha sua própria identidade. A independência ocorreu em processos, uma de suas reinvindicações era à política das cortes de Lisboa. A independência aconteceu na medida em que a elite brasileira percebeu que o desejo dos portugueses era restabelecer os laços coloniais. Quando a relação ficou insustentável, o separatismo surgiu como opção política, e o príncipe regente acabou sendo convencido a seguir esse caminho. Após já terem ocorrido movimentos separatistas como o de Pernambuco, d. Pedro declarou a independência, porém na época o fato não se tornou tão relevante, visto que a população já considerava o Brasil como uma nação independente.