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CADERNO
PEDAGÓGICO
Projeto
SEGUE O FLUXO!
Absorva essa ideia.
Tema
Ciclo Menstrual, Dignidade
e Pobreza Menstrual
Florianópolis
Santa Catarina
2022
1
Vá devagar.
Fique calma.
Não se preocupe.
Não se apresse.
Apenas siga o fluxo!
Autora desconhecida
2
Governador do Estado de Santa Catarina
Carlos Moisés da Silva
Vice-Governadora
Daniela Cristina Reinehr
Secretária Adjunta
Maria Tereza Paulo Hermes Cobra
Diretora de Ensino
Letícia Vieira
Coordenação Geral
Fernanda Zimmermann Forster
Organizadoras/es
Cleusa Matiola Petrovcic
Daniel Dall’Igna Ecker
Débora Ruviaro
Diogo Fiorello Foppa
Fabíolla Carpes Krämer
Fernanda Zimmermann Forster
Flávia de Brito Souza Garcia
Revisão Ortográfica
Luciane Savina Fontana Ricciardi
Arte e Formatação
Ezcuzê Propaganda
sumário 1 APRESENTAÇÃO
2 INTRODUÇÃO AO TEMA
5
3 EIXOS TEMÁTICOS 10
3.1 Ciclo menstrual 11
3.2 Pobreza menstrual 14
3.3 Dignidade menstrual 18
4 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 21
4.1 Menstruar é natural 22
4.2 Menstruar não é impossibilitar 25
4.3 Dignidade menstrual 26
4.4 Conhecendo o ciclo menstrual 27
6 TIRA DÚVIDAS 36
7 GLOSSÁRIO 39
8 UTILIZANDO A HASHTAG
#SEGUEOFLUXOSC 41
5
Este traz como proposição oferecer subsídios
6
informações sobre o tema. O Glossário também rende
apresentação
uma boa aula de língua portuguesa. E assim por diante.
#
Um forte abraço e
SEGUEO
FLUXOSC
Equipe Técnica Multiprofissional
Coordenação de Educação
em Direitos Humanos e Diversidade
Secretaria de Estado da
Educação de Santa Catarina
Diretoria de Ensino
Gerência de Modalidades
e Diversidades Curriculares
7
INTRODUÇÃO
AO TEMA
As Unidades Escolares assumem papel importante na vida
dos/as estudantes, principalmente com relação à educação
e ao desenvolvimento. A exemplo do tema deste
caderno, cabe também à escola o papel educativo
relacionado a temáticas que, por vezes, são tidas
como tabus e acabam por não serem discutidas
em outros espaços.
8
Entende-se como importante a de aumentar o poder sobre seus
educação menstrual também para corpos e até mesmo buscar aces-
pessoas que não menstruam, já so a diferentes produtos, insumos
que a desinformação - inclusive e informações, a fim de garantir
de pessoas adultas - sobre a sua saúde menstrual.
menstruação é notória. Criando-
se uma cultura no ambiente
escolar no qual o tema circule
de forma naturalizada, inclusive
A educação
entre crianças, adolescentes e menstrual deve
professores que não menstruam, ser entendida
toda a comunidade escolar se como parte da
beneficiará. educação integral
em sexualidade,
Por vezes, a primeira menstruação
acontece quando não está presen-
te uma pessoa que já vivenciou isso,
o que pode produzir sentimen-
tos de desconforto na pessoa que
menstrua, caso essa não receba o não apenas com o enfoque para
suporte e as informações adequa- prevenção à gravidez não inten-
das. Dessa forma, é fundamental cional, mas sim contemplando
que todos/as estejam informados/ aspectos sociais, psicológicos e
as para que não pratiquem discri- educacionais, em um modelo so-
minação, não disseminem ações ciopsicopedagógico da educação,
vexatórias se houver, por exemplo, para compreensão do próprio cor-
vazamento do sangue menstrual po nos processos de aprendiza-
e que, especialmente os respon- gem. Além disso, pode ser enten-
sáveis, possam auxiliar respeitosa- dido como uma ferramenta para
mente nesse momento. que as pessoas que menstruam
conheçam seu ciclo e que isso
Ao fornecer noções sobre o funcio-
produza promoção de bem-estar.
namento do corpo e entendimen-
Esse conhecimento deve levar a
tos básicos do ciclo menstrual, a
superar mitos de inferioridade fe-
educação menstrual possibilita a
minina que apontam a menstrua-
diminuição do constrangimento e
ção como algo sujo e indigno. É
do estresse nas pessoas que mens-
fundamental, também, que tenha-
truam, tornando-as mais capazes
mos educação menstrual apro-
priada para cada idade.
9
Concomitante ao processo de educação menstrual, é importante a ampla
discussão de questões estritamente ligadas ao assunto, tais como dignidade
e pobreza menstrual. Conceitos esses que, sistematicamente, foram e,
em grande parte, continuam sendo negligenciados nas discussões pela
sociedade como um todo, mas que são uma realidade que bate à porta de
milhões de pessoas todos os dias.
EIXOS
TEMÁTICOS
São muitas as questões envolvidas a
partir do momento em que uma
pessoa menstrua pela primeira vez.
Quando falamos em “temática da
menstruação”, não estamos nos
referindo apenas ao período do Ciclo
fluxo menstrual, mas também
aos inúmeros fenômenos
menstrual
que estão intimamente
relacionados a tal ato.
Dignidade
abordagem e
como pauta da
educação.
menstrual
10
Ciclo
menstrual
O ciclo menstrual é um processo biológico natural e compreende um
intervalo de tempo, em média, de 28 dias, que corresponde ao período
entre o primeiro dia da menstruação e a menstruação seguinte.
11
o aumento de progesterona e estrogênio
mantém o revestimento interno do
me
ns
útero esperando que um óvulo tr
ua
ç
fertilizado se implante nele. Caso
ão
isso não ocorra, o endométrio não
consegue mais se manter, então
Fase
se descama, dando início a um Folicular
Fase
novo período de sangramento. Lútea
O período de sangramento,
Fase
chamado de menstruação, tem Ovulatória
12
Entre as crianças
e adolescentes em
idade escolar que
menstruam, esses
impactos obviamente
vão refletir diretamente
no contexto da escola.
Faltas sem justificativas,
recusa em participar de
atividades que envolvam
o corpo, tais como aulas
de educação física,
brincadeiras, jogos
e recreação podem
estar relacionadas ao
que chamamos aqui
de impactos sociais
decorrentes do processo
menstrual.
13
Aqui vale uma observação muito pertinente: é importante não confundir
os impactos sociais e psicológicos brevemente explanados anteriormen-
te com a perpetuação de mitos sobre a menstruação, tais quais os que
sugerem que a mulher, quando está menstruada, não pode fazer esfor-
ço físico ou aqueles que estigmatizam e criam uma ideia equivocada de
que a mulher “perde a razão” ou “o controle sobre os seus sentimentos”
quando está menstruada. Lembremos sempre de que o papel do educa-
dor é justamente desfazer e combater esses mitos socialmente construí-
dos, que geram preconceitos e sofrimento em determinadas parcelas da
sociedade.
Pobreza
menstrual
Nos últimos anos, o tema da pobreza
menstrual tem ganhado maior relevância
nos debates políticos e sociais, culminan-
do com a promulgação da Lei Federal
nº 14.214 (BRASIL, 2021). Ainda mais do
que a própria temática da menstruação
que, como já explanado, é carregada de
estereótipos e envolta por tabus, a discus-
são sobre pobreza menstrual sempre fi-
cou em segundo plano. Em um país como
o Brasil, marcado por inúmeras mazelas
sociais, tais como fome e insegurança ali-
mentar, desemprego e violências de toda
ordem, tal problemática nunca ganhou a
devida importância nas políticas públicas
e sociais.
14
O termo pobreza
menstrual refere-se
a vivências negativas
experimentadas
por pessoas que
menstruam,
devido à falta de
acesso a recursos,
infraestrutura e
conhecimento
para que
tenham plena
capacidade
de cuidar da sua
menstruação.
15
Questões estruturais como a
ausência de banheiros seguros e
em bom estado de conservação,
saneamento básico (água
encanada e esgotamento sanitário)
e coleta de lixo;
Insuficiência ou incorreção
nas informações sobre a saúde
menstrual e autoconhecimento
sobre o corpo e o ciclo menstrual;
16
Outra situação, ainda
mais frequente, diz
respeito à situação em
que meninas e mulheres
não conseguem realizar
de três a seis trocas diárias
de absorventes, conforme a indicação
de ginecologistas, permanecendo com o
mesmo absorvente por muitas horas, seja
porque o custo dos absorventes exerce um peso
importante no orçamento das famílias mais pobres,
seja porque o item é considerado supérfluo mesmo quando existe algum
espaço orçamentário.
possível multidimensional e
transdisciplinar, a pobreza
pensar em menstrual exige estratégias
direitos de enfrentamento
igualmente complexas
menstruais e multissetoriais, sendo
sem considerar a política de educação
uma das responsáveis
as múltiplas por realizar ações, dar
realidades visibilidade e se debruçar,
17
Dignidade
menstrual
A palavra “dignidade” refere-se Está intimamente ligada ao direito
a uma qualidade inerente ao ser que todo ser humano que menstrua
humano, que o protege contra deve ter resguardado para vivenciar
qualquer tipo de tratamento de- o seu processo menstrual com
gradante e discriminatório, asse- dignidade.
gurando condições materiais e O que se convém chamar de digni-
sociais mínimas de sobrevivência. dade menstrual dialoga e se entre-
Esse conceito está presente tan- laça, muitas vezes, com o conceito
to na Constituição Federal Brasi- de pobreza menstrual discutido
leira (1988) quanto na Declaração anteriormente, porém apresenta
Universal dos Direitos Humanos certas particularidades. Algumas
(1948). pessoas podem não sofrer com a
pobreza menstrual, mas se depa-
ram com situações em que a sua
Em linhas gerais, dignidade menstrual não esteja
dignidade menstrual garantida. Por exemplo, alguém
significa ter menstruante que vivencie o vaza-
disponíveis produtos mento do fluxo da menstruação
e condições físicas, em sua roupa e sofra comentários
materiais e ambientais, maldosos, ou ainda, que essa pes-
adequados, seguros soa busque um banheiro público
e eficazes para e não encontre materiais mínimos
administrar a higiene de higiene, como papel higiênico,
menstrual. Inclui água encanada e sabão.
também as condições
sociais que garantam
a privacidade e a
não exposição a
situações vexatórias,
constrangedoras
e/ou discriminatórias.
18
É importante considerar
que o desconhecimento
sobre o cuidado da
saúde menstrual pode
afetar mesmo as pessoas
que não estão em
situação de pobreza ou
vulnerabilidade. Algumas condições
materiais mínimas
Crianças e adolescentes podem são necessárias para
enfrentar a falta de produtos para
o manejo saudável
a adequada higiene menstrual por
da menstruação:
estarem inseridas em contextos
em que se considera o absorvente ter acesso rápido a
como um produto supérfluo. Em banheiros adequados
geral, pessoas nessa faixa etária de para trocar o produto
escolarização não decidem sobre a
menstrual utilizado
alocação do orçamento da família,
para absorção do
eventualmente, sobrando pouca ou
nenhuma renda para ser utilizada fluxo, local para
para esse fim. descarte dos produtos
Pensando no contexto educacional, menstruais usados
nos espaços físicos e sociais que e sabão e água para
os/as estudantes circulam (as higiene das mãos e
Unidades Escolares), é necessário corpo.
levantarmos a seguinte reflexão:
é importante incorporar, além
do processo educativo, todas as
soluções disponíveis para o cuidado
menstrual adequado no próprio
ambiente escolar, entendendo que
necessidades e contextos diversos
exigem manejos com abordagens
diferentes, assim como materiais e
insumos específicos.
19
Órgãos internacionais que tratam do tema sustentam que, quando os
direitos à água, ao saneamento e à higiene não são garantidos nos espaços
em que crianças e adolescentes que menstruam convivem e passam
boa parte de suas vidas, como, por exemplo, as Unidades Escolares, os
seus direitos à escola de qualidade, saúde, incluindo sexual e reprodutiva,
também estão sendo violados, causando violação da dignidade menstrual
(UNICEF; UNFPA, 2021).
20
ATIVIDADES
PEDAGÓGICAS
A seguir, apresentamos propos-
tas de execução de ativida-
des contendo o objetivo
de cada uma delas, o
público-alvo, sugestões
de materiais e orienta-
ções, sendo que a rea-
lização pode ocorrer
de forma individual,
em duplas, trios ou
grupos.
As atividades respeitam
a condição peculiar de
crianças e adolescentes en-
quanto pessoas em desenvolvi-
mento, visando ao acesso à informação e
buscando desmistificar os tabus em torno da menstruação.
21
Trabalhar a questão
da menarca - primeira
menstruação.
Público-alvo:
Estudantes a partir do Ensino
Fundamental - Anos Finais.
ATIVIDADE 1 Tempo recomendado:
Menstruar 45 minutos.
ORIENTAÇÕES
Dica 1: Realize introdução sobre o tema, utilizando o glossário deste material
como apoio. Disponibilize o período de 5 minutos.
Dica 3: Disponibilize o período de 15 minutos para que cada grupo possa ler o
caso recebido e, consequentemente, realizar a discussão.
22
CASO 1
Ana tem 13 anos e frequenta a escola no período matutino. Ao acordar para
ir à escola, observou que sua cama estava suja de sangue, mas não entendeu
o motivo. Levantou e foi ao banheiro para tomar banho e, ao retirar a roupa,
observou que havia ficado menstruada pela primeira vez. Rapidamente, Ana
chamou sua mãe e a informou que não poderia ir à escola naquela manhã. A mãe
de Ana, ao questioná-la sobre o motivo, observou o desespero da adolescente,
a qual falava que havia ficado menstruada. A mãe de Ana a abraçou, orientou
que finalizasse o banho para se higienizar e, quando ela saiu do banho, sua mãe
lhe ofereceu um absorvente higiênico. Sentaram-se na sala da casa e a mãe
explicou a ela que menstruar é um processo natural do corpo e que não iria
impossibilitar sua ida para a escola durante todo o período menstrual.
CASO 2
Joana estava na sala de aula e solicitou à professora autorização para ir ao
banheiro. Após autorização da professora, Joana levantou-se e se dirigiu até a
porta da sala de aula. No caminho até a porta, alguns alunos e alunas começaram
a rir alto de Joana e começaram a falar que ela era uma “menina relaxada”,
“suja”, pois sua menstruação havia passado. Então, ela colocou a mão na calça
e percebeu que, de fato, estava suja de sangue. Joana correu para o banheiro e
começou a chorar copiosamente, com vergonha de ter vazado a menstruação.
Foi a primeira vez que Joana menstruou e não sabia como lidar com a situação.
CASO 3
Laís iniciou na natação aos 06 anos. Aos 12 anos, menstruou pela primeira vez.
Numa manhã de sábado, buscou sua mãe para conversar, quando sentiu que
sua menstruação desceu no momento em que foi fazer xixi. Era a primeira vez
que acontecia com ela. Ficou preocupada e disse que não poderia participar
do campeonato de natação para o qual estava se preparando havia um ano. A
mãe de Laís explicou para ela sobre o ato de menstruar e salientou que estar
menstruada não impossibilita de fazer qualquer coisa, inclusive a prática do
esporte.
CASO 4
Maria saiu para passear com sua família e seus amigos numa tarde de primavera
num domingo. Foram fazer um piquenique em um parque. Organizaram
tudo que haviam levado e sentaram-se no gramado para aproveitar a tarde
ensolarada. Em um determinado momento, Maria teve aquela sensação de
sangue descendo dentro dela. Sem entender, disse para seus pais que havia
sentido algo estranho no seu corpo. Ao se levantar, a mãe disse à menina que
esta havia ficado menstruada. Maria espantou-se com a notícia e, rapidamente,
solicitou à mãe que fossem embora, pois ninguém poderia vê-la daquele jeito.
23
PERGUNTAS PARA BALIZAR
AS DISCUSSÕES COM O GRUPO
Se essas situações tivessem
acontecido com você, como se sentiria?
Se essas situações tivessem
acontecido com a sua irmã?
Se essas situações tivessem
acontecido com a sua filha?
Se essas situações tivessem
acontecido com a sua namorada?
Se essas situações tivessem
acontecido com a sua melhor amiga?
Quais conselhos você daria para ela?
Quais conselhos você daria
para as personagens?
No caso 1, você acha que
Ana deveria ou não ir à escola?
No caso 2, o que você achou sobre
a reação dos/as colegas de classe de Joana?
No caso 3, você acha que a Laís, que
é atleta, poderia participar do campeonato
de natação?
No caso 4, o que você faria ao perceber que
Maria havia menstruado no momento
do piquenique?
ENCERRAMENTO
Informe para o grupo que:
menstruar é um processo biológico natural e saudável;
é necessário desconstruir tabus (explicar o que são tabus);
menstruar não é motivo de vergonha;
o diálogo sobre menstruação pode acontecer com meninas
e meninos, homens e mulheres.
24
Desmistificar alguns tabus
socialmente construídos
em torno da menstruação.
Público-alvo:
Estudantes a partir do Ensino
Fundamental - Anos Finais.
ATIVIDADE 2 Tempo recomendado:
Menstruar não é 45 minutos.
ORIENTAÇÕES
Dica 1: Escrever em tirinhas de papel mitos sobre menstruação. Isso pode ser
feito inserindo os mitos mais comuns, previamente, pelo/a facilitador/a. É im-
portante pesquisar com antecedência o porquê desses mitos.
Dica 4: O/A facilitador/a pode auxiliar na explicação dos mitos, com base na
pesquisa anteriormente realizada.
ENCERRAMENTO
Explique para o grupo que um mito pode ser qualquer tipo de afirmação re-
petida tantas vezes que passa a ser vista como verdade. É importante explicar,
também, que a menstruação é um processo biológico natural do corpo hu-
mano e que o fato de estar menstruada não impede a pessoa de fazer o que
ela quiser.
25
Objetivo:
Exercitar a capacidade de
escrita a partir do tema
dignidade menstrual.
Público-alvo:
Estudantes do Ensino
Médio.
ATIVIDADE 3
Dignidade Tempo recomendado:
45 minutos.
menstrual Tamanho do grupo:
Turma completa.
ORIENTAÇÕES
ENCERRAMENTO
Converse com o grupo sobre como a dignidade menstrual é uma forma de
falar também sobre o tema mais geral da dignidade humana e de como esses
conceitos fazem parte do nosso cotidiano.
26
ciclo mens-
trual
Objetivo:
Identificar o entendimento
da turma relacionado ao ciclo
menstrual.
ATIVIDADE 4 Público-alvo:
Conhecendo o
Estudantes a partir do
Ensino Fundamental - Anos
Finais.
Tempo recomendado:
45 minutos.
Tamanho do grupo:
Até 10 pessoas.
ORIENTAÇÕES
Dica 1: Distribua papéis, lápis de escrever e lápis de cor para cada grupo.
Dica 2: Solicite que cada grupo desenhe algo que identifique o ciclo mens-
trual. Disponibilize 15 minutos para cada grupo poder dialogar sobre o assunto
e desenhar.
Dica 4: Após o diálogo, solicite que cada equipe apresente o que entendeu a
partir do desenho do outro grupo relacionado ao ciclo menstrual.
ENCERRAMENTO
• Elucide para o grupo o significado de ciclo menstrual;
• Demonstre o período médio de uma menstruação à outra, conforme consta
neste Caderno;
• Indique que é necessário desconstruir tabus, que menstruar é um processo
natural do corpo e que o diálogo sobre menstruação pode acontecer com me-
ninas e meninos, homens e mulheres, bem como em qualquer espaço.
27
MARCOS LÓGICOS
E LEGAIS
É importante conhecer de onde vêm as leis em vigor na atualidade e
em qual contexto elas foram aprovadas. Às vezes, é preciso um longo
caminho para que determinados direitos sejam conquistados. O Direito
à Educação e o Direito à Vida e à Saúde, temas centrais no debate sobre
ciclo menstrual, dignidade e pobreza menstrual, estão presentes nas
disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, por exemplo.
PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO
Parte I; Artigo I.
Convenção sobre a
Para fins da presente Convenção, a expressão
Eliminação de Todas as “discriminação contra a mulher” significará toda
Formas de Discriminação distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo
Contra a Mulher e que tenha por objeto ou resultado prejudicar
(Nações Unidas, 1979) ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício
pela mulher, independentemente de seu estado
ACESSE civil, com base na igualdade do homem e da
mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos político, econômico,
1979 social, cultural e civil ou em qualquer outro
campo.
28
PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO
29
PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO
2002
Lei nº 10.778, de 24 de
novembro de 2003 Estabelece a notificação compulsória, no
território nacional, do caso de violência
contra a mulher que for atendida em
ACESSE
serviços de saúde públicos ou privados.
2003
30
PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO
Lei nº 14.869, de 13
Dia da Mulher Negra. O Governo do Estado,
de outubro de 2009 em parceria com os movimentos sociais,
poderá promover ampla divulgação e
ACESSE realização de atividades alusivas ao evento.
2009
31
PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO
Decreto nº 7.958, de
Estabelece diretrizes para o atendimento às
13 de março de 2013 vítimas de violência sexual pelos profissionais
de segurança pública e da rede de atendimento
ACESSE do Sistema Único de Saúde (SUS).
2013
Lei nº 17.335, de 30 de
novembro de 2017 Institui, no estado de Santa Catarina, o mês
Outubro Rosa, dedicado a ações preventivas
à integridade da saúde da mulher.
ACESSE
2017
Lei nº 12.845, de
1º de agosto de 2013 Dispõe sobre o atendimento
obrigatório e integral de pessoas em
situação de violência sexual.
ACESSE
2013
32
PUBLICAÇÃO DESCRIÇÃO
Portaria nº 485, de
Redefine o funcionamento do Serviço
1º de abril de 2014 de Atenção às Pessoas em Situação de
Violência Sexual no âmbito do Sistema
ACESSE Único de Saúde (SUS).
2014
2014
Lei nº 18.308, de
Institui, no estado de Santa Catarina, o
27 de dezembro de 2021 programa de distribuição gratuita de
absorventes higiênicos para as estudantes de
ACESSE baixa renda em ciclo menstrual matriculadas
na rede pública estadual de ensino.
2021
33
VÍDEOS*
1
CANAL FUTURA (YOUTUBE)
Ciclo menstrual -
Biologia - Ensino Médio
https://www.youtube.com/watch?v=xQzKSo-as1U
2
ALWAYS BRASIL (YOUTUBE)
3
ALWAYS BRASIL (YOUTUBE)
4
ALWAYS BRASIL (YOUTUBE)
34
VÍDEOS*
5
ALWAYS BRASIL (YOUTUBE)
6
FACULDADE DE SAÚDE
PÚBLICA DA USP (YOUTUBE)
Pobreza menstrual
e a dignidade da mulher
https://www.youtube.com/watch?v=6sRCGpJCKlg
7
TV UFMG (YOUTUBE)
8
ESCOLA DA MAGISTRATURA
DE RONDÔNIA - EMERON
(YOUTUBE)
35
TIRA DÚVIDAS
Absorvente externo
(descartável ou reutilizável)
Coletor
de silicone
Absorvente
interno
Calcinha
absorvente
36
O que fazer quando a menstruação atrasar?
37
A TPM existe mesmo?
Menstruar dói?
38
GLOSSÁRIO
CICLO MENSTRUAL
Também conhecido como ciclo uterino ou ciclo ovariano, é o intervalo de
tempo desde o início de uma menstruação até a menstruação seguinte
(em média 28 dias). Trata-se de processo biológico natural e humano, mas
que pode gerar impactos sociais, psicológicos e biológicos.
DIGNIDADE
Dignidade da pessoa humana significa o respeito à condição mínima de
existência dos/as cidadãos/ãs, valor presente na Constituição Federal do
Brasil, que tem como objetivo preservar aspectos biológicos, psicológicos
e sociais da pessoa para uma existência saudável e digna. Envolve um
complexo de direitos e deveres fundamentais que protege a pessoa de
atos degradantes e desumanos - por parte do Estado e da comunidade
- com a finalidade de promover a participação ativa e corresponsável do
sujeito na própria existência e na vida em sociedade.
DIGNIDADE MENSTRUAL
Diz respeito ao direito e acesso a instalações de higiene e de banho seguras,
insumos e outros meios eficazes de administrar a higiene menstrual.
Envolve condições sociais que garantam a privacidade e a não exposição
a situações constrangedoras e/ou discriminatórias. É entendido como um
dos princípios da dignidade humana.
39
INSUMO
Insumos são os componentes de produtos, mercadorias ou serviços.
Neste Caderno, o uso do termo está relacionado aos materiais utilizados
para realizar o manejo da higiene menstrual, ou seja, absorventes,
coletores, dentre outros materiais de higiene.
MENARCA
É o nome dado para a primeira menstruação, que acontece, em média,
entre os 12 e 13 anos e, normalmente, até os 15 anos. Pode haver variações.
MENSTRUAÇÃO
Processo natural do corpo humano, caracterizado por significativas
mudanças corporais de ênfase orgânica. É o resultado da descamação
do interior do útero, sendo composto de sangue e células endometriais,
o qual pode durar por um período de até 08 dias consecutivos.
MENOPAUSA
É o período a partir do qual a mulher deixa de menstruar permanente-
mente. A idade média para ocorrência da menopausa é em torno de 51
anos, podendo variar.
POBREZA MENSTRUAL
É a consequência da falta de acesso a produtos e a recursos financeiros
para adquirir produtos menstruais, falta de acesso à informação sobre
menstruação e de infraestrutura adequada para o manejo da higiene
menstrual.
TPM
A Tensão Pré-Menstrual, conhecida pela sigla TPM, é o conjunto de
alterações físicas, psíquicas e de humor que, normalmente, aparecem
dias antes da menstruação.
40
UTILIZANDO A HASHTAG
#SEGUEOFLUXOSC
Uma hashtag serve
para indexar assuntos
ou discussões nas
redes sociais. Ao clicar
na hashtag publicada,
é possível localizar
outras publicações
relacionadas ao mesmo
tema, além de agrupar
todas as publicações
dessa mesma hashtag.
Dessa forma, utilize a
#SEGUEOFLUXOSC
sempre que quiser
compartilhar as atividades
propostas neste projeto.
SEGUEO
FLUXOSC
41
PARA BOAS PRÁTICAS:
Materiais Complementares
de Consulta e Apoio
CARTA CAPITAL. Por que a pobreza menstrual deve ser enfrentada como
uma violação de direitos humanos. Editora Basset, São Paulo: SP, 22.02.2022.
Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/por-que-a-pobre-
za-menstrual-deve-ser-enfrentada-como-uma-violacao-de-direitos-huma-
nos/> Acesso em 09 mar. 2022.
42
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de saúde da adolescente. Brasília: DF,
2013. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_
saude_adolescente_feminina.pdf> Acesso em 09 mar. 2022.
43
44