Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Texto em prosa
Divisão em três atos
Temas românticos
a autenticidade e a intensidade dos sentimentos (a força do amor
o individualismo: o confronto “eu”
a morte como libertação
a identidade e os valores nacionais (nacionalismo, patriotismo e sebastianismo)
a História e a cultura de Portugal (temas e figuras do imaginário coletivo)
a religiosidade
o mito do escritor romântico
Tragédia: género teatral, cuja ação se caracteriza por ter um desfecho funesto.
Carácter elevado
Certa extensão
Linguagem ornamentada
Suscita o terror e a piedade
Índole trágica “pela índole há de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico”
Ação simples “há toda a simplicidade de uma fábula trágica antiga”
Existência de poucas personagens “uma ação que se passa entre pai, mãe e filha, um
frade, um escudeiro velho”
A dimensão trágica
Indícios trágicos:
Simbologia dos números sete a três
Sebastianismo
Agouros e presságios
Os retratos de Manuel e de D.João de Portugal
A história dos Condes de Vimioso
A doença de Maria
Estrutura externa
Ato I
12 cenas
Palácio de Manuel de Sousa Coutinho
Ato II
15 cenas
Palácio de D.João de Portugal
Ato III
12 cenas
Parte baixa do palácio de D.João de Portugal
Cena I Cena II a IX Cenas X a XII
Estrutura interna
Assunto: Monólogo de Madalena, em que esta estabelece uma comparação entre a sua vida
(desditosa) e a relação amorosa infeliz e trágica de Inês de Castro e D.Pedro.
Estrutura do monólogo:
1 º parte (“… pode-se morrer.”): D.Madalena abandona a leitura d’Os Lusíadas e mostra-se
confusa na ideia de felicidade que bebeu no texto.
2º parte (“Mas eu…”): D.Madalena reflete sobre a sua situação e releva o seu estado de espírito,
marcado pela angústia, pelo medo e “contínuos terrores”.
O “mas” marca a divisão entre os dois momentos da cena, que possui um valor de oposição,
contraste
Causas do estado de espírito: Deve-se ao receio de que o seu primeiro marido ainda esteja vivo
e regresse, cobrindo-se e à família de vergonha
Recursos Expressivos:
Pontuação
Enumeração (“… o estado em que eu vivo… este medo, estes contínuos terrores, que ainda não
me deixaram gozar um só momento de toda a imensa felicidade…”
Antítese (“que felicidade… que desgraça”)
Telmo, conversa com Madalena e aflige-a com recordações do passado. Nesta cena, todas as
personagens são apresentadas:
- Manuel de Sousa Coutinho surge desvalorizado em relação a D. João de Portugal.
- Maria é sempre caracterizada positivamente: curiosa, compreende tudo, formosa, bondosa,
viveza de espírito.
- Telmo é um escudeiro valido e fiel, familiar quase parente… Cheio de agoiros e pressentimentos
Estrutura-se nesta cena, uma analepse, onde as personagens recuam 21 anos: batalha de
Alcácer Quibir (1578), mais de sete anos de busca (1585) - 2º casamento de Madalena,
nascimento de Maria mais um ano (1599: presente da ação)
Madalena pede a Telmo que não fale com Maria em assuntos relacionados com a batalha e D.
Sebastião e ele promete que o fará.
Madalena está preocupada com a demora de Manuel de Sousa Coutinho que foi a Lisboa, é tarde
e não aparece. Pede a Telmo que vá saber notícias junto de Frei Jorge.
D.Madalena
- Nobre, a designação dona só se dava na época as senhoras da aristocracia
- Receosa e hesitante no que quer dizer a Telmo
- Casou muito jovem com D.João de Portugal
- Enviuvou com 17 anos
- Vive constantemente atormentada e aterrorizada pelo passado e pelos agouros de Telmo, que
lhe mantém esse passado bem vivo, ou seja, a dúvida de que D.João não morreu e pode voltar a
qualquer momento, o que destruiria o seu casamento e tornaria Maria uma filha ilegítima, por isso
não consegue ser feliz, já que não se consegue libertar desse medo; não amou D.João mas
respeitou o sempre
- É profundamente apaixonado por Manuel de Sousa Coutinho
- Sente-se vítima do destino
Telmo Pais
- Não possui nobreza de sangue, mas está intimamente ligada à aristocracia pelo Modesto título
de escudeiro
- Manifesto ideias reformistas ao condenar o uso do latim na bíblia
- Possui grande ascendente sobre Maria e D.Madalena
- É o confidente de D.Madalena, a quem reprova o segundo casamento
Maria
- Nobre
- O seu nome evoca o da virgem Maria: é pura e Angélica
Maria evidencia a sua cultura e gosto pela leitura. pede a Telmo livro da ilha encoberta… mostra-
se um crente no sebastianismo.
Madalena tenta levar a filha a não acreditar nem em fantasmas nem fantasias do povo.
Esboça-se um pequeno conflito de Maria com o pai e com a mãe, pois ambos não aceitam ouvir
falar do regresso de D.Sebastião. Tal causa estranheza em Maria.~
Maria não consegue entender nem compreender a perturbação e preocupação dos pais com ela.
Sem querer, Maria martiriza a mãe, afirmando que lê nos olhos, nas estrelas e sabe muitas
coisas, mostrando-se portadora de uma forte imaginação.
Madalena não responde às questões da filha e tenta desviar de Maria, pede-lhe que fale do seu
Jardim:
- As flores simbolizam a brevidade da vida
- As flores de Maria murcharam. Não serão presságio da sua morte?
De facto, os governadores tencionam sair de Lisboa, para fugir à peste, e instalar-se em Almada
na casa de Manuel de Sousa Coutinho e de D.Madalena.
Novos sinais da doença de Maria: ouve a voz do pai e percebe que vai afrontado.
Miranda anuncia a Chegada de Manuel de Sousa Coutinho (confirmação dos sinais da doença de
Maria)
Madalena e Frei Jorge ficam preocupados e destacam a agudeza do ouvido de Maria. Chamam-
lhe “Terrível sinal”.
Assunto: É noite fechada. Chegada de Manuel de Sousa Coutinho, num tom precipitado e
agitado, com a decisão de partir com a família para o Palácio de D.João, em virtude dos
governadores castelhanos quererem hospedar-se no seu Palácio.
Manuel de Sousa entra num tom precipitado e agitado, dando ordens aos seus criados. algo
estranho se passa e Madalena preocupa-se.
Manuel de Sousa usa o seu latim nas suas falas- personagem culta= estatuto elevado
Manuel de Sousa confirma as notícias trazidas por Frei Jorge na cena V e anuncia que é preciso
sair imediatamente daquela casa.
Face a este anúncio, Maria reage de forma eufórica intensa e Patriótica; Madalena fica assustada
e tenta contrariar Manuel
Assunto: Diálogo entre Madalena e Manuel de Sousa, durante o qual aquela o tenta demover da
decisão de se mudarem para o Palácio de D.João e este se mostra inabalável.
Nesta cena contrasta a linguagem Serena e decidida de Manuel de Sousa com a linguagem
emotiva, hesitante e assustada de Madalena.
Manuel de Sousa tenta chamá-lo à razão e pede lhe que atente na sua condição social, ou a judia
põe neste momento um decisivo da sua vida.
Manuel de Sousa a pressa ainda a mais a saída da casa e a mudança para o Palácio de D.João.
Assunto: Manuel refere o acontecido com o seu pai e põe a hipótese de lhe acontecer algo
semelhante. É uma prolepse ou antecipação da desgraça que irá acontecer.
Para ele, nada perdura, tudo muda, a vida é uma constante e eterna mudança, tudo é aparência…
Assunto: Informações sobre o que se passou depois do incêndio do Palácio de Manuel de Sousa
Coutinho
Maria pretende conversar com Telmo, para que este lhe revele a identidade do retrato que tanta
assustava a mãe.
O incêndio do Palácio provocou impressões diferentes entre Maria e Madalena, Maria ficou
fascinada, encontrou nele alimento para a usa fértil imaginação;
Madalena ficou doente, aterrorizada, cheia de pesadelos, liga o incêndio à perda do marido, de
que a destruição do retrato é um prognóstico fatal.
Tal como no ato I, Maria agora cita o início de um livro trágico (pressentimento de fatalidade).
Na sala dos retratos, onde Maria conversava com Telmo, há 3 retratos que a fascina. Ela conheçe
2, mas quer confirmar o de D.João de Portugal. Em analepse, recorda o que ocorreu 8 dias antes
e que tanto perturbou a mãe, deixando-a doente.
Telmo alterou a sua posição face Manuel de Sousa Coutinho depois do incêndio: antes admitia as
suas qualidades, mas não o admirava; agora admira o pelo seu patriotismo e lealdade.
Quando Maria questiona Telmo sobre a identidade do retrato, este não responde.
Assunto: Manuel de Sousa Coutinho revela a Maria a identidade do retrato, que era de D.João de
Portugal e aconselha a filha a dedicar-se mais a atividades próprias da sua idade.
Manuel de Sousa refere-se a D.João, tal como fizera na cena VIII do acto I: admire as suas
qualidades e não tem ciúmes.
Manuel de Sousa cheia encoberto com uma capa, pois anda escondido a 8 dias dos
governadores.
Maria confessa ao pai as suas capacidades intuitivas: já sabia a identidade do retrato sem
ninguém lhe ter dito; era de um saber “cá de dentro”.
Assunto: Pai e filha conversam sobre a vida e confessa que com aquela capa que parece um
frade. Novo indício de fatalidade.
Acentuam-se as relações familiares: D.Madalena sempre respeitou D.João, mas nunca o amou;
amou e ama Manuel de Sousa
Maria não controla as emoções, diante do retrato de D.João: admira o pela sua coragem e liga o
ao seu rei, mas ama os seus pais
Personagens
D. Madalena de Vilhena
D. João de Portugal:
D. Maria de Noronha
Telmo Pais
Frei Jorge
Espaço
Palácio de Manuel de Sousa Coutinho: moderno, luxuoso, aberto
para o exterior: Lisboa
Capela
Tempo
Tempo da ação Tempo simbólico
Ato II
• Regresso de D. João de Portugal no 21º
04/08/1599 aniversário da batalha
04/08/1599
Sexta-feira Sexta-feira
Tarde
Ato III
04/08/1599
Sexta-feira
Alta noite
6ª feira,
Sábado,
Domingo,
2ª,
3ª,
4ª,
5ª,
6ª,
28
29
30
31
1
2
3
4
Ato I
Ato II
Fim da tarde
Tarde
Noite
Ato
III
Alta
noite
uma semana
• A crença no Sebastianismo
• O patriotismo e o nacionalismo – tais sentimentos estão bem
patentes no comportamento de Manuel de Sousa Coutinho e no
idealismo de Maria
• As crenças – Agoiros, superstições, as visões e os sonhos, bem
evidentes em Madalena, Telmo e Maria
• A religiosidade – A permanente referência ao cristianismo e ao culto
• O individualismo
• O tema da morte