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MESTRE DAS SOMBRAS

PARTE VIII

“Caduceu de Hermes”

Somos transportados à noite para a terra dos sonhos com a ajuda


de Hipnos, Morfeu e Hermes, Segundo a mitologia grega, Zeus o pai
dos deuses, auxiliado por Hipnos, o deus do sono, e seu filho Morfeu, o
deus dos sonhos, enviava conselhos inspirações e profecias à
humanidade por meio de Hermes, seu mensageiro alado. Quando
Hipnos nos tranqüiliza para dormir e caímos nos braços de Morfeu,
quem sabe que revelações nossos sonhos nos farão e para que região
longínqua do universo viajaremos, com asas nos calcanhares,
acompanhados de nosso guia astral, Hermes?
Introdução

O grande pagé da tribo presta grande atenção em seus sonhos,


pois são usados principalmente para invocar poderes especiais dos
deuses, cujo propósito é receber suas instruções. A promoção de
sonhos que invoquem poderes especiais é chamada de incubação.
Define-se como incubação de sonho o ato de dormir num
santuário ou em um local de poder, com a intensão de receber para
uma pergunta um sonho-resposta, tendo antes cumprido os rituais
recomendados, tais como: abster-se de sexo, comer carne e beber
bebidas alcoólicas, somente um copo de água pura.
O pagé sabe interpretar sonhos e receber as mensagens divinas
reveladas por meio de uma série de sonhos, não somente os seus
próprios sonhos, mas os de toda tribo em conjunto. “Sonho que se
sonha só é só sonho, sonho que se sonha em conjunto é realidade”.
A maioria dos sonhos é compreendida como uma advertência ou
uma profecia, uma simples advertência significava que o aborrecimento
poderia ser evitado se se agisse de acordo com a sua mensagem, mas
nada podia ser feito se o sonho fosse profético. Para saber em que
categoria o sonho se enquadrava usa-se o método conhecido como os
Portais dos Sonhos:
Existe, portanto, dois Portais de sonhos, um de marfim e outro de
osso. Se um sonho atravessasse o Portal de Marfim era um sonho de
advertência, mas se atravessasse o Portal de Osso era profético. A
mente sonhadora criou estes portais simbólicos a partir de um jogo de
palavras. Essas palavras representam aquilo que pode ser evitado e o
que é inevitável.
Os índios reconhecem quando os sonhos os ajudavam a conviver
pacificamente, realizam festas regulares de sonhos que duram vários
dias ou até semanas. Ao partilharem seus sonhos, emergia um padrão
distinto, era comum toda tribo ter um sonho semelhante, que era usado
para elaborar uma futura política tribal.
Entre os índios existe a crença que durante o sono a alma deixa o
corpo e aventura-se num mundo especial de sonho. E acham muito
perigoso acordar alguém repentinamente, por que o espírito pode não
ter tempo de retornar ao corpo, e assim, ficar preso para sempre do
outro lado.
Os sonhos trazem sinais, símbolos e arquétipos do inconsciente
coletivo. O sinal é sempre inferior ao conceito que representa, ao passo
que o símbolo sempre representa algo mais do que o seu significado
óbvio e imediato. Aos remanescentes arcaicos, chamamos de
arquétipos ou imagens primordiais.
A fonte da qual tudo isso derivou é o inconsciente coletivo: “É a
base que os povos antigos chamam de harmonia de todas as coisas”.
Deste reservatório universal flui uma nascente de recordações
cósmicas intensas com as quais entramos em contato, ou, pelo
contrário, que talvez entrem em contato conosco por meio de nossos
sonhos. Algumas pessoas consideram como lembranças de Akasha.
Desenvolvimento

No intercâmbio da civilização grega com a egípcia, o deus Thoth


da mitologia egípcia foi assimilado a Hermes e, desse sincretismo,
resultou a denominação de Hermes egípcio ou Hermes Trismegistos
(três vezes grande), dada ao deus Thoth, representado por um homem
com cabeça de íbis, na simbologia egípcia o íbis representa o pássaro
sagrado. Está relacionado à morte, ao julgamento e ao registro das
almas e à espiritualidade, está também associado à lua (tentava
dissipar as trevas com a sua luz). Considerado o inventor da escrita
(hieróglifos) e o deus da sabedoria (patrono da alquimia).

Entre o século III a.C. e o século III d.C. desenvolveu-se uma


literatura esotérica chamada hermética, em alusão a Hermes
Trismegistos. Esta literatura versa sobre ciências ocultas, astrologia e
alquimia. O sincretismo entre Hermes da mitologia grega com Hermes
Trismegistus resultou no emprego do caduceu como símbolo deste
último, tendo sido adotado como símbolo da alquimia, da alquimia o
caduceu teria passado para a farmácia e desta para a medicina.
Hermes, na mitologia grega, é considerado um deus desonesto e
trapaceiro, astuto e mentiroso, deidade do lucro e protetor dos ladrões.
Seu primeiro ato, logo após o seu nascimento, foi roubar parte do gado
de seu irmão Apolo, negando a autoria do furto. Foi preciso a
intervenção de Zeus, que o obrigou a confessar o roubo. Para se
reconciliar com Apolo, Hermes presenteou-o com a lira, que havia
inventado, esticando sobre o casco de uma tartaruga, cordas fabricadas
com tripas de boi. Inventou a seguir a flauta que também deu de
presente a Apolo. Apolo, em retribuição, deu-lhe o caduceu.
Caduceus, em latim, é a tradução do grego kherykeion, bastão
dos arautos, que servia de salvo-conduto, através das esferas
conferindo imunidade ao seu portador quando em missão de paz.
O caduceu consiste em um cajado bem trabalhado, com duas
serpentes dispostas em espirais ascendentes, simétricas e opostas, e
com duas asas na sua extremidade superior.
O valor de um símbolo não está no seu desenho, mas no que ele
representa. As serpentes enroladas formando esferas que aumentam
de tamanho e complexidade conforme ocorre a elevação simbolizam a
transmutação o transformismo e o movimento através da árvore da
vida.
As asas são alusão a transcendência da matéria e a partida para
outros planos, este seria o objetivo e o sentido da existência da vida na
terra. O símbolo é ao mesmo tempo um mapa e uma chave para o
controle das energias visando uma elevação, despertando a serpente
de fogo que leva as energias das esferas inferiores, até o cérebro.
O método é conhecido como “a árvore do conhecimento”
objetivando uma explosão de iluminação cósmica, sendo a base da
organização hermética, através de graus herméticos, não é por acaso
que a árvore da vida é idêntica as árvores evolutivas biológicas
modernas.
Com a conquista da Grécia pelos romanos, estes assimilaram os
deuses da mitologia grega, trocando-lhes os nomes: Hermes passou a
chamar-se Mercúrio. Segundo os filólogos, a denominação de Mercúrio
dada a Hermes pelos romanos provém de merx, mercadoria, negócio.
O metal hydrárgyros dos gregos passou a chamar-se mercúrio
por sua mobilidade, que o torna escorregadio e de difícil preensão. É o
único metal líquido. O planeta Mercúrio, por sua vez, deve seu nome ao
fato de ser o mais veloz do sistema planetário.
Hermes tinha a capacidade de deslocar-se com a velocidade do
pensamento e por isso tornou-se o mensageiro dos deuses do Olimpo.
Hermes foi consagrado como o deus do comércio e o deus dos
viajantes e peregrinos. Portando o caduceu tinha livre acesso através
das esferas da árvore da vida. Outra tarefa a ele atribuída foi a de
transportar os mortos à sua morada subterrânea (Hades).
Conclusão

“O homem é apenas o sonho de uma sombra.” (Ode a Apolo, 8).

Existem influências externas, causadoras dos pesadelos


apavorantes, quando o campo protetor a nossa volta fica enfraquecido,
pode ser facilmente violado, e a conseqüência são pesadelos terríveis
conhecidos como ataques psíquicos ou de íncubus, a que as crianças
são especialmente vulneráveis. Geralmente, incluem formas escuras
aterrorizantes, sombras e coisas nojentas rastejantes que se insinuam
no caminho.
Com isso em mente as crianças devem aprender a importância
dos sonhos desde muito cedo e devem ser encorajadas a enfrentar
seus pesadelos a fim de dominá-los antes que cresçam. O resultado
disso é que serão virtualmente capazes de prever dificuldades e
problemas antes que se manifestem.
A manipulação dos sonhos leva ao entendimento de que os
sonhos são fragmentos da personalidade que se compõem de forças
psíquicas dissimuladas como formas físicas, embora vejamos nisso
sombras dos arquétipos, individual e coletivo.
Os sonhos lúcidos são auxiliares no desenvolvimento de poderes
psíquicos e mentais, é preciso se tornar consciente durante o sonho, e
então aprender a manipulá-lo. O principal traço característico de um
sonho lúcido é que sabemos, sem a menor sombra de dúvida que
estamos sonhando.
O próximo passo é controlar o próprio sonho, se pudermos fazer
isso, então seremos capazes de começar a controlar nossa própria vida
e alterar o curso de nosso destino.

Índio sombra que surge (Maio de 1971)


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