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Concretagem
Concretagem
3 – PREPARAÇÃO DO CONCRETO
5 – TRANSPORTE DO CONCRETO
6 – LANÇAMENTO DO CONCRETO
7 – ADENSAMENTO DO CONCRETO
8 – CURA DO CONCRETO
1 – INTRODUÇÃO
A concretagem é a fase final de um processo de elaboração de elementos de
infraestrutura e superestrutura, e em geral a mais importante. A concretagem somente
pode ser liberada para execução depois de verificado se as fôrmas estão consolidadas
e limpas, se as armaduras estão corretamente dispostas e se as instalações
embutidas estão devidamente posicionadas.
Nessa etapa, de lançamento, adensamento e cura do concreto é extremamente
importante a presença do engenheiro na obra. No mínimo, é necessária a presença
de um técnico, ou ainda, de um mestre-de-obra de inteira confiança e com larga
experiência em execução de concretagem. Os erros cometidos nessa etapa
geralmente acarretam grandes prejuízos futuros. A necessidade de correção das
patologias ocorridas nas estruturas provocadas por falta de cuidados na fase de
concretagem implicará em perda da reputação e de dinheiro para o profissional e
construtora responsáveis.
2 – PROCEDIMENTOS PRELIMINARES A EXECUÇÃO DAS CONCRETAGENS
2.1 – Liberação da concretagem
Para a liberação de uma concretagem é necessário estar atento para os pontos a
seguir:
2
c) módulo de elasticidade;
d) consistência;
e) dimensão máxima do agregado graúdo;
f) consumo mínimo de cimento;
g) fator água-cimento;
h) aditivos;
i) volume;
j) preço unitário e total;
k) horário da saída do caminhão da central.
3 – PREPARAÇÃO DO CONCRETO
3.1 – Concreto misturado manualmente
O concreto misturado manualmente exige um grande esforço da mão-de-obra e é
indicado para pequenas obras e serviços. Deve-se estar ciente de que o concreto
resultante é de qualidade apenas razoável, sem garantia da resistência conseguida
em concretos preparados mecanicamente. Escolher uma superfície resistente (livre
de partes soltas), plana, limpa e impermeável para efetuar a mistura ou utilizar a caixa
de argamassa devidamente livre de outros materiais. Os materiais secos devem ser
misturados até se conseguir a homogeneidade de cor. A mistura manual,
preferencialmente para um saco de cimento, deve obedecer à seqüência abaixo:
a) espalhar a areia sobre a superfície (caixa) formando uma camada de 15 cm;
b) espalhar o cimento sobre a camada de areia;
c) misturar a areia e o cimento até conseguir uma mistura homogênea;
d) formar uma camada de mais ou menos 15 cm;
e) espalhar a pedra sobre a camada e misture tudo;
f) depois de bem misturado, formar um monte com um buraco no meio (boca
de um vulcão);
g) despejar a água aos poucos e misturar vigorosamente até obter a
consistência desejada (depois de colocada a água, continuar misturando,
pois o concreto ficará mais mole).
4
1 2 3
Espalhar a Espalhar o Misturar
areia cimento uniforme e
espalhar
4 5 6
Espalhar a Formar um Adicionar a
brita e monte com água aos
misturar coroa poucos
Embora a amostra ideal seja aquela retirada do terceiro terço do concreto ainda na
betoneira, é conveniente fazer um ensaio logo na segunda descarga na calha para
tomar as medidas de aceite ou rejeição da carga. O valor do abatimento desejado
deve estar expresso na nota fiscal e deve ser verificado antes de seu lançamento.
Caso o ensaio aponte estar o concreto com trabalhabilidade acima do limite
estabelecido a carga deve ser rejeitada. No caso do abatimento ficar abaixo do limite
pode-se adicionar água ao concreto e em seguida, verificar novamente o abatimento.
Se este ficar aumentado em até 2,5 cm e dentro do limite máximo o concreto pode ser
aceito.
4.3 – Ensaio de resistência à compressão
A determinação da resistência à compressão do concreto é realizada em laboratórios
especializados a partir de corpos-de-prova obtidos de amostra representativa do
material, conforme estabelece a NBR 12655. Geralmente, os corpos-de-prova são
moldados em cilindros metálicos (moldes) de 150 mm de diâmetro e 300 mm de altura,
considerando os seguintes pontos:
a) retirar a amostra do terço médio da mistura, evitando as primeiras e as
últimas partes do material lançado;
b) retirar o material direto da calha do caminhão-betoneira, em quantidade
superior a 30 litros e o dobro do necessário para os moldes, misturando tudo
em um carrinho para assegurar a homogeneidade;
c) preencher os moldes em quatro camadas iguais, apiloando cada uma delas
com 30 golpes com a haste metálica, evitando e penetrar a haste na camada
inferior já adensada;
d) proceda ao acabamento da superfície com uma régua metálica, retirando o
excesso de material;
e) deixar o molde em repouso, em temperatura ambiente, por 24 horas;
f) envie ao laboratório os corpos-de-prova, devidamente identificados.
8
2 5 a 3 0 1 0 1 5
3 5 a 5 0 2 5 3 8
5 0 a 7 5 4 0 6 0
F o n te : C T E
8 – CURA DO CONCRETO
O concreto deve ser protegido durante o processo de endurecimento (ganho de
resistência) contra secagem rápida, mudanças bruscas de temperatura, excesso de
água, incidência de raios solares, agentes químicos, vibração e choques. Deve-se
evitar bater estacas, utilizar rompedores de concreto, furadeiras a ar comprimido
próximo de estruturas recém concretadas, assim como, evitar o contato com água em
abundância e qualquer outro material que possa prejudicar o processo de
endurecimento e de aderência na armadura. Para evitar uma secagem muito rápida
do concreto e o conseqüente aparecimento de fissuras e redução da resistência em
superfícies muito grandes, tais como lajes, é necessário iniciar a cura úmida do
concreto tão logo a superfície esteja seca ao tato. A seguir são listados alguns dos
métodos mais comuns para a cura do concreto, que podem ser usados isoladamente
ou em concomitantemente:
a) molhar continuamente durante 7 dias (no mínimo 3 dias) a superfície
concretada (pilares e vigas);
b) manter uma lâmina de água sobre a superfície (lajes e pisos);
c) espalhar areia, serragem ou sacos (arroz, estopa, cimento etc.) sobre a
superfície e mantê-los umedecidos (lajes e pisos);
d) manter as fôrmas sempre molhadas (pilares, vigas e escadas);
e) molhar e cobrir com lona;
f) utilizar produtos apropriados para cura de concreto (película impermeável).
9 – PRAZOS PARA DESFÔRMA
A desfôrma do concreto deve ser planejada de modo a evitar o aparecimento de
tensões nas peças concretadas diferentes das que foram projetadas para suportarem,
como por exemplo, em vigas em balanço ou marquises. Nas concretagens usuais, em
que não foram utilizados cimentos de alta resistência inicial os prazos são:
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Prazo (dias)
Elemento a ser
desmoldado Concreto Armado +
Concreto Armado comum
Aditivos
Faces laterais de vigas e
3 -
pilares
Faces inferiores de vigas e
lajes, retirada de algumas
escoras e encunhamentos 7 -
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AGOPYAN, V. et al. Pesquisa ”Alternativas para a redução de desperdício de
materiais nos canteiros de obras”. Relatório final – volume 4 – Resultados e
análises: aço, concreto usinado, blocos/tijolos. EPUSP/FINEP/ITCQ, 1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DE CONCRETAGEM.
Manual do concreto dosado em central. Disponível na página:
http://www.abesc.org.br. Acessado em 30/07/2001.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard
Blücher, 1987. 1178p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher,
1977. 182p.
BAUER, L A Falcão. Materiais de construção. 5ª edição. Rio de Janeiro: RJ. LTC-
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1994. 935p.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE,
2000.
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