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CURSO:

JARDINAGEM E PAISAGISMO

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 03
CAPÍTULO 1 - JARDINAGEM 04
1. IMPLEMENTOS DO JARDIM 04
2. PLANTAS: INTERIOR, EXTERIOR, PORTE E INSOLAÇÃO 06
3. SOLOS, SUBSTRATOS, ADUBOS E COMPOSTAGEM 12
4. REPRODUÇÃO E CULTIVO – O VIVEIRO DE PLANTAS 17
5. MONTAGEM ATUALIZADA DE JARROS E CANTEIROS 21
6. ACABAMENTOS ACESSÓRIOS E MOBILIÁRIOS 23
7. MANUTENÇÃO INTELIGENTE - PODA E TOPIÁRIA 24
8. PRAGAS, DOENÇAS E ERVAS DANINHAS 28
9. JARDINAGEM EM PEQUENOS ESPAÇOS 32
10. IRRIGAR OU MOLHAR? 33
11. CHECKLIST DO JARDIM: OS PASSOS A SEGUIR 34
CAPÍTULO 2 - PAISAGISMO 32
1. HISTÓRIA E ESTILOS DE PAISAGISMO 36
2. MARKETING E HONORÁRIOS NO PAISAGISMO 42
3. PROJETOS: TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO/DESENHO 43
4. ARQUITETURA VEGETAL: PRINCÍPIOS DE ARBORIZAÇÃO 49
5. AS CORES DO JARDIM NO FENG SHUI 53
6. SOFTWARES PROFISSIONAIS DE PAISAGISMO 56
7. PAISAGISMO DE EVENTOS E SOBRE LAGES 59
8. A SEGMENTAÇÃO DO MERCADO VERDE 60
9. ILUMINAÇÃO, IRRIGAÇÃO E DRENAGEM 61
10. CHECKLIST: OS PASSOS DO PROJETO 65
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66

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APRESENTAÇÃO

A jardinagem é uma mistura de horticultura e botânica, nomes comuns e ciência.


Ao analisar a anatomia da planta, quer saber o seu nome, e assim compreender sobre
a nomenclatura da planta poderá ajudá-lo. É importante entender como se chamam as
plantas de jardinagem. Ao procurar por plantas e flores, encontrará: o vulgar e o
botânico.
Para ser um bom paisagista/jardineiro tem que gostar o suficiente de plantas,
terra e cálculos. Ter vocação e certa criatividade. Para os iniciantes é fundamental que
façam cursos de jardinagem, para se familiarizar com a cultura. É necessário conhecer
bem com o que você vai trabalhar, e nada melhor do que colocando a mão na massa.
O paisagismo tem a função de auxiliar a natureza, melhorando e equilibrando o meio-
ambiente alterado e poluído. Portanto é necessário planejar e preparar o solo antes de
começar seu jardim.
O paisagismo tem a função de influenciar a harmonia da população, do
relacionamento e da convivência comunitária, através dos parques e praças públicas,
onde as pessoas se reúnem nesses espaços verdes e coloridos, pois o ser humano está
em buscar de integrarem se com a natureza no seu cotidiano e a contemplação em
praças e parques os realiza nessa integração com a natureza.
Sabe-se que as grandes metrópoles e as cidades em geral buscam, a partir dos
fenômenos climáticos danosos que vem ocorrendo, o equilíbrio ecológico e a jardinagem
vêm para atender esse desafio que é favorecer o aparecimento de áreas verdes urbanas
para o equilíbrio ecológico. Para isso a jardinagem pode exercer papel fundamental na
questão ambiental, o que deve ser colocado em prática não projetos com função
específica decorativa, mas que promova o equilíbrio ecológico.
Quando pensamos em jardinagem o que nos vem à cabeça são flores e é o que
as pessoas pensam em plantar quando pensam em jardinagem. As flores são
espetaculares e diante da grande variedade que existem, mesmo nas regiões que se
imagina inóspita para o desenvolvimento de uma flor como no caso em uma cratera
vulcânica.

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APOSTILA DO CURSO DE JARDINAGEM E PAISAGISMO

CAPÍTULO 1. A JARDINAGEM

1. IMPLEMENTOS DO JARDIM

Para quem deseja fazer as práticas da jardinagem, conheça as principais


ferramentas e utensílios para se fazer um jardim de forma prática e simples. Existem
várias ferramentas indicadas, porém, dependerá do espaço destinado ao plantio e do
tipo de plantas que serão utilizadas.

1. 1 Ancinhos
São responsáveis pela limpeza das áreas
de plantas. Há os específicos para jardins
maiores, as vassouras de jardim, ou também os
para pequenos espaços. Deve ser resistente,
para que rastros de folhas secas e rastros de
terra sejam removidos com facilidade. O ancinho deve ser utilizado em jardins que
tenham árvores por perto e depois de cortar a grama. Ao escolher o seu modelo, pense
que deve ser de limpeza simples. Os ancinhos podem descompactar, limpar e arar o
solo, nas áreas em volta das plantas.

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1.2 Luvas
Ajudam na proteção das mãos no ato de
plantar e previnem ferimentos ocasionados
pelos demais utensílios, bem como pedras e
espinhos e utilização de máquinas.
Higienizando-as corretamente é possível maior
durabilidade.

1.3 Pás
Também conhecidas como as colheres de jardineiro, servem para transplantar
torrões de terra, sem que se perca o substrato
nutricional da planta. É importante para abrir as
covas para o momento de colocar as sementes,
além de ajudar a montar vasos. O tamanho da pá
dependerá do tipo de planta e tamanho do jardim.

1.4 Pulverizadores
A função deste utensílio é adubar e tratar
as plantas. Existem dois tipos, o pulverizador de
mão e o pulverizador costal, ambos podem aplicar
tanto adubo quanto elementos de proteção às
pragas. A grande vantagem de pulverizadores é o
direcionamento apenas à área interna do jardim e a pontos específicos, sem
desperdiçar, ou espalhar em outros locais.

1.5 Regador e mangueira


Ambos servem para aspergir água sobre o jardim. A
diferença é que o regador serve para espaços menores e a
mangueira, para maiores. No caso da mangueira, o jato deve ser
sempre suave, para não machucar plantas e flores, sobretudo. Há
a possibilidade ainda de fazer furos na mangueira e deixá-la no
chão, fazendo com que a terra seja umedecida com suavidade. O
regador também pode verter líquidos suavemente, bastando apenas trocar seu bico.

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1.6 Tesouras
São ideais para a poda em pequenas árvores, em arbustos, flores e outros.
Ajudam no momento de podas de roseiras e demais flores, já que dependem de um
corte mais preciso. O tamanho também depende das características de plantas e do
jardim.

2. PLANTAS: INTERIOR, EXTERIOR, PORTE E INSOLAÇÃO


Antes de iniciar o plantio do jardim, é preciso verificar as condições do local, para
que o jardim tenha um planejamento correto e as espécies escolhidas sejam adequadas
ao ambiente.
A iluminação é um fator limitante para o crescimento e a reprodução das plantas.
Temos de estudar a incidência de sol durante os vários períodos do ano, pois é isso que
permite que algumas plantas se adaptem ou não ao local. Além da determinação dos
pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste), é preciso verificar a existência de
construções, muros, árvores e declives do terreno, fatores que alteram as condições de
luz, temperatura, umidade e ventilação do local.
Algumas normas devem ser seguidas na hora de plantar.
Com o auxílio de uma bússola, devem-se localizar o Norte e as outras posições
geográficas, ou, então, de uma forma mais simples:
 Estendendo o braço direito em direção ao sol nascente, temos o Leste;
 Em oposição, o braço esquerdo estendido indicará o Oeste;
 Á frente, teremos o Norte;
 Às nossas costas, o Sul.
É bem simples. Mas é preciso, antes, determinar um ponto fixo, que pode ser a casa,
uma árvore, ou qualquer construção ao redor da qual se deseja plantar.

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A face leste é a mais privilegiada, pois, quando o sol nasce, a temperatura é
amena. Essa situação permite que a umidade do solo se mantenha por mais tempo. Há
plantas que precisam da incidência direta do sol por 2 a 4 horas, de temperaturas
amenas e de umidade moderada no solo. É o caso das folhagens, por exemplo. Se
quisermos um canteiro de antúrios, lírios da paz, marantas, ou mesmo flores, como as
marias-sem-vergonha, que são sensíveis ao sol quente, é melhor plantá-los na posição
do sol nascente, ou seja, a leste.
A face oeste, do sol poente, é mais quente, uma vez que a temperatura se
“acumula” nos minerais do solo, fazendo a água evaporar mais depressa. Assim,
somente as plantas que possuem raízes e folhas mais resistentes podem se adaptar a
essas condições. Outras espécies, se plantadas nesses locais, precisarão de regas
mais constantes. Os arbustos, como azaleias, hibiscos, pingos-de-ouro, ou plantas
resistentes à seca, como cactáceas e suculentas, se adaptam com facilidade às
condições do sol poente.
A face norte é a mais ensolarada durante o inverno. Isto faz com que seja a ideal
para o plantio de hortaliças, pois, mesmo nos meses frios de junho e julho, as plantas
terão mais calor junto ao solo, permitindo a germinação e o crescimento, se irrigadas. A
face norte também é ideal para o plantio de espécies que florescem durante o ano
inteiro. É o caso das roseiras, cuja poda é feita a partir do dia 23 de junho. A partir dessa
data, os dias se tornam mais longos e ensolarados, o que faz com que elas floresçam
mais. As plantas típicas de inverno, como petúnias, begônias, sempre floridas,
hortênsias, entre outras, têm floração mais abundante, se expostas à face norte.
A face sul do terreno, ao contrário da face norte, é a mais sombreada e fria. Diz
a sabedoria popular que o joão-de-barro nunca constrói o seu ninho voltado para o sul,
para evitar os ventos frios, que sopram principalmente nas madrugadas.
Também as folhagens se ressentem do frio. As folhas das samambaias, por
exemplo, a 5ºC começam a amarelar e a secar. Plantas como antúrios, jiboias e comigo-

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ninguém-pode não devem ficar sujeitas a correntes de ar frio. Outras plantas, no
entanto, como árvores e arbustos, que têm ramos e troncos lenhosos, podem se adaptar
com mais facilidade a essas condições.
Se observarmos esses princípios básicos as chances de sucesso serão maiores,
pois os danos e as condições impróprias que dificultam o crescimento dos vegetais
também favorecem o ataque de pragas e doenças. Tais pragas atingem normalmente
as plantas mais fracas.

2.1 Manejo de plantas e flores ornamentais


2.1.1 Necessidades básicas
Além da nutrição e do meio de cultivo adequado diversas condições também são
essenciais à vida dos vegetais. Cabe que cada espécie carece de condições climáticas
adequadas para o seu desenvolvimento. Veja no capítulo "Identificando e Solucionando
Problemas" os sinais de que algo não está de acordo com as condições exigidas pelas
plantas.
Portanto para se ter um exemplar bem cuidado é necessário conhecer as
necessidades de cada espécie, o que não é o objetivo desse manual. Pergunte ao
atendente da loja de sua preferência quais as condições ambientais e climáticas
necessárias para o cultivo da espécie desejada ou ainda esclareça as características do
local onde se deseja cultivar a sua planta para não errar na espécie que se está
comprando.
Leve em consideração os seguintes fatores básicos:
 Iluminação - Sol pleno / Meia sombra / Sombra
 Temperatura - Calor / Ameno / Frio
 Ventos - Incidência e proveniência de ventos - Ventos vindos do Sul
normalmente são maléficos às plantas (são muito frios)
 Umidade do Ar - Normalmente em ambientes fechados a umidade é o fator mais
crítico para algumas espécies, bons exemplos são as salas com ar-condicionado
que são extremamente secas e os cômodos próximos às cozinha e banheiros
que são muito úmidos, bem como os próprios.
 Posição geográfica - Para plantas cultivadas dentro de casa ou próximas de
construções, o posicionamento geográfico influencia praticamente em todos os
fatores anteriores - iluminação, temperatura, ventos e umidade.

2.1.2 Iluminação
 Luz é vida. Não só para as plantas, mas para todos os seres vivos, ela á
indispensável. Quando ela é insuficiente os caules ficam longos e fracos (pois

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buscam a luz), as folhas pálidas e não há produção de flores, nos casos mais
críticos as plantas morrem.
 Quanto à luminosidade, 2 fatores influenciam o desenvolvimento das plantas: a
intensidade - brilho ou potência da luz e a duração, período de tempo que as
plantas ficam expostas à luz.
Portanto quando determinar o local em que a sua planta será cultivada considere
os fatores de sol pleno - grande intensidade e duração, meia sombra - pequena
intensidade e grande duração e sombra - pequena intensidade e duração. Cabe que em
nenhum dos casos signifique que a planta possa ser cultivada no escuro, todas as
plantas, sem exceção, precisam de luz para sobreviver.

2.1.3 Indícios da falta ou excesso de luz


As plantas têm tendência natural para se desenvolver de acordo com a
luminosidade que lhes é oferecida onde se adaptam, mas é claro que sofrem com isso.
Luz insuficiente torna os ramos fracos, esticados, mais finos e pálidos conhecido
pelo termo botânico estiolamento. Já o excesso de luz provoca queimaduras nas folhas.
Muitas folhagens não toleram a luz direta do sol. São plantas que no habitat natural
vivem à sombra das árvores. Quando colocadas diretamente sob a luz direta do sol,
suas folhas encrespam e podem surgir manchas marrons, sinais claros de queimaduras.

2.1.4 Temperatura
Outro fator importante no desenvolvimento das plantas é a temperatura
ambiente. Tão importante que de nada vai adiantar as regas, iluminação e a umidade
do ar se a temperatura não for adequada.
A temperatura interfere na absorção da água pela planta tendo uma relação
direta com a transpiração e a respiração das folhas. As espécies escolhidas para serem
cultivados em sua casa devem seguir a ordem natural, ou seja, escolha sempre plantas
que se dão bem com as variações climáticas de sua região. Plantas tropicais, por
exemplo, entram em dormência quando a temperatura cai abaixo dos 15ºC outras
morrem quando ficam por muito tempo expostas a altas temperaturas.
Contudo o que mais prejudica as plantas são as variações bruscas de
temperatura, fique de olho no termômetro e proteja suas plantas, para o frio iluminá-las
com lâmpadas incandescentes é uma boa solução e para o calor faça pulverizações
com água diariamente.

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2.1.5 Umidade Atmosférica
Para as plantas, a umidade do ar (ou umidade atmosférica) é tão importante
quanto a umidade do solo. A umidade nada mais é que a quantidade de vapor de água
existente no ar o que afeta tanto as plantas quanto às pessoas. Quando o ar está úmido,
nossa transpiração não evapora e nossos cabelos e roupas demoram mais para secar.
Em dias secos sentimos mais frescor na pele, suamos menos e as roupas secam
rapidamente.
A porcentagem de vapor de água no ar é chamada de umidade relativa do ar.
Esse índice varia muito de local para local, dependendo da vegetação, altitude e
proximidade do litoral. Desta forma para manter suas plantas exuberantes é importante
saber qual é a média de umidade relativa do ar do ambiente ou do local onde será
cultivada.
Para plantas cultivadas em interiores, que por natureza são mais secos,
pulverizações diárias com água irão equilibrar a umidade do ar. Uma leve névoa sobre
as folhagens é muito bem-vinda e resolve rapidamente o problema da falta de umidade.
Certifique-se que a água não esteja fria, pois as folhas podem ressentir-se.
IMPORTANTE: Ambientes com ar-condicionado são extremamente secos para as
plantas.
Nos ambientes externos o controle de umidade do ar é muito mais complexo
portanto, evite cultivar exemplares de clima seco em locais úmidos e vice-versa.
Lembre-se que sempre haverá um exemplar adequado para o seu local.

2.1.6 Regas
 Quando regar:
As regas têm importância fundamental no desenvolvimento e manutenção das
plantas. Acontece que o excesso de água é tão prejudicial quanto a falta e mais, nem
todas as plantas têm as mesmas necessidades de água.
E ainda a mesma planta, dependendo da época do ano, período de
desenvolvimento, localização e outras circunstâncias irão exigir mais ou menos água do
que o habitual. Diante destas variáveis ressaltamos que as regas não são tão simples
como pensamos, as tabelas e fórmulas precisam ser seguidas literalmente.
 Como regar:
Pode parecer excesso de zelo ou capricho, mas o modo de regar suas plantas
exercerá grande influência sobre elas.
As plantas pendentes, por exemplo, apresentam um problema em particular,
tendema secar mais rapidamente do que as outras.

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Plantas com folhagens abundantes, como as samambaias, além das regas
normais necessitam que suas folhas sejam borrifadas em dias muito quentes.
Enfim você precisa descobrir o modo mais adequado para cada planta, pois
regar todas as plantas ao mesmo tempo e da mesma maneira não é aconselhável e
nem salutar às plantas.
Existem 3 modos básicos de se regar as plantas, uma dessas maneiras irá
atender a todas as necessidades de cada espécie:
 Rega por cima: É o processo mais comum, ideal para a maioria das plantas.
Consiste em regar diretamente no substrato utilizando um regador de bico fino,
fazendo com que a água penetre até começar a sair pelo furo de drenagem.
 Rega por baixo: É especialmente indicado para as espécies que formam
touceiras e fecham o vaso não deixando área de exposição na superfície. O processo
consiste em colocar a água no prato que fica embaixo do vaso e deixar que seja
sugada através do furo de drenagem. Quando a umidade atingir a superfície do vaso,
o processo é lento. Você deve tirar a água que sobrou no prato, para não procriar
mosquitos e não encharcar o solo que podeprovocar o apodrecimento das raízes.
 Imersão: É uma técnica especial e só serve para vasos de barro não
impermeabilizados, é uma espécie de UTI para plantas, socorre exemplares que
ficaram em situação crítica pela falta d'água. Também aconselhável para rega de
orquídeas e samambaias aplicadas em placas de fibra de coco. NÃO UTILIZEM XAXIM
está em extinção!!!
O processo é simples, encha uma vasilha (balde) com água suficiente para cobrir
o vaso inteiro, só o vaso, não a planta. Coloque o vaso no balde e deixe-o submerso
por uns 2 minutos ou até parar de borbulhar. Depois levante o vaso e deixe drenar
todo excesso de água. Você pode utilizar o mesmo recipiente para regar várias plantas
sem prejuízo ao processo, contudo cuide para não colocar plantas infestadas ou
doentes.

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3. SOLOS, SUBSTRATOS, ADUBOS E COMPOSTAGEM
3.1 Solos
Constituinte do solo: O solo é composto principalmente por matéria mineral.
Matéria orgânica, ar e água. Tais constituintes estão misturados e são encontrados em
proporções variáveis.
Materiais minerais: Os minerais do solo, conforme a dimensão de suas
partículas, podem ser classificados em argila (menor que 0,004mm), silte ou limo (entre
0,004 a 0,062 mm) e areia (acima de 0,062 até 2,0mm). Na prática classificamos o solo
quanto sua textura:
Argiloso: solo de textura argilosa possuem mais de 35%de argila. São
geralmente pegajosos, quando úmidos, e racham na superfície quando secos. Também
nesse solo há uma maior dificuldade de circulação de ar e água, principalmente quando
ocorre muito pisoteio ou locomoção de máquinas e equipamentos. Grande parte dos
nutrientes está adsorvida a superfície das partículas de argila, contribuindo para que
esse solo tenha mais fertilidade.
Arenoso: solo de textura arenosa com mais de 85%de areia. São geralmente
soltos, permeáveis, favorecendo a circulação de água e ar e penetração das raízes e
menos férteis.
Arenoargiloso: solo de textura média, apresentam proporções iguais de argila
silte e areia.
Matéria orgânica: a matéria orgânica e oriunda de restos de animais e vegetais.
Com a decomposição, se transformam em húmus. O humus é a parte mais estável da
matéria orgânica, sua presença no solo é extremamente importante, pois melhora suas
propriedades físicas, químicas e biológicas.
A seguir alguns benefícios proporcionados pela matéria orgânica:
 Melhora a estrutura do solo: o húmus juntamente coma parte mineral do solo,
tende a formar pequenos torrões estáveis resistentes a erosão.
 Areja os solos argilosos e agrega os solos arenosos: os argilosos ficam mais
soltos e mais fáceis de serem trabalhados e os arenosos ficam com as
partículas mais úmidas e não excessivamente solto.
 Aumenta a capacidade de retenção de água: a matéria orgânica armazena
uma quantidade de água maior que seu peso, liberando de maneira
adequada.
 Armazena nutrientes: o húmus tem uma grande capacidade de reter e ceder
nutrientes, aumentando a dinâmica do solo.
 Equilibra a vida no solo: atua como alimento e energia para os organismos
vivos que exercem importante papel na nutrição das plantas.

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 Aumenta a resistência das plantas as pragas e doenças: a presença da
matéria orgânica melhora as propriedades do solo, fazendo com que os
vegetais se desenvolvem de maneira mais adequada e fiquem mais
resistentes as pragas e doenças.

3.2 Substrato
Substrato é todo o material utilizado como meio de germinação, manutenção e
crescimento de plantas, que não seja terra (solo). Importante observar que qualquer
produto que contenha TERRA em sua formulação NÃO É SUBSTRATO.
No Brasil o primeiro substrato agrícola foi comercializado em 1982. Mais de 20
anos depois os substratos são materiais imprescindíveis na agricultura moderna. Há
razão de 10 anos os substratos agrícolas tiveram suas fórmulas adaptadas para o uso
em jardinagem, nos projetos paisagísticos e na construção de campos esportivos.
Os substratos são constituídos de uma mistura balanceada de materiais
orgânicos e/ou minerais que têm a função de garantir uma boa e uniforme germinação,
proporcionar condições ideais para o perfeito enraizamento, reter água apenas o
necessário e permitir a disponibilidade de nutrientes.
Para que as condições ideais de cultivo sejam atendidas os substratos precisam
ser formulados de maneira que as principais características estejam em equilíbrio:
Físicas: Textura e densidade que permitam um suporte firme e uma boa relação
drenagem / aeração determinando uma relação ideal de ar / água que é fundamental
para a formação das raízes e consequentemente na qualidade da nutrição das plantas.
Químicas: pH e índice de sais suportáveis e em níveis adequados para que os
nutrientes possam ser absorvidos pelas plantas.
Biológicas: Conter material orgânico suficiente de forma que possa conter e
mineralizar nutrientes.
É importante ressaltar que as plantas retiram do substrato, através das raízes, os
nutrientes necessários para a sua manutenção e crescimento.
Outras vantagens no uso dos substratos é que suas características físicas, químicas e
biológicas são estáveis e uniformes, além de serem Isentos de patógenos, pragas e
plantas daninhas.

3.3 Adubos
Ao todo, são 17 os minerais essenciais às plantas. Os minerais de que elas
necessitam em maior quantidade, chamados macronutrientes, são: nitrogênio (N),
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S).

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Os micronutrientes, necessários em pequenas quantidades, são: ferro (Fe), manganês
(Mn), boro (Bo), molibdênio (Mo), cobre (Cu), zinco (Zn) e cobalto (Co).
Cloro (Cl) e alumínio (Al) em pequenas quantidades podem se tornar tóxicos às plantas.
A planta necessita também de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), os
quais retira da água e do ar.

Adubação: as plantas são constituídas por compostos carbono, oxigênio e


hidrogênio, nitrogênio, fósforo potássio e entre outros. O carbono é obtido
principalmente do ar atmosférico, e o hidrogênio e oxigênio da água. Junto os três
constituem 95%da sua matéria seca. Os outros 5% constituem os minerais que as
culturas retiram do solo. Esses minerais são divididos em dois grandes grupos.

Macro nutrientes: os elementos exigidos em maior quantidade são o


N(nitrogênio), o P(fósforo), o K (potássio), o Ca (cálcio), Mg (magnésio) e o enxofre.

Micronutrientes: dentre aqueles necessários e em menores quantidades,


destacam-se o boro(B), cloro (Cl), cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio
(Mo), Zinco (Zn), Cobalto 8 (Co), Níquel (Ni), e o Selênio (Se). Quando o solo não possui
quantidade suficiente de minerais ou quando as proporções estão inadequadas para o
desenvolvimento das plantas, podendo corrigir essa situação com o adubo.
Os adubos são classificados quanto à origem, em adubos minerais (ou químicos) e
orgânicos.

Adubos químico ou sintéticos: são vendidos em forma de sais simples, como


salitre do Chile, sulfato de amônio, e superfosfato simples ou em mistura já pronta que
pode ser facilmente encontrada em lojas especializadas. Na embalagem estará escrito
uma série de números, como10:10:10: ou 04:18:ientes.08. Esses números indicam a
proporção do nitrogênio, Fósforo e potássio que os adubos tem, é o famoso NPK, todos
os macro e micronutrientes importantes para o desenvolvimento das plantas. Os adubos
químicos ou de tempo, liberam nutrientes de forma direta, rápida, e por um período
curto.
Siga sempre as orientações de aplicação e dosagem fornecida pelo fabricante,
a utilização incorreta pode intoxicar e até matar as plantas.
Os adubos orgânicos são compostos de resíduos de origem animal ou vegetal.
Dentre os mais conhecidos estão à farinha de osso, torta de mamona, esterco e o
húmus, além de compostos resultantes da decomposição de plantas ou mesmo de lixo
orgânicos. Esses compostos costumam conter todos os macros e micronutrientes que

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as plantas precisam, porém só deve ser aplicado se já estiverem curtido ou seja após
sua completa fermentação.
Os aditivos orgânicos não liberam todos os nutrientes de uma só vez como
acontece com os químicos, o resultado, no entanto é mais duradouro. Escolha
compostos orgânicos de procedência conhecida ou de fabricantes regulamentados.
Evite utilizar resíduos, principalmente de animais, sem a devidas orientações,
eles podem conter micro-organismos patogênicos que podem fazer mal a você e a
planta.
Fertilizantes + animais, quem tem animais em casa deve ter um cuidado especial
ao utilizar fertilizantes em vasos, e jardins, uma vez que alguns produtos podem ser
tóxicos se ingeridos. É o caso da torta de mamona, um adubo orgânico nitrogenado feito
a partir da prensagem da mamona. Embora excelente para as plantas ela é
extremamente venenosa para animais, podendo levá-los a morte. Em sua fórmula, além
dos componentes da mamona, que é uma planta toxica, há boas concentrações de
elementos químicos como o cádmio e o chumbo. Consulte um especialista antes de
utilizar qualquer adubo em locais onde haja a circulação de crianças.

pH do solo: O valor do pH (potencial hidrogeniônico) exprime a intensidade da


acidez ou alcalinidade do solo. Ele atua na sua propriedade, como por exemplo na
disponibilidade de nutrientes, na atividade dos micro-organismos entre outras. Portanto,
o PH influi também no desenvolvimento das plantas.
A maioria das plantas se desenvolvem em pH entre 6,0 a 6,5 ficando esses
valores como o ideal para os jardins. Algumas espécies, no entanto, preferem solos
mais ácidos (por volta de pH5,0) como a Alamanda, azaleia, camélia, prímula, petúnia,
begônia, samambaia, magnólia. Poucas plantas se desenvolvem em solos básicos entre
elas estão às tulipas, alyssum, rosas, fuchsias.
Solos ácidos, são aqueles quais índices de pH é menor que 7. Os alcalinos são aqueles,
cujo pH são maiores que 7 (a escala vai até 14). Solos com pH igual a 7são
considerados neutros.
De maneira geral, a maioria das plantas cultivadas em jardins se desenvolve
bem num pH próximo do neutro. Algumas situações acarretam maior solo, como por
exemplo o uso de determinados adubos nitrogenados. O pH pode ser obtido em análise
de solo ou através de alguns nutrientes e pode, ainda, favorecer outros dados relevantes
para saber se é o caso ou não de fazer esse procedimento, sugerimos um agrônomo.
De maneira geral, para análise de solo, retiramos amostras de uma profundidade
variável de 0,20 cm a 0,40 cm os quais devem serem colocados em sacos plásticos
limpos e enviado a um laboratório especializado. O número de amostras varia em função

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do tamanho da área, características do solo e a vegetação existente na hipótese de se
optar pela análise de solo, é aconselhável entrar em contato com o laboratório para
solicitar mais informações sobre o procedimento. É muito importante que o resultado da
análise venha acompanhado de um laudo do agrônomo com as recomendações sobre
adubação e calagem.
Dependendo do resultado obtido pode ser necessário corrigir o solo para que o
pH fique ao nível adequado ao desenvolvimento das plantas. Para essa correção, faz-
se a calagem mediante aplicação de calcário no chão. Dentre os produtos utilizados
para a calagem, há o calcário dolomítico. Após a realização da calagem, é necessário
que ocorra alteração no pH do solo.
O tempo necessário para que o calcário altere o pH solo varia em função do
material empregado, solos, fatores climáticos, vegetação e outros. De qualquer forma,
recomenda-se corrigir o pH do solo antes da adubação.
NC=(V2 – V1) xTx1/100xf
NC=Necessidade de calagem
T=CTC (capacidade de troca de cátions)
V2 =porcentagem de saturação de base desejado pela cultura
V1=porcentagem de saturação de base que tem no solo
F=100/PRNT
PRNT= poder relativo de neutralização total do calcário

Adubação orgânica: Para ser eficiente tem que ser usado em combinação, pois
individualmente apresenta deficiência em algum nutriente. Por exemplo, pode-se usar a
torta de mamona, que é rica em nitrogênio, com a farinha de ossos, que é rica em
fósforo, e a cinza de madeira, que é rica em potássio, numa mistura na seguinte
proporção: 3:1:1. Saliente-se que, quando se utiliza a adubação orgânica, esta deverá
ocorrer a cada 2 ou 3 meses e longe das brotações e raízes novas, na quantidade de
uma colher de café nos vasos pequenos e uma de chá naqueles bem grandes.
A vantagem da adubação orgânica é que fornece às orquídeas, além dos
nutrientes, substâncias orgânicas simples durante o processo de decomposição que são
benéficas para estas plantas; a desvantagem é que o teor de nutrientes é muito variável.

Adubação química: A grande vantagem é que se podem fornecer todos os


nutrientes essenciais na quantidade e proporção mais adequada às diversas fases do
desenvolvimento da planta. Também é possível distribuir esta solução nutritiva (água +
sais minerais) por toda a planta, inclusive para as raízes, através de pulverizações ou
mergulhando o vaso por alguns minutos nessa solução nutritiva. No mercado há adubos

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químicos na forma de pó (dosagem de 0,5-1,0g/1 água) ou na forma liquida (dosagem
de 0,5-1,0ml/1 água).

4. REPRODUÇÃO E CULTIVO - O VIVEIRO DE PLANTAS


4.1 Técnicas de plantio
O terreno deve estar preparado e o solo já adubado, pelo menos 30 dias antes
do plantio. Os berços são abertos de acordo com o tipo de muda.
Para árvores, o ideal é que sejam feitos com 70 cm de profundidade por 60 cm
de comprimento e largura (70x60x60). Para arbustos, com 50 cm de profundidade por
40 cm de comprimento e largura (50x40x40x).
Mesmo que as mudas sejam pequenas, essas medidas são as indicadas, pois
favorecerão o crescimento das plantas nos primeiros anos de vida.
A terra que se retira dos berços deve ser separada em dois montes: um com os
20 cm formados pela terra da superfície e outro com o restante dela. Isso porque a parte
de cima do solo é a mais fértil e, junto com a terra previamente preparada com adubos
orgânicos e químicos, deverá ser devolvida ao berço. O restante da terra pode ser
adubado e usado em outros berços, desde que se esperem 20 a 30 dias para plantar.
Ao plantar, coloque apenas a metade da terra no berço. Em seguida, regue
abundantemente. A rega durante o plantio é importante para que a terra se compacte e
o solo não fique ressecado.
Em seguida, preencha o berço com terra até o nível do solo, não se esquecendo
de colocar a muda na mesma altura em que estava plantada. Regue em seguida e
diariamente nos primeiros 30 dias. Se puder, faça ao redor das plantas uma coroa com
capim, serragem, casca de arroz ou outra cobertura morta, para evitar o ressecamento
do solo e o aparecimento de ervas daninhas.

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Se preciso, faça o monitoramento das mudas para que não tombem. Use cabo
de vassoura ou ferro de construção e, de preferência, sisal ou corda para amarrá-las. O
laço deve ser em oito, para evitar o estrangulamento do caule.

4.1.2 Plantio em vasos


No fundo do vaso, deve-se colocar material de drenagem, como cascalho ou
brita misturada com areia. A planta deve ser colocada bem ao centro do vaso. Preencha
os espaços laterais com terra, deixando uns 2 cm (até a borda do vaso) sem terra. A
terra deve ser comprimida com as mãos levemente, a fim de não compactar o solo
demasiadamente. A planta não deve ficar em contato com a água.

4.2 Anatomia das plantas


A beleza nem sempre é essencial, o mais importante é a função. Cada parte
da planta desempenha um papel. Assim como nossos órgãos, juntos, mantêm nossa
vida,as diferentes partes das plantas formam um sistema que as mantêm vivas.
As plantas também apresentam atrativos, como cores, perfumes e sabores, ou
instrumentos de defesa, como espinhos e venenos. Outras plantas se associam a
animais também para se defender. Exemplo: pau-de-formiga.

18
4.2.1 A flor
É o órgão sexual das plantas, embora elas também
possam se reproduzir por outras partes, como galhos,
folhas, raízes e brotos laterais.
Quando as plantas se reproduzem pela
polinização das flores, chama-se reprodução sexuada.
A vantagem desse tipo de reprodução é que o
“cruzamento” entre duas plantas pode trazer novas
características à espécie, como vigor, resistência às
pragas e doenças, melhor porte, maior quantidade de
flores etc. Por outro lado, também pode significar perda de
características boas, como o açúcar dos frutos, por
exemplo.
Quando não há cruzamento entre plantas, chama-
se reprodução assexuada. É como se fosse uma
clonagem: as plantas reproduzidas são cópias das
plantas-mãe. As vantagens podem ser muitas, como a
manutenção do tamanho, sabor, aroma, porte, coloração
etc. Pode haver vantagem também quanto ao tempo de
produção, pois é muito mais demorado a semente
germinar e crescer do que fazer uma estaca de um galho.

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É preciso cuidado, contudo, pois as plantas podem
Flor de uma quaresmeira:
p - pedúnculo perder a resistência às pragas e doenças, principalmente
c - cálice quando se reproduzem plantas naturalmente mais fracas.
co – corola
e – estames A flor é formada por diferentes partes. As pétalas,
g - gineceu sépalas e brácteas são folhas modificadas.
eg – estigma
et - estilete Os vegetais possuem sexos separados são
chamados monóicos (mono = uma; oikos = casa). Quando
têm os dois sexos ao mesmo tempo, são denominados dióicos (di = dois; oikos = casa).
No caso das plantas dióicas, existem as plantas macho e fêmea. Normalmente
só a planta fêmea produz frutos, pois apenas ela tem ovários. Mas pode acontecer um
processo chamado partenogênese, quando o macho produz um “falso” fruto. É o caso
do mamão macho, quando produz o mamão em “corda”.

4.2.2 A folha
Além de ser o “pulmão” da planta, a folha serve como órgão de absorção de água
e luz, de excreção do excesso de minerais, de manutenção da temperatura e de
reprodução.
As folhas podem ser de vários tipos.

lanceolada sagitada orbicular assimétrica partida

germinada trifoliada digitada duplicada

20
5. MONTAGEM ATUALIZADA DE JARROS E CANTEIROS
5.1 Os jarros
Jarros dão um toque especial ao jardim e normalmente são usados como ponto
focal.
Um ponto focal direciona o olho e é o
elemento em que tudo gira em torno.
Acrescenta estrutura e interesse ao
ambiente e torna a cena completa.
Plantas em jarros tem a vantagem de
serem cultivadas acima do nível do solo, o
que lhes dá maior importância e impacto
visual.
Atualmente tem se desenvolvido híbridos de jardim, com características das
plantas antigas: forma, cor e perfume e acrescentou-se a vantagem de um longo
período de floração, com aromas ricos, imensas flores ou pequenas e mais adequadas
a cultura em jarros.
Plantas anuais possuem floradas intensas,
porém morrem depois da florada. A vantagem dos
jarros no jardim, é que se pode ter plantas para
todas as estações do ano, mudando sempre o
visual do jardim.
Jarros com arranjos comportados, são
formados por uma única espécie de flor e de cor.
Os jarros no jardim oferecem sempre bom aspecto quando agrupados.
Plantam-se grandes arbustos ou árvores nos jarros grandes, colocados na parte
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posterior do grupo e enchem-se os jarros mais baixos, em frente, com plantas anuais e
plantas de folhagem persistente, de baixo porte.
Plantas perenes, não precisam ser trocadas, servem de base no jardim. Não há
regras para o agrupamento dos jarros, embora em geral seja melhor não ter
demasiados tipos diferentes no mesmo local.

5.2 Os canteiros
Canteiro de jardim é um espaço simples ou
requintado cheio de plantas que vai trazer aquela
paz a tranquilidade a sua casa ou apartamento.
Esse tipo de decoração viva não precisa de grandes
áreas, e cabem nos locais mais compactos.
Para manter um canteiro de plantas, basta
seguir quais são os cuidados com as espécies que
você vai cultivar. Assim, elas serão sempre
vistosas, trazendo folhas e flores lindas todos os
anos para te presentear com cores, aromas e
formatos.
Os canteiros de jardim cumprem a função de
delimitar áreas para o plantio de determinadas
espécies para direcionar o olhar e a atenção para a
beleza das plantas.
Seja para plantar flores ou um mix de ervas aromáticas, os canteiros são uma
maneira criativa e simples de dar personalidade ao seu jardim e criar um estilo único.
O canteiro de jardim combina com qualquer tipo de ambiente, dos mais amplos aos
mais compactos.
Para montar um canteiro de jardim, delineie o formato desejado na grama e
limpe a área interna, deixando pelo menos 15 centímetros de profundidade para o
plantio. Em seguida, misture adubo à terra e nivele utilizando um ancinho. Lembre-se
que algumas espécies podem precisar de misturas específicas para o plantio.
O melhor horário para plantar novas mudas é o fim do dia, quando o calor é
mais ameno e não há exposição ao sol. Neste momento, basta retirar as mudas do
saquinho, abrir um espaço com a pá e dispor as mudas ao longo do canteiro de jardim,
do jeito que você quiser.
Atente-se às especificidades de cada muda para definir o espaçamento entre
as plantas e não sobrecarregar o canteiro de jardim.
Diferentes formatos:
Os formatos de canteiro de jardim podem ser geométricos ou orgânicos. Entre
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os canteiros geométricos, os formatos mais utilizados são o quadrado, o retângulo e o
círculo. Já as formas orgânicas são desenhos com linhas curvas, como o caroço de
feijão, por exemplo.
As linhas curvas acentuam a beleza das plantas e dão uma forma mais natural
ao jardim. As linhas retas e os ângulos dão um toque mais rígido ao canteiro de jardim,
pois são menos frequentes na natureza e denotam a intervenção humana.
O canteiro de jardim pode ser plantado em diferentes áreas do espaço. Uma
opção muito utilizada é fazer canteiros de jardim na base de muros ou paredes que
delimitam a área externa, para dar um toque charmoso à transição entre a construção
e a natureza. Outra ideia bacana é contornar caminhos e passagens para deixar o
trajeto mais bonito e agradável.
Também é possível criar pequenos canteiros de jardim mais dispersos no
espaço, para dar destaque a determinadas espécies e ornamentar o gramado com
toques de cor e forma.
Explosão de cores:
O canteiro para jardim é uma ótima maneira de dar destaque às espécies que
você mais gosta. Na hora de plantar, lembre-se de respeitar o formato escolhido para
dispor as plantas de forma harmoniosa.
Canteiro de jardim circular, por exemplo, deve ter espécies mais altas no ponto
central, diminuindo a estatura das plantas a cada círculo. Já nos canteiros encostados
em muros e paredes, as espécies maiores ficam sempre no fundo, colados na
construção.
Abuse das cores e da sua criatividade para cultivar canteiro de jardim bonitos e
charmosos, que alegre o ambiente e transmita a riqueza da natureza através de suas
formas e tons.

6. ACABAMENTOS ACESSÓRIOS E MOBILIÁRIOS


6.1 Equipamentos de Esporte e de Lazer
A escolha de equipamentos e brinquedos a implantar deve obedecer às
normas específicas e contemplar todas as faixas etárias. Os equipamentos
comumente utilizados pela CDHU são: quadra poliesportiva, campinho de futebol,
pista de skate, brinquedos infantis, mesa de jogos, etc.
A implantação de canchas de malha necessita de cercamento da área. Para a
recreação infantil poderão ser pintados no chão jogos de amarelinha, caracol, etc.

6.2 Mobiliário Urbano


O mobiliário urbano, da mesma forma que a vegetação, contribui para a
estruturação e organização do espaço. Comumente utilizam-se bancos, mesas, postes
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de iluminação, protetores de árvores, etc.
Devem ser resistentes e exigir pouca manutenção. Para a sua especificação,
consultar padrões CDHU, indicar produto disponível no mercado ou detalhar solução
adotada.
Pisos:
A área pavimentada deve ser minimizada, deixando o máximo de solo
permeável, sempre que possível. A escolha dos pisos deve considerar os diferentes
usos no projeto. Os critérios para a sua especificação devem considerar a qualidade
estética, a durabilidade, a facilidade para manutenção, a permeabilidade às águas
pluviais.
Deve-se privilegiar o uso de elementos drenantes, como gramado, pedriscos,
pisos articulados, etc.
A circulação em praças e condomínios pode ser em concreto desempenado ou
bloco de concreto intertravado. Recomenda-se a largura mínima de 1,50 m. Se o fluxo
de pessoas for grande, a largura deve ser aumentada.
Para os pisos de playgrounds não se recomenda que seja utilizado areia. Eles
podem ser gramados em terra batida ou utilizar outras combinações como o piso PTA
(composição de terra e areia).
Iluminação:
A iluminação tem a finalidade de aumentar a segurança e criar condições para
a melhor utilização do espaço externo pelo usuário. Deve-se prever iluminação nos
acessos, nas áreas de circulação, de lazer, de esportes, otimizando a localização dos
pontos de luz.
O Projeto de Iluminação específico deve fazer parte do Projeto de Elétrica geral
do empreendimento.
Detalhes construtivos:
São as escadas, rampas, passeios, pisos, pérgolas, corrimãos, guarda-corpos,
escadas hidráulicas, canaletas, grelhas, etc. Serão adotados padrões CDHU ou
detalhados no projeto, quando necessário.
As soluções para acesso em desnível deverão ser feitas com a construção de
rampas, de acordo com a norma NB9050, que garante a acessibilidade a pessoas
portadoras de deficiência física. Recomenda-se a construção de escadas em paralelo.
Utilizar sempre corrimão e guarda-corpo.

7. MANUTENÇÃO INTELIGENTE - PODA E TOPIÁRIA


7.1 Poda
Nas partes superior e inferior, as folhas apresentam inúmeros poros, os
estômatos. São importantes para a fotossíntese, respiração, transpiração e eliminação
24
de resíduos. Também apresentam nervuras por onde correm a seiva e os gases. Essas
nervuras dão origem ao pecíolo, que prende as folhas ao caule. Na base de cada folha,
podemos encontrar uma gema ou “olho” de brotação, de onde surgem os novos ramos.
Durante a poda, o corte feito acima e contrário às gemas evita o acúmulo de
seiva, protegendo a folha contra o aparecimento de fungos e bactérias que causam
podridões.

Nos troncos, existe uma região superior denominada crista ou “cangote”, e uma
inferior conhecida por “colar” ou “pescoço” por onde a água escorre. Na poda, é
importante preservar a crista e o colar, pois é onde vai crescer um tecido novo de
cicatrização. Como a folha é órgão de absorção, a adubação foliar pode ser uma boa
solução na hora de aplicar adubos.
Todo produto foliar, como inseticida, fungicida, adubo, “limpa-folhas” etc., deve
ser aplicado à tarde para evitar as manchas causadas pelo sol.

7.2 Topiaria
A palavra topiaria, vem do latim topiarius e significa “a arte de adornar os jardins”.
A topiaria é uma técnica avançada de jardinagem que tem por objetivo dar formas
esculturais às plantas, de acordo o desejo do jardineiro. É uma arte antiga, sua origem
remonta a 500 A.C, onde foi explorada nos jardins suspensos da Babilônia, com os
primeiros jardins intensamente trabalhados pelo homem.
Sendo uma arte sofisticada, sua presença
no paisagismo, está historicamente relacionada
com a nobreza e o clero. Presente nos jardins
palacianos da Roma antiga, a arte atravessou os
séculos nos monastérios e castelos medievais, e
retornou com grande pompa e popularidade no
renascimento, sendo elemento constante nos
jardins formais ingleses, holandeses, italianos e
Foto: Michele Schaffer.
principalmente nos franceses.

25
Com a revolução paisagística provocada
pelos jardins informais ingleses, no século XVIII, a
topiaria perdeu sua força. No Brasil, os jardins
tropicais de Burle Marx também eram avessos às
topiarias, assim como qualquer técnica que
modificasse a forma natural das plantas. Mas a
topiaria sobreviveu à estas intempéries, mesmo
sendo rotulada de cafona e antiquada. Ela Foto: Nancy McClure
ressurgiu nos jardins contemporâneos e minimalistas, com formas geométricas simples
ou abstratas, que conferem modernidade aos ambientes. Nos jardins orientais elas
também são bem-vindas, desde que tenham formas naturais de plantas, à semelhança
da arte bonsai.

Com a nova técnica stuffed, desenvolvida pelos americanos na década de 60,


que utiliza suportes revestidos com trepadeiras, ervas e gramíneas, novas formas se
tornaram possíveis, com maior variedade nas cores e texturas das esculturas. A topiaria
feita desta forma é muito mais prática e rápida de ser realizada e tornou-se popular
mundialmente através dos jardins dos parques Walt Disney. Ainda assim ela não deixou
de ser uma arte que exige paciência e detalhismo.
A técnica de topiaria com podas exige alguns cuidados, para que o objetivo final
seja alcançado. Apesar de diversas formas serem permitidas, há que ter o cuidado de
que não existam áreas negativas e côncavas, ou que elas sejam pouco profundas, isto
é, nenhuma parte da planta deve ficar sem iluminação direta do sol. A partir deste
princípio, pode-se concluir que a base das esculturas deve ser mais larga que o topo,
para evitar áreas falhadas. As formas cônicas e espirais são então as mais simples e
fáceis de realizar com perfeição.
Apesar de muitas plantas arbustivas se prestarem
à topiaria, há algumas espécies mais indicadas para a
realização da técnica com poda, como o buxinho (Buxus
sempervirens), podocarpo (Podocarpus macrophyllus),
tuias, cipreste (Cupressus coccinea), teixo (Taxus
baccata), ligustro (Ligustrum sinense), azaléia
(Rhododendron simsii), oleagno (Elaeagnus pungens),
ficus (Ficus benjamina), viburno (Viburnum prunifolium),
murta (Murraya paniculata) e pitósporo (Pittosporum
tobira). As características que estas plantas têm em
comum e que muitas vezes são ignoradas incluem:
Foto: Andrew Kuchling.
 crescimento lento a moderado;

26
 longevidade;
 folhas firmes (coriáceas a duras) e perenes;
 tolerância a podas frequentes;
 folhagem naturalmente ramificada e compacta.
As podas devem ser realizadas desde
quando a planta é jovem, para que ela vá
adquirindo tolerância ao manejo, além da forma
densa, pelo estímulo a ramificação provocado
pelas podas. A forma neste momento é
importante, mas o detalhamento pode ser
deixado para os anos subsequentes. A época
ideal para as podas é no final do inverno e no
início do verão. Arbustos floríferos devem ser
podados somente após a floração, para não
Foto: May Race.
prejudicar o florescimento.
Podas realizadas no outono ou final do verão, irão estimular o crescimento de
novos ramos e estes não terão tempo de se preparar para o inverno que se aproxima.
As podas de limpeza, de galhos doentes e malformados, podem ser realizadas a
qualquer tempo, e as podas drásticas devem ser evitadas pois debilitam muito as
plantas, podendo ocasionar a sua morte.
O material necessário a topiaria é muito simples.
Basta uma boa tesoura corta sebes (do tipo longa, leve
e ligeira), com cabo emborrachado e confortável e
batentes de borracha que absorvam o impacto. A
tesoura deve estar sempre bem afiada, além de
esterilizada entre uma planta e outra, de forma a evitar
a propagação de doenças. Arames e fios de nylon
podem ser necessários, para corrigir alguns ramos
mais rebeldes. Foto: Andrew Kuchling.

Na técnica stuffed, os suportes são os protagonistas da forma, e devem ser de


material resistente e durável. Nesta técnica de topiaria, diferentemente das topiarias
exclusivamente com podas, pode-se formar esculturas de plantas em áreas semi
sombreadas, dependendo das espécies escolhidas. Diversos tipos de plantas são
permitidos, desde trepadeiras (heras e unha-de-gato são as mais comuns), até
gramíneas, forrações diversas, flores e folhagens. Os substratos devem ser bem
estruturados com espumas e fibras naturais, como cipós, esfagno e fibra de coco.
Independente da técnica escolhida, não pode faltar o cuidado básico com as
espécies escolhidas. Como se trata de uma técnica avançada, pressupõe-se que outros
27
aspectos da jardinagem já estejam dominados, como a preparação do substrato, o
plantio, adubação, irrigação e drenagem, iluminação, ventilação, defesa contra pragas
e doenças, além dos requisitos próprios de cada espécie.
Se você deseja apreciar um pouco mais desta arte no Brasil, recomendo a
visitação a algumas cidades que se destacam na topiaria, atraindo muitos visitantes,
como Batatais em São Paulo, Monte Sião em Minas Gerais e Victor Graeff no Rio
Grande do Sul.

8. PRAGAS, DOENÇAS E ERVAS DANINHAS


Em um jardim existem inúmeros seres vivos que se relacionam entre si e com o
ambiente. A saúde desse ecossistema vai depender da forma como ele é manejado.
Um ponto-chave para o equilíbrio ecológico é a biodiversidade, ou seja, a variedade de
espécies que existem no local.
Todo ser vivo tem um inimigo natural, que controla o crescimento de sua
população. Se soubermos respeitar esse princípio, o uso de uma quantidade enorme de
produtos agro- tóxicos pode ser evitado.
Qualquer espécie pode tornar-se inconveniente quando a sua população cresce
desorde- nadamente. Além disso, o que consideramos normalmente como praga pode
ter um papel importante no controle biológico de outras espécies. É o caso das
joaninhas, que podem servir para controlar populações de pulgões ou de vespas, que,
por sua vez, combatem lagartas e formigas. Mesmo as formigas, apesar dos prejuízos
que causam, têm um papel importante na retirada de folhas e matéria orgânica.

A formiga corta A lagarta mastiga O besouro perfura O ácaro suga

8.1 Principais pragas e doenças


As doenças são causadas principalmente por microorganismos, como fungos,
vírus e bac- térias. Eles são transmitidos às plantas através da água, do vento, do solo

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e de ferramentas contaminadas.
São doenças causadas por fungos:
 Mildio (Peronospora sparsa): sobre as folhas e outras partes aéreas, aparecem
manchas irregulares de coloração amarela ou vermelho-púrpura. Com o tempo,
sobre as man- chas, surge um bolor acinzentado, as folhas secam e caem,
levando as plantas à morte. Essa doença é mais comum quando há mudanças
de temperatura e umidade elevada. Controle: manejo ecológico e produtos
químicos (sulfato de cobre e calda bordalesa).
 Oidio (Spharoteca panosa): surge uma camada esbranquiçada sobre os dois
lados da folha. A doença ataca também os botões florais, que não se formam.
Controle: manejo ecológico e produtos químicos (enxofre solúvel).
 Ferrugem (Fragmidium mucronatum): o fungo deixa manchas alaranjadas na
face infe- rior das folhas, gemas e ramos. As folhas caem e a planta morre. Surge
principalmente nos períodos quentes e secos. Controle: manejo ecológico e
produtos químicos à base de enxofre.
 Botrytis (Botrytis cinerea): também chamada de mofo cinzento, a doença ocorre
sem- pre depois de períodos chuvosos, provocando a “mela” dos botões e da
parte inferior do caule de plantas novas. As partes atacadas se descolorem e,
em seguida, aparecem manchas acinzentadas. Controle: manejo ecológico e
produtos químicos.

8.2 Problemas causados por insetos, lesmas e outros seres vivos


Os insetos são as pragas mais comuns, embora outros animais, como lesmas,
caracóis e tatuzinhos, também possam causar prejuízos ao jardim.

Pulgão: existem vários tipos de pulgão, reconhecidos pela cor (verde,


vermelho, preto, alaranjado), que atacam folhas, brotos, flores e botões
em for- mação. Esses insetos sugam a seiva das plantas, en-
fraquecendo-as e deixando-as sujeitas ao ataque de fumagina, fungo que
forma uma camada escura sobre a região onde se instala. Os pulgões
vivem em colônias sob as folhas e aparecem quando há brota- ções
novas.
Controle: manejo ecológico, preparados caseiros e produtos químicos.

Cochonilhas: existem as de carapaça e as que não a possuem. Estas são chamadas


de farinhas. Todas sugam a seiva da planta, deixando-a fraca e com folhas manchadas.
Controle: manejo ecológico, métodos caseiros e produtos químicos.

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Ácaros: parecidos com pequenas aranhas, formam pequenas teias sob as folhas. Estas
se tornam manchadas, secas e caem. Atacam os frutos, deixando sobre eles pequenos
pontos pretos. Aparecem normalmente quando há mudanças bruscas de temperatura e
umidade. Controle: manejo ecológico e produtos químicos (enxofre solúvel ou acaricidas
específicos).

Trips: pequenos insetos de asas franjadas. Raspam as folhas, que


amarelecem, enrolam e caem. Transmi- tem viroses e deixam
manchas pretas sobre as folhas, devido às fezes que eliminam.
Controle: manejo eco- lógico e produtos químicos.

Formigas: existem as que sugam e as cortadeiras (saúva, quenquém e mineira).


Causam estragos prin- cipalmente em mudas novas. São de difícil controle, pois
deslocam-se a grandes distâncias em busca de nutrientes necessários ao cultivo do
fungo do qual se alimentam. Controle: deve-se proteger o pé da planta com barreiras,
produtos químicos.

Lagartas: correspondem a uma fase da vida dos insetos. Elas mastigam folhas, ramos
no- vos e flores. Controle: manejo ecológico, catação manual e produtos químicos
(lagarticidas naturais).

Besouros: as larvas, conhecidas como brocas, são depositadas em pequenos orifícios


nos troncos onde esses insetos vivem. Lá, retiram a celulose e a seiva da planta. Podem
alojar-se no solo, às vezes causando grandes estragos. Controle: manejo ecológico,
método caseiro e produtos químicos.

Nematóides: pequenos vermes cilíndricos. Vivem no solo e parasitam as plantas.


Alojam- se nas raízes, formando galhas, pequenos nódulos. Sugam a seiva da planta,
impedindo que a água e os minerais cheguem à copa. A planta seca, ficando com
aparência de “triste”. As folhas ficam enroladas e quebradiças. Controle: eliminação das
plantas doentes e adição de matéria orgânica no solo, o que promove o aparecimento
dos inimigos naturais dos nematóides. Há nematicidas, produtos químicos utilizados
para o controle desses vermes. O plantio de hortelã ou cravo-de-defunto no local diminui
a infestação de nematóides no solo.

8.3 Receitas caseiras para combater as pragas


Antes de optar pelo uso de agrotóxicos ou por medidas mais radicais, procure
controlar a ocorrência de pragas e doenças com métodos preventivos mais ecológicos.

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Os preparados caseiros podem auxiliar no controle de pragas, principalmente quando
os danos são logo percebidos.
Calda de fumo
200 g de fumo de corda e 1 litro de água Pique e macere o fumo, deixando de molho
por 24 horas. Coe num pano fino e dilua em 5 litros de água. Pulverize contra pulgões,
perce- vejos, trips e lagartas. Para melhorar o efeito, acrescente duas colheres de sabão
de coco em pó ou ¼ de barra de sabão de coco.
Extrato de fumo
100 g de fumo de corda e 2 litros de água Deixe ferver por 20 minutos. Depois de frio,
injete nos orifícios de brocas (larvas de besouros), tapando com sabão de coco neutro.
Água de sabão
2 copos de extrato de fumo, 200 g de sabão de coco neutro e 10 litros de água. Deixe
fer- ver e filtre. Depois de frio, aplique contra cochonilhas sem carapaça. Para
cochonilhas com carapaça, aplique preparado feito com água, álcool e óleo mineral na
proporção 1:1:0,1. Se possível, retire as cochonilhas mortas, pois podem ficar ovos, que
eclodem novamente.
Água
Os ácaros surgem em épocas secas e frias. Se as plantas forem regadas nesse período,
molhando-se embaixo das folhas, a população diminui bastante.
Armadilha para pulgões
O sabugueiro é uma planta muito apreciada pelos pulgões. Se plantarmos algumas
mudas dessa planta no jardim, elas serão logo atacadas. Os galhos infestados devem
ser, então, cortados e queimados.
Armadilhas para lesmas, caracóis e tatuzinhos
Espalhe sacos de estopa ou pano embebidos em cerveja ou leite. Após alguns dias,
recolha e elimine esses predadores.
Água, pimenta e sabão
Macere duas cabeças de alho com casca, junto com 4 colheres de chá de pimenta
verme- lha. Ferva em 4 litros de água. Antes de esfriar, acrescente 2 colheres de sopa
de sabão de coco em pó ou ¼ de sabão de coco em barra. Coe em um pano fino e
pulverize as plantas. Indicação: ácaros, insetos em geral, alguns fungos e bactérias.
Cravo-de-defunto (Tagetes minuta)
Pique 100 g de folhas e talos de cravo-de-defunto em 1 litro de água. Ferva por 5-10
minu- tos e deixe esfriar. Coe em um pano limpo e pulverize. Indicação: insetos em
geral.
Piretro (Crysantemum lineralifolium)
Macere as folhas e ferva em um litro de água ou deixe de repouso por dois dias. Coe e
pulverize as plantas. Indicação: insetos em geral.
31
9. JARDINAGEM EM PEQUENOS ESPAÇOS
Muitos elementos podem ser combinados em projetos de paisagismo e
jardinagem em pequenos espaços, como pedras naturais, pedriscos, areia e outros.
Variedade de produtos para paisagismo e jardinagem em pequenos espaços.
Espaços sem uso ou até mesmo abandonados e/ou cheio de entulho, podem
se tornar um lindo jardim. Artifícios de paisagismo e jardinagem em pequenos espaços
são ideais para criar ambientes para relaxar e receber amigos.
Para fazer um jardim bonito, você não precisa gastar muito. Basta selecionar
alguns elementos, seja para áreas internas ou externas tanto em residências, quanto
em áreas comerciais ou públicas.
Um bom design é essencial para paisagismo e jardinagem em pequenos
espaços. Se você tem espaço limitado, maximizar a área em que pode plantar e a
seleção inteligente de plantas é a principal prioridade para fazer decorar pequenos
espaços.
É importante usar bons princípios de design para aproveitar ao máximo o
paisagismo e jardinagem em pequenos espaços. Às vezes, basta uma pequena
inspiração para fazer algumas mudanças simples, mas criativas.
Degraus, terraços e escadas podem ser utilizados para paisagismo e
jardinagem em pequenos espaços, se tornando soluções simples para muitas pessoas
que não possuem conhecimento técnico na área. Os degraus podem suportar vasos,
plantas comuns e grandes recipientes.
Degraus largos fornecem uma posição perfeita para potes em projetos de
paisagismo e jardinagem em pequenos espaços. Faça uma grande entrada com vasos
de boas-vindas de um lado de seus degraus.
Há muitos cenários em que o espaço do jardim é mínimo, incluindo
propriedades de aluguel; apartamentos e unidades com varandas; moradias com
pequenos pátios; casas de repouso; loteamentos comunitários, etc.
Seu espaço pode ser limitado, mas não permita que isso limite sua imaginação
ao fazer paisagismo e jardinagem em pequenos espaços.
Com algumas ideias criteriosas de seleção de plantas e design, você pode criar
um espaço bonito e funcional para paisagismo e jardinagem em pequenos espaços:
O empilhamento é uma técnica para maximizar o espaço vertical e significa
simplesmente criar camadas para que as plantas cresçam; adicionar ganchos ou
suportes à parede ou à superfície da vedação também pode abrir mais oportunidades
para aproveitar ao máximo seu espaço.
Cerca e espaços da parede também podem ser utilizados para paisagismo e
jardinagem em pequenos espaços. Aproveite ao máximo um minúsculo pátio,
empilhando as plantas maiores na parte de trás e as menores na frente.
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Posicionamento de vasos em um canto ainda permite espaço para uma cadeira, mesa
e caminho.

10. IRRIGAR OU MOLHAR?


É comum haver o mesmo entendimento para molhar (regar) ou irrigar as
plantas. Posso afirmar que existe muita diferença, caso contrário, o ato de molhar
(regar) não evoluiria para uma disciplina de curso profissionalizante, de nível superior
e de pós-graduação em Irrigação e Drenagem.
Veja que não me refiro tão somente a "irrigar", mas também a "drenar". Não
basta colocar água é necessário que, após percolar, essa água encontre uma saída.
Esse ato conjunto é aparentemente óbvio para os leigos, contudo as propriedades
físicas e químicas da água unidas ao solo que está servindo de substrato para as
raízes, são objeto de muito estudo. Inúmeras variáveis determinam uma série de
eventos na própria fonte de água, no solo e principalmente na planta. É vasto o
universo botânico. Algumas plantas, como por exemplo certas bromélias, possuem um
reservatório de água e por isso são chamadas bromélias-tanque.
Orquídeas não precisam de água na forma líquida, mas na forma de micro
gotas (nebulização) ou vapor (umidade relativa alta). O que define se uma planta vai
ou não crescer, florir e frutificar é um conjunto de fatores em que a água está sempre
presente. Os problemas começam quando a necessidade de água da planta passa a
ser um "estudo de caso".
Depositar água em um pequeno vaso com uma caneca é um ato simples e até
nostálgico, mas pode se tornar complexo. A água disponível pode estar longe ou em
níveis exagerados de sais! Como saber se aquele substrato está em "capacidade de
campo"? Como calcular a dose certa de água para cada planta? E o que dizer dos
sistemas automatizados de irrigação, tanto comerciais quanto os domésticos? Pois é,
existem sistemas automáticos de baixo custo que podem ser aplicados em casa, na
irrigação das plantas em vasos, nos quintais, jardins e jardins de inverno.
O atual momento é muito importante quanto a utilização dos recursos naturais
de uma forma inteligente. Nessa mão, podemos colocar a captação da água de chuva.
Mas e depois que for captada, como utilizar da melhor forma nas plantas? O fato é
que, embora caminhemos a passos de formiga, o rumo está certo. Mais do que ser
inteligente em ter uma ideia, é aplicá-la.

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11. CHECKLIST DO JARDIM: OS PASSOS A SEGUIR

Se você ama jardins e sempre quis criar o seu próprio com as plantas e flores
que mais gosta, a gente vai te ajudar a criar esse espaço externo. Para começar a
construir o seu jardim, será preciso alguns materiais básicos para jardinagem, que
colocamos no checklist abaixo. Confira!

Ferramentas: Para plantar e manter o seu jardim sempre bonito e saudável é


necessário ter algumas ferramentas. As mais comuns são as pás e os rastelos, mas
existem muitas outras que farão toda a diferença. Nós já trouxemos, aqui no blog, uma
lista completa de ferramentas de jardinagem indispensáveis, você pode dar uma
olhadinha e escolher as que vai precisar!

Grama: Para o seu jardim ficar com um ar mais natural e agradável é preciso investir
na implementação de gramas. Nesse caso, você tem dois tipos de gramas para jardim:
a primeira é para as pessoas que estão dispostas a cuidar e manter uma grama natural.
A segunda é o caso contrário, para aqueles que não querem o compromisso de manter
a grama sempre verdinha e saudável, a melhor opção é a sintética, com aspecto idêntico
ao natural.

Piso: Além de grama, você também pode optar por colocar piso no seu jardim, o que
deixará o cenário com um aspecto bem moderno, além de ser prático de limpar. É
importante que o piso externo seja antiderrapante para evitar quedas! O mais legal é
que os tipos de piso externo são bem variados, desde a imitação de lajotas até os
coloridos.

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Plantas: Agora chegou a hora mais esperada: a escolha das plantas! Faça uma lista
com suas folhagens e flores favoritas e planeje como vai distribuí-las no seu espaço,
além de criar combinações de cores e ramos. Mas, antes de escolher, você precisa ter
em mente que o seu jardim estará exposto ao sol por uma boa parte do dia, ou seja, o
ideal é priorizar plantas de jardim resistentes ao sol.

Vasos: Por último, também é necessário pensar em vasos, já que nem todas as plantas
serão plantadas diretamente no chão (em alguns jardins, todas elas estão em vasos).
Os vasos para as flores são os mais fáceis, pois não exigem um espaço muito grande.
Porém, se a ideia for ter vasos para plantas grandes, então verifique o tamanho ideal
para que a raiz cresça forte e saudável!

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CAPÍTULO 2. PAISAGISMO

1. HISTÓRIA E ESTILOS DE PAISAGISMO


O paisagismo trata da organização do espaço externo, buscando a harmonia
entre as construções e a natureza. Está baseado em critérios estéticos e na relevância
que assumem os elementos naturais, em especial a vegetação.
O projeto paisagístico deve atender aos anseios, exigências e necessidades dos
usuários, através de uma distribuição qualitativa e funcional dos espaços.
O termo “arquiteto da paisagem” foi usado pela primeira vez em 1858 por Olmsted, que
projetou o Central Park, de Nova York. Em 1901 surge o primeiro curso de Arquitetura
da Paisagem, na Universidade de Harvard, nos EUA.
A paisagem é vista como um reflexo dos sistemas climáticos, naturais e sociais,
interagindo entre si. São considerados elementos integrantes da paisagem todos os
componentes espaciais de um determinado território apreendidos por um espectador.
O conceito de Jardim vem do hebreu gan (defender) e eden (prazer), dando a
ideia de que o jardim é um local agradável e protegido. Este conceito tem evoluído ao
longo da história, de acordo com a evolução do paisagismo. Na Antiguidade o jardim
possuía um significado religioso, sendo que algumas espécies como a oliveira, figueira
e a videira apresentavam um simbolismo, sendo veneradas por representarem
fertilidade, vitalidade e alimento.
O conceito de jardim evolui de acordo com a relação do homem com a natureza,
refletindo a condição social, o sentido estético e os costumes de cada época.
Atualmente, é fundamental que o paisagismo sirva à coletividade, estimulando as
relações sociais.
O paisagismo urbano deve oferecer espaços para o lazer e recreação, bem como
para a realização de eventos políticos e religiosos. Além disso, é importante o
paisagismo em vias de circulação, conjuntos habitacionais, prédios públicos, como
também na recuperação de áreas degradadas como aterros, antigas áreas de
mineração, entornos de grandes obras de infraestrutura etc.
Já em áreas residenciais, o jardim torna-se um prolongamento da casa,
oferecendo espaços para as crianças brincarem e atividades ao ar livre. A vida moderna
também tem imposto a necessidade de jardins com baixa manutenção, e que sirvam
para proporcionar à família momentos de intimidade e privacidade, buscando
compensar o estresse do dia a dia.
O paisagismo tem o grande desafio de devolver o homem à natureza, tornando
o mundo atual mais humanizado.

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Os espaços abertos são classificados como públicos ou particulares. Entre os
espaços públicos, destacam-se:
 Praça: espaço formado por um quarteirão, delimitado por ruas. É um local de
circulação, com áreas verdes e para descanso de pessoas. Possui área acima
de 500 m2.
 Verde complementar: áreas públicas inferiores a 500 m2.
 Parques: podem servir ao lazer e recreação, e à preservação de recursos
naturais, como os parques nacionais.

1.1. A atividade profissional


O paisagismo é uma atividade interdisciplinar, envolvendo conhecimentos de
Botânica, Horticultura, Arquitetura, Solos, Climatologia, entre outras ciências básicas e
aplicadas.
O profissional deve apresentar os seguintes conhecimentos e competências:
 Sobre vegetação (fenologia, exigências climáticas e de solo, origem)
 Compreensão dos elementos que compõem a paisagem natural (relevo, solo,
clima, vegetação)
 Conhecimentos sobre elementos arquitetônicos e equipamentos urbanos
 Sensibilidade, criatividade e prática profissional interdisciplinar
Valorização da identidade sociocultural de uma comunidade, com resgate de
aspectos históricos.

1.2 Evolução dos Estilos Paisagísticos:


As primeiras influências históricas sobre a jardinagem e o paisagismo surgem na
China e em torno do rio Nilo, no Egito. A importância de se conhecer a história do
paisagismo é a influência que até hoje está exerce sobre os estilos paisagísticos. Os
jardins do Egito, por exemplo, deram origem a um estilo de paisagismo com traçado
mais formal e retilíneo, enquanto os jardins chineses influenciaram um estilo mais
informal e com linhas sinuosas.

1.2.1 Babilônia, Egito e Pérsia:


A forma e a distribuição destes jardins estavam baseadas nos conhecimentos de
agricultura, utilizando irrigação para buscar maior conforto térmico.
O maior exemplo são os Jardins Suspensos da Babilônia (604 a 562 a.C.):
jardins em terraços de 25 a 100 metros de altura irrigados, criando um “oásis” com
sombra e proteção (conforto térmico). Foram construídos pelo rei Nabucodonosor, para

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sua esposa preferida Amitis, que nascera em um reino vizinho, e vivia com saudades
dos campos e florestas de sua terra.
Existem referências de jardins no antigo Egito, em torno de 2.000 AC. Estes
jardins seguiam critérios de plantio baseados na agricultura desenvolvida na planície do
rio Nilo. Utilizavam canais de irrigação, esculturas, muros e apresentavam desenhos de
linhas retas e formas simétricas.
Os jardins egípcios exploravam o sentido religioso e simbólico de muitas plantas
como o papiro, lótus, tamareira, videira, romã, figueira e cipreste.
Os jardins persas eram projetados com desenhos quadriculados, como tapetes,
utilizando plantas frutíferas, aromáticas e flores como cravos e rosas. Usavam canais
com tanques no centro, revestidos de azulejos. Os jardins eram exuberantes, destinados
ao prazer, saúde e luxo. Havia uma relação direta entre arquitetura e jardim.

1.2.2 Grécia
A Grécia teve um papel importante na definição dos espaços públicos, tendo
início os jardins públicos, com praças para a prática de esportes e para local de encontro
dos pensadores. Estes espaços serviam de “santuários” para adorar os deuses, como
grutas ou bosques. Ex.: Jardim da Academia em Atenas, onde viva e trabalhava o
filósofo Platão.
O estilo grego também teve forte influência egípcia, porém, em virtude de o
relevo apresentar mais elevações e declives, utilizaram formas mais naturais. Utilizavam
jardins em recintos fechados e cultivavam espécies frutíferas como romãs, peras, figos,
azeitonas, entre outras.

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1.2.3 Jardins Romanos
As residências romanas possuíam jardins internos que eram utilizados para a
realização de festas, possuindo estátuas, mesas de mármore, pérgolas, espelhos
d’água, vasos e floreiras. Entre as espécies utilizadas, destacam-se os ciprestes, os
álamos, buxus, videira, hera, macieira, rosas e as flores anuais. Algumas plantas eram
mantidas podadas com diferentes formas utilizando a técnica da topiária.
A maioria dos jardins possuía uma pequena horta, com irrigação. A interpretação
casa-jardim é clara nas Villas Romanas dos arredores de Roma, como a Villa Adriana
(construída em Tivoli para o imperador Adriano entre os anos 73 e 138).

1.2.4 Estilo Árabe ou Mouresco


Os árabes introduziram os jardins da sensibilidade, explorando os elementos:
água, cor e perfume. As cores também eram valorizadas através dos pisos e paredes
com placas de cerâmica. Utilizavam plantas com perfume como jasmins, cravos,
jacintos, alfazemas, rosas e espécies trepadeiras junto às colunas.
O estilo árabe influenciou os jardins espanhóis, que também empregavam a
água com função simbólica e como agente refrigerador.

1.2.5 Estilo Medieval


Após a queda do Império Romano, as cidades se desestruturam, sendo cercadas
para se proteger das guerras. Desta forma, o verde fica limitado ao meio rural. Apenas
o mosteiro ainda mantém jardins internos, de formato retangular com circulação em
forma de cruz, com plantas medicinais, condimentares, flores-de-corte, além de horta e
pomar.

1.2.6 Estilo Italiano


O Renascimento desenvolveu a música, as artes, a ciência, arquitetura e o
paisagismo. Os jardins eram centros de retiro intelectual para sábios e artistas
trabalharem e discutirem ideias.
Utilizavam ciprestes, plantas podadas (topiaria), com predomínio da cor verde
escuro para dar fundo às estátuas em cores claras. Exploravam ao máximo o relevo
acidentado, formando escalinatas (água no interior de calhas em degraus).
Um exemplo deste estilo é a Villa Médici, de 1450, que valorizou as vistas
panorâmicas, explorando o relevo em terraços. Possuía jardins secretos, privativos e
jardins abertos aos convidados para a realização de festas. A casa e o jardim foram
projetados de forma unitária.

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As características gerais deste estilo são: predomínio da parte arquitetônica, uso
de terraços para se adaptar à arquitetura, grutas com santos nos jardins, vegetação
verde-escuro, escadarias e escalinatas.

1.2.7 Estilo Francês


O renascimento na França chegou um pouco mais tarde que na Itália. Em 1495,
Carlos VI organiza uma expedição para Nápoles, trazendo projetos e obras de arte da
Itália. No início, tentam levar o estilo italiano para a França.
A partir da metade do século XVII a França, que se encontra no auge de seu
poder e riqueza, passa a criar um modelo próprio de paisagismo, surgindo o estilo
francês. Como reflexo da prosperidade, do poder e da inflexibilidade do governo, o
modelo francês adota como premissa “o homem domina a natureza”.
Um dos expoentes deste estilo são os jardins do Palácio de Versailles,
concebidos entre 1624 e 1688 pelo paisagista Le Nôtre. Os jardins ocupavam 6000 ha,
contando com 1400 fontes. Apresentam um eixo central que se eleva para o horizonte,
valorizando a perspectiva e a sensação de grandiosidade e destacando o domínio do
homem sobre a natureza. O jardim é limitado por bosques nos arredores.
As principais características deste estilo são:
 Rígida distribuição axial
 Simetria
 Proporções matemáticas
 Perspectiva sem fim
 Artificialismo
 Plantas podadas e labirintos
 Estátuas
 Bordaduras nos canteiros com plantas verde-escuro podadas e no interior flores
anuais coloridas.

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Plano e perspectiva dos Jardins de Versailles, França.

1.2.8 Estilo Inglês


No século XVIII os ingleses, discordando do governo francês e sob influência do
movimento romântico que buscou ressaltar a beleza da natureza, propuseram novos
modelos estéticos para as artes e paisagismo.
Os projetos compreendiam todo o panorama visível desde a residência, ou seja,
toda a paisagem. Buscavam explorar diferentes impressões visuais como reflexos
luminosos, textura, além da sonoridade do movimento das plantas. Também utilizavam
alegorias mitológicas e literárias.
As principais características deste estilo são:
 Amplos gramados, mais espontâneos
 Caminhos amplos
 Formações vegetais heterogêneas e flores com cores suaves
 Água em formas mais naturais
 Exploração dos elementos surpresa, variedade, simulação e sequência de
perspectivas
 Eliminação de barreiras entre o jardim e a paisagem.
O estilo inglês influenciou o paisagismo nos EUA. No entanto, os pequenos
jardins das residências americanas não permitiam a adoção completa deste estilo. No
final do século XIX, os americanos incorporaram ao estilo inglês a utilização de maciços
florais e arbustos.
Entre os paisagistas que se destacaram, Olmstead adotou um estilo informal e
natural, com linhas suaves e linhas curvas, em contraste com o urbanismo de linhas

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retas. Este paisagista projetou o Central Park (1859) de Nova York e o Parque Nacional
de Yellowstone (1872).
Atualmente o planejamento paisagístico deve ser feito respeitando-se as
condições ambientais e sociais, conciliando as necessidades dos usuários com as
possibilidades do ambiente.

2. MARKETING E HONORÁRIOS NO PAISAGISMO


Casas, condomínios e empresas estão se caracterizando pelos belos e
convidativos jardins. Esses espaços estão em crescimento no mundo todo e têm
conquistado cada vez mais os brasileiros, amantes confessos das plantas.
Estudos mostram crescimento significativo na jardinagem brasileira. Entre 8% e
10% por ano desde 2012. Atualmente, o consumo per capita anual no Brasil é de R$
42,00 com produtos destinados às plantas e flores.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR), o mercado
brasileiro de flores e plantas ornamentais movimenta mais de R$ 8 bilhões por ano.
Defender a natureza e harmonizar o ambiente virou tendência nacional. A população
investe cada dia mais na ambientação de espaços urbanos.
É bem comum você se separar com belos jardins ornamentais em visitas a
empresas, escritórios e até espaços de lazer. Os espaços corporativos mostram cada
vez mais conscientização sobre a preservação do meio ambiente. O que muitos já fazem
em casa, está se expandindo. Flores e plantas antes exclusivas de casas com quintal
grande, estão ganhando sacadas, varandas, hall de condomínios e edifícios
empresariais. Se espalhando em proporções gigantescas.
Ainda muito consumidas pelo público das classes A e B, a jardinagem abrange
mais de 38 milhões de pessoas no Brasil. E tende a ganhar cada vez mais o público da
classe C.
Não à toa, o Brasil figura entre os 15 maiores produtores de flores e plantas do
mundo. O setor ornamental inclui decoração, jardinagem e paisagismo. E muitos pets
shops já começam a disponibilizar produtos. Redes grandes, como a Cobasi, já contam
com setor garden em suas lojas.
Os produtos da Vithal Home & Garden nasceram após anos de pesquisas na
Europa, com objetivo de inovar o mercado de jardinagem. Líder no mercado europeu, a
missão sempre foi de oferecer fertilizantes de excelência, que respeitassem o ambiente
e o ser humano. Eles chegaram ao Brasil com total aprovação e você que ama plantas
e flores não pode deixar de conhecer toda essa tecnologia e inovação voltada para os
cuidados de sua casa e do seu jardim.

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2.1 Honorários
Tema bastante polêmico em qualquer “papo de paisagista”, honorários de
projeto desperta interesse e aflora opiniões, paixões e confusões por parte do mercado,
que nem sempre entende a necessidade da contratação de um projeto (clientes pessoas
físicas principalmente).
É preciso esclarecer ao cliente a complexidade das atividades desenvolvidas na
elaboração de um projeto, deixando claro suas etapas (Estudo Preliminar, Anteprojeto,
Projeto Executivo, Projeto de Plantio, Projetos Complementares, etc.) e de que forma
serão apresentadas.
A formação dos honorários deve considerar a abrangência do projeto, custos
diretos e indiretos, encargos sociais, regionalismo, expertise profissional, dentre outros
fatores e justamente por isso, diferem a cada caso.
Alguns Conselhos e Associações profissionais tem suas tabelas, que por vezes
apontam valores completamente fora da realidade, e por isso devem ser encaradas
como um parâmetro na negociação cliente x profissional.

3. PROJETOS: TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO/DESENHO


Por mais que o paisagismo seja comumente relacionado à estética de praças e
parques, sua função vai muito além da decoração de espaços públicos. As técnicas de
paisagismo são utilizadas para a criação de ambientes completos, fazendo com que a
experiência das pessoas ali seja muito mais prazerosa.
O arquiteto paisagista cria, recompõe, recupera e adapta locais com base em
conhecimentos geográficos, botânicos, arquitetônicos, culturais e ecológicos. A ideia é
organizar a paisagem de maneira sustentável, esteticamente bonita e funcional para um
melhor uso.
Espaços que trazem mais naturalidade ao dia a dia melhoram a qualidade do ar,
aumentam a umidade e favorecem a sensação de bem-estar, bem como impulsionam
a concentração e o relaxamento. Por essas e outras, as técnicas de paisagismo são de
grande importância para os profissionais de arquitetura que desejam imprimir seu
diferencial no mercado.

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3.1. Paisagismo em jardins externos

Ao projetar um jardim ou até mesmo ambientes com plantas em vasinhos, o


primeiro passo a dar consiste em entender as características que envolvem o projeto,
como o lugar onde o jardim será executado, a frequência de chuvas no local, a incidência
de luz solar, a umidade do ambiente e até o tipo de terra a ser utilizado na hora de
plantar.
Assim, fica mais fácil saber o tipo de planta que melhor se adapta ao ambiente,
garantindo a saúde do jardim. Sem essas informações, é bem provável que seu projeto
passe por algumas dificuldades e incompatibilidades que podem levar até mesmo à
morte de algumas (ou todas) as plantas e flores.

3.1.1 Plantar em vasos


O uso de vasos é uma opção interessante para quem vai cultivar tanto dentro
como fora de casa. A grande vantagem dessa alternativa é que, diferentemente dos
jardins convencionais, os vasos podem ser facilmente mudados de lugar. Além disso, o
uso de vasinhos possibilita maior flexibilidade na decoração, já que eles podem ser
encontrados nas mais diferentes cores, de tamanhos, texturas, formas e materiais
diversos.
Quanto aos materiais, a escolha pode se basear no estilo do restante da mobília
da casa ou no perfil do cliente. Por mais que as opções mais tradicionais sejam de
cerâmica, você também pode escolher materiais metálicos ou peças de madeira
reaproveitadas, como os pallets.

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3.1.2 Apostar em bancos e mesas
Ter um jardim em casa é um privilégio que deve ser aproveitado ao máximo.
Dispor bancos e mesas no projeto faz com que a família consiga aproveitar o jardim de
forma mais completa. Dessa maneira, o espaço se transforma em um local incrível para
fazer refeições mais demoradas e reunir várias pessoas, bem como em um lugar
tranquilo e fresco para ler e relaxar.
Com os móveis certos, o ambiente deixa de ser apenas decorativo, passando a
realmente fazer parte da vida das pessoas. Mas atenção: é preciso ter cuidado ao
escolher os materiais da mobília. Mesas e bancos externos precisam ser feitos de
materiais que resistam ao sol e à chuva. Madeira e ferro são bons exemplos que caem
muito bem com o aspecto bucólico do jardim.

Ainda seguindo a ideia de integrar moradores e jardim, uma boa pedida é ter um
caminho para que todos possam aproveitar o lugar sem pisotear as plantas. Mais
longos, os caminhos ondulados criam um visual bem bonito, expondo todas as espécies
cultivadas.
Esses caminhos podem ser feitos de pedras soltas, material cerâmico ou de
cimento contínuo. O importante é que sejam acessíveis e que as plantas com espinhos
ou folhas pontiagudas não fiquem perto demais do local de passagem para não
machucarem quem passar por ali.

3.1.3 Ter atenção com os pisos


Assim como todos os outros elementos dos jardins, os pisos também merecem
atenção, não devendo ser feitos em qualquer material. Lembre-se de que, como os

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revestimentos ficam expostos às intempéries do clima, podem acabar cedendo se não
forem de qualidade. Vale apostar em materiais como madeira, pedras ou até mesmo na
composição de mais de um tipo de material.
É recomendável que o chão embaixo das cadeiras e mesas seja reforçado, já
que se trata de uma área de grande circulação, sendo inevitável transformar a grama
em barro em poucos meses sem um revestimento próprio. O piso resolve esse
problema, mantendo o lugar com um aspecto mais limpo e conservado, sem falar que
fica mais fácil de limpar.

3.1.4 Aplicar texturas diversificadas


Uma das técnicas de paisagismo mais utilizadas é o uso de diferentes texturas.
Ao projetar um jardim, é possível combinar folhagens, pedras, vasos, mobílias, tecidos
e muito mais. Tudo isso faz com que o projeto, rico em texturas, seja compatível com o
restante da casa e com o estilo do cliente.
Jardins mais rústicos, por exemplo, podem combinar com folhagens mais
grossas e bancos de madeira, enquanto jardins mais modernos podem se beneficiar de
móveis metálicos e flores coloridas. É claro que, assim como em todo projeto
arquitetônico, o paisagismo não segue uma única regra. O produto final vai depender
da habilidade do projetista, que pode inclusive optar por mesclar conceitos rústicos e
contemporâneos em um só ambiente.

3.1.5 Caprichar na iluminação


Para que os ambientes externos possam ser devidamente aproveitados após o
pôr-do-sol, é preciso caprichar na iluminação. Pois não é diferente com os jardins. Por
serem ótimos espaços para noites de verão em família ou jantares com amigos, as luzes
são essenciais.
É claro que a escolha da iluminação depende do estilo do jardim e do uso do
cliente, mas, em geral, podemos dizer que lâmpadas ao longo do caminho e próximas
às flores e plantas são importantes. As opções de LED são as mais indicadas, já que,
além de econômicas, não esquentam como as outras, oferecendo menos riscos ao
jardim.

3.1.6 Projetar espaços úteis


Como dissemos, muito mais que complementos decorativos, os jardins não só
podem como devem ser projetados como espaços a serem aproveitados pelas pessoas
no dia a dia. Afinal, as técnicas de paisagismo se propõem a alcançar a harmonização
do ambiente e do usuário, causando uma maior integração entre eles.

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Além de bancos e mesas, os jardins podem contar com redes, espaços para
crianças, balanços, área de meditação, cantinho para a prática de atividades relaxantes,
como yoga, e muito mais. Em casos de jardins maiores, que tal pensar em um espaço
aberto, coberto com um pergolado, envolto por plantas trepadeiras e cheio de almofadas
para proporcionar momentos de relaxamento, conversas e leitura?

3.2. Paisagismo em ambientes fechados


Ao contrário do que muita gente pode
pensar, casas que não têm área externa
também podem abrigar plantinhas. É até
bem fácil determinar as espécies que
podem ser cultivadas em pequenos vasos
dentro de casa, desde que se tenha a
preocupação de conhecer as condições
climáticas com antecedência.
A arquiteta catarinense Silvia Monteiro reforça que é sim possível criar um jardim
dentro de apartamento, bastando tomar alguns cuidados para escolher as mudas ideais
para cada ambiente. “Essa ajuda conseguimos por meio dos profissionais em casas
especializadas”, pontua.
Uma orientação importante é avaliar se o local terá luz direta do sol, se pegará
água da chuva (no caso de sacadas, por exemplo) ou se terá irrigação manual e
monitorada. A partir dessas informações, é só seguir com a escolha das espécies!
Silvia lembra ainda que outras plantas podem compor uma pequena horta de temperos
frescos — aí está a chance de saber exatamente a procedência dos seus ingredientes!
A única preocupação, segundo a arquiteta e paisagista, é que os vasos peguem sol por
pelo menos quatro horas ao dia.
Também é possível optar por espécies decorativas, como flores ou suculentas.
Essas últimas precisam de poucos cuidados e são ótimas para pessoas sem tempo ou
com pouca experiência em jardinagem. Para ambientes fechados, palmeiras são ótimas
opções, já que não precisam de muita luz solar e vivem com pouca água.

3.3 Micro e Macropaisagem


O micro paisagismo consiste no trabalho de paisagismo realizado em pequenos
espaços. Na maioria dos casos, o micro paisagismo pode ser desenvolvido por um só
profissional, por ser, predominantemente, criação artística, envolvendo soluções
técnicas simples. Assim, apresenta, normalmente, como características:

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Escala visual pequena (pequenas áreas): Preocupação principal é a estética
visualizado em jardins internos, vasos, jardineiras ou floreiras, arborização em vias
públicas, jardins particulares, praças públicas, jardins de vizinhança, campos esportivos,
etc.
O macro paisagismo consiste no trabalho realizado em grandes espaços. Quase
sempre, é um trabalho de equipe, porque envolve problemas técnicos complexos e
multidisciplinares.
Assim, apresenta, normalmente, como características:
Escala visual maior (áreas extensas): Preocupação principal é a preservação da
natureza visualizado em parques metropolitanos e distritais, reservas naturais e afins,
proteção de mananciais, revestimento vegetal em obras de terraplanagem, controle à
erosão urbana, proteção contraventos, recuperação de paisagens danificadas etc.

3.4 Orçamentos, implantação, Pós-Implantação


A implantação dos projetos de paisagismo é a etapa seguinte ao
desenvolvimento e à apresentação dos projetos para os clientes. Essa fase é a de
execução e ocorre após a aprovação do orçamento enviado pela empresa.
O projeto de implantação de paisagismo abrange todos os aspectos práticos da
execução da obra e conta com o auxílio de mão de obra qualificada e acompanhamento
de profissionais com o conhecimento técnico para garantir segurança de todos os
processos e adequação das vegetações.
O projeto de implantação de paisagismo denota vantagens e cuidados
necessários de implementação. Uma das características mais importantes do projeto de
implantação de paisagismo é que ele contempla todos os passos necessários, desde a
limpeza do terreno até a finalização da obra, sendo que todos os processos contam com
acompanhamento técnico para que sejam feitos da melhor maneira possível.
O projeto de implantação de paisagismo também deve contar com profissionais
especializados em paisagismo e design floral para que a escolha das espécies vegetais
seja feita com o cuidado de trazer uma harmonia de cores e texturas para o local.
Ademais, as melhores empresas do segmento de desenvolvimento e execução
do projeto de implantação de paisagismo ainda oferecem aos clientes a garantia das
espécies, que se recomenda ser de 30 dias. Para isso, é preciso que todos os cuidados
sejam observados.
Além disso, o cliente que contrata uma empresa especializada para realizar o
projeto de implantação de paisagismo conta com o diferencial de poder utilizar uma
consultoria personalizada. Essa consultoria é válida pelo prazo de 90 dias, o cliente

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ainda pode fazer perguntas e contar com o auxílio da empresa para preservar toda a
obra com mais eficiência.

4. ARQUITETURA VEGETAL: PRINCÍPIOS DE ARBORIZAÇÃO


Maior parte da população mundial reside e vive em centros urbanos com acesso
continuo a serviços públicos essências, fundamentais para conforto e qualidade de vida
das pessoas. E muito centros urbanos ainda não possuem ambientes arborizados para
melhorar a qualidade do ambiente e proporcionar lazer e conforto aos cidadãos.
Assim, a arborização vem como uma ferramenta e serviço público cuja
finalidade principal é amenizar os impactos ambientais adversos devido as condições
de artificialidade do meio urbano além dos aspectos ecológico, histórico, cultural,
social, estético e paisagístico, que influenciam a sensação de conforto ou desconforto
das pessoas.
A arborização é o ato de implantar arvores em vias públicas de modo que não
cause conflito com outros componentes do meio urbano, como fiações da rede elétrica,
meio fio, calçadas e postes. O paisagismo sempre estará atrelado aos serviços de
arborização urbana, e este, por sua vez, visa melhorar a fisionomia do ambiente por
meio da implantação de plantas ornamentais.
Deve-se considerar na arborização a implantação de Palmeiras e arbustos,
apesar de não serem consideradas como arvores, estas contribuem para o paisagismo
e possuem aspectos ambientais importantes, principalmente onde há limitação ou
restrição para o uso de árvores.
Além de ser considerada como uma estratégia para amenização de aspectos
ambientais adversos, a arborização urbana é importante sob os aspectos ecológico,
histórico, cultural, social, estético e paisagístico, contribuindo para:
 A manutenção da estabilidade microclimática,
 O conforto térmico associado à umidade do ar e à sombra.
 A melhoria da qualidade do ar.
 A redução da poluição.
 A melhoria da infiltração da água no solo, evitando erosões associadas ao
escoamento superficial das águas das chuvas.
 A proteção e direcionamento do vento.
 A proteção dos corpos d’água e do solo.
 A conservação genética da flora nativa.
 O abrigo à fauna silvestre, contribuindo para o equilíbrio das cadeias
alimentares, diminuindo pragas e agentes vetores de doenças.

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 A formação de barreiras visuais e/ou sonoras, proporcionando privacidade.
 O cotidiano da população, funcionando como elementos referenciais marcantes.
 O embelezamento da cidade, proporcionando prazer estético e bem-estar
psicológico.
 O aumento do valor das propriedades.
 A melhoria da saúde física e mental da população.

4.1 Planejamento da Arborização


O planejamento consiste em uma etapa ideal em qualquer empreendimento, e
em projetos de arborização urbana não é diferente. Esta etapa do projeto não pode ser
negligenciada, como ocorre em muitos casos. Quando realizado um plantio sem o
devido planejamento, principalmente quanto aos recursos humanos, materiais
necessários e a distribuição espacial das mudas, pode implicar no fracasso do
empreendimento ou em sérios problemas futuros, como conflitos de arvores com a rede
elétrica e calçadas quebradas devido a injúria da raiz.
Para começar o planejamento de seu projeto de arborização, primeiro devemos
entender dois componentes principais da arborização: as áreas verdes e a arborização
viária. Para cada uma delas, o planejamento e o manejo devem ser diferenciados.

Áreas Verdes: são distribuídas no espaço urbano como parques, praças e jardins. O
planejamento para estas áreas exige a elaboração de projetos paisagísticos, de
implantação e manejo, muitas vezes específicos para cada unidade.
Arborização Viária: é composta pelas árvores plantadas nas calçadas das ruas da
cidade e nos canteiros separadores de pistas de avenidas.
Para ambos os componentes mencionados acima, é preciso ser feito o planejamento do
plantio das árvores, para evitar uma série de problemas futuros. Também devem ser
levados em consideração na implantação da arborização aspectos culturais e históricos
da localidade ou as necessidades e anseios da comunidade, tendo em vista que a
participação da população é uma condição importante para o sucesso de qualquer
projeto de arborização urbana.

4.2 Avaliação da Arborização


Para o correto manejo da arborização, é necessária e muito importante a
disponibilidade de informações do número e qualidade das árvores existentes no local
de interesse, seja um canteiro, uma rua, um bairro ou uma cidade inteira. A avaliação
da arborização é feita por meio de um Inventário, consistindo em uma coleta de
informações sobre os espécimes existentes e os locais onde estão situados, visando

50
avaliar suas condições, de forma a garantir a viabilidade das funções e benefícios
estéticos, ambientais, sociais e econômicos pretendidos com a implantação da
arborização no local.
 Dependendo da sua abrangência, o inventário pode ter as seguintes finalidades:
 Conhecer e avaliar o patrimônio arbóreo existente.
 Identificar locais para o plantio de novas árvores.
 Localizar árvores com necessidades de intervenção (poda, tratamento ou
remoção).
 Definir as prioridades nas intervenções.
 Monitorar a arborização visando identificar taxa de sobrevivência, espécies mais
adequadas e mais resistentes.
Avaliar os custos da arborização, visando quantificar a necessidade de recursos
para a manutenção das árvores, permitir aos gestores justificar o orçamento junto aos
tomadores de decisão e esclarecer o programa de trabalho para a comunidade.

4.3 Parâmetros de Avaliação


Para avaliação da arborização, os parâmetros a serem levantados podem ser
organizados em quatro grupos:
 Localização da árvore.
 Características da árvore, tais como nome vulgar e nome científico, altura total
e da primeira bifurcação, diâmetro do tronco e de copa, fenofases (presença e
estágio de desenvolvimento das folhas, flores e frutos), condição físico-sanitária,
condição do sistema radicular.
 Características do local, como área livre ou área disponível para crescimento,
afastamento predial ou afastamento frontal, dimensões de calçadas e vias, entre
outras.
 Informações de manejo: posição da árvore em relação à rede de energia elétrica,
compatibilidade da arborização com a iluminação pública, controle sanitário e a
necessidade de poda ou remoção da árvore, além de outras intervenções que
se fizerem necessárias.
Para áreas verdes, a avaliação da arborização deve ser feita uma investigação
cadastral e cartográfica de cada área, seguida do levantamento dos parâmetros de
conservação da área em si, quanto aos aspectos:
 Urbanísticos: pavimentação e delimitação de canteiros, iluminação,
equipamentos e recursos paisagísticos.

51
 Bióticos: tipologia vegetal, arborização existente, fauna associada, manutenção
paisagística etc.
 Físicos: características do solo, existência de recursos hídricos, de focos de
erosão etc.
 Fundiários: limites, vizinhança, propriedade.
 Uso público: apropriação de uso pela população.

4.4 Elaborando um Projeto de Arborização


O projeto de arborização deve contemplar em seu esboço as adversidades
típicas do ambiente urbano ao selecionar espécies de árvores mais adequadas ao
espaço físico disponível e às condições ambientais e antrópicas locais.

Árvore certa no lugar Certo


Sempre que se planeja a implantação de árvores em meio urbano, a palavra
Diversidade deve ser considerada, em todos os sentidos:
 Diversidade de espécies: atualmente recomenda-se como regra básica procurar
densidades que não ultrapassem 30% de uma única família de árvores, 20% de
um único gênero e 10% de uma única espécie.
 Diversidade genética: quanto mais diversa for a origem geográfica dos
espécimes plantados, maiores serão as chances de se conseguir essa
diversidade, contribuindo para possíveis tolerâncias a adversidades ambientais
e ataques de pragas ou doenças.
 Diversidade de idade das árvores: diferentes estágios de desenvolvimento das
árvores, permitindo a renovação suficiente do estoque de indivíduos.
 Diversidade de formas e hábitos de crescimento das espécies: tendo em vista a
importância e necessidade de se combinar as espécies aos locais onde serão
plantadas.

Quanto à escolha da espécie


Considerar os elementos da paisagem pré-existentes, especialmente os
conjuntos arbóreos. O plantio de uma só espécie ao longo de uma via ou uma área pode
ser interessante, pois facilita o planejamento das intervenções na arborização, cria um
belo efeito paisagístico e torna-se uma referência valiosa para a comunidade. No
entanto, a diversidade é importante no planejamento global e diminui os riscos de perda
da vegetação por ataque intenso de pragas ou doenças. Portanto, se a área de plantio

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for expressiva, o ideal é tentar atender a ambos os objetivos, alternando espécies,
porém formando conjuntos.
Em áreas muito expressivas devem ser previstos maciços de espécies
diferentes, mesclando inclusive palmeiras e árvores, distribuídas de forma aleatória,
criando efeito de bosque, com efeito paisagístico mais “natural”. Outra proposta
interessante é o emprego de “coleções de plantas”, de uma mesma família, por exemplo,
em um determinado espaço.

Quanto ao espaço físico disponível


É fundamental que seja considerado em sua totalidade, isto é, o espaço
disponível nas calçadas ou passeios, assim como em seu entorno, nos seus diversos
níveis e convivência.

5. AS CORES DO JARDIM NO FENG SHUI


O Feng Shui é de origem chinesa e consiste em um conjunto de técnicas que
ajudam a melhorar a energia dos ambientes, quando aplicada de modo correto. Feng
Shui significa “vento e água”, elementos que são manifestações da natureza essenciais
para os seres vivos. Os antigos chineses acreditavam que se você escolhesse o local
certo para morar, teria uma vida próspera e equilibrada.
A técnica é considerada por muitos a “acupuntura da casa”, pois ela é capaz de
ativar pontos energéticos, transmutando a vibração e harmonizando aspectos do
ambiente.
O método pode ser aproveitado não só dentro de casa, mas também no jardim,
proporcionando maior equilíbrio energético em todos os espaços. A base da técnica é a
energia vital, o “chi”. Segundo o Feng Shui, esta força circula por todo o universo e está
nos espaços e em todos os seres vivos.

Feng Shui no jardim


O jardim, por natureza, já é um local do lar em que as energias são mais leves e
tranquilas.
A aplicação do Feng Shui no seu jardim pode aprimorar essa energia a ponto de ser
explorado positivamente todo o potencial que o local tem a oferecer.
O primeiro passo para começar a aplicar a técnica é dividir o jardim em 8 regiões
com auxílio de uma rosa dos ventos: norte, sul, leste, oeste, nordeste, sudeste, noroeste
e sudoeste.

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Cada uma dessas regiões representa um ponto de energia:
carreira, sucesso, saúde, bem-estar, vida social, sorte,
espiritualidade e amor.
Após o reconhecimento de cada região, podemos selecionar
plantas e alguns objetos de decoração que podem aperfeiçoar a
energia que flui no jardim.
A localização e posição do imóvel também são pontos favoráveis para as boas vibrações
do lar.

Norte (N)
Essa é a área da carreira. Combinar pedras e água nesse pedaço é ideal para
criar um ambiente tranquilo e zen. Cores escuras como azul e preto são importantes
aqui para favorecer o foco. Ornamentos como sapos, peixes e tartarugas também
funcionam bem.
Invista em:
 Alfazema que é energizante e ajuda a dar conta de muitas tarefas ao mesmo
tempo, mantendo a harmonia.
 Funcho que traz força para aflorar talentos e virtudes.
 Poejo para acabar com a procrastinação.
 Erva-doce impulsiona o otimismo, a motivação e a coragem para enfrentar
desafios.

Sul (S)
Sucesso. O sul do jardim traz boas vibrações para quem busca reconhecimento.
Como é uma região estimulante, é um ótimo espaço para adicionar o elemento fogo. Ou
seja, esse é o cantinho ideal para a churrasqueira.
Invista em:
 Plantas amarelas, vermelhas e laranjas que favorecem a sensação de
aconchego.
 Cravo-da-índia estimula a concentração e aumenta o foco para materializar os
sonhos. E gera clareza nos pensamentos.

Leste (L)
Esse cantinho do jardim está ligado à saúde e longevidade. Naturalmente, essa
energia favorece o crescimento das plantas também. Que tal aproveitar para colocar
uma árvore aqui? Macieiras ou cerejeiras são boas opções. Um dragão em metal ou
madeira complementa as boas vibrações do local.

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Invista em vasos com:
 Erva-doce, pariparoba e tansagem para melhorar a ansiedade.
 Capim-cidreira, ipê-roxo, pariparoba, erva-doce e laranjeira para curar insônia.
 Pêssego, pitangueira, cavalinha, dente-de-leão e marmelo para aliviar os
sintomas da depressão.

Oeste (O)
Bem-estar e lazer é a conexão que o lado oeste oferece. Além de ser um ótimo
espaço para abrigar o playground das crianças, essa área favorece hobbies. Que tal
montar seu cantinho de ioga aqui também?
Invista em:
 Vasos com camomila, losna e marmelo para afastar medos.
 Maçã, tília, jasmim e ipê-roxo, também em vasos, para acabar com a raiva e
irritação.
 Alecrim que libera traumas, medos e outros aspectos negativos escondidos no
inconsciente.
 Capim-cidreira ajuda a diminuir pesadelos e desordens do sono. Além de
controlar a ansiedade, o nervosismo e a irritação mental.
 Alcachofra estimula a tolerância e a paciência.
 Espinheira-santa melhora as oscilações no temperamento e humor.
 Hortelã auxilia na diminuição do estresse e ajuda a tirar o foco de pensamentos
negativos.

Nordeste (NE)
Sua vida social recebe energias diretamente daqui. Se você está buscando
recomeços, conhecer novas pessoas e melhorar sua rede de relacionamentos, a dica é
montar uma mini sala de reuniões nesta área. Uma mesa pequena em cores metálicas
é o ideal.
Invista em:
 Alecrim que estimula a vontade de mudança e conhecer o novo.
 Pêssego regenera a mente e faz pensar de forma diferente e renovada.

Sudeste (SE)
Madeira e água são os elementos ideais para o lado sudeste do jardim. Por isso,
ter uma fonte por aqui é uma excelente opção. Ao redor da peça, espalhe plantas

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pequenas de lento crescimento e ervas aromáticas. Para finalizar, sinos dourados
atraem dinheiro e abundância. Essa é a região da sorte!
Invista em:
 Hibisco controla o excesso de consumismo material.

Noroeste (NO)
O Noroeste está relacionado à espiritualidade. Um espaço ornamental com
pedras e uma estátua do Buda é uma excelente opção para essa região do jardim. A
ideia é criar uma espécie de paraíso da tranquilidade.
Invista em:
 Funcho que ajuda a cortar laços com o passado.
 Coentro, a planta acalma o ímpeto, a agitação e ajuda a equilibrar as emoções.
É indicado, principalmente, para quem perde a paciência rapidamente.
 Dente-de-leão traz humildade e gratidão pela vida.
 Poejo ajuda a ter persistência. Sabe aquela pessoa que costuma desistir dos
sonhos na metade do caminho? Essa planta é ideal.

Sudoeste (SO)
Aqui o foco é no amor, relacionamentos e paz. Invista no vermelho, rosa, laranja
e amarelo para decorar o cantinho. Um deque simples e elegante para promover
almoços e entreter convidados é uma ótima pedida, já que esse é o espaço social do
jardim.
Invista em:
 Peônias coloridas que combinam com o clima do ambiente.
 Hortelã que estimula a sinceridade entre as pessoas.
 Gengibre harmoniza os relacionamentos e traz companheirismo.

6. SOFTWARES PROFISSIONAIS DE PAISAGISMO


Os campos de paisagismo e irrigação abrangem várias frentes de trabalho como,
por exemplo, a parte projetual, a execução e a manutenção. Para facilitar o trabalho de
arquitetos, paisagistas, engenheiros e agrônomos nada melhor do que contar com a
tecnologia.
Existem atualmente diversos programas de computador e aplicativos para
celulares que permitem a realização destas tarefas de forma muito mais precisa, fácil e
rápida, o que garante um melhor aproveitamento de nosso tempo, além de, muitas

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vezes, proporcionar aumento no percentual de projetos fechados e consequentemente
nos lucros.
Pensando nisto, resolvi criar uma lista com os melhores programas para quem
trabalha neste ramo e quer se atualizar sobre o que está disponível no mercado.

Programas para Paisagismo


a) AutoLANDSCAPE
O AutoLANDSCAPE® é um programa de computador para projeto técnico de
paisagismo e jardinagem plug-in do AutoCAD® e IntelliCAD®*, todo em português (com
a possibilidade de tradução para o espanhol).
Com ele é possível criar a planta baixa técnica, com detalhamentos e fotos
(fundamental para um projeto executivo); gerar legendas com a quantificação,
identificação e especificações de todos os itens (vegetação, mobiliários e pisos) de um
jeito muito mais simples do que a quantificação manual, trabalho este que por sinal é
bastante demorado.
Além disso, o software conta com um recurso muito interessante para valorizar
a apresentação do projeto, o "VisualPLAN" (versão LT) que permite que com apenas
um clique (literalmente) se obtenha a planta baixa humanizada e a visualização em 3D
de seu projeto.
Ele conta ainda com o
CalcLANDSCAPE®, um programa
específico para orçamentos, no qual
se obtém lista de fornecedores,
geração automática da lista de
insumos,
vegetais com as devidas revisões
botânicas, que permite ainda o
download e a inclusão de novos itens.
Possui ótimo custo-benefício e, por ser um plugin de CAD, necessita de um
conhecimento básico dele.

b) VisualPLAN
O VisualPLAN® é um programa de computador para projeto e apresentação de
paisagismo através da planta baixa humanizada e da representação em 3D, todo em
português (com a possibilidade de tradução para o espanhol).

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Apesar de reconhecer arquivos ".dxf" (criados em plataformas CAD), e estar
presente no AutoLANDSCAPE na versão LT (limitada), o software possui a versão Full
que permite a elaboração do projeto sem a utilização de programas ou arquivos em
CAD.
Com ferramentas de desenho intuitivas, um banco de dados extenso com mais
de 2300 espécies vegetais com as devidas revisões botânicas, que permite o download
e a inclusão de novos itens (inclusive objetos 3D de outras fontes), é possível criar
projetos paisagísticos de maneira bastante rápida, gerar vídeos de apresentação e criar
pranchas para impressão com legendas dos itens utilizados.
É uma excelente opção para
aqueles que não têm grande facilidade
com programas CAD, mas que buscam
uma apresentação de qualidade. Além
disso, no que diz respeito à elaboração da
planta baixa humanizada, o VisualPLAN é
de uma facilidade incomparável e de
excelente qualidade final de apresentação,
superando e muito, softwares de edição
gráfica comumente utilizados, uma vez que
não se tem o trabalho de "redesenhar" a
planta do
CAD. Assim como o AutoLANDSCAPE, possui excelente custo-benefício.

c) PhotoLANDSCAPE
O PhotoLANDSCAPE® é o programa de computador para apresentação de
projetos de Paisagismo e Jardinagem através de fotomontagem todo em português
(com a possibilidade de tradução para o espanhol).
Com o banco de dados muito amplo
(diferencial dos softwares da AuE), possui
inúmeras imagens de
plantas e demais itens de paisagismo, devidamente
revisados e catalogados; grande número de
mobiliários em 3D (permitindo a inclusão de
modelos de outras fontes) para serem ajustados de
acordo com a posição mais adequada à foto, além
de uma série de efeitos que podem ser aplicados, como: sombras, reflexos e luzes, tudo
de uma maneiraextremamente simples.

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Possui recursos e ferramentas de desenho bastante intuitivas e que permitem a
criação de jardins verticais com grande facilidade. Dos softwares listados, é o de
utilização maisfácil, mas que permite a apresentação de sua proposta de uma maneira
rápida e de qualidade, ideal para a etapa de anteprojeto. Possui ótimo custo-benefício!

d) LandMANAGER

O LandMANAGER® é um programa de
computador para gerenciamento e manutenção de
áreas verdes, que tem como objetivo o controle de
todo o projeto, desde a fase inicial até o seu
término, ideal para quem também trabalha com a
parte de implantação e manutenção de projetos
paisagísticos.
Totalmente em português (podendo ser traduzido para o espanhol), o software
faz integração com os demais produtos da empresa AuE Software, como o
AutoLANDSCAPE, e o VisualPLAN. Permite a visualização do projeto com a inclusão
de tarefas para cada item, separação por obras, atribuição de prazos, percentual de
conclusão, previsão de custos, visualização em gráficos, criação de relatórios e ordens
de serviço.
Ele conta ainda com um aplicativo que permite repassar a cada funcionário sua
respectiva tarefa e sincronizar de acordo com o percentual de conclusão. É a melhor
opção para gerenciamento de projetos de Paisagismo e Irrigação, principalmente pela
possibilidade de integração com os demais softwares da empresa, mas funcionando
muito bem de forma independente. Possui ótimo custo-benefício.

7. PAISAGISMO DE EVENTOS E SOBRE LAGES


7.1 Eventos
Diferentemente de projetos de edifícios, o paisagismo em eventos sempre
conta com alguma nova informação. Ou seja, alguma coisa que outras pessoas ainda
não têm e não conhecem.
Justamente por isso, é essencial pesquisar e montar um anteprojeto, para
entender melhor o cenário e desenvolver todas as suas ideias. Por exemplo, algumas
dicas que você pode seguir incluem:
 Aproveitar recursos naturais, como luz solar e a vegetação nativa;
 Focar em recursos que sejam renováveis;

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 Evitar áreas que possam acumular lixo ou não serem realmente
aproveitadas;
 Aproveitar materiais para móveis e construção em geral que tenham
maior durabilidade;
 Conferir plantas que sejam ornamentais para criar ambientes incríveis;
 Apostar nas ideias de paisagismo, cenografia, entre outras.
Por fim, é importante destacar que montar um projeto com paisagismo em
eventos é algo aprendido na teoria e prática. Portanto, não tenha medo de testar
novas ideias, fazer novos cursos, participar de workshops e parcerias.
Além do mais, ao invés de evitar projetos por falta de conhecimento, dê
opções, converse com o cliente e veja o que pode ser feito.

7.2 Lages
O crescimento das grandes cidades tem feito com que a cada dia que passa
tenhamos menos áreas verdes, que são tão importantes e benéficas para nossa saúde
e para o meio ambiente como um todo.
E isso acaba trazendo riscos à saúde,
como o aumento da poluição, a diminuição
das chuvas e também as temperaturas mais
elevadas, o que já é uma realidade em grande
parte do mundo. Mas felizmente uma solução
vem sendo implementada em diversos países,
dentre eles o Brasil, e que vem revertendo
gradativamente este quadro. Esta solução é o
telhado ecológico.
O telhado ecológico é um jardim montado por cima de casas e edifícios, que é
projetado para agregar uma área verde em um espaço aonde antes eram colocadas
apenas as telhas. E neste jardim são colocadas plantas de várias espécies, que
formam uma imensa área verde sobre as casas, proporcionando assim maior beleza e
bem estar aos moradores do local, e também a cidade como um todo.

8. A SEGMENTAÇÃO DO MERCADO VERDE


O interesse das pessoas por plantas e sustentabilidade, principalmente em
virtude da maior conscientização sobre a manutenção das condições do meio
ambiente, representa uma oportunidade para esse segmento de negócio. Harmonizar
os ambientes onde as pessoas habitam cotidianamente, seja em casa ou em espaços
corporativos, vem se mostrando uma tendência cada vez mais forte – e uma parcela

60
cada vez maior dos gastos da população vem sendo feita na ambientação de espaços
urbanos.
Os números de mercado comprovam a força da jardinagem. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR), o mercado brasileiro de flores e plantas
ornamentais movimentou R$ 8,1 bilhões em 2018.
Atualmente, o Brasil figura entre os 15 maiores produtores de flores e plantas
do mundo. O setor ornamental, que inclui decoração, jardinagem e paisagismo, se
destaca nos índices de crescimento. O consumo per capita anual no Brasil é de R$
42,00.
As plantas ornamentais fazem parte da valorização de imóveis, o que traz boas
perspectivas para os mercados de jardinagem e de paisagismo.
Dados do Sebrae indicam que o público consumidor deste tipo de serviço é
formado principalmente por pessoas das classes A e B, que no Brasil representam
mais de 38 milhões de pessoas. Vale lembrar que o mercado consumidor é ainda
maior, se considerarmos os apartamentos e edifícios empresariais espalhados pelo
Brasil.
O interesse crescente pela atividade de jardinagem e paisagismo, tanto no
exterior como no Brasil estimula a indústria a investir em produtos para estes
segmentos. Segundo dado do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), os números
do setor ornamental, que engloba jardinagem, decoração, floricultura e autosserviço,
têm obtido um crescimento aceitável. No Brasil, o mercado de flores foi responsável
por 209.000 empregos diretos em 2020, e movimentou R$ 9 bilhões.

9. ILUMINAÇÃO, IRRIGAÇÃO E DRENAGEM


Tão importante quanto à
irrigação para a produção, a
irrigação paisagística também
necessita de cuidados especiais
na elaboração de seus projetos.
Ter um projeto de irrigação
paisagística no seu jardim significa
mais do que ter um espaço sempre
bonito e saudável o ano todo.
Significa proporcionar ao dia a dia
de sua família, muito mais
qualidade de vida e agregar, através de um sistema projetado simples e prático, um
ambiente muito mais vivem e agradável à sua casa.
Flores, Plantas exóticas,gramados e até frutíferas, são utilizadas para decorar
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praças, jardins e até fachadas de empresas. Porém, nestes ambientes geralmente
existe a combinação de diferentes espécies e cada uma com a sua necessidade
específica. Além disso, o paisagismo nos dias de hoje é marcado pela tecnologia da
irrigação computadorizada, que oferece muito mais comodidade ao lidar com o
equipamento e maior versatilidade ao se criar um projeto que atenda à sua
necessidade. Mesmo, quando o assunto é beleza.
É muito importante estarmos sempre em conformidade com uma utilização
racional da Água. Um sistema de irrigação bem planejado, além de economia de
água, proporciona também uma grande economia de mão de obra e energia. Novos
projetos de irrigação paisagística são eficientes, inteligentes e ecologicamente
projetados para provocar o mínimo desperdício de água. Os aspersores são robustos,
duráveis, flexíveis e se ajustam a diversos ambientes, desde simples jardins, até
campos esportivos, parques e áreas verdes de indústrias, conferindo harmonia,
beleza e valorização ao ambiente.

Além de economia de água o sistema de irrigação garante economia de mão de


obra e energia, em todos os projetos de áreas externas são instalados sensores de
chuva que interrompem a irrigação até que seja necessária novamente a rega.
Nos sistemas de irrigação computadorizada é possível programar os horários e
tempo de regas, adequando assim a qualquer tipo de vegetação e clima. A irrigação só
é feita nos locais onde é necessário, podendo existir passeios ou outros locais que não
podem ser molhados.
Existem vários tipos de aspersores e de acordo com a necessidade de cada local
é escolhido o tipo mais adequado para atender regiões menores ou rotores para lugares
com maiores extensões. Os aspersores mais utilizados são escamoteáveis,
promovendo um ambiente bonito e uma vida útil maior para os equipamentos.
A drenagem é um processo que envolve o direcionamento de água do solo,
para que ela escoa corretamente. Nesse sentido, há a drenagem superficial e a
drenagem profunda.
A diferença é no posicionamento, já que a
primeira envolve as águas que correm sobre o solo
ou próximo da parte superior. Enquanto isso, a
segunda tem aver com águas profundas e que não
podem ser observadas da superfície.
Independentemente do tipo de procedimento, ele é
importante para projetos de construção e até de
paisagismo. Seus principais efeitos são sentidos
no aumento de estabilidade do terreno, essencial

62
para evitar acidentes.
Um dos principais motivos para realizar esse procedimento envolve a estrutura
do solo e a sua estabilidade. Afinal, quando há a passagem de água, pode ocorrer a
erosão, o que pode fazer com que toda a estrutura entre em colapso.
Isso é válido, por exemplo, para construções. Fazer a drenagem superficial ou
profunda ajuda a garantir que a fundação fique firme o bastante, sem movimentos
imprevistos ou indesejados. Assim, evitam-se problemas como rachaduras ou até
comprometimento da estrutura.
A drenagem também é essencial em taludes e desníveis, em geral. Sema a
drenagem profunda de águas subterrâneas, por exemplo, um talude pode sofrer
movimentações abruptas e sem aviso. Como consequência, há mais riscos de
acidentes.
Um terreno seco, por outro lado, é mais facilmente controlado e tem um comportamento
mais previsível.
A prevenção da lixiviação é um dos benefícios da drenagem. Também é
importante entender que a erosão e o próprio movimento das águas não leva apenas
sedimentos e porções físicas do solo. Especialmente em taludes e ambientes inclinados,
a presença da água pode arrastar e eliminar componentes e nutrientes. É o que
chamamos de lixiviação.
A drenagem, por outro lado, ajuda a manter os componentes no solo. Afinal, sem
o arraste de partículas e sedimentos, os nutrientes não são eliminados.
Isso é muito importante para que a cobertura vegetal não seja prejudicada, por
exemplo. Também é uma forma de evitar, novamente, movimentações atípicas ou
indesejadas, pois, sem nutrientes, o solo se torna infértil e mais suscetível. A drenagem
profunda ou superficial favorece o desenvolvimento de certas espécies.
A princípio, pode parecer que fazer drenagem superficial ou drenagem profunda
vai acabar com a fonte de água do solo. Então, isso poderia prejudicar o
desenvolvimento de plantas diversas, que dependem desse componente.
No entanto, não é o que acontece. O excesso de água é um fator de
apodrecimento de raízes, o que prejudica o desenvolvimento de diversas estruturas
vegetais. A grama do paisagismo, as árvores do jardim e outras plantas podem, então,
ser prejudicadas.
Com o encaminhamento adequado de água, impede-se o acúmulo em certos pontos e,
assim, o desenvolvimento é favorecido.
A drenagem superficial e a drenagem profunda são essenciais para melhorar a
estrutura e as características gerais do solo. Portanto, o processo é essencial para
manter a segurança e garantir bons resultados dentro dos objetivos do projeto.

63
Para que seu jardim
não perca o charme durante a
noite, lâmpadas e luminárias
são essenciais! Além de
favorecer a decoração e tornar
o jardim muito mais
convidativo, um bom projeto
luminotécnico é fundamental
para manter a
segurança do seu espaço. Com
uma iluminação artificial bem projetada, você poderá dar mais destaque aos volumes e
elementos da sua preferência. Esse é o caso dos vasos, fontes e esculturas.
Ao criar o seu projeto, ainda é
possível direcionar o estilo da sua
iluminação, sendo ele dramático,
com foco em apenas alguns objetos,
ou romântico, com um clima intimista.
Para um efeito satisfatório, você deve
pensar em alguns elementos
essenciais, como os diferentes tipos
de luminárias e lâmpadas, de acordo
com o estilo escolhido.Para iluminação de muros e paredes, você pode utilizar desde
as famosas e delicadas arandelas ou,inclusive, os balizadores.
Os balizadores oferecem baixa extensão de luz e grande variação de cores.
São frequentemente usados em paredes
com a única função de criar os mais variados efeitos na sua composição.
Procure peças que realmente enalteçam a sua vegetação. Um bom exemplo são
os spots de chão ou as opções de luminárias que podem ser embutidas em pisos ou
gramado.
A temperatura da lâmpada também tem grande influência no resultado. As
temperaturas de cores baixas são perfeitas para proporcionar um clima sofisticado. Já
se você quiser uma iluminação clara e objetiva, as opções de luz branca ou azulada são
as mais indicadas.
Para espaços pequenos, prefira a luz branca ou com tonalidade âmbar. Isso fará
com que o ambiente transmita mais bem-estar e a sensação de acolhimento. Em jardins
grandes, as lâmpadas de luz verde são ótimas, com esse elemento, é possível iluminar
e favorecer pontos como a copa de árvores, vasos especiais e outros detalhes da sua
vegetação.
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10. CHECKLIST: OS PASSOS DO PROJETO
 Conhecer o cliente, suas necessidades e costumes.
 Conhecer a legislação e restrições legais
 Orientação solar – insolação
 Identificar os entornos e vistas
 Identificar as formas do relevo
 Estudo do solo – se é fértil
 Análise da vegetação existente
 Usos da água
 Verificação de ventos e ruídos
 Verificação dos elementos da cidade (infraestrutura)

65
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

BARROS, Aline. Conheça a importância da drenagem em seu projeto. Disponível


em: <https://blog.ampeng.com.br/conservacao/conheca-a-importancia-da-drenagem-
em-seu-projeto>

CDHU. Manual de paisagismo. Disponível em:


<https://www.cdhu.sp.gov.br/documents/20143/37009/manual-de-
paisagismo.pdf/d491a326-1880-52ce-6ea0-d17673c1ef7e>

DORNELES, Vanessa. Apostila de Projeto de paisagismo, 2011. Disponível em:


<https://arqvanessadorneles.files.wordpress.com/2011/02/apostila_paisagismovaness
ad.pdf>

PAINS, Amanda. Marketing Digital para Paisagistas. Revista AuE Paisagismo Digital
- Ano 15 nº 170, 2018.

SECOVI, SP. Manual de escopo de serviço de paisagismo. São Paulo: Associação


Brasileira de Arquitetos paisagistas.
<http://www.manuaisdeescopo.com.br/manual/paisagismo/#1>

TRAMA, Gabriela. 6 ideias para jardins verticais. Disponível em:


<https://www.tramapaisagismo.com.br/index.php/2021/01/01/ideias-para-jardins-
verticais/>
WATERMAN, Tim. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2010. 200p.
<https://www.der.sp.gov.br>

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
https://www.bibliotecaagptea.org.br/agricultura-novo/irrigacao/
https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-
Jardim/Paisagismo/noticia/2016/10/aprenda-fazer-feng-shui-no-jardim.html
http://jaicediprospero.com.br/www.jaicediprospero.com.br/projeto-implantacao-
paisagismo.html
https://blog.archtrends.com/tecnicas-de-paisagismo/
https://www.floresefolhagens.com.br/vasos-no-jardim/

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