Ano 23 | Nº 299 | R$ 24,90

3 SUPER
PÔSTERESER 6
• STREET FIGHTOM
• TUNIC • CAPC ADIUM
ARCADE 2ND ST

CALL OFI
DUTY:I
MODERNI
s
ta WARFARE 2I
is
• Mudanças do Warzone 2.0
• Novo mapa do Battle Royale
ev

• Atrações do multiplayer
• Destaque da campanha
R
il
as
Br

PRIMEIRAS IMPRESSÕES
DOS MODOS DE JOGO,
SISTEMAS DE CONTROLE,
PERSONAGENS E DESEMPENHO
DO PRÓXIMO SUCESSO DA SÉRIE

E AINDA
SONIC FRONTIERS
INSCRYPTION
TUNIC
A PLAGUE TALE: REQUIEM
VALKYRIE ELYSIUM
CURSED TO GOLF
POTION PERMIT
Br
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Br
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is
ta
s
 AO LEITOR

conteúdo é tudo CLUBE DE LEITURA

C
om o nosso primeiro teste de Street Fighter 6,
LIVROS E COLEÇÕES PARA EXPANDIR
iniciamos oficialmente nossa participação em SEU CONHECIMENTO GAMER
uma nova geração de jogos de luta. Além de
testar essa grande promessa em primeira

HALL DA
mão, foi muito importante a oportunidade de papear

FA M A /
NES
com desenvolvedores que estão realmente atentos MENTOS

PERS ONAG
FA S E
E L H O R
M S UA M
S E GA E

ENS
ao que a comunidade de jogadores tem a dizer. A G E R A
Ç ÃO 1 6
- B I T DA

E como você vai descobrir na reportagem especial

desta edição, o time da Capcom está refinando cada
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detalhe do que é preciso para chegar ao próximo

SONIC THE H
nível. Isso passa por um equilíbrio do investimento na
A empresa acertou
e Sonic, renovou
em cheio os fãs de
os RPGs com Phantasy
com Virtua Fighter
aventura com Alex
Star e Shenmue,
e Daytona, e seguiu
Kidd
fez a
criando

parte técnica da luta em si tanto quanto na variedade

festa dos arcades neste volume.
que você vai relembrar
as franquias memoráveis

EDGEHOG 3 &
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SCORP
informações

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que fizeram história Coleção Hall
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de conteúdo para nos manter jogando sem enjoar.

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ION
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7:53 PM

HALL DA
FA M A /

KNUCKLES
PERSON
Afinal, a relação entre jogador e seus jogos favoritos S C O R AGENS

tem se tornado cada vez mais algo de longo prazo, e

A empresa acertou
e Sonic, renovou
festa dos arcades
em cheio os fãs de
os RPGs com Phantasy
com Virtua Fighter
as franquias memoráveis
aventura com Alex
Star e Shenmue,
e Daytona, e seguiu
que você vai relembrar
Kidd
fez a
criando
neste volume.
P I O N
é preciso muitos incentivos para garantir isso. Assim informações

como Ryu, Street Fighter sempre esteve em uma

que fizeram história

jornada de aperfeiçoamento e está prestes a alcançar SONIC 3 & KNUCKLES

GRANDES JOGOS

s
O A FUSÃO DE DOIS
DESCUBRA COM TURA DA SEGA
um novo nível de poder. RESULTOU EM UMA
CLÁSSICA AVEN
ARCADES

HUMBERTO MARTINEZ / EDITOR

ta E AINDA NIGHT
TRAP PIT-FIGHTER
TECHNOSOFT TOP
10 CONVERSÕES
DE
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4
ev

ACOMPANHE OS BASTIDORES DA CRIAÇÃO DA MEGA DRIVE MANIA HALL DA FAMA

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& KNUCKLES 48 PÁGINAS | 16 X 23 CM
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Conheça cada detalhe de ninja mais famoso da série

as

Sonic the Hedgehog 3 & Mortal Kombat. Entenda

Knuckles, incluindo seus como se desenrolou a jornada
Reviews
SUMÁRIO chefes mais memoráveis, as de vingança de Scorpion
Br

30 SONIC FRONTIERS
34 INSCRYPTION 36 TUNIC fases icônicas e as inovações na trama original e no
capa 38 A PLAGUE TALE: REQUIEM técnicas. Saiba mais também reboot da franquia, além
6 STREET FIGHTER 6 40 VALKYRIE ELYSIUM sobre a polêmica que marcou de conhecer as mudanças no
Especial 42 CAPCOM ARCADE a história de Night Trap e que design do personagem, seus
16 CALL OF DUTY: 2ND STADIUM mudou a vida de seu criador, fatalities, armas, dubladores
MODERN WARFARE II 44 CURSED TO GOLF além das curiosidades sobre e participações especiais
E WARZONE 2.0 46 POTION PERMIT a adaptação de Pit-Fighter. em outros jogos.

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Adriano Severo, Anderson Cleiton, A PlayStation: Revista Oficial – Brasil
Anderson Ribeiro, Angela Taddeo, Beth Macedo, é uma publicação da Editora Europa SEDE Rua Alvarenga, 1416 - Butantã
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 CAPA

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Br

PS4, PS5 • LUTA • CAPCOM • 2023

ENTRAMOS NA ARENA MAIS AGUARDADA

DOS ÚLTIMOS ANOS E CONVERSAMOS COM OS
PRODUTORES PARA ENTENDER COMO A SÉRIE
VAI VOLTAR AO MAIS ALTO NÍVEL DE QUALIDADE
Por Douglas pereira

il
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Br
É
sempre prudente desconfiar das promessas de
grandes lançamentos, afinal não faltam casos
de jogos que pareciam excelentes no anúncio e
decepcionaram na hora do vamos ver. Um exemplo
pertinente é Street Fighter V, que ficava mais
esquisito a cada beta e que deixou claro que seu problema
não era só a escassez de conteúdo: faltava profundidade
também. Felizmente, é difícil levantar qualquer dúvida
contra Street Fighter 6 após botar as mãos no game. O
negócio é bom mesmo! Calejados pelos jogos de luta mais
recentes da Capcom, deveríamos estar céticos, porém o
s
ta
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7
ev
R
O novo elenco
inicial é variado
e tem um visual
mais moderno
novo comando na área de luta da empresa está levando a
série a patamares que a gestão anterior não alcançaria.
De largada, basta ver como a comunicação mudou. Desde
o anúncio da temporada final de SFV, o diretor e o produtor
da série contaram as novidades diretamente, sem rodeios,
e mostraram objetivamente as novidades e o que queriam
fazer. Eles passam a impressão de que entendem do assunto
e que estão tomando as decisões junto com os jogadores.
O mesmo acontece em SF6. A maioria das opções que a gente
pediria durante anos de atualizações já estão no beta e, mais
importante, SF6 é o tipo de jogo que gostaríamos de jogar.
 CAPA

RECOMPENSA AOS DEDICADOS

Street Fighter 6 já causa uma ótima
impressão inicial por entender algo
que muitos jogos de luta falharam em
compreender nos últimos anos: simplificar
um jogo técnico é uma péssima ideia! Isso
não resulta no desejado resultado de atrair
novos jogadores e ainda afasta muitos
fãs antigos. Pode parecer uma opinião
"elitista", mas é o contrário: baixar o
teto de habilidade achata toda a base de
jogadores e piora a situação dos novatos.
Aqueles que já são bons no gênero vão
alcançar seu potencial máximo cedo e
novatos vão tomar surras com maior
frequência dessa galera experiente
que domina todos os golpes e combos.
Isso também mina a motivação dos
jogadores de alto nível, que conseguem
tirar o máximo do que um personagem
tem a oferecer em pouco tempo. Um jogo
de luta fica objetivamente pior quanto mais
se tira sua essência para tentar agradar
novatos. Deve-se encontrar um jeito de Alguns personagens também terão suas roupas clássicas para agradar fãs mais puristas
oferecer diversão para quem está chegando

s
e desafio a quem já conhece tudo, e a
grande maioria de jogos do gênero falhou
ta
is
nisso durante a geração PlayStation 4.
8 Takayuki Nakayama e Shuhei Matsumoto,
ev

respectivamente diretor e produtor de

Street Fighter 6, levaram essa missão
R

de agradar a todo mundo bem a sério

– na verdade, esse é um dos pilares do
il

novo jogo. "O conceito mais importante de

as

SF6 é ser acessível, tanto para veteranos

quanto para iniciantes", conta o diretor.
Uma das formas de lidar com isso é mexer
Br

especificamente nos controles enquanto

deixam o resto intacto. Há o controle
clássico e o controle moderno, em que
basta apertar uma direção e um botão para
executar um golpe especial que exigiria um
comando como meia lua para frente e soco.
Nós testamos esse modo e parece
uma direção certeira. Tecnicamente é um
easy mode, já que fazer golpes e combos
terem uma execução mais difícil faz parte
até do equilíbrio do jogo inteiro. Porém, os
sacrifícios impostos a quem usa o controle
moderno impedem que os jogadores mais
tradicionais fiquem frustrados ao enfrentar
alguém online que só precisa apertar dois
botões juntos para soltar um Super Art.
Com essa configuração, muitos dos
melhores combos simplesmente não ficam
acessíveis, já que você perde os botões
médios, e os golpe especiais também têm
força fixa. É justamente aquela ideia de
A CAPCOM ENCAROU O DESAFIO DE
Os cenários são
detalhados e vibrantes
– esse até lembra um
pouco Capcom vs SNK 2
achatar o teto de habilidade, só que somente
para quem não tem intenção de quebrar o
teto – os melhores jogadores sempre vão
preferir o sistema clássico e suas vantagens.
O jogo até mostra qual configuração seu
oponente está usando online, e isso não deve
despertar a fúria de ninguém que saiba como
esses controles alternativos funcionam.
"Nós não quisemos baixar o nível de
profundidade, não no intuito de facilitar
o jogo", Nakayama esclarece. "Na minha
visão, profundidade e acessibilidade são
conceitos compatíveis. Por exemplo, nós
temos o estilo de comandos mais fáceis,
mas o jogador ainda tem que saber a hora
de usar os golpes, tem que saber qual
personagem é o melhor em cada ocasião.
Ainda é necessário ter uma estratégia
para usar esse novo sistema de controles
modernos. Isso permite manter o nível de
profundidade". É disso que estamos falando:
esses caras sabem o que estão fazendo.
MODO JORNALISTA
E ainda há um terceiro esquema de
comandos, que foi anunciado bem depois
da época do beta: o modo "dinâmico".
Esse sim é um verdadeiro easy mode,
em que ficar apertando os botões sem

MANTER O EQUILÍBRIO E A PROFUNDIDADE muito nexo resulta em combos automáticos

que o jogo faz por você. Há até um nexo
SEM TIRAR A DIVERSÃO DOS NOVATOS na bagunça, mas quem sai apertando tudo
desesperadamente nem vai se importar em

Luke, Jamie e Kimberly
são considerados os
protagonistas de SF6,
(em nossos corações,
sempre serão Ryu,
Ken e Chun-Li)
aprender. A Capcom sabe que essa é uma
ajuda meio exagerada, por isso esse modo
dinâmico só pode ser jogado em partidas
locais, nunca no online.
Esse modo existe para que qualquer
um possa se divertir. Dê o controle para
as visitas na sua casa se divertirem sem
compromisso e ainda oferecerem algum
desafio para quem sabe jogar direito.
Dá para ver que esse é o verdadeiro
mantra do jogo: um Street Fighter que
todo mundo pode jogar. Foi só encontrar
um jeito de equilibrar essas divisões
entre os diferentes tipos de jogadores.
O MUNDO ALÉM DA LUTA
Há outro problema crônico em muitos jogos
de luta que afasta a galera mais casual: a
falta de conteúdo. É intimidador pegar um
game que parece forçar o jogador a encarar
s
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Br
outras pessoas online como a única fonte
de diversão. É claro que tirar um contra
com outros seres humanos é o objetivo
final de todo jogo de luta, mas muita gente
só quer curtir a experiência do seu próprio
jeito em um modo história ou com desafios
diferentes das lutas normais.
Street Fighter sempre falhou nessa
parte, mas SF6 já está garantido como o
jogo da série com mais conteúdo disponível
logo de cara. O modo World Tour vai fazer
com que você crie um personagem próprio
e viaje pelo mundo em busca do mais forte.
O objetivo é aprender golpes dos lutadores
que desejar, enfrentar desafiantes nas
ruas e cumprir tarefas. E tudo começa em
Metro City, a famosa cidade de Final Fight
que conecta canonicamente as duas séries.
Nakayama, que é muito fã do universo
da série, diz que todo o conteúdo tem a ver
STREET FIGHTER 6
Personagens clássicos têm
releituras de seus cenários
antigos, como o do Blanka
com a cobra gigante e tudo
com essa perspectiva. "Não queríamos
exatamente fazer mais conteúdo, o que
a gente queria mesmo era atender às
expectativas dos fãs de Street Fighter.
Sabemos que, entre os jogadores de SF,
temos aqueles que realmente gostam de
jogos de luta, mas muitos outros apreciam
o mundo ao redor das lutas. Street Fighter
não é só a parte 'Fighter', então também 9
consideramos a parte 'Street'. Tem um
mundo interno bem amplo que já existe
na série e que quisemos expandir muito
mais agora. Consequentemente, o número
de personagens que aparecem no jogo
aumentou bastante, porque as pessoas
curtem uma grande variedade deles e
tentamos atender aos gostos dos jogadores",
completa o produtor Shuhei Matsumoto.
Pegar os jogadores pelo visual e o
mundo em geral é um objetivo que já pode
ser considerado um sucesso, se medirmos
pela recepção na internet ao estilo muito
inspirado na cultura de rua que permeia
SF6. Do logo do jogo à curiosa trilha sonora,
que abandona os clássicos temas melódicos
do gênero por músicas mais voltadas para
a batida, a Capcom quer um jogo que pareça
moderno para os veteranos e até para os
mais jovens. É uma revisão atual no nível
do que fizeram em Street Fighter III há 25
anos, quando abandonaram o padrão das
inúmeras versões de SFII por uma grande
influência do hip-hop.
Inclusive, essa mudança aconteceu até
mesmo durante o próprio desenvolvimento,
que não tinha essa pegada desde o início,
como conta o diretor. "Na verdade, no
começo queríamos ficar com um estilo
mais tradicional e conhecido da série,
mas depois pensamos em fazer algo mais
moderno e que utilizasse mais as novas
tecnologias para mostrar um realismo
maior, como dá para ver no corpo dos
personagens. Esse estilo de rua foi
entrando ao longo do desenvolvimento".
 CAPA

CRIADOR E CRIATURAS
No beta e nas estações disponíveis na Brasil
Game Show, dava para escolher entre oito
personagens: os clássicos Ryu, Ken, Guile e
Chun-Li; a mais recente Juri, que chegou em
SFIV; Luke, que é o "protagonista" da trama
de SF6 e que estreou como o último lutador
de SFV; e os inéditos Jamie, que mistura
break dance com kung fu bêbado, e Kimberly,
aparentemente uma discípula da Chun-Li que
anda com um clássico walkman e que lembra
um pouco a Ibuki no estilo de luta. O elenco
inicial completo, com 18 lutadores confirmados
pela Capcom, tem mais quatro estreantes,
todos com visuais chamativos.
Jogando, fica claro o esforço para ir
além de criar estilos de jogo inéditos com
os personagens novos, e também repensar
um pouco a forma de lutar dos clássicos.
Bate a dúvida do que é mais complicado:
pensar em uma nova versão de lutadores
ultra tradicionais que agrade os fãs, ou
fazer o que quiser com um lutador criado
do zero, sem amarras? "É muito mais difícil
criar um personagem completamente novo",

s
O World Tour vai ter várias atividades que tentam manter a vibe de Street Fighter e Final Fight
responde Takayama, sem precisar parar
para pensar. "A gente pode alterar muito
ta
is
os clássicos, mas já temos alguma ideia
10 do que os jogadores daquele personagem
ev

gostam historicamente. Pensamos em

uma linha em que um jogo novo com certas
R

características, eles provavelmente

gostariam que o personagem tivesse
il

um golpe desse ou daquele jeito. É um

as

processo, mas dá para avaliar o que

falta e o que seria necessário por meio
dos próprios jogadores. Já com um novo
Br

personagem, é preciso tentar adivinhar

qual é o desejo do público sem ter ideia
do que ele quer. Sempre pensamos no que
o jogo precisa e em como corresponder
às necessidades dos jogadores, mas não
temos certeza se eles vão gostar. É muito
difícil! Nós criamos um personagem e
fazemos vários testes. Muitas vezes
apagamos a ideia completamente e aí
modificamos ou criamos outro do zero,
e repetimos isso de novo e de novo.
Demora muito tempo e é complicado".
Também há a questão de equilibrar os
lutadores, tanto em conteúdo quanto em Dá para soltar Hadouken no meio da rua!!! Duvido que vão mexer com você agora
seus golpes. Em um jogo que obviamente
vai ter várias temporadas com muitos sejam muito mais fortes do que outros, independente do resultado, estão fazendo
personagens novos lançados por DLCs, é Takayuki Nakayama diz que há pelo menos um esforço genuíno para levar Street
preciso gerenciar os lançamentos direito. uma base do que fazer logo no começo. Fighter para o futuro e servir como o novo
O diretor explica: "Como criador, eu tenho "Desde o início do projeto nós temos padrão do gênero para a geração atual,
claro na mente o tipo de personagem que um plano traçado de quais personagens assim como SFIV fez em 2009. Os erros
gostaria de criar, mas em muitas situações serão recomendados para jogadores de SFV parecem página virada e, ainda
é preciso avaliar qual é o momento certo iniciantes, intermediários e avançados, mais importante, uma lição aprendida.
de lançar um lutador daquele tipo. Então e isso ajuda bastante na hora de manter O lançamento está um pouco mais distante
sempre há vontades e ideias, mas é preciso o equilíbrio entre todos eles", explica. que o esperado (um relatório financeiro da
ter muita clareza para decidir o que é Capcom apontou que SF6 não chegará antes
melhor em cada momento. É um dilema!". ESPERANÇA CONCRETA de abril de 2023), mas, se for para manter
Quanto ao equilíbrio que todo mundo Há uma impressão positiva depois de jogar a qualidade desse beta no produto inteiro,
conhece, o de impedir que alguns lutadores o beta e conversar com os desenvolvedores: que tomem o tempo que for necessário.
 STREET FIGHTER 6

BETA FECHADO
Criação de personagens, modos de jogo e o online de
Street Fighter 6 segundo nossos testes da versão beta

Existem barras
e mais barras
para todo tipo
de detalhes
do corpo do seu
personagem

s
ta
is
11
ev

Reproduzir personagens famosos pode

ser bem fácil com as opções corretas
R

O CRIADOR DE PERSONAGENS
il
as

Talvez a maior surpresa no beta tenha sido

o super detalhado criador de personagens,
onde você faz um avatar para entrar nos
Br

lobbies e jogar o modo World Tour. Cada parte

do corpo pode ser alterada de vários jeitos,
como deixar mais magro ou mais sarado,
e quase não há restrições sobre o quanto
essas barras podem ser mexidas. Se quiser
fazer um homem com braços bem finos e
pernas gordíssimas, ou uma pessoa verde
com uma cabeça enorme, sinta-se à vontade.
Com tantas opções, dá para criar
personagens conhecidos de outras obras.
É fácil criar o Sasuke, de Naruto, e incluíram
até olhos de Sharingan para quem quiser
deixar mais parecido. O único problema é
que, quanto mais possibilidades nós temos,
mais queremos. A gente chega perto de
recriar algum personagem e fica faltando
algum detalhe que bloqueia a ideia na cara
do gol, como poder mexer no comprimento
do cabelo, ou que tenham mais opções de
penteado, de olhos e afins.
Mesmo com esse sentimento de que nunca
temos o suficiente, esse criador é algo muito
além do que poderíamos imaginar para um
jogo de luta – tem muito mais cara de um
criador de personagens feito para RPGs.
Não acharemos estranho se esse exato
criador for replicado no próximo Monster A loja de roupas e acessórios incha um pouco os números com cores diferentes
Hunter ou em Dragon’s Dogma II. de um mesmo item, mas deve haver muito mais peças na versão final de SF6
 Dá para assistir
os duelos de outras
pessoas. Só não dá para
CAPA botar ficha de próximo

Esse é o Battle Hub. Há um

telão que mostra partidas
de torneios regulares que
acontecem nas salas

Você deve deixar seu

lutador escolhido antes do
oponente aparecer para

s
agilizar o processo
ta
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12
ev
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as

O BATTLE HUB
Depois de fazer seu belíssimo ou horroroso
Br

avatar, você estará apto a entrar nos

diferentes modos de jogo. O World Tour
não estava disponível, já que o teste foi
feito especificamente para entender e
aperfeiçoar a experiência online – por isso
mesmo foi um beta fechado, ao contrário
dos muitos "betas" de marketing que
acontecem por aí. Nem mesmo o modo
treino podia ser acessado livremente,
apenas enquanto você espera alguém
chegar na sua máquina para desafiá-lo.
Isso nos leva ao Battle Hub, jeito que
SF6 usa para chamar os lobbies. Aqui, eles
funcionam de forma bem semelhante aos
lobbies de vários jogos da ArcSystem Works,
Vai dizer que você já viu um espaço instagramável em outro jogo de luta por aí?
como Guilty Gear Xrd e Granblue Versus.
Cada sala é como um fliperama, com
vários gabinetes espalhados onde qualquer ÁREA DE BATALHA EXTREMA tempo todo e quem não desviar é derrubado
um pode se sentar e jogar contra outras Em um canto da sala estão algumas com toda certeza. Esse modo terá regras
pessoas, todo mundo controlando um avatar máquinas separadas que servem para fazer e truques que serão combinados com
personalizado e trocando mensagens. disputas apenas nos modos alternativos, rotatividade diária. Nesse exemplo, a regra
Só que aqui isso é elevado a outro feitos mais pela pura diversão, que foram era derrubar o adversário cinco vezes
nível, até por ser um jogo com orçamento incluídos em SF6. No beta, um deles era e o truque era o touro como obstáculo.
infinitamente maior que os da Arcsys. desafiar outra pessoa numa luta em que a Outra Batalha Extrema dava quatro
Cada sala tem comporta até 100 pessoas barra de vida não é o que decreta a vitória: objetivos para fazer durante uma luta
e tem espaço para todo mundo jogar ganha quem derrubar o oponente cinco (como fazer um combo de mais de 3 hits
SF6, porém o Battle Hub também tem vezes primeiro. Para ajudar nessa tarefa, ou agarrar o oponente duas vezes) e quem
várias opções que vão além disso. um touro passa correndo pelo cenário o os cumprisse primeiro era o vencedor.
 STREET FIGHTER 6

GAME CENTER
Game Center é literalmente como
são chamados os fliperamas no Japão, e
em SF6 se refere a um canto do Battle
Hub onde ficam máquinas para jogar
um jogo antigo que é trocado todo dia,
gratuitamente. Durante o beta vimos
Magic Sword, Final Fight e Super Street
Fighter II Turbo. Não é possível jogar
contra outros jogadores, porque a
Capcom não é boba (e porque daria um
trabalhão fazer um ambiente online
decente para cada um), mas há um
ranking para deixar seu nome como
um dos melhores jogadores solo
daquele jogo. Boa sorte ao tentar
passar da segunda luta em SSF2T.

LOJA CENTRAL
As lutas com o touro solto são uma daquelas bobeirinhas que divertem muito mais do que parece Aqui é onde vendem inúmeros itens
cosméticos para colocar no seu
personagem (o criado, não os que lutam).
As roupas e acessórios podem ser
comprados com Moedas de Lutador
(que parece a moeda premium do jogo)

s
ou Bilhetes de Drive, que são dados ao
ta concluir desafios de tempo limitado ou
is
ao participar de eventos que acontecem
todos os dias. São muitas roupas e afins, 13
ev

e é preciso tomar aquele cuidado extra

para comprar algo do qual não vá se
R

arrepender, pois cada cor diferente da

mesma roupa é considerada outra peça
il

que precisa ser comprada separadamente.

as

No beta, não faltava dinheiro para adquirir

qualquer coisa, contanto que fossem
executados alguns objetivos bem básicos.
Br

Essa loja vai ser atualizada muitas vezes

durante o tempo de vida de SF6, do mesmo
jeito que os personagens principais
ganham novas skins constantemente.
A bola de praia é um obstáculo extra que bate com força dependendo de como o inimigo a arremessa

QUEM MANDA?
A dupla que comanda Street Fighter 6 esteve
na Brasil Game Show 2022 para conversar
sobre o jogo. Eles tinham exatamente os
mesmos cargos em SFV, só não eram
exatamente quem tomava as decisões finais
– algo que dá para notar claramente pelo
o rumo que a última temporada de SFV
(a primeira com eles no comando) tomou em
relação às anteriores. Takayuki Nakayama
é veterano na Capcom, apesar de ter saído
por um tempo para trabalhar na Intelligent
Systems. Ele tem no currículo a trilogia
original de Devil May Cry e Advance Wars.
Curiosamente, ele se formou em pintura
clássica e hoje está aí fazendo o jogo de
luta mais importante da década. Já Shuhei
Matsumoto tem sido produtor ou produtor
assistente da maioria dos lançamentos de
luta da Capcom (originais e relançamentos)
desde 2017.
Mesmo os jogos antigos, que não têm multiplayer, ficam com a mesma apresentação de fliperama
 CAPA

Se duas
Kimberlys usarem
seu Super nível 3
no mesmo round,
acontece uma
surpresinha

O Drive Impact, esse

golpe das cores, foi muito
utilizado no beta e pegava
muita gente desprevenida

A HORA DA VERDADE
Mas nada dessas (ótimas) firulas todas
serviria se, na hora de jogar online, a

s
experiência fosse ruim. Street Fighter IV
tinha desculpa por ter chegado em uma
ta
is
época de renascimento do gênero. SFV não
14 teve desculpa por nunca ter arrumado seu
ev

problemático netcode próprio durante anos,

e o sexto jogo não pode repetir essa atitude.
R

Pelo que pudemos jogar durante o beta,

as previsões são das melhores possíveis.
il

As lutas rodam de maneira muito lisa e

as

sem delay significativo nos comandos,

o que indica uma implementação correta
de rollback no netcode de SF6. Quem jogou
Br

SFV se lembra de que era fácil as partidas

ficarem meio fora de sincronia e o jogo ter
que se corrigir com pequenos teleportes
o tempo todo, mesmo em lutas com ping
relativamente baixo.
Claro que o ambiente do Battle Hub
ajuda. As salas são divididas por regiões e,
normalmente, quem estiver em uma sala da
América do Sul só vai enfrentar gente aqui
de baixo, porém poucos jogos conseguem
fazer até mesmo essa distância com alta
qualidade, principalmente porque o Brasil é
Conseguir acertar um belo antiaéreo várias vezes sem lag é bom demais!
gigantesco (pensa na distância de morar de ping – pelos nomes, pareciam jogadores
no nordeste e enfrentar alguém do Chile, do Oriente Médio. E aí não há netcode que
por exemplo). Pings que são comuns entre salve uma conexão dessas. Essa é uma área
São Paulo e a costa leste dos EUA, por a melhorar no jogo final, onde todo mundo
volta de 130ms, rodaram tranquilamente. vai querer pelo menos tentar subir nas
O único problema foi o matchmaking para tabelas de classificação.
encontrar partidas fora da sala do Battle A impressão do teste no que realmente
Hub, que estava bem lento. Lutas casuais e importa – a qualidade de conexão – com

OPÇÕES ranqueadas são procuradas separadamente

NÃO FALTAM
Impressiona o vasto número de opções
em quase qualquer categoria de SF6.
Há várias opções visuais, de comandos e
de acessibilidade para deixar o jogo o mais
confortável possível para muita gente. O que
mais chama atenção são as opções de áudio.
Você tem controle sobre o volume de cada
elemento, desde as vozes dos personagens
até o barulho que golpes fazem.
enquanto você faz outras coisas na sala,
e era difícil encontrar esse tipo de luta.
Olhando a experiência de jogadores gringos,
parecia bem mais fácil de encontrarem
oponentes por lá. Mas isso talvez se deva
ao fato de que havia muito mais americanos
nesse beta fechado do que latinos, e a
maioria estava só querendo jogar o máximo
de partidas possível nas salas, sem ligar
para rankings que durariam quatro dias.
Alguns dos oponentes encontrados pelo
jogo eram de MUITO longe, coisa de 400ms
certeza validou a ideia de fazer o teste
fechado para ter um padrão a comparar
com o verdadeiro teste de estresse que
deve acontecer quando um inevitável
beta aberto for anunciado. SFV derreteu
completamente tanto no aberto quanto
na semana de lançamento do jogo em si,
e isso acabou por mascarar problemas
que se tornariam permanentes quando a
poeira baixou. Em um mundo onde online
ruim não é mais tolerado em jogos de luta,
essa performance vai decidir muito da
percepção do público sobre o produto.
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 16
ESPECIAL

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s
 A campanha consegue formar
um elenco cativante, mas a
trama não surpreende como na
apresentação original de 2009

PS4, PS5 • FPS • INFINITY WARD, ACTIVISION • PORTUGUÊS (TEXTO/ÁUDIO) • MÍDIA FÍSICA E DIGITAL

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Br

O MELHOR CALL OF DUTY DOS ÚLTIMOS ANOS,

MAS AINDA LONGE DA SUA ERA DOURADA
POR DOUGLAS PEREIRA

N
ão contente com a difícil tarefa de dar
sequência ao COD de maior sucesso da
era PS4, este novo jogo encarou o risco de
usar o sagrado nome de Modern Warfare 2
em vão. Há uma geração inteira que teve
o MW2 de 2009 como o pilar de sua juventude, com
centenas de horas de combate em um multiplayer
irretocável. Essa nova visão definitivamente não vai
criar os mesmos momentos em nenhum de seus modos
de jogo, mas deve manter a série em um patamar
acima dos últimos anos com ótimos aspectos
técnicos e jogabilidade de primeira classe,
apesar das teimosias da Infinity Ward.
 ESPECIAL
18
Alejandro e Valeria são os dois melhores
personagens da trama fora do Task Force 141
FILME CONVINCENTE
Começar pela campanha é de praxe. Dessa
vez, Modern Warfare II se concentra nos
nomes que já conhecemos dos MW antigos:
Soap, Ghost, Gaz e o eterno Capitão Price,
que continua a se consolidar como um dos
caras mais durões da história dos videogames
– a essa altura, ele só perde para Solid Snake,
de Metal Gear. O quarteto invencível da Task
Force 141 entra em uma trama que envolve
forças bélicas árabes, russas e mexicanas.
Isso, é claro, além uma boa dose de conflitos
com o próprio comando norte-americano.
Se há um elogio a ser feito a essa
campanha é a qualidade das cenas de
história e, acredite, a atuação de todos
os atores envolvidos. Claro que o enredo
de um COD não é material de um Oscar
para melhor roteiro, mas cada parte é
entregue de forma muito convincente.
Essas cenas são feitas em CG de altíssima
qualidade que busca um realismo maior
que o normal – só elas devem ter custado
mais do que alguns jogos inteiros por aí.
O destaque nessas horas é, sem sombra
de dúvida, Valeria, que faz parte do principal
cartel do México. Ela rouba completamente a
atenção durante cada segundo em que está
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A releitura de missão
sniper de COD4 exige
precisão e furtividade
com menos ajuda de NPCs
na tela, alterando entre momentos de raiva
meio psicóticos e de muita tranquilidade para
dizer que o mundo não é justo. Talvez seja
a melhor atuação já feita na série (que, OK,
não tem um padrão do nível de God of War)
e ela deveria aparecer muito mais do que a
IW quis. Felizmente, ela termina o jogo viva
e é impossível que não apareça em MWIII
graças ao trabalho tão elogiado da atriz
equatoriana Maria Elisa Camargo. Se você
joga com dublagem em português, recomendo
fortemente que mude para a versão original
para aproveitar 100% dessa atuação.
TODOS OS SABORES
Já os eventos da campanha são uma mistura
mais curiosa. De fato, MWII é mais bombástico
do que o MW de 2019. Ficar pendurado por
uma corda de cabeça para baixo em um
helicóptero, arregaçar uma cidade inteira
lá do alto numa clássica missão de suporte
aéreo e ter que se defender de dúzias de
soldados mexicanos corruptos enquanto
é levado pela correnteza de um rio é mais
empolgante do que as missões do jogo
anterior. Porém, essa sequência ainda tenta
ser um tanto pé no chão para os padrões
da série, até mais do que esperávamos.
Estávamos esperando um escândalo bem
maior, mesmo que não fosse tão parecido
com o MW2 antigo, que tinha perseguições
de snowmobile, massacre em aeroporto,
amigos queimados vivos e uma bomba nuclear
explodida na órbita da Terra para fritar os
equipamentos dos EUA. Ainda assim, a vibe
desse segundo capítulo combina um pouco
mais com o COD que conhecemos, só é mais
bruta. Dá para comparar com filmes do 007:
a trilogia Modern Warfare antiga é como os
filmes do agente com o ator Pierce Brosnan,
e a série nova é como os filmes mais recentes
estrelados por Daniel Craig.

Br
OS MAPAS AGRADAM MUITO E SÃO UMA
MELHORIA GIGANTESCA EM RELAÇÃO
AOS DO MODERN WARFARE ANTERIOR
A vantagem de uma campanha que
não está ligada no 220V o tempo todo é a
variedade incrível entre as 17 fases. Esse
é facilmente o maior trunfo desse modo.
Cada fase tem situações completamente
diferentes que sobem e descem o volume do
jogo sem medir esforços. Tem fase furtiva
na água, roubo de caminhão, invasão de
mansão e até uma missão em que você
comanda seu parceiro do início ao fim da
fase por meio de uma câmera de vigilância,
enquanto ele cruza estacionamentos e
planta bombas que serão usadas ao
escapar do local na fase seguinte. Há até
CALL OF DUTY: MODERN WARFARE II
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uma releitura da fase de sniper do COD4, só
que com liberdade para escolher os alvos.
Nem todas funcionam perfeitamente. Essa
de ser furtivo na água, por exemplo (que é logo
a segunda missão do jogo), tem um design
meio atrapalhado que não deixa você ter muita
noção de onde estão os inimigos acima da
água. Ainda assim, no geral, essa campanha
fica ao lado das melhores que a série já teve.
MORTOS E FERIDOS
Fizemos um preview do multiplayer de MWII
na edição #297 e a impressão foi agridoce.
O feeling das armas e os novos mapas foram
ESCOLHAS
PRÓPRIAS
MWII apresenta um novo Passe de
Batalha com um esquema que, pelo menos
visualmente, é bem diferente do normal.
A tela exibe um mapa dividido em 20 partes.
Cada parte tem cinco itens do passe
de batalha (totalizando os 100 níveis de
sempre). Ao destravar os cinco da mesma
área, as outras que fazem fronteira com
essa ficam abertas para destravar os itens
delas. Ou seja, em teoria, você escolhe
como evoluir seu passe em vez de seguir
a linha reta que todos os jogos fazem.
Subir de nível dá uma ficha que serve
para destravar qualquer item das áreas
possíveis. Só que, obviamente, o mapa é
dividido de forma que ainda é necessário
destravar um monte de tranqueiras no
caminho até chegar nos itens realmente
relevantes, como as skins, COD Points e
as armas novas da temporada. A diferença
é que você agora tem o poder de destravar
as tranqueiras que mais gosta antes das
outras. Deixando um pouco do cinismo de
lado, dar qualquer tipo de escolha em algo
que costuma ser tão linear e engessado é
um ponto bastante positivo.
19
pontos muito positivos, porém algumas
mudanças eram inexplicáveis. Agora, depois
de passar um bom tempo com a versão final,
dá para ver que levaram a resposta ao beta
a sério e a impressão é mais positiva, apesar
de vir com alguns problemas novos.
Já cansamos de falar sobre como é bom
atirar nos Modern Warfare, com um peso
maior nas armas, mas fica aí a afirmação
mais uma vez. É mais gostoso de atirar
com esse arsenal do que as armas um tanto
mais leves e domadas dos jogos da Treyarch
e elas parecem mais poderosas... até mais
do que deveriam, com recuo e flash dos
disparos bem maiores do que indicado,
a ponto de às vezes perdermos a noção
de onde um inimigo mais distante está.
A lista completa de mapas continua a
agradar muito, embora não seja um trabalho
perfeito. O mapa mais diferente fica em
uma fronteira com rodovias tomadas por
carros abandonados. O design é esquisito
e os carros podem explodir e matar quem
estiver perto. Legal terem experimentado
algo inusitado, mas o resultado é horrível.
Chega a ser engraçado aparecer esse mapa
na rotação e ver jogadores saindo da partida
imediatamente para não ter que aguentar
o martírio pelos próximos 10 minutos.
Fora esse, não dá para dizer que há
outro mapa horrível – todos são, no mínimo,
bons. Já os locais de respawn neles são
uma grande porcaria, porém isso é comum
em todo lançamento de COD, então nem dá
para isolar essa falha em MWII. Ainda é um
ponto negativo, veja bem...
 ESPECIAL
Mercado é um mapa 6v6 com muito jeito
de COD antigo, um dos melhores de MWII
20 É importante que o núcleo, esse mínimo
necessário para que um jogo de tiro funcione
direito, seja de qualidade, porque o resto
está menos arrumado. Até esperamos o
início da primeira temporada, que sempre
vem com uma grande atualização e é quando
o jogo começa de verdade, e mesmo assim
tivemos a impressão de que MWII poderia
ter ficado um pouquinho mais no forno.
Algumas coisas essenciais até mesmo para
o primeiro dia de lançamento não estavam
lá, e ainda não estão ou foram adicionadas de
forma muito simplista. Por exemplo, não havia
a tradicional tela na qual suas estatísticas são
mostradas (número total de vitórias, derrotas
etc), nem a lista de desafios que destravam
novas Calling Cards ou que dão mais XP. Os
desafios ainda são completados durante as
partidas, só não dá para ter a menor ideia do
que pedem ou do seu progresso em cada um.
Isso não é extremamente essencial para
o jogo funcionar, mas é o tipo de opção que
é pouco falada pelos jogadores justamente
por ser tão óbvia e necessária. Lançar o jogo
sem isso é bizarro. Também faltou o modo
Hardcore, aqui chamado de Escalão 1, que tem
uma pegada mais realista e onde um ou dois
tiros já são fatais. Não é muita gente que joga,
mas tem que ter. Colocaram o modo no início
da primeira temporada, mas isso significa que
POR TER DOIS ANOS PELA FRENTE, MWII
PARECE ACEITAR SEU LANÇAMENTO COM
VÁRIAS CARACTERÍSTICAS AINDA CRUAS
A campanha muda de rumo e
ritmo com frequência. Essa parte
de cabeça para baixo é empolgante
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Jogar em terceira pessoa é estranho inicialmente, mas os personagens
são animados até melhor do que o esperado e o modo funciona bem
os fãs do Escalão 1 ficaram três semanas
sem poder jogar seu modo favorito.
E essa impressão de faltar algo aparece
em toda parte. As armas cruas até têm
um bom equilíbrio entre si, só que a imensa
maioria dos acessórios PIORAM sua arma
em vez de melhorar – geralmente são dois
aspectos melhorados e uns quatro piorados,
e o peso da punição é muito maior do que
dos benefícios. Faltou bastante teste nessa
parte e isso também explica por que vários
acessórios sequer tinham como ser
destravados antes da primeira temporada.
É difícil não pensar que, sabendo que
Modern Warfare II vai durar dois anos (2023
será o primeiro ano desde 2004 sem um
COD principal), não houve uma pressão
para lançar tudo certinho no primeiro dia
– afinal, todo mundo vai jogar por mais tempo
e logo vai esquecer esse primeiro mês. Não
estamos dizendo que os desenvolvedores são
preguiçosos, mas o pensamento parece mais
de longo prazo aqui, o que lá para frente deve
até ser positivo, porém, para um review do
estado atual de MWII, deve ser criticado.
ALVO ESPECÍFICO
As teimosias da IW não foram muito alteradas
desde o beta (bem, várias delas não foram
alteradas desde MW de 2019). Diminuíram
o som dos passos, o que é muito bom, mas
fora isso o sistema de perks ainda é horrível
e a filosofia de design do anterior continua
intacta, talvez até mais prevalente. A IW não
quer que você fique muito bom nesse jogo.
Muito disso vem da infame estatística
de engajamento de jogadores que governa
Call of Duty há anos. O matchmaking protege
jogadores casuais e medianos, quase sempre
deixando quem é bom junto com quem é
ótimo, o que elimina a variedade das partidas
para os mais dedicados e deixa o processo
de destravar coisas bem mais demorado,

Br
Call of Duty: Modern Warfare II tem skins de três astros do futebol europeu: Pogba (Juventus), Messi
e Neymar (PSG). Inclusive, a voz na hora de recarregar e afins é do próprio menino soldado Ney
teoricamente fazendo o jogador passar
mais tempo jogando (mas não exatamente
feliz de jogar). No máximo, alguém bom é
colocado em um time de menor nível que
esteja tomando uma surra, o que nunca
é suficiente para virar a partida.
Quer fazer um estilo mais veloz, correndo
pelo mapa inteiro e tentando alcançar os
flancos das batalhas de forma agressiva?
Que pena, pois a IW faz de tudo para que
isso não seja viável, e obriga a partida a ser
mais lenta, cadenciada e menos previsível.
Querem nivelar a qualidade dos jogadores
por baixo, pois o efeito disso tudo é o
jogador mais fraco continuar jogando com
gente mais fraca e não evoluir nunca ou
não ter a menor sensação de progresso.
Que conste que, particularmente, eu não
estou lá no topo dos jogadores de COD. Não
passo nem perto. Mas dá para sentir que
as partidas estão bem mais homogêneas
nos últimos anos e é difícil encontrar alguém
esquisito com estilo de jogo diferente, ou um
monstro no time adversário que faz aqueles
placares tipo 40/3 e deixa feliz qualquer um
CALL OF DUTY: MODERN WARFARE II
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que o mate. Essa magia da variedade era
um dos pontos altos da série lá nos tempos
do PS3 e vem se perdendo cada vez mais.
Apesar de tudo, quem se acostumar
a andar na linha que MWII quer impor vai
curtir bastante esse multiplayer. É o melhor
COD desde o Modern Warfare anterior, e
talvez até o supere por conta dos mapas
bons dessa versão. A verdade é que Call
of Duty exige pouco para que os jogadores
consigam se divertir muito e, mesmo com
erros, omissões e teimosias (que podem ser
melhoradas eventualmente, quem sabe?),
passar horas e horas jogando o multiplayer
não é nenhum sacrifício.
VOCÊ e eu
Mais do que qualquer outro motivo para existir,
o Spec-Ops de MWII parece uma preparação
para o modo DMZ que acompanha Warzone
2.0. Você tem algumas missões para cumprir
no mesmo mapa lotado de bots e depois
precisa ser resgatado de helicóptero em um
dos pontos de extração. Como é só você
e um amigo, sem outros times e sem objetivos
O modo Spec Ops é
muito legal de jogar
acompanhado, mas
deveria ter mais missões
extras, a experiência é muito mais tranquila 21
– até os inimigos são mais fracos.
Curiosamente, as três fases disponíveis
ficam muito parecidas com missões de
Metal Gear Solid V. É necessário chegar até o
ponto principal da missão, plantar bombas ou
resgatar algo em todos os pontos na ordem
que quiser, e depois vazar. O mapa é grande
e sem muita resistência, os veículos e o fato
de que não chamar atenção ajuda muito a
conseguir fugir no final dão a mesma vibe do
último MGS. Tem até uma avaliação no final.
A IW precisa adicionar várias missões
novas com o tempo, pois três é um número
baixíssimo. Ainda assim, você terá motivos
para jogar o Spec-Ops por muito tempo: é um
modo excelente para ganhar XP em um jogo
que é muquirana nesse quesito. Elimine o
máximo de bots que puder, reviva seu amigo
rapidamente e consiga três estrelas. Pode ser
repetitivo, mas faz uma diferença relevante
se quiser evoluir uma arma em pouco tempo.
NOVA ERA
Todas as formas de conteúdo de Modern
Warfare II vêm com o aviso "apesar dos
problemas, isso é bom", portanto, esse é o
resumo do jogo como um todo. Call of Duty
chegou em um ponto onde sabemos que
ele nunca mais vai alcançar ou superar
os maiores momentos do passado, até
porque nada é uma grande novidade após
17 anos seguidos. Porém, dentro das
possibilidades atuais, MWII acerta bastante
e tem conteúdo e potencial para aguentar
dois anos ao lado de Warzone... Se a
Activision não estragar tudo de algum jeito.
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VAMOS DROPAR EM OUTRO LUGAR


Bem-vindo a Al Mazrah! Apesar de ter uma vibe de Verdansk, o novo mapa tem personalidade própria
T
ecnicamente, Warzone é um jogo
separado de MWII, porém dessa vez
ele está contido no jogo principal e
dá para alternar entre o multiplayer,
o battle royale e o DMZ em um mesmo
menu sem acionar um executável separado
(são como arquivos que podem ser baixados
e deletados quando você quiser). Além do
mapa totalmente novo, tudo por trás das
cortinas também foi renovado. A intenção
dessa vez é que não existam mais aqueles
updates gigantescos para acrescentar
pouca coisa e que o jogo rode mais liso,
o que permite colocar mais opções, como
10 NOVIDADES
Br
DE WARZONE 2.0
Novas regras e mudanças, além de um novo objetivo incrível
1 TUDO NOVO DE NOVO
Um dos principais motivos
para termos um Warzone 2.0
em vez de apenas manter o antigo
é que agora há um plano e uma
engine mais organizada e
preparada para o jogo se expandir
por bastante tempo. Era necessário
resolver a bagunça das armas e os
gargalos dos consoles da geração
passada. Como consequência, o
battle Royale agora só tem as
armas de MWII, o que significa que
todas as suas skins adquiridas na
versão 1.0 não serão trazidas
de volta. Quem investiu dinheiro
para ter skins boas talvez se sinta
traído, mas era inevitável.
CALL OF DUTY: MODERN WARFARE II
a capacidade de aumentar o campo de visão,
que antes só existia no PC.
Fora a parte técnica, a Raven Software
(que tem o maior pedaço do bolo do Warzone)
tentou repaginar o jeito de jogar também.
O resultado é meio esquisito porque,
originalmente, Warzone 2.0 seria muito
mais diferente do que o jogo anterior, como
s
pudemos ver no evento de apresentação
ta
meses atrás. Nada de adquirir seu loadout
is
do multiplayer nas estações de compra,
um gerenciamento de itens com mochila,
ev
sem Perks e por aí vai, o que deixava mais
semelhante a outros battle royales, até
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mesmo mais parecido com Blackout (o battle
royale de Black Ops 4) do que o primeiro
Warzone. Como a tentativa foi recebida de
forma muito negativa, tentaram ajustar
para um meio termo no tempo restante.
Agora dá para comprar suas armas do
multiplayer novamente, porém apenas uma,
não seu setup inteiro, o que torna as armas
espalhadas pelo cenário relevantes por mais
tempo nas partidas. As caixas de loot, que
antes precisavam ser inspecionadas para
mostrarem seus itens, voltam a "cuspir"
tudo para fora para facilitar o processo.
A mochila com limite para guardar coisas
não é intrusiva, mas torna-se algo sem
muita utilidade, feita mais para dar um senso
de importância para os itens adquiridos
do que para fazer a diferença na prática.
Tirando esses ajustes e alguns outros, como
o Gulag de duplas... bem, é mais ou menos o
Warzone de sempre. O novo mapa, Al Mazrah,
parece um substituto à altura de Verdansk,
embora tenha menos pontos distintos na hora
do drop e todo mundo acabe mais distante
incialmente. Por outro lado, ele abriga várias
referências a mapas de MWs anteriores, o que
mostra um carinho extra ao criar o mapa.
Juntando tudo isso, o jogo acabou ficando
um pouco mais lento e metódico, levemente 23
menos COD e mais com cara de battle royale
do que antes, o que alguns podem estranhar.
O clássico caso de um skin
linda em uma arma péssima
– pelo menos melhoraram
um pouco a M16 em um patch
 ESPECIAL

2 O NOVO GULAG
O processo é o mesmo: se você
morrer durante os primeiros dois
terços da partida, será mandado para o
Gulag para duelar por uma chance de ser
mandado de volta ao mapa. O gulag em si
mudou bastante. A maior diferença é que
agora o duelo funciona em duplas, e você
estão unidos. Caso você mate um dos dois
inimigos e o sobrevivente elimine você e seu
aliado, nenhum de vocês dois vai ressuscitar.
Do mesmo jeito, caso morra no duelo e
o seu parceiro ainda assim elimine a dupla
adversária, você ressuscita junto com ele. O Gulag é bem maior que o antigo e
dá mais opções de itens e confrontos
O pequeno mapa tem algumas armas e
equipamentos, e eles já voltam no seu
arsenal ao fazer o segundo drop.
Quando o duelo durar mais do que o
esperado, o Carcereiro entra na arena. Ele é
basicamente um Juggernaut de outros MW,
um soldado com armadura super pesada que
carrega uma minigun. Aí a coisa muda: se o
carcereiro morrer, todo mundo que estiver
vivo no gulag ressuscita, em ambas as
duplas. Quem for gente boa vai tentar

s
enrolar e fazer a outra dupla entender a
intenção de cooperação, mas tome cuidado:
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nada impede que seus adversários ainda
24 tentem matá-lo enquanto você ajuda a
ev

acabar com o carcereiro. Seja solícito,

mas não confie cegamente em ninguém.
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3 FORTALEZAS
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O mapa do battle royale agora está

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cheio de inimigos controlados pela

CPU que defendem lugares importantes nos O chat de proximidade trouxe muitas opções criativas de entretenimento entre jogadores. Você pode,
quais estão muitos dos melhores por exemplo, se oferecer para atuar como um "motorista de aplicativo" em plena zona de guerra
Br

equipamentos da partida. São quatro

fortalezas por partida. Os inimigos ali não
estão de brincadeira e funcionam
de forma parecida com os do modo DMZ.
Como essas áreas são valiosas, é provável
que você tenha que lidar com grupos de
jogadores reais além dos bots, o que deixa
tudo ainda mais complicado. Uma das três
fortalezas guarda uma chave para um local
extra no mapa que está cheio de inimigos
com escudos e até um Juggernaut
guardando o melhor loot do cenário.
galera de sempre que joga com criança
gritando e música no talo, até momentos
hilários falando besteira e jurando que vai
caçar e matar quem estiver por perto. Dá até
para usar isso estrategicamente: fale sem
5 A VANTAGEM DA MOCHILA
parar quando souber que alguém está bem
perto e talvez sua voz camufle um pouco o
som dos seus passos, deixando o inimigo em
dúvida sobre a sua posição.
A melhor bobagem que apareceu até agora
é o serviço de "Uber" de Al Mazrah. Alguém
aparece dirigindo um carro e usa o chat de
Dissemos que a mochila é uma mudança
meio desnecessária em relação ao
Warzone antigo e, embora isso seja verdade, ela
oferece uma vantagem: é possível guardar a
quantidade que quiser de um mesmo item
preenchendo mais espaço na mochila. Por
exemplo, dá para ter até três proteções em um
mesmo espaço da mochila, mas nada o impede
de ter mais três no espaço ao lado. Dá para
encher de UAVs, Killstreaks, seringas que
recuperam vida ou qualquer outra coisa útil

4 CHAT DE PROXIMIDADE
Uma das novidades mais legais de
Warzone 2.0 (ou a pior, dependendo da
proximidade tentando avisar ao esquadrão
inimigo próximo que ele não quer matar
ninguém, que é apenas o Uber e pode levar
para o seu estilo de jogo. É provável que logo
descubram apelações fortes com esse sistema.

situação) é o chat de proximidade. Jogadores

que estiverem a uma distância relativamente
próxima de alguém podem falar no microfone e
serem ouvidos pela outra pessoa. Isso resulta
em situações às vezes irritantes, como aquela
a equipe para onde quiserem, contanto que
paguem uma grana no final. E muitas vezes
é exatamente o que acontece: uma relação
totalmente profissional e até amistosa no
meio de toda matança. Brilhante!
6 UNIDOS À FORÇA
Quem gostava de jogar na Rebirth Island
no Warzone original, que era o mapa
pequeno onde era apenas preciso esperar o
contador acabar para reviver na partida, deve
ter percebido que não há nada do tipo no 2.0,
pelo menos por enquanto. E pior: arrancaram
LEMBRE-SE DE USAR A ÁGUA A SEU esse modo da versão anterior também. O modo

FAVOR, POIS EM MODERN WARFARE II HÁ Plunder também não está por aqui. Até o
momento, a única experiência de battle Royale
BARCOS E DÁ ATÉ PARA MERGULHAR diferente da tradicional é a versão com visão
em terceira pessoa.

Br
Vista de cima, a região de Al
Mazrah parece monótona, mas no
chão tem ambientes bem variados
7 COMPRAS MODERADAS
As estações de compra ainda existem,
porém o jeito como elas funcionam
mudou bastante. Há a aba de equipamentos e a
aba de armas, para poder vender mais itens
da primeira categoria e organizar melhor as
opções da segunda, já que NÃO tem como
comprar o seu loadout inteiro importado do
multiplayer, o que talvez fosse a característica
principal do Warzone 1. Na loja dá para
comprar uma arma por vez do seu arsenal
particular, cada uma por 5 mil, que era o preço
do loadout inteiro antes. Por isso, dê mais
valor ao que encontrar no chão pelo mapa e
tenha sempre algo útil para se defender sem
depender dos itens comprados.
8 PRESENTE DO CÉU
Não dá mais para comprar seu loadout
inteiro, mas ainda dá para consegui-lo.
Quando a partida chega ao terceiro círculo, um
avião passa jogando meia dúzia de caixas em
uma linha reta no mapa e cada uma contém
sua classe perfeitamente personalizada, com
CALL OF DUTY: MODERN WARFARE II
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suas granadas, seu Perks e todo o resto.
Obviamente, esses se tornam pontos
muitíssimo disputados por todo mundo, até
porque não está fácil de juntar tanto dinheiro
para pagar o que a loja pede por suas armas.
9 DIVISÃO TERRITORIAL
Um evento relativamente comum agora
é o círculo de sobrevivência se dividir em
dois ou três. Todos eles são válidos e depois
acabam convergindo em apenas um para
chegar nas partes finais da partida. Esse
evento pode ajudar bastante quando sua
situação estiver complicada, porque os
jogadores vão acabar se dividindo e, durante
um tempo, metade da população do mapa
não vai se aproximar da sua posição.
10 A BOMBA NUCLEAR
Essa é a maior loucura de Warzone
2.0 e pouca gente no mundo
conseguiu tal proeza. No multiplayer de COD,
conseguir matar 25 oponentes em sequência,
sem morrer, dá ao jogador o Nuke, que encerra
a partida imediatamente com uma explosão
nuclear. Transformaram isso em uma quest
especial no battle Royale, só que é muito, MUITO
mais difícil. Estamos falando aqui da elite! Veja a
extensa lista de requisitos para explodir tudo.
• Vencer cinco partidas de Warzone SEGUIDAS
e assistir os créditos de todas até o fim;
• Na sexta partida, seu grupo vai receber uma
missão que só vocês podem ver, o desafio
dos campeões. Seu time terá que seguir
para um dos três pontos dourados marcados
no mapa e iniciar a quest de adquirir três
componentes necessários para armar a
bomba nuclear no mapa. Só que, a cada peça
encontrada, mais difícil fica o processo;
• Ao recuperar a primeira peça, o seu time vai
ser revelado no mapa de todos os jogadores
permanentemente. É necessário esperar um
contador para que o local do segundo
elemento seja mostrado no mapa;
• Quando conseguir a segunda peça
(plutônio), quem estiver com ela na mochila
vai perder vida constantemente (quem ficar
muito perto também é afetado), tendo que
gastar proteções com frequência para se
manter vivo, além de as bordas da tela
ficarem embaçadas para prejudicar a visão;
• A punição por encontrar o terceiro elemento 25
é embaralhar o mapa de quem o coletou,
como o killstreak tradicional da série faz.
Agora, além de todo mundo saber onde
seu time está, vocês não terão como saber
onde qualquer adversário está;
• Assim que conseguir as três peças, o evento
de rebelião é ativado: todo mundo que
morreu e que esteja de espectador na
partida volta para o mapa novamente!
E todos são avisados de que alguém
está perto de armar a bomba. Seu grupo
vai ter que sobreviver nessas condições
por cinco minutos até que o local de
montar a bomba seja revelado;
• Vale dizer que os outros jogadores não vão
querer estragar a sua festa apenas por
terem caráter duvidoso. Como as três
peças foram encontradas, eles podem
matar seu time e então armarem a bomba
no seu lugar, fazendo com que o felizardo
vença a partida com algo que caiu no colo
dele sem fazer muito esforço;
• No local da bomba, é necessário ficar
parado um tempo para colocar as peças
e programar a detonação do artefato;
• Com a bomba armada, aparece um contador
de dois minutos na tela de todo mundo,
e sua missão é impedir que alguém consiga
desarmar a bomba como último recurso;
• Quando finalmente vencer esse último
obstáculo, Al Mazrah inteira é alvo da
explosão nuclear e elimina todos os
jogadores. Seu time vence do melhor
jeito possível e ganha um chaveiro
especial para decorar suas armas e
provar que conseguiu esse grande feito.
 ESPECIAL

DMZ TUDO OU NADA EM UM MODO

COOPERATIVO COM POTENCIAL

E
sse é o modo totalmente novo
que veio junto com o Warzone – se
você baixa apenas o battle royale
de graça, ele vem acompanhado do
DMZ. Vamos explicar como funciona esse
modo a seguir, mas o básico é que vários
times (de até três pessoas cada) entram
no mapa com armamento próprio e
tentam cumprir objetivos, encontrar
mais equipamentos e sair do mapa vivos.
Caso morra, tudo que estava com você
é perdido para sempre, incluindo seu
equipamento inicial (com algumas exceções).
O mapa também está repleto de inimigos
controlados pela CPU, que protegem lugares
importantes que guardam bastante dinheiro
para jogadores solo. Grupos de inimigos
poderosos terão um único alvo, os outros
jogadores podem estar em trios e não é fácil
vasculhar e juntar bons equipamentos e
conseguir fugir vivo – até porque, ao chamar
o helicóptero, geralmente rola um minuto de
guerra contra os bots. É necessário ir bem
devagar, juntar alguns poucos equipamentos
em várias partidas e fugir torcendo para não
encontrar ninguém, e só depois tentar uma
partida de verdade.
Mas o que poderia melhorar de verdade é
o motivo para jogar DMZ. Cumprir objetivos
eventualmente leva a destravar umas duas
skins e... bem, é isso. Faltam incentivos para
querer se aventurar em incursões mais

s
ou itens raros, e eles não são brincadeira, perigosas, como itens raros que façam os
chegando perto do que inimigos fariam na
ta
inimigos se impressionarem e dar um medo
is
dificuldade Veterano da campanha. É muito real de não sair vivo do mapa e perdê-lo.
26 fácil morrer e perder tudo, e é essa tensão Teoricamente o modo está em beta, porém,
ev

em momentos de combate que tornam esse embora pareça ter potencial e seja bem
tipo de modo interessante. pensado como um Escape from Tarkov
R

Por outro lado, algo que deve desagradar muito mais acessível, ele precisa ser
uma parte considerável do público é que o expandido para fazer os jogadores se Ao fugir no helicóptero, aproveite para atirar
em bots lá embaixo e ganhar XP extra no final
il

DMZ é um território extremamente hostil dedicarem de verdade.

as

COMO FUNCIONA O NOVO MODO

Br

INSPIRADO EM ESCAPE FROM TARKOV

ANTES DE PARTIR
Há várias decisões a tomar antes de entrar
no mapa. No menu principal do DMZ, vem
ligada a função de usar outros jogadores da
fila para formarem um time com você, mas
dá para desligar se quiser ir completamente
sozinho. Também temos a opção que leva
às escolhas de contrato, mas voltaremos
a falar disso daqui a pouco.
Na aba de armas estão os itens que o
seu personagem está levando para vestir
(como máscara de gás ou uma injeção para
se autoreviver), a fileira da mochila que,
dependendo do tamanho, pode levar uma
arma reserva (ou deixar para pegar uma
no mapa) e tem espaço para levar chaves
que servem para abrir portas específicas
trancadas em Al Mazrah. E abaixo está seu
loadout, como de costume. Granadas táticas,
letais e o upgrade de campo podem ser
escolhidos sem restrições e são ilimitados
– não importa quantas vezes você morra, Escolha com cuidado as armas. Basta um bot pegar você desprevenido e elas serão perdidas
sempre dá para equipar esses.

Já as armas são uma história diferente.
Ao selecionar uma vaga para arma, você
é levado a outro menu. Na primeira fileira,
na qual apenas uma vaga está disponível
inicialmente, é para suas armas com seguro.
As fileiras de baixo são das armas de
contrabando. Basicamente, contrabando
são armas que foram encontradas no mapa e
que você conseguiu trazer de volta ao fazer
uma extração bem sucedida. O importante
é saber que as armas de contrabando não
podem ser modificadas com acessórios
do multiplayer e que, caso o dono morra
ou descarte essa arma durante uma partida
de DMZ, ela será perdida para sempre.
As vagas com seguro são para armas
que você usa diretamente do multiplayer,
com a configuração de acessórios que quiser,
bastando ter destravado na progressão
normal do MP ou do Warzone., Armas
com seguro não são perdidas de forma
permanente, apenas entram em um contador
até que possam ser usadas novamente.
O contador pode ser bem longo dependendo
da arma (questão de várias horas), porém
ele pode ser reduzido trazendo dinheiro
ao final da partida. Esconder dinheiro
em caçambas de lixo também conta.
Lembre-se que morrer faz com que
você perca TUDO, não apenas as armas
de contrabando. Sua mochila volta a ser
a pequena, a arma e as chaves que estavam
nela somem, bem como sua máscara de gás,
seu colete com mais blindagem etc.
Voltando à primeira tela, entre na opção de
objetivos e escolha os que quiser. No começo,
só três estarão disponíveis, e são super
CALL OF DUTY: MODERN WARFARE II
Jogar DMZ sozinho é um desafio
enorme no momento. Alguns
s
tentarão encarar e outros vão
ta
simplesmente ficar só no Warzone
is
básicos, como encontrar um pouco de loot e
ev
usar um ping no local de algum contrato no
mapa. Depois outros são abertos e podem ser
R
difíceis (como tomar uma fortaleza lotada de
bots letais) ou mais estranhos, como destruir
il
certo número de veículos antes de ir embora.
as
RITMO ESTRATÉGICO
Ao entrar no mapa, o jeito de proceder vai
Br
depender bastante do número de jogadores
no seu time e da situação que seu estoque
se encontra. Um trio completo que já
entrou com armas e alguns equipamentos
pode se concentrar mais em completar o
máximo de contratos e objetivos possíveis
no tempo limite de 25 minutos. Caso
esteja com pouco equipamento ou mesmo
desarmado, suas prioridades são mais
urgentes: procurar bom loot.
Toda construção por aí pode ter alguma
coisa útil, mas as chances de encontrar
uma caixa com armas decentes sem querer
é pequena. Normalmente, você vai encontrar
muita tranqueira, de lâmpadas a vídeo
cassetes velhos e todo tipo de objeto inútil
que entope sua bolsa em um Fallout da vida.
Esses itens servem apenas para serem
vendidos nos locais de compra para dar um
dinheiro extra, por isso não guarde itens
que valem pouco, pois não compensa.
QUER FACILITAR A BATALHA CONTRA O
QUÍMICO? CHEGUE ATROPELANDO GERAL
COM UM CAMINHÃO. FUNCIONA SEMPRE
Na hora se armar, uma dica certeira
é procurar algum depósito de munição
– eles ficam marcados no mapa com o
símbolo de balas. Esses lugares não são
muito protegidos e sempre vão ter armas,
munição e até mimos como armaduras
com mais escudo. No mínimo, dá para sair
daí com alguma forma de se defender.
Se estiver jogando sozinho e pouco
armado, indicamos que entre em um
segundo depósito, aumente mais um pouco
seu arsenal e simplesmente vá embora do
mapa, como se fosse uma rodada bônus.
Para rolar a extração, encontre os ícones
com um bonequinho azul no mapa. Nesse
local há uma fumaça verde e é preciso
acionar o pedido de ajuda.
O helicóptero vai demorar uns 60 ou 90
segundos para chegar, e o local pode ficar
bem quente, tanto com bots chegando quanto
com outros jogadores que estão na partida
e querem eliminá-lo para ver o que tem na
sua mochila. Por isso, quando estiver nesses
rounds de apenas montar arsenal, é bom
vazar cedo, assim as chances de ter seres
humanos tentando disputar o helicóptero
de fuga é bem menor.
A RECOMPENSA 27
PARA OS DEDICADOS
Já com mais experiência, seu grupo vai
querer os desafios maiores, e eles ficam
nas fortalezas, que geralmente são bem
vigiadas por fora e exigem alguma chave
para acessar os interiores. Chaves podem
cair de inimigos mais fortes na redondezas
ou serem compradas nos locais apropriados,
porém elas não são universais – cada uma
tem o nome da área onde fica a porta
trancada. Caso não esteja a fim de visitar
o local durante a partida, tente levar a
chave na extração e ela estará na sua
mochila na próxima vez.
Também existem alguns alvos especiais
– no caso, apenas um atualmente. O Químico
fica no lugar com símbolo radioativo na parte
norte do mapa e é muito resistente, além
de estar acompanhado de muitos guardas
que também são esponjinhas de balas. Caso
consiga matar o químico, ele vai deixar a arma
M13B, que só pode ser adquirida no modo
DMZ atualmente. Saia do mapa vivo com ela
e poderá usá-la nos outros modos. Mas
atenção: apenas quem estiver com a arma
no time vai destravar a M13B. Se o resto
do time também quiser, terão que refazer
a missão e deixar outra pessoa carregar
o armamento na hora de ir embora.
Br
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s
Br
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 R
REVIEWS
TESTAMOS E
AVALIAMOS OS
SEUS GAMES
1. Um enorme mapa aberto
cheio de molas, trilhos e
elementos planejados para
aproveitar a super velocidade
do Sonic. Esse é um parque de
diversões para o herói da Sega!
2. Há fases lineares lindas que
representam o passado da série
3. Os combates contra chefes
são um pouco atrapalhados por
conta do sistema de câmeras
4. Sonic sai na porrada e pode
investir pontos para melhorar
30 seus combos e poderes de luta
UM NOVO MUNDO
SONIC FRONTIERS
Br
Mais uma fronteira rompida pelo ouriço velocista
O
s melhores jogos 3D do Sonic sempre
foram um tanto estranhos (ok, alguns
dos piores também são estranhos).
Esse adjetivo parece perseguir o
famoso velocista azul, por mais rápido que
ele corra. E essa é a primeira coisa que você
vai pensar ao começar sua aventura pelas
ilhas de Sonic Frontiers: esse é um jogo BEM
estranho! Não demora para ter a sensação de
que algo está fora do lugar, com a sequência de
desafios diferentes, combates contra inimigos
enormes e meio aterrorizantes, o contrantes
de um mundo mais sério com personagens
fofos e enigmáticos... O próprio mistério que
envolve a chegada do herói nesse mundo aberto
tão diferente acaba por cativar o jogador e o
incentiva a mergulhar nessa nova aventura
que, sem dúvida, é a mais ousada investida
da Sega com seu personagem icônico.
Em Frontiers, a Sega ensaia deixar o passado
linear da série para trás e abraça um futuro em
um mundo aberto, que envolve o jogador com
quebra-cabeças, batalhas e muita exploração. Há
uma tentativa de história ali, mas que só quem
é muito fã do ouriço vai se importar para valer.
s
ta
is
ev
R
PABLO RAPHAEL
il
as
Sonic e seus amigos Amy, Tails e
Knuckles, são separados após o
avião do quarteto ser engolido
por um buraco de minhoca e
viajam pelo espaço-tempo. Eles
vão parar em um arquipélago
chamado Starfall Islands, em um
FICHA mundo esquisito e mais realista
• PS4, PS5
que não parece combinar em
• AÇÃO, MUNDO nada com a estética da série.
ABERTO Antes dos heróis, o doutor
• SONIC TEAM, SEGA
• PORTUGUÊS Eggman viajou para lá em busca
(TEXTO) dos segredos tecnológicos de
• MÍDIA FÍSICA
E DIGITAL criaturas conhecidas apenas
como os Anciões, mas acabou
preso em uma espécie de
ciberespaço. Para voltar para
seu mundo, Sonic precisa obter,
é claro, as Esmeraldas Chaos
e resgatar seus amigos, um em
cada ilha. Para isso, é preciso
resolver vários desafios e,
eventualmente, lutar com os
Titans, guardiões gigantescos
que servem aos Anciões.
9
A narrativa evolui a partir
daí e fica cada vez mais próxima
da ficção-científica: os Anciões
criaram as Esmeraldas Chaos
em seu mundo natal e as
levaram para a Terra quando
seu planeta foi destruído por
uma outra entidade, o Fim. Há
toda uma explicação para as
criaturinhas de pedra que Sonic
resgata por todo canto das ilhas,
os Koko, e também para aquela
misteriosa ajudante digital de
Eggman que vira e mexe aparece
para um papo passivo-agressivo
com Sonic e seus aliados. No fim
das contas, a trama é até legal,
mas serve mais só como uma
explicação para esse mundo,
suas criaturas e as habilidades
de Sonic... e também porque
todas as fases inspiradas nos
jogos clássicos, desde uma
belíssima Green Hill Zone até
uma versão 3D sensacional

2
de Casino Night, entre outras,
são tratadas como simulações
digitais por aqui.
AÇÃO EM
MUNDO ABERTO
Atravessar as grandes áreas
abertas das ilhas de Sonic
Frontiers é uma experiência
muito agradável: os produtores
conseguiram acertar os
controles de Sonic de forma
muito precisa, tanto para correr
e saltar em super velocidade
pelos obstáculos quanto para
os combates que podem ficar
bem complicados conforme
surgem novas habilidades. Ao
longo de cerca de 30 horas,
você vai passar por colinas
verdejantes, desertos cheios de
dunas e outros biomas realistas,
todos pontuados por desafios
de velocidade, anéis, segredos
e, conforme desvendar esses
pontos, trilhos cheios de curvas,
loopings, molas e toda aquela
3 4
is
ev
R
il
as
Br
parafernália típica dos jogos
do Sonic – o que não só agiliza
a navegação, como rende
momentos de pura diversão.
O combate e a exploração
fazem uso das novas habilidades
de Sonic, principalmente do
Ciberloop, poder que o ouriço
aprende logo na chegada à
Starfall Islands e que vai usar o
tempo todo, do começo ao fim da
aventura. Ao segurar um botão,
Sonic deixa um rastro azul por
onde passa. O jogador pode
desenhar na superfície com esse
rastro e, ao fechar um círculo,
coisas acontecem: os inimigos
sofrem dano, ficam atordoados
e perdem armadura; segredos
são revelados, o mato é cortado
e anéis surgem do nada – o que
é muito útil antes das batalhas
com os Titans.
Infelizmente, nem tudo é
perfeito e Frontiers sofre
de alguns problemas típicos
de jogos de mundo aberto.
s
ta
A câmera sofre nas batalhas
contra inimigos enormes e a alta
velocidade com que Sonic se
move não facilita para o jogo
encontrar um enquadramento
decente em algumas lutas. Não
é incomum se dar mal porque
a câmera ficou presa atrás de
alguma estrutura ou mesmo
dentro do oponente! Há também
a repetição de atividades: o jogo
tem uma boa variedade de
desafios que Sonic precisa
cumprir para ir liberando os
setores de cada ilha, com
corridas contra o tempo,
minigames de ritmo, quebra-
cabeças e assim por diante.
Mas, ao fazer isso em três
grandes ilhas, é inevitável que
acabe ficando cansativo em
algum momento. Além disso,
o próprio arquipélago parece
existir para servir de playground
para o ouriço azul: as
recompensas adquiridas servem
para avançar pelas novas áreas
e para desbloquear peças de
informação e conversas com
os NPCs, mas nada duradouro
para a evolução do personagem.
REVIEW
31
Sonic ganha pontos de
habilidades e compra seus novos
golpes, movimentos e poderes,
mas não há aquela sensação
de gratificação pela exploração
em si. E, apesar dos vários
inimigos que surgem pelo
caminho, nos mais variados
tamanhos e formatos, em geral,
a experiência de explorar as
Starfall Islands é uma jornada
solitária. A excelente trilha
sonora ajuda a dar o tom
dessa aventura muitas vezes
contemplativa, quase sempre
divertida, que tem tudo para
ditar o rumo da franquia nos
próximos anos se aprender
como povoar melhor esse novo
estilo de desafio e exploração.
VEREDITO
Sonic Frontiers não é
bem o Zelda Breath of
the Wild da Sega, mas um
jogo único e tão estranho
quanto é bom e envolvente.
É o melhor Sonic da era 3D
e mostra que o caminho
para o futuro do ouriço
não tem fronteiras.
 REVIEW
32
DICAS PARA INICIAR
SUA NOVA AVENTURA
C omo se trata de um
novo jeito de jogar Sonic,
há algumas dicas úteis
para fazer sua jornada ser
mais produtiva desde o início.
OS ANÉIS SÃO MUITO
MAIS IMPORTANTES
DO QUE PARECEM
Em todo jogo do Sonic, um dos
objetivos é coletar o máximo
de anéis possíveis. Os Rings
impedem Sonic de morrer
quando apanha dos inimigos,
rendem vidas extras e por aí
vai. Em Sonic Frontiers, você
pode carregar muitos anéis,
centenas deles, e há até um
atributo dedicado para isso.
É muito importante aprimorar
esse atributo o máximo
possível ainda na primeira ilha.
O motivo é simples, mas o jogo
não avisa: para enfrentar os
Titans, os gigantescos chefes
de cada ilha, é preciso coletar
as Esmeraldas Chaos e assumir
a forma de Super Sonic. Essa
forma é super poderosa, mas
is
ev
R
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as
sua duração é limitada pela
Br
quantidade de anéis que
Sonic está carregando – eles
são consumidos e, ao chegar
ao fim, Sonic volta para sua
forma azul normal.
NA DÚVIDA,
USE O CIBERLOOP
Ao chegar nas Starfall Islands,
Sonic aprende a técnica do
Ciberloop. Além de estiloso,
o rastro azul tem mil e uma
utilidades. É sempre uma
boa cercar inimigos maiores
com um círculo e ver o que
acontece. Alguns sofrem danos,
outros perdem as armaduras
e ficam atordoados. Você
pode golpear vários inimigos
menores de uma só vez!
Sempre que encontrar um
brilho azul ou interrogação,
circule o objeto com o Ciberloop
para revelar itens escondidos.
NÃO TENHA DÚVIDA: AUMENTE A CAPACIDADE DE
ESTOCAR ANÉIS ANTES DE EXPANDIR A VELOCIDADE
s
ta
Outro uso importante do
movimento é gerar Rings.
Sempre que fechar um círculo
sem nada no centro, anéis
vão brotar dele (e de vez em
quando, algum item raro).
Isso é muito útil antes e
durante as batalhas de chefe,
tanto para acumular Rings para
permanecer vivo quanto para
voltar à forma de Super Sonic.
APROVEITE A DEFESA
Sonic Frontiers tem vários
golpes e combos para dominar.
Com esquivas super rápidas
e bastante espaço para se
mover, é fácil ignorar as
vantagens de um bom bloqueio,
o que é um erro. O sistema
de defesa do game é bastante
generoso e não há necessidade
de acertar o tempo exato do
impacto para fazer um bloqueio
perfeito. Segure os botões
Ajustes de câmera e aumento
na capacidade de armazenar
anéis vão ajudar bastante nas
batalhas contra os Titans
Œ e ± para entrar em
posição de defesa e defletir o
golpe do inimigo, desacelerando
o tempo e abrindo a guarda do
oponente por um bom tempo.
DERROTAR GUARDIÕES
ABRE PORTAIS
Além dos Titans, cada ilha do
arquipélago tem alguns inimigos
enormes vagando por áreas
específicas. São os Guardiões
e eles vêm em formatos bem
variados. Alguns parecem
aqueles Pescoções de Horizon,
outros são Lulas voadoras
que percorrem boa parte do
mapa, e assim por diante.
As batalhas contra eles são
muito divertidas e lembram um
pouco os combates de Shadow
of the Colossus, clássico que é
uma inspiração em Frontiers.
Vencer um Guardião rende
muitas engrenagens, item
 REVIEW

s
ta
is
Além de garantir 33
ev

O ouriço é bom de briga e valiosos cupons, o

seus combos são destruidores, minigame de pesca
mas usar a defesa também é vira um desafio
R

importante para expor mais para completar a

os pontos fracos dos inimigos coleção de peixes
il
as

necessário para abrir os

Br

portais para o Ciberespaço,

onde Sonic encara fases
tradicionais ao estilo dos jogos
2D e 3D lineares da franquia.
Completar os desafios dessas
fases entrega como prêmio
as chaves necessárias para
obter Esmeraldas Chaos. Uma
vez aberto um portal para o
Ciberespaço, você pode repetir
a fase quantas vezes quiser,
na mesma hora ou depois, para
completar todos os desafios de
velocidade e coleta de moedas.
O minigame é simples e no Ciberespaço), chaves... tudo Lá é possível escolher entre
VÁ PESCAR! consiste em apertar o botão na pode ser adquirido com cupons várias posições de câmera. Dá
Há um minigame de pescaria hora certa para fisgar e puxar da pescaria, então aproveite. para deixá-la mais distante e
em Sonic Frontiers que, além a linha, recebendo um peixe ou assim melhorar a visibilidade
de relaxante e divertido, pode item de valor (ou umas tralhas, AJUSTE A CÂMERA dos arredores, por exemplo.
render muitos itens úteis para acontece). O mais importante: E O SONIC NO MENU Outra opção bacana é a de
o ouriço. Para jogar, é preciso dá para ganhar cupons para Poucas vezes Sonic teve ajustar a movimentação do
coletar fichas roxas pelo mapa trocar por itens no menu da controles tão bons quanto ouriço. Dá para ajustar sua
e levá-los para o portal do pescaria, como engrenagens, em Frontiers, mas a câmera velocidade máxima, final e de
ponto de pesca (cada ilha tem sementes de defesa e ataque, ainda pode ser problemática giro, a aceleração do herói e a
um desses portais), onde pontos de habilidades parciais no game de mundo aberto. Para sensibilidade da direção, entre
Big the Cat o espera para e registros de voz de Eggman amenizar um pouco as coisas, outras opções, e deixar Sonic
sessões de pescaria ao lado (que revelam mais detalhes do visite o menu "Opções" e vá o mais preciso e confortável
do amigo velocista. que o doutor andou aprontando para "Configurações de Jogo". para o seu estilo de jogo.
 É surpreendente como o clima sombrio

REVIEW da cabana, o traço bizarro das artes

e o sempre vigilante olhar de Leshy na
escuridão fazem desse card game um
competente jogo de terror

s
ta
is
34
ev

10
R

CARTAS DO HORROR PAULO FERREIRA

il

INSCRYPTION
as
Br

Um jogo de cartas em que nada é o que parece

E xiste todo tipo de card game digital
no mercado, como os gigantes Magic:
The Gathering, Heartstone e Legends
of Runeterra, mas minha preferência sempre
foi por jogos do gênero que não fossem
focados no multiplayer online – e que, por
consequência, não forçassem o colecionismo
que arranca uma boa centena de reais
mensais com pacotes de cards. Assim, o
Gwent dentro de The Witcher 3 e Loop Hero
já tomaram incontáveis horas da minha vida,
então não foi surpresa quando fiquei preso
em Inscryption por dias e dias seguidos.
Em primeiro lugar, nada é o que parece em
Inscryption. Ao entrar nele pela primeira vez,
não é possível começar um novo jogo, apenas
continuar um existente... é como se você tivesse
herdando o fardo de alguém que já passou
por ali. Em seguida, você se vê preso em uma
cabana na floresta frente a frente com Leshy,
um ser monstruoso nas sombras. O objetivo
é enfrentar esse ser macabro em um jogo de
cartas. Se perder, sua punição é a morte.
Enquanto esse plano de fundo sombrio
deixa o jogador apreensivo por suas escolhas,
o jogo em si é deliciosamente
divertido, com mecânicas bem
fáceis de aprender. É possível
posicionar suas cartas em
quatro colunas diferentes,
defendendo-as dos ataques do
FICHA carteador adversário. O custo
• PS4, PS5 de colocar essas cartas em
• CARDGAME
• DANIEL MULLINS jogo são as "vidas" de suas
GAMES, DEVOLVER outras cartas. Um lobo, por
• PORTUGUÊS
(TEXTO) exemplo, exige que duas
• MÍDIA DIGITAL cartas em campo sejam
sacrificadas para que ele
possa entrar em cena. Em
todo início de rodada você
pode escolher entre sacar
uma carta aleatória do baralho
ou uma carta de esquilo,
que não custa nada para ser
jogada e pode ser usada como
sacrifício sem muitas perdas.
Um mapa é apresentado
entre as partidas, permitindo
que o jogador decida quais
caminhos quer seguir entre
diversas ações – sacrifícios
para aumentar os poderes
das cartas, fusões e busca de
itens que podem ser usados
durante o card game. Além
disso, é possível se levantar
da mesa entre as partidas
para explorar o ambiente da
cabana, descobrindo segredos
da história por trás do jogo,
além de itens e cartas para
adicionar ao seu deck.
No entanto, esse não
é o único motivo pelo qual
Inscryption é um jogo incrível.
Para explicar melhor o motivo,
precisamos entrar em uma
área de spoilers a seguir. Se
você já está convencido, vá
jogar agora. Senão, continue
a ler por sua conta e risco.
PLOT TWIST
O que parecia ser o jogo em
sua forma completa, a cabana

Até mesmo as informações
nas próprias cartas estão
traduzidas para o português
de Leshy é só o primeiro de
três atos completamente
diferentes. O jogador está,
na verdade, interpretando
o papel de Luke Carder, um
criador de conteúdo que
descobriu a cópia perdida
da versão digital do jogo
de cartas Inscryption. Tudo
muda radicalmente com cenas
em live action de Carder
descobrindo os segredos por
trás desse programa, que
são intercaladas com um novo
estilo de jogo: a versão original
de Inscryption, que é um RPG
em 8-bit com batalhas de
cartas. Novas mecânicas
adicionais para colocar as
cartas em campo são
É possível sair da mesa
de jogo para explorar
a cabana e investigar
seus mistérios
is
ev
R
il
as
Br
A estrutura básica do combate é a comparação de pontos de ataque e de defesa, mas muitas variantes
são adicionadas, como ataques aéreos e aquáticos, envenenamento, multiplicadores e itens de apoio
apresentadas, como cristais
coloridos e energia – que se
unem à mecânica de sacrifícios.
O último ato retorna ao
estilo do primeiro, com Luke
Carder enfrentando o jogo e
resolvendo quebra-cabeças ao
estilo de escape rooms para
conseguir prosseguir pelo
mapa e vencer os desafios.
Há até alguns momentos que
abusam da metalinguagem
para surpreender o jogador
– embora eles funcionem
s
ta
melhor na versão para PC, já
que ele simula o ambiente de
um computador e isso não se
traduz tão bem para a versão
do game para consoles.
Mesmo assim, Inscryption
não deixa de ser uma aventura
incrível e cheia de reviravoltas
inesperadas, que consegue
revolucionar o estilo dos card
games sem deixar de lado suas
influências. E mesmo que você
devore o jogo tão rápido quanto
eu, a atualização Kaycee’s Mod
REVIEW
As cartas conversam com você
e parecem ter vida, o que torna
mais cruéis ações que envolvem
sacrifício para seu fortalecimento
35
permite que você retorne para
a cabana de Leshy e continue
jogando-o de forma infinita em
um roguelite de cartas com
novos pedaços da história
para serem descobertos.
VEREDITO
Um dos melhores card
games já lançados para
consoles, com regras
fáceis de aprender e
ainda assim inteligentes
e cheias de surpresas.
 REVIEW

s
A construção do cenário é cheia
ta de segredos: cada canto pode
esconder tesouros, passagens
is
36 secretas e acessos inesperados
ev

9
R

AVENTURA CLÁSSICA ALEXANDRE BARKER

il

TUNIC
as
Br

Um indie encantador que captura a essência

das maiores aventuras dos videogames
S ete longos anos. Esse foi o tempo que
Andrew Shouldice dedicou de sua vida
para desenvolver Tunic praticamente
sozinho. A aventura isométrica repleta de
ação e de elementos de RPG protagonizada por
uma raposinha é encantadora e contagiante,
combinando elementos tanto de clássicos
quanto de sucessos modernos.
Os minutos iniciais já deixam claro as
inspirações do game, que nunca foram mantidas
em segredo pelo desenvolvedor. The Legend of
Zelda, principalmente os dois primeiros jogos da
franquia publicados em 1986 e 1987, pode ser
sentido em cada pixel. A começar pela roupa
do herói, com o mesmo tom de verde usado
por Link na maioria de suas jornadas, até as
armas principais, espada e escudo, homenagens
à Master Sword e ao Master Shield portados
pelo herói Hyliano.
Por trás de um visual colorido e cheio de
vida se escondem inspirações mais modernas e
sombrias, que tomam conta do estilo narrativo e
de grande parte do combate. Tunic jamais conta
de forma clara sua história e deixa o jogador à
mercê da própria sorte
e curiosidade, algo que se
tornou popular com os jogos
da franquia Dark Souls e nos
inúmeros jogos influenciados
FICHA pela obra de Hidetaka Miyazaki.
Além do roteiro inicialmente
• PS4, PS5
• ISOMETRICORP indecifrável, que conta até
GAMES LTD., FINJI com uma linguagem própria
• RPG DE AÇÃO
• PORTUGUÊS construída em volta de runas,
(TEXTO) e da ausência aparente de
• MÍDIA DIGITAL
objetivos, Tunic aprofunda o
desafio com um mapa criado
para confundir. Cada canto
da enorme ilha foi planejado
para esconder algum segredo
ou passagem de uma forma
intrinsecamente conectada,
mas que só é perceptível
quando se torna óbvia. Esse
design intrusivo substitui os
quebra-cabeças típicos de
aventuras e elevam a sensação
de recompensa após cada
descoberta, mesmo que
pequena, embora possa
afastar alguns jogadores
pelos seus excessos.
Também com traços que
aproximam o jogo de Dark Souls,
o combate é outro ponto forte.
Desafiador na medida certa,
Tunic é centrado na perícia
com espada e escudo, além
de exigir reflexos rápidos nas
esquivas e gerenciamento
dos pontos de resistênciaa.
A ausência completa desses
pontos não impede o jogador de
executar nenhum movimento,
mas aumenta de forma bem
considerável o dano recebido
a cada golpe inimigo.
Itens mágicos servem
de apoio em combate, como
uma adaga capaz de congelar
inimigos e um orbe que funciona
como um gancho capaz de puxar
 Tunic dá poucas
pistas sobre sua
história e deixa muitos
detalhes abertos
à interpretação
adversários ou ajudar na
movimentação pelo mapa
enquanto consomem mana.
Além disso, alguns desses
itens limitam a progressão da
exploração, sendo necessários
para chegar em determinadas
áreas ou para sobreviver em
certas regiões, de forma
semelhante ao que é visto
em metroidvanias.
Outros itens que são
encontrados ou comprados
também auxiliam no combate,
como bombas explosivas ou
congelantes. Enquanto o escudo
e a esquiva estão sempre ao
alcance de um botão, é possível
equipar até três outros
equipamentos entre armas, itens
mágicos e itens consumíveis.
Isso garante liberdade e permite
explorar diferentes formas de
lidar com inimigos e chefes
ou progredir de forma mais
confortável e eficaz. Além disso,
itens especiais permitem evoluir
o poder de ataque, resistência,
mana e outros atributos da
raposa, aumentando a sensação
de progressão em um jogo em
que não é possível aprender
novas habilidades ou movimentos.
Essa evolução é indispensável
para lidar com a diversidade
de inimigos. Os mais comuns
já se mostram desafiadores e,
embora não seja difícil prever
seus movimentos com um pouco
de experiência, dão pouca
margem para erros. Mas se
esses já garantem uma boa
dose de dificuldade, os chefes
representam o ápice das
batalhas: cada um deles têm
um arsenal impressionante
de movimentos à disposição,
padrões de ataque muitas vezes
difíceis de prever/evitar, além
de acertos que custam uma
is
ev
R
O manual de instruções traz pistas sobre como prosseguir na jornada, onde encontrar determinados itens e
il
alguns mapas da ilha e dos calabouços. Além disso, funciona como um desafio colecionável bem nostálgico
as
quantidade considerável da vida
de um protagonista que parece
Br
apenas fazer cócegas a cada
golpe desferido.
E morrer não é algo livre
de consequências. Quando
isso acontece, o jogador perde
um pouco de suas moedas e
precisa chegar novamente ao
seu corpo para recuperá-las,
algo semelhante, mas menos
punitivo, do que é visto na
maioria dos jogos soulslike.
Para aqueles que preferem
uma aventura sem dores de
cabeça, Tunic tem opções de
acessibilidade que deixam a
jornada serena: é possível
tornar ilimitada a resistência da
raposa, diminuir a dificuldade
do combate ou até mesmo
tornar o protagonista imortal.
Infelizmente, não há um recurso
de viagem rápida, embora
exista um hub que conecte as
principais regiões do jogo – ou
seja, será necessário atravessar
muitos locais repetidas vezes
durante a jornada, o que pode
se tornar cansativo.
Para ajudar no combate, nada
melhor do que alguns itens
mágicos, como a Adaga Mágica,
que pode congelar inimigos
s
ta
Para guiar o jogador
contra essas ameaças e entre
os segredos da jornada,
que é essencialmente sobre
mistérios e descobertas,
Tunic faz uso de um charmoso
e nostálgico manual de
instruções. Remetendo aos
manuais dos jogos da era
16-bit, o manual tem mais de
50 páginas que precisam ser
coletadas ao longo da jornada.
Essas páginas servem para
contar um pouco da história,
explicar as mecânicas de
combate e dar pistas sobre
os inúmeros segredos da ilha
– além de conter rabiscos
feitos a caneta e sinais de
desgaste bem nostálgicos.
No entanto, o manual é quase
inteiramente em rúnico e
incompreensível, embora
consiga pintar um quadro
narrativo por meio de
imagens enquanto deixa
os detalhes abertos à
interpretação. Completar o
manual é um requisito para
liberar um dos finais da
REVIEW
37
jornada, aquele considerado
o final bom: depois de
desvendar os segredos de
cada uma das 54 páginas, é
hora de entregá-lo completo
para O Herdeiro e conhecer
o desfecho ideal do mundo.
Por mais que se inspire
em outros grandes jogos,
Tunic consegue construir
sua identidade própria e
cativante. É um jogo que
chama a atenção desde os
primeiros instantes, seja
pelos belíssimos gráficos,
pelo carisma do protagonista
ou pela trilha sonora imersiva,
mas que vai além e cativa com
sua estrutura narrativa e com
uma forma recompensadora
de desafio e progressão.
VEREDITO
Página por página, Tunic é
uma aventura indispensável
para fãs de aventuras que
combinem boa exploração,
muitos mistérios e
combates exigentes.
 REVIEW

Uma das maiores

qualidades da franquia,
os gráficos de Requiem
estão belíssimos e
tornam a experiência
mais imersiva

s
ta
is
38
ev

7
R

IRMÃOS CONTRA O MUNDO ALEXANDRE BARKER

il

A PLAGUE TALE: REQUIEM

as
Br

Jogo evolui em relação ao seu antecessor, mas

ainda comete erros desnecessários

E
m 2019, A Plague Tale: Innocence foi matar para proteger sua
uma surpresa. A jornada dos irmãos irmã. Amicia busca vingança,
Amicia e Hugo de Rune impactou com e seu lado protetor está
belíssimos gráficos e uma narrativa mais presente do que antes.
brutal, misturando fantasia e a triste realidade O bom desenvolvimento dos
da Europa do século 14, quando o continente FICHA personagens não se reflete
sofria com a pandemia da Peste Bubônica. apenas nos protagonistas,
• PS5
O jogo se tornou um sucesso inesperado de • ASOBO, FOCUS mas também nos novos
crítica e público. A continuação, Requiem, se ENTERTAINMENT aliados e inimigos - todos
• AÇÃO
passa cerca de seis meses após os eventos • PORTUGUÊS parecem ter recebido um
finais do primeiro jogo. Depois de encontrar (TEXTO) carinho especial.
• MÍDIA DIGITAL
momentos breves de paz e tranquilidade no Os sentimentos são mais
sul da França, a mácula de Hugo reaparece e tangíveis graças à qualidade
obriga a dupla de irmãos, agora acompanhada gráfica e sonora. Se Innocence
pela mãe Beatrice e pelo jovem alquimista já fazia bonito, Requiem
Lucas, a partirem para uma ilha misteriosa vai além: os personagens
no litoral mediterrâneo do país em busca de receberam cuidados extras e
respostas e de uma possível cura. captura total de movimentos,
Construída ao longo das pouco mais enquanto os diversos cenários
de 10 horas do primeiro jogo, a relação lembram pinturas e têm
entre os irmãos está ainda mais forte. Hugo paletas de cores que
amadureceu como personagem e mostra caracterizam um ambiente
maior compreensão do mundo, de sua doença medieval e trágico – o modo
e dos perigos que a envolvem, e é capaz de foto do jogo é um deleite à
parte. O som também está
mais realista, principalmente
ao usar fones de ouvido.
Embora não tenha dublagem
em português, as legendas
cumprem bem seu papel e têm
raros erros. As sequências
de ação merecem elogios:
em certos momentos,
Amicia e Hugo precisam fugir
desesperadamente de hordas
de ratos, em cortes que
interrompem a tensão
silenciosa. É quando Requiem
mostra toda sua qualidade.
Com cerca de 20 horas de
duração, quase o dobro de seu
antecessor, Requiem mantém
semelhanças demais com
o primeiro jogo durante a
primeira metade da aventura,
com a dupla fugindo de sua
casa no sul da França para
chegar em um barco e navegar

Mais maduros e carregando as dores e aprendizados da primeira aventura, os irmãos Amicia e Hugo de Rune estão ainda mais unidos
até a ilha. Embora seja
interessante, essa parte é
longa e muito parecida com
Innocence, obrigando o jogador
a esperar tempo demais
para conhecer as reais
possibilidades da sequência.
Já na ilha, o jogo ganha
ritmo e fica mais intrigante
principalmente com a chegada
de vilões e aliados inéditos.
O novo cenário é extenso e
funciona como um pequeno
mundo aberto, deixando o
jogador explorar e resolver
alguns mistérios e quebra-
cabeças paralelos intrigantes,
Saber usar a
furtividade e
manipular os ratos
para eliminar inimigos
é vital para avançar
pelos cenários
is
ev
R
il
as
Br
que enriquecem a experiência.
Esses desafios ao estilo de
Uncharted tomam conta do
jogo. Eles são criativos, mas
são muitos e desaceleram
a aventura. Por outro lado,
as novas mecânicas são
apresentadas por meio
deles, mostrando como tirar
proveito das novas armas e
alquimias que também serão
essenciais em combate.
Embora aprimore as
mecânicas do primeiro jogo,
como a arma principal usada
por Amicia, e inclua boas
novidades, como uma árvore
Requiem foi lançado
apenas para a nova
geração de consoles
s
ta
de habilidades ramificada que
evolui naturalmente conforme
a progressão na aventura,
a jogabilidade ainda é o
Calcanhar de Aquiles da
franquia. Nos momentos de
combate intenso, arremessar
pedras não parece ser a
melhor das escolhas, mas
é o que Amicia ainda faz de
melhor, mesmo carregando
toda a experiência das
batalhas contra os soldados da
Inquisição – ao menos agora
as pedras são infinitas. Ainda
assim, a inteligência artificial
inimiga é básica demais. Isso
REVIEW
39
faz com que a furtividade se
destaque: saber se esgueirar
pelos cantos e manipular
o medo de fogo dos ratos,
usando-os para eliminar
inimigos desavisados, fugir
ou ganhar tempo, ainda são
as armas mais poderosas que
o jogador tem à disposição.
VEREDITO
Requiem mostra que a
franquia tem potencial e
evolui em todos os aspectos
em relação ao primeiro
jogo, mas poderia ser
mais compacto e criativo.
 REVIEW

s
ta A valquíria da vez é Nora,
is
encarregada por Odin
40 de purificar almas para
ev

fortalecer o líder dos deuses

7
R

RETORNO ECONÔMICO DOUGLAS PEREIRA

il

VALKYRIE ELYSIUM
as
Br

A série retorna das cinzas para lutar mais uma vez

P ara quem é fã dos excelentes clássicos

Valkyrie Profile (2000) e Valkyrie Profile:
Silmeria (2006), é importante saber
que Elysium não tem nada a ver com eles
em questão de história e gênero. É outro
Apesar de ter deixado
suas raízes de RPG para
trás, Valkyrie Elysium tenta
ao máximo manter o clima
dos clássicos em tudo que
mundo, outro rolê e nem sequer é um RPG, pode. Você controla apenas
mas um jogo totalmente de ação que tenta Nora, mas pode chamar os
ter um pouco de NieR em meio a sistemas FICHA Einhenjar enquanto tiver sua
comuns de missões e exploração, resultado • PS4, PS5 barra azul para eles lutarem
do orçamento claramente baixo do projeto. • AÇÃO ao seu lado, emulando os
• SOLEIL,
Está rolando toda aquela treta do ragnarök SQUARE ENIX combates dinâmicos do jogo
(evento mitológico que você já viu em muitos • INGLÊS, JAPONÊS original, de certa forma. Até
(TEXTO/ÁUDIO),
jogos, inclusive em God of War Ragnarök) e o PORTUGUÊS porque VP já era uma série
(TEXTO)
Odin daqui, com seus poderes restritos, criou • MÍDIA DIGITAL que tentava ter mais ação
uma Valquíria, Nora, para purificar o máximo que o normal para um RPG,
possível de almas que estão se tornando por isso o pulo para esse
monstros. Quanto mais almas purificadas, gênero é sentido, mas não
mais ele recupera seu poder. Ela pode contar é tão surpreendente. Já os
com a ajuda de espíritos fortes o bastante poucos diálogos, o tom sério
para se manterem conscientes após serem e a beleza melancólica dos
purificados, os Einhenjar, e lutar ao lado deles. ambientes e da trilha sonora
A situação fica mais complicada durante as 20 são dignos da série.
horas de jogo, porém a história demora muito O combate era a estrela
mais do que deveria para engrenar e dá para dos jogos passados e é a
sacar o que vai acontecer desde o início. parte principal de Elysium.
Os sistemas em si não têm
nada muito diferente a não
ser a ajuda dos guerreiros,
que também podem ser
usados para alcançar lugares
específicos do mapa com
suas habilidades únicas.
O resto envolve barras de
atordoamento, fraquezas por
elementos e combos desses
jogos do tipo "character
action", como dizem. Só que
tudo é muito bem feito. As
animações de luta são ótimas
e dão uma elegância peculiar
para os ataques da valquíria,
que fazem você até querer
apertar os botões menos
vezes e na hora certa, em vez
de sair farofando tudo até os
inimigos morrerem. Pena que
a câmera não ajuda – mostre
Elysium para quem acha o
lock-on de Souls horrível e a
pessoa vai mudar de opinião.

s
ta
is
ev
R
il
as
Br
Esse aí é o Odin O ponto fraco do jogo
e ele adora dar é mesmo seu orçamento
ordens o tempo limitado. É fácil perceber
todo, até começar a quando esse é o caso: as
ficar... estranho
dungeons são repetitivas e
sem personalidade, alguns
campos abertos vazios para
fazer volume, variedade de
inimigos abaixo do esperado,
o framerate que precisava de
um pouco mais de tempo de
otimização… Aliás, é algo que
a Square Enix anda fazendo
bastante ultimamente com
seus lançamentos. Elysium tem
os mesmos pontos fracos e
fortes de Stranger of Paradise
e The Diofield Chronicle, com
aspectos técnicos abaixo do
esperado, compensados por
jogabilidade e histórias
curiosas (calma, Valkyrie
REVIEW
Às vezes parece caótico e o
framerate não segura tanto
quanto deveria, mas o combate
é bem competente no geral
O combate tem
elegância nos
movimentos e
oferece um bom
nível tático
41
Elysium é mais bonito que
Stranger of paradise). Fica
aquele sentimento de que esses
jogos poderiam ser muito mais
do que são, mais detalhados
e chamativos, se a Square Enix
abrisse a carteira. Valkyrie
Elysium e os outros são obras
decentes, mas que só serão
descobertas por quem tiver as
expectativas corretas de saber
que vai jogar algo não tão
refinado, mas que tenta trazer
a qualidade por onde é possível.
VEREDITO
Não é uma retomada
digna dos clássicos da
franquia, mas ainda assim
tem charme e qualidade
suficientes para matar
as saudades dos fãs.
 REVIEW
O game de luta Mega Man 2:
The Power Fighters é um
dos clássicos resgatados
dos antigos arcades
42
PACOTÃO
CAPCOM ARCADE 2ND STADIUM
Br
A mesma fórmula com ingredientes menos populares
A linha de produção de coletâneas da
Capcom não para. O pacote da vez,
Capcom Arcade 2nd Stadium, abriga
mais 32 games antigos da época de fliperama
da empresa. Honestamente, não faz o menor
sentido essa segunda parte existir como jogo
separado, em vez de ser apenas um DLC
do primeiro Arcade Stadium. O menu é de
um fliperama com as cabines enfileiradas,
bem organizadas (feito na RE Engine e tudo)
e é perfeito para comportar mais jogos,
mas por algum motivo querem que você fique
alternando entre duas coleções diferentes
para jogar o que clássico que quiser.
A estrutura também é igual: o jogo em
si é gratuito e vem com SonSon para jogar
– as outras dezenas de velharias devem ser
compradas à parte ou todas de uma vez.
Diferente do primeiro Stadium, aqui só há
duas opções de compra: o pacote com
30 jogos juntos (por R$ 198,90) ou à la carte
(R$ 18,90 por jogo). Antes, eram divididos
em três pacotes temáticos. Se tiver mais
de dez jogos que você queira, a opção à la
carte é simplesmente jogar dinheiro fora.
s
ta
is
ev
R
DOUGLAS PEREIRA
il
as
APELO HISTÓRICO
Como essa coleção funciona
exatamente do mesmo jeito
que a primeira, ela passa as
mesmas impressões e requer
FICHA os mesmos avisos. A não ser
que você seja um fã hardcore
• PS4
• COLETÂNEA de jogos antigos em geral, num
• CAPCOM nível que vai além daqueles da
• PORTUGUÊS época da sua juventude, os
(TEXTO)
• MÍDIA DIGITAL lançamentos pré-placa CPS1
serão meio intragáveis pelos
padrões atuais. Mais do que
a tecnologia visual e sonora
antiquadas, o que realmente vai
incomodar será a jogabilidade
de uma época em que ninguém
ainda não sabia direito o que
era bom. E, quando sabiam,
estragavam tudo com uma
sede interminável por fichas
– que, apesar de aqui serem
infinitas, não diminuem tanto
a frustração excessiva.
No caso dessa segunda
7
coleção, os jogos da CPS1
começam com o bom Magic
Sword, de 1990, um beat ‘em
up original que levou aos
excelentes Knights of the
Round e Dungeons & Dragons.
Enquanto os 12 anteriores
serão descartados rapidamente
pela maioria dos jogadores
(ninguém vai querer jogar
Street Fighter 1 por mais de
um dia), os 20 jogos daí para
frente devem agradar em sua
maioria, contanto que esteja
afim de jogar games de luta
(pois eles são nove dos 20).
Isso leva a outro lembrete
importante: os jogos de luta
(e os outros também) são a
pura versão de fliperama.
ou seja, sem modo treino,
lutadores extras de console
etc. E a coleção inteira só
tem multiplayer local, nada de
online a não ser por hi-scores
 REVIEW
QUATRO SUGESTÕES
Não precisamos falar
muito sobre Street
Fighter e Darkstalkers,
então aqui estão alguns
bons destaques mais
obscuros desse pacote.

SATURDAY NIGHT Parte da

SLAM MASTERS diversão de
Esse é um jogo de luta, Magic Sword
porém de luta-livre e é destruir
funciona de um jeito chefões junto
de um amigo
um pouco diferente
em relação aos games
comuns do gênero.
O prefeito Mike Haggar
de Final Fight é um
dos lutadores.

MAGIC SWORD
Beat’em up em que
você deve subir os
50 andares da torre

s
do dragão. Em cada
O novo lançamento ganharia
andar existem celas
com prisioneiros que
ta muito mais valor se tivesse o
is
que já sentíamos falta antes:
podem ser libertados, 43
aquele trabalho de desenterrar
e sempre que um fica
ev

documentos, artes e diversas

livre vira seu aliado curiosidades dos jogos para
até decidir trocar por
R

mostrar seu desenvolvimento

outro ou ele morrer. – algo que a Capcom faz em
il

outras coleções, mas não aqui.

KNIGHTS OF THE ROUND
as

Pelo menos, as opções

Outro beat ‘em up, esse de emulação continuam bem
com valor de produção feitas. Há vários tipos de
Br

elevado e diferentão filtros, a possibilidade de jogar

por todo mundo usar como se estivesse olhando
espadas pesadas e para uma tela de fliperama,
ter uns golpes pouco O primeiro Street
é possível rebobinar o último
comuns, como defender Fighter é legal
de conhecer, mas minuto de jogo quando quiser,
espadadas com um nem tanto de jogar e cada jogo pode ter seu
comando no momento próprio grupo de opções
certo. Seu personagem selecionadas – se achar
vai subindo de nível e pontuações do sistema de das obras que tornaram a que um jogo fica bom com
para ficar mais forte. Capcom Score Points que cria Capcom lendária nos arcades, filtro de scanlines e outro
um ranking geral separado. É a imensa maioria está lá na não, dá para ativar só no
SUPER PUZZLE por isso que metade dos jogos primeira coleção, deixando primeiro e deixar salvo.
FIGHTER II TURBO da Capcom Fighting Collection essa segunda com um ar de Pequenos detalhes, como
Um dos melhores também está presente aqui ser o que sobrou. Tanto que, poder ouvir o som da máquina
jogos de quebra-cabeça no Arcade 2nd Stadium: lá eles no nosso review do anterior, ao lado da que você está vendo
competitivo já feitos, têm modo treino e online de dissemos que omissões como no momento, dão um toque
ele se baseia em formar ótima qualidade, e aqui é mais os SF Alpha e Darkstalkers especial para os menus.
joias grandes da mesma para jogar com amigos em casa tinham cara de futuro DLC,
cor ao juntar peças e para completar a coleção. e agora está tudo aqui.
menores, e então Por causa disso, Capcom VEREDITO
estourá-las para TIME RESERVA Arcade 2nd Stadium é um É um ótimo complemento
mandar lixo para a Apesar de ter esses jogos de pouco menos recomendável para quem já tem o
tela do adversário. luta super famosos, como os do que o anterior, onde até primeiro Stadium, mas
Se quiser jogar com três Street Fighter Alpha, no a era pré-CPS1 está cheia não tanto como primeira
outras pessoas, esse geral os ingredientes desse de clássicos como Ghosts opção. Se quiser só os
jogo está presente 2nd Stadium são bem mais 'n' Goblins e Commando, e jogos de luta, o game
na Capcom Fighting exóticos do que o primeiro. Se ótimos jogos esquecidos foram Capcom Fighting Collection
Collection com online. você quer ter uma ideia real escavados, como Giga Wing. vale muito mais pelo online.
 REVIEW
ESPORTE DO ALÉM
CURSED TO GOLF
Uma tacada de mestre
44
J
ogos indies são necessários
por sua natureza de combinar
ideias e subverter gêneros e
conceitos para criar experiências
inovadoras. É isso que o estúdio
japonês Chuhai Labs entrega com
Cursed to Golf: um jogo único e
super criativo que combina golfe
em visão lateral com elementos de
plataforma e RPG. Ele até parece
um adventure, mas é um roguelite.
O protagonista é um atleta que
morre a uma tacada de se tornar a
nova lenda do esporte. Sua alma vai
ao purgatório do golfe e é recebida
pelo Escocês, um ser excêntrico
que apresenta seu trágico futuro.
O "Ser Minúsculo" (como o atleta
passa a ser chamado) deve vencer
partidas sobrenaturais para voltar
ao mundo dos vivos... só que ninguém
nunca conseguiu isso. A trama é
simples, divertida e ainda esconde
alguns mistérios interessantes.
Por trás da estética charmosa
retrô e da trilha sonora marcante,
há mecânicas viciantes e fáceis
de entender, porém difíceis de
dominar. E não se iluda: é preciso
usar estratégias e sagacidade
para conduzir a bolinha pelas
rotas mais complexas das fases.
GILSOMAR LIVRAMENTO
Obstáculos, atalhos, alvos,
s
armadilhas... os campos
ta
de golfe do Purgatório
são muito mais divertidos
is
ev
R
il
Por ser um roguelite, perder
as
significa começar tudo de novo.
Sim, assusta, mas tem um truque
para burlar essa regra. Quer
Br
anular o fator roguelite? Faça o
seguinte: na fase em que cometeu
um erro, pause o jogo, aperte o
botão PS e, no menu do console,
saia do jogo. Reinicie o game
e escolha a opção "Continue".
Pronto! Você criou um "checkpoint
FICHA artificial" sem gastar seu item
• PS4, PS5
especial e mantendo tudo que
• ESPORTE, ROGUELITE tinha. Esse truque boa parte da
• CHUHAI LABS,
THUNDERFUL
graça, mas ajuda principalmente
• PORTUGUÊS (TEXTO) no último ato, em que o nível de
• MÍDIA DIGITAL dificuldade dá saltos tão absurdos
No momento que faria Dark Souls chorar.
que consagraria A estrutura geral do game é
sua carreira, o redondinha e bem relacionada com
protagonista foi o esporte real, apesar de o estilo
morto por um raio do desafio estar mais para uma
versão bem exagerada do mini
golfe. Há três tipos de tacos,
cada um com nível de força
que determina a altura, o
trajeto e a distância que a bola
pode percorrer. Você começa cada
fase com direito a cinco tacadas
e deve ganhar mais destruindo
estatuetas de prata (+2 tacadas)
ou de ouro (+4) pelo caminho.
9
Cada tacada exige duas
ações: ajustar a força e definir
a distância e altura se orientando
pela linha guia. Parece burocrático,
mas não demora para que isso
fique tão natural quanto respirar.
Para ganhar dinheiro é preciso
finalizar a fase na menor quantidade
de tacadas possível, mas o terreno
e os obstáculos são impiedosos.
O jogo oferece cartas de suporte
que causam efeito na bola. É aí que
entra a sagacidade e a criatividade
para combinar o uso das cartas e
tirar vantagem do terreno.
Cartas são obtidas em baús nas
rotas do minimapa aleatoriamente
ou compradas nas lojas Eterni-Tee,
cujo preço inflaciona conforme seu
progresso — ao menos é permitido
trocar de roupa e guardar cartas
no livro (e usá-las em novas partidas)
gratuitamente. No minimapa dá
para seguir rotas e abrir baús, mas
atenção com fases amaldiçoadas:
elas causam efeitos negativos
aleatórios que duram um turno.
Ao todo são 18 fases divididas
em quatro territórios, e cada
território tem sua própria leva
de cartas especiais (broca,
foguete teleguiado, fogo, gelo,
intangibilidade, uso de portais etc).
Cada território é controlado
por um chefe, cuja tacada tem o
dobro de força e o terreno gera
vantagens para ele. Vence quem
botar a bola no buraco primeiro.
Para vencer, além das cartas,
é preciso destruir estatuetas
verdes que atrasam o adversário.
Ao vencer um chefe, um item
especial de uso único é obtido
(checkpoint, ganhar tacadas
extras ou renovar estoque de
cartas) e isso aumenta a vontade
de continuar jogando.
VEREDITO
Cursed to Golf é um jogo
surpreendente que combina
simplicidade, bom desafio e
criatividade. Vez ou outra sofre
com um bug de lentidão, mas não
compromete as horas e horas de
tacadas arriscadas e gloriosas.
Br
as
il
R
ev
is
ta
s
 REVIEW
TROCA EQUIVALENTE
POTION PERMIT
Alquimia e aventuras em uma vila no fim do mundo
J ogos de "fazendinha" estão
por aí faz tempo e não vão
sumir tão cedo. A ideia de
trocar o stress urbano por uma vida
mais simples em uma comunidade
interiorana nunca foi tão atraente
dentro e fora dos games. Potion
Permit pega a essência desses
simuladores de vida e reúne
características de vários tipos de
RPGs, um pouco de ação e aventura,
minigames, puzzles, romance e, claro,
alquimia. A mistureba funciona tão
bem que é difícil parar de jogar.
O protagonista é um alquimista
enviado a uma cidade do interior
para ser o médico local e ajudar
as pessoas... que não gostam de
alquimistas! Um colega do ramo
causou problemas, irritou todo
46 mundo e foi embora. Sua chegada
é motivo de olhares tortos e de
desconfiança, mas ao curar a filha
do prefeito as coisas começam a
mudar. Após virar alvo das críticas
do xamã local, a exploração da
cidade e dos arredores se abre
e não demora a ativar um ciclo
de atividades e trabalhos. Ter
novas conversas com moradores
em diferentes momentos do dia
ajuda a melhorar sua reputação,
chegando ao ponto de trocar
presentes e iniciar romances.
Do primeiro ao último momento,
o jogo nunca perde seu charme, a
começar pelo visual pixel art lindo e
bem animado. Você define o gênero
do protagonista, as cores da roupa
e a personalização do cabelo, pele
e cor dos olhos. E ainda recebe um
doguinho como companheiro! Batize
o bicho, alimente-o e faça carinho
sempre que puder.
A progressão, na maior parte do
tempo, ocorre de forma orgânica,
assim como os comportamentos
variados de cada habitante de
segunda a domingo. É sensacional!
O jogo tem passagem de tempo e
a iluminação da cidade de manhã,
tarde ou noite dão um quentinho
no coração. Mas não dá para ficar
24 horas acordado, pois há vários
mecanismos que te obrigam a
descansar e criar rotinas, tornando
seu dia cheio de atividades. O ruim
GILSOMAR LIVRAMENTO
Fãs de fazendinha adoram
uma reforma e o hospital
da cidade precisa de uma
boa para funcionar direito
s
ta
is
ev
R
é que se você forçar demais para
il
fazer o máximo de atividades, pode
as
entrar na repetição, já que existem
tareas que só aparecem de acordo
com seu progresso... e não dá para
Br
apressar essas coisas.
Há uma barra de vigor que
permite usar ferramentas (foice,
machado e marreta) para explorar
a fauna e a flora local, coletar
recursos minerais ou lutar contra
FICHA criaturas (o que garante materiais
• PS4, PS5
diferenciados). Tudo isso é usado
• SIMULADOR DE VIDA para criar medicamentos e objetos
• MASSHIVE MEDIA, PQUBE de progressão. O combate é muito
• PORTUGUÊS (TEXTO)
• MÍDIA DIGITAL simples e sem desafio. E quando a
barra de vigor esvazia, as ferramentas
são inutilizadas. Só resta dormir
para recuperar as forças ou comer
O sem teto Zeke algo (que dá pouca energia) — se
e seu gatinho não fizer isso, vai desmaiar de
Kipps tem algumas cansaço antes da meia-noite.
lições a ensinar Sua missão é gerenciar uma
casa e um hospital caindo aos
pedaços. Melhorar sua reputação
dá acesso à carpintaria e ao
ferreiro para reformar, criar e
melhorar as coisas. Aliás, elevar
o vínculo com seu cachorro faz
o bichinho ajudá-lo a encontrar
recursos enterrados. Bom menino!
Quando tocar o alarme de
emergência, vá ao hospital tratar
7
o paciente. Identificar o ponto de
dor no corpo inicia um minigame
para diagnosticar a doença e criar
um medicamento adequado. Há uma
grande variedade de materiais para
fins alquímicos e processá-los leva
a um minigame estático estilo Tetris:
preencha os espaços com peças
no formato exigido sem exceder
o limite. É criativo e simples, mas
tem horas que a coisa fica tensa
com regra de cores. Se o paciente
não for tratado a tempo, sua
reputação com ele despenca.
E, sim, o jogo tem problemas: é
comum sofrer com bugs aleatórios
que travam seu personagem no
menu ou em elementos do cenário.
Há textos trocados que não
condizem com o que acontece
na tela, missão que não se ativa,
poucos pontos de viagem rápida
e maior desafio faz muita falta.
Ok, é um RPG relaxante voltado
à imersão no cotidiano de uma
cidade, mas o jogo ficaria mais
interessente com desafios extras.
VEREDITO
Potion Permit é uma experiência
mágica e acolhedora, com ideias
criativas. Faltaram só polimento e
um pós-game interessante.
Br
as
il
R
ev
is
ta
s
 s
strela
e v i stas 5 E
R

SUPERPROMOÇÕES
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Livros

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