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Português | Sidney Martins

Fonologia

FONOLOGIA

O que é fonologia?

Essa palavra tem origem grega, sendo: fon(o) = som + logia = estudo. Desse modo,
a fonologia é uma parte da gramática que se dedica ao estudo do sistema sonoro da
língua. Ou seja, estuda a maneira pela qual os fonemas são organizados e articulados
em sílabas. É importante frisar que a fonética e a fonologia consistem em áreas
complementares da linguística no campo da análise dos sons correspondentes à fala.

O que a fonologia estuda?

Fonemas e letras

O fonema é classificado como a menor unidade sonora que se pode isolar no interior
de uma palavra, sendo que o fonema possui a propriedade de estabelecer distinção
entre palavras de uma língua.

Dígrafos

Também chamado de digrama, o dígrafo consiste no encontro de duas letras com a


finalidade de representar um único fonema, sendo que os dígrafos podem ser
vocálicos ou consonantais.

• Nunca se separam os dígrafos (lh, nh, ch, qu, gu)

• Separam-se os dígrafos (rr, ss, sc, sç, xc)

Vogais

Consistem em fonemas que são resultado da livre passagem da corrente de ar pela


boca, ou pela boca e ao mesmo tempo pelas cavidades nasais.

Semivogais

Consistem nos fonemas j e w, cuja articulação é parecida à das vogais e que se juntam

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Fonologia

a uma vogal para com ela formar sílaba. Esses fonemas são representados pelas
letras i e u, sendo que em algumas palavras podem ser representados pelas
letras e e o.

Consoantes

Tratam-se de fonemas que resultam de algum obstáculo encontrado pela corrente de


ar. Somente formam sílaba quando apoiadas em uma vogal. Obs.: fonema não é o
mesmo que letra. O fonema é uma unidade sonora que se realiza na fala, enquanto
que a letra é somente a representação gráfica do fonema.

Sílaba

As sílabas consistem nas unidades intermediárias das palavras, sendo o fonema ou


grupo de fonemas pronunciado (s) apenas numa emissão de voz.

As sílabas, por sua vez, podem ser classificadas em:

• Monossílabas (quando há apenas uma única sílaba);

• Dissílabas (quando há duas sílabas);

• Trissílabas (quando há três sílabas);

• Polissílabas (quando há mais de três sílabas).

Sílaba átona e sílaba tônica

A sílaba tônica consiste na sílaba da palavra que recebe o acento tônico, isto é, é
aquela que é pronunciada com maior intensidade. Pelo fato de nem sempre a sílaba
tônica ser indicada com acento gráfico, é necessário distinguir o acento tônico do
acento gráfico.

Acento tônico = acento da fala. Ele se manifesta pela maior intensidade da voz durante
a pronúncia de uma sílaba.

Acento gráfico = sinal utilizado, em algumas palavras, servindo para indicar a sílaba
tônica.

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* Definição das regras de divisão silábica:

A divisão silábica deve ser feita a partir da soletração, apresentando o som total das
letras que compõem uma sílaba. O hífen é utilizado para fazer a separação. Abaixo,
algumas regras empregadas na divisão silábica:

• Nunca se separam os ditongos, tritongos, dígrafos (lh, nh, ch, qu, gu), os
encontros consonantais constituídos de consoante + r e consoante + l
(claridade, cofre) e as consoantes não seguidas de vogal (ca-rac-te-rís-ti-ca);

• Separam-se os hiatos, os dígrafos (rr, ss, sc, sç, xc), encontros consonantais
(cc, cç) e os prefixos bis, dis, cis, trans e ex quando seguidos de vogal. Se
seguidos de consoante, não formarão uma nova sílaba.

Com relação à posição da sílaba tônica, de acordo com a fonologia, as palavras


podem ser classificadas em:

• Oxítonas (quando a sílaba tônica é a última sílaba da palavra);

• Paroxítonas (quando a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra);

• Proparoxítonas (quando a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra).

Monossílabos átonos e tônicos

Os monossílabos átonos não possuem acentuação própria, ou seja, são pronunciados


com baixa intensidade no interior da frase. Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se,
lhe nos, de, em, e, que, etc.

Já os monossílabos tônicos possuem acentuação própria, ou seja, são pronunciados


com bastante intensidade no interior da frase. Acentuam-se os monossílabos tônicos
terminados em:

a(s): lá, cá

e(s): pé, mês

o(s): só, pó, nós, pôs

Observações:

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1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por


artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções).

2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras.

Exemplos:

Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono)

Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo
agora. (átono)

Encontros vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais ou de vogais e semivogais sem


consoante intermediária.

Ditongo

Consiste no encontro de uma vogal e uma semivogal, ou vice-versa, no qual a vogal


e a semivogal pertencem à mesma sílaba.

Tritongo

É o encontro de semivogal = vogal = semivogal, exatamente nessa ordem, sendo que


nos tritongos as semivogais e a vogal pertencem à mesma sílaba. Obs.: os tritongos
podem ser orais e nasais.

Hiato

É o encontro imediato de duas vogais, sendo que as vogais que formam os hiatos
pertencem a sílabas distintas.

Ditongos decrescentes

Nos ditongos decrescentes, o decrescimento sonoro é proporcionado por aparecer


primeiro a vogal e depois a semivogal: vogal + semivogal.

Exemplos de ditongos decrescentes:

caixa
ditongo ai (a = vogal; i = semivogal)

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leite
ditongo ei (e = vogal; i = semivogal)

Paula
ditongo au (a = vogal; u = semivogal)

Ditongo crescente ou hiato

Não há consenso entre gramáticos na classificação de palavras terminadas nos


encontros vocálicos -ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, como história, rádio, série,
régua, entre outras. Dada a flexibilidade de pronúncia desses encontros vocálicos,
alguns gramáticos consideram-nos ditongo e outros consideram-nos hiato.

Como ditongos:
história (his-tó-ria);
rádio (rá-dio);
série (sé-rie);
régua (ré-gua).

Como hiatos:
história (his-tó-ri-a);
rádio (rá-di-o);
série (sé-ri-e);
régua (ré-gu-a).

Outras classificações para os ditongos

Além de crescentes e decrescentes, os ditongos podem também ser classificados em


orais e nasais conforme a pronúncia que apresentam.

Em pai há um ditongo oral.


Em pão há um ditongo nasal.

A confusão entre hiatos e ditongos ocorre porque em algumas palavras da língua


portuguesa é possível a transformação de hiatos em ditongos (sinérese) e de
ditongos em hiatos (diérese):

• traição: trai-ção (ditongo) ou tra-i-ção (hiato)

• suavidade: sua-vi-da-de (ditongo) ou su-a-vi-da-de (hiato)

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• piedade: pie-da-de (ditongo) ou pi-e-da-de (hiato)

• piano: pi – a – no (hiato) ou piã-no (ditongo)

Classificação dos tritongos

Os tritongos são classificados em orais e nasais. Nos tritongos orais o som passa
apenas pela boca. Nos tritongos nasais o som passa pela boca e pelo nariz.

Tritongo oral: Uruguai, Paraguai, iguais, quaisquer, enxaguei, aguei,…

Tritongo nasal: quão, saguão, saguões, enxáguem, enxáguam, águem,…

Tritongo e a divisão silábica

Na divisão silábica, os tritongos nunca se separam, permanecendo na mesma sílaba:

• iguais (i-guais);

• quaisquer (quais-quer);

• saguões (sa-guões);

• Paraguai (Pa-ra-guai).

Encontro consonantal é a sequência de duas ou mais consoantes numa palavra, sem


a existência de uma vogal intermediária. Palavras com encontro consonantal

• cacto;

• flor;

• frio;

• magnético;

• pedra;

• planície;

• psicanálise;

• ritmo;

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• vidraça;

Tipos e exemplos de encontros consonantais

Existem dois tipos principais de encontros consonantais:


Encontro consonantal perfeito (também chamado de próprio ou puro);
Encontro consonantal imperfeito (também chamado de impróprio ou disjunto).

Alguns autores defendem ainda a existência de um terceiro tipo de encontro


consonantal: o encontro consonantal misto.

Encontro consonantal perfeito

Há encontro consonantal perfeito quando, na divisão silábica, as consoantes se


mantêm inseparáveis, permanecendo dentro da mesma sílaba.

É o caso das consoantes l e r juntamente com outras consoantes: dr, tr, gr, vr, cl, fl, pl,
bl,… e os grupos consonantais que aparecem no início das palavras:

• Brasil (Bra-sil);

• claro (cla-ro);

• flores (flo-res);

• fritadeira (fri-ta-dei-ra);

• palavra (pa-la-vra);

• prateleira (pra-te-lei-ra);

• psicólogo (psi-có-lo-go);

• gnomo (gno-mo);

• pneumático (pneu-má-ti-co);

Encontro consonantal imperfeito

Há encontro consonantal imperfeito quando, na divisão silábica, as consoantes se


separam, ficando em sílabas diferentes:

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• advogado (ad-vo-ga-do);

• aftas (af-tas);

• almoço (al-mo-ço);

• costas (cos-tas);

• forte (for-te);

• magnético (mag-né-ti-co);

• objetivo (ob-je-ti-vo);

Encontro consonantal misto

Há encontro consonantal misto quando, na divisão silábica, os encontros consonantais


apresentam características dos encontros consonantais perfeitos e imperfeitos:

• destreza (des-tre-za);

• destruição (des-tru-i-ção);

• displicência (dis-pli-cên-cia);

• filtração (fil-tra-ção);

Encontro consonantal fonético

Há encontro consonantal fonético, também chamado de dífono, quando a consoante


x assume o som cs, correspondendo assim a dois fonemas consonantais:

• táxi (4 letras, 5 fonemas);

• axila (5 letras, 6 fonemas);

• oxigênio (8 letras, 9 fonemas);

• boxe (4 letras, 5 fonemas);

• oxidação (8 letras, 9 fonemas);

Diferença entre encontro consonantal e dígrafo

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Fonologia

No encontro consonantal, cada consoante mantém sua unidade sonora, sendo


possível a distinção do som de cada consoante. Assim, cada consoante representa um
fonema diferente:

• blusa (5 letras, 5 fonemas);

• floresta (8 letras, 8 fonemas);

• atrasado (8 letras, 8 fonemas);

• livro (5 letras, 5 fonemas);

Nos dígrafos, cada consoante perde sua unidade sonora, uma vez que a sequência
de duas consoantes forma um único som. Assim, a junção das duas consoantes
representa apenas um fonema:

• missa (5 letras, 4 fonemas);

• torre (5 letras, 4 fonemas);

• máquina (7 letras, 6 fonemas);

• canalha (7 letras, 6 fonemas);

Não existência de encontro consonantal

Não ocorre encontro consonantal quando as letras m e n assumem o papel de uma


semivogal, produzindo um som vocálico. Não são consideradas consoantes, dado
apenas prolongarem a nasalização da vogal anterior:

• campo;

• ponto;

• tambor;

• limpo;

• lenda;

1. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são as letras que a compõem é:

a) importância
b) milhares

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Fonologia

c) sequer
d) técnica
e) adolescente

2. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não um, mas dois fonemas?

a) exemplo
b) complexo
c) próximos
d) executivo
e) luxo

3. Qual palavra possui dois dígrafos?

a) fechar
b) sombra
c) ninharia
d) correndo
e) pêssego

4. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos apresenta, na mesma ordem, o


seguinte: ditongo, hiato, hiato, ditongo.

a) jamais / Deus / luar / daí


b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história

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Gabarito

GABARITO

01. D
02. B

03. D
04. B

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Língua Portuguesa

Acentuação Gráfica

Acentuação Gráfica

Acento Prosódico e Acento Gráfico

Todas as palavras de duas ou mais sílabas possuem uma sílaba tônica, sobre a qual recai o
acento prosódico, isto é, o acento da fala.

Veja:

es - per - te - za

ca - pí - tu - lo

tra - zer

e - xis - ti - rá

Dessas quatro palavras, note que apenas duas receberam o acento gráfico. Logo, conclui-se
que:

Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as palavras que possuem duas ou mais
sílabas. Já o acento gráfico se caracteriza por marcar a sílaba tônica de algumas palavras. É
o acento da escrita. Na língua portuguesa, os acentos gráficos empregados são:

Acento Agudo (´ ): utiliza-se sobre as letras a, i, u e sobre o e da sequência -em, indicando


que essas letras representam as vogais das sílabas tônicas.
Exemplos: Pará, ambíguo, saúde, vintém

Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais tônicas com timbre aberto.
Exemplos: pé, herói

Acento Grave (`): indica as diversas possibilidades de crase da preposição "a" com artigos e
pronomes.
Exemplos: à, às, àquele

Acento Circunflexo (^): indica que as letras e e o representam vogais tônicas, com timbre
fechado. Pode surgir sobre a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente diante
Língua Portuguesa

de m, n ou nh.
Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo

Regras de acentuação gráfica

Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são


as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas.

A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s".
Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas,
por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.

Proparoxítonas

Sílaba tônica: antepenúltima

As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos:

trágico, patético, árvore

Paroxítonas

Sílaba tônica: penúltima

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

l fácil

n pólen

r cadáver

ps bíceps

x tórax

us vírus

i, is júri, lápis
Língua Portuguesa

om, ons iândom, íons

um, uns álbum, álbuns

ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos

ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam


em "ens", não (hifens, jovens).

2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).

3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s),


ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).

Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início

Oxítonas

Sílaba tônica: última

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

a(s): sofá, sofás

e(s): jacaré, vocês

o(s): paletó, avós

em, ens: ninguém, armazéns

Monossílabos

Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem


ser tônicos ou átonos.
Língua Portuguesa

Monossílabos Tônicos

Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase onde aparecem.


Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em:

a(s): lá, cá
e(s): pé, mês
o(s): só, pó, nós, pôs

Monossílabos Átonos

Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas
átonas do vocábulo a que se apoiam.

Exemplos:

o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.

Observações:

1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por artigos,
pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções).

2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras.

Exemplos:

Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono)

Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora.
(átono)

Saiba que:

Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas


oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo
alguma das terminações contidas nas regras. Exemplos:
Língua Portuguesa

beijar + a = beijá-la fez + o = fê-lo

dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo

Acento de insistência

Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a simples necessidade de enfatizar uma
ideia podem levar o falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas palavras
com uma intensidade e duração além do normal.

Exemplos:

Está muuuuito frio hoje!

Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.

Regras Especiais

Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em evidência


alguns detalhes sonoros das palavras. Observe:

Ditongos Abertos

Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não
êi), são acentuados. Veja:

éi (s): anéis, fiéis, papéis


éu (s): troféu, céus
ói (s): herói, constrói, caubóis

Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados.

Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia,
plateia, etc.

Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não
por possuir ditongo aberto "ói").
Língua Portuguesa

Hiatos

Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles
sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-
nh".

Exemplos:

sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de

Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:

ju - iz ra - iz ru - im ca - ir

Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.

Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por
outras razões. Veja os exemplos abaixo:

po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".

Verbos Ter e Vir

Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos


verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir,
etc.). Veja:

Ele tem Eles têm

Ela vem Elas vêm

Ele retém Eles retêm

Ele intervém Eles intervêm


Língua Portuguesa

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no
singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:

ele detém - eles detêm


ele advém - eles advêm.

Acento Diferencial

Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos são utilizados para diferenciar
palavras homógrafas (de mesma grafia). Veja:

a) pôde / pode

Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder. Pode é a forma do presente
do indicativo. Exemplos:

O ladrão pôde fugir.


O ladrão pode fugir.

b) pôr / por

Pôr é verbo e por é preposição. Exemplos:

Você deve pôr o livro aqui.


Não vá por aí!

Saiba que:

Para acentuar as formas verbais com pronome oblíquo em ênclise


(depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo), cada elemento deve
ser considerado como uma palavra independente. Observe:

jogá-lo

jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)

lo = monossílabo átono (portanto, sem acento)


Língua Portuguesa

jogá-lo-íamos

jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)

lo = monossílabo átono (portanto, sem acento)

íamos = proparoxítona (portanto, com acento)

Acento Grave

O acento grave usa-se exclusivamente para indicar a crase da preposição "a" com os
artigos a, as e com os demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo: à, às, àquele(s),
àquela(s), àquilo.

Prosódia

A prosódia ocupa-se da correta emissão de palavras quanto à posição da sílaba tônica,


segundo as normas da língua culta. Existe uma série de vocábulos que, ao serem proferidos,
acabam tendo o acento prosódico deslocado. Ao erro prosódico dá-se o nome
de silabada. Observe os exemplos.

1) São oxítonas:

condor novel ureter

mister Nobel ruim

2) São paroxítonas:

austero ciclope Madagáscar recorde

caracteres filantropo pudico(dí) rubrica

3) São proparoxítonas:

aerólito lêvedo quadrúmano

alcíone munícipe trânsfuga


Língua Portuguesa

Existem palavras cujo acento prosódico é incerto, mesmo na língua culta. Observe os
exemplos a seguir, sabendo que a primeira pronúncia dada é a mais utilizada na língua atual.

acrobata - acróbata réptil - reptil

Bálcãs - Balcãs xerox - xérox

projétil - projetil zangão - zângão


Língua Portuguesa

Ortografia e Semântica

A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do grego "ortho",
que quer dizer correto, e "grafo", por sua vez, que significa escrita.

Ela se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as
partes que compõem a gramática.

Além de ser influenciada pela etimologia e fonologia das palavras, no que respeita à
ortografia existem convenções entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a
sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos ortográficos.

O Alfabeto

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da
linguagem. Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.

A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.

Emprego das letras K, W e Y

• Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).

• Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly,


Darwin, darwinismo.

• Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo,


Kuwait, kuwaitiano.

• Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.

Uso do x e do ch

O x é utilizado nas seguintes situações:

• Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.

• Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.

• Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.

• Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame.


Língua Portuguesa

Exceções:

1. A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch.


2. O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele
derivem: enchente, encharcar, enchido.

Escreve-se com x Escreve-se com ch

bexiga bochecha

bruxa boliche

caxumba broche

elixir cachaça

faxina chuchu

graxa colcha

lagartixa fachada

mexerico mochila

xerife salsicha

xícara tocha

Uso do h

O h é utilizado nas seguintes situações:

• No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!

• Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.

• Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha.


Língua Portuguesa

• Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico
"baía" é grafado sem h.

Uso do s e do z

O s é utilizado nas seguintes situações:

• Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado
ou circunstância: bondoso, feiosa, oleoso.

• Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa,
poetisa.

• Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.

• Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram.

O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

• Nos sufixos -ez / -eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo
- beleza, grande - grandeza.

• No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.

Escreve-se com s Escreve-se com z

alisar amizade

análise aprazível

atrás azar

através azia

aviso desprezo
Língua Portuguesa

Escreve-se com s Escreve-se com z

gás giz

groselha prazer

invés rodízio

jus talvez

uso verniz

Uso do g e do j

O g é utilizado nas seguintes situações:

• Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio,
relógio, refúgio.

• Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem.

O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

• Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.

• Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.

Observações:

1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que)


eles/elas viajem.

2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído


para j antes do a ou do o, de forma a que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija,
aflijo; eleger - elejam, elejo; agir - ajam, ajo.

3. A cidade Mogi das Cruzes escreve-se com g. A pessoa que nasce ou que vive é
chamada de "mogiano". No entanto, a palavra "mojiano" existe e, de acordo com o
Língua Portuguesa

dicionário Michaelis significa "Relativo ou pertencente à região que era servida pela antiga
Estrada de Ferro Mojiana (de São Paulo a Minas Gerais)."

Escreve-se com g Escreve-se com j

angélico anjinho

estrangeiro berinjela

gengibre cafajeste

geringonça gorjeta

gim jeito

gíria jiboia

ligeiro jiló

sargento laje

tangerina sarjeta

tigela traje

A semântica é o estudo dos significados, não só da palavra, mas das orações, frases, símbolos
e imagens, entre outros significantes. Esse estudo da gramática está muito associado com
a sintaxe. Caso seja feita alguma alteração na base sintática, uma alteração de pontuação ou
de palavras, o significado de toda a frase muda, mas também pode acontecer de o significado
de apenas uma palavra mudar. Podemos usar o exemplo de um desenho de uma cadeira. A
sintaxe seria o desenho em si, a semântica é o significado que aquele desenho traz: uma
cadeira. Se fizermos qualquer alteração no desenho, o significado da cadeira pode mudar. Se
apagamos o encosto do desenho da cadeira o significado muda, aquilo não é mais uma
cadeira, e sim um banco.
Língua Portuguesa

O processo de significação é o que possibilita a comunicação. Não adianta apenas ter a forma
e a estrutura das palavras e frases, é preciso saber os significados delas para que o receptor
da mensagem a compreenda com perfeição. A sintaxe e a semântica são usadas em níveis
mais específicos para a criação artística e publicitária. O autor pensa nos significados que
quer transmitir, depois busca a melhor maneira e quais ou melhores elementos para fazer
com que essa mensagem seja entendida. No estudo da gramática relacionado ao significado
das palavras e frases, é preciso levar em consideração três aspectos: sinonímia, antonímia e
homonímia.

Sinônimos e Antônimos

A sinonímia e a antonímia são aspectos muito importantes na hora de se estudar os


significados de uma palavra ou frase. Sinonímia é a relação entre dois ou mais significantes
que possuem o mesmo significado, ou seja, sinônimos são palavras diferentes que possuem
o mesmo sentido. Antônimos são dois significantes que possuem significados opostos.
Palavras que se contradizem são antônimas entre si.

EXEMPLOS: “Morto” e “falecido” são sinônimos, pois ambos os termos têm o mesmo
significado. “Bondoso” e “malvado” são antônimos, pois seus significados se opõem.

Homônimos e Polissemia

A homonímia é um aspecto muito importante e variado na gramática portuguesa, pois além


de contemplar a escrita, também traz aspectos da sonoridade das palavras. Os homônimos
são significantes parecidos que possuem significados diferentes, ou seja, palavras parecidas
ou iguais na pronúncia, escrita ou nas duas coisas, mas com significados divergentes.
Normalmente os homônimos são generalizados como polissêmicos, mas a polissemia tem
leves diferenças dos homônimos. A lista abaixo traz os definições e exemplos de tipos
homônimos e de polissemia.

Homógrafas: São palavras homônimas que possuem a escrita igual, mas são diferentes na
pronúncia. EXEMPLO: Em “eu almoço tarde” e “o almoço está pronto”, a palavra “almoço”
(verbo) e “almoço” (substantivo) tem a mesma grafia, mas não é pronunciada da mesma
maneira.

Homófonas: São palavras homônimas que possuem a pronúncia igual, mas distinguem-se
na grafia. EXEMPLO: “Cinto”(substantivo) e “sinto” (verbo) possuem a mesma oralidade, mas
a escrita é diferente.
Língua Portuguesa

Perfeitas: São palavras homônimas que tanto são homógrafas quanto homófonas. EXEMPLO:
“cedo”(do verbo ceder) e “cedo”(advérbio de tempo) são escritas e pronunciadas igualmente,
mas não têm o mesmo significado.

Paronímia: Palavras com grafia diferente, mas pronúncia muito parecida. EXEMPLO:
“descriminar” e “discriminar” têm pronúncias muito próximas, mas a primeira palavra significa
“tirar a culpa”, a segunda quer dizer “diferenciar”.

Polissemia: Ocorre quando uma mesma palavra tem mais de um significado. EXEMPLO: A
palavra “graça” em “fez uma graça” e em “é de graça” tem significados diferentes em cada
uma dessas frases. Na primeira remete a algo engraçado; na segunda, a algo que não tem
custo, que é gratuito.

Hiperônimo e Hipônimo

Os hiperônimos e hipônimos são como um conjunto e seus elementos da matemática. Os


hiperônimos são palavras que têm sentindo mais abrangente, como um conjunto que agrupa
os seus elementos. Os hipônimos, por outro lado, são como os elementos que estão dentro
deste conjunto, são palavras com um significado mais específicos. Ambos são termos da
semântica moderna, e são importantes, por exemplo, para que evitemos repetições
excessivas num texto ou mesmo na fala. EXEMPLOS: A palavra “automóvel” é o hiperônimo
de “carro”, “moto” e “caminhão”. As palavras “barata”, “mosca” e “besouro” são hipônimos de
“inseto”.

1) ESA x EZA

Natur____

Portugu____

Calabr____

Bel____

2) ÊS x EZ

Palid____

Franc____
Língua Portuguesa

Burgu____

Pequen____

Pequin____

3) ISAR x IZAR

Pesqu____

Anal____

Harmon____

Higien____

Final_____

Real____

4) POR QUE/POR QUÊ/PORQUE/PORQUÊ

Não sei ________ você se foi.

_________ parou?

Este é o time _________ tenho carinho.

Parou ________ ?

Não sei o ______ disso tudo.

Não vou à praia ______ está chovendo.

Samba do Porquê

Deixe de lado esse baixo astral

Quando o pq estiver no final

É separado e acentuado que ele vai ficar

É que ele pode ser também uma causa ou explicação

Ficando junto e sem acento

Por se tratar de uma conjunção


Língua Portuguesa

O pq vai acentuar e ficar junto qdo artigo o mandar

É sem acento e separado eu te digo

Quando for igual ao pelo qual ou mooootivo

Tem que estudar... não esquecer

Só acentuar quando ele merecer

Eu vou estudando e aprendendo como o Sidoca diz:

Com a minha aprovação, eu vou viver feliz!

5) MAL x MAU

Ela não está ___ vestida.

Há luta do bem contra o ____.

Pedro não é um ____ sujeito.

Não há ___ que sempre dure.

6) SENÃO x SE NÃO

________ estudar, ficará de castigo.

Comprei oito livros, _______ nove.

Estude, _______ ficará de castigo.

Não havia ninguém, _______ ela.

7) ACERCA DE x CERCA DE

Discursou _________ problemas políticos.

Comprei _________ 200 g de presunto.

A guerra ocorreu _________ vinte anos.

A capital fica ____________ 200 km daqui.


Língua Portuguesa

8) AFIM x A FIM

Trabalhei __________ de ganhar dinheiro.

João está _________ de pedir demissão.

Matemática e Física são disciplinas _______.

9) DEMAIS x DE MAIS

A viúva comeu _________.

A viúva comeu sal __________.

Chamaram os ________ colegas.

10) MAS x MAIS

Ela é a ______ bonita da turma.

Ela estudou, ______ não passou de ano.

11) HÁ x A

Ele parou de estudar ___ algum tempo.

Daqui ___ alguns dias eu me formo.

___ muito tempo não o vejo

Daqui ___ duas semanas ela chegará.

12) ONDE x AONDE

A cidade ______ moro é linda.

A cidade ______ irei é linda.


Língua Portuguesa

13) DE ENCONTRO x AO ENCONTRO

O carro foi ________ o poste.

Pedro foi _______ Paula para beijá-la.

14) ABSOLVER x ABSORVER

Usamos papel para __________ a gordura.

O juiz vai _________ o réu.

15) COMPRIMENTO x CUMPRIMENTO

Vamos garantir o _______________ da lei.

Quando cheguei, recebi um ____________.

Qual é o ___________ da ponte?

16) DEFERIR x DIFERIR

É impossível ___________ aqueles gêmeos.

Vamos tentar _________ o compromisso.

O juiz vai __________ o processo.

17) DESCRIÇÃO x DISCRIÇÃO

Aja com ____________.

Fiz uma ___________ minuciosa da casa.

18) DISPENSA x DESPENSA

Ponha a comida na __________.

Houve _________ de muitos empregados.


Língua Portuguesa

19) EMINENTE x IMINENTE

Ele é um homem __________.

A colisão é __________.

20) MANDATO x MANDADO

Entramos com um ________de segurança.

O __________ do político foi cassado.

21) RATIFICAR x RETIFICAR

É preciso _________ algumas falhas.

Estou decidido: _______ o que disse antes.

22) ACENDER x ASCENDER

É preciso _________ a luz.

O elevador vai __________.

23) CENSO x SENSO

Como foi o _______ do IBGE?

É um guri de pouco _______.

24) CONSERTO x CONCERTO

Essa mesa precisa de um ___________.

Vamos a um _________ de violinos.

25) CESSÃO x SESSÃO x SEÇÃO

Vamos a uma _________ de cinema.

Trabalho na ________ de calçados.

Fiz uma _________ de direitos autorais


Língua Portuguesa

Classes Gramaticais

Classes de palavras

Este material é um presente para você, que almeja uma vida melhor!
As palavras do português podem ser enquadradas em dez classes gramaticais (ou classes de
palavras). São elas:

1. 6. Artigo
Substantivo

2. Adjetivo 7. Numeral

3. Verbo 8. Conjunção

4. Advérbio 9. Preposição

5. Pronome 10. Interjeição

Neste capítulo, apresentamos uma visão panorâmica da maior parte dessas classes,
focalizando as relações que elas estabelecem entre si (por exemplo, o substantivo com o
adjetivo, o verbo com o advérbio, etc.) e os significados dos conectores (conjunções e
preposições).

Visão geral: os critérios semântico, morfológico e sintático de classificação


As classes gramaticais podem ser definidas segundo três parâmetros: o critério semântico, o
critério morfológico e o critério sintático. Para entender esses critérios, é preciso saber que
eles estão diretamente associados a três componentes, ou subáreas, da gramática: Semântica,
Morfologia e Sintaxe.

Área Definição Exemplo


Estuda o significado das Na frase Saí com você, a
Semântica palavras e das frases. palavra “com” indica
companhia

Estuda a estrutura A palavra “mesa” está no


singular, porque não tem o
Língua Portuguesa

Morfologia interna da palavra. elemento -s.

Estuda as relações entre Na frase Ele comeu muito, a


Sintaxe os constituintes das palavra muito está ligada à
sentenças. forma verbal comeu.

Conhecendo essas três subáreas da gramática, você poderá entender os três critérios usados
para definir as classes gramaticais. Vamos tomar como exemplo o advérbio.

Critério Definição de advérbio Exemplo


Circunstância de tempo (hoje,
O advérbio exprime amanhã, etc.); circunstância
de lugar (aqui, lá, etc.);
Critério semântico diferentes circunstâncias
circunstância de modo
(rapidamente, tristemente,
etc.), dentre outras.
O advérbio é invariável, O advérbio não tem plural ou
porque não sofre flexão feminino, mas tem
(gênero, número, aumentativo
Critério morfológico
tempo, modo). Por
e diminutivo, que aparecem
outro lado, pode no registro coloquial:
receber elementos que agorinha,
indiquem grau
pertinho, lonjão...
(aumentativo,
diminutivo).
Comeu muito → advérbio de
intensidade ligado a verbo;
Critério sintático O advérbio se liga a Está muito bonita → advérbio
verbos, adjetivos e de intensidade ligado a
outros advérbios. adjetivo; Comeu muito
rapidamente → advérbio de
intensidade ligado a um
advérbio de modo.
Língua Portuguesa

As relações entre as classes de palavras

1. O substantivo e seus satélites

Exemplos:
1. Aqueles meus três amigos chegaram
2. Um livro do Zé ficou comigo
3. Esses oito apartamentos serão vendidos.
4. Alguns poucos meninos pobres viajaram.

2. O advérbio e seus núcleos

Exemplos
1. Zé estudou demais.
2. Zé fez um plano de estudos árduo demais.
Língua Portuguesa

3. Zé estudou arduamente demais.

b) demais advérbios

Exemplos:
1. Francisco acordou tarde. (advérbio de tempo)
2. João apareceu aqui. (advérbio de lugar)

Diferença entre locução adjetiva e locução adverbial


A locução adjetiva e a locução adverbial têm a mesma estrutura mínima: preposição +
substantivo.
Por isso, a única maneira de diferenciá-las é através do critério sintático.
Veja:
Ela fez cara de medo. (de medo é locução adjetiva, pois está ligada ao substantivo cara)
Ela morreu de medo. (de medo é locução adverbial, pois está ligada à forma verbal
morreu)

Vejamos agora as definições das classes gramaticais:

1. Substantivo

Substantivo é a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos,


lugares, qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza.

Exemplos de frases com substantivo:

A Ana é inteligente.

O Brasil é lindo.

A tua beleza me encanta.


Língua Portuguesa

Há vários tipos de substantivos: comum, próprio, concreto, abstrato, coletivo.

2. Verbo

Verbo é a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais como:
sairemos, corro, chovendo.

Exemplos de frases com verbo:

Sairemos esta noite?

Corro todos os dias.

Chovendo, eu não vou.

Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos e abundantes.

3. Adjetivo

Adjetivo é a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais como:
feliz, superinteressante, amável.

Exemplos de frases com adjetivo:

A criança ficou feliz.

O artigo ficou interessante.

Sempre foi amável comigo.

4. Pronome

Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação


das pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.

Exemplos de frases com pronome:

Eu aposto como ele vem.

Contigo vou até a Lua.

Aquele tipo não me sai da cabeça.

Há vários tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e


interrogativos.
Língua Portuguesa

5. Artigo

Artigo é a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.

Exemplos de frases com artigo:

Um menino saiu.

As meninas saíram.

Os artigos são classificados em: definidos e indefinidos.

6. Numeral

Numeral é a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um,
primeiro, dezenas.

Exemplos de frases com numeral:

Apenas um pastel, por favor!

Primeiro as damas.

Dezenas de pessoas estiveram presentes.

Os numerais são classificados em: cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários e coletivos.

7. Preposição

Preposição é a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para.

Exemplos de frases com preposição:

Entreguei a carta a ele.

As portas abrem após as 18h.

Isto é para você.

As preposições são classificadas em: preposições essenciais e preposições acidentais.

8. Conjunção

Conjunção é a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical,
tais como: mas, portanto, conforme.
Língua Portuguesa

Exemplos de frases com conjunção:

Vou, mas não volto.

Portanto, não sei o que fazer.

Dançar conforme a dança.

As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas,


conclusivas e explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais).

9. Interjeição

Interjeição é a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!, Viva! Psiu!.

Exemplos de frases com interjeição:

Olá! Sou a Maria.

Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.

10. Advérbio

Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo


circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: muito, sempre,
ali.

Exemplos de frases com advérbio:

O resultado foi muito bom.

Eu sempre te amei?

O restaurante é ali.

Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação e
dúvida.
Língua Portuguesa

O que é classe gramatical?

É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na língua portuguesa.
Elas podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da seguinte forma:

Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: substantivo, verbo,
adjetivo, pronome, artigo e numeral.

Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.


Língua Portuguesa

Transitividade Verbal

Transitividade Verbal e noções de análise sintática do período simples

Verbo transitivo

É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela,
revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se
aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:

S. Simples Predicado

As crianças precisam de carinho.

1 2

1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto)

O verbo transitivo pode ser:

a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem


preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Nós escutamos nossa música favorita.

b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente, com


preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Eu gosto de sorvete.
Língua Portuguesa

c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o


complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.

Por Exemplo:

Ela contou tudo ao namorado.

Verbo intransitivo

É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro
termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.

Por exemplo: O avião caiu.

O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode
acrescentar outras informações, como:

local: O avião caiu sobre as casas da periferia.

modo: O avião caiu lentamente.

tempo: O avião caiu no mês passado.

Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se
compreenda a informação básica.

Verbo de ligação

É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles
(sujeito e características) certos tipos de relações.

O verbo de ligação pode expressar:

a) estado permanente: ser, viver. Por Exemplo:

Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.
Língua Portuguesa

b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se. Por exemplo:

Mamãe está bem.


Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se. Por exemplo:

Júlia ficou brava.


Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer. Por exemplo:

Renato continua mal.


Renato permanece mal.

e) estado aparente: parecer. Por exemplo:

Marta parece melhor.

Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o
contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora
como de ligação. Veja:

1 - O jovem anda devagar. (anda = verbo intransitivo, expressa uma ação).

2 - O jovem anda preocupado. (anda= verbo de ligação, expressa um estado).

A análise dos termos da oração estabelece-se numa nítida hierarquia entre os termos,
classificados como: essenciais, integrantes e acessórios.

1.1. TERMOS ESSENCIAIS

Sujeito

Predicado

Predicativo (do sujeito ou do objeto)


Língua Portuguesa

1.2. TERMOS INTEGRANTES

Complementos verbais (objeto direto e indireto)

Complemento nominal

Agente da passiva

1.3. TERMOS ACESSÓRIOS

Adjunto Adnominal

Adjunto Adverbial

Aposto
Língua Portuguesa

Tipos de Predicado

PREDICADO: é o único termo indispensável da oração, já que, como vimos, o sujeito pode
sem indeterminado ou até mesmo não existir.

De acordo com a sua estrutura, o predicado pode ser:

Verbal

Nominal

Verbo-nominal

PREDICADO VERBAL

O núcleo é um verbo.

Obs.: o verbo nunca será de ligação.

Ex.:

Os empresários fizeram uma proposta aos trabalhadores.

As aves ciscavam o chão.

PREDICADO NOMINAL

O núcleo é um nome.

Obs.: o verbo será sempre de ligação.

Ex.:

As flores são lindas.

O réu permaneceu calado.

PREDICADO VERBO-NOMINAL

Há um núcleo verbal e outro nominal.

(Verbo transitivo+ Predicativo do sujeito)

Ex.:
Língua Portuguesa

Os alunos fizeram a prova. (P. verbal)

Os alunos estavam tranquilos.(P. nominal)

Os alunos fizeram a prova tranquilos.(PVN)

PREDICADO VERBO-NOMINAL

Há um núcleo verbal e outro nominal.

(Verbo transitivo+ Predicativo do objeto)

Ex.:

A despedida deixou a mãe aflita.

Pedro achou Bruna linda.


Língua Portuguesa | Sidney Martins

Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de sujeito

Prof. Sidney Martins

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Apresentação

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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Tipos de sujeito

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação ........................................................................................................................2
Tipos de sujeito......................................................................................................................3
I-Determinado .......................................................................................................................3
II- Indeterminado...................................................................................................................5

Os tipos de sujeitos é uma ótima base para o assunto de concordância verbal, pois
provavelmente você aprendeu que a concordância verbal é a relação entre o verbo e
o sujeito, pode cair na sua prova como um sujeito enorme, com várias palavras no
plural inclusive o verbo e uma frase que faça sentido. Você irá entender o que foi
transmitido e achara que está certo, pois está tudo no plural, porém o verbo não
concorda com o sujeito. O verbo concorda com o núcleo do sujeito, sendo o
substantivo sem preposição podendo ser plural, mas associou o núcleo e estiver no
singular, o verbo obrigatoriamente ficará no singular. Para dominar concordância
verbal, se deve dominar os tipos de sujeito a concordância verbal começa neste
material, pois dentro da matéria de concordância verbal, se teria o tipo de sujeito, a
concordância verbal, vozes verbais, transitividade verbal, funções do ser e entre
outros, pois tudo está interligado.

TIPOS DE SUJEITO
Existem 3 TIPOS DE SUJEITO, sendo o sujeito determinado, indeterminado e a oração
sem sujeito, existem as ramificações, mas compreendendo estas 3 ficara mais fácil de
compreender futuramente.

I-DETERMINADO
É aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal, divide-
se em:

a) Simples: Possui apenas um núcleo.

Ex: Um galo sozinho não tece uma manhã

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I-Determinado

Comentando o exemplo da letra a, para descobrir quem é o sujeito é preciso achar o


verbo e perguntar a ele quem é o sujeito, entretanto nesta frase há uma palavra
negativa acoplada ao verbo, quando isso ocorre a palavra negativa entra na pergunta
também.

Quem ou o que não tece um amanhã?

É “um galo sozinho”, é o sujeito já que o núcleo do sujeito é sempre um substantivo


sem preposição. A palavra “galo” é quem concorda com o verbo é o núcleo do sujeito,
como o núcleo está no singular o verbo fica no singular.

b) Composto: Possui dois ou mais núcleos.


Ex: Pedro e Bino consertaram o caminhão.

Comentando o exemplo da letra b, achando o verbo pergunte a ele quem é o sujeito,


entretanto o verbo se apresenta no plural, a sua pergunta não pode ser no plural
observando que não há como saber se tem um núcleo, dois ou se é singular ou plural,
pois é uma pegadinha.

A pergunta será no singular.

“Quem consertou o caminhão?”

resposta “Pedro e Bino”

“Quem é o núcleo?”

A resposta “Pedro e Bino”, sendo dois núcleos o verbo obrigatoriamente concorda


com os dois, por isso fica no plural sendo sujeito composto. Na frase “Os meninos
fizeram o trabalho” o sujeito é “os meninos”, o núcleo do sujeito é “meninos”, mas o
sujeito é simples, pois quando se fala em sujeito não se fala de singularidade do
agente e sim da singularidade da palavra e das multiplicidades, o sujeito simples tem
apenas um radical como núcleo, para ser sujeito composto se deve ter duas ou mais,
não importando se a palavra está no singular ou no plural, pois influencia na
classificação do sujeito.

c) Desinencial: Não aparece explicito na frase, mas é facilmente identificado pelo

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II- Indeterminado

contexto ou pela desinência verbal.


Ex: É nesta sala retirada e escura que vamos introduzir o leitor.

Quem introduz o leitor é “nós” conseguimos descobrir pela desinência número


pessoal de “vamos” observando que está diante de um sujeito de desinência número
pessoal, podendo ser chamado de desinência, elíptico ou sujeito oculto, sendo o que
aparece em grande parte das vezes. Não é visível, mas é possível identificar sendo um
sujeito determinado, mas se não está vendo e mesmo assim identifica significa que
estava oculto.

O sujeito determinado aparece explícito ou inexplícito visualizando ou não, é possível


identificar também existem as suas ramificações sendo simples, composto e
desinencial o qual é o sujeito oculto ou elíptico. Quando há uma frase que possui um
sujeito simples, e é dito ao aluno que ali possui apenas um núcleo é compreensível
que possui apenas um núcleo e o mesmo ocorre com o sujeito composto que possui
dois ou mais núcleos. Uma frase que não possui sujeito, pois não aparece explícito e
é identificado pela desinência verbal, entretanto é chamado de sujeito oculto para
compreensão.

II- INDETERMINADO
É aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela
terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de
indeterminar o sujeito de uma oração.

a) Com o verbo na terceira pessoa do plural.


Ex: Falaram mal do governo.

A gramática ensina que o sujeito indeterminado é aquele que não consegue ser
determinado, mas as vezes simplesmente não se quer. No sujeito indeterminado
alguém pratica uma ação, mas não se consegue ou não se quer identificar. Um
exemplo é a briga por exemplo de Maria e Julia duas amigas a qual um terceiro
indivíduo diz que Julia falou mal de Maria e a mesma quer tirar satisfação com Julia,
para se livrar da situação o indivíduo deve utilizar o verbo na terceira pessoa do plural

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II- Indeterminado

dizendo para Maria que alguém falou mal dela, mas que só escutou e não viu quem
foi. Se um dia Maria descobrir que foi a Julia, Julia não pode tirar satisfações com o
terceiro indivíduo, pois não falou o nome dela. Pode ter sido só a Julia e várias pessoas,
pois não foi determinado, quando se tem o verbo na terceira pessoa do plural sem o
referente por exemplo falaram, cantaram, disseram e entre outros se tem um sujeito
indeterminado.

Comentando o exemplo da letra “a” se sabe que alguém falou, mas não se sabe quem,
portanto é um sujeito indeterminado. Se estivesse escrito “eles falaram mal do
governo” teria um referente sendo “eles” uma palavra como núcleo é um sujeito
simples, entretanto sem o referente será um sujeito indeterminado. Um exemplo é a
frase:

“Os professores fizeram uma greve estadual. Durante a Assembleia, falaram mal do
Governo.”

Em destaque se tem o verbo, qual é o tipo de sujeito desta frase?

Provavelmente o indivíduo dirá que é um sujeito indeterminado e está na terceira


pessoa do plural sem um referente, mas para ser um sujeito indeterminado
obrigatoriamente não se pode identificar quem foi que executou aquela ação e é
identificado. Neste caso é chamado de sujeito oculto na frase “os professores falaram
mal do governo” é sujeito simples.

b) Com o verbo na terceira pessoa do singular acompanhado do pronome SE.


Ex: Precisa-se de empregadas.

Há um sujeito indeterminado, alguém precisa, mas quem não se sabe, entretanto


alguém escreve “vende-se casa” alguém vende, mas não se sabe quem está vendendo
se diz que é um sujeito indeterminado. É muito comum “vende-se casas” ser colocada
em provas, pois é visto no dia a dia. É colocado casa no plural para mostrar que ali

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II- Indeterminado

existe mais de uma casa para aguçar a curiosidade, mas de acordo com o padrão culto
da língua não dá.

Quando aparece o “verbo” + o pronome “se” pode ser um sujeito indeterminado, mas
você pode ter um sujeito determinado que vai ser um sujeito paciente. Podendo estar
diante de uma voz passiva sintética na qual é aquela na qual teoricamente o sujeito
está sofrendo ação. Há uma divisão primária da voz passiva sendo a voz passiva
sintética que é a menor composta de verbo+ pronome ser e a passiva analítica maior
composta de uma locução verbal.

A prova quer a transformação da estrutura pronominal na locução verbal, na frase


“Precisa-se de empregadas” é impossível, pois se muda o sentido da frase e o “de”
que é o núcleo do sujeito não pode estar preposicionado, entretanto na “Vende-se
casas” é possível, da para dizer que “casas são vendidas” há a locução verbal, sendo
uma voz passiva analítica. Casa vai funcionar como um sujeito paciente. Na frase
“vende-se casa” é uma voz passiva sintética, onde casa será o sujeito, mas quando
casa é colocada no plural o verbo deve concordar com o núcleo do sujeito, então seu
núcleo do sujeito está no plural o verbo tem que ficar no plural ficando certo “vendem-
se casas”

Quando se tem um verbo + pronome “se” deve-se olhar a classificação desse verbo,
se for um verbo transitivo direto ou transitivo direto indireto + o pronome, existira
uma “PA” é uma partícula apassivadora, pode ser chamada também de pronome
apassivador, ela indica a passividade de um sujeito sendo um sujeito paciente. Se for
o verbo transitivo indireto, o verbo intransitivo, o verbo de ligação e até mesmo o
verbo transitivo direto + o objeto direto preposicionado + o pronome “se”
possuindo o chamado PIS (chamado de Sis e Iis). Alguns gramáticos chamam de Pis,
pronome de indeterminação do sujeito ou de partícula de indeterminação do sujeito,
há autores que chamam de Sis, símbolo de indeterminação do sujeito e há autores
que chamam de Iis, índice de indeterminação do sujeito, sendo todos a mesma coisa.

Observe que isto mostra a questão da indeterminação do sujeito, o Pa serve para


mostrar a passividade do sujeito o Pis serve para mostrar que o sujeito é

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II- Indeterminado

indeterminado. Para identificar o Pa e o Pis é só olhar o verbo, na concordância verbal


se o sujeito é determinado o verbo deve concordar com ele. Então, se o núcleo está
no singular o verbo ficar no singular, se o núcleo está no plural o verbo fica no plural,
mas quando o sujeito é indeterminado o verbo não concorda com ninguém, ficando
na 3 ° pessoa do singular. O verbo na 3° pessoa do singular acompanhado do
pronome vai caracterizar um sujeito indeterminado, entretanto não é qualquer verbo
apenas os citados. Observando que se é um sujeito indeterminado, automaticamente
é singular.

“Precisa-se de empregadas”

Quem precisa, precisa de alguma coisa “precisa-se” é verbo transitivo indireto, verbo
transitivo indireto + pronome “se” é um Pis, uma partícula de indeterminação do
sujeito, verbo singular. “De empregadas’ é um objeto indireto.

“Vende-se casa”

Verbo transitivo direto + pronome “se” é um Pa uma partícula apassivadora, serve


para mostrar a passividade de um sujeito, um sujeito paciente. Em relação à
concordância quando no singular o sujeito o verbo fica singular.

Quando se tem o verbo transitivo indireto há um objeto indireto e no verbo transitivo


direto há um sujeito ao invés do objeto direto a justificativa é que o verbo transitivo
direto pede um objeto direto na voz ativa, na passiva pede sujeito.

Cara(o) aluna(o) na próxima aula iremos falar mais sobre sujeito indeterminado, bons
estudos.

Até mais!

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Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal

LÍNGUA PORTUGUESA
Sujeito Indeterminado e Sujeito Inexistente

Prof. Sidney Martins

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Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal

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Veja o exemplo abaixo:

Caros alunos e alunas, sejam muito bem-vindos a mais uma aula de língua portuguesa.
Na aula anterior falamos sobre como podemos facilitar o estudo sobre os tipos de
sujeito classificando-os em três categorias: sujeito determinado, sujeito
indeterminado e sujeito inexistente. Na primeira categoria (sujeito determinado)
enquadramos os tipos que podem ser identificados com precisão a partir da
concordância verbal. São eles: sujeito simples, sujeito composto e sujeito oculto.

Na segunda categoria (sujeito indeterminado) enquadramos as ocorrências em que o


sujeito, mesmo existindo, não pode ser determinado nem pela terminação do verbo
nem pelo contexto. Vimos que o sujeito indeterminado ocorre em três situações: com
o verbo na 3ª pessoa do plural; com o verbo na 3ª pessoa do singular + índice de
indeterminação do sujeito (pronome se) e; com o verbo infinitivo impessoal.
Falaremos sobre essa última situação na aula de hoje. Prepare seu material de estudo

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Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal

e vamos ao conteúdo.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal ...................................................... 3
Sujeito Inexistente ............................................................................................................ 5
Com o verbo HAVER no sentido de existir, ocorrer e acontecer ............................................................. 6
Com os verbos FAZER e ESTAR indicando tempo ou clima. .................................................................... 6
Com os verbos que exprimem FENÔMENOS DA NATUREZA (sentido real) ............................................. 7

SUJEITO INDETERMINADO COM VERBO INFINITIVO IMPESSOAL


Além dos casos em que ocorre com o verbo na 3ª pessoa do plural (sem que haja um
referente anterior) e na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome SE (índice
de indeterminação do sujeito), o sujeito também é indeterminado quando ocorre com
o verbo no infinitivo impessoal. Analise as sentenças:

Exemplo 1: Era penoso estudar todo aquele conteúdo.

Exemplo 2: É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Repare que existem dois verbos em cada um dos exemplos. Para cada verbo há um
tipo de sujeito diferente, pode ser um sujeito determinado, indeterminado ou
inexistente. Ao analisar a primeira frase percebemos que o sujeito do primeiro verbo
(verbo ser) é todo o restante da frase que vem depois dele.

V. S.
Era penoso [estudar todo aquele conteúdo.]
Oração principal Sujeito da oração principal

Experimente escrever a frase na ordem direta para visualizar melhor a função de


sujeito: “estudar todo aquele conteúdo era penoso”.

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Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal

No exemplo, a segunda parte da frase atua como sujeito da oração principal. Ela pode
ser classificada como uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo. Parece difícil, não é mesmo? Então, vamos por parte:

é oração porque tem um verbo;


é subordinada porque depende da oração principal para poder fazer sentido;
é substantiva porque está na posição de um substantivo;
é subjetiva porque exerce a função de sujeito;
é reduzida ao infinitivo porque não foi conjugada.

Uma oração pode ser reduzida em uma das três formas nominais do verbo: no gerúndio,
no particípio ou no infinitivo. Para ser reduzida no gerúndio precisa de um verbo no
gerúndio, com terminação em ndo; para ser reduzida no particípio precisa de um verbo
no particípio, com terminação ado e ido, e para ser reduzida no infinitivo precisa de um
verbo no infinitivo.

Já identificamos quem é o sujeito do verbo ser, agora precisamos identificar quem é


o sujeito do verbo estudar. Para isso eu lhe pergunto: quem é que pode estudar todo
aquele conteúdo? A resposta é: qualquer pessoa. Qualquer pessoa pode estudar todo
aquele conteúdo. Ora, se é assim, podemos afirmar que o sujeito desse verbo no
infinitivo é um sujeito indeterminado.

Quando um verbo no infinitivo encabeça um sujeito oracional, o sujeito desse


verbo é indeterminado.

A análise do segundo exemplo segue o mesmo raciocínio. Observe:

V. S.
É triste [assistir a essas cenas tão trágicas.]
Oração principal Sujeito da oração principal

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Sujeito Inexistente

O sujeito do verbo ser é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de


infinitivo, e o sujeito do verbo assistir é indeterminado, porque qualquer um pode
assistir às cenas tão trágicas.

A lógica que seguimos para analisar esses exemplos pode servir também para descontruir
a ideia de que o pronome oblíquo mim não pode preceder um verbo. De fato, esse
pronome não pode ser um núcleo de um sujeito, portanto, ele não “faz nada”, como
costumamos dizer. Uma construção tal como “esse trabalho é para mim fazer” é
equivocada, pois o núcleo do sujeito deveria ser o pronome pessoal do caso reto eu (esse
trabalho é para eu fazer). Agora, preste atenção no seguinte exemplo: “seria muito difícil
para mim fazer faculdade de medicina”. O pronome oblíquo precede o verbo e a frase está
correta. Isso porque se trata de uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo. A expressão “para mim” é apenas um complemento nominal ligado ao adjetivo
difícil. Por esse mesmo motivo não está entre vírgulas, pois da mesma forma que não
separamos o nome do seu adjunto adnominal, não separamos o nome do seu
complemento nominal.

Verbo C. nominal O. S.S.S. reduzida de infinitivo


Seria muito difícil para mim [fazer faculdade de medicina]
Oração principal Sujeito da oração principal

O sujeito do verbo fazer é indeterminado

SUJEITO INEXISTENTE
A oração sem sujeito é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um
verbo impessoal. Esse tipo de oração não tem sujeito atribuído a nenhum ser. Sua
mensagem constitui a enunciação pura e absoluta de um fato, por meio do predicado.
Uma oração sem sujeito também pode ser chamada de sujeito inexistente ou sujeito
zero.

Você sabe o que é um verbo impessoal? O prefixo “im” de impessoal denota


negação, portanto um verbo impessoal é aquele que não possui sujeito.

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Sujeito Inexistente

A seguir vamos estudar quatro situações em que ocorre uma oração sem sujeito.

Com o verbo HAVER no sentido de existir, ocorrer e acontecer


O verbo haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer é impessoal e
obrigatoriamente fica no singular.

O certo Havia crianças na rua.


X errado Haviam crianças na rua.

Preste bastante atenção na hora da prova, pois o avaliador pode se utilizar de algumas
artimanhas para derrubar o candidato. Uma delas é destacar o termo “crianças” e
perguntar sobre a função sintática que exerce, enfatizando a função de sujeito.
Lembre-se: identificamos o sujeito de uma oração analisando o verbo e não o
substantivo. O verbo haver no sentido de existir caracteriza uma oração sem sujeito.
Assim, na oração “havia crianças na rua” não existe um sujeito, mas sim um predicado.

VTD OD A. Adv. de lugar


Havia [crianças] [na rua]

É possível, no entanto, trocar o verbo haver pelo verbo existir. Mas, os verbos existir,
ocorrer e acontecer são verbos pessoais, ou seja, eles têm uma pessoa, então
necessariamente concordar com essa pessoa. Na frase “existiam crianças na rua”,
temos um verbo intransitivo, seguido de sujeito e de adjunto adverbial de lugar.

VI Sujeito A. Adv. de lugar


Existiam [crianças] [na rua]

Com os verbos FAZER e ESTAR indicando tempo ou clima.


O verbo fazer quando indica tempo ou clima também é classificado como um verbo
de sujeito inexistente. Ele obrigatoriamente permanece no singular.

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Sujeito Inexistente

VTD OD A. Adv. de lugar


Faz [verão] [no nordeste]

O certo Faz verões rigorosos no Nordeste.


X errado Fazem verões rigorosos no Nordeste.

Com os verbos que exprimem FENÔMENOS DA NATUREZA (sentido real)


Verbos que exprimem fenômenos da natureza, tais como ventar, lampejar e chover,
utilizados em sentido real, são verbos sem sujeito.

Existem palavras expressas no sentido real, literal ou denotativo em oposição


a palavras expressas no sentido figurado, literário ou conotativo. As palavras
utilizadas no sentido real exprimem seu sentido original.

Por exemplo, se eu digo “ontem comprei meio metro de pedra para construir um muro
em minha residência”, a palavra pedra está sendo empregada no sentido original (um
mineral natural tangível). Agora, se eu digo “a Catarina é uma pedra em meu sapato”,
a palavra pedra está sendo empregada fora do sentido original, para ilustrar que
Catarina é um estorvo, um problema na minha vida.

Outro exemplo, agora com um verbo que exprime um fenômeno da natureza. Se eu


digo “minha sogra trovejou de raiva”, não estou empregando a palavra trovejou no
sentido original, porque ela não está relacionada ao clima ou ao tempo. Emprego-a
no sentido figurado para dizer que minha sogra está muito raivosa. Diante de uma
construção como essa, temos a presença de um sujeito simples (minha sogra). Agora,
se eu digo “choveu muito ontem”, estou me referindo ao sentido real da palavra, ao
fenômeno da natureza. Nesse sentido estamos diante de uma oração sem sujeito. No
entanto, ela não terá a mesma caracterização que tem as orações com os verbos
“fazer” e “haver”, que funcionam como VTD quando compõem uma oração sem
sujeito. O verbo “chover” é suficiente por si só, e exprime sem a necessidade de um
complemento a ação que manifesta. É um verbo de sentido completo, portanto é
intransitivo.

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Sujeito Inexistente

VI A. Adv. intensidade A. Adv. tempo


Choveu [muito] [ontem]

O próximo exemplo “choveram exercícios na aula” está no sentido figurado. Temos


aqui uma oração com sujeito determinado e o verbo obrigatoriamente concordará
com esse sujeito:

VI Sujeito A. Adv. tempo


Choveram [exercícios] [na aula]

Para finalizar, mais um exemplo. A frase “choveu granizo no Sul” é aplicada no sentido
figurado (por mais estranho que pareça). Deixe-me explicar melhor: granizo é um
fenômeno da natureza, e por isso está sendo empregado neste exemplo no seu
sentido original. Contudo, o termo “chover” está sendo empregado em sentido
figurativo. Ora, o fenômeno chover no sentido original refere-se especificamente à
ação de cair água do céu. Não chove granizo, apenas chuva.

Assim, para não dizermos “caiu pedra de gelo no Sul” usamos a expressão figurada
“choveu”, de modo que esse exemplo em específico não é considerado uma oração
sem sujeito. Por esse motivo, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.

VI Sujeito A. Adv. lugar


Choveu(ram) [granizo(s)] [no Sul]

A título de curiosidade, nesse exemplo usamos a figura de linguagem chamada de


CATACRESE, que significa “uso excessivo” ou “abuso”. Refere-se a uma figura de
linguagem que se torna desgastada pelo uso. Alguns exemplos mais comuns de
catacrese são: dente do alho, braço da cadeira, pé da mesa, asa da xícara, bico do bule,
entre outras.

Para além de ser uma expressão desgastada pelo uso, a catacrese remete também à
possibilidade que os falantes da língua têm de inserir um termo específico em uma
sentença. Ora, a língua portuguesa possui deficiências, mas é muito completa e por

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Sujeito Inexistente

conseguinte, muito complexa. Por meio da catacrese podemos otimizá-la. Existem


catacreses muito úteis como no exemplo “choveu granizo no Sul”, que substitui a frase
“choveu pedra de gelo no Sul”, mas existem também algumas muito interessantes,
como no caso das expressões “embarque” e “desembarque”.

A palavra embarque na frase “está tudo pronto para o embarque dos passageiros na
nave” é uma catacrese, pois originalmente foi criada para se referir aos barcos, nosso
primeiro meio de transporte coletivo. Hoje, esse termo é usado para se referir a
qualquer meio de transporte, simplesmente porque não há outro termo que o
substitua. A língua e suas peculiaridades....

Dito isso, vamos finalizando o conteúdo desta aula. Não esqueça das catacreses e da
complexidade divertida da língua portuguesa, mas mantenha seu foco no sujeito
indeterminado e nas orações sem sujeito, pois estas sim são cobradas com muita
frequência nas provas.

Abraço, e até a próxima.

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Sujeito

Prof. Sidney Martins

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Apresentação

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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Tipos de Sujeito

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação ........................................................................................................................2
Tipos de Sujeito .....................................................................................................................3
Orações sem sujeito .................................................................................................................................. 3
Exercícios ...............................................................................................................................4
Questão 01................................................................................................................................................ 4
Questão 02................................................................................................................................................ 7
Questão 03................................................................................................................................................ 9
Questão 04................................................................................................................................................ 9
Questão 05.............................................................................................................................................. 10

TIPOS DE SUJEITO
Orações sem sujeito
Na oração abaixo, se tem o verbo SER indicando tempo.

❖ São duas horas.

Observa-se que essa e uma oração sem sujeito. Se for destacada a parte “São duas
horas”, qual é a função sintática? A partir disso, existem 4 respostas inteligentes:

a) Sujeito: Valmir Macedo, o maior semanticista brasileiro que tem a melhor


gramática semântica, disse que “duas horas” nesse caso é um sujeito. Porém, agora
não se estuda a gramática semântica, estuda-se a gramática tradicional, que diz que
o verbo SER indicando tempo caracteriza uma oração sem sujeito.

b) Objeto Direto: A partir de um processo de observação, percebe-se que isso


acontece no verbo “haver” e no verbo “fazer”, porque de fato acontece com eles, mas
se deve ter cuidado porque não acontece sempre, por exemplo, não acontece com o
verbo “chover”, ainda, objeto não concorda com verbo, porque a justificativa do Valmir
Macedo, por exemplo, é que para que seja sujeito, é que ele percebeu que o termo
concorda com o verbo, mas gramática tradicional disse que ali é uma oração sem
sujeito, e por objeto direto não concordar com verbo, ele somente completa o verbo.

c) Adjunto Adverbial de tempo: Notória tem um valor temporal, mas não é um


adjunto adverbial de tempo, é um predicativo do sujeito.

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Exercícios

d) Predicativo do Sujeito: De acordo com a gramática tradicional é um predicativo


do sujeito porque neste momento não tem um sujeito. Quando se estuda
transitividade verbal, estuda-se que:

- Verbo transitivo direto pede um objeto direto e, se houver preposição é objeto


direto preposicionado.

- Verbo transitivo indireto pede objeto indireto.

- Verbo transitivo direto e indireto, pede os dois, um objeto direto e um objeto


indireto.

- Verbo intransitivo: Na maioria dos casos não vai pedir nada, ele tem sentido
completo, mas haverá situações em que ele vai exigir: quando indicar localidade,
não importando se está sendo exigido ou não. Qualquer elemento atrelado ao
verbo intransitivo é um adjunto adverbial.

- Verbo de ligação: Se tem um predicativo do sujeito.

Portanto neste momento, o verbo “Ser” se “São duas horas”, é um verbo de ligação e
“duas horas” é um predicativo do sujeito. Outra justificativa para isso, por exemplo, é
que, além do sujeito, o predicativo do sujeito também pode concordar com o verbo.

Um gramatico chamado José Carlos Azevedo fala muito sobre isso, inclusive ele coloca
predicativo do sujeito como se fosse um termo essencial da oração, tanto é que, esse
gramatico coloca “sujeito – predicativo do sujeito – predicado, exatamente por esse
fator de concordância com o verbo. Na frase “tudo são flores”, “tudo” é o sujeito” e
“flores” concorda com o verbo, ou seja, o verbo concorda com o predicativo do sujeito.

EXERCÍCIOS
Questão 01
Numere as colunas sendo:

A. Sujeito simples;
B. Sujeito composto;
C. Sujeito indeterminado;
D. Oração sem sujeito.

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Exercícios

❖ “Sob pressão da opinião pública, a Câmara aprovou ontem, em ritmo acelerado,


o fim dos salários extras.”

Existe apenas um verbo: aprovou e o sujeito desse verbo é “a Câmara”, logo, o núcleo
é “a Câmara”. Por ter só uma palavra como núcleo, existe aqui um sujeito simples.
Gabarito: A.

❖ “Recebiam R$ 25 mil.”

O verbo na terceira pessoa do plural, sendo referente, é um sujeito indeterminado.


Gabarito: C.

❖ “Está-se sujeito a incertezas, após as eleições.”

Quando se tem um verbo mais o pronome ser eu olha a classificação do verbo, o


verbo aqui é um verbo de ligação. Quando se tem um verbo de ligação + pronome
“se”, se classifica como PIS (Partícula de indeterminação do sujeito), logo o sujeito é
indeterminado. Gabarito C.

❖ “A Dilma é a primeira presidente do Brasil.”

“A Dilma” é o sujeito e o núcleo é “Dilma”, logo, é um sujeito simples. Gabarito A.

❖ Choveu muito.

Verbo que expressa fenômeno da natureza no sentido real, então oração sem sujeito.
Gabarito D.

❖ Choveu muito dinheiro.

O sentido é figurado, então não é uma oração sem sujeito, “muito dinheiro” é o sujeito,
o núcleo é “dinheiro” pois é o substantivo sem preposição, este item é um sujeito
simples. Neste momento, a palavra “muito” está relacionado à palavra
“dinheiro”, portanto, ele é um pronome indefinido. Gabarito: A.

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Exercícios

❖ Havia muita gente na rua.

Verbo “haver” no sentido de existir, caracteriza oração sem sujeito. Gabarito: D.

❖ Existia muita responsabilidade.

O verbo “existir” é um verbo pessoal, então o tem sujeito é “muita responsabilidade”.


Neste momento, o núcleo vai ser “responsabilidade”, sendo um sujeito simples.
Gabarito: A.

❖ Choram de susto os meninos.

O núcleo é os meninos, sujeito simples. Gabarito: A.

❖ Fazia grande calor.

O verbo “fazer” está indicando clima e, caracteriza oração sem sujeito. Gabarito: D.

❖ Na minha rua estão cortando árvores.

Se tem um verbo na terceira pessoa do plural, sem o referente então, sujeito


indeterminado. Gabarito: C.

❖ “Bronzeado e de alto astral, Jesus brilhou na semana de moda carioca.”

Quem brilhou foi Jesus, então sujeito simples. Gabarito: A.

❖ “Miguel Falabella e Marília Pêra se encontram em Ipanema.” (Jornal EXTRA)

Neste momento, tem o chamado sujeito composto. Gabarito: B.

❖ “Divertiram-se muito, no último dia 28, na Grande Rio, Gilberto Gil e Suzana
Vieira.”

“Gilberto Gil e Suzana Vieira”, sujeito composto. Gabarito: B.

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Exercícios

❖ Corre, Joana!

A função sintática de Joana é um vocativo. Essa questão, foi feita em cima da NGB
(Nomenclatura Gramatical Brasileira) e para a NGB não tem o sujeito oculto. Quando
ele fala do sujeito determinado, refere-se somente do sujeito simples e composto. Na
prova do concurso público, muito provavelmente, isso seria chamado de sujeito
oculto. “Corre”, é um verbo imperativo, tanto que poderia estar só o verbo. Gabarito:
A.

Se estivesse na prova: “Pedro e Bino, dancem com elas.”, neste momento, “Pedro e
bino” funcionam como vocativo, já que é como se dissesse “ei vocês, dancem com
elas.”, tendo, portanto, um sujeito oculto.

Questão 02
Marque com um “X” as orações sem sujeito, dentro as seguintes frases:

a) ( ) Choveram palavrões sobre o juiz, quando o gol foi anulado.

Comentários: Nesse momento, o verbo chover foi empregado no sentido


conotativo, no sentido figurado, então, “palavrões” é o sujeito, sendo este,
portanto, um sujeito simples.

b) ( ) Vive-se bem com Deus.

Comentários: O verbo “viver” é o verbo intransitivo, verbo intransitivo +


pronome “se” é um PIS (partícula de indeterminação do sujeito), logo, o sujeito
aqui é indeterminado.

c) ( ) Bocas iradas trovejaram impropérios naquela reunião.

Comentários: Neste momento, o verbo “trovejar” expressa fenômeno da


natureza, mas foi empregado no sentido figurado, de forma que “bocas iradas”
é o sujeito e “bocas” é o núcleo. Esta alternativa é um sujeito simples.

d) (X) É meio-dia e meia.

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Exercícios

Comentários: O verbo “ser” está indicando tempo, caracterizando oração sem


sujeito.

e) ( ) Fazem dois anos hoje os gêmeos.

Comentários: Nessa frase, quando existe um único verbo e se tem o referente


desse verbo, é porque tem um sujeito determinado: “os gêmeos”, como os
gêmeos fazem dois anos, neste momento se tem um sujeito simples.

f) (X) Pode haver motivos melhores?

Comentários: Aqui se tem uma locução verbal, mas o verbo principal é o verbo
“haver” que foi empregado no sentido de existir, portanto, ele é um verbo
impessoal, logo, ele caracteriza uma oração sem sujeito, tanto que “motivos
melhores” funcionaria como objeto direto.

g) ( ) Sim, podem existir melhores motivos.

Comentários: Se tem aqui uma locução verbal, “podem existir”, mas o verbo
principal é “existir” e, o verbo “existir” é um verbo pessoal, dessa forma, o sujeito
é “melhores motivos”, tendo como núcleo “motivos”, tanto que o verbo auxiliar
está concordando com esse núcleo do sujeito, mas como é só um núcleo, o
sujeito é simples.

h) (X) Faz anos que não vejo Maria.

Comentários: Aqui são dois verbos, sendo que o sujeito do verbo “ver” é eu,
portanto, se tem o chamado sujeito oculto. “Faz anos” neste momento, o verbo
fazer está indicando apenas tempo, não tem um referente para ele, portanto
aqui, caracteriza uma oração sem sujeito.

Existem três formas de indeterminar o sujeito: verbo na terceira pessoa do plural sem
referente, verbo na terceira pessoa do singular seguido do pronome “se” (verbos
transitivos indiretos, verbos intransitivos, de ligação e até um verbo transitivo direto

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Exercícios

com o objeto direto preposicionado).

Questão 03
Identifique a opção em que ocorre a indeterminação do sujeito:

a) Dizíamos coisas terríveis a seu respeito.


b) Alguém disse coisas terríveis a seu respeito.
c) Ninguém disse coisas terríveis a seu respeito.
d) Disseram coisas terríveis a seu respeito.
e) Quem disse coisas terríveis a seu respeito?

Comentários: Alternativa A) Quem dizia é “nós”, então o sujeito é oculto.

Alternativa B) Quem disse foi alguém, portanto, sujeito simples.

Alternativa C) Quem disse foi ninguém, portanto, sujeito simples.

Alternativa D) Alguém disse, porém não se sabe quem foi, então o verbo na
terceira pessoa do plural, sendo referente caracteriza sujeito indeterminado.

Alternativa E) Quem foi que disse foi “quem”. O verbo no singular sozinho não
pode caracterizar um sujeito indeterminado, dessa forma, “quem” é o sujeito do
verbo “dizer”, portanto é um sujeito simples.

Gabarito: D.

Questão 04
Na oração “Pelas esquinas, havia vendedores, prostitutas e mendigos...”, o sujeito deve
ser classificado como:

a) Simples
b) Composto
c) Indeterminado
d) Inexistente
e) Oculto ou desinencial

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Exercícios

Comentários: O verbo nessa frase é “haver”, no sentido de


existir/ocorrer/acontecer caracteriza oração sem sujeito, ou seja, o famoso sujeito
inexistente. “Pelas esquinas” funciona como adjunto adverbial de lugar, o verbo
“haver” funciona como verbo transitivo direto e, “vendedores, prostituas e
mendigos...” funciona como objeto direto, sendo um objeto direto com três
núcleos.

Gabarito: D.

Questão 05
Apenas uma das orações abaixo se apresenta sem sujeito. Identifique-a:

a) As pessoas haviam abandonado o cão na rua.


b) Os alunos se houveram bem na prova.
c) Haviam ocorrido alguns avanços.
d) Havia certo rancor em sua voz.
e) Os réus haviam sido libertados.

Comentários: Observe que tem o verbo “haver” em todas as construções e, o


verbo “haver” caracterizando uma oração sem sujeito, obrigatoriamente vai ficar
no singular.

Alternativa B) Aqui, o verbo “haver” foi utilizado no sentido de se dar bem, tendo
como sujeito “os alunos” e o núcleo “alunos”, tanto é que é um sujeito simples.

Nas demais alternativas, exceto a letra D e B, o verbo “haver” está no plural porque
ele funcionou como verba auxiliar na locução verbal. O verbo “haver’ caracteriza
oração sem sujeito quando ele sozinho está no sentido de existir, ocorrer e
acontecer, ou quando na locução verbal, é o verbo principal.

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Exercícios

Na verdade, para fazer a prova do concurso tem que estar com muita vontade; se for
feito “meia boca” não funciona. Então você só erra por não arremessar, e se mesmo
assim não der certo, você fica mais forte para tentar mais uma vez.

Beijão, tchau gente.

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Classes Gramaticais

LÍNGUA PORTUGUESA
Uso Das Concordâncias

Prof. Sidney Martins

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Classes Gramaticais

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de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Classes Gramaticais .......................................................................................................... 3
Concordância Nominal ...................................................................................................... 4
Uso das Concordâncias ..................................................................................................... 5
Plural do Adjetivo ............................................................................................................. 6

Olá meu caro, minha cara!! Vamos iniciar nosso módulo sobre concordância
nominal, ou seja, sobre a relação entre o nome e os seus determinantes. Na língua
portuguesa o nome é classificado como um substantivo. Antes de darmos início a esse
conteúdo vamos recordar alguns aspectos relativos às classes gramaticais.

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Classes Gramaticais

CLASSES GRAMATICAIS
Existem seis classes variáveis e uma isolada, que é o verbo, a classe mais variável de
todas, e, consequentemente, a mais difícil, que exige, portanto, uma atenção especial
e um módulo voltado unicamente para seu estudo. As demais classes trabalham em
um processo conjunto, no qual uma manda e as outras apenas obedecem. Vamos
recordar quais são:

Adjetivo Numeral

SUBSTANTIVO
Artigo Pronome

A classe responsável pelo nome é o substantivo. Este, além de ser responsável por
nomear as coisas, tem uma outra importantíssima função: ele é sempre um termo
determinado, o que significa dizer que sempre será núcleo de qualquer estrutura
nominal, um termo nuclear. Ele é o núcleo do sujeito, do objeto direto no plural, do
objeto indireto, do complemento nominal, e por vai. Pois bem, por ser o núcleo, ele
manda nas demais classes, que seu os determinantes que o circundam: adjetivo,
artigo, numeral e pronome.

A regra básica em relação à concordância nominal é que o substantivo manda e o


resto obedece, assim, se ele está no singular, o resto vai para o singular, se está no
plural, o resto vai para o plural, se está no feminino, o resto vai para o feminino, e
assim por diante.

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Concordância Nominal

CONCORDÂNCIA NOMINAL
Quando falamos em concordância nominal pensamos basicamente em substantivo e
adjetivo em virtude de existir substantivo composto e adjetivos composto, o que não
ocorre nas outras classes gramaticais. Desse modo, quando estudamos os casos
peculiares da concordância nominal, via de regra, focamos nos substantivo e adjetivo,
porque essa relação é a predominante. No entanto, é importante lembrarmos que
todos os outros casos também fazem parte da concordância nominal, o que confere
ainda mais força ao valor adjetivo nesse aspecto. Em outras palavras, cada termo que
a acompanha um substantivo possui valor adjetivo.

A relação entre todas essas seis classes gramaticais constitui a concordância nominal.
À título de exemplificação, na frase “meu aluno chegou”, o pronome “meu” está
concordando com o substantivo no masculino singular. “Meu” é um pronome
possessivo, mas, como ele está acompanhando o substantivo “aluno”, ele é um
pronome adjetivo (com valor adjetivo). Ainda, na frase “O aluno bonito chegou”, “o”
é um artigo e “bonito” é um adjetivo. Por estarem acompanhando o substantivo
“aluno”, que se encontra no masculino singular, ambos têm valor adjetivo.

Dito isso, vamos aproveitar para estudar um pouco mais sobre como funcionam essas
concordâncias. Assim como na concordância verbal, existe na concordância nominal
a concordância atrativa e a gramatical, que são usadas com os substantivos
compostos. Quando trabalhamos com um substantivo sozinho, com um substantivo
que não tem essa composição, o processo de concordância é natural, portanto, é a
que chamamos de concordância gramatical.

A partir do momento em que temos dois substantivos e acrescentamos um adjetivo,


teremos a concordância atrativa e agramatical. Nesse caso, na concordância atrativa,
o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo. Na concordância gramatical,
por esta ser baseada na soma, o adjetivo vai para o plural do gênero dominante, que
é, na língua portuguesa, o elemento masculino. Ou seja, havendo um elemento
masculino, um sequer entre muitos femininos, a concordância será feita de acordo
com esse elemento.

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Uso das Concordâncias

ATRATIVO = o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.


GRAMATICAL = o adjetivo vai para o plural do gênero dominante

USO DAS CONCORDÂNCIAS


Neste tópico abordaremos como são aplicadas a concordância gramatical e a atrativa.
Observe os exemplos:

Carro e moto nova/ novos.

Revista e apostila boa/boas.

Filme e novela longa/longos.

De modo a proceder com uma análise completa da concordância, perceba que nesses
exemplos colocamos os adjetivos depois do substantivo, como um processo natural
da linguagem. Quando isso ocorre temos duas possibilidades de concordância, a
atrativa e a gramatical.

No primeiro exemplo, “carro e moto nova”, o adjetivo “nova” faz concordância atrativa,
pois está concordando com o substantivo mais próximo, que está no feminino
singular. Agora, é igualmente possível que a frase seja escrita “carro e moto novos”,
nesse caso, estaríamos trabalhando com a concordância gramatical, portanto,
concordando com os dois substantivos, pluralizado no gênero dominante, que é,
notoriamente, o masculino (o carro). Esses é um processo de concordância
facultativa, logo, NÃO incorre em prejuízo gramatical ou alteração de sentido. E
ambas estão de acordo com a norma padrão culto da língua.

No segundo exemplo, também podemos proceder com a concordância atrativa


“revista e apostila boa”, em que o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
“apostila”; bem como com a concordância gramatical “revista e apostila boas”, em que
o adjetivo “boas” concorda com ambos os termos que estão no feminino.

No terceiro exemplo, a concordância atrativa é “filme e novela longa”, na qual o


adjetivo “longa” concorda com o substantivo mais próximo “novela”, que está no

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Plural do Adjetivo

feminino singular, e, a concordância gramatical é “filme e novela longos”, em que o


adjetivo “longos” concorda com ambos (plural) e com o gênero predominante
(masculino).

Na sequência, vamos trabalhar com um exemplo em que o adjetivo é posto antes do


substantivo. Quando o adjetivo vai antes do substantivo composto, somente é
permitida a concordância atrativa, que consiste em concordar o adjetivo com o
substantivo mais próximo independentemente da forma como ele venha se
apresentar
SaboresA torta e bolo.

Continuando nesse raciocínio, atente para o seguinte exemplo e recorra à lógica para
preencher as lacunas:

Olhando a janela, eu vi um carneiro e um roseiral florid__ e também o sol e


o mar az___.

Se durante a prova o candidato estiver muito afobado, ele pode querer preencher as
lacunas nesse exemplo partindo da concordância gramatical, tendo em vista que são
dois substantivos que precedem o adjetivo. Mas, pela lógica, sabemos não existir tal
coisa como um carneiro florido. Certo?! Só é possível que o roseiral seja florido,
portanto, o adjetivo deverá concordar apenas com o substantivo “roseiral”.

Em seguida, o adjetivo “azul”, de igual forma, concordará apenas com o substantivo


mais próximo, considerando que, pelo conhecimento de mundo, pela lógica coletiva,
o sol é amarelo, e não azul, portanto não há como dizer “sol e mar azuis”. A forma
correta da frase seria então: Olhando a janela, eu vi um carneiro e um roseiral florido
e também o sol e o mar azul. Belezinha?! Vamos partir para o próximo tópico.

PLURAL DO ADJETIVO
Existe o plural do adjetivo simples e o plural do adjetivo composto. Na maioria dos
casos o adjetivo simples deve, sim, concordar com o substantivo e pronto, mas, existe

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Plural do Adjetivo

uma situação em que um substantivo assume função de adjetivo, e por isso é


invariável. O que acontece é que alguns elementos surgem na língua portuguesa
primeiro com o substantivo, mas, como a língua evolui, eles passam a ter uma
necessidade de trabalhar como adjetivos. Como esses elementos existiram primeiro
como substantivos, para então passar a serem utilizados como adjetivos, na estrutura
da concordância permanecerão invariáveis.

Ilustro com um exemplo. Na frase “camisa verde”. A palavra verde é um adjetivo, ela
denota uma cor e tão somente uma cor, certo? Portanto, é uma expressão que varia,
logo, no plural fica “camisas verdes”. Agora, a palavra vinho além de ser uma cor, é
também uma bebida, portanto, é um substantivo que exerce função de adjetivo, ou
seja, a famosa “cor que não é cor”, porque não surgiu como uma cor primária, assim,
a frase “camisa vinho” no plural é “camisas vinho”. O mesmo para a palavra laranja,
que também é um substantivo (laranja fruta) com função de adjetivo (laranja cor), no
plural ela permanece no singular, como em “camisas laranja”.

Joia?! Esta aula termina por aqui. Trabalhamos um conteúdo muito importante e
interessante. Aposto que com essa explicação sobre os substantivos com função de
adjetivo muita coisa se esclareceu na sua cabeça. Sinta-se bem por isso e motivado a
estudar ainda mais.

Um grande abraço e até a próxima

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Plural do Adjetivo

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Adjetivo composto

LÍNGUA PORTUGUESA
Plural dos Adjetivos

Videoaula: Sidney Martins

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Adjetivo composto

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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, caros alunos. Na aula de hoje vamos estudar o plural dos adjetivos
compostos, da regra e exceção e sobre os casos especiais concordância nominal.
Pegue o seu material de estudos e vamos direto ao conteúdo.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Adjetivo composto ............................................................................................................ 3
Casos especiais de Variação .............................................................................................. 4
Bastante .............................................................................................................................................. 4
Meio.................................................................................................................................................... 5
Menos, Pseudo, Alerta, Salvo ............................................................................................................... 6
É bom, É necessário, É proibido, É gostoso ............................................................................................ 6

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Adjetivo composto

Possível ............................................................................................................................................... 7
Tal qual................................................................................................................................................ 8
Haja vista............................................................................................................................................. 8
Anexo .................................................................................................................................................. 8
Mesmo ................................................................................................................................................ 9
Exercícios .......................................................................................................................... 9

ADJETIVO COMPOSTO
O adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Há duas formas
de se pluralizar um adjetivo composto: ou não se pluraliza nenhum dos elementos ou
se pluraliza apenas o último.

O adjetivo composto não varia quando o último elemento funciona de forma isolada
como um substantivo, ou seja, quando não é capaz de indicar a característica de outro
substantivo. Por exemplo:

▪ cabelo vermelho-fogo → cabelos vermelho-fogo


(a palavra fogo de forma isolada funciona como um substantivo)

▪ camisa verde-mar → camisas verde-mar


(a palavra mar de forma isolada funciona como substantivo)

Em contrapartida, quando o último elemento do adjetivo composto funcionar de


forma isolada como um adjetivo, ou seja, como um elemento capaz de indicar a
característica de um substantivo, ele será pluralizado. Observe:

▪ quarto verde-escuro → quartos verde-escuros

▪ olho azul-claro → olhos azul-claros

Existe uma exceção para essa regra. Para a expressão surdo-mudo os dois elementos
variam no plural:

▪ menino surdo-mudo → meninos surdos-mudos

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Casos especiais de Variação

Isso acontece porque compreendemos hoje que nem todo surdo é mudo e nem todo
mudo é surdo. Na expressão surdo-mudo temos a junção de duas características,
portanto a gramática permite a concordância dos dois elementos.

Cientes da regra e exceção para a pluralização de adjetivos compostos, vamos dar


continuidade ao material falando sobre alguns casos especiais de concordância
nominal

CASOS ESPECIAIS DE VARIAÇÃO


Existem alguns casos especiais de concordância para determinadas palavras. Neste
capítulo vamos abordar aquelas mais cobradas nos concursos.

Bastante
A palavra bastante se assemelha à palavra muito. Ambas podem funcionar como
advérbios, permanecendo obrigatoriamente no singular. Além disso, podem funcionar
também como pronomes indefinidos, nesse caso são variáveis.

Quando os termos muito e bastante exercem função de adverbio, obrigatoriamente


ficam no singular. Quando funcionam como pronome indefinido, concordam com o
nome, de modo que, estando o substantivo no singular, o pronome também ficará no
singular, estando ele no plural, o pronome ficará no plural.

Existe um macete que pode ajudar a identificar se a expressão deve variar ou não.
Embora seja mais aconselhável analisar a palavra com base na relação morfológica
(pronome ou advérbio), esse macete também pode ser utilizado:

Se em uma frase você conseguir substituir os termos muito ou bastante pela palavra

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Casos especiais de Variação

trezentos, então elas variam (são pronomes), do contrário, são invariáveis


(advérbios). Observe o exemplo:

▪ Eles fizeram trezentos exercícios e isso os deixou trezentos preparados.

A primeira parte da frase faz sentido. Sabemos que ali há um pronome que deverá
concordar com o nome (bastantes/muitos). Já a substituição na segunda parte da
frase soa muito estranha, por isso sabemos que ali cabe um advérbio,
obrigatoriamente invariável (bastante/muito).

▪ Eles fizeram muitos exercícios e isso os deixou muito preparados.


▪ Eles fizeram bastantes exercícios e isso os deixou bastante preparados.

Esse conteúdo pode ser cobrado de três formas na prova. O avaliador pode
simplesmente perguntar sobre a colocação de acordo com o padrão culto da língua,
como pode também perguntar pela classe gramatical dos termos utilizados, ou ainda,
perguntar sobre a função sintática que exercem os termos.

Função morfológica (gramatical): o termo da primeira coluna está ligado a


um substantivo (exercícios), portanto é um pronome indefinido. O termo da
segunda lacuna está ligado a um adjetivo, portanto é um advérbio.

Função sintática: o pronome indefinido que acompanha o nome é um adjunto


adnominal. O adverbio, por sua vez, é um adjunto adverbial de intensidade.

Meio
O termo meio pode exercer a função de advérbio (invariável) e de numeral com valor
adjetivo (variável). Em termos simplificados, o termo meio pode variar quando puder
ser substituído pela expressão metade, e é invariável quando puder ser substituído
pela expressão mais ou menos. Observe a sentença e preencha a lacuna corretamente:

? A mulher está meio triste ou ela está meia triste?


✓ A mulher está ________ triste.

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Casos especiais de Variação

A ideia nesta frase é intensificar a tristeza da pessoa, então ela está mais ou menos
triste, portanto, inserimos ali um advérbio de intensidade (termo invariável). Assim, o
correto é: “a mulher está meio triste”. Além do mais, a palavra “triste” na frase é um
adjetivo, então obviamente o termo “meio” vai ser um advérbio. Vamos para o
próximo exemplo:

? Eu bebi metade da lata ou eu bebi mais ou menos da lata?


✓ Eu bebi __________ lata.

É possível dizer “eu bebi metade da lata”. Lata é um substantivo, assim, a palavra que
segue é um numeral com valor adjetivo, portanto: “bebi meia lata”.

Menos, Pseudo, Alerta, Salvo


Essas são todas palavras invariáveis. Observe os exemplos:

✓ Eu tirei menos cópias (em oposição à frase “eu tirei menas cópias”)
✓ Ela é uma pseudo advogada (em oposição à frase “ela é uma pseuda advogada”)
✓ Nós permanecemos alerta (em oposição à frase “nós permanecemos alertas”)

É bom, É necessário, É proibido, É gostoso


Quando uma expressão é composta pelo verbo ser mais um adjetivo, ela faz referência
a um substantivo. Se o substantivo não possuir um determinante, se não for
acompanhado de um artigo ou um pronome, ou se o substantivo estiver sozinho, a
expressão fica invariável. Agora, se o substantivo estiver acompanhado de um
determinante, como um artigo ou pronome, a expressão varia. Observe os exemplos:

▪ Comida é gostoso (sem determinante) ▪ A comida é gostosa (com determinante)


▪ Cerveja é gostoso (sem determinante) ▪ A cerveja é gostosa (com determinante)

Essas expressões costumam cair muito em provas porque normalmente são utilizadas
de forma errada no cotidiano. Por exemplo, em muitos estabelecimentos vemos a
notificação “é proibido a venda de bebidas alcoólicas”. Na verdade, essa frase pode

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Casos especiais de Variação

ser escrita de duas formas:

✓ É proibido venda de bebidas alcoólicas.


✓ É proibida a venda de bebidas alcoólicas.

Outro exemplo bastante comum é a frase “é necessário a apresentação de


documento”. Há somente duas formas de escrever essa frase corretamente:

✓ É necessário apresentação de documentos.


✓ É necessária a apresentação de documentos.

Ainda, é possível ver casos como esses até em placas em secretarias de escola: “é
proibido a permanência de alunos na secretaria”. O correto seria:

✓ É proibido permanência de alunos na secretaria.


✓ É proibida a permanência de alunos na secretaria.

Possível
A palavra possível concorda com o artigo da expressão adverbial que a antecede:

✓ o(a) mais .... possível;


✓ os(as) mais ... possíveis;
✓ (o)a menos ... possível;
✓ os(as) menos ... possíveis.

Exemplos:

Ele é o mais esforçado possível.

Eles são os mais esforçados possíveis.

Eles são o mais esforçados possível.

Atenção! Diante de uma frase tal qual “comprei alimentos o menos caro possível”
lembre-se de se atentar para todos os elementos da frase e não só para o par “o
menos ... possível”. Repare bem que a frase possui um erro de concordância: são

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Casos especiais de Variação

alimentos no plural, portanto eles são caros e não caro.

Comprei alimentos o menos caros possível.

Tal qual
Na expressão tal qual, o termo “tal” faz uma concordância anafórica (concorda com o
termo anterior), e o termo “qual” faz uma concordância catafórica (concorda com o
termo posterior). Observe os exemplos:

O filho é tal quais os pais (O filho é tal quais os pais)

Os jogadores são tais qual o treinador (Os jogadores são tais qual o treinador)

Haja vista
A expressão haja vista pode concordar em três formas:

a) o termo “haja” varia e o termo “vista” permanece invariável;


b) ambos os termos permanecem invariáveis;
c) com a preposição “a”, nenhum dos termos varia: haja vista a ...

Exemplos:

Hajam vista nosso problema, temos que fazer algo.

Haja vista nossos problemas, temos que fazer algo.

Haja vista a nossos problemas, temos que fazer algo.

Anexo
O termo “anexo” é variável, contudo, a expressão “em anexo” é invariável. Exemplos:

Segue anexo o arquivo.

Seguem anexos os arquivos.

Segue anexa a foto.

Seguem anexas as fotos.

Segue em anexo o arquivo.

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Exercícios

Seguem em anexo os arquivos.

Mesmo
O termo mesmo concorda com o seu referente. Exemplo:

Ele mesmo fará isso.

Elas mesmas farão isso.

EXERCÍCIOS
Questão 1. Assinale a alternativa em que ocorreu um erro de concordância nominal.

a) livro e revista velhos


b) aliança e anel bonito
c) rio e floresta antiga
d) homem, mulher e criança distraídas

Comentário: O adjetivo depois do substantivo composto possibilita tanto a


concordância atrativa, quanto a gramatical. Todas as alternativas estão corretas com
exceção da alternativa d) “homem, mulher e criança distraídas”. As opções corretas de
concordância são:

▪ concordância atrativa = “homem, mulher e criança distraída”;


▪ concordância gramatical = “homem, mulher e criança distraídos” (plural do
gênero dominante).

Gabarito: D

Questão 2. Assinale a frase que contraria norma culta quanto à concordância nominal.

a) Falou bastantes verdades.


b) Já estou quites com o colégio.
c) Nós continuávamos alerta.
d) Haverá menos dificuldades na prova.

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Exercícios

Comentário:

A alternativa que contraria a norma culta é a letra b) “já estou quites com o colégio”.
A palavra “quite” concorda com o referente, logo o correto é “já estou quite com o
com o colégio”.

Gabarito: B

Questão 3. Cometeu-se erro no emprego de ANEXO em:

a) Anexas seguirão as fotocópias.


b) Em anexo estou mandando dois documentos.
c) Estão anexos os requerimentos.
d) Anexo seguiu uma foto.

Comentário:

O emprego do termo “anexo” está incorreto na alternativa d) “Anexo seguiu uma foto”.
A expressão “uma foto” está no feminino singular, logo, o certo seria “anexa seguiu
uma foto”.

Gabarito: D

Questão 4. Assinale o erro de concordância nominal.

a) Maçã é ótimo para isso.


b) É necessário atenção.
c) Não será permitida interferência de ninguém.
d) Música é sempre bom.

Comentário:

A alternativa c) “Não será permitida interferência de ninguém” apresenta erro de

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Exercícios

concordância. As opções viáveis de concordância para a frase são: “não será permitido
interferência de ninguém” ou “não será permitida a interferência de ninguém”.

Gabarito: C

Questão 5. Marque o erro de concordância.

a) Os alunos ficaram sós na sala.


b) Já era meio-dia e meio.
c) Os alunos ficaram só na sala.
d) Márcia está meio cansada.

Comentário: na alternativa a) “os alunos ficaram sós na sala” o termo “sós” é um


adjetivo e expressa o sentido de estar sozinho, e varia de acordo com o substantivo.
Na alternativa c) “os alunos ficaram só na sala” o termo “só” é um advérbio que
expressa o sentido de somente. Por ser um advérbio é invariável. Ambas as
construções estão corretas.

A alternativa b) “Já era meio-dia e meio” está incorreta, porque “meio” faz referência
à hora. O correto é meio-dia e meia hora, logo: “já era meio-dia e meia”. Ressaltando
que meio-dia e meia-noite obrigatoriamente ficam no singular porque remetem às
expressões “metade de um dia” e “metade de uma noite”.

Gabarito: B

Questão 6. Assinale a opção incorreta quanto à concordância nominal:

a) Colecionava jornais e revistas antigas.


b) Ao meio-dia e meia desceram para o almoço.
c) Tinha pelo computador sincero respeito e admiração.
d) Quaisquer que sejam as dificuldades, tudo será resolvido.
e) Ela mesmo se negara a conhecê-lo melhor.

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Exercícios

Comentário: a alternativa e) “ela mesmo se negara a conhecê-lo melhor” está errada.


O certo é “ela mesma se negara a conhecê-lo melhor”.

Gabarito: E

Questão 7. A respeito do texto a seguir, julgue o item abaixo. “Alertava, porém, que,
da mesma forma, devemos ficar alerta quando vemos alguém extremamente vil, pois
equivalente vileza poderá ser encontrada em qualquer um”.

A concordância de “alerta” com “devemos” é gramaticalmente opcional: aí também é


possível empregar alertas.

Comentário: Negativo. A palavra alerta no sentido de atenção é invariável.

Gabarito: errado

Questão 8. “Com ele, ler o mundo tornou-se virtualmente possível, haja vista que sua
natureza imaterial o faz ubíquo.”

A flexão de feminino em “haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina


“natureza”.

Comentário: Incorreto. A expressão haja vista não tem qualquer relação com gênero.
O termo “vista” inclusive é invariável.

Gabarito: errada

Caros alunos, finalizamos por aqui o conteúdo de mais um material de língua


portuguesa. Desejo bons estudos e muita persistência ao longo da sua jornada.

Um abraço,

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Exercícios

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Conteúdo Programático

LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal: Regra Geral

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Conteúdo Programático

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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, meus caros alunos!

É com muito prazer que iniciamos mais uma aula de língua portuguesa. Este material
aborda a regra geral de concordância verbal e alguns casos especiais. Esperamos, com
ele, contribuir para sua aprovação e facilitar seus estudos. Sem delongas, vamos ao
conteúdo!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Conteúdo Programático .................................................................................................... 2
Concordância Verbal ......................................................................................................... 3
1. Regra Geral (ou regra do sujeito simples) .......................................................................................... 3
2. Casos Especiais .............................................................................................................. 7

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Concordância Verbal

2.1. Sujeito Composto .......................................................................................................................... 7


2.1. Anteposto ..................................................................................................................................... 7
2.2. Posposto ....................................................................................................................................... 8
2.3. Ligado pelo conectivo ou ............................................................................................................... 8

CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância, seja ela verbal ou nominal, existe para que as palavras possam se
relacionar harmoniosamente dentro de uma sentença, dessa forma, em uma frase,
algumas palavras acabam sendo modificadas em função de outras que as orientam.

A concordância verbal propriamente dita decorre da relação estabelecida entre


sujeito e verbo. Ela determina que o verbo flexione de acordo com o número (singular
ou plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª) do núcleo do sujeito da oração. Dessa forma, se o
sujeito estiver no singular (ainda que coletivo), o verbo também deverá ficar no
singular, e se estiver no plural, o verbo deverá ir para o plural.

Os alunos que gostavam de estudar leram o material.

É importante lembrar que a concordância dos verbos com os sujeitos não ocorre ao
acaso. Ela é regida por regras que se distinguem principalmente em virtude da forma
como o sujeito é apresentado na sentença. Por isso, estudaremos uma regra geral de
concordância e alguns casos especiais.

1. Regra Geral (ou regra do sujeito simples)


A oração com sujeito simples é aquela que tem apenas um núcleo, ou seja, um agente.
Assim, na regra geral de concordância, ou regra do sujeito simples:

o verbo flexiona em concordância com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

Sujeito

O uso de drogas e bebidas nos concursos atrapalha os alunos.


núcleo do sujeito VTD

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Concordância Verbal

Dica: recomendamos criar o hábito de destacar o verbo e perguntar a quem ele faz
referência para validar a sua resposta. Procure sempre seguir estes passos quando
for resolver uma questão de concordância: destaque o verbo, encontre o referente
(sujeito), identifique como está flexionado o seu núcleo e veja se o verbo concorda
com ele.

Veja mais um exemplo:

Sujeito

O choro das crianças das comunidades carentes nos comove.


núcleo do sujeito OD VTD

O sujeito da sentença é “o choro das crianças das comunidades carentes”. O núcleo


do sujeito, contudo, é somente um, e pode ser identificado na palavra não
preposicionada “choro”. É o choro das crianças que comove, e não as crianças que
comovem, logo, a concordância do verbo comover deve ocorrer no singular, já que o
núcleo do sujeito está no singular.

Quanto à classificação sintática dos termos da oração, temos o seguinte:

Termo Classificação sintática


o adjunto adnominal
choro núcleo do sujeito
das crianças adjunto adnominal
das comunidades carentes adjunto adnominal
nos objeto direto
comove verbo transitivo direto

Intencionalidade discursiva

A intencionalidade discursiva remete à verdadeira intenção do emissor por trás de uma


mensagem. Para satisfazer seus objetivos em determinada situação comunicativa e passar
a mensagem que pretende, o emissor precisa se empenhar em construir um discurso

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Língua Portuguesa |

Concordância Verbal

coerente e coeso.

Na sentença “o uso de drogas e bebidas nos cursos atrapalha os alunos”, a intenção do


emissor é dizer que o que atrapalha os alunos é o uso de drogas e bebidas, e não as drogas
e as bebidas por si. Se a intenção discursiva do emissor fosse dizer que são as drogas e as
bebidas que atrapalham os alunos, a sentença seria “drogas e bebidas atrapalham os
alunos”.

Inclusive, a intencionalidade discursiva não se restringe ao enunciado propriamente dito;


ela pode ser refletida em outros componentes da situação comunicativa tais como o
contexto social/histórico/situacional em que o enunciado é produzido, a pessoa a quem se
dirige a fala, a forma como se fala, entre outros.

1.1 Concordância em sentença invertida

Na oralidade, é bastante comum que o verbo de uma sentença invertida seja utilizado
no singular, uma vez que o sujeito da oração é mencionado somente depois do
predicado verbal, especialmente quando a sentença é longa. Contudo, é importante
ficar bem atento a esse tipo de construção para não cometer nenhum deslize quanto
à concordância do verbo. Observe o exemplo:

Núcleo do Sujeito

Vinham de algum lugar bonito aqueles viajantes.


Verbo

Quanto à classificação sintática dos termos da oração, temos o seguinte:

Termo Classificação sintática


viajantes núcleo do sujeito
aqueles adjunto adnominal
vinham verbo intransitivo
de algum lugar bonito adjunto adverbial de lugar

Atenção!! Segundo o gramático Celso Pedro Luft, o verbo “vinham” seria


classificado como um verbo transitivo indireto e a expressão “de algum lugar

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Língua Portuguesa |

Concordância Verbal

bonito”, como um objeto indireto. Fique atento, pois essa classificação pode ser
cobrada pela banca FCC.

1.2 Concordância no plural com marca de pluralização

A concordância na 3ª pessoa do presente do indicativo dos verbos ter e vir e


derivados recebem acentuação gráfica como marca de pluralização. Note:

3ª pessoa do singular do presente do 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo indicativo

Ele tem Eles têm


Ele vem Eles vêm

Ele contém Eles contêm


Ele detém Eles detêm
Ele intervém Eles intervêm

Observe o exemplo:

Sujeito
As pessoas humildes das zonas rurais têm problemas.
núcleo do sujeito VTD

O sujeito da oração é “as pessoas humildes das zonas rurais” e o núcleo do sujeito é
“pessoas”. Como o núcleo se apresenta no plural, o verbo também vai para o plural,
portanto, deve carregar o acento circunflexo para distinguir-se do verbo no singular.

Dica: o acento circunflexo marca a pluralização na língua portuguesa.

Quanto à classificação sintática dos termos da oração, temos o seguinte:

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2. Casos Especiais

Termo Classificação sintática


as adjunto adnominal
pessoas núcleo do sujeito
humildes adjunto adnominal
das zonas rurais adjunto adnominal
têm verbo transitivo direto
problemas objeto direto

2. CASOS ESPECIAIS
Neste tópico, apresentamos os casos especiais mais importantes de concordância
verbal.

2.1. Sujeito Composto


A regra de concordância em períodos com sujeito composto é a seguinte:

→ com sujeito composto anteposto: o verbo concorda no plural;


→ com o sujeito composto posposto: o verbo vai para o plural ou concorda com
o núcleo mais próximo.

2.1. Anteposto
Com sujeito composto anteposto: o verbo concorda no plural.

A explicação é simples. Uma oração com sujeito anteposto ao verbo segue a ordem
direta, ou seja, a ordem natural da estrutura da língua, por isso, a concordância do
verbo também deve seguir a concordância natural da língua, que é a chamada
concordância gramatical. A concordância gramatical diz que se houver dois núcleos
de sujeito, o verbo obrigatoriamente vai para o plural. Observe os exemplos:

a) O gato e a gata miaram.


b) O professor e seu aluno chegaram.
c) O aluno e a professora estudaram.

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2. Casos Especiais

2.2. Posposto
Com sujeito composto posposto: o verbo vai para o plural ou concorda com o
núcleo mais próximo, pois são permitidos dois tipos de concordância, a
concordância gramatical e a concordância atrativa. Observe os exemplos:

Concordância gramatical Concordância atrativa


a) Miaram o gato e a gata. a) Miou o gato e a gata.
b) Chegaram o professor e seu aluno. b) Chegou o professor e seu aluno.
c) Estudaram o aluno e a professora. c) Estudou o aluno e a professora

2.3. Ligado pelo conectivo ou


No caso de sujeito composto ligado pelo conectivo ou, se houver exclusão, o verbo
fica na 3ª do singular; se houver simultaneidade, o verbo vai para a 3ª do plural.

Relação de exclusão (ou um ou o outro) – o verbo fica na 3ª pessoa do singular


a) João ou José casará com Maria.
b) Pedro ou Amanda virá me visitar.
c) Arroz ou batata acompanha o prato principal.

Relação de simultaneidade (ambos) – o verbo vai para a 3ª pessoa do plural


a) Muito frio ou muito calor podem matar o bebê.
b) Ticket refeição ou vale alimentação são aceitos.
c) Salada ou sobremesa acompanham o prato principal.

Perfeito?! Por hoje é só. Desejo a todos bons estudos, muita força, foco e garra ao
longo dessa jornada.

Um forte abraço

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2. Casos Especiais

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal: Casos Especiais

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Apresentação

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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Saudações, caros alunos!

Neste módulo daremos continuidade ao conteúdo sobre concordância verbal.


Trabalharemos aspectos da concordância com sujeito composto, pronomes de
tratamento, nomes próprios, pronomes apassivadores, entre outros. Sem delongas,
vamos ao conteúdo!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação .................................................................................................................... 2
Sujeito Composto .............................................................................................................. 3
Núcleos sinônimos ou quase sinônimos ................................................................................................ 3

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Sujeito Composto

Sujeito Composto por Pessoas Diferentes ............................................................................................. 3


Casos Especiais ................................................................................................................. 4
Núcleo Coletivo Seguido de Especificação ............................................................................................. 4
Pronome de Tratamento ...................................................................................................................... 4
Nome Próprio Pluralizado .................................................................................................................... 5
Com Pronome Apassivador .................................................................................................................. 5
Concordância do Verbo Haver .............................................................................................................. 5
Verbos que Expressam Fenômenos da Natureza no Sentido Denotativo (real) ....................................... 6
Fazer: Indicando Tempo Transcorrido ou Clima ..................................................................................... 6
Concordância com Locuções Verbais..................................................................................................... 6

SUJEITO COMPOSTO
Neste tópico daremos sequência às regras de concordância com sujeito composto.

Núcleos sinônimos ou quase sinônimos


Com núcleos sinônimos ou quase sinônimos: o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou
vai para o plural.

A paz e a tranquilidade comoveu o povo.

A paz e a tranquilidade comoveram o povo.

✓ Os núcleos podem ser diretamente sinônimos ou aproximados semanticamente.

✓ A concordância que ocorre de modo natural, com o verbo no plural, é a chamada


concordância gramatical (“a paz e a tranquilidade comoveram o povo”).

Sujeito Composto por Pessoas Diferentes


Com sujeito composto por pessoas diferentes:

→ se houver 1ª pessoa: o verbo vai para a 1ª pessoa do plural.


→ se houver 2ª e 3ª pessoas apenas: é preferível o verbo na 2ª pessoa do plural
(vós); aceita-se, contudo, o uso da 3ª do plural, como se o sujeito fosse “vocês”.

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Casos Especiais

Com 1ª pessoa Com 2ª e 3ª pessoas apenas


(verbo na 1ª pessoa do plural) (verbo na 2ª pessoa do plural)
(verbo na 3ª pessoa do plural)

Eu, tu e ele chegamos. Tu e ele chegastes.


Tu e ele chegaram.

CASOS ESPECIAIS
A partir deste ponto, abordaremos outros casos especiais de concordância que
merecem destaque.

Núcleo Coletivo Seguido de Especificação


O verbo pode concordar com o núcleo coletivo ou com a especificação (concordância
facultativa).

Com núcleo coletivo Com a especificação

Um grupo de estudantes se aproximou. Um grupo de estudantes se aproximaram.


A maioria dos alunos passará. A maioria dos alunos passarão.

Dica: Por ser um processo facultativo, ambas formas podem ser utilizadas sem
prejuízo gramatical ou alteração do sentido.

Pronome de Tratamento
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo se manterá na 3ª pessoa.

Sua Excelência aceita bem suas próprias limitações.

Vossa Excelência aceita bem suas próprias limitações.

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Casos Especiais

Nome Próprio Pluralizado


Quando o sujeito é um nome próprio pluralizado, a flexão do verbo é determinada
pelo emprego ou pela ausência de artigo ou outro determinante.

Sem emprego de artigo ou determinante Com emprego de artigo ou determinante

Estados Unidos enfrenta uma crise Os Estados Unidos enfrentam uma crise
avassaladora. avassaladora.

Com Pronome Apassivador

O verbo concorda normalmente com o núcleo do sujeito paciente.

Iniciou-se a negociação.

Concluíram-se as apresentações.

Dica: Geralmente, os verbos transitivos diretos e os verbos bitransitivos possuem


voz passiva; nesses casos, se funciona como partícula apassivadora.

Concordância do Verbo Haver


Empregado no sentido de existir, ocorrer ou acontecer, NÃO ADMITE pluralização.

No livro, havia várias ilustrações (e não haviam).

Durante o comício, houve protestos (e não houveram).

Dica: O verbo haver, nesse sentido, é um verbo impessoal e caracteriza a famosa


oração sem sujeito.

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Casos Especiais

Verbos que Expressam Fenômenos da Natureza no Sentido Denotativo


(real)
Verbos que expressam fenômenos da natureza (ventar, lampejar, chover etc.) são
verbos impessoais. Assim, no sentido denotativo (real), concordam na 3ª pessoa do
singular de qualquer tempo ou modo. No sentido figurado, contudo, passam a ter um
sujeito com o qual devem concordar.

Sentido denotativo/real
(concorda na 3ª pessoa do singular)

Choverá muitos dias seguidos.


Venta muito em Cascavel, cidade do Oeste do Paraná.

Sentido figurado
(concorda com o núcleo do sujeito)

Choverão muitos exercícios.


Algumas suposições ventavam na atmosfera sombria do ambiente.

Fazer: Indicando Tempo Transcorrido ou Clima


O verbo fazer, quando indica tempo e clima, deve ficar sempre no singular.

Fazia dez dias que eu não te via (e não faziam).

Fará dez dias de calor (e não farão).

Concordância com Locuções Verbais


A locução verbal é composta por um verbo principal e um verbo auxiliar. Pela lógica,
quem manda é o verbo principal e quem obedece é o auxiliar.

1º verbo 2º verbo
(preposição)
auxiliar principal
(conjugado) (facultativa) (forma normal)

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Casos Especiais

NOTE: o verbo auxiliar fica no singular quando o verbo principal é impessoal.


Verbo principal impessoal Verbo principal pessoal
Deve HAVER dúvidas. Devem existir dúvidas.
Vai HAVER perdas. Vão ocorrer perdas.
Há de HAVER esperanças. Hão de ocorrer esperanças.

Observação: o verbo haver, com função de auxiliar, deve concordar com o sujeito:
“haviam OCORRIDO problemas”; “Eles haviam FEITO coisas inexplicáveis”.

Perfeito?! Por hoje é só, pessoal. Desejo a todos bons estudos, com muito afinco e
dedicação, e muito sucesso na caminhada rumo à aprovação!

Um abraço e até mais

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Casos Especiais

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Verbo Precedido dos Pronomes Relativos Que e Quem

LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal: Pronome Relativo e
Outros Verbos
Videoaula: Prof. Sidney Martins

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Verbo Precedido dos Pronomes Relativos Que e Quem

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Veja o exemplo abaixo:

Iniciamos o material de hoje falando sobre a concordância de verbos precedidos dos


pronomes relativos que e quem para então explorarmos alguns outros verbos que
merecem destaque na hora da prova. Com o material de estudo em mãos, vamos
começar!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Verbo Precedido dos Pronomes Relativos Que e Quem ...................................................... 3
Verbo Parecer + Infinitivo .................................................................................................. 4
Verbo Precedido de Aposto Resumitivo ............................................................................. 5
Verbos Ter e Vir ................................................................................................................ 5
Exercícios .......................................................................................................................... 6

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Verbo Precedido dos Pronomes Relativos Que e Quem

VERBO PRECEDIDO DOS PRONOMES RELATIVOS QUE E QUEM


Embora os pronomes relativos que e quem possam ambos exercer a função de sujeito,
o verbo que os sucede concorda de modo diferente para cada um.

Quando o pronome relativo que exerce função de sujeito o verbo concorda com o
elemento antecedente. Quando o pronome relativo indefinido quem exerce função de
sujeito o verbo pode ou concordar com o elemento antecedente ou pode permanecer
na terceira pessoa do singular.

Pronome relativo (função de sujeito) Concordância Verbal

Que concorda com o antecedente.


concorda com o antecedente;
Quem
permanece na terceira pessoa do singular.

Concordância com o pronome QUE:

No exemplo “fui eu que fiz o trabalho” o pronome relativo que faz referência ao
elemento antecedente eu. Assim, o verbo que sucede o pronome também deverá
concordar com esse mesmo antecedente (eu fiz o trabalho). Nesse exemplo, o
pronome que exerce a função de sujeito sintático, porém é o pronome eu que exerce
a função de sujeito semântico, por isso o verbo concorda com ele.

➢ eu: sujeito semântico


➢ que: sujeito sintático

Fui eu que fiz o trabalho.

Fomos nós que fizemos o trabalho.

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Verbo Parecer + Infinitivo

Concordância com o pronome QUEM:

O verbo que sucede o pronome relativo quem pode concordar com o elemento
antecedente, como em “fui eu quem fiz o trabalho”, como também pode ficar na
terceira pessoa do singular, “fui eu quem fez o trabalho”. A concordância é facultativa
e ambas as formas estão corretas para o padrão culto da língua.

Fui eu quem fiz o trabalho. Fui eu quem fez o trabalho.


3ª P. S.

Fomos nós quem fizemos o trabalho. Fomos nós quem fez o trabalho.
3ª P. S.

Por mais que a segunda forma no plural, “fomos nós quem fez o trabalho”, cause
estranheza, ela está correta. Como já vimos, o pronome relativo quem promove a
concordância verbal com o elemento antecedente, assim como permite que o verbo
fique na terceira pessoa do singular.

VERBO PARECER + INFINITIVO


No uso do verbo parecer seguido de verbo no infinitivo pode ocorrer uma variação de
concordância em um dos dois verbos. A variação é permitida para um ou para o outro
verbo, e não para os dois ao mesmo tempo. Nesse caso, ou ocorre a variação do verbo
parecer ou ocorre a flexão do verbo principal no infinitivo. Observe os exemplos:

✓ Os alunos parecem ser esforçados, ✓ As paredes pareciam estar limpas.


✓ Os alunos parece serem esforçados. ✓ As paredes parecia estarem limpas.

Naturalmente, estamos mais acostumados a utilizar a primeira forma, com a flexão do


verbo parecer, no entanto, ambas as formas estão corretas.

ATENÇÃO! Não é possível variar ambos os verbos na mesma sentença.

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Verbo Precedido de Aposto Resumitivo

VERBO PRECEDIDO DE APOSTO RESUMITIVO


O aposto é um termo acessório da oração. Ele é associado a outro termo e utilizado
no intuito de otimizar a compreensão do texto, seja explicando, especificando,
esclarecendo, detalhando, comparando ou resumindo o termo anterior. O aposto
resumitivo, portanto, exerce a mesma função do elemento ao qual ele faz referência,
isto é, apresenta um resumo do referente. Mesmo fazendo parte do sujeito da oração
ele promove um caso especial de concordância verbal, a concordância será em relação
ao aposto resumitivo. Veja o exemplo:

João, Maria, José, todos eram alunos.

Na sentença acima, “todos” é o aposto resumitivo, e por se apresentar no plural o


verbo também fica no plural.

Dinheiro, fama e glória, tudo passa.

Nesse exemplo, o termo “tudo” resume o processo e está no singular. Assim, o verbo
concorda com ele no singular.

Por meio desses exemplos é possível perceber a tendência de usarmos o aposto


resumitivo no plural quando tratamos de termos animados, e o aposto resumitivo no
singular quando tratamos de termos inanimados.

VERBOS TER E VIR


Os verbos ter e vir, como já sabemos, recebem acento circunflexo na terceira pessoa
do plural do presente do indicativo (têm, vêm). Observe os exemplos:

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Exercícios

Singular Plural
✓ O brasileiro tem problemas. ✓ Os brasileiros têm problemas.
✓ Ele vem de longe. ✓ Eles vêm de longe.

Ora um verbo no plural não pode ser escrito da mesma forma que um verbo no
singular, ele precisa ser diferenciado, por isso utilizamos o acento circunflexo, que é a
marca da pluralização na língua portuguesa. Vale lembrar, contudo, que os derivados
desses verbos (manter, conter, entreter, prover, interver), por uma regra de acentuação
gráfica também carregam um acento na forma singular, como a oxítona terminada em
em (mantém), por exemplo, mas trata-se de um acento agudo. Observe os exemplos:

Singular Plural
✓ Ela mantém a casa arrumada. ✓ Elas mantêm a casa arrumada.

Tranquilo?! A seguir trabalharemos alguns exercícios envolvendo todo o conteúdo


visto neste material. Vamos nessa!

EXERCÍCIOS
Questão 1. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: “Ainda não
............... soado as oito horas da noite, quando ................. à porta: ................ três viajantes
em busca de abrigo.”

a) havia – bateu – era

b) havia – bateram – era

c) havia – bateu – eram

d) haviam – bateram – eram

e) haviam – bateu – eram

Comentários: na primeira lacuna temos uma locução verbal cujo verbo principal é o
verbo soar (ainda não ....... soado), portanto, sabemos que há um sujeito na oração,
assim, o verbo auxiliar dessa locução verbal (haver) terá que concordar com o sujeito
da oração, logo: “ainda não haviam soado as oito horas da noite”. Cabe aqui salientar

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Exercícios

que o verbo haver só caracteriza oração sem sujeito quando: a) está sozinho, no
sentido de existir, ocorrer e acontecer; b) quando é o verbo principal de uma locução
verbal.

Para responder a segunda lacuna (quando ................. à porta), devemos primeiramente


considerar que, independentemente do que sucede (um viajante ou dois ou mais
viajantes), para cada oração existe um tipo de verbo, e, pela linha narrativa do texto o
verbo só poderia ficar na terceira pessoa do singular, uma vez que o sujeito da oração
é indeterminado. Basta lembrar que enquanto há alguém batendo à porta, não
sabemos identificar quem é, trata-se de um sujeito indeterminado. Só é possível
identificar quem bate à porta uma vez que a porta é aberta. A forma correta da oração
é: “quando bateram à porta”.

O verbo “era” na terceira lacuna (.... três viajantes em busca de abrigo) concordará com
o número de viajantes (no plural), portanto: “eram três viajantes”.

Gabarito: D

Questão 2. Assim que .................. quatro horas no relógio da igreja, mais de um aluno
.................

a) bateu, saiu

b) bateram, saíram

c) baterão, sairá

d) bateu, saíram

e) bateram, saiu

Comentários: Nesse contexto, podemos utilizar o verbo bater de duas formas:

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Exercícios

4 horas no relógio
Bater
4 horas o relógio

Na segunda forma (bater 4 horas o relógio), por ser precedido de um artigo (o),
sabemos que o termo “relógio” é na verdade o sujeito da oração. O verbo deverá
concordar com esse sujeito:

O relógio bateu 4 horas. Bateu 4 horas o relógio.


Núcleo do S.

Já na primeira forma, “bater 4 horas no relógio”, identificamos na expressão “no


relógio” a contração da preposição em + o artigo o. Lembre-se de que o núcleo do
sujeito não pode ser preposicionado, portanto, o termo “relógio”, nessa oração, já não
é mais o núcleo do sujeito. Trata-se de uma outra construção. A preposição “em”
indica a circunstância da localidade (ela é indicativa de lugar), então a expressão
“em+o reógio (no relógio) é um adjunto adverbial de lugar. O sujeito dessa oração é,
portanto, a expressão “4 horas”. O verbo concordará com o sujeito, logo: “bateram 4
horas no relógio da igreja”.

4 horas bateram no relógio Bateram 4 horas no relógio.


Sujeito

Por fim, o verbo da última lacuna deverá concordar com o antecedente “um aluno”
(mais de um aluno saiu) assim como concordaria no plural caso a expressão fosse
“menos de dois alunos” (menos de dois alunos ficaram), por exemplo. Dessa forma, a
sentença correta é: assim que bateram quatro horas no relógio da igreja, mais de um
aluno saiu.

Gabarito: E

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Exercícios

Questão 3. .......... cinco anos que não se ...................mais estes aparelhos.

a) Fazem, faz

b) Faz, faz

c) Fazem, fazem

d) Faz, fazem

Comentários: Na primeira lacuna, o verbo fazer indica tempo, portanto só pode ficar
no singular. Na segunda lacuna, o verbo fazer indica execução, realização, portanto
deve concordar com a expressão “estes aparelhos”. Assim: “Faz cinco anos que não se
fazem mais estes aparelhos”.

Quanto aos tipos de sujeitos presentes nestas orações, a primeira é uma oração sem
sujeito, ou ainda, de sujeito inexistente ou sujeito zero.

A análise da segunda oração requer bastante cuidado para não corrermos o risco de
dizer que há ali um sujeito indeterminado, porque não há. Observe que o verbo fazer
é precedido do pronome “se”, que foi atraído pelos termos atrativos “que” e “não”. O
verbo fazer é um transitivo direto.

VTD + pronome se resulta em uma partícula apassivadora, que serve para mostrar que
existe ali um sujeito paciente. O núcleo desse sujeito é aparelhos, temos na segunda
oração um sujeito simples de voz passiva sintética.

Gabarito: D

Questão 4. Identifique a opção em que não houve erro de concordância verbal:

a) Já fazem alguns dias que não se veem.

b) Na cidade, haviam viúvas e clérigos.

c) As crianças da cidade tem privilégios.

d) As luzes do castelo se mantinham acesas.

e) A maioria da população viviam ao redor do palácio.

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Exercícios

Comentário:

Alternativa a: “Já fazem alguns dias que não se veem”. O verbo fazer indicando tempo
ou clima obrigatoriamente fica no singular, pois caracteriza uma oração sem sujeito.
A frase correta é “já faz alguns dias que não se veem”.

Alternativa b: “Na cidade, haviam viúvas e clérigos”. O verbo haver no sentido de


existir, ocorrer e acontecer é um verbo impessoal e caracteriza uma oração sem
sujeito, portanto fica no singular. A frase correta é “na cidade havia viúvas e clérigos”.

Alternativa c: “As crianças da cidade tem privilégios”. O verbo ter no indicativo do


presente, quando concorda com um núcleo no plural, carrega o acento circunflexo
como marca de pluralidade. Nesse período, “as crianças” é o sujeito, e “crianças” é o
núcleo do sujeito. O núcleo está no plural, então automaticamente o verbo fica no
plural. Assim: “as crianças da cidade têm privilégios”.

Alternativa d: “As luzes do castelo se mantinham acesas”. O núcleo do sujeito dessa


oração é a palavra luzes. Se o núcleo está no plural, o verbo também fica no plural.

Alternativa e: “a maioria da população viviam ao redor do palácio”. Quando a


expressão partitiva ou núcleo coletivo são especificados, o verbo pode concordar com
o núcleo do sujeito ou com a expressão que especifica. Nesse caso, ambas expressões
estruturalmente se apresentam no singular, logo: “a maioria da população vivia ao
redor do palácio”.

Gabarito: D

Questão 5. O verbo que se mantém corretamente no singular, apesar das alterações


propostas entre parênteses para o segmento grifado, está na frase:

a) É o desafio do nosso tempo. (os desafios)

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Exercícios

b) E isso quando a própria FAO alerta ... (os especialistas da própria FAO)

c) E que a produção precisará crescer 70% até 2050 ... (a produção de alimentos)

d) Tudo acontece num cenário paradoxal. (Todos os problemas)

e) Um relatório da própria FAO assegura ... (Os dados de um relatório)

Comentário: Neste exercício, substituímos aquilo que está sublinhado por aquilo que
está entre parênteses. A alternativa em que o verbo permanecer no singular é o
gabarito.

Alternativa a: É o desafio do nosso tempo. >> São os desafios no nosso tempo.

Alternativa b: E isso quando a própria FAO alerta. >> E isso quando os especialistas
da própria FAO alertam.

Alternativa c: E que a produção precisará crescer 70% até 2050. >> E que a produção
de alimentos precisará crescer 70% até 2050.

Alternativa d: Tudo acontece num cenário paradoxal. >> Todos os problemas


acontecem num cenário paradoxal.

Alternativa e: Um relatório da própria FAO assegura... >> Os dados de um relatório


da própria FAO asseguram.

Gabarito: C

Muito bem, meus queridos. Matamos mais um tópico e concluímos mais uma série de
exercícios. Nos encontramos na próxima aula para mais conteúdo. Aguardo você!

Até breve,

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Exercícios

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Vozes Verbais

Prof. Sidney Martins

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Apresentação

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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Vozes Verbais

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação ........................................................................................................................2
Vozes Verbais ........................................................................................................................3

VOZES VERBAIS
A priori, existem três vozes verbais:

1. VOZ ATIVA: teoricamente, o sujeito pratica ação

❖ Pedro comeu o bolo.

2. VOZ PASSIVA: teoricamente, o sujeito sofre ação.

❖ O bolo foi comido por Pedro.

3. VOZ REFLEXIVA: teoricamente, o sujeito pratica e sofre ação.

❖ Pedro feriu-se com a faca.

Nesta frase, quem praticou a ação de ferir foi “Pedro”, e quem sofreu por ser ferido
foi “Pedro”, ou seja, ele feriu a si próprio, sofrendo o reflexo de sua própria ação. O
“se” de “feriu-se” é uma partícula reflexiva.

❖ Pedro e Joana se beijaram.

A saber, no início existem três vozes ativa e passiva e a reflexiva, só que a RECÍPROCA
veio como uma extensão da reflexiva. Na frase acima, o Pedro pratica e sofre e a Joana
pratica e sofre a ação, sendo este, um processo mútuo, um processo simultâneo, para
haver reciprocidade, tem que ter pelo menos dois agentes, dessa forma, o “se” do “se
beijaram” é uma partícula recíproca. Lembrando que na reflexiva só existe um agente
que pratica a ação e sofre o reflexo de sua ação, na recíproca, obrigatoriamente tem
que ter dois agentes.

Para entender melhor as vozes verbais, observe o exemplo:

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Vozes Verbais

Os termos ativo e passivo, surgiu em um ambiente acadêmico, o Bechara e o


Celso Cunha ficavam se “zoando” o tempo. Os termos surgiram porque a
conceituação que eles deram para essas vozes era toda incluída na sacanagem.
Sendo que a voz ativa é aquela em que o sujeito pratica a ação e a voz passiva
é aquela na qual o sujeito sofre a ação, seguindo assim, a reflexiva é aquela na
qual o sujeito pratica e sofre a ação em si mesmo. Portanto, para transformar
um ativo em passivo, deve-se cruzar ambos.

Na frase “Pedro comeu o bolo”, se tem um sujeito, verbo transitivo direto e objeto
direto; cabe salientar que só se consegue fazer isso com verbo transitivo direto,
porque em cada ação tem alguém que pratica e tem alguém que sofre, isto é, para
cada ação que o sujeito pratica, o objeto direto sofre e o alvo é o objeto indireto. Na
hora de cruzar ativo e passivo, o objeto direto vira sujeito.

O “Pedro” pratica a ação na ativa, o mesmo “Pedro” vai continuar praticando a ação
na passiva, de forma que só será alterada a função sintática, porque na ativa quem
pratica é o sujeito, e na passiva quem pratica é o agente da passiva. Na ativa, quem
sofre é o objeto direto, no exemplo dado é o “bolo”, na hora que passa para a passiva,
o “bolo” continua sofrendo a ação, alterando somente a função sintática, ou seja, na
ativa quem sofre é o objeto direto, na passiva quem sofre é o sujeito paciente.

Na frase “Pedro levou um soco”, observa-se que voz ativa é aquela em que
TEORICAMENTE o sujeito pratica a ação, teoricamente porque não se pode ter um
agente ou um paciente mandando na ação verbal, quem manda na ação verbal é o
verbo, e na frase acima, o verbo “levou” está sozinho, assim como em “Pedro comeu
o bolo”, portanto, por não pedir “ajuda” de ninguém, a frase se torna ativa. Seguindo
esse raciocínio, o verbo da estrutura passiva é uma locução verbal, como no exemplo:
“O bolo foi comido por Pedro.”, de forma que uma locução verbal estruturalmente é
um verbo principal com o verbo auxiliar atrás dele, dando suporte.

Para você entender melhor como funciona o verbo sozinho:

Imagina que um casal (homem e mulher) se perdem em uma rua; se o homem


estivesse sozinho, ele pediria ajuda à alguém, porém, ele está com a mulher e
quer mostrar que é “o macho-alfa”, portanto, ele ficará perdido por horas mas
não irá pedir ajuda, dando a impressão de que ele manda e ele sabe de tudo.

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Vozes Verbais

Ao fazer o cruzamento, deve-se manter o tempo e o mesmo modo verbal. Por


exemplo, ao dizer “Pedro comeu o bolo” está no passado, portanto, aqui é um
pretérito perfeito do indicativo, dessa forma, na hora que passar para a voz passiva
deve-se manter o pretérito perfeito do indicativo, mostrado pelo verbo auxiliar, por
exemplo: “O bolo foi comido por Pedro”, o verbo está no passado completamente
realizado. Se por um acaso a frase na voz ativa fosse no futuro: “Pedro comerá o bolo”,
o cruzamento para a voz passiva ficaria: “O bolo será comido por Pedro.”

Na voz ativa, o núcleo do sujeito jamais pode ser preposicionado, no entanto, o agente
na voz passiva, obrigatoriamente é preposicionado, e só podem ser duas preposições,
ou é a preposição “por”, ou é a preposição “de”, exemplo: “A terra era povoada de
selvagens.”, “A terra era povoada por selvagens.”

A intenção de passar da voz ativa para a passiva é minimizar o agente, já que na voz
ativa enfatiza-se o praticante da ação/sujeito, quando se coloca na voz passiva, o
agente é minimizado.

Na frase “O bolo foi comido por Pedro”, só tem a preposição “por” porque na frase
“Pedro comeu o bolo” não tem o artigo antes de Pedro, pois a preposição “por” mais
o artigo “O”, acarretaria a contração “pelo”: “O Pedro comeu o bolo/O bolo foi comido
pelo Predo”

Quando se tem um verbo na voz ativa, passa-se a ter dois verbos na voz passiva.
Percebe-se que a estrutura da locução verbal da voz passiva, e a seguinte: o verbo
principal no particípio, com a terminação em “ado” e “ido” – verbo auxiliar (ser).
Quando na ativa tem dois verbos, na passiva passa a ter três verbos:

❖ Antônio tem comprado o pão sempre.

Nesta frase, é Antônio que está praticando a ação, portanto, a voz é ativa e, para
transformar em uma voz passiva, observa-se a estrutura: "Antônio” é o sujeito, “tem
comprado” é um composto em que o verbo principal é o verbo “comprar”, que é um
verbo transitivo direto, “o pão” é um objeto direto e “sempre” vai ser um adjunto
adverbial de tempo, dessa maneira, fica:

❖ O pão tem sido comprado por Antônio sempre.

Se for passar da ativa para passiva, primeiro deve-se preocupar com o objeto direto,

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Vozes Verbais

pois a base linguística é: sujeito, verbo e complemento. Então, qualquer frase seja na
voz ativa ou na voz passiva, teoricamente de forma natural, começa pelo sujeito, dessa
forma, o “pão” que era objeto direto, passa para a voz passiva como um sujeito
paciente. A estrutura verbal da frase continua tendo a essência transitiva direta, que
na voz ativa pede objeto direto, mas na passiva vai trabalhar com um sujeito paciente.
“por Antônio” é o cara que está praticando a ação de comprar o pão, portanto, na
ativa ele era o sujeito, e na passiva ele é o agente, ainda, o “sempre” continua sendo
um adjunto adverbial de tempo.

Foi aprendido que dá para passar de voz ativa para passiva com o verbo transitivo
direto ou com o verbo transitivo direto e indireto, mas isso por conta do direto:

❖ João deu flores para Maria hoje.

“João” é notoriamente o sujeito, o verbo “dar” é o chamado verbo bitransitivo, ou seja,


um verbo transitivo direto e indireto, que vai obrigatoriamente pedir dois
comprimentos, um sem preposição (objeto direto: flores) e outro com preposição
(objeto indireto: para Maria), seguindo isso, o “hoje” é uma mera circunstância de
tempo, isto é, um adjunto adverbial de tempo. Para passar para a voz passiva,
preocupa-se comente com quem pratica (João) e com quem sofre (flores), fazendo a
alteração verbal:

❖ Flores foram dadas por João para Maria hoje.

Neste momento, “flores” passa a ser sujeito paciente, “foram dadas” é uma locução
verbal em que o verbo principal é o verbo no particípio e o auxiliar é o verbo “ser”; se
mantêm a estrutura transitiva direta, que trabalha com o sujeito paciente, “por João”
vai ser um agente da passiva, “para Maria, vai continuar sendo um objeto indireto e o
“hoje” vai continuar sendo um adjunto adverbial de tempo.

Meus amores, beijão, idem em paz e que o Senhor sempre vos acompanhe!

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Voz Ativa e Voz Passiva

Prof. Sidney Martins

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Apresentação

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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Passagem da voz ativa para a passiva

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação .................................................................................................................... 2
Passagem da voz ativa para a passiva .............................................................................. 3
Vozes verbais .................................................................................................................... 7
Pretérito Imperfeito ............................................................................................................................. 7

Questões ........................................................................................................................... 9
Questão 1) ........................................................................................................................................... 9
Questão 2) ........................................................................................................................................... 9
Questão 3) ......................................................................................................................................... 10
Questão 4) ......................................................................................................................................... 11
Questão 5) ......................................................................................................................................... 12
Questão 6) ......................................................................................................................................... 12
Questão 7) ......................................................................................................................................... 13
Questão 8) ......................................................................................................................................... 13
Questão 9) ......................................................................................................................................... 14
Questão 10) ....................................................................................................................................... 14

PASSAGEM DA VOZ ATIVA PARA A PASSIVA


Reparei que nas provas de concurso uma das coisas mais cobradas é a passagem da
voz passiva para a voz ativa e vice e versa. Assim, a partir deste momento quero
construir com você as estruturas dessas vozes para que fique tudo claro e muito nítido
para o dia da prova. Observe como são estruturadas a voz ativa e a voz passiva.

Voz Ativa Sujeito + VTD + OD


VTDI
Sujeito Agente da
Voz Passiva + Locução verbal +
paciente passiva

Na primeira estrutura, voz ativa, temos o primeiro sujeito que pratica a ação, seguido

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Passagem da voz ativa para a passiva

de verbo, que pode ser transitivo ou intransitivo, direto e indireto, seguido de objeto.
Na segunda estrutura, voz passiva, temos primeiro o sujeito paciente, seguido de
locução verbal e do agente da passiva. Observe no quadro acima que para transformar
uma estrutura ativa em passiva é necessário que o OD da primeira tome o lugar de
sujeito paciente da segunda. Agora, caso seja necessário transformar a estrutura
passiva em ativa, é o agente da passiva na estrutura passiva que toma o lugar do
sujeito na voz ativa. Esse conteúdo cai muito em provas, primeiro pelo fato se ser
possível a passagem da voz ativa para a passiva e vice e versa, e, segundo, porque ela
possui uma divisão primária, Isto é, voz passiva sintética, que é menor e composta
de verbo + pronome ser, e a voz passiva analítica, que é maior e composta de uma
locução verbal.

Auxiliar + Principal
Analítica Locução Verbal particípio
(ado/ido)
Voz passiva
VTD/VTDI + PA+
Sintética Verbo + se
Sujeito paciente

A locução verbal na voz passiva analítica será composta por um verbo auxiliar e um
verbo principal no particípio terminado em ado/ido. Quanto a voz passiva sintética, é
composta de verbo (VTD e VTDI) seguida da partícula apassivadora – PA – que é o
pronome “se”, seguida do sujeito paciente.

É importante lembrar que essa construção passiva só ocorre com VTD e VTDI. Outras
construções com VTI, VI, VL e VTD+OD prer. seguidos do pronome “se” se tratam de
uma estrutura de indeterminação, que pode ser chamada de PIS. Elas não têm nada a
ver com voz passiva, mas sim, com sujeito indeterminado. Isto é, o pronome “se”
nessas estruturas remete à partícula de indeterminação do sujeito e o verbo deve
permanecer na terceira pessoa do singular, diferente do que ocorre na voz passiva,
com o verbo no particípio.

VTD
Concorda com
VTDI +SE (PA) SUJEITO PACIENTE
o núcleo do sujeito

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Passagem da voz ativa para a passiva

VTI
VI
3º P.S. + SE (PIS) SUJEITO INDETERMINADO
VL
VTD + OD prep..

Vamos fazer alguns exercícios para melhor compreender e fixar o conteúdo?!


Observe as seguintes frases:

1) Aluga-se apartamento.
2) Vive-se bem com Deus.
3) Comeu-se o bolo.
4) Comeu-se do bolo.

Quanto à transitividade do verbo na primeira frase, sabemos que quem aluga, aluga
alguma coisa, logo, VTD, portanto seguido de uma partícula apassivadora (PA). Assim,
temos que “apartamento” é o sujeito da oração. Detalhe, se a apalavra apartamento
estivesse no plural “apartamentos” deveríamos manter a concordância com o sujeito
como em “alugam-se apartamentos”.

Na segunda frase temos um VI, portanto, a partícula que o segue é uma partícula de
indeterminação do sujeito (PIS), seguida dos elementos atrelados ao VI, que são os
adjuntos adverbiais de modo e de companhia, respectivamente. Na terceira frase
temos um VTI e a partícula que o segue é uma PA. “Bolo” é o sujeito. Na quarta frase
temos um VTD, então, teoricamente o pronome deveria ser uma partícula
apassivadora, no entanto, perceba que o núcleo do sujeito está preposicionado. E, na
verdade, não é possível que o núcleo do sujeito seja preposicionado. Isto significa que
aquele item não é um sujeito, logo, a partícula apassivadora não pode ser um PA. Se
não for um PA, será um PIS, então trata-se de um OD prep.

VTD PA Sujeito
1) Aluga(m)-se apartamento(s)
VI PIS A.Adv modo A.adv de companhia
2) Vive-se bem com Deus
VTD PA Sujeito
3) Comeu-se o bolo

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Passagem da voz ativa para a passiva

VTD PIS OD prep.


4) Comeu-se do bolo

Vamos ampliar um pouco as questões. Na oração “necessita-se de atendente”,


saberíamos não se tratar de voz passiva dado que o núcleo do sujeito não pode ser
preposicionado. Além disso, nesse exemplo a preposição ocorre por conta da regência
do verbo “necessitar”, pois quem necessita, necessita de alguma coisa. Concluímos,
assim, que o verbo “necessitar” se trata de um verbo transitivo indireto, portanto o
pronome “se” é uma partícula de indeterminação do sujeito. Assim o que vem depois
não pode ser sujeito e automaticamente o verbo fica na terceira pessoa do singular.
Para classificar o que vem em seguida, basta saber que aquele verbo se trata de um
VTI, isto é, pede um objeto indireto.

Verbo 3ºP.S. PIS OI


Necessita-se de atendente.

Agora, a banca pode, por exemplo, pegar essa construção e dizer que o verbo se
encontra no singular para concordar com o termo “atendente”, que se apresenta no
singular. Mas isto estaria incorreto. Seria correto unicamente se no lugar de objeto
indireto tivéssemos um sujeito, mas nesta construção temos um objeto indireto.
Objeto não concorda com verbo, ele apenas completa o verbo. Pois bem, a banca
pode ainda destacar a palavra “atendente”, e dizer que a pluralização do termo
destacado automaticamente acarretaria na pluralização da estrutura verbal. A questão
estaria errada, novamente porque o objeto não concorda com o verbo.

Ainda, a banca poderia então colocar a seguinte frase “Vendem-se casas em Cascavel.”
Nesta frase temos um verbo transitivo direto seguido do pronome “se” como partícula
apassivadora. E se há uma partícula apassivadora o sujeito é um sujeito paciente.
Seguindo o raciocínio, “em Cascavel” vai ser um adjunto adverbial de lugar. Agora,
imagina se a banca destacasse o termo “casa” e dissesse que pluralização do termo
destacado acarretaria automaticamente na pluralização da estrutura verbal. A questão
estaria correta.

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Vozes verbais

Se além disso, a banca dissesse que a frase “Vendem-se casas em Cascavel” poderia
ser reescrita da seguinte forma: “casas são vendidas em Cascavel.”, a reescritura não
apresentaria prejuízo gramatical, uma vez que são ambas corretas de acordo com o
padrão culto da língua, e também não acarretaria em prejuízo de sentido, pois a ideia
de passividade do sujeito foi mantida. Permanece como uma estrutura passiva, apenas
alternada de sintética para analítica, ou seja, de uma estrutura menor para uma maior.

VTD PA Sujeito A. adv. de lugar


Vende-se casas em Cascavel

Sujeito VTD A. adv. de lugar


Casas São vendidas em Cascavel

VOZES VERBAIS
Agora gostaria de trabalhar alguns conceitos importantes relacionadas à questão das
vozes verbais. O pretérito imperfeito do indicativo e o pretérito do presente são
assuntos que mais caem nas provas, o primeiro é fácil, mas o segundo, o pretérito
imperfeito do indicativo, não é tão fácil assim. Nesse sentido, pretendo trabalhar um
pouquinho com este último.

Pretérito Imperfeito
Vamos seguir o raciocínio trabalhando as três conjugações verbais e outros dois
verbos irregulares, que são os verbos “pôr”, “ter”, “vir” e “ser”. Tome nota do seguinte
esquema.

Conjugação Desinência modo temporal


1º AR VA
2º ER IA
3º IR IA
4º PÔR, TER, VIR NHA
5º SER ERA

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Vozes verbais

A desinência modo temporal -VA apresenta um verbo no pretérito imperfeito do


indicativo com verbos de primeira conjugação (terminados em ar) como em cantar,
pular, nadar. Os verbos de segunda conjugação são apresentados pela desinência
verbal -IA, como corria, sofria, comia. A desinência modo temporal da terceira
conjugação é -IA, como em partia, sorrira, dormia. Agora, para os verbos irregulares
“por, ter, vir” a desinência modo temporal será -NHA, funcionando na prática do
seguinte modo: por=punha, ter=tinha, vir=vinha. Não somente com esses verbos, mas
também com seus derivados: pôr-compor-compunha, ter-manter-mantinha, vir-
prover-provinha, entre outros. Em seguida, o verbo irregular “ser” tem a desinência
modo temporal “ERA”.

Uma dica essencial para se dar bem é que você domine as desinências desses verbos
irregulares para não se perder com as desinências dos seus derivados. Tenha em mãos
uma boa gramática, ou encontre alguma gramática virtual. Existem muitas excelentes
como a Gramática do Fernando Pestana, A gramática da Maria Augusta, a gramática
do Rodrigo Bezerra, entre outras. Ou mesmo procure alguma para consultar online
como, por exemplo, o site gratuito “https://conjuga-me.net”. Tem muita coisa boa por
aí, por isso se arme de conhecimento, sem desculpas. Como complemento, deixei
preparado para vocês uma sequência de tempos e modos verbais da ativa que são
mantidos na passiva.

Os tempos e modos verbais das ativas permanecem na passiva


INDICATIVO Compra- é comprado/ Comprou – foi comprado/ Comprava- era comprado/
Comprará – será comprado/ Compraria – seria comprado.
SUBJUNTIVO Compre- seja comprado/ Comprasse – fosse comprado/ Comprar – for
comprado
LOCUÇÕES VERBAIS: Tenho comprado- tem sido comprado/ tinha comprado – tinha sido
comprado/ deve comprar- dever ser comprado/ estou comprando – está
sendo comprado

Agora vamos a melhor parte, na qual testamos nosso conhecimento e colocamos em


prático toda a teoria. Preparei uma série de exercícios para você se deliciar com a
língua portuguesa. Mãos à obra!

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Questões

QUESTÕES
Questão 1) ... ela nunca alcançava a musa. Transpondo-se a frase para a voz passiva,
a forma verbal resultante será:

a) Foi alcançada.
b) Fora alcançada.
c) Seria alcançada.
d) Era alcançada.

Comentários:

Na frase, o sujeito é “ela”, o verbo “alcançava”, e o objeto direto é a “musa”, e “nunca”


é um adjunto adverbial de negação. Isto posto, para responder a questão devemos
nos preocupar com quem pratica (SUJEITO) a ação e quem sofre (OD), e o interessante
é que a questão sequer pede para que a oração seja passada para a voz passiva. Ela
quer apenas saber a forma verbal resultante da voz passiva. Então só precisamos nos
preocupar como objeto.

Observando o verbo na sentença vemos que se trata de um verbo no pretérito


imperfeito do indicativo com desinência modo temporal “va” – “alcançava”. Assim,
dentre as opções só podemos marcar aquela locução verbal que está no pretérito
imperfeito do indicativo, e quem vai indicar isso é o auxiliar. A alternativa letra a) “foi
alcançada” – está no pretérito perfeito, ou seja, trata de um passado completamente
realizado, portanto não serve. A letra b) “fora alcançada” – está no pretérito mais que
perfeito, ou seja, o tempo verbal no passado que indica outro anterior, também no
passado. A letra c) “Seria alcançado” – está no futuro do pretérito. A letra d) “era
alcançada” – é pretérito imperfeito do indicativo e gabarito da nossa questão.

Gabarito: D

Questão 2) E assim, num impulso, lança a primeira pincelada... Transpondo-se a frase


acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) Foi lançada.
b) É lançada.

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Questões

c) Fora lançada.
d) Lançaram-se
e) Era lançada.

Comentários:

O verbo lançar é transitivo direto, pois quem lança, lança alguma coisa; e a “primeira
pincelada” é o objeto direto. Então, se queremos passar a estrutura pra a voz passiva,
temos que nos preocupar primeiro com o objeto direto, que é quem vai ficar no lugar
do sujeito da passiva. Como o verbo “lança” em “lança a primeira pincelada” está no
presente, a frase na passiva deverá ser: “A primeira pincelada é lançada”.

Gabarito: B

Questão 3) A carta, essa personagem central dos últimos séculos, foi solapada pelo
e-mail... A frase acima está corretamente transposta para a voz ativa em:

a) A carta, essa personagem central dos últimos séculos, solapa o e-mail.


b) O e-mail, essa personagem central dos últimos séculos, a carta solapou-o.
c) O e-mail solapou a carta, essa personagem central dos últimos séculos.
d) O e-mail solapara essa personagem central dos últimos séculos, a carta.
e) A carta, essa personagem central dos últimos séculos, solaparia o e-mail.

Comentários:

Quando passamos uma frase da voz passiva para a voz ativa devemos em primeiro
lugar observar o agente da passiva, que neste caso é o “e-mail”, porque a “carta” é o
sujeito paciente. A estrutura que está entre vírgulas “essa personagem central dos
últimos séculos” serve como aposto explicativo de “a carta”. Detalhe, por ser um
aposto explicativo, é como se fosse parte do sujeito. Assim, “foi solapada” é uma
locução verbal em que o verbo principal é um verbo no particípio, com a terminação
ado/ido, e o verbo “solapar” é um verbo de origem. O verbo auxiliar é o verbo “ser”,
que está no passado, e indica um passado completamente realizado, portanto,
pretérito perfeito do indicativo.

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Questões

Agora vamos transformar a frase em voz ativa. O agente da passiva “e-mail” será
transformado em sujeito, e de “pelo”, que resulta da contração da partícula por + o
artigo o, manteremos apenas o artigo o, “o e-mail”. A locução verbal “foi solapada”
será transformada em verbo. Se colocamos o verbo “solapar” no pretérito imperfeito
o resultado será “e e-mail solapou”. Quanto o aposto explicativo, ele continuará sendo
um aposto explicativo do elemento que sofre a ação, portanto: “O e-mail solapou a
carta, essa personagem central dos últimos séculos.
Sujeito VTD OD Aposto explicativo
O e-mail solapou a carta, essa personagem central dos últimos séculos.

Gabarito: C

Questão 4) As advertências do DECEA foram feitas à Secretaria de Orçamento


Federal do Ministério do Planejamento, na oportunidade em que foram solicitadas
verbas para “operação, manutenção, desenvolvimento e modernização do Sistema de
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)”. A substituição da expressão “foram
solicitadas” por se solicitaram prejudica a correção gramatical do período.

Comentários:

A alteração de “foram solicitadas” por “se solicitaram” trata-se apenas de uma


alteração de voz passiva analítica para voz passiva sintética, então está correto, não
haverá prejuízo gramatical algum.

“... na oportunidade em que foram solicitadas verbas para operação...”


“... na oportunidade em que se solicitaram verbas para operação...”

Gabarito: Falsa

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Questões

Questão 5) A partir da elaboração de relatórios como Justiça em Números, o CNJ


pôde, por exemplo, criar metas para desatar os nós da justiça brasileira. Uma delas, de
2009, previa o julgamento de todos os processos distribuídos antes de 2006.
Identificaram-se 4,5 milhões de casos; 90% já foram julgados. Em relação às
informações e estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens que se seguem.

Prejudica-se a correção gramatical do texto ao substituir, “identificaram-se” por foram


identificados.

Comentários:

A questão expõe que se identificaram quase 4,5 milhões de casos. Podemos observar
que se trata de um verbo transitivo direto seguido da partícula apassivadora “-se”.
Desse modo, o que a questão quer dizer com a substituição da expressão
“identificaram-se” por “foram identificados” é apenas que a frase será transformada
de passiva sintética para passiva analítica. Portanto, continuará correta, sem prejuízo
algum à correção gramatical.

Gabarito: Falsa

Questão 6) Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Caso a
expressão “aqui se fez” seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção
gramatical do período.

Comentários:

Esta frase também está certa, porque o que se fez foi a eleição, assim, substituir a
expressão por “aqui foi feita” não traz prejuízo alguma para correção gramatical do
período, portanto a questão está errada em dizer o contrário.

Gabarito: Falsa

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Questões

Questão 7) “... o indivíduo exerce livremente sua atividade”. Transpondo a frase para
a voz passiva, obtém-se a forma verbal

a) Exercerá.
b) É exercida.
c) Pode exercer.
d) Terá exercido.
e) Terá como exercer.

Comentários:

O “indivíduo” é o sujeito, “exerce” é um verbo transitivo direto, “livremente” é um


adjunto adverbial, e “sua atividade” é o objeto direto. Parar transpor para a voz passiva,
o objeto direto deverá se tornar o sujeito paciente da frase, e o verbo “sua atividade”,
que está no presente, em locução verbal, assim ficará “sua atividade é exercida”.

Gabarito: B

Questão 8) ... o etanol reduz em mais de 80% a emissão de gases do efeito estufa.
Transpondo se a frase acima para voz passiva, a forma verbal passará a ser
corretamente:

a) É reduzida.
b) Foi reduzido
c) Tinha reduzido
d) Serão reduzidos
e) Vinha sendo reduzida.

Comentários:

Nesta questão, o etanol (sujeito) reduz (verbo) “80% da emissão de gases efeito estufa
(estrutura adverbial). Aqui, o núcleo é “a emissão “, o verbo “reduz” está no presente,
portanto, “a emissão é reduzida”.

Gabarito: A

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Questões

Questão 9) ... mas exige em troca um punhado de moedas de ouro. Transpondo-se


a frase para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) São exigidos.
b) É exigida.
c) É exigido
d) Foi exigido
e) Foram exigidas.

Comentários:

O que ele exige é um punhado (núcleo) de moedas de ouro, e o verbo “exigir” está no
presente, logo, um punhado é exigido.

Gabarito: C

Questão 10) Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos


governadores de alguns estados. A substituição da expressão “serão definidos” por
definir-se-ão garante a correção gramatical do período.

Comentários:

A questão está dizendo que o período ficaria “amanhã definir-se-ão”, no entanto essa
estrutura está incorreta. Embora esteja no futuro e seja permitida a mesóclise nesse
caso, a palavra “amanhã” é uma palavra atrativa, assim, seria possível fazer o uso da
mesóclise unicamente com a adição de uma virgula após o termo amanhã: “amanhã,
definir-se-ão”. Como não é o caso, a questão está errada. O correto seria “amanhã se
definirão”.

Gabarito: Falsa

Bom, chegamos ao fim de mais uma aula. Foi muito conteúdo e com esse tanto de
exercícios para exemplificá-lo, tenho certeza que você não vai errar na prova. Não

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Questões

deixe de revisar, copiar e estruturar todo o material na sua mente, de forma que ali
permaneça.

Fiquem em paz e até uma próxima.

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunções coordenativas

Prof. Sidney Martins

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Apresentação

Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por


marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Conjunções coordenativas

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação .................................................................................................................... 2
Conjunções coordenativas ................................................................................................. 3
Conectivos ........................................................................................................................ 3
A diferença entre conjunções e preposições ...................................................................... 4
Conjunções e relações sintáticas. ...................................................................................... 5
Exemplos de conjunções coordenativas ............................................................................. 7
Observação 1: Polissemia da conjunção ............................................................................ 9
Classificando as orações coordenadas destacadas .......................................................... 10
Questão 01 ..................................................................................................................... 12
Questão 02 ..................................................................................................................... 13
Questão 03 ..................................................................................................................... 14
Questão 04 ..................................................................................................................... 14
Questão 05 ..................................................................................................................... 15

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
São aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas semanticamente
indicam através do nome. As aditivas indicam adição, uma soma ou um acréscimo, as
adversativas indicam a diversidade, contraste e oposição, as alternativas indicam a
alternância e escolha, explicativas indicam uma explicação e conclusiva indicando uma
conclusão.

Algumas são mais fáceis para identificar por exemplo, porém = adversativa, ou =
alternativa.

CONECTIVOS
Chamamos de conectivos termos que não tem função sintática, como as conjunções
e preposições, os quais servem para ligar termos de uma oração, orações de uma
frase, ou frases de um texto.

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A diferença entre conjunções e preposições

De fato, a conjunção e a preposição não exercem função sintática, mas englobam


termos que possuem funções sintáticas.

A DIFERENÇA ENTRE CONJUNÇÕES E PREPOSIÇÕES


Para diferenciar conjunções de preposições é importante destacar que as conjunções
ligam funções de mesma função e a preposição liga elementos de diferentes funções,
entretanto a uma exceção que a preposição liga um elemento de mesma função. Na
expressão frente a frente há a expressão adverbial modal o “a” é uma preposição que
liga elementos de mesma relevância, mas na grande maioria irá ligar elementos de
funções diferentes.

Comi bolo de chocolate.

Quando é colocado “Comi bolo de chocolate” eu comi quantas coisas? É uma coisa,
“Comi” é um verbo transitivo direto e o “bolo de chocolate” é um objeto direto, sendo
o núcleo deste objeto direto “bolo” o “de” serve para ligar o núcleo do objeto direto
ao núcleo do adjunto adnominal. Afinal foi comido um bolo que é de chocolate, então
“de chocolate” está caracterizando o bolo, sendo uma locução adjetiva para mostrar
que o bolo é de chocolate e não de cenoura. São duas funções sintáticas diferentes,
as duas são nucleares, mas uma é núcleo do objeto direto e a outra é núcleo do
adjunto adnominal que está inserido dentro desse objeto direto.

Comi bolo e chocolate.

Se come duas coisas o verbo “comi” é transitivo direto, o “bolo e chocolate” é objeto
direto e o “e” está ligando dois núcleos do objeto direto. Por isso há o hábito de dizer
que a preposição liga elementos de funções diferentes e que a conjunção liga
elementos de funções idênticas.

Maria e João casaram-se.

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Conjunções e relações sintáticas.

Quem se casou foi Maria e João, “Maria e João” é o sujeito, os núcleos desse sujeito é
“Maria” “João” o “e” liga os dois núcleos, por isso o “e” é uma conjunção de ligação
de elementos de mesma função sintática.

Estudei e fui à praia.

Este “e” está ligando duas orações, sendo uma conjunção.

A preposição liga qualquer palavra não necessariamente palavras de funções sintáticas


diferentes na maioria das vezes funciona assim, já a conjunção liga orações e palavras
obrigatoriamente de mesma função sintática.

CONJUNÇÕES E RELAÇÕES SINTÁTICAS.

a) Coordenação e Subordinação

Estudei, mas não fiz boa prova.

O “mas” é uma conjunção adversativa é coordenada, a coordenada possui uma


estrutura fixa, isso significa que primeiro terá a oração coordenada assindética o
“estudei” e o restante será a oração coordenada sindética no caso foi a adversativa.
Não se pode colocar “mas não fiz boa prova, estudei” não, ficará estranho, por isso
essa estrutura é fixa e não dá para fazer a troca.

Embora tenha estudado, não fiz boa prova.

Começou com uma conjunção, é um indício de que é subordinada, pois a subordinada


possui uma estrutura móvel e é possível fazer perguntas. O “embora” é uma conjunção
subordinativa adverbial concessiva, o “Embora tenha estudado” é uma oração

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Conjunções e relações sintáticas.

subordinada adverbial concessiva, sendo o “não fiz boa prova” a oração principal.

Choveu, porque chegou frente fria.

Existe uma relação de causa e consequência, o “choveu” será a oração principal e o


“porque” será causal, observando que o “porque chegou frente fria” será uma oração
subordinada adverbial causal.

Não saia de casa, pois está chovendo.

“não saia” tem um teor imperativo, logo para justificar algo, sendo assim o “pois”
explicativo, o “não saia de casa” é oração coordenada assindética e o “pois está
chovendo” será uma oração coordenada sindética explicativa. Repare que toda vez
que temos subordinadas se pode fazer permuta, pois não são coordenadas,
lembrando que as coordenadas são fixas.

b) Correlação

Não só estudei, mas também fiz boa prova.

Correlação são pares, o par que há nessa frase é “não só” “mas também” para indicar
que no “mas também” há uma estrutura aditiva sendo a virgula da frase facultativa,
mas essa virgula mostra que o “mas” não pode ser considerado uma aditiva
simplesmente do nada, tem que haver correlação e se existe essa relação do valor da
soma.

Comi tanto que passei mal.

Existe a relação com o intensificador ante “que” podendo ser a palavra tanto, tal, qual

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Exemplos de conjunções coordenativas

ou tamanho. Neste momento há a relação de causa e consequência. A causa ficará do


lado do intensificador “comi tanto” e a consequência ficará do lado “que passei mal”.

Maria é mais alta do que João

O “do” é facultativo, pois se pode dizer “Maria é mais alta que João”

EXEMPLOS DE CONJUNÇÕES COORDENATIVAS


A)

Almocei e saí.

Não almocei nem saí.

Tanto o “e” e o “nem” indicam soma, estamos diante das aditivas.

B)

Choveu, mas eu fui à praia.

Fiz dieta, porém não emagreci.

O “mas” e o “porém” são adversativas.

C)

Choveu, logo fiquei em casa.

Estudou muito, então foi aprovado.

O “logo” e o “então” denotam a ideia de conclusiva.

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Exemplos de conjunções coordenativas

D)

Fique em casa, pois já começou a chuva.

Não fume, que faz mal à saúde.

São modos imperativos “fique em casa” e “não fume”, se há modos imperativos


é preciso justificar explicando, sendo o “pois” e o “que” explicativas.

E)

Venha agora ou perderá a vez

Ora chora, ora ri.

O “ou” e “ora”, são alternativas.

É interessante salientar quando se tem alternativas, você terá uma


relação de escolha, podendo a pessoa escolher entre ir ou não.
Entretanto depois há os pares “ou, ou” “ora, ora” “quer, quer” “seja,
seja” “já,já” de vez em quando o avaliador brinca com isso se utilizar
“ora chora ou ri” é uma pegadinha, pois não se pode misturar, são
pares.

Quando se trabalha com uma conjunção coordenativa há o costume que a estrutura


fixa tenha coordenada, sendo primeira a oração coordenada assindética, uma vírgula
e a conjunção coordenativa sindética. Quando se trabalha esses pares das conjunções
alternativas se tem duas orações coordenadas sindéticas alternativas não existindo
uma margem.

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Observação 1: Polissemia da conjunção

OBSERVAÇÃO 1: POLISSEMIA DA CONJUNÇÃO

Estudei e foi à praia

O “e” indica soma, indicando soma não há virgula.

Estudei e não fiz boa prova.

Este “e” indica oposição, entrando uma virgula obrigatória na frase “estudei, e não fiz
boa prova.”

Siga este conselho e terá sucesso.

Há um modo imperativo logo em seguida há uma explicação que é indicado no “e,


entrando uma virgula obrigatória na frase “siga este conselho, e terá sucesso.

Precisava de ajuda; telefonou-me, pois.

Observe que esta depois do verbo da oração o “pois” da qual ele faz parte no final,
sendo conclusivo.

Trocou o xampu, pois o cabelo estava seco.

Toda causa é uma explicação a diferença é que a explicação possui essência imperativa
se a frase fosse “troque o xampu, pois o cabelo está seco” seria um “pois” explicativo,
mas esse “pois” é causal há uma relação de causa e consequência, sendo a causa o
cabelo estar seco e a consequência trocar o xampu. A conjunção é causal, mas
subjacente existe um valor explicativo.

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Classificando as orações coordenadas destacadas

Trabalho que trabalho nesta empresa!

Este “que” funciona como se fosse um “e” funcionando como soma, indica um aditivo.

Ligue o ventilador que está calor.

“Ligue o ventilador” modo imperativo, este “que” será explicativo.

O “pois” ele pode ter algumas classificações, sendo explicativas, conclusivas e existe a
possibilidade de ser causal o qual que se confunde com o explicativo. A diferença é
que no explicativo há uma essência imperativa e no causal não. Ocasionando a uma
relação de causa e consequência, por exemplo quando há uma ordem o pois
explicativo, quando não possui ordem é causal. Quando se diz “não vou à praia, pois
está chovendo” não tem ordem, então este “pois” é causal agora na frase “não vá à
praia, pois está chovendo” o pois é explicativo, uma diferença significativa entre o pois
explicativo e o conclusivo é que o explicativo vem antes do verbo colocando a virgula
e depois o “pois”. No conclusivo vem depois do verbo ou entre virgulas, geralmente
no final da estrutura para mostrar que está depois do verbo, o que acaba acontecendo
com o “pois” conclusivo é que ele é deslocado e deve ser destacado com virgula.
Normalmente vem a primeira oração, virgula, a conjunção e a oração da qual essa
conjunção faz parte.

CLASSIFICANDO AS ORAÇÕES COORDENADAS DESTACADAS

Vamos comer, Tiago Nunes, que estou morrendo de fome.

Vamos comer é um modo imperativo, requer uma explicação sendo o “que”


explicativa.

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Classificando as orações coordenadas destacadas

Alguns leram, no entanto não entenderam.

“No entanto” será uma adversativa, indicando diversidade é oposição, um contraste.

Não fiques nervoso, Tiago, pois eu é que fiz os exercícios.

“Não fique” há um modo imperativo, em sequência há o explicativo o “pois”.

Rodrigo está nervoso, necessita, pois, de calmante.

Está entre vírgulas, consegue-se colocar um “portanto” no lugar, sendo conclusiva.

Cala-te, porque só dizes besteiras.

“Cala-te” há um modo imperativo, este “porque” será explicativo.

A vida é curta, por isso aproveitamos cada momento.

“Por isso” é uma estrutura conclusiva.

Saia, porque você é execrável.

“Saia” possui um modo imperativo, e por causa do “porque” temos uma estrutura
explicativa.

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Questão 01

QUESTÃO 01
Os livros de história sempre tiveram dificuldade em falar de mulheres que não
respeitam os padrões de gênero, e em nenhuma área essa limitação é tão evidente
como na guerra e no que se refere ao manejo de armas. No entanto, da Antiguidade
aos tempos modernos a história é fértil em relatos protagonizados por guerreiros.
Com efeito, a sucessão política regularmente coloca uma mulher no trono, por mais
desagradável que essa verdade soe.

Observa-se que o “no entanto” é uma estrutura adversativa

Mantendo-se a correção e a lógica, sem que qualquer outra alteração seja feita na
frase, o segmento grifado acima pode ser substituído por:

a) Todavia.
b) Conquanto.
c) Embora.
d) Porquanto.
e) Ainda que.

Comentário: Uma adversativa até pode ser substituída por uma concessiva que
indica a oposição em cima de uma reescritura, entretanto a adversativa enfatiza e
a concessiva minimiza, mas a depender de como fará a reescritura, o processo
funciona. Usando o exemplo de:

“Meu amigo é feio, mas é rico.”

Esta frase enfatiza o fato de ele ser rico e minimiza o fato de ser feio, colocando
uma concessiva dá para manter o sentido, sendo:

“Embora seja feio, é rico”

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Questão 02

Observe que a frase continua enfatizando o fato de ser rico e minimiza o fato de
ser feio, mas há uma reescritura.

“Meu amigo é feio, mas é rico.”

Nesta frase não dá para substituir o “mas” por “embora”, não fara sentido mudando
a ideia, não se pode enfatizar um elemento e depois minimizar o mesmo, ficando
claro que para manter se deve trocar adversativa por adversativa. Todavia é uma
adversativa, conquanto é uma concessiva, embora é uma concessiva, porquanto
explicativa podendo ser também causal e o ainda que uma estrutura concessiva,
sendo possível trocar a adversativa por outra apenas na letra a.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 02
No período: “Paredes ficaram tortas, animais enlouqueceram e as plantas caíram”,
temos:

a) Duas orações coordenadas assindéticas e uma oração subordinada substantiva.


b) Três subordinas substantivas.
c) Três orações coordenadas.
d) Quatro orações coordenadas.
e) Uma oração principal e duas orações subordinadas.

Comentário: Existem três orações, pois houve a apresentação de três verbos


diferentes, “ficaram, “enlouqueceram” e “caíram” há uma vírgula que é enumerativo
sequenciando orações. As duas primeiras são sem conectivo, são duas orações
coordenadas assindéticas e a última “caíram” possui o conectivo “e”, sendo uma
oração coordenada sindética aditiva.

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Questão 03

Gabarito: Letra C

QUESTÃO 03
Entenda o cálculo do IDH municipal (IDHM)

O Índice de desenvolvimento humano foi criado para medir o nível de


desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação
(alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (expectativa de vida ao nascer) e
renda (PIB per capita), mas também é utilizado para aferir o nível de desenvolvimento
humano de municípios.

De acordo com as informações do texto ao lado- Entenda o cálculo do IDH municipal


(IDHM) - e considerando o tema por ele focalizado, julgue os itens que se seguem.

A ideia adversativa da conjunção, “mas” se estabelece entre “países” e “municípios”.

Comentário: O texto parece não ter ideia de adversidade, pelo motivo de ter o
“mas também”, entretanto não possui um par sendo esta uma questão certa
que trás a ideia de adversidade.

QUESTÃO 04
“Contudo, essa experiência foi posta de lado quando as trevas medievais tomaram
conta da Europa, fazendo-a mergulhar em mil anos de estagnação, sob as mãos de
senhores feudais, reis e papas, que não conheciam o outro limite senão o seu próprio
poder.

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue os itens que se seguem.

A substituição do vocábulo “senão” por se não, embora gramaticalmente correta,


prejudicaria o sentido do texto.

Comentário: Ela não tem como ser gramaticalmente correta, pois são
completamente diferentes, prejudicaria o sentido se pudesse colocar ficando

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Questão 05

claro, que, a questão já está errada por dizer que é gramaticalmente correta.

QUESTÃO 05
Victor fracassou porque cedeu a uma predisposição da natureza humana...

O elemento grifado na frase acima tem o mesmo sentido de:

a) Ainda que.
b) Conquanto.
c) Enquanto.
d) Embora.
e) Uma vez que.

Comentário: Este porque poderia ser a princípio explicativo ou causal, não possui
ordem, sendo causal se procura também uma estrutura causal sendo o ainda que
uma concessiva, conquanto uma concessiva, enquanto temporal, embora é
concessiva e uma vez que a qual é a causal sendo a alternativa correta.

Gabarito: Letra E

Cara(o) aluna(o) para finalizar uma mensagem de reflexão:

“Para ter sucesso é preciso primeiro acreditar que podemos.”

Nikos Kazantzakis.

É imprescindível acreditar que consegue, você tem que acreditar, na próxima aula
veremos mais sobre conjunções, bons estudos.

Até mais!

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunções Subordinativas

Prof. Sidney Martins

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Apresentação

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Conjunções Subordinativas

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação .................................................................................................................... 2
Conjunções Subordinativas ............................................................................................... 3
Conjunções Subordinativas Integrantes ................................................................................................ 5
Conjunções Subordinativas Adverbiais ................................................................................................. 7
Exercícios ........................................................................................................................ 12

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
Existem nove conjunções subordinativas adverbiais, as quais dividem-se em
integrantes e adverbiais. As CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS INTEGRANTES,
como diz o próprio nome integram apenas a oração subordinada, no caso,
substantiva, portanto, as orações integrantes, que basicamente são encabeçadas pelas
conjunções integrantes “que” e “se”, indicarão que são orações subordinadas
substantivas. Uma forma muito simples de identificar essas orações é efetuar a
substituições das conjunções que e se, junto com a oração da qual fazem parte, pelo
termo “isso”. Observe:

I S S O Oração
Substantiva
Subordinada
Integrante

Agora, quando falamos de orações subordinativas adverbiais, o advérbio indica


circunstâncias, isto é, valores semânticos. É justamente nesse sentido que a banca
gosta de cobrá-las, para ver se você está capitando o “sentido” que é transmitido pelo
texto. Existem NOVE tipos de CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS e é
interessante que você ao menos saiba o nome dessas conjunções. Há um esquema
que você provavelmente já deva ter visto que é o C6FTP. Isto é, das nove conjunções
subordinativas adverbiais, seis (6) delas são iniciadas pela letra C, e as demais iniciadas
cada uma pelas letras F, T e P. Veja no quadro que segue quais são.

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Conjunções Subordinativas

▪ Causal: indica causa.


▪ Comparativa: indica comparação.
▪ Conformativa: indica conformidade.
▪ Condicional: indica ideia de condição.
▪ Concessiva: indica oposição.
▪ Consecutiva: indica consequência.
▪ Final: indica finalidade.
▪ Temporal: indica tempo.
▪ Proporcional: indica proporção.

Bom, tendo esquematizado as conjunções de acordo com suas iniciais, o seu trabalho
será o de identificar as conjunções, isto é, identificar quais delas podem ser
consideradas causais, quais podem ser consideradas comparativas, e assim por diante.
Para auxiliá-lo vou colocar aqui alguns exemplos.

Causal Como – Pois - Porque


Comparativa Como
Conformativa Como
Condicional Se - Caso
Concessiva Embora – A despeito de – Conquanto - Malgrado
Consecutiva Que
Final Para – Tão – A fim de
Temporal Quando - Enquanto
Proporcional À medida que – À proporção que

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Conjunções Subordinativas

O interessante é você conseguir identificar que “porque”, “pois” e “como” podem ser
conjunções causais. Identificar que, além de causal, a conjunção “como” pode ser
também comparativa e conformativa. Identificar que “se” e “caso” são as principais
conjunções condicionais; que “embora”, “à despeito de”, “conquanto” e “malgrado”
são conjunções concessivas; que “que” é a principal conjunção consecutiva e conta
com intensificadores para que possa ser classificada dessa forma (tanto, tal, tão e
tamanho); é identificar que “para” é a principal estrutura que indica finalidade; e,
ainda, que “a fim de” também indica finalidade; é perceber que a questão temporal
muitas vezes é expressa por “quando” e “enquanto”; e que a conjunção proporcional
é muito marcada por “à medida que” e “a proporção que”.

Mas, para conseguir identificar a classificação das conjunções, você precisa decorá-
las. Veja, é a mesma lógica de aprender a escrever: ninguém aprende a escrever sem
antes ter decorado as letras do alfabeto e a formação das sílabas; ou ainda, a mesma
lógica de correr: ninguém aprende a correr sem antes ter aprendido a andar. Nesse
sentido, não há outra forma de conseguir responder as questões relacionadas à
classificação das conjunções sem decorá-las. E se o material de apoio não for
suficiente para você, sinta-se na liberdade de solicitar algum material complementar
diretamente para mim no canal @professorsidneymartins. Dito isto, vamos adentrar
um pouco mais na teoria.

Conjunções Subordinativas Integrantes


Como já vimos, as Conjunções subordinativas introduzem sempre orações
subordinadas substantivas ou orações subordinadas adverbiais. As conjunções
subordinativas que vão introduzir as substantivas são as CONJUNÇÕES
INTEGRANTES. Observe os exemplos:

Conjunção temporal
Quando você chegar, estaremos em casa.
Oração subordinada adverbial temporal Oração principal

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Conjunções Subordinativas

O termo “quando” notoriamente expressa valor temporal, ou seja, indica tempo, então
estamos diante de uma conjunção temporal. E a conjunção temporal é uma
conjunção subordinativa adverbial, portanto, toda a primeira estrutura desse exemplo
será chamada de oração subordinada adverbial temporal. Consequentemente, se
há uma oração subordinada é porque há também uma oração principal, assim, a outra
parte do exemplo, a oração “estaremos em casa”, será a oração principal, doravante
OP. Próximo exemplo:

OP O.S.S ISSO
Quero que chova amanhã.
Oração principal Oração subordinada substantiva objetiva direta

Neste exemplo, observe que há a presença da conjunção “que” encabeçando a oração.


Mas que tipo de “que” temos aqui? Será que posso pegar toda a oração que circunda
essa conjunção e substituí-la por “isso”? Como em “quero isso”. Sim, eu posso. Logo
temos aqui uma oração subordinada substantiva encabeçada pela conjunção
integrante que. Por se tratar de uma conjunção integrante, “quero” será a oração
principal, e “que chova amanhã” uma oração subordinada substantiva.

Ainda, pensando em funções sintáticas, o verbo “querer” é um verbo transitivo direto,


pois quem quer, quer alguma coisa. O verbo transitivo direto pede um objeto direto,
logo, a segunda oração subordinada é uma oração subordinada substantiva objetiva
direta. O nome pode ser assustador, mas na verdade, é apenas um objeto direto que
por um acaso tem uma oração. Tanto que eu posso chamar de objeto diretor
oracional. Já o primeiro exemplo é uma oração subordinada adverbial, ela está na
função de adjunto adverbial. Bom, matamos aqui esse primeiro aspecto, retomando
o que já sabemos:

A conjunção integrante encabeça a oração subordinada substantiva.

A conjunção subordinativa adverbial encabeça a oração subordinada adverbial.

As conjunções subordinativas integrantes podem ser substituídas por ISSO, como já

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Conjunções Subordinativas

vimo. Veja, esse é o melhor macete que já vi na vida! Vamos ver alguns os exemplos:

I S S O Oração
Substantiva
Subordinada
Integrante

O.S.S.I.
Ela quer que você volte.
Ela quer o que? ISSO

O.S.S.I.
Perguntei se todos estavam bem.
Perguntei o que? ISSO

Pela substituição da oração subordinada pelo termo “isso”, sabemos se tratar ela de
uma oração Subordinada Substantiva Encabeçada Por Conjunção Integrante. E
pode reparar que o “se” do segundo exemplo “perguntei se todos estavam bem”,
poderia ser um “se” condicional, mas neste caso NÃO expressa a ideia de condição de
jeito nenhum.

Conjunções Subordinativas Adverbiais


As conjunções subordinadas adverbiais são classificadas pelo seu valor semântico.
Assim, vamos classificar alguns exemplos, a partir de agora, com as nove classificações
que vimos anteriormente.

a) Quando abri a porta, o barulho acabou.


b) Ainda que eu faça dieta, não emagreço
c) Bebi tanto que passei mal.
d) Está tossindo porque não se cuidou.
e) Se precisar, telefone-me

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Conjunções Subordinativas

A conjunção “quando “é uma conjunção temporal, pois indica tempo. Então a primeira
oração do primeiro exemplo se trata de uma oração subordinada adverbial
temporal. Mas aí falamos só do valor semântico. No segundo exemplo, sabemos que
a conjunção “ainda que” é uma conjunção concessiva, então indica a ideia de
concessão. Para esse primeiro exemplo, vou ensinar dois macetes. O macete do “que”,
e o macete do “tesão”. Olha só, toda vez que observarmos um intensificador
acompanhando a oração principal, e a conjunção “que” na oração subordinada, temos
uma ideia de causa e consequência.

tanto tal tão tamanho


tanto que tal que tão que tamanho que

Como sempre friso, a causa é a origem de um processo, e a consequência é o que


decorre a partir daquilo. Tanto que um avaliador poderia chamar a “causa” de origem,
ou até mesmo de motivo. Além disso, poderia chamar “consequência” de decorrência.
Mas o que nos importa aqui é saber que a causa vem primeiro e a consequência vem
depois, então, primeiro a causa e segundo a consequência. Então, toda vez que
aparecerem as expressões tanto que, tal que, tão que, e tamanho que, vai HAVER uma
relação de causa e consequência, só que a causa vai ficar do lado do intensificador
e a consequência sempre do lado do “que”, veja:

Tanto --------------- que


Tal --------------- que
Tão --------------- que
Tamanho --------------- que

E aí está o macete do “TESÃO”. Simples, junte todos os quatro “t’s” e forme um “Tzão”,
um “t” grandão, e ONDE HÁ TZÃO SEMPRE TEM CONSEQUÊNCIAS. Pronto, agora
você não esquece mais. Vamos aos exemplos.

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Conjunções Subordinativas

a) Bebi tanto que passei mal.


b) Está tossindo porque não se cuidou.
c) Se precisar, telefone-me.

Perceba que existe uma relação causa e consequência também no primeiro exemplo.
O “que”, portanto, é uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva. O próximo
exemplo, sabemos que “porque” pode ser uma conjunção causal ou explicativa, num
primeiro momento. Como vamos saber quando ele será explicativo? Quando tiver a
essência da interatividade, ou seja, tome remédio e então tussa. Mas não é o caso
neste exemplo, porque é justo o contrário: por a pessoa não ter tomado remédio (não
ter se cuidado), ela está tossindo. Assim, temos uma relação de causa e consequência.
Ou seja, esse “porque” encabeça uma oração subordinada adverbial causal, isto é, uma
oração na qual existe um valor de causa seguida de consequência. No terceiro
exemplo, o termo “se” cria uma ideia de condição, então é uma conjunção condicional,
afinal de contas é para ligar só se precisa, caso precise, telefone, agora, se não precisar
não precisar para telefone. Assim, cria uma condição. Próximos exemplos:

a) Estudamos a fim de que fôssemos aprovados.


b) Fiz tudo como você mandou.
c) Sou forte como um touro.
d) À medida que cresço, engordo.

A conjunção “a fim de” indica a ideia de finalidade, então é uma estrutura final,
portanto uma oração subordinada adverbial final. No segundo exemplo temos a
conjunção “como”, que pode ser tanto causal, como comparativa ou conformativa.
São três valores subordinados, três valores adverbiais. Ela será causal quando estiver
no início do período, por exemplo na sentença “como estava chovendo, não fui à
praia”. E será comparativa quando existir uma relação de igualdade. E será
conformativo quando não existir uma relação de igualdade, por exemplo, “Jhoni Zini
é sexy como o Pablo Jamil”. Veja, nesse momento eu tentei comparar a sensualidade
dos dois, o sex apeal dos dois, enfim, eu comparei um ao outro na tentativa de colocá-
los no mesmo patamar. Então existe uma ideia de igualdade. Se existe uma ideia de
igualdade, a conjunção “como” é comparativa.

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Conjunções Subordinativas

Agora, digamos que eu diga “Jhoni faz exercícios como Pablo o orienta.” Neste
momento não estou tentando promover uma igualdade, não estou tentando dizer
que Jhoni faz exercícios igual Pablo, aqui Jhoni faz exercícios como é mandado,
conforme Pablo orienta, consoante Pablo orienta. Então como temos uma ideia
diferente, a conjunção “como” é conformativa.

No terceiro exemplo “fiz tudo como você mandou”, ou seja, conforme você mandou,
a conjunção “como” é conformativa e indica uma conformidade. No próximo exemplo
“Sou forte como um touro”, estou meu comparando a um touro, logo, a relação é
comparativa. No quarto exemplo” à medida que cresço, engordo” a conjunção “à
medida que” indica uma relação de proporcionalidade, portanto, é uma estrutura
proporcional.

Observação 1 - LOCATIVAS E MODAIS

Uma observação interessante relacionada a esse tema e que já foi conteúdo de prova
é que NÃO constam na N.G.B. (Nomenclatura Gramatical Brasileira) as locativas
(indicam local) e a modal (indica modo). Observe os exemplos:

“Não pode haver honra onde tudo é corrupção”


“onde” é uma locativa, pois diz respeito ao local em que algo pode ou não ocorrer.
Dançava sem que seus pés tocassem o chão”
“sem que” é uma modal, pois indica o modo com que dançava.

Além das nove conjunções adverbiais sobre as quais já falamos, que constam na N.G.B,
também podem aparecer na sua prova, embora não constem na N.G.B., esses dois
tipos de conjunções. 99% dos casos será a LOCATIVA a aparecer.

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Conjunções Subordinativas

Observação 2 – REDUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO

Uma segunda observação diz respeito à redução do desenvolvimento. Veja, uma oração
subordinada pode sempre estar DESENVOLVIDA (com conjunção e verbo conjugado)
ou REDUZIDA (sem conjunção e com verbo em uma forma nominal).

A FORMA NOMINAL seria: gerúndio; particípio; e infinitivo. O gerúndio é aquele com


terminação em -ndo e corresponde ao advérbio; o particípio, com terminação -ado e
-ido e corresponde ao adjetivo; o infinitivo, com terminação em -r e corresponde ao
substantivo. Observe os exemplos

✓ Mesmo estudando, não entendi quase nada.


✓ Ao abrir a porta, vi o acidente.
✓ Terminado o trabalho, poderão sair.

No primeiro exemplo, a informação que se destaca como mais importante é “não


entendi quase nada”, e a informação “mesmo estudando” ficou reduzida. Nesse sentido
existe uma oração reduzida de gerúndio que indica uma concessão, portanto uma
oração subordinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio.

No segundo exemplo, a junção da preposição “a” + o artigo “o” + verbo no infinitivo,


sempre dá uma ideia temporal. Então essa estrutura é uma oração subordinada
adverbial de tempo, ou temporal, reduzida de infinitivo.

No terceiro exemplo, sabemos que existe uma oração subordinada adverbial reduzida
de particípio em “terminado o trabalho”, agora a sua classificação é ambígua. Veja bem,
pode ser interpretada como “se terminarem o trabalho, poderão sair”, ou “quando
terminarem o trabalho, poderão sair”. Nesse caso, vai depender da forma que você for
desenvolver o raciocínio ou vai depender do contexto em que a oração está inserida.
Assim, pode tanto ser
temporal
Uma oração subordinada adverbial reduzida de particípio
condicional

O mesmo ocorre no exemplo “Precisando de ajuda, telefone-me”. Temos uma oração

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Exercícios

subordinada adverbial reduzida de gerúndio que pode ser tanto temporal (no
momento que precisa de ajuda, telefone) quanto condicional (se precisar de ajuda,
telefone).

EXERCÍCIOS
1. Classifique as orações subordinadas adverbiais destacadas:

a. Você passou na minha vida como um vadio vendaval.

b. E, depois que a tarde nos trouxesse a lua/ se o amor chegasse eu não resistiria.

c. Quero que você me faça um favor, já que a gente não vai mais se encontrar.

d. E, embora eu já conheça bem os seus carinhos, me envolvo e sou tragado pelos


seus carinhos.

e. Onde andei não deu para ficar, porque aqui é o meu lugar.

f. Aguardaremos, brincaremos no regato, até que nos tragam frutos.

g. Ajoelhou-se porque estava curada.

h. Esforçou-se tanto quando no dia anterior.

i. Esforçou-se tanto que alcançou o seu objetivo.

j. Quanto mais pensa, mais nervoso fica.

k. Está no Rio desde que terminou a Faculdade.

l. Ganhará um automóvel desde que termine a Faculdade.

GABARITO:
a. A conjunção “como” dá ideia de comparação, portanto temos comparativa.
b. “Depois”, dá ideia de tempo, portanto, uma O. S. Adv. temporal e “se” dá ideia de condição,
portanto, temos uma condicional.
c. “Já que” = causal.
d. “Embora” = concessiva.
e. Onde = locativa (indica o lugar); “porque” = causal (há relação de causa e consequência
“aqui é o meu lugar” = causa; “não deu para ficar onde andei” = consequência.

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Exercícios

f. “até que” = temporal


g. “porque” = causal (“estava curada” = causa; “ajoelhou-se” = consequência).
h. “tanto quanto” = comparativa.
i. “tanto que” = consecutiva.
j. “quanto mais” = proporcional.
k. “desde que” = temporal/condicional (se puder se substituído por “quando”, será
temporal.).
l. “desde que” = condicional

2. “... e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca...”, a


organização grifada traz uma ideia de:

a) Causa.
b) Consequência.
c) Condição.
d) Conformidade.
e) Concessão.

GABARITO: E

3. No trecho “Ao tempo de Pilatos e de James Joyce, a linguagem virtual estava


longe”. Mas, além da realidade física, da palavra impressa, ela servia de símbolo da
identidade e da perenidade da comunicação”.

Os termos negritados acima têm, respectivamente, a equivalência de

a) Adversidade – causa – tempo.


b) consequência – tempo – adversidade.
c) tempo – adversidade – adição.
d) adição – adversidade – tempo.

GABARITO: C

4. No Texto lê-se: “A língua que falamos é um bem, se considerarmos “bens” “as coisas
úteis ao homem”.

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Exercícios

O termo negritado, segundo Cunha e Cintra (2009), tem o valor de um (a):

a) construção linguística que apresenta relação causal.


b) sintagma com sentido opinativo, que apresenta uma relação comparativa.
c) conectivo com valor de condição, pois indica uma hipótese.
d) vocábulo gramatical, que serve para adicionar uma ideia a outra.

GABARITO: C

5. Encaminhar e receber mensagens é uma necessidade humana presente desde


quando as sociedades adquiriram um relativo grau de complexidade. Assim que um
grupo organizado de homens obteve controle sobre um território maior que a sua
aldeia, surgiu a procura por formas de comunicação entre os indivíduos situados em
pontos diversos.

A substituição de “quando” por que altera as informações originais do texto e


PROVOCA TRANSGRESSÃO às normas gramaticais.

GABARITO: ERRADA

Para finalizar este nosso material, deixo uma mensagem bem bonita do Walt Disney:
SE VOCÊ PODE SONHAR, VOCÊ PODE FAZER ISSO. E isso é a mais pura verdade.
Sonhou, pode fazer! E tenha sonhos sempre grande, porque se na sua jornada até o
topo você cair no meio do caminho, pelo menos alguma coisa boa você já vai ter
conquistado. Agora, se você sonhar muito pequeno... as conquistas serão poucas.

Ide em paz e até a próxima aula.

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Exercícios

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Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA
Oração Subordinada

Prof. Sidney Martins

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Apresentação

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Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

E é com imenso prazer que nós vamos trabalhar hoje Orações Subordinadas. Eu venho
há algum tempo em diversas aulas batendo na tecla desta subordinação. Agora, mais
uma vez eu vou ilustrar aqui de forma bem rápida como funciona a questão das
orações.

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário

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Período Simples e Período Composto

português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos


públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação .................................................................................................................... 2
Período Simples e Período Composto ................................................................................ 3
Orações Subordinadas ...................................................................................................... 4
Funções sintáticas ............................................................................................................. 5
Oração Subordinada Adverbial ............................................................................................................. 5
“Que” - Pron. Relativo ou Conj. Integrante? .......................................................................................... 6
Oração Subordinada Substantiva .......................................................................................................... 8

PERÍODO SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO


Vamos iniciar nossa aula falando um pouco da diferença entre o período simples para
o composto. O período simples é aquele que possui apenas um verbo e é
representado por meio do sistema SVC (sujeito + verbo + complemento), que é o
principal sistema linguístico da língua portuguesa. E como possui apenas um verbo,
chamamos de ORAÇÃO ABSOLUTA. Quando se fala em oração absoluta, significa
que na estrutura só tem um verbo, que é o chamado período simples.

Agora em relação ao período composto, ele pode ser composto por coordenação ou
por subordinação. Sabemos que a coordenação pode ter uma divisão entre as
coordenadas acinéticas, que a são aquelas que não possuem conectivo, e as
cinéticas, que são aquelas que possuem conectivo. Sabemos que as conjunções
cinéticas são cinco. Para as conjunções subordinadas, temos as substantivas, as
adjetivas e as adverbiais, que são nove.

Veja, qual é o grande pulo do gato? O que acontece na verdade é que na escola

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Orações Subordinadas

aprendemos por uma sequência da gramática. Então estuda-se todo o período


simples, estuda-se tudo sobre o verbo transitivo direto, sobre o que é verbo de
ligação, o que é um sujeito, um objeto, um adjunto adverbial. Depois, parte para o
período composto. Teoricamente o professor parte do pressuposto de que o aluno já
tenha dominado o período simples. Aí chegando aqui, nas aulas de português para
concurso, você vai estudar a coordenação, a subordinação. Bom, você já sabe que a
estrutura coordenada é fixa, é equiparada, então não existe relação de hierarquia. Já
na estrutura subordinada, existe uma relação de hierarquia, temos sempre uma oração
principal sobre uma subordinada, que é dependente daquela.

Normalmente na escola estuda-se primeiro a coordenada, depois a subordinada


substantiva, depois a adjetiva e, por fim a adverbial. E aí está o erro. Na verdade, o
modo correto de se estudar essas estruturas é estuda-las juntas. Assim, a única coisa
que vai precisas fazer é DECORAR AS CONJUNÇÕES. E a partir disso, você consegue
responder todas as questões. Por exemplo, se se deparar com um “porém”, você vai
saber que se trata de uma coordenativa adversativa; se se deparar com um “portanto”,
você vai identificar que essa locução conjuntiva indica a finalidade.

Bom quando formos estudar então as estruturas substantiva, adjetiva e adverbial,


temos que ter em mente que a que a conjunção que mais incomoda é o “que”, uma
vez que muitos ainda confundem o “que” conjunção integrante com o “que” pronome
relativo. Tendo retomado o conteúdo no intuito de massificar os conceitos, vamos
adentrar mais a fundo nas orações subordinadas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS
Dentro da classificação orações subordinadas temos as orações subordinadas
substantivas, as orações subordinadas adjetivas, e as adverbiais. A oração subordinada
exerce uma função sintática em relação à oração principal, porque ela está inserida na
principal. Existindo subordinada, existe também a principal. Mas além da função
sintática, ela exerce também uma função morfológica, até mesmo pelos nomes que
apresenta. Essa questão morfológica é muito simples. Veja bem, a oração subordinada
substantiva, ela funciona como se fosse um substantivo, logo ela pode ser substituída
por um substantivo; a oração subordinada adjetiva funciona como um adjetivo, logo,
ela pode ser substituída por um adjetivo, e a oração subordinada adverbial funciona,

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Funções sintáticas

obviamente, como advérbio, logo pode ser substituída por um advérbio.

FUNÇÕES SINTÁTICAS
Dito isso, vamos falar então sobre as funções sintáticas dessas orações. A oração
subordinada adverbial só pode exercer UMA ÚNICA função sintática. Ela sempre vai
funcionar como adjunto adverbial. SEMPRE!! O mesmo ocorre com a oração
subordinada adjetiva, que exercerá sempre a única função de adjunto adverbial. Agora
vamos sair da zona de conforto para falar da ORAÇÃO SUBORDINADA
SUBSTANTIVA. Esta, pode exercer até seis funções sintáticas, quais sejam:

✓ Sujeito;
✓ Objeto direto;
✓ Objeto indireto;
✓ Complemento nominal;
✓ Aposto;
✓ Predicativo

Oração Subordinada Adverbial


Pois bem, partindo do pressuposto que você já saiba o que é um sujeito, um advérbio,
um adjunto adnominal dentre outros. Vamos retomar o que é uma oração
subordinada adverbial, já com um exemplo, preste atenção:

João é tão feio que assusta até as crianças.

A conjunção “que” encabeça as orações subordinadas e por esse motivo o “que” é tão
importante. Porque ele é capaz de encabeçar as três orações subordinadas. Ele pode
encabeçar oração subordinada substantiva, a adjetiva, e a adverbial. Ele vai encabeçar
uma oração substantiva quando funcionar como uma conjunção integrante. ele vai
encabeçar a adjetiva quando funcionar como um pronome relativo; e vai encabeçar a
oração subordinada adverbial quando funcionar como uma conjunção subordinativa
adverbial consecutiva, que é aquela quem indica a consequência. De todas essas, a de
mais fácil identificação é a oração subordinada adverbial consecutiva, porque
OBRIGATORIAMENTE a oração principal à qual está subordinada deverá apresentar
um intensificador, que são as seguintes palavras: tanto, tal, tão e tamanho. Então há

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Funções sintáticas

na oração as estruturas “tanto que”, “tal que”, “tão que” e “tamanho que” temos uma
relação de causa e consequência. Se você não lembra do macete do “Tzão”, veja só:

TANTO --------- QUE

T TAL
TÃO
TAMANHO
---------
---------
---------
QUE
QUE
QUE
Onde tem TZÃO tem consequência

É assim que funciona, é muito simples na verdade. No exemplo “João é tão feio que
assusta até as crianças” conseguimos fazer uma divisão entre a oração principal e a
oração subordinada.

Causa Consequência
João é tão feio Que assusta até as crianças.
Oração principal O.S. Adv. Consecutiva.

A banca avaliadora pode cobrar uma questão como essa na prova tal como acabamos
de trabalhar, mas ela pode, também, cobrar o valor semântico apenas do “que” ou de
toda a estrutura da qual faz parte. Agora, se não houver um intensificador... o “que”
será pronome relativo ou conjunção? Pois bem, vamos aprender a identificar a
diferença.

“Que” - Pron. Relativo ou Conj. Integrante?


Existe uma diferença gritante em relação ao “que” como pronome relativo e o “que”
como conjunção integrante, porque o pronome relativo OBRIGATORIAMENTE faz
referência ao termo anterior, obrigatoriamente. Já a conjunção integrante, ela SÓ
integra. Vou passar para você um macete para ajudar a identificar o “que” conjunção
integrante. Se você já viu alguma aula minha provavelmente já o tenha visto, porque
como já disse algumas vezes, é o melhor macete que já vi na vida. Veja, se for possível
substituir todo o período no qual o “que” está inserido pela palavra ISSO, então se
tratará de uma conjunção integrante. Observe como a palavra isso de trás para frente

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Funções sintáticas

indica a própria função do “que”.

I S S O Oração
Substantiva
Subordinada
Integrante

Agora vamos trabalhar com alguns outros exemplos para podermos entender melhor
e fixar o conteúdo.

1. Percebo / que os alunos do Focus são carinhosos.


O.P. O.S

Bom, a parte inicial da análise é muito simples, basta separar a oração principal da
subordinada. Agora vamos verificar se existe ali um termo intensificador (tanto, tal,
tão, tamanho). Sim ou não? Não, não há nenhum intensificador, portanto, sabemos
que não se trata de uma consecutiva. Sendo assim, ou será uma adjetiva ou uma
substantiva, porque o “que”, ou vai ser um pronome relativo, ou uma conjunção
integrante. É simples identificar. Basta analisar se o “que” está fazendo referência ao
termo anterior ou não. Neste exemplo vemos que não, ele não faz referência ao termo
anterior. Mas se você estiver muito nervoso e quiser se certificar de que terá a resposta
correta, você vai recorrer ao macete do ISSO. Então você vai ver se consegue pegar
toda a oração subordinada (OS) e substitui-la pela palavra ISSO. Conseguiu?

1. Percebo / isso.
O.P. O.S

Agora tenho certeza que este “que” é uma conjunção integrante e que a oração é
uma oração subordinada substantiva, encabeçada pela conjunção integrante
que.

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Funções sintáticas

Mas a postura do avaliador hoje em dia pode ser diferente. Em se tratando de uma
subordinada adverbial, ele pode sim querer cobrar a classificação da oração, a função
morfológica do “que”, mas na maioria das vezes, ele quer mesmo é saber o valor
semântico. Isto é, que que você diga qual é a função sintática da oração destacada. Se
for uma oração subordinada adverbial, por exemplo, só possuirá uma única função
sintática, que é a de adjunto adverbial. Só que isso fica muito claro e fácil para o
candidato escolher dentre as opções a correta, e o candidato acerta com muita
facilidade. Agora, quando a banca cobrar as orações substantivas, não tem jeito, ele
vai cobrar a função sintática.

Oração Subordinada Substantiva


Nós sabemos existir seis funções sintáticas para a oração subordinada substantiva.
Então vamos estudar um pouco sobre isso. A função didática SEMPRE constataremos
pelo sistema SVC (sujeito + verbo + complemento). Considerando que a análise
sintática só parte do verbo, eu pergunto a ele quem é o sujeito da oração. E,
automaticamente o resto será o complemento, que pode ser um objeto, adjunto
adverbial e predicativo do sujeito.

Vamos voltar ao exemplo “percebo que os alunos do Focus são carinhosos” resumido
em “percebo isso”. Quem percebe? Ora, “EU percebo isso”. Então chegamos ao sujeito
da oração, que será, nesse caso, um sujeito oculto. Afinal de contas, conseguimos
depreender o sujeito pela desinência número pessoal. Agora ficou faltando o resto, o
resto é o complemento, porque nesse caso, quem percebe, percebe alguma coisa.
Então estamos diante de um verbo transitivo direto, portanto, diante de uma oração
subordinada substantiva objetiva direta. O nome é enorme e assustador, mas no
final das contas é apenas um objeto direto que, por um acaso, tem oração (objeto
direto oracional).

Agora, você me pergunta: como é que isso pode cair na prova? Pode cair na prova
pedindo a classificação da oração, toda a classificação como acabamos de ver; pode
pedir só a função morfológica do “que” que é uma conjunção integrante; ou então,
pode cair alguma questão que trabalhe a análise sintática apenas, sem mencionar a
questão da oração. Pode ser então que a banca destaque toda a estrutura e diga, por
exemplo, de forma velada para testar o conhecimento prévio, que toda a estrutura

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Funções sintáticas

funciona como complemento verbal do verbo “percebo”. E a questão estará certa.


Porque se é um complemento verbal é um objeto, seja ele direto ou indireto.
Então se está dizendo que essa estrutura é um complemento verbal, está dizendo que
é um objeto, logo, já está certa a questão.

Ainda, a banca pode simplesmente destacar e afirmar que o “que” é o objeto direto,
isto é, misturar o período composto com orações de período simples. Ela poderia
colocar a estrutura completa no enunciado, destacar a oração subordinada e pedir
para você assinalar dentre as questões a que tiver a mesma função sintática do termo
destacado. Vamos fazer algumas suposições à la banca de concurso. Digamos que
sejam apresentadas as seguintes frases para assinalarmos, dentre elas, a com mesma
função sintática de “Percebo que os alunos do Focus são legais”. O gabarito da nossa
questão seria a letra a, naturalmente. Vamos para uma outra estrutura.

Exemplo 1:
VTD. OD
a) Comi Um pastel
VID - PIS OI
b) Trata-se de um documento

Exemplo 2:
OP OS OP
O aluno Que estuda é aprovado.

Repare que na primeira parte da estrutura não há verbo, “O aluno”, então não é uma
oração, mas sim uma estrutura nominal. Isso significa que a oração subordinada está
no meio da oração principal. Mas isso é fácil identificar. Perceba que o primeiro verbo
que aparece depois do “que” é o verbo da oração subordinada, a partir disso, o
próximo, já é o verbo da oração principal. Então a nossa oração principal é “o aluno
... é aprovado”, e “que estuda” é nossa oração subordinada, que por enquanto, não
sabemos quem é.

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Funções sintáticas

Vamos descobrir então quem é. Observe a oração anterior para ver se encontra um
intensificador (tanto, tal, tão, tamanho). Não temos intensificador. Então o próximo
passo é ver se o que é pronome relativo ou conjunção integrante. Será que este “que”
faz referência à estrutura anterior? Poderíamos pegar o “que estuda” e substituir por
“o aluno estuda”? Sim, poderíamos. Logo, o que se trata de um “pronome relativo”,
ou seja, de um elemento que faz referência ao termo anterior. Agora sim sabemos que
oração temos aqui: oração subordinada adjetiva. E se você ainda estiver na dúvida,
experimente aplicar o macete do ISSO. Podemos substituir o “que” por isso? Como
em “O aluno isso”? Não né... Fica muito estranho.

OP OS OP
O aluno Que estuda é aprovado.
Sujeito Pron. Relativo
Oração subordinada adjetiva restritiva

Agora para complementar, eu preciso saber se a oração subordinada que está entre a
principal é restritiva ou explicativa. Desse modo, verificamos que se há presença de
vírgula ou não. Se for restritiva NÃO haverá vírgula; se for explicativa HAVERÁ vírgula.
Logo, nossa frase é restritiva e isso significa de fato que aqui existe uma ideia de
restrição, de limitação, porque não é todo aluno que é aprovado, mas somente aquele
que estuda. E essa observação significa que esta estrutura é de suma importância
para o entendimento da frase como um todo, então não posso retirá-la de onde está,
por isso não tem virgula.

Agora, se estivéssemos trabalhando com o seguinte exemplo: “o homem, que é


racional, aprende com os erros”. Uma vez que o “que” faz referência ao tema anterior,
se trata de um pronome relativo, logo, estamos diante de uma oração subordinada
adjetiva, e, como tem vírgula, é uma oração subordinada adjetiva explicativa. Isso
significa que é uma mera explicação, então a oração principal NÃO DEPENDE da
subordinada como a anterior, porque a frase “o homem aprende com os erros” é
completamente provida de sentido por si só, considerando que todo ser-humano é
racional. Então na frase a explicação “que é racional”, pode ser retirada porque não
comprometeria o sentido. Diferente da anterior, na qual somente os alunos que
estudam são aprovados, e não todos.

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Funções sintáticas

Ainda em relação ao exemplo “O homem, que é racional, aprende com os erros”,


quando a banca perguntar a função sintática, pode ter certeza logo de cara aparecerá
a alternativa “aposto”, porque se parece com um aposto, pois está entre vírgulas e
pode ser retirado sem prejuízo de sentido. Mas eu friso o tempo todo, APOSTO É
FUNÇÃO PRÓPRIA DE SUBSTANTIVO, tanto que existe a oração subordinada
substantiva apositiva. E no nosso exemplo temos uma oração adjetiva e a oração
adjetiva, não importa se é restritiva ou explicativa, ela sempre vai exercer UMA ÚNICA
função sintática, que é de adjunto adnominal.

É isso aí, finalizamos por hoje com uma vasta retomada de conteúdo basal da língua
portuguesa e com entendimentos essenciais para sua prova. Espero que minha
explicação, exemplos e macetes tenham lhe ajudado a captar o sentido por trás de
tudo isso, porque, por mais complexo e estranho que parece, faz sentido. Retome o
conteúdo, refaça as anotações e procure exercitar o conhecimento angariado.

Nos vemos na próxima aula.

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Funções sintáticas

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Apresentação

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Orações Subordinadas

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Apresentação

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

APRESENTAÇÃO
Fala galera!!

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!

Sou o professor Sidney Martins, falando diretamente dos estúdios do Focus


Concursos, uma potência na preparação para concursos públicos em todo Brasil.

Falando um pouco da minha trajetória, sou graduado em Letras pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro e especialista em Língua Portuguesa pelo Liceu Literário
português. Trabalho há mais de 14 anos na preparação de alunos para concursos
públicos.

Sou servidor da Prefeitura do Rio de janeiro - RJ

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Orações subordinadas

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação .................................................................................................................... 2
Orações subordinadas ....................................................................................................... 3

ORAÇÕES SUBORDINADAS

É provável que ele chegue ainda hoje.

É possível substituir por “isso”.

Conta-se que ele chegará ainda hoje.

É possível substituir por “isso”.

Espero que você case.

É possível substituir por “isso”.

Gostaria de que todos me apoiassem.

Aparece preposição sendo possível substituir por “disso”, sendo a contração


de+isso.

Sou favorável a que o condenem.

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Orações subordinadas

Aparece preposição podendo ser escrita de forma “sou favorável a isso”.

Minha esperança é que sejas feliz.

É possível substituir por “isso”.

Desejo uma coisa: que sejas feliz.

É possível substituir por “isso”.

Todas essas frases são orações subordinadas substantivas e o “que” em todas é uma
conjunção integrante, para perceber isto de forma mais simples observe nas orações
anteriores não há intensificador, sendo um indício de que não tem consecutiva ficando
entre pronome relativo e conjunção integrante. Observe que não faz referência termo
anterior caso você esqueça ou possua dúvida observe que dá para pegar a oração e
substituir a palavra “que” pelo “isso”. Mostrando que são as orações subordinadas
substantivas estão relacionadas com o apoio da preposição. Só existem duas
substantivas que podem fazer isso, pois só tem duas estruturas nominais
obrigatoriamente com preposição, o objeto indireto e o complemento nominal. É a
oração subordinada substantiva objetiva indireta e a oração subordinada substantiva
completiva nominal, estás preposições fazem parte das subordinadas. Observando
que o “que” será uma conjunção integrante em todas as construções acima, a palavra
isso mostra que existe uma oração subordinada substantiva junto com a conjunção
integrante.

Avaliando a primeira frase do exemplo acima, teoricamente é a mais simples, “Espero


que você case” vimos que é possível substituir pela palavra “isso” esse processo nos
mostra que a conjunção é integrante. No “espero” há a oração principal e o restante
é a oração subordinada sendo o substantivo, como toda oração subordinada
substantiva falta a função sintática.

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Orações subordinadas

Através do sistema SVC ache o verbo e pergunte a ele quem é o sujeito é um sujeito
oculto, nesse contexto “eu espero” quem espera, espera algo sendo o verbo transitivo
direto que pede objeto direto. Ficando uma oração subordinada substantiva objetiva
direta, mas resumidamente é apenas um objeto direto que por acaso possui uma
oração, sendo chamado de objeto oracional também. O verbo transitivo direto pede
obrigatoriamente um objeto direto a frase funciona como complemento verbal da
oração do verbo esperar.

É importante lembrar que sempre que falar de complemento verbal, obrigatoriamente


se fala de objeto direto ou indireto.

Iremos comparar as frases “É provável /que ele chegue ainda hoje.” E “Minha
esperança é /que sejas feliz” “é provável” e “minha esperança” é a oração principal
e o restante de ambas será oração subordinada. Esta oração é de conjunção integrante
a qual vimos através do “que” substituído por “isso”, sendo ambas orações
subordinadas substantivas faltando a função sintática. Observe que as duas orações
possuem o verbo ser no “é”, existe uma diferença entre os três verbos classificatórios
dividindo em partes o transitivo, o intransitivo e o de ligação. Entretanto existe um
outro arranjo que coloca o transitivo e o intransitivo de um lado e o de ligação do
outro lado em relação à questão da ação. Tanto que podemos dizer que os verbos
transitivos e intransitivos são verbos nocionais, pois são verbos que indicam noção e
um sentido é esse significado semântico atrelado a ação que dá uma noção de ação.
Já o verbo de ligação não tem ação, sendo chamado de verbo relacional, pois relaciona
o sujeito ao predicativo.

Quando há uma estrutura com o verbo de ligação em um processo natural da língua,


se tem o sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito se eu promover a
frase uma ordem natural antes do verbo de ligação vira o sujeito e sucessivamente o
predicativo do sujeito se encontrando a direita do verbo de ligação. Quando há um
verbo de ligação na oração principal, significa que a subordinada terá a função de
sujeito ou terá função de predicativo do sujeito, quando for a oração com função do
sujeito, se chamara de subjetiva. É chamada assim pois no latim a palavra subjecto
significava sujeito e ao dizer que é subjetiva é que tem sujeito, quando se estuda o
direito subjetivo se compreende o direito individualizado.

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Orações subordinadas

Observando a frase “É provável que ele chegue ainda hoje”, olhe para ver quem
está à direita do verbo de ligação sendo o “é’, a palavra “provável” está do lado
funcionando como predicativo do sujeito. Dentro dessa construção falta encontrar o
sujeito, sendo sintaticamente “que ele chegue ainda hoje” funciona como sujeito da
oração principal, um sujeito oracional. Quando há um sujeito oracional, o verbo
obrigatoriamente fica no singular sendo uma oração subordinada substantiva
subjetiva, que é aquela que possui a função de sujeito.

Analisando a frase “minha esperança é que sejas feliz” o “é” é o verbo de ligação,
quem está à direita deste verbo de ligação é o predicativo do sujeito “sejas”, significa
que a estrutura “que sejas feliz”, é o que a gente chama predicativo do sujeito.
Entretanto não há o hábito de dizer que é uma oração subordinada substantiva
predicativa do sujeito, apenas dizendo que é predicativa existindo uma oração
subordinada substantiva predicativa. A “minha esperança” será o sujeito, se há o verbo
de ligação na oração principal ou será uma subordinada funcionando como sujeito ou
uma subjetiva que funcionara como predicativa. Caso exista dificuldade de entender
a questão da posição do verbo de ligação e da posição do predicativo do sujeito
escreva a palavra isso a qual exercera a função de sujeito mesmo alterando na frase.
“é provável isso” e “isso é provável”. É só olhar quem está à direita do verbo de
ligação é esse o predicativo do sujeito, se for dentro da oração principal, significa que
a oração principal será o sujeito e se for a oração subordinada significa que a oração
subordinada é o predicativo.

Analisando as frases “gostaria de que todos me apoiassem” e “sou favorável a que


o condenem” ambas possuem em comum a preposição, quando há preposição nas
orações subordinadas substantivas, funcionaram como objeto indireto ou como
complemento nominal. Funcionaram como objeto indireto, quando estiverem ligadas
a um verbo transitivo direto e indireto e será completiva nominal quando estiver
ligado a um nome. “Gostaria” e “sou favorável” são as orações principais, “de que
todos me apoiassem” é a oração subordinada substantiva, “a que o condenem” oração
subordinada substantiva, através da substituição pela palavra “isso” você encontra a
classe como vimos no material acima ficando, “gostaria disso” e “sou favorável a isso”
sendo uma conjunção integrante.

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Orações subordinadas

As preposições “de” e “a” em ambas frases foram exigidas por uma regência e quando
há regência será objeto indireto ou completiva nominal, observando quem da oração
principal exige a proposição. Na primeira frase a oração subordinada está ligada a
“gostaria” de classe gramatical verbo, nesse contexto quem gosta, gosta de alguma
coisa, sendo um verbo transitivo indireto pedindo um objeto indireto. Resultando em
uma oração subordinada substantiva objetiva indireta, podendo ser chamada de
objeto indireto oracional. “Sou favorável a que o condenem” esta oração
subordinada está ligada a palavra “favorável” sua classificação é de completiva
nominal, “favorável” isoladamente é um adjetivo.

Quando observado, as duas preposições que coordenam as orações respectivamente,


objetivo indireta e completiva nominal são para Evanildo Bechara, preposições
facultativas. As bancas seguem a visão da maioria dos gramáticos, entretanto a banca
CESPE enxergava da mesma forma que o Evanildo Bechara, pois ele reparou que
muitas pessoas não colocavam a preposição dizendo, “sou favorável que o
condenem” observando isso, disse que o processo era facultativo. Com essa visão ele
começou a colocar que a preposição nas orações subordinadas, substantivas,
objetivas, indiretas e completivas nominais era facultativa.

O CESPE adotou essa visão até 2012, de lá para cá a visão do CESPE mudou ficando
igual a todas as outras bancas, neste aspecto adotou a visão da maioria dos
gramáticos. Enxergam as preposições como obrigatórias, por mais que fuja da
normalidade da fala, significando que se não houver o uso destas preposições há um
prejuízo gramatical.

Analisando a frase “Conta-se que ele chegará ainda hoje” dá para fazer a
substituição através do ‘isso” “conta-se isso”, ficando claro de que é uma conjunção
integrante, “conta-se” é oração principal e “que ele chegará ainda hoje” é uma oração
subordinada substantiva, faltando apenas a classificação da oração sintaticamente. O
avaliador poderá afirmar dizendo que é uma objetiva direta ou um complemento
verbal da oração principal e o erro do indivíduo ocorre, pois avalia o verbo da oração
principal, visto que quem conta, conta algo classificando como verbo transitivo direto.
Entretanto Verbo transitivo direto + pronome “se”. Há a partícula pacificadora,

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Orações subordinadas

indicando a passividade de um sujeito, nesse momento há uma oração subordinada


substantiva subjetiva, pois ela está funcionando sintaticamente como um sujeito.

Analisando a frase “Desejo uma coisa: que sejas feliz” o “que” é uma conjunção
integrante, sendo uma oração subordinada substantiva. Observe que a estrutura “que
sejas feliz” explica a “coisa”, sendo um processo catafórico e funcionando como aposto
da palavra “coisa”. Resultando em uma oração subordinada substantiva apositiva.

Cara(o) aluna(o) nesta aula compreendemos mais sobre as orações subordinadas, na


próxima aula veremos mais sobre o assunto, bons estudos.

Até mais!

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Oração Subordinada Substantiva

LÍNGUA PORTUGUESA
Oração Subordinada Substantiva e Adjetiva

Prof. Sidney Martins

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Oração Subordinada Substantiva

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Veja o exemplo abaixo:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Oração Subordinada Substantiva ...................................................................................... 3
Oração Subordinada Adjetiva ........................................................................................... 4
Resolução de Questões ................................................................................................... 10

Fala galera! Elaborei essa aula partindo do pressuposto que você já sabe como
funciona qualquer tipo de oração subordinada substantiva, assim, se você ainda não
está muito seguro em relação a esse conteúdo, sugiro que dê uma retomada no
assunto, leia alguns matérias e faça alguns exercícios. Por hora, vou trabalhar uma
breve retomada do conteúdo à título de contextualização. Vamos lá?!

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Oração Subordinada Substantiva

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA


Tenha em mente que a oração subordinada substantiva, encabeçada pela conjunção
integrante, pode ser percebida como tal quando nos permite substitui toda a
estrutura subordinada pela palavra ISSO. A qual funcionará como como um pronome
de valor substantivo, e indicará, portanto, que ali existe na verdade uma oração
subordinada substantiva, encabeçada pela conjunção integrante.

É possível, contudo, que você se depare com outras estruturas além do que e o se.
Ainda assim você poderá perceber que está diante de uma oração subordinada
substantiva quando conseguir substituir toda a oração pela palavra isso. Observe os
seguintes exemplos e explicações:

▪ Não sei/ como ele se comportou.


▪ Perguntei/ quando era o exame.
▪ Não sei/ por que és tão vaidosa.
▪ Perguntamos/ quanto custava o produto.
▪ Não sabemos/ quem escondeu os
documentos.

▪ Não sei/ como ele se comportou = Não sei ISSO.

Dado que conseguimos substituir a estrutura que segue a conjunção “como” pelo
termo ISSO, classificamos a oração como subordinada substantiva. Como está ligada
ao verbo saber, e, nesse contexto, quem sabe, sabe alguma coisa, portanto, a um verbo
transitivo direto, que pede um objeto direto, remete a uma oração subordinada
substantiva objetiva direta (O.S.S.OD)

▪ Perguntei/ quando era o exame = Perguntei ISSO.

Seguindo a mesma lógica do exemplo anterior, ao ser possível substituir a estrutura


subsequente à conjunção “quando”, têm-se uma oração subordinada substantiva
ligada ao verbo transitivo direto, logo, uma oração subordinada substantiva objetiva
direta - O.S.S.OD.

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Oração Subordinada Adjetiva

▪ Não sei/ por que és tão vaidosa = Não sei ISSO.

Trata-se de uma oração subordinada substantiva ligada ao verbo “perguntar”, o qual


é, nesse contexto, um verbo transitivo direto, e pede, portanto, um objeto direto.
Desse modo estamos diante de uma oração subordinada substantiva objetiva direta
– O.S.S.OD.

A mesma lógica aplica-se aos demais exemplos supracitados (todas as orações serão
subordinadas substantivas objetivas diretas). Pois bem, feitas as considerações, vamos
agora estudar as orações subordinadas adjetivas.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA


As orações subordinadas adjetivas, como você já deve saber, exigem pronome
relativo. Seja ele qual for, deverá encabeçar a oração subordinada adjetiva, que pode
ser uma oração restritiva ou uma explicativa.

Restritiva = quando não possui vírgulas;


Explicativa = quando possui vírgula

Agora, independentemente de ser ela restritiva ou explicativa, quando a questão


remeter à função sintática da oração subordinada adjetiva, esta será sempre de
ADJUNTO ADNOMINAL.

Pronome
Relativo

Oração
Adjunto
Subordinada
Adnominal
Adjetiva

Restritiva Explicativa
(sem vírgula) (com vírgula)

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Oração Subordinada Adjetiva

Observe alguns exemplos:

O homem que fuma vive menos.


OP | O.S. Adj. | OP
O homem que trabalha vence na vida.
O homem, que é um ser racional, aprende com os erros.
O sol, que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.
Capitu, que é uma personagem de Dom Casmurro, tinha olhos de
ressaca.
Resolvera os exercícios que faltavam.

Perceba que no primeiro exemplo, “o homem que fuma vive menos”, a oração
subordinada adjetiva consiste em “que fuma”. Ora, veja que a primeira parte da oração
“O homem” não possui nela um verbo, portanto, por si só NÃO PODE ser chamada
de oração, isso significa que a oração subordinada está no meio da oração principal
(entre o sujeito e o verbo). Para identificar qual é o verbo da oração principal e qual é
o da oração subordinada, basta compreender que, o primeiro verbo que aparece
logo após o termo “que” é o verbo da oração subordinada, portanto, o que vem
em seguida será o verbo da oração principal.

Pois bem, estando diante de uma oração subordinada adjetiva, nossa primeira atitude
deve ser tentar identificar que tipo de oração é, se é restritiva ou explicativa.
Primeiramente, observamos se há um intensificador, e, no exemplo “o homem que
fuma vive menos, é óbvio que não há. Em seguida, observamos se faz referência a
algum termo anterior para ver se há um pronome relativo. No referido exemplo, quem
fuma é o homem, tanto que é possível substituir o pronome “que” por “o homem” –
“o homem que fuma vive menos”. Feita a análise, identificamos esta se tratar de uma
oração subordinada adjetiva.

P.R
O homem que fuma vive menos.

OP | O.S. Adj. | OP

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Oração Subordinada Adjetiva

Seria muito estranho dizer “o homem ISSO vive menos”, e é justamente


nesse momento de estranheza que você percebe que está diante de um
pronome relativo, e NÃO de uma conjunção integrante.

Na certeza de que esta se trata de uma oração subordinada adjetiva, devemos então
descobrir se ela é restritiva ou explicativa. E, para tanto, observamos a presença de
vírgula. Não havendo vírgula significa que é uma oração restritiva. Desse modo
entendemos que essa oração limita e restringe. Agora, imagine se a oração fosse “o
homem vive menos.” A pergunta, na falta de elementos que garantam a compreensão,
seria:

Como assim? Qual homem que vive menos? Isso não tem fundamento.

O exemplo “o homem que fuma vive menos” faz todo o sentido, uma vez que restringe
o tipo de homem que vive menos: o que fuma. A oração subordinada adjetiva “que
fuma” nesse caso é de suma importância para o entendimento d frase, logo, ela não
pode ser retirada, e se não pode ser retirada, é uma oração substantiva adjetiva
restritiva. O mesmo será aplicado às demais orações. Observe:

P.R O.S. Adj. restritiva


O homem que trabalha vence na vida.
OP | O.S. Adj. | OP
P.R
O homem, que é um ser racional, aprende com os erros. O.S. Adj. Explicativa
OP | O.S. Adj. | OP
O sol, que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário. O.S. Adj. Explic.
Capitu, que é uma personagem de Dom Casmurro, tinha olhos de
O.S. Adj. Explic.
ressaca.
Resolvera os exercícios que faltavam. O.S. Adj. restritiva

Agora quero que você observe um aspecto muito interessante em relação a essas
orações subordinadas adjetivas. Elas podem, em algumas situações, a depender da
frase, ter ou não a vírgula. Só que nesse caso, não é uma vírgula facultativa, já que a
vírgula facultativa não altera o sentido, mas sim, uma vírgula OBRIGATÓRIA, no
intuito de empregar aquela intenção na frase. Então, quando não há virgula,
restringe-se; quando há vírgula, a intenção é simplesmente explicar. Vamos

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Oração Subordinada Adjetiva

analisar algumas questões concernentes a esse aspecto.

Questão 1. Reescreva as frases seguintes, transformando em adjetivos as orações


subordinadas adjetivas:

a) Nossos alunos estão trabalhando com material que pode ser reciclado.
b) Há, em frente à fábrica, uma fila de homens e mulheres que estão sem emprego.
c) As geladeiras devem ficar constantemente ligadas, porque nelas estão
armazenados alimentos que podem perecer.
d) Todo o cuidado é pouco com os materiais que podem inflamar.

Comentários: Letra (a): a oração subordinada adjetiva restritiva é a subsequente ao


pronome relativo “que”. A expressão “que pode ser reciclado” pode ser substituída
por reciclável: “nossos alunos estão trabalhando com material reciclável”.

Letra (b): novamente, trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva que se
inicia com o pronome relativo “que”, “que estão sem emprego”, a qual pode ser
substituída por desempregados: “há, em frente à fábrica, uma fila de homens e
mulheres desempregados”.

Letra (c): seguindo o mesmo raciocínio, “alimentos que podem perecer” são
alimentos perecíveis: “as geladeiras devem ficar constantemente ligadas, porque nelas
estão armazenados alimentos perecíveis”.

Letra (d): “materiais que podem inflamar” são materiais inflamáveis: “todo cuidado é
pouco com os materiais inflamáveis”.

Questão 2. Suponha que o gerente de uma empresa queira informar a seus clientes,
por carta, que o estabelecimento enviará pelo correio os carnês para pagamento.

Indique a interpretação que o cliente daria à informação do diretor, no caso dos


seguintes empregos de vírgula:

a) Os clientes, que já são cadastrados, receberão os carnês de pagamento pelo


correio.
b) Os clientes que já são cadastrados receberam os carnês de pagamento pelo
correio.

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Oração Subordinada Adjetiva

Comentários: Na oralidade a pronuncia é igual para ambas as frases, mas, na


escrita, tem-se u diferença conferida pela pontuação. Então, na primeira frase,
como há vírgulas e um pronome relativo (que), que faz referência ao termo
anterior, ou seja, aos clientes, a estrutura se trata de uma oração subordinada
adjetiva explicativa. Já na segunda frase, não há vírgulas. Logo, a estrutura
apresentada se trata de uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Agora, tente responder mentalmente, QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ELAS?

A diferença está na ideia que cada uma passa ao receptor da mensagem. A


expressão “os clientes, que já são cadastrados” significa que todos os clientes são
cadastrados, essa é a explicação relacionada a esses clientes. Já a expressão “os
clientes que já são cadastrados” significam que há uma restrição, que a frase é
direcionada a somente aqueles clientes que já são cadastrados.

Para entender esse aspecto um pouco melhor, observe os seguintes exemplos:

P.R
Os alunos que são cadastrados receberão as carteirinhas.
OP | O.S. Adj. | OP

P.R
Os alunos, que são cadastrados, receberão as carteirinhas.
OP | O.S. Adj. | OP

Bom, o pronome relativo “que” faz referência aos termos que o antecedem, logo,
ambas as orações se tratam de orações subordinadas adjetivas. A primeira não tem
vírgulas, logo, é uma restritiva. A segunda, por sua vez, possui vírgulas, portanto, e
uma oração subordinada substantiva adjetiva explicativa.

Observe que se na primeira frase estamos limitando, restringindo, mostramos que a


oração principal por si só, sem a oração subordinada, não faz sentido. Ora, ao dizer
“os alunos receberão as carteirinhas”, a pergunta imediata que surge é “quais
alunos?”. Nesse sentido, para se fazer completa, a oração principal depende da oração
subordinada, por isso que há uma limitação, uma restrição: para mostrar que apenas

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Oração Subordinada Adjetiva

alguns alunos são cadastrados, logo, somente estes que são cadastrados receberão
as carteirinhas.

Já a segunda frase, por estar a estrutura subordinada entre vírgulas, a oração principal
por si só faz sentido, pois, por ser explicativa remete a ideia de todos os alunos terem
recebido as carteirinhas, que são, obviamente, todos eles – não há alunos sem
cadastro, e consequentemente, não haverá alunos sem carteirinha. Agora preciso que
você preste muita atenção. Se porventura o examinador perguntar a função
sintática dessa oração subordinada subjetiva explicativa, não responda que é um
aposto. Embora parece um aposto, por estar entre vírgulas, ser uma explicação, e
passível de ser retirada, NÃO É UM APOSTO. É e sempre será um ADJUNTO
ADNOMINAL.

Quando o pronome relativo faz referência a um termo anterior e esse termo se


apresenta no plural, e a oração subordinada adjetiva for restritiva, pegamos um grupo
e o restringimos, e, para além disso, separamos uma parte desse grupo, que será a
parte da restrição. Em contrapartida, quando a oração é explicativa e faz referência a
um termo anterior pluralizado, ela simplesmente engloba todos no grupo.

ESTRUTURA PLURAL
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Agora, em se tratando de uma estrutura no singular, se portará da seguinte forma,


observe os exemplos:

▪ Jhoni Zini tem uma namorada que mora em Cascavel.


▪ Jhoni Zini tem uma namora, que mora em Cascavel.

Vamos à análise. A primeira oração é uma oração subordinada adjetiva restritiva

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Resolução de Questões

(iniciada a partir do pronome reflexivo “que”). A segunda é uma oração subordinada


adjetiva explicativa. Agora veja, o primeiro Jhoni é um rapaz perigoso, ele não é “um
sujeito para casar”, porque a ideia que a frase está nos passando é a de que dentre
várias namoradas, dentre um conjunto de namoradas, Jhoni tem uma que mora em
Cascavel especificamente. Agora, o Jhoni da segunda frase, aquela que explica que
tipo de namorada ele tem, que passa a ideia de que ele só tem uma namorada, e ela
mora em Cascavel, esse sim é “para casar”. Perfeito?! Vamos fazer mais alguns
exercícios?

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
Questão 3. [...] municipais e pela sociedade civil organizada que buscam combater a
fome por meio de restaurantes populares, bancos de alimentos [...].

O trecho “que buscam combater” inicia uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Comentários: Questão corretíssima. Como você já observou, a oração não está entre
vírgulas, logo, é restritiva.

Gabarito: Correto

Questão 4. O TSE está desafiando hackers a encontrarem falhas na segurança das


urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010.

O trecho “que serão usadas nas eleições de 2010” constitui uma oração subordinada
adjetiva com função explicativa.

Comentários: Veja que não a oração não está entre vírgulas, portanto NÃO pode ser
explicativa. Ela será restritiva.

Gabarito: Errado

Questão 5. Assinale a alternativa em que não ocorre a oração subordinada


substantiva:

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Resolução de Questões

(a) É preciso que todos façam os seus deveres.


(b) Desejo que sua palestra seja um sucesso.
(c) Tenho necessidade de que me elogiem.
(d)Perguntaram quando ele chegaria.
(e) Todos se retiraram embora não tivessem terminado a prova.

Comentários: Como a questão pede para assinalar a questão em que NÃO OCORRE
oração subordinada SUBSTANTIVA, veremos qual delas não pode ser substituída
pela palavra ISSO.

Letra (a): preciso ISSO (substantiva)

Letra (b): Desejo ISSO (substantiva)

Letra (c): Tenho necessidade DISSO (substantiva)

Letra (d): Perguntaram ISSO (substantiva)

Letra (e): Todos se retiraram ISSO (OPA! Não fica legal). O termo “embora” é uma
concessiva, portanto se trata de uma oração subordinada adverbial concessiva.

Gabarito: Letra E

Questão 6. Em “Conclui-se, então, que o gerenciamento do estresse passa pelo


desenvolvimento pessoal,” o conectivo destacado NÃO pode ser substituído, sem
alteração de sentido, por:

(a) Pois
(b) Por conseguinte
(c) Assim
(d)Entretanto
(e) Portanto

Comentários: O termo “então” é uma conclusiva, logo, só pode ser substituído por
outra conclusiva. Assim, pode ser substituído por ‘pois’, por ‘por conseguinte’, por
‘assim’, por ‘portanto’, mas não pode ser substituído por “entretanto”, que é uma
adversativa.

Gabarito: Letra D

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Resolução de Questões

Questão 7. “Estou seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar


meios para realizar semelhante medida.” A oração em destaque é substantiva:

(a) Objetiva indireta


(b) Completiva nominal
(c) Objetiva direta
(d)Subjetiva
(e) Apositiva

Comentários: É possível substituir a oração subordinada em destaque pela expressão


ISSO, como em “estou seguro disso”, além do mais, tem preposição “de”, assim, ou é
objetiva indireta, ou é completiva nominal. Está ligada à “seguro”, que é um adjetivo,
portanto, está ligada à um nome, logo, é completiva nominal.

Gabarito: Letra B

Questão 8. “Os homens sempre se esquecem de que somos todos mortais.” A


oração destacada é:

(a) Substantiva completiva nominal


(b) Substantiva objetiva indireta
(c) Substantiva predicativa
(d)Substantiva objetiva direta
(e) Substantiva subjetiva

Comentários: A oração destacada tem preposição, então, ou é objetiva indireta, ou é


completiva nominal, está ligada ao verbo “esquecer”, que está acompanhado do
pronome (cabe inclusive salientar que o verbo esquecer sozinho é verbo transitivo
direto, mas quando acompanhado de pronome, se torna verbo transitivo indireto,
exigindo a preposição. Existem duas possibilidades, “quem esquece, esquece alguma
coisa, e, “quem se esquece, esquece de alguma coisa”). Nessa questão estamos diante
de um verbo intransitivo indireto, que pede, obviamente um objeto indireto, desse
modo, se trata de uma oração subordinada substantiva objetiva indireta.

Gabarito: Letra B

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Resolução de Questões

Questão 9. É chamado de litoral oriental o que se este de A Câmara Municipal de


Vitória (CMV) esteve representada na XVIII Decida Ecológica do Rio Jacu. Segundo o
presidente da CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória, que é uma
instituição que apoiam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jacu, é fundamental
para unir esforços junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e
recuperar o rio. O emprego de vírgulas logo após vitória “Vitória” e Jacu” justifica-se
por isolar oração de natureza explicativa.

Comentários: Sim, é uma oração subordinada adjetiva explicativa.

Gabarito: Correto

Questão 10: ... o presidente equatoriano, Rafael Correa, expulsou executivos da


construtora brasileira Odebrecht e está questionando o empréstimo deito pelo
poderoso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que
financia projetos de obras públicas na América Latina.

Comentários: a oração subordinada está entre vírgulas, logo, não pode ser restritiva.
Ela se trata de uma oração explicativa.

Gabarito: Errado

Questão 11: O TSE está desafiando hacker a encontrarem falhas na segurança das
urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010.

O trecho “que serão usadas nas eleições de 2010” constitui uma oração adjetiva com
função explicativa.

Comentários: Não há vírgulas, portanto, não é explicativa, mas sim, restritiva.

Gabarito: Errado

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Resolução de Questões

Finalizamos por aqui mais este módulo. Espero que tenha compreendido bem o
conteúdo em vista das explicações, exemplos e exercícios que pudemos resolver
juntos. O conteúdo de língua portuguesa, por ser muito minucioso e extenso, requer
uma atenção especial. Espero que esta aula o tenha ajudado. Continue persistente nos
seus estudos, pois assim alcançará o sucesso.

Um grande abraço e até a próxima

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

Resolução de Questões

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

Classificação da palavra “que”

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

Rumo à aprovação!

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “SE”]

FUNÇÕES DA PALAVRA “SE”]

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Português | Sidney Martins

FUNÇÕES DA PALAVRA “SE”]

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FUNÇÕES DA PALAVRA “SE”]

SEREI APROVADO E CLASSIFICADO!

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Língua Portuguesa

Regência Verbal e Nominal

Regência Verbal
1- Agradar
a) no sentido de acariciar – VTD.
Ex.: Não é bom agradar demais as crianças.

b) no sentido de satisfazer, causar agrado. (preposição a) – VTI.


Ex.: O sítio agradou ao fazendeiro.
Ex.: Este chapéu lhe agradará.

2 – Aspirar
a- no sentido de cheirar, sorver: sem preposição - VTD. Ex.: Maradona aspirou o ar puro da
manhã.
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a - VTI. Ex.: Aspirava ao cargo de
promotor de vendas.

3 – Assistir
a) no sentido de dar assistência, ajudar: com ou sem preposição – VTD ou VTI.
Ex.: O médico assistia os (aos) lutadores machucados

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a - VTI. O objeto indireto não pode ser
representado por lhe(s), apenas por a ele(s) a ela(s):
Ex.: Assistimos ao filme
Língua Portuguesa

Ex.: A criança assistiu ao espetáculo inteiro.

c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a - VTI. Admite substituição pelos


pronomes lhe(s), a ele(s), a ela(s).
Ex.: Assiste ao homem o direito de permanecer calado. (Assiste-lhe ou assiste a ele.)

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.


Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.

4- Chamar
a) no sentido de convocar, sem preposição – VTD.
Ex.: A direção chamou os professores.

b) no sentido de apelidar, denominar, caracterizar – VTD ou VTI. É verbo transobjetivo (objeto


+ predicativo do objeto). Esse predicativo pode aparecer ou não com a preposição de.
Ex.:
Chamei-o de tolo.
Chamei-o tolo.
Chamei-lhe de tolo.
Chamei-lhe tolo.

5. Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao ortopedista./ Cheguei a Brasília.

6- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o
fenômeno da crase.

b) no sentido de acarretar: sem preposição. Ex.: O valor da casa custou-me tudo o que
tinha.

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: sem preposição. Ex.: Imóveis custam caro.
Língua Portuguesa

7 - Esquecer/lembrar
a- Quando não forem pronominais: sem preposição - VTD. Ex.: Esqueci o casaco dele.

b- Quando forem pronominais: preposição de - VTI. Ex.: Lembrei-me de todas as respostas

8 – Informar/certificar/cientificar/notificar/avisar /prevenir/ comunicar


a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1) Alguém de algo – VTDI.
Ex.: Informou todos do acidente.

2) Algo a alguém – VTDI.


Ex.: Informou a todos o acidente.
Ex.: Avisei-o de que eu faltaria.

9- Namorar – não se usa com preposição - VTD. Ex.: Elisa namora Otávio.

10- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a - VTI. Ex.: O bom filho obedece aos
pais./ O candidato desobedeceu ao regulamento

11 - Pagar/ perdoar
a) Se o objeto é a coisa que sofre a ação do verbo: sem preposição – VTD.
Ex.: Ela pagou a conta de luz.
Ex.: O professor perdoou os erros do aluno

b) Se o objeto é pessoa que recebe a ação do verbo: são regidos pela preposição a – VTI.
Ex.: Perdoei a todos.
Ex.: O cliente pagou ao dono da loja.
Ex.: Cristo perdoou aos pecadores.

12- Preferir – Exigem um complemento sem preposição e outro com preposição a –


VTDI
Ex: Prefiro futebol a vôlei
Língua Portuguesa

É errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil
vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

13 – Querer
a) no sentido de desejar: sem preposição.
Ex.: Quero a risada mais gostosa
b) no sentido de querer bem, ter afeto: usa-se com a preposição a.
Ex.: Quero muito aos meus primos.

14- Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com - VTI. Ex.: Sempre simpatizei com
você.

15 – Visar
a) no sentido de mirar ou dar visto: sem preposição – VTD.
Ex.: Visou o alvo com precisão.
Ex.: Visaram os cheques.

b) no sentido de objetivar: preposição a – VTI.


Ex.: Viso a uma nova vida.
Português | Sidney Martins

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no documento.

Regência Verbal e Nominal

Em concursos públicos, regência é o estudo de qual palavra (termo regente) pede qual
preposição (termo regido).

De acordo com a classe do termo regente, podemos ter regência verbal ou nominal:
a) Regência verbal: um verbo exige a preposição

Exemplos:

Precisamos diariamente de atenção.

Todos acreditavam em um futuro melhor.

b) Regência nominal: um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige a preposição

Exemplos:

Tenho medo de fantasmas.

Mantenha sua fé em Deus.

O homem era fiel a sua esposa.

Agiram contrariamente às ordens.

Sou favorável a vocês.

Falou favoravelmente a vocês.

A casa do Sidney é em Rocha Miranda.

A construção do prédio terminou.

A construção do engenheiro terminou.

A plantação de milho pegou fogo.

A plantação de milho será amanhã.

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Musiquinha do CN x AA

“Do advérbio ou adjetivo,

eu respondo na moral...

O complemento é nominal!! (louvemos ao senhor!)

Se for concreto substantivo,

eu respondo sem pensar

Quem acompanha é o AA! (louvemos ao senhor!)

Se o substantivo for abstrato;

e pelo DE estiver ligado

Aí tem dúvida, fiquei bolado! (louvemos ao senhor!)

O adjunto pratica ação

E por isso é o agente

E o CN é o paciente.” (Louvemos ao Senhor)

Observação 1: Contração x Combinação

Preposições costumam aparecer junto com outras classes gramaticais, como artigos e
pronomes.

a)Contração: a junção da preposição com outra palavra acarreta mudança/perda


fonética

Exemplos:

EM + O/A = NO/NA - Confio no rapaz.

DE + O/A = DO/DA - Gostei da torta.

A + A = À – Obedeço à lei.

b) Combinação: a junção da preposição com outra palavra não acarreta


mudança/perda fonética

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Exemplos:

A + O = AO – Assisti ao filme.

Observação 2: Diante de um sujeito (normalmente oracional), a contração é


impossível.

Exemplos:

Está na hora de o almoço começar.

Está na hora do almoço.

Tenho medo do gorila.

Tenho medo de o gorila fugir.

Regência nominal

Alguns nomes admitem dupla regência nominal, isto é, duas ou mais preposições
como certas, embora alguns aceitem apenas uma opção.

Exemplos:

Fiz alusão ao filme.

Tenho aversão a baratas/por baratas.

Observação 3: Nem sempre um verbo e seu nome derivado têm a mesma regência

Exemplos:

Gostamos de arte. X Temos gosto pelas artes.

Necessitamos de amor. X Temos necessidade de amor.

Observação 4: Regências nominais comuns

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Lista de alguns verbos importantes:

1- Agradar

a) no sentido de acariciar – VTD.

Ex.: Não é bom agradar demais as crianças.

b) no sentido de satisfazer, causar agrado. (preposição a) – VTI.

Ex.: O sítio agradou ao fazendeiro.

Ex.: Este chapéu lhe agradará.

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2 – Aspirar

a- no sentido de cheirar, sorver: sem preposição - VTD.

Ex.: Maradona aspirou o ar puro da manhã.

b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a - VTI.

Ex.: Aspirava ao cargo de promotor de vendas.

3 – Assistir

a) no sentido de dar assistência, ajudar: com ou sem preposição – VTD ou VTI.

Ex.: O médico assistia os (aos) lutadores machucados

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a - VTI. O objeto indireto não


pode ser representado por lhe(s), apenas por a ele(s) a ela(s):

Ex.: Assistimos ao filme

Ex.: A criança assistiu ao espetáculo inteiro.

c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a - VTI. Admite substituição


pelos pronomes lhe(s), a ele(s), a ela(s).

Ex.: Assiste ao homem o direito de permanecer calado. (Assiste-lhe ou assiste a ele.)

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.

Ex.: Pedro assiste em São Paulo.

4- Chamar

a) no sentido de convocar, sem preposição – VTD.

Ex.: A direção chamou os professores.

b) no sentido de apelidar, denominar, caracterizar – VTD ou VTI. É verbo


transobjetivo (objeto + predicativo do objeto ). Esse predicativo pode aparecer ou não
com a preposição de.

Ex.:

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Chamei-o de tolo.

Chamei-o tolo.

Chamei-lhe de tolo.

Chamei-lhe tolo.

5. Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.

Ex.: Vou ao ortopedista.

Cheguei a Brasília.

6 - Esquecer/lembrar

a- Quando não forem pronominais: sem preposição - VTD.

Ex.: Esqueci o casaco dele.

b- Quando forem pronominais: preposição de - VTI.

Ex.: Lembrei-me de todas as respostas

7.Informar/certificar/cientificar/notificar/avisar /prevenir/ comunicar

a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:

1) Alguém de algo – VTDI.

Ex.: Informou todos do acidente.

2) Algo a alguém – VTDI.

Ex.: Informou a todos o acidente.

Ex.: Avisei-o de que eu faltaria.

8- Namorar:

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Não se usa com preposição - VTD.

Ex.: Elisa namora Otávio.

9- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a - VTI.

Ex.: O bom filho obedece aos pais.

O candidato desobedeceu ao regulamento.

10 - Pagar/ perdoar

a) Se o objeto é a coisa que sofre a ação do verbo: sem preposição – VTD.

Ex.: Ela pagou a conta de luz.

Ex.: O professor perdoou os erros do aluno

b) Se o objeto é pessoa que recebe a ação do verbo: são regidos pela preposição a
– VTI.

Ex.: Perdoei a todos.

Ex.: O cliente pagou ao dono da loja.

Ex.: Cristo perdoou aos pecadores.

12- Preferir – Exigem um complemento sem preposição e outro com preposição a –


VTDI.

Ex: Prefiro futebol a vôlei.

É errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito
mais, mil vezes mais, etc.

Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

12 – Querer

a) no sentido de desejar: sem preposição.

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Ex.: Quero a risada mais gostosa

b) no sentido de querer bem, ter afeto: usa-se com a preposição a.

Ex.: Quero muito aos meus primos.

13- Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com - VTI.

Ex.: Sempre simpatizei com você.

14 – Visar

a) no sentido de mirar ou dar visto: sem preposição – VTD.

Ex.: Visou o alvo com precisão.

Ex.: Visaram os cheques.

b) no sentido de objetivar: preposição a – VTI.

Ex.: Viso a uma nova vida.

15. Proceder

a) No sentido de ter fundamento, cabimento; portar-se, comportar-se; originar-se(de)


– VI.

Ex.: Seus argumentos não procedem agora.

Ex.: O brinquedo procede da China.

b) No sentido de suceder, realizar, executar, iniciar – VTI(A).

Ex.: O juiz deseja proceder ao julgamento.

Ex.: Logo procedeu-se à partilha da herança.

CUSTAR

Custei a aprender a dirigir. (Errado)

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Aprender a dirigir custou a mim.

A menina custou para amadurecer. (Errado)

À menina custou amadurecer.

Questões Objetivas

1. Com relação à regência verbal, a norma padrão aceita a construção


presente na alternativa:

a) Entrei em casa e dela saí.

b) Entrei e saí de casa.

c) Entrei a casa e dela saí.

d) Entrei e sai à casa.

3. Em relação à regência verbal e nominal, o emprego do pronome relativo,


segundo o registro culto e formal da língua, está INCORRETO em:

a) A conclusão que chegamos é que o fracasso ensina ao homem como recomeçar

b) O barco a cujos tripulantes me referi pode voltar a navegar

c) O ideal por que lutamos norteia nossos projetos.

d) O infortúnio a que está sujeito o empreendedor motiva-o

e) Após o término da pesquisa, informei-lhe que tornasse cuidado para não errar.

4. Assinale a alternativa INCORRETA quanto à regência:

a) Chegamos finalmente ao colégio.

b) Sua atitude implicará demissão.

c) Ele namora com uma aluna do segundo ano.

d) Eles eram fiéis ao amigo.

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e) O presidente assiste em Brasília.

5. NÃO há erro de regência verbal em:

a) Altos salários são dados os jogadores, sem terem ficado nos bancos escolares.

b) Falta de punição implica violência.

c) Muitos preferem, como ídolos, pessoas sem princípios morais do que pessoas
honestas.

d) Todos assistem os programas de televisão que só apresentam tragédias.

e) O povo esquece, rapidamente, dos crimes que abalam a sociedade.

6. Em qual das sentenças abaixo, a regência verbal está em DESACORDO com a


norma-padrão?

a) Esqueci-me dos livros hoje.

b) Sempre devemos aspirar a coisas boas.

c) Sinto que o livro não agradou aos alunos.

d) Ele lembrou os filhos dos anos de tristeza.

e) Fomos no cinema ontem assistir o filme.

7. Em “Ele lhe mandava poemas”, o verbo da oração é:

a) transitivo direto;

b) transitivo indireto;

c) verbo de ligação;

d) transitivo direto e indireto;

e) verbo intransitivo.

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8. Considere o comportamento do verbo em destaque, empregado no Texto II,


quanto à sua regência, em “para dar sabor e aroma aos alimentos”.

O trecho do Texto II cujo verbo apresenta a mesma regência é:

a) “Quando você lê ‘aroma natural’ ”

b) “ ‘artificial’ no rótulo significa que os aromistas”

c) “que não existem na natureza,”

d) “O processo encarece o produto”

e) “enviar as moléculas às fábricas de alimentos”

9. Segundo diria o Professor Carlos Góis, mencionado no Texto II, a frase cuja
regência do verbo respeita a norma-padrão é:

a) Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.

b) Os professores avisaram aos alunos da prova.

c) Deve-se obedecer o português padrão.

d) Assistimos uma aula brilhante.

e) Todos aspiram o término do curso.

10. Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a
norma culta da língua:

a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável.

b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte de cana.

c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.

d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.

e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.

11. Alternativa correta:

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a) Precisei de que fosses comigo.

b) Avisei-lhe da mudança de horário.

c) Incumbiu-me para realizar o negócio.

d) Recusei-me em fazer os exames.

e) Convenceu-se nos erros cometidos.

12. Fragmento de texto: “ ... quando não se visa apenas a informar, mas
também a fornecer modelos e diretivas de ação.”

No trecho “não se visa (...) a informar (...) a fornecer” (R.12-13), o elemento “a”, em
ambas as ocorrências, poderia ser omitido sem que isso trouxesse prejuízo à correção
gramatical do texto.

13. “Kant inicia a exposição da ética, que ele chama metafísica dos costumes”
o trecho em itálico, que exerce, na oração, a função de complemento verbal,
deveria estar precedido da preposição de.

14. “Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de liberdade


— o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar.”

Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir "tem" por dispõe,


com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua.

15. No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo proceder admite dois empregos,
de acordo com a norma culta: “proceder a busca” e “proceder à busca”, sem
alteração de sentido.

16. Os dados sobre óbitos precoces indicam pouca atenção dispensada ao pré-
natal, ao parto e aos cuidados com o recém nascido. Em “ao pré-natal, ao parto
e aos cuidados”, a presença de preposição deve-se à regência da palavra
“indicam”.

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17. E o acesso a esses armamentos nas proximidades das escolas é tão fácil,
segundo os alunos, que a maioria sabe indicar onde e de quem comprá-los, de
acordo com dados de pesquisa da UNESCO em 14 capitais do país.

O emprego da preposição “de”, em “de quem comprá-los”, decorre da regência do


verbo comprar.

18. Em meio a uma crise da qual ainda não sabe como escapar, a União Europeia
celebra os 50 anos do Tratado de Roma, pontapé inicial da integração no
continente. O emprego de preposição em “da qual” atende à regência do verbo
“escapar”.

19. Os professores assistem a todo esse movimento com um misto de


perplexidade e fascinação, porque temem ficar marginalizados se não
conseguirem dominar essas novas tecnologias e porque muitos acreditam que o
ensino pela Internet vai resolver os problemas de aprendizado no Brasil.
Mantêm-se a correção gramatical e o sentido original do texto caso o trecho “Os
professores assistem a todo esse movimento” seja assim reescrito: Os
professores assistem-lhe.

20. Apenas no século XVII, quando foi aperfeiçoado o microscópio, a ciência


pôde finalmente observar criaturas unicelulares em ação — mas só as
maiorzinhas, hoje chamadas de protozoários. A preposição “de”, em “hoje
chamadas de protozoários”, pode ser retirada do texto sem que se prejudique o
sentido do trecho.

21. A regulamentação em preparo visa garantir a meta intermediária de cortar


10% das emissões de carbono até 2020. O texto permaneceria gramaticalmente
correto caso se escrevesse visa à garantir no lugar de “visa garantir”.

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12. Classifique os termos destacados em CN(Complemento nominal) ou


AA(Adjunto adnominal):

1. Tinha medo da noite.

2. Ela é digna de pena.

3. É preciso ter respeito a todos.

4. Está enorme a fila do leite.

5. O amor ao filho reanimava a mãe.

6. A descoberta do rapaz deixou-o famoso.

7. A descoberta de ouro deixou aquela região muito rica.

8. O rapaz mora perto de casa.

9. O apoio ao amigo fê-lo feliz.

10. A leitura do anúncio fez-se em voz alta.

11. A leitura do aluno era deficiente.

12. A mesa de vidro quebrou.

13. O fumo é nocivo à saúde.

14. Agiu favoravelmente a nós.

15. A admiração do povo ao Lula ainda é grande.

16. Relativamente ao assunto.

17. Barco a vela.

18. Mula sem cabeça.

19. O receio do frio.

20. Ele está Apto ao serviço.

21. Ódio ao burguês.

22. Amor de filho.

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23. Paulo foi Cruel com o vizinho.

24. Homem de coragem.

25. Pedro é Sincero com o amigo.

26. O estudo sobre cinema.

27. Independentemente de nós.

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Regência Verbal e Nominal: Questões
Comentadas II
Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Veja o exemplo abaixo:

Saudações meus caros. Neste material daremos continuidade ao nosso módulo de


exercícios. Prepare seu material de revisão, caderno, lápis e concentração para
resolver mais algumas questões. Não leia os comentários sem antes fazer os exercícios
por conta. Preparados?! Vamos nessa.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Questão 14) ...................................................................................................................... 3
Questão 15) ...................................................................................................................... 4
Questão 16) ...................................................................................................................... 4
Questão 17) ...................................................................................................................... 5

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Questão 18) ...................................................................................................................... 5


Questão 19) ...................................................................................................................... 5
Questão 20) ...................................................................................................................... 6
Questão 21) ...................................................................................................................... 7
Questão 22) ...................................................................................................................... 7

QUESTÃO 14) “Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de


liberdade – o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida
levar.”

Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir “tem” por dispõe,


com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua.

Comentários:

A questão pede para que você substitua o termo tem por dispõe. Antes de
resolvermos essa questão devemos lembrar de observar a regência atrelada ao
pronome relativo. Quando há presença de um pronome relativo na estrutura,
devemos ficar atentos ao verbo que aparece depois dele.

Se o verbo não pede complemento, tudo bem, você não precisará fazer qualquer
alteração. Agora, se o verbo pedir uma preposição, ela deverá, obrigatoriamente
aparecer 👍.

O pronome relativo que em “o leque de opções que uma pessoa tem”, faz referência
à expressão anterior. O verbo que vem depois desse pronome relativo é o verbo ter,
e, quem tem tem alguma coisa. Perceba que o verbo NÃO pede preposição.

O problema é que o enunciado da questão pede que seja feita a substituição do termo
ter por dispõe, mas sem mencionar nada a respeito da possibilidade de
reestruturação da sentença por motivos da necessidade da preposição de.

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O verbo dispor, contudo, pede a preposição de, que deverá ser, obrigatoriamente,
inserida na sentença, resultando na seguinte expressão: “o leque de opções de que
uma pessoa dispõe”.

Isso significa dizer que a substituição dos termos até seria possível, mas, para tanto, a
sentença sofreria uma alteração na sua estrutura. Ora, a substituição sem a preposição
incorreria em um erro de regência.

Como a questão NÃO menciona nada sobre a possibilidade de alterações na estrutura


da sentença para além da substituição do verbo, a questão está errada.

Gabarito: Errado

QUESTÃO 15) No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo proceder admite dois
empregos, de acordo com a norma culta: “proceder a busca” e “proceder à busca”,
sem alteração de sentido.

Comentários: o verbo proceder, no sentido de realizar, só pode ser transitivo indireto


regido pela preposição a, logo, ele NÃO admite dois empregos.

Gabarito: Errado

QUESTÃO 16) Os dados sobre óbitos precoces indicam pouca atenção dispensada
ao pré-natal, ao parto e aos cuidados com o recém-nascido.

Em “ao pré-natal, ao parto e aos cuidados”, a presença de preposição deve-se à


regência da palavra “indicam”.

Comentários: o verbo indicar é transitivo direto e sequer pede preposição. O que


pede preposição é o termo dispensar: “dispensada ao parto, dispensada ao pré-natal,
dispensada aos cuidados”. Nesse sentido, a questão está errada.

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Gabarito: Errado

QUESTÃO 17) E o acesso a esses armamentos nas proximidades das escolas é tão
fácil, segundo os alunos, que a maioria sabe indicar onde e de quem comprá-los, de
acordo com dados de pesquisa da UNESCO em 14 capitais do país.

O emprego da preposição “de”, em “de quem comprá-los”, decorre da regência do


verbo comprar.

Comentário: a afirmação está correta, pois quem compra compra alguma coisa de
alguém. Trata-se, portanto, de um verbo transitivo direto e indireto. O objeto
indireto é regido pela preposição de (“indicar onde e de quem comprá-los”).

Gabarito: Correto

QUESTÃO 18) Em meio a uma crise da qual ainda não sabe como escapar, a União
Europeia celebra os 50 anos do Tratado de Roma, pontapé inicial da integração no
continente.

O emprego de preposição em “da qual” atende à regência do verbo “escapar”.

Comentários: a questão está correta, pois quem escapa escapa de algum lugar. Na
referida sentença, a preposição exigida pela palavra escapar foi inserida após o termo
crise: “em meio a uma crise da qual...”.

Gabarito: Correto

QUESTÃO 19) Os professores assistem a todo esse movimento com um misto de


perplexidade e fascinação, porque temem ficar marginalizados se não conseguirem
dominar essas novas tecnologias e porque muitos acreditam que o ensino pela
Internet vai resolver os problemas de aprendizagem no Brasil.

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Mantêm-se a correção gramatical e o sentido original do texto caso o trecho “Os


professores assistem a todo esse movimento” seja assim reescrito: Os professores
assistem-lhe.

Comentários: o verbo assistir no sentido ver e presenciar é transitivo indireto, ele


exige a preposição “a”, porém ele NÃO admite a inserção do pronome lhe no lugar
da estrutura substantiva. Nesse sentido, poderíamos até dizer que os professores
assistem a ele, mas não, “assistem-lhe”.

Gabarito: Errado

QUESTÃO 20) Apenas no século XVII, quando foi aperfeiçoado o microscópio, a


ciência pôde finalmente observar criaturas unicelulares em ação – mas só as
maiorzinhas, hoje chamadas de protozoários.

A preposição “de”, em “hoje chamadas de protozoários”, pode ser retirada do texto


sem que se prejudique o sentido do trecho.

Comentários: aqui temos um exemplo do famoso verbo transobjetivo, que pode ser
tanto transitivo direto quanto transitivo indireto, mas vem acompanhado de um
objeto e do predicativo do objeto (que pode ser direto ou indireto, dependendo da
construção).

A questão fala especificamente da preposição “de”, que está inserida dentro da


estrutura do predicativo do objeto, e, a preposição “de” no predicativativo é
facultativa. Isso quer dizer que tanto faz ela ser retirada ou inserida na sentença.

Como a questão está dizendo que a preposição pode ser retirada sem prejudicar o
sentido do trecho, ela está correta.

Gabarito: Correto

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QUESTÃO 21) A regulamentação em preparo visa garantir a meta intermediária de


cortar 10% das emissões de carbono até 2020.

O texto permaneceria gramaticalmente correto caso se escrevesse “visa à garantir” no


lugar de “visa garantir”.

Comentários: hoje, para qualquer banca, o verbo visar pode ser verbo transitivo
indireto, regido pela preposição a, como também pode ser um verbo transitivo direto.

Ele pode ser usado com ou sem preposição. Mas, não se engane, observe que a
questão coloca uma crase sobre o a (“visa à garantir”), no entanto, garantir é um verbo,
e, diante de verbo NÃO pode haver artigo, logo, não pode haver crase. Desse modo,
a estrutura poderia ser rescrita somente da seguinte forma: “visa a garantia”, sem
artigo, portanto, sem crase, somente com a preposição.

Gabarito: Errado

QUESTÃO 22) Classifique os termos destacados em CN (Complemento nominal) ou


AA (Adjunto adnominal):

1. Tinha medo da noite. 15. A admiração do povo ao Lula é grande.


2. Ela é digna de pena. 16. Relativamente ao assunto.
3. É preciso ter respeito a todos. 17. Barco a vela.
4. enorme a fila do leite. 18. Mula sem cabeça.
5. A amor ao filho reanimava a mãe. 19. O receio do frio.
6. A descoberta do rapaz deixou-o famoso. 20. Ele está apto ao serviço.
7. A descoberta de ouro deixou a região rica. 21. Ódio ao burguês.
8. O rapaz mora perto de casa. 22. Amor de filho.
9. apoio ao amigo fê-lo feliz. 23. Paulo foi cruel com o vizinho.
10. A leitura do anúncio fez-se em voz alta. 24. Homem de coragem.
11. A leitura do aluno era deficiente. 25. Pedro é sincero com o amigo.

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12. A mesa de vidro quebrou. 26. O estudo sobre cinema.


13. O fumo é nocivo à saúde 27. Independentemente de nós.
14. Agiu favoravelmente a nós.

Comentários:

1. O termo da noite em “tinha medo da noite” está ligado à palavra medo, que é um
substantivo abstrato (sentimento). Já vimos que um substantivo abstrato pode ter
força de verbo ou pode ser um sentimento.

Quando ele tem força de verbo indicação, temos que observar na construção quem
pratica e quem sofre a ação. Se o termo destacado praticar a ação, ele vai ser um
adjunto adnominal, porque será um agente. Agora, se sofrer a ação, ele vai ser um
complemento nominal, porque será um paciente.

No entanto, quando estamos diante de um sentimento devemos observar a relação


de posse. Ou seja, se o termo tiver o sentimento de posse, ele é um adjunto
adnominal. Mas, se o termo destacado não tiver esse sentimento, ele é um
complemento nominal.

Na frase: “tinha medo da noite”, percebemos que não é a noite que tem medo,
mas sim alguém que tem medo da noite. Assim, o termo é um complemento
nominal.

2. O termo “de pena”, em “Ela é digna de pena”, está ligado à palavra digna, que é
um adjetivo. Se está ligado a um adjetivo, só pode ser um complemento nominal.

3. A expressão “a todos”, em “é preciso ter respeito a todos”, está ligado à palavra


respeito, que é o ato de respeitar, portanto, um substantivo abstrato. Teoricamente,
deveríamos voltar ao termo para observar se ele está sofrendo ou praticando a
ação. Todavia, essa dúvida só existe quanto estamos tratando da preposição de.
Em se tratando de qualquer outra preposição, automaticamente será um
complemento nominal.

4. O termo “do leite”, em “enorme a fila do leite”, está ligado à palavra fila, que é um

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substantivo concreto. Se está ligado a um substantivo concreto, é um adjunto


adnominal.

5. A expressão “ao filho”, em “o amor ao filho reanimava a mãe”, está ligado à palavra
amor, que é um sentimento, portanto, um substantivo abstrato.

Se está ligado a um substantivo abstrato, teoricamente deveríamos voltar ao termo


para ver se ele está praticando ou sofrendo a ação. Por se tratar, no entanto, de um
sentimento e não de uma ação, voltamos ao termo para ver se ele tem ou não o
sentimento.

Como estamos trabalhando com a preposição a (amor ao filho), no entanto,


sabemos tratar-se automaticamente de um complemento nominal.

6. Você deverá destacar a sexta frase pelo seguinte motivo: ela é ambígua. O termo
“do rapaz”, em “a descoberta do rapaz deixou-o famoso”, está ligado à descoberta
(que é o ato de descobrir), e, portanto, a um substantivo abstrato.

Essa frase é ambígua porque o rapaz pode ter praticado a ação de descobrir, como
pode ter sofrido a ação de ser descoberto. É claro que na hora da prova você não
irá se deparar com uma frase solta, fora de contexto, como ocorre neste exercício.
A frase apresentada deverá estar atrelada a um texto. Ora, se recorrermos ao texto
conseguimos descobrir se a expressão se trata de um adjunto adnominal ou de um
complemento nominal.

Se você voltar ao texto, por exemplo, e constatar que esse rapaz é um cientista que
descobriu a cura do câncer, ele é um agente. Logo, a expressão “do rapaz” será
um adjunto adnominal. Agora, se você voltar ao texto e constatar que esse rapaz
é um modelo, por exemplo, descoberto por um olheiro, ele sofre a ação de ser
descoberto, logo, ele é paciente, portanto, a expressão será um complemento
nominal.

7. O termo “de ouro”, em “a descoberta de ouro deixou a região rica”, está ligado à
palavra descoberta (ato de descobrir), que é um substantivo abstrato.

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Devemos voltar ao termo para ver se ele está praticando ou sofrendo a ação. Ora,
só existe a possibilidade de o ouro ser descoberto, e não de ele descobrir alguém.

Como ele é descoberto, ele é paciente, logo, é um complemento nominal.

8. O termo “de casa”, em “o rapaz mora perto de casa”, está ligado à palavra perto,
que é um advérbio. Se está ligado a um advérbio, com certeza é um complemento
nominal.

9. O termo “ao amigo”, em “apoio ao amigo fê-lo feliz”, está ligado à palavra apoio
(ato de apoiar), que é um substantivo abstrato.

Teoricamente, deveríamos voltar ao termo para ver se ele está sofrendo ou


praticando a ação, mas a preposição que nos aparece na expressão é a preposição
a, e só com isso já sabemos se tratar de um complemento nominal, até porque
não é o amigo que está apoiando, mas sim, sendo apoiado.

10. O termo “do anúncio”, em “a leitura do anúncio fez-se em voz alta”, está ligado
à palavra leitura (ato de ler), que é um substantivo abstrato. Neste exemplo, o
“anúncio” sofre a ação de ler, então ele é um paciente, logo, é um complemento
nominal.

11. O termo “do aluno”, em “a leitura do aluno era eficiente”, está ligado à palavra
leitura, que é substantivo abstrato. O aluno pratica a ação de ler, portanto é um
agente. Assim, o termo é um adjunto adnominal.

12. O termo “de vidro”, em “a mesa de vidro quebrou”, está ligado à palavra mesa,
que é um substantivo concreto. Se está ligado a um substantivo concreto é um
adjunto adnominal.

13. A expressão “à saúde”, em “o fumo é nocivo à saúde” está ligada a palavra


nocivo, que é um adjetivo. Se está ligado a um adjetivo é um complemento
nominal.

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14. O termo “A nós”, em “ágil favoravelmente a nós”, está ligado à palavra


favoravelmente, que é um advérbio. Se está ligado a um advérbio só pode ser um
complemento nominal.

15. O termo “do povo”, em “a admiração do povo ao Lula é grande”, está ligado à
palavra admiração, que é um substantivo abstrato. Trata-se de um adjunto
adnominal, porque a admiração é do povo.

16. O termo “ao assunto”, em “relativamente ao assunto”, está ligado à


relativamente, que é um advérbio. Se está ligado a um advérbio, só pode ser um
complemento nominal.

17. O termo “a vela”, em “barco a vela”, está ligado à palavra barco, que é um
substantivo concreto. Se está ligado a um substantivo concreto é um adjunto
adnominal.

18. A expressão “sem cabeça” em “mula sem cabeça”, está ligada à palavra mula,
que é um substantivo concreto. Se está ligado a um substantivo concreto, só pode
ser adjunto adnominal.

19. O termo “do frio”, em “o receio do frio”, está ligado à palavra receio, que é um
substantivo abstrato. Alguém tem receio do frio, e não o frio tem receio de algo,
logo, a expressão é um complemento nominal.

20. A expressão “ao serviço”, em “ele é apto ao serviço”, está ligado à palavra apto,
que é um adjetivo. Se está ligada a um adjetivo é um complemento nominal.
21. A expressão “ao burguês”, em “ódio ao burguês”, está ligada à palavra ódio, que
é um substantivo abstrato. Além disso, o burguês não tem o ódio, é alguém que
tem o ódio dele, portanto, a expressão é um complemento nominal.

22. O termo “de filho”, em “amor de filho”, está ligado à palavra amor, que é um
substantivo abstrato. O amor é do filho, é de posse dele, portanto, a expressão é

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um adjunto adnominal.

23. O termo “com o vizinho”, em “Paulo foi cruel com o vizinho”, está ligado à
palavra cruel, que é um adjetivo. Se está ligado a um adjetivo é, com certeza, um
complemento nominal.

24. A expressão “de coragem”, em “homem de coragem”, está ligada à palavra


homem, que é um substantivo concreto. Trata-se de um adjunto adnominal.

25. A expressão “com o amigo”, em “Pedro é sincero com o amigo”, está ligada à
palavra sincero, que é um adjetivo, e, portanto, só pode ser um complemento
nominal.

26. “Sobre cinema”, em “o estudo sobre cinema”, está ligado à palavra estudo (ato
de estudar), que é um substantivo abstrato. Teoricamente, voltaríamos ao termo
para saber se ele pratica ou recebe a ação, mas, como estamos lidando com a
preposição “sobre”, não precisamos ter essa dúvida. Trata-se, pois, de um
complemento nominal, até porque sofre a ação.

27. A expressão “de nós”, em “independentemente de nós”, está ligado à palavra


independentemente, que é um advérbio. Se é um advérbio só pode ser um
complemento nominal.

Gabarito:
1. Tinha medo da noite. CN 15. A admiração do povo ao Lula é grande. AA
2. Ela é digna de pena. CN 16. Relativamente ao assunto. CN
3. É preciso ter respeito a todos. CN 17. Barco a vela. AA
4. enorme a fila do leite. AA 18. Mula sem cabeça. AA
5. A amor ao filho reanimava a mãe. CN 19. O receio do frio. CN
6. A descoberta do rapaz deixou-o famoso. * 20. Ele está apto ao serviço. CN
7. A descoberta de ouro deixou a região rica. CN 21. Ódio ao burguês. CN
8. O rapaz mora perto de casa. CN 22. Amor de filho. AA
9. apoio ao amigo fê-lo feliz. CN 23. Paulo foi cruel com o vizinho. CN

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10. A leitura do anúncio fez-se em voz alta. CN 24. Homem de coragem. AA


11. A leitura do aluno era deficiente. AA 25. Pedro é sincero com o amigo. CN
12. A mesa de vidro quebrou. AA 26. O estudo sobre cinema. CN
13. O fumo é nocivo à saúde. CN 27. Independentemente de nós. CN
14. Agiu favoravelmente a nós. CN

Muito bem, encerro por aqui nosso módulo de exercícios. Espero que tenha acertado as
questões. Agora você está liberado para faze uma pausa, tomar um ar e alongar o corpo.
Enquanto isso deixo uma citação para reflexão:

Eu tentei noventa e nove vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu consegui,


nunca desista de seus objetivos mesmo que esses pareçam impossíveis, a próxima
tentativa pode ser a vitoriosa – Albert Einstein

Um grande abraço e até já.

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Crase

Regra geral
Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição “a” e o termo posterior admitir
o artigo “a” ou “as”.

prep. art.
Eu me referi a + a diretora.

Eu me referi à diretora.

Alguns casos merecem destaque:

1. A crase obviamente “não” ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de
artigo feminino. É o caso:
a) dos substantivos masculinos:
Ex.: Andamos a cavalo.

Íamos a pé.

b) dos verbos no infinitivo:

Ex.: Não tenho nada a declarar.

Começamos a sofrer.

c) da maioria dos pronomes:

Ex.: Entreguei a Vossa Excelência.


Diga a ela.

OPA: Alguns pronomes admitem artigos, como: senhora, dona, mesma, própria, senhorita e
madame (e também outra e outras). Com isso, poderá ocorrer crase.
Ex.: Estou-me referindo à mesma pessoa.
(ao mesmo homem)
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d) de palavras femininas “no plural” precedidas de um a:

Dirigi-me a pessoas desconhecidas.


OPA: Nesses casos, o a é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido
genérico. Quando são usados em sentido específico, os substantivos passam a ser precedidos
do artigo as; ocorrerá então, a crase:
Ex.: Você está se referindo a vidas humanas?

Você está se referindo às vidas de nossos companheiros?

e) Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas femininas ou masculinas:

Ex.: Cara a cara / Gota a gota / Dia a dia

2. Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fazer a verificação da ocorrência por meio
da troca do termo regente:
Ex.: Vou à Bahia.
Vou a Recife.

OPA: Merecem destaque as palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de
chão firme) que só admitirão crase, se estiverem especificadas.
Ex.: Cheguei a casa.
/ Cheguei à casa das minhas primas.
A tripulação da GOL desceu a terra. /

A aeromoça da GOL chegou à terra de seus tios.

3. O acento grave, indicativo de crase, é usado nas expressões adverbiais e nas locuções
prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas.
Ex.:

à tarde à proporção que à força de


à toa à procura de às escondidas

à noite à direita às ordens


Língua Portuguesa

1) Explique a diferença de sentido (semântica) entre as frases:

a)Bateu à porta.
Bateu a porta.

b)Chegou à noite.

Chegou a noite.

c)Saiu à francesa.

Saiu a francesa.

4. A crase é FACULTATIVA diante dos nomes próprios femininos, após a preposição “até”
que antecede substantivos femininos, e ainda, no caso dos pronomes possessivos femininos.
Ex.: Dei um recado a Atadolfa.
Dei um recado à Atadolfa.

Vou até a praia.

Vou até à praia.


Refiro-me a minha amiga.

Refiro-me à minha amiga.


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Pontuação

Língua Portuguesa
Pontuação: vírgula

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Pontuação

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
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Veja o exemplo abaixo:

Bom dia, boa tarde e boa noite, meu caro e minha cara concurseira! Não importa
o momento que você está estudando este material, mas saiba que ele será
fundamental para os seus estudos. Então desejo a você muita animação e dedicação
na hora de estudar! Na aula de hoje, vamos estudar pontuação, especialmente a
pontuação. Vamos nessa?!

Confira a seguir o conteúdo programático que preparei para a aula de hoje!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Pontuação ........................................................................................................................ 3
Vírgula ................................................................................................................................................. 3
Vírgula em adjuntos adverbiais ................................................................................................................................... 4

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Pontuação

PONTUAÇÃO
Chamamos de pontuação o uso de sinais para marcar, na escrita, pausas e mudanças
de entonação típicas da fala.

Na hora da prova, leia as frases e os textos em voz alta, assim você


respeitará as pausas e mudanças de entonação colocadas pelo autor
intencionalmente. Dessa forma, também perceberá mais facilmente a
pontuação empregada neles.

Observe como a pontuação altera o sentido da frase:

Eles fecharam a porta.

Eles fecharam a porta!

Eles fecharam a porta?

Nos concursos, são frequentes as questões sobre vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos,
travessões e parênteses.

Vírgula
A vírgula é um processo sintático, que marca uma pausa no texto, porém, não está
associada com pausas para respiração, como comumente aprendemos na escola. O
seu emprego está relacionado com o principal sistema linguístico do português: a
ordem direta (SVC).

SVC – Sujeito + Verbo + Complemento (nominal/verbal)

Cuidado: jamais podemos separar esses elementos com vírgula,


porém, esse é um erro muito comum. Isto é, nunca se separa sujeito
do verbo por vírgula, como também não se separa o verbo do
complemento exigido por ele: seja objeto direto ou indireto, pois
esses elementos possuem uma relação sintática.
➢ Dessa forma, a vírgula serve para marcar rupturas da ordem direta
e marcar elementos intercalados.

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Pontuação

Vírgula em adjuntos adverbiais

Contudo, podemos utilizar a vírgula em termos acessórios da oração, como é o caso


dos adjuntos adverbiais – advérbio ou locução adverbial, que marcam diferentes
circunstâncias na oração –, mas como não são exigidos pelo verbo, posso empregar
vírgula isolando o adjunto adverbial por uma intencionalidade discursiva. Conforme o
seguinte exemplo:

Vírgula facultativa

Os alunos do Focus fizeram uma redação, ontem

Adjunto adverbial de tempo


Sujeito Objeto direto
Verbo (circunstância de tempo).
VTD

Essa frase está na ordem direta (SVC), e, nesse caso, podemos empregar uma vírgula
facultativa isolando o adjunto adverbial ontem, que marca circunstância de tempo.
Mas ela é opcional, porque o adjunto adverbial está no seu posicionamento original
dentro da ordem direta: no final da frase, assim a vírgula aqui não é obrigatória, porém
o seu emprego tem intenção de enfatizar uma informação, podemos até chamá-la de
vírgula enfática.

Logo, em casos como esse não importa a inserção ou retirada da vírgula, porque não
atribuirá nem prejuízo gramatical nem alteração de sentido, simplesmente irá chamar
atenção do leitor para aquela informação, o que pode ser um recurso interessante
dependendo da sua intencionalidade discursiva.

Entretendo, os adjuntos adverbiais podem aparecer de forma deslocada, ou seja, fora


da sua posição original na ordem direta: no final da frase, assim podem aparecer no
início ou no meio da frase. Nesses casos o emprego de vírgula será diferente, teremos
casos facultativos e obrigatórios.

Quando o adjunto adverbial aparece no final da frase, sua posição


na ordem direta, a vírgula sempre será facultativa.

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Pontuação

Vamos aprofundar essa questão, que causa muita controvérsia entre os gramáticos,
porém, para facilitar a nossa vida, a Academia Brasileira de Letras (ABL) se posicionou
sobre o assunto e determinou que:

➢ adjunto adverbial formado por três ou mais palavras será considerado


grande, portanto, a vírgula será obrigatória.
➢ adjunto adverbial formado por uma ou duas palavras é considerado
pequeno, assim a vírgula será facultativa.

Todavia, as bancas também assumem posicionamentos


diferentes em relação a essa questão.

EXISTEM TRÊS POSICIONAMENTOS :

CESPE: igual a determinação da ABL, essa cobrança não está só na


prova objetiva, mas principalmente na produção textual.

FCC: a vírgula sempre será facultativa, não importa o tamanho do


adjunto adverbial deslocado, pois não altera o sentido

Outras bancas: perguntam a justificativa do emprego da vírgula em casos de


adjuntos adverbiais grandes deslocados, sua resposta será: para
marcar/destacar um adjunto adverbial.

Vamos deixar isso mais claro nos exemplos:

Vírgula facultativa

Ontem, os alunos do Focus fizeram uma redação.

Adjunto adverbial de tempo

Em casos de adjuntos adverbiais curtos: a vírgula será facultativa para todas as bancas.
Dessa forma, a retirada dessa vírgula não alterará o sentido da frase, por ser facultativa,
e o seu uso se justifica para destacar o adjunto adverbial deslocado.

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Pontuação

Na semana passada, os alunos do Focus fizeram uma redação.


Adjunto adverbial de tempo

Em relação a essa frase, os avaliadores podem retirar essa vírgula e afirmar que isso
atribui prejuízo gramatical na frase, isso é verdade, porque não se trata de uma
vírgula facultativa. E se o avaliador afirmar que a retirada da vírgula atribui prejuízo
gramatical, porém, não faz mudanças de sentido ou que não altera o sentido, isso
também é verdade, pois o sentido da informação permanecerá o mesmo com o sem
o emprego da vírgula.

Contudo, sabemos que as bancas têm diferentes interpretações em casos de


pontuação em adjuntos adverbiais longos, vejamos, em relação ao exemplo acima:

➢ a banca CESPE dirá que essa vírgula é obrigatória;


➢ a banca FCC dirá que essa vírgula é facultativa;
➢ as outras bancas, de forma geral, vão perguntar a justificativa do emprego da
vírgula, que será enfatizar o adjunto adverbial.

Observe que mesmo que as outras bancas, de forma geral, não perguntem se o
emprego dessa vírgula é facultativo ou obrigatório, saiba que caso cobrem, você deve
seguir a lógica da gramática tradicional, então seguirão a ABL, assim, a resposta seria
que esse emprego é obrigatório.

Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui a nossa aula, em que tratamos pontos
importantes para você acertar todas as questões sobre vírgulas nas provas, não
esqueça do detalhe das bancas que apresentamos neste material. Lembre-se de fazer
um resumo, ok?! Depois disso, faça uma pausa, aproveite para tomar um chá ou café,
descanse e escute sua música favorita, mas não se esqueça de voltar, viu?!

Te espero na nossa próxima aula, até!

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Pontuação

A primeira frase é muito parecida com o nosso exemplo anterior,

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Vírgula

Língua Portuguesa
Vírgula em adjunto adverbial

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Vírgula

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

Saudações meus caros. Neste material trataremos do caso de emprego vírgula em


adjuntos adverbias, tanto no período simples como no período composto, como
também o emprego de vírgulas em orações coordenadas. Um conteúdo bem
importante. Preparados?!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Vírgula ...................................................................................................................................3
Recapitulando ........................................................................................................................................... 3
Vírgula no período simples ....................................................................................................4
Vírgula em adjuntos adverbiais................................................................................................................. 4
Vírgula no período composto ................................................................................................5
Vírgula em oração subordinada adverbial ................................................................................................ 6
Vírgula em orações coordenadas .............................................................................................................. 9

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Vírgula

VÍRGULA
Recapitulando
Lembre-se que a vírgula é um processo sintático, que está relacionada a ordem direta
da língua portuguesa:

SVC – Sujeito + Verbo + Complemento

Não teremos vírgulas separando esses termos, ou seja, nunca se separa:

• o sujeito do verbo por vírgula;


• o verbo dos complementos exigidos por ele (objeto direto ou indireto).

Vírgula é um processo sintático, que serve para marcar


rupturas da ordem direta e marcar elementos intercalados.

A vírgula será utilizada para marcar adjunto adverbiais nas frases, para enfatizá-los ou
para marcar que estão deslocados no início ou no meio da frase, já que a sua posição
na ordem direta é no final da frase. Todavia esse é um caso que precisamos prestar
atenção em alguns pontos:

• quando o adjunto adverbial aparece no final da frase, sua posição na ordem


direta, a vírgula sempre será facultativa.

• sobre a extensão do adjunto adverbial:


- será curto quando formado por uma ou duas palavras e o emprego da
vírgula será facultativo para todas as bancas.
- será longo quando formado por três ou mais palavras e o emprego da
vírgula será obrigatório para a banca CESPE/CEBRASPE e bancas mais
tradicionais, porém sempre será facultativo para a banca FCC.

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Vírgula no período simples

VÍRGULA NO PERÍODO SIMPLES


Vírgula em adjuntos adverbiais
Agora veremos como esses conceitos se aplicam no período simples, em que a oração
possui só um verbo, também chamada de oração absoluta. Para isso vamos abordar
como essa questão é comumente cobrada nas provas, OBSERVE A POSIÇÃO DO ADJUNTO
ADVERBIAL NAS SEGUINTES FRASES:

1. Os rapazes leram o livro no fim da semana passada.


2. Os rapazes leram no fim da semana passada o livro.
3. Os rapazes no fim da semana passada leram o livro.
4. No fim da semana passada os rapazes leram o livro.

NA PRIMEIRA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está no final da frase, sua posição na ordem direta, então a vírgula será facultativa,
não importando a extensão do adjunto adverbial. Desse modo, a retirada da vírgula
não acarretará prejuízo gramatical ou semântico, pois trata-se de uma vírgula
facultativa.

NA SEGUNDA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada,


que está deslocado, posicionado no meio da frase, distanciando o verbo leram do
seu complemento: livro (objeto direto).

• Para a CESPE/CEBRASPE, o adjunto adverbial deslocado deve estar entre


vírgulas obrigatoriamente e a retirada da vírgula acarretará prejuízo gramatical,
mas não alterará o aspecto semântico da frase.
• Para FCC não faz diferença empregar ou não a vírgula.
• Para as outras bancas: você deverá justificar o motivo do adjunto adverbial
deslocado estar entre vírgulas, a resposta será: para marcar o adjunto adverbial.

NA TERCEIRA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está deslocado logo após do sujeito os rapazes, esse caso será como o anterior:

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Vírgula no período composto

• Para a CESPE/CEBRASPE, o adjunto adverbial deslocado deve estar entre


vírgulas obrigatoriamente e a retirada da vírgula acarretará prejuízo gramatical,
mas não alterará o aspecto semântico da frase.
• Para FCC não faz diferença empregar ou não a vírgula.
• Para as outras bancas: você deverá justificar o motivo do adjunto adverbial
deslocado estar entre vírgulas, a resposta será: para marcar o adjunto adverbial.

NA QUARTA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está deslocado no início da frase, então não houve de fato uma interrupção na ordem
direta: entre sujeito, verbo e objeto. Esse caso costuma confundir, mas vamos lembrar
como as bancas vão exigir:

• Para a CESPE/CEBRASPE sempre que o adjunto adverbial estiver deslocado


deverá se empregar vírgulas obrigatoriamente.
• Para FCC a vírgula será facultativa.
• Para as outras bancas: você deverá justificar o emprego da vírgula após o
adjunto adverbial deslocado, a resposta será: para marcar o adjunto adverbial.

Não é comum, mas caso as outras bancas perguntem se o emprego da


vírgula em caso de adjunto adverbial deslocado é facultativo ou
obrigatório, você deve seguir a lógica da gramática tradicional. Então
siga a determinação da Academia Brasileira de Letras:
➢ adjunto adverbial formado por três ou mais palavras: a vírgula será
obrigatória.
➢ nos outros casos: a vírgula será facultativa.

VÍRGULA NO PERÍODO COMPOSTO


Agora veremos como esses conceitos se aplicam no período composto, que é formado
por mais de uma oração, isso significa que teremos dois ou mais verbos no mesmo
período. Nesse caso, teremos a classificação do período composto por coordenação
ou por subordinação.

As estruturas coordenadas são equiparadas, então elas são sintaticamente iguais, mas
não exercem função sintática uma em relação a outra, ou seja, são independentes. E

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Vírgula no período composto

são classificadas em: orações coordenadas assindética e sindética.

Quando a oração coordenada apresentar um síndeto, ou seja, uma conjunção, será


chamada de sindética; quando não estiver ligada através de conjunções, mas sim
através de uma pausa, normalmente simbolizada pela vírgula, será chamada de
assindética.

Nas orações coordenadas, como trata-se de duas orações


sintaticamente iguais, a vírgula entre elas será obrigatória.
Com exceção de quando apresentam as seguintes
conjunções: e, nem, ou.

As estruturas subordinadas, por sua vez, apresentam uma hierarquia, em que temos
uma oração principal e uma oração subordinada a ela, isso significa que uma
depende da outra, portanto, a oração subordinada está inserida na oração principal e
por isso exerce uma função sintática da oração principal.

Em relação ao período composto por subordinação, teremos a seguinte


classificação: orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais. Trataremos
brevemente de cada uma delas:

• as orações subordinadas substantivas são aquelas que possuem o papel de


substantivo e podem exercer as funções sintáticas de sujeito, predicado,
complemento nominal, objeto direto, objeto indireto e aposto.

• as orações subordinadas adjetivas só podem exercer a função sintática de um


adjetivo, ou seja, de um adjunto adnominal.

• as orações subordinadas adverbiais exercem a função do advérbio e funcionam


como adjunto adverbial, sendo classificadas em: causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais,
proporcionais.

Vírgula em oração subordinada adverbial


Na questão do emprego de vírgula em adjuntos adverbiais, a oração subordinada

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Vírgula no período composto

adverbial que será o nosso interesse, pois ela exerce função sintática de adjunto
adverbial da oração principal. Dessa forma, podemos ter algumas situações, que
estão apresentadas no SEGUINTE ESQUEMA:

Oração principal (O.P.) , Oração subordinada adverbial (O.S.Adv.)

Vírgula facultativa

Oração subordinada adverbial (O.S.Adv.) , Oração principal (O.P.)

Vírgula obrigatória

Observe que enquanto no período simples precisamos verificar o tamanho e a posição


do adjunto adverbial na frase para saber se a vírgula era facultativa ou obrigatória,
além de ressaltar os diferentes posicionamentos das bancas. Isso não ocorre no
período composto, em que temos o mesmo posicionamento para todos os gramáticos
e para todas as bancas: se a oração subordinada adverbial estiver no final do período,
seu lugar na ordem direta, a vírgula será facultativa; caso a oração subordinada
adverbial estiver deslocada, independentemente do tamanho, a vírgula será
obrigatória, como está apresentado no esquema anterior.

Vamos entender melhor esse conceito, analisandos as seguintes sentenças:

1. Não vou à praia, porque está chovendo.

O.P. Vírgula facultativa O.S. Adv. Causal

Observe que nesse exemplo temos uma vírgula facultativa, isso porque a oração
subordinada adverbial causal porque está chovendo está no final do período, o seu
lugar na ordem direta.

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Vírgula no período composto

Quando a oração subordinada adverbial estiver no final


do período a vírgula sempre será facultativa, então não
importa sua inserção ou retirada, pois não vai atribuir
nem prejuízo gramatical nem alteração de sentido.

2. Porque está chovendo, não vou à praia.

O.S. Adv. Causal O.P.


Vírgula obrigatória

Quando o período começa com conjunção, você pode ter certeza de que o emprego
vírgula será obrigatório. Isso significa que a sua retirada vai atribuir prejuízo
gramatical, porém não altera o sentido.

3. Não vá à praia, porque está chovendo

Oração Coordenada Sindética Explicativa


Oração Vírgula obrigatória
Coordenada
Assindética

Nesse exemplo, temos orações coordenadas, que são orações ligadas apenas pelo
sentido, porém são sinteticamente independentes. No caso a oração não vá a praia
é uma oração coordenada assindética, ou seja, não está ligada através de
conjunções, mas sim pelo emprego da vírgula. Já a oração porque está chovendo
será classificada como oração coordenada sindética, pois está ligada através de uma
conjunção. Repare também que temos uma oração no modo imperativo: não vá à
praia, que obrigatoriamente deve ser explicada, por isso a conjunção porque, nesse
caso, será explicativa.

De fato, é muito difícil distinguir a oração subordinativa causal da


oração coordenativa explicativa quando se usa a conjunção porque.
Lembre-se sempre de que:
➢ quando for causal, não existe ordem fixa para essa conjunção,
mas apresenta causa (origem de um processo) e consequência
(o que decorre a partir daquilo);
➢ em estruturas imperativas (de ordem), que necessariamente
precisam de justificativa, o emprego do porquê será explicativo;
Para acertar todas as questões sobre esse assunto, você deve ter claro que a estrutura

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Vírgula no período composto

subordinativa adverbial, tanto no período simples quanto no composto, manterá


sempre o sentido, ou seja, nunca haverá alteração de sentido, não importa se a vírgula
é facultativa ou obrigatória. Contudo, em casos que a vírgula é obrigatória, sua
retirada acarretará prejuízo gramatical.

Vírgula em orações coordenadas


Recapitulando o conceito das orações coordenadas: são duas orações
sintaticamente iguais, por isso o emprego da vírgula entre elas será obrigatório. Com
exceção de quando apresentam as seguintes conjunções: e, nem, ou.

Os concursos costumam cobrar os casos com o emprego da conjunção e, vamos


estudar alguns casos:

Pedro estuda e trabalha.


sentido de soma

Nesse exemplo temos duas orações, com os verbos estuda e trabalha, ambos
ligados ao sujeito Pedro. Isso significa que Pedro é o sujeito das duas orações, então
a conjunção e soma as ações realizadas por ele. Portanto, aqui não pode ter vírgula
de jeito nenhum.

Pedro estuda, e João trabalha.


sentido de soma

Perceba que nesse caso temos dois sujeitos: Pedro e João, de forma que cada um
dos verbos se refere a um deles. As bancas, nesse aspecto, cobram uma vírgula
facultativa.

Pedro estudou, e não conseguiu boa nota. sentido de oposição

Observe que temos uma relação de oposição estabelecida pela conjunção e, que
está empregada no lugar de conjunções adversativas: mas, porém, todavia. Nessa
lógica, aqui a vírgula será obrigatória.

Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui mais uma aula sobre pontuação. Muito
obrigado por sua companhia e atenção! Espero que tenha assimilado todo esse

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Vírgula no período composto

conteúdo e elaborado um resumo sobre dele, isso é bem importante! Nós nos
encontramos na próxima aula com mais pontos de destaque sobre pontuação para
provas de concurso.

Desejo ótimos estudos e até nosso próximo encontro!

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Vírgula no período composto

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Adjunto Adnominal e Predicativo

Língua Portuguesa
Adjunto Adnominal e Predicativo

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Adjunto Adnominal e Predicativo

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

Fala galera! Na aula de hoje vamos falar sobre a diferença de adjunto adnominal e
predicativo, e, em seguida, estudar o uso de vírgulas em circunstâncias específicas.
Este material está repleto de dicas, então faça o máximo para manter foco total nele.
Dê uma olhada no conteúdo programático que preparei par você e mão à obra.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Adjunto Adnominal e Predicativo ...................................................................................... 3
Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica........................................... 4
As regras de Vírgula e a pausa para respiração ...................................................................................... 6
Vírgula x E............................................................................................................................................ 6
Vírgula x etc. ........................................................................................................................................ 7

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Adjunto Adnominal e Predicativo

Vírgula x QUE ....................................................................................................................................... 7


Restrições .................................................................................................................................................................... 8
Ponto e Vírgula .................................................................................................................................... 9
Travessão, parênteses e dois-pontos .................................................................................................. 10

ADJUNTO ADNOMINAL E PREDICATIVO


Um adjetivo (função morfológica) no interior de uma frase pode ser tanto um adjunto
adnominal, como pode ser um predicativo. A gramática diz que devemos observar as
características do adjetivo a fim de identificar qual função desempenha. Se ele possui
característica permanente, ele denota um adjunto adnominal. Se possui característica
não permanente, expressa um predicativo. Só que isso tudo é muito subjetivo. Assim,
a melhor coisa a fazer é se apegar à estrutura.

Um adjunto adnominal está junto do nome, ou seja, está dentro daquela estrutura,
seja do sujeito ou do objeto. Nesse sentido ele faz parte da estrutura interna. Já o
predicativo, em essência, faz parte da estrutura externa ao nome. Observe os
exemplos:

▪ O mendigo alegre caminhava.


▪ O mendigo, alegre, caminhava.

O sujeito (aquele que caminha) é o mendigo alegre. Toda essa estrutura é o nosso
sujeito. Ora, alegre é um adjetivo e está dentro da estrutura do sujeito, logo, faz parte
da estrutura interna do sujeito. Se é uma estrutura interna, é um adjunto adnominal.
E se é um adjunto adnominal, é uma característica permanente. Isso significa dizer que
aquele mendigo é alegre sempre, e não só quando caminha. Ele é uma pessoa bem-
humorada.

Já na segunda estrutura, “O mendigo, alegre, caminhava”, o verbo nos indica que o


sujeito é o mendigo, mas, desta vez, o adjetivo está fora da estrutura do sujeito,
embora faça referência a ele. Nesse caso, não pode ser um adjunto adnominal, já que
a vírgula impede de a palavra alegre de ficar junto da palavra mendigo. Assim, temos
um predicativo do sujeito. E, se é um predicativo do sujeito a característica não é
permanente, o que significa dizer que este mendigo não é alegre sempre. Ele apenas

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

estava alegre enquanto caminhava.

É muito fácil confundir o predicativo do sujeito com adjunto adverbial de modo, mas você
deverá lembrar que o predicativo do sujeito não é um advérbio, portanto não pode ser um
adjunto adverbial. Tem quem o confunda, também, com aposto explicativo. Mas para ser
aposto explicativo tem que ser substantivo (aposto é função própria de substantivo).

Ora... predicativo do sujeito, reitero, é ADJETIVO.

INFLUÊNCIA DO USO DE VÍRGULAS NA ANÁLISE SINTÁTICA E SEMÂNTICA


Vale dizer que as vírgulas influenciam na análise sintática e, principalmente, na análise
semântica das estruturas. Pretendo, neste capítulo, trabalhar alguns usos específicos
de vírgula, para tanto, peço que avalie as seguintes estruturas:

1. O Brasil país da América Latina tem se destacado no cenário mundial.


2. Maria venha aqui!
3. Mamãe comprou frutas. Eu legumes.
4. Os jovens amam filmes músicas livros.

Na primeira sentença, a estrutura “país da América Latina” remete ao Brasil, ela toda
serve para explicar quem é o Brasil. Nesse sentido não haveria muita diferença em
dizer, por exemplo, “O Brasil tem se destacado no cenário mundial” ao invés de dizer
“O Brasil, país da América Latina, tem se destacado no cenário mundial”.

Desse modo, podemos afirmar que essa estrutura é um aposto explicativo e por esse
motivo ela deve ser escrita entre vírgulas.

✓ O Brasil, país da América Latina, tem se destacado no cenário mundial.

Na segunda sentença, alguém está a chamar Maria. Quando chamamos alguém,


usamos um vocativo. O vocativo deve ser sucedido de vírgula.

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

✓ Maria, venha aqui!

É fundamental observar e compreender essas estruturas, pois é muito


comum se deparar com questões que apresentam uma série de
sentenças e pedem para que seja assinalada a alternativa que apresenta
virgula pela mesma justificativa da estrutura indicada no enunciado.

Na terceira sentença “Mamãe comprou frutas. Eu legumes.”, a ação praticada por


mamãe foi comprar frutas. Certo?! Quanto a ação praticada por mim, foi comprar
legumes. Eu os comprei. Observe que o verbo comprar, na segunda oração, foi
omitido, desse modo, devemos inserir uma vírgula entre o sujeito e o objeto, a
chamada vírgula vicária, que marca uma elipse, uma omissão do verbo comprar.

✓ Mamãe comprou frutas. Eu, legumes.

O que é Vírgula Vicária?

O termo vicário (ou vigário, como as pessoas estão mais


acostumadas, principalmente as que são católicas
praticantes) significa substituição/substituto. Diz-se, por
exemplo, que o sacrifício de Cristo foi vicário porque Ele
substituiu o homem na cruz, que realmente deveria morrer
pelos pecados cometidos. Então, uma vírgula vicária é
aquela que substitui o verbo na oração. (=zeugma).
EX.: João estuda muito; mas seu irmão, quase nada.

A vírgula substitui, na segunda oração, a forma verbal estuda: João estuda muito; mas
seu irmão estuda quase nada.

A última estrutura nos apresenta uma lista de coisas que os jovens amam. É necessário,
quando nos deparamos com tais estruturas, acrescentar a chamada vírgula
enumerativa (ou a vírgula da listinha).

✓ Os jovens amam filmes, músicas, livros.

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

As regras de Vírgula e a pausa para respiração


É importante lembrar que as regras de vírgula NÃO seguem as pausas para respiração,
como aprendemos na escola. Analise a seguinte estrutura:

O fato de as lojas de calçados femininos não terem sapatos com numeração


superior a trinta e nove é uma afronta às mulheres com pés grandes e àquelas
que os têm largos.

Embora façamos pausa “para respirar” ao ler a referida estrutura, não há motivo algum
para colocar vírgulas nela, pois não se trata de uma estrutura que as exija. Em outras
palavras, não há nenhum aposto, vocativo, enumeração, adjunto adverbial ou oração
subordinada deslocada. Por isso, não há virgulas. Veja a próxima estrutura:

Comer bananas extremamente maduras pode ser um grande perigo para a frágil
saúde humana.

A parte do “extremamente maduras” poderia ser acompanhada de vírgulas


facultativas, até porque é composta por somente duas palavras, e só começamos a
pensar em vírgulas obrigatórias a partir de três ou mais palavras. Mas veja, se são
vírgulas facultativas, não é necessário ficar preocupado com elas, logo, sequer é
preciso usá-las 😉.

Vírgula x E
Quando o item gramatical e indicar soma, sendo o sujeito das orações o mesmo, ele
não precisa estar acompanhado de vírgulas. Exemplo: “A moça veio à festa e logo se
foi”.

Agora, quando indica soma, mas os sujeitos das orações são distintos, ele pode vir
acompanhado de vírgula facultativa. Exemplo: “A moça veio à festa, e o marido ficou
em casa”.

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

Mesmo que haja gramático dizendo que essa vírgula é obrigatória, para concursos públicos,
de forma geral em qualquer banca, essa vírgula é facultativa. Esse é o posicionamento geral
das bancas.

Vírgula x etc.
O etc. é uma abreviação da expressão em latim et cetera ou et coetera, que significa
entre outros. Nesse sentido, o et já significa e. É o mesmo e da “listinha”. Quando
fazemos uma lista, usamos a vírgula enumerativa para separar os itens, e quando
chegamos ao final dela usamos o e, sem vírgula, para encerrá-la com o último item.
Seguimos, portanto, a mesma lógica aqui. Observe o exemplo: “Pintamos paredes,
tetos, pisos etc.”

Vírgula x QUE
Para explicar o uso da vírgula com o QUE, elenco alguns exemplos:

▪ Todos viram que a água acabou.


▪ O professor pediu que todos fizessem silêncio.

Em ambos os exemplos o QUE é uma conjunção integrante. Sabemos assim o ser


porque podemos substitui-lo pelo termo “ISSO”. Se há uma conjunção integrante, não
colocamos virgula nem antes, nem depois.

Explico melhor: a conjunção integrante encabeça uma


oração subordinada substantiva, que tem todas aquelas
funções que você já sabe. Aqui, por exemplo, as duas
seriam orações subordinadas substantivas objetivas
diretas, então, teoricamente, se colocássemos uma virgula
entre elas estaríamos separando o verbo do seu objeto.

Quando conseguimos substituir a estrutura posterior ao verbo pela palavra ISSO,

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

estamos diante de uma oração subordinada substantiva encabeçada pela conjunção


integrante (nesse caso a conjunção é o QUE). Quando temos uma conjunção
integrante, NÃO colocamos vírgula nem antes e nem depois dela.

Essa dica é muito interessante levarmos em consideração nos casos de produção


textual também, porque, às vezes, nos deparamos com expressões tais como “cabe
salientar que’, “vale ressaltar que”, entre outras; é importante frisar que embora sejam
estruturas por vezes até compridas não podemos usar vírgula, porque o QUE é uma
conjunção integrante: “Cabe salientar ISSO”, “Vale ressaltar ISSO”.

Agora... se a conjunção integrante QUE for seguida de uma estrutura intercalada, o


uso de vírgulas pode ser feito 👍. Exemplo: “Espero que, no próximo concurso, você
seja aprovado”.

FIQUE ATENTO: devem ser usadas duas vírgulas, justamente para marcar que
ali existe uma estrutura intercalada. Dessa forma não interferimos na conexão
que existe entre a conjunção integrante e com o complemento.

Beleza?! Virgula com conjunção integrante somente aparece se for para marcar
estruturas intercaladas. Caso contrário, nada de vírgulas.

Restrições

Pois bem, termos algumas restrições, como no caso do QUE como pronome relativo.
O pronome relativo faz referência ao termo anterior e encabeça uma oração
subordinada adjetiva, veja:

• Os alunos que foram aprovados não farão prova final.

Quando o pronome relativo QUE encabeça uma oração subordinada adjetiva, ela
pode ser ou explicativa ou restritiva. Basta olhar para ver se tem ou não vírgulas.

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

No exemplo supracitado não há vírgulas, logo, trata-se de uma oração subordinada


adjetiva restritiva. O que significa dizer que ela é de suma importância para o
entendimento da frase como um todo, justamente pelo fato de estar limitando,
restringindo e indicando que não são todos os alunos, mas sim, apenas alguns alunos.
A frase “os alunos que foram aprovados não farão prova final” dá a entender que tem
aluno que ainda não foi aprovado e, consequentemente, não fará a prova final.

Agora, na estrutura “Os alunos, que foram aprovados, não farão prova final”
constatamos a presença de vírgulas. Já que este QUE é um pronome relativo,
continuamos diante de uma oração subordinada adjetiva, porém, em função das
vírgulas, essa oração é explicativa. Isso dá um poder muito grande à oração principal,
porque ela por si só faz sentido, uma vez que as vírgulas fazem com que a oração
subordinada adjetiva seja generalizada. Entende-se, portanto, que todos os alunos
foram aprovados e, consequentemente, não farão a prova final. Ou seja, não existe
aluno que não esteja aprovado e não haverá aluno que fará a prova final 👍.

Examine o próximo exemplo: “A Terra, que gira em torno do Sol, é o 3º planeta do


sistema solar”. Aqui novamente temos uma oração subordinada adjetiva explicativa. É
explicativa porque todo termo explicativo na língua portuguesa fica entre uma
vírgula, uma vez que pode ser retirado porque não fará a menor diferença.

É aí que vem o pulo do gato. Muito avaliador destaca a oração subordinada adjetiva
explicativa e afirma que ela exerce a função sintática de aposto explicativo. Cuidado para não
cair nessa. Lembre-se de que aposto é função própria de substantivo. A oração subordinada
adjetiva, seja ela restritiva ou explicativa, vai sempre exercer a função sintática de adjunto
adnominal.

Ponto e Vírgula
O ponto e vírgula separa elementos coordenados que já possuem vírgula. Quando
não usamos nenhum conectivo para marcar a estrutura coordenada, por exemplo,

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

usamos o ponto e vírgula. Observe: “Pedro tinha fome; eu, sede”.

Além disso, o ponto e vírgula é utilizado para que o entendimento do leitor não seja
confundido diante de uma estrutura explicativa separada por vírgula com um termo
coordenado. O ponto e vírgula é usado nesses casos para marcar as coordenações.

Na estrutura “Estive na Bahia, que é quente; no Paraná, que é frio; e em Brasília, que é
seco”, há ponto e vírgula separando o segundo e o terceiro elemento coordenado,
mesmo havendo um e separando-as. Isso ocorre porque logo em seguida há o
acréscimo de uma nova vírgula separando o elemento explicativo sobre Brasília.

O ponto e vírgula separa ainda as orações coordenadas assindéticas ou coordenadas


sindéticas (GERALMENTE com conjunção “móvel” ou que admita vírgula). Exemplos:

▪ Comi muito; passei mal.


▪ Comi muito; logo, não dormi bem.
▪ Comi muito; continuo com fome, porém.

Em suma, o que o ponto e vírgula faz é marcar estruturas coordenadas, é marcar


“listas”. FIQUE ATENTO, pois a banca gosta de confundir o candidato colocando
ponto e vírgula em estruturas subordinadas, o que NÃO É permitido.

O ponto e vírgula é usado somente para marcar estruturas coordenadas.

Travessão, parênteses e dois-pontos


Quando esses três elementos são usados para introduzir estruturas finais, ou seja,
quando antecedem o ponto final, somente os parênteses podem ser usados para
iniciar e encerrar a estrutura. Observe:

✓ Comprei frutas: morangos, peras e uvas.


✓ Comprei frutas (morangos, peras e uvas).
✓ Comprei frutas – morangos, peras e uvas.

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

Agora, observe que as próximas estruturas são intercaladas (elas não são estruturas
finais). Nesses casos o uso de dois pontos não é permitido, apenas parênteses e
travessão.

✓ Comprei frutas (morangos, peras e uvas) para mim.


✓ Comprei frutas – morangos, peras e uvas – para mim.
✓ Comprei frutas (morango, peras e uvas), o que fez a alegria de mamãe.
✓ Comprei frutas – morango, peras e uvas –, o que fez a alegria de mamãe.

A vírgula depois dos parênteses e travessão nos exemplos supracitados é uma vírgula
explicativa. Cabe sua utilização, pois marca uma estrutura explicativa. Ou seja, retirado o
elemento que está dentro de parênteses ou travessão, o sentido da sentença não seria
alterado.

Por fim, destaco que o travessão e o parênteses têm valor enfático muito grande.
Quando queremos destacar um único elemento, colocá-lo entre vírgulas já o destaca,
mas colocá-lo entre parênteses e entre travessões o destaca mais ainda. A intenção
seria maior. Na oralidade seria o equivalente a dar um grito, por exemplo.

Em seguida, vamos analisar algumas questões para sedimentar o conteúdo da aula


😉.

Questão 1. Para se fazer uma revista de divulgação científica hoje, três diretrizes
devem ser observadas. A primeira é o que queremos dizer e o que temos para dizer
em uma revista. A segunda, se temos os meios humanos e financeiros para realizar o
projeto. A terceira se refere à necessidade urgente de ampliar a “infraestrutura” de
conhecimentos necessários para que a educação encontre raízes profundas em nossa
sociedade, nos laboratórios de pesquisa, na natureza e na história que vivemos.

A coesão do texto será preservada se o primeiro ponto for substituído por vírgula e
seguida de letra minúscula.

Comentários: A princípio, até poderia ser feita a substituição, por isso é fácil derrapar

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

nesse tipo de questão. Mas perceba que existe uma sequência de elementos, o
primeiro elemento, o segundo, o terceiro... Nesse sentido, tem-se na estrutura um
paralelismo. Logo, se tirarmos o ponto da primeira estrutura e o mantivermos na
segunda e na terceira romperemos o paralelismo, e não podemos fazer isso, por a
coesão do texto seria prejudicada.

Gabarito: Errado

Questão 2. Às vésperas do centenário de sua morte (29 de setembro de 1908),


Machado de Assis continua a ser uma presença inquietante.

De acordo com a gramática normativa da língua portuguesa, o emprego da vírgula no


primeiro período do texto (antes de Machado de Assis) não tem justificativa
gramatical.

Comentários: É óbvio que tem justificativa gramatical, pois se trata de uma ajunto
adverbial (um enorme adjunto adverbial, diga-se de passagem).

Cabe salientar:
Para o CESPE essa vírgula seria obrigatória.
Para o FCC, muito provavelmente, seria facultativa.

Questão 3. “Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o


direito de recorrer, quando a decisão não for favorável”.

Julgue os próximos itens com base na estrutura morfossintática do texto.

A omissão da vírgula empregada após a primeira ocorrência da palavra “defesa”


acarretaria incorreção gramatical.

Comentários: o termo quando é uma conjunção subordinativa adverbial temporal.


Logo, toda a estrutura “quando se fala em defesa” é uma oração subordinada
adverbial temporal, que foi obviamente deslocada da sua posição original no final da
frase. Nesse sentido a omissão da virgula acarretaria sim em incorreção gramatical.

Gabarito: Correto

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

Questão 4. Com isso, a partir de janeiro de 2009, a produção terá redução total de
4,2 milhões de barris diários.

O emprego das vírgulas que isolam o segmento “a partir de janeiro de 20019” justifica-
se por tratar-se de adjunto adverbial de tempo.

Comentários: a questão está correta. O segmento isolado pelas vírgulas é um adjunto


adverbial de tempo deslocado.

Gabarito: Correto

Questão 5. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional mostram


que a entrada do país resultará em um bloco com mais de 250 milhões de habitantes,
área de 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão (aproximadamente 76% do
PIB da América do Sul) e comércio global superior a US$ 300 bilhões.

O emprego de vírgulas logo após “habitantes” e “km2” justifica-se por isolar


elementos de mesma função gramatical componentes de uma enumeração.

Comentários: é exatamente isso, essa é a famosa vírgula da listinha, a vírgula


enumerativa.

Gabarito: Correto

Questão 6. As medidas serão anunciadas assim que o novo presidente norte-


americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro.

O nome “Barack Obama” está entre vírgulas porque se trata de um aposto.

Comentários: sim, se trata de um aposto que serve para explicar quem é o novo
presidente norte-americano.

Gabarito: Correto

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Influência do uso de vírgulas na análise sintática e semântica

Questão 7. Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote.

O emprego de vírgulas logo após “Agora” justifica-se para isolar adjunto adverbial de
tempo.

Comentários: a questão está correta. A vírgula serve para isolar um adjunto adverbial
de tempo que está deslocado.

Comentários: Correto

É isso aí galera. Encerramos aqui o conteúdo desta aula repleta de dicas


importantíssimas para hora da sua prova. Procure refazer suas anotações e retomá-
las quantas vezes necessário. E, acima de tudo, busque fazer muitos exercícios para
assegurar a fixação do conteúdo apreendido. Eu me despeço por aqui.

Um forte abraço e até a próxima.

"A persistência é o melhor caminho do êxito” – Charles Chaplin

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
Elas vão puxar os salários para baixo

Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens jovens
precisam se preocupar.

Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no mercado
de trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens. Ainda. Os salários
femininos estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes. Mas
não é um fenômeno brasileiro. Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial
chega aos 25%. A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a
evolução da situação. Em 1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de
trabalho. Hoje, esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo.
Nas faculdades, há mais mulheres matriculadas que homens.

E um professor de uma universidade paulistana me forneceu um dado revelador: em


média, os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%. Algo me diz que, aos
poucos, as mulheres ocuparão cargos mais altos e os salários vão se igualar, embora
não do jeito que gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e
continuarão aceitando salários menores, puxarão para baixo os salários masculinos de
admissão. Isso será bom para as empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será
relativamente bom para as mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do
que a situação presente parece mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam
estar mais preocupados.

1. A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro, seus salários
equiparados aos dos homens é “mercado”.

2. “A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a evolução da


situação.” No texto, a frase acima se torna incoerente porque a análise da “evolução
da situação” também implica analisar dados estatísticos.

Profissões curiosas

Sabia que já existiam depiladores na Roma do século II? Essa e outras ocupações
inusitadas da antiguidade estão no livro “Meu Chefe é um Senhor de Escravos”, de Vicki
León (Ed. Globo), lançado no Brasil este mês.

1>>> Caçadores de fantasmas

Essa era a função dos psicopompos na Grécia, também chamados de condutores de

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

almas. Espantavam fantasmas que atacavam seus clientes e os orientavam ao repouso


eterno. Durante a luta de dois gladiadores, o psicopompo representava a figura do
deus Hermes. Vestido de preto, ele carregava um caduceu de bronze, o bastão com
duas serpentes que simbolizava o deus. Sua função era demonstrar que as almas que
conduzia estavam realmente mortas. Quando um lutador caía, o condutor de almas
queimava o infeliz com seu caduceu em brasas para se certificar de que havia passado
desta para uma melhor.

2>>> Calçadora de sapatos

A sandaligerula tinha uma função cobiçada entre os escravos pelo esforço diminuto.
Na Grécia e na Roma antiga, as senhoras de respeito carregavam suas sandaligerulas
a festas e jantares. A escrava tirava os sapatos que a ama usara na rua e os substituía
por sapatilhas de festa. Tirar os próprios sapatos era uma tarefa tão humilhante que
até o convidado mais pobre levava com ele uma sandaligerula. (Disponível em:
revistagalileu.globo.com)

3. “Quando um lutador caía, o condutor de almas queimava o infeliz com seu caduceu
em brasas para se certificar de que havia passado desta para uma melhor.”

No fragmento acima, a preposição “com” exprime valor semântico de companhia.

O jeitinho brasileiro e o homem cordial

O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de pouca


influência social. Em nada se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui
não há o ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor
para si, às escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também
definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma
situação "apertada".

Sérgio Buarque de Holanda, em O Homem Cordial, fala sobre o brasileiro e uma


característica presente no seu modo de ser: a cordialidade. Porém, cordial, ao contrário
do que muitas pessoas pensam, vem da palavra latina cor, cordis, que significa
coração. Portanto, o homem cordial não é uma pessoa gentil, mas aquele que age
movido pela emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado e o público,
detesta formalidades, põe de lado a ética e a civilidade.

Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído a um suposto caráter


emocional do brasileiro, descrito como “o homem cordial” pelo antropólogo. No
livro Raízes do Brasil, esse autor afirma que o indivíduo brasileiro teria desenvolvido

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

uma histórica propensão à informalidade. Deve-se isso ao fato de as instituições


brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e unilateral, não havendo
diálogo entre governantes e governados, mas apenas a imposição de uma lei e de
uma ordem consideradas artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das
elites políticas e econômicas de então. Daí a grande tendência fratricida observada na
época do Brasil Império, que é bem ilustrada pelos episódios conhecidos como Guerra
dos Farrapos e Confederação do Equador.

Na vida cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis em favor das amizades.


Desmoralizadas, incapazes de se impor, as leis não tinham tanto valor quanto, por
exemplo, a palavra de um “bom” amigo. Além disso, o fato de afastar as leis e seus
castigos típicos era uma prova de boa-vontade e um gesto de confiança, o que
favorecia boas relações de comércio e tráfico de influência. De acordo com
testemunhos de comerciantes holandeses, era impossível fazer negócio com um
brasileiro antes de fazer amizade com ele. Um adágio da época dizia que “aos
inimigos, as leis; aos amigos, tudo”. A informalidade era – e ainda é – uma forma de
se preservar o indivíduo.

Sérgio Buarque avisa, no entanto, que esta "cordialidade" não deve ser
entendida como caráter pacífico. O brasileiro é capaz de guerrear e até mesmo
destruir; no entanto, suas razões animosas serão sempre cordiais, ou seja, emocionais.

4. De acordo com o texto, é incorreto afirmar que:

a) o jeitinho brasileiro é um comportamento típico de indivíduos de pouca influência


social e avessos a formalidades.

b) a instituição do jeitinho tem origem, segundo os antropólogos, no comprovado


caráter emocional do brasileiro.

c) a imposição de leis e de ordens tidas como artificiais pode explicar a propensão do


brasileiro para driblar normas.

d) na sociedade colonial, era comum observar que o brasileiro tendia a valorizar a


amizade em detrimento da própria lei.

e) o indivíduo que utiliza a ferramenta do jeitinho age por emoção, ignorando os


limites entre as esferas pública e privada.

5. Com relação à estruturação do texto e dos parágrafos, analise as afirmativas a


seguir:

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

I. O segundo parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem etimológica de


jeitinho.

II. O quarto parágrafo apresenta um fato que busca explicar a disposição para a
informalidade nas relações comerciais.

III. O quinto parágrafo esclarece as diferenças entre as noções de cordialidade e


passividade, que não são sinônimas.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I está correta.

b) se somente a afirmativa II está correta.

c) se somente a afirmativa III está correta.

d) se somente as afirmativas II e III estão corretas.

e) se todas as afirmativas estão corretas.

6. Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido concebidas de


forma coercitiva e unilateral.

Tem significação oposta à do termo sublinhado o vocábulo:

a) licenciosa.

b) tirana.

c) normativa.

d) proibitiva.

e) repressora.

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco


de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim
como não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com
alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos,
porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas
por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa, você
precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que
você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o
homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de


quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas
venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas
quem estava procurando por você!

7. Segundo o Texto, a relação afetiva deve caracterizar-se, fundamentalmente,


pela(o)

A) busca

B) carência

C) compartilhamento

D) indiferença

E) insistência

8. Segundo as ideias do Texto, projetar no outro nossas ansiedades torna-nos:

A) condescendentes para com os outros

B) vulneráveis a possíveis insucessos

C) seguros quanto à consecução do objetivo

D) indiferentes a quaisquer consequências

E) mais resistentes aos obstáculos

9. pela(o): Segundo as ideias do Texto, a felicidade de duas pessoas marca-se

A) dedicação incondicional de uma delas à outra

B) desnecessidade existente em ambas

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

C) capacidade de uma controlar a relação

D) submissão de uma à outra

E) empenho mútuo de uma subjugar a outra

Nobel de Medicina diz que efeito da vacina contra gripe A será curto

O prêmio Nobel de Medicina de 2008, o alemão Harald zur Hausen, disse nesta
terça-feira que o efeito protetor da vacina contra a gripe A -- que está sendo aplicada
atualmente em muitos países -- será "pontual" e afirmou que é necessária outra
imunização em um curto espaço de tempo.

Em entrevista coletiva em Havana, Hausen, no entanto, indicou o uso da vacina


por considerá-la "conveniente e efetiva".

Comentou que é provável que a vacina proteja por um tempo "curto" e que
após um ano, aproximadamente, seria necessária "outra vacinação".

A recomendação do especialista é imunizar especialmente crianças e mulheres


grávidas, por serem os mais ameaçados pelo vírus H1N1.

O ganhador do Nobel de Medicina de 2008 -- por seu descobrimento do vírus


do papiloma humano – assiste em Havana a um congresso Biotecnologia.

10. Considere as afirmações:

I. O médico alemão afirma que a vacina contra a gripe A não é eficiente, portanto não
vê sentido em aplicá-la.

II. De acordo com o médico alemão, o efeito da vacina aplicada atualmente dura
aproximadamente um ano.

De acordo com o texto, está correto o que se afirma em

a) somente I

b) I e II

c) somente II

d) nenhuma

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Compreensão e Interpretação de Texto

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se


decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como
não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém,
temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque
queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por
serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa, você
precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que
você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o
homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem


gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham
até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem
estava procurando por você!

04. Segundo o Texto, a relação afetiva deve caracterizar-se, fundamentalmente,


pela (o)

(A) busca

(B) carência

(C) compartilhamento

(D) indiferença

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Compreensão e Interpretação de Texto

(E) insistência

05. Segundo as ideias do Texto, projetar no outro nossas ansiedades torna-nos:

(A) condescendentes para com os outros

(B) vulneráveis a possíveis insucessos

(C) seguros quanto à consecução do objetivo

(D) indiferentes a quaisquer consequências

(E) mais resistentes aos obstáculos

06. Pela (o): Segundo as ideias do Texto, a felicidade de duas pessoas marca-se

(A) dedicação incondicional de uma delas à outra

(B) desnecessidade existente em ambas

(C) capacidade de uma controlar a relação

(D) submissão de uma à outra

(E) empenho mútuo de uma subjugar a outra

Elas vão puxar os salários para baixo

Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens jovens
precisam se preocupar.

Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no mercado
de trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens. Ainda. Os salários
femininos estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes. Mas
não é um fenômeno brasileiro. Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial
chega aos 25%. A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a
evolução da situação. Em 1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de
trabalho. Hoje, esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo.
Nas faculdades, há mais mulheres matriculadas que homens.

E um professor de uma universidade paulistana me forneceu um dado revelador: em

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Compreensão e Interpretação de Texto

média, os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%. Algo me diz que, aos
poucos, as mulheres ocuparão cargos mais altos e os salários vão se igualar, embora
não do jeito que gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e
continuarão aceitando salários menores, puxarão para baixo os salários masculinos de
admissão. Isso será bom para as empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será
relativamente bom para as mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do
que a situação presente parece mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam
estar mais preocupados.

07. A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro, seus salários
equiparados aos dos homens é:

a) Oportunidades

b) Mercado

c) Menos

d) Ainda

e) Média

08. “A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a evolução
da situação.” No texto, a frase acima se torna incoerente porque:
a) o autor acaba por não analisar a “evolução da situação”

b) A análise da “evolução da situação” também implica analisar dados estatísticos.

c) A análise da “evolução da situação” revela uma situação extremamente desfavorável


para as mulheres.

d) Em São Paulo, há mais mulheres do que os homens na universidade.

e) Os dados mostram que as mulheres são alunas mais assíduas.

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Dicas para compreender e interpretar textos

Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação: módulo de
exercícios II
Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Dicas para compreender e interpretar textos

Este documento possui recursos de interatividade através da navegação por


marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

Olá meu aluno, minha aluna, como vai você? Sentindo-se disposto para mais uma
aula de compreensão e interpretação textual? Espero que sim, mas, se sua resposta
não for tão positiva, trate de respirar fundo e pensar em tudo aquilo que te motiva a
alcançar sua meta de aprovação. Feche os olhos, considere cada um desses pontos e
mentalize você, o resultado da prova, sua nomeação, a festança e a sensação de poder
dizer “consegui”! Feito?! Agora com foco, concentração e garra você verá que o
conteúdo se tornará bem mais leve. Vamos nessa?!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Dicas para compreender e interpretar textos .......................................................................3
A morte e a morte do poeta ..................................................................................................4
Questão 01................................................................................................................................................ 8
Questão 02.............................................................................................................................................. 10

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Dicas para compreender e interpretar textos

Em defesa da dúvida ...........................................................................................................11


Questão 01.............................................................................................................................................. 14
Questão 02.............................................................................................................................................. 16

DICAS PARA COMPREENDER E INTERPRETAR TEXTOS

1º - Crie o hábito e o gosto pela leitura.

2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam


em seu meio.

3º - Aumente seu vocabulário (leia e faça


palavras cruzadas) e sua cultura.

4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos, ou seja,


com palavras com significados semelhantes e palavras com
significado contrário

5º - Torne-se um leitor assíduo de diversos textos.

6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão


pode ser falsa.

7º - Atenção ao que se pede, às vezes a interpretação está


voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao
parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a
questão está voltada à ideia geral do texto.

8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do


conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao
que está escrito.

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A morte e a morte do poeta

A MORTE E A MORTE DO POETA


Para treinar nossa compreensão e interpretação textual, vamos ler e analisar o
seguinte texto:

A morte e a morte do poeta


1 Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia, o pianista Marcos Resende primeiro tratou
2 de verificar que estava vivo, bem vivo. Em seguida gravou uma mensagem na sua
3 secretária eletrônica: "Hoje é 27 e eu não morri. Não posso atender porque estou na
4 outra linha dando a mesma explicação". Quando li esta nota, me lembrei de como
5 tudo neste mundo caminha cada vez mais depressa. Em 1862, chegou aqui a notícia
6 da morte de Gonçalves Dias.

7 O poeta estava a bordo do Grand Condé havia cinquenta e cinco dias. O brigue
8 chegou a Marselha com um morto a bordo.

9 À falta de lazareto, o navio estava obrigado à caceteação da quarentena. Gonçalves


10 Dias tinha ido se tratar na Europa e logo se concluiu que era ele o morto. A notícia
11 chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por d. Pedro II. Suspensa
12 a sessão, começaram as homenagens ao que era tido e havido como o maior poeta
13 do Brasil. Suspeitar que podia ser mentira? Impossível. O imperador, em pleno
14 Instituto Histórico, só podia ser verdade. Ofícios fúnebres solenes foram celebrados
15 na Corte e na província. Vinte e cinco nênias saíram publicadas de estalo. Joaquim
16 Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho,
17 quentes e sinceras. O grande poeta! O grande amigo! Que trágica perda!

18 As comunicações se arrastavam a passo de cágado. Mal se começava a aliviar o luto


19 fechado, dois meses depois chegou o desmentido: morreu, uma vírgula! Vivinho da
20 silva.

21 A carta vinha escrita pela mão do próprio poeta: "É mentira! Não morri, nem morro,
22 nem hei de morrer nunca mais!". Entre exclamações, citou Horácio: "Não morrerei de
23 todo”. Todavia, morreu, claro. E morreu num naufrágio, vejam a coincidência. Em 1864,
24 trancado na sua cabine do Ville de Boulogne, à vista da costa do Maranhão. Seu corpo
25 não foi encontrado. Terá sido devorado pelos tubarões. Mas o poeta, este de fato não
26 morreu.
(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia das Letras, 2011,
p.107-108)

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A morte e a morte do poeta

GLOSSÁRIO:

Brigue: embarcação de dois mastros, com velas circulares ou quadrangulares, sendo o


maior deles inclinado para a parte posterior do navio.
Caceteação: estado causado por algum aborrecimento ou acontecimento importuno.
Lazareto: local para o qual as pessoas contaminadas com hanseníase (lepra) eram
enviadas, a fim de isolá-las do resto da população, com o intuito de conter a contaminação
pela doença. Esse nome é uma alusão a Lázaro, personagem bíblico, que era leproso. A
priori colocavam as pessoas com lepra, mas depois acabou sendo usado para todo tipo de
doença.
Marselha: cidade portuária no sul da França.
Necrológio: uma notícia/homenagem no jornal sobre morte.
Nênias: poemas enaltecendo alguém.
Passos de cágado: expressão para eram vagarosas

UMA DICA PARA AMPLIAR SEU VOCABULÁRIO E CONHECIMENTO DE MUNDO É


ELABORAR UM GLOSSÁRIO COM AS PALAVRAS DO TEXTO QUE SÃO DESCONHECIDAS.

COMENTÁRIO DO TEXTO:

Ao ler o título deduzimos, pelo emprego da conjunção e com sentido de soma, que o
autor tratará de duas mortes distintas em seu texto. Após a leitura, sabemos que
morte se refere a Marcos Resende e morte do poeta faz referência a Gonçalves Dias,
coincidentemente, ambos tiveram suas mortes anunciadas erroneamente.

Para aprimorar nossa interpretação do texto “A morte e a morte do poeta”, vamos ativar
nosso conhecimento de mundo:

➔ Marcos Resende é pianista, compositor e produtor, nascido em Cachoeira de


Itapemirim-ES, tem uma carreira na música instrumental brasileira, aqui e no
exterior, com vários discos lançados.
➔ Antônio Gonçalves Dias foi poeta, professor, crítico de história, etnólogo,
nasceu em Caxias- MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, na
costa do Maranhão, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira nº 15,

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A morte e a morte do poeta

da Academia Brasileira de Letras. É considerado o grande poeta romântico


brasileiro e célebre poeta indianista, seus poemas mais famosos são: “Canção
do exílio”, “Ainda Uma Vez – Adeus”, “I-Juca Pirama”, entre outros.

MOBILIZAR NOSSO CONHECIMENTO PRÉVIO SOBRE O ASSUNTO OU


REFERÊNCIAS TRAZIDAS NO TEXTO CORROBORA NA SUA INTERPRETAÇÃO
TEXTUAL.ASSIM, QUANTO MAIOR O CONHECIMENTO DE MUNDO, MAIOR SUA
CAPACIDADE INTERPRETATIVA.

De volta ao conteúdo do texto, é clara a associação que o autor faz quando vê a nota
de Marcos Resende com o fato similar vivido por Gonçalves Dias. Dessa forma, ele
contrapõe as duas situações:

➔ Século XX: o pianista Marcos Resende leu o seu necrológio no Jornal do Brasil,
em 1992, o erro aconteceu porque o confundiram com seu xará.
Imediatamente já desmentiu a notícia gravando uma mensagem na sua
secretária eletrônica.

➔ Século XIX: chegou a notícia da morte de Gonçalves Dias, que comoveu muitas
pessoas, foram feitas várias homenagens ao poeta. E como a notícia chegou ao
Instituto Histórico e aos ouvidos do imperador, que espalhou a notícia, era
impossível ser mentira. Como a comunicação era demorada, a notícia foi
desmentida de forma tardia, apenas 2 meses depois, por carta escrita pelo
próprio poeta.

Desse modo, mesmo com a semelhança entre os casos, há um contraste grande na


forma como eles conseguiram contestar a própria morte. A demora com que a notícia
da suposta morte do poeta, no século XIX, pôde ser contestada por ele, em
comparação a rapidez com que o pianista, contemporâneo, pôde contestar a própria
morte.

No texto, o autor detalha mais o caso de Gonçalves Dias, que estava doente e
embarcou na embarcação Grand Condé para procurar tratamento na Europa. Esse fato
é importante para ocorrer o equívoco de anunciar a morte do poeta. Já que quando

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A morte e a morte do poeta

o brigue, no qual o famoso poeta era passageiro, chegou a França, na cidade de


Marselha, com um morto a bordo (l.7-8).

Por falta de um local para alocar os doentes, conhecido por lazareto, a embarcação
não pode aportar, obrigado a fazer quarentena no alto mar (l.9). Por isso, as pessoas
fizeram uma dedução precipitada, trazida pelo adjunto adverbial de modo logo, de
que o morto a bordo seria o poeta, veja o trecho: “Gonçalves Dias tinha ido se tratar
na Europa e logo se concluiu que era ele o morto” (l.9-10).

A notícia da morte do conceituado poeta brasileiro chegou ao Instituto Histórico


durante uma sessão presidida por d. Pedro II, lembrando que ele era patrono o
instituto. Como retrata o trecho:” A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma
sessão presidida por d. Pedro II. Suspensa a sessão, começaram as homenagens ao
que era tido e havido como o maior poeta do Brasil” (l.10-13).

Entre as pessoas que ofereceram homenagem ao poeta, estão seus amigos “Joaquim
Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho,
quentes e sinceras” (l.15-16). Para entender a vínculo entre eles, vamos ativar
novamente nosso conhecimento de mundo:

➔ Joaquim Serra (1838-1888): jornalista, professor, político e teatrólogo


brasileiro, conterrâneo de Gonçalves Dias, também nascido no Maranhão.
➔ Juvenal Galeno da Costa e Silva (1838-1931): escritor brasileiro da segunda
geração do Romantismo, nascido em Fortaleza- CE.
➔ Bernardo Guimarães (1825-1884): romancista, contista e poeta brasileiro, sua
obra mais famosa e o romance “A Escrava Isaura”, nascido em Ouro Preto- MG.

Enquanto seus amigos lamentavam sua morte, o poeta estava “vivinho da silva” (l.19).
Porém, por causa da comunicação ainda não tem desenvolvida e eficiente, de acordo
com o texto: “as comunicações se arrastavam a passo de cágado” (l.18), ou seja, uma
comunicação lenta e demorada. Por causa disso, a carta escrita pelo poeta para
desmentir o fato de sua suposta morte, chegou apenas 2 meses depois.

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Língua Portuguesa |

A morte e a morte do poeta

Nessa carta, que ele escreveu a próprio punho, estava a verdade: “[...] ’É mentira!
Não morri, nem morro, nem hei de morrer nunca mais!’ [...]” (l.21-22). De forma
enfática declarou que “[...] ‘não morrerei de todo’ [...]” (l.22-23), citando Horácio,
poeta e filósofo da Roma Antiga. Mesmo com essa afirmação, como qualquer ser
humano, Gonçalves Dias morreu, isso está marcado no texto pela conjunção
adversativa todavia, no trecho: “Todavia, morreu, claro” (l.23).

Sobre a morte do poeta brasileiro, o texto traz: “morreu num naufrágio, vejam a
coincidência” (l.23), isso ocorreu na costa do Maranhão, apenas 2 anos depois dele
contestar sua própria morte. Contudo, o corpo de Gonçalves Dia não foi
encontrado, o texto afirma que teria “sido devorado pelos tubarões” (l.25), logo,
podemos pressupor que na costa do Maranhão havia muitos tubarões.

Apesar disso, a carta de Gonçalves Dias trazia uma verdade, seu corpo morreu, porém,
“o poeta, este de fato não morreu” (l.25-26), dado que ele não “morreu mesmo de
todo”, já que sua obra e vida estão consagradas para sempre na literatura brasileira.

Questão 01
No texto, o autor contrapõe fundamentalmente:

a) as boas condições do porto de Marselha, em território francês, às péssimas


condições do porto brasileiro localizado no Maranhão, perto do qual o navio
Ville de Boulogne acabou por naufragar.
b) a demora com que a notícia da suposta morte de Gonçalves Dias, no século XIX,
pôde ser contestada pelo poeta à rapidez com que o pianista Marcos Resende,
contemporâneo do cronista, pôde contestar a própria morte.
c) a comoção com que foi recebida a notícia da suposta morte do poeta Gonçalves
Dias à indiferença com que se recebeu a notícia da morte do pianista Marcos
Resende, buscando-se esclarecê-la com um simples telefonema.
d) a resistência do navio Grand Condé, onde Gonçalves Dias pôde permanecer em
segurança por mais de cinquenta dias, à fragilidade do Ville de Boulogne, que
levou pouco tempo para naufragar na costa do Maranhão.
e) a banalização das notícias em seu próprio tempo, mesmo as mais trágicas, à
solenidade com que eram dadas no século XIX, muitas vezes em sessões no
Instituto Histórico, com a eventual presença do próprio Imperador.

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Língua Portuguesa |

A morte e a morte do poeta

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:

➢ Olhe o comando da questão: “no texto”, isso é uma pista de que essa questão
cobrará a sua compreensão textual.

A questão quer saber qual a contraposição apresentada no texto. Sua resposta ficará
fácil se você tiver entendido o texto, ou seja, teve uma boa compreensão dele. Outro
ponto, se você é um leitor atento já sabe que, geralmente, o texto que trabalha com
uma contradição faz a apresentação dessa no primeiro parágrafo, para que o autor
desenrole essa oposição no decorrer do texto.

Observe então o primeiro parágrafo do texto, o autor faz alusão a duas mortes
anunciadas erroneamente: do pianista Marcos Rezende e a do poeta Gonçalves Dias.
E ainda acrescenta: “me lembrei de como tudo neste mundo caminha cada vez mais
depressa” (l.4-5), isso quer dizer que enquanto o músico desmentiu a notícia
rapidamente, o escritor, que negou a notícia de sua morte por carta, demorou 2 meses.

Dessa forma, a contraposição apresentada pelo autor nesse texto é justamente a


velocidade que as informações são transmitidas na atualidade, em contraposição a
demora que isso acontecia no século XIX.

GABARITO: B

CUIDADO COM AS QUESTÕES DE COMPREENSÃO TEXTUAL,


pois algumas de suas alternativas podem trazer
afirmações que extrapolam as informações
contidas no texto. Assim, mesmo sendo
verdadeiras, não estarão corretas, já que questões
como essa se relacionam exclusivamente às
informações contidas no texto.

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A morte e a morte do poeta

Questão 02
De acordo com o texto, a falsa notícia da morte de Gonçalves Dias teria se
originário de uma conjunção de acontecimentos que incluem:

a) a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a impossibilidade dos


passageiros do navio cumprirem o período de quarentena em terra e a
motivação da viagem do poeta para a Europa.
b) a inexistência de lazareto no Grand Condé, a motivação da viagem do poeta
para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o porto de Marselha.
c) a impossibilidade dos passageiros do navio cumprirem o período de
quarentena em terra, a presença do Imperador no Instituto Histórico e as
homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
d) a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a motivação da viagem
do poeta para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o porto de
Marselha.
e) a inexistência de lazareto no Grand Condé, a morte de um passageiro no navio
e as homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:

➢ Observe o comando da questão: “de acordo com o texto”, isso indica que essa
é uma questão de compreensão textual.

A indagação afirma que o texto apresenta uma combinação de fatos que deram
origem a notícia falsa da morte do poeta Gonçalves Dias. Vamos analisar os fatos:
primeiro, o poeta estava doente e foi buscar tratamento na Europa (l.10). Segundo, a
embarcação, em que ele estava a bordo, chegou em Marselha com um morto a bordo
(l.8). Terceiro, por falta de um local adequado para os doentes (um lazareto), o navio
foi impedido de aportar, obrigado a permanecer ao mar por 40 dias (l.9).

Esses fatos somados originam a falsa notícia da morte de Gonçalves Dias, o passageiro
mais famoso a bordo do Grand Condé, que estava doente e o motivo de sua viagem
era buscar tratamento na Europa. E quando morre alguém na embarcação, que não
conseguiu aportar, logo se concluiu que o morto era o poeta.

GABARITO: A

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Em defesa da dúvida

EM DEFESA DA DÚVIDA
Para continuar treinando nossa compreensão e interpretação textual, vamos ler e
analisar o próximo texto:

Em defesa da dúvida
1 Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena pensar
2 no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo Sócrates pulveriza
3 a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio de sucessivas perguntas,
4 que os acabam convencendo da fragilidade de suas convicções. Séculos mais tarde, o
5 filósofo Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de
6 conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro
7 passo.
8 Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de personalidades,
9 o que não falta são especialistas infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência,
10 na economia, nas artes. Todos têm receitas imediatas e seguras para a solução de
11 todos os problemas. A hesitação, a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados
12 como incompetência, passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica,
13 que dá o ritmo aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos
14 nossas certezas.

15 A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências


16 e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um fato pelo que dele diz
17 um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que nele estão envolvidos é
18 submeter-se à força de valores já estabelecidos, que deixamos de investigar. A dúvida
19 supõe a necessidade que tem a consciência de se afastar dos julgamentos já
20 produzidos, permitindo-se, assim, o tempo necessário para o exame mais detido da
21 matéria a ser analisada. A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das
22 afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque são mais refletidas e
23 devidamente questionadas.

(Cássio da Silveira, inédito)

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Em defesa da dúvida

COMENTÁRIO DO TEXTO:

O texto argumenta a favor da dúvida, visto que, de acordo com o autor, ela perdeu
importância. Esse entendimento deixa claro que o título “Em defesa da dúvida” está
empregado no sentido literal, já que o texto apresenta o contraponto da
desvalorização da dúvida na atualidade e seu prestígio na antiguidade.

Para evidenciar o prestígio da dúvida na antiguidade, primeiro, o autor cita os diálogos


de Platão, em que o filósofo Sócrates abalava “verdades absolutas”, por meio de
sucessivas perguntas, que mostravam a fragilidade dessas convicções, ou seja,
instaurava a dúvida (l.2-4). Ambos importantes filósofos da Grécia Antiga.

Ativando nosso conhecimento prévio: recordamos que os diálogos de Platão são os


textos escritos pelo filósofo grego sobre os ensinamentos do seu mestre Sócrates, que
achava mais eficiente a troca direta das ideias, por meio de perguntas e respostas
entre duas pessoas, do que o texto escrito. Por isso Sócrates não deixou obra escrita,
o que sabemos sobre ele veio dos registros do seu discípulo Platão.

Como segundo argumento, o autor cita o filósofo francês Descartes, que considerava
a dúvida o primeiro passo para alcançar o conhecimento, como colocado no trecho:
“Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de
conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro
passo” (l.5-6).

Ativando nosso conhecimento prévio: René Descartes foi um importante filósofo e


matemático do século XVI, considerado o primeiro filósofo da vertente racionalista,
suas principais ideias eram: que a razão é inata ao ser humano e propôs um método
mais preciso para a Filosofia, garantindo a sua confiabilidade. Assim, como defendia
que o conhecimento deveria ser claro e distinto, excluindo tudo que gera dúvida.

Em contrapartida, o autor expõe que, na atualidade, em todos meios de comunicação,


não falta especialistas infalíveis em todos os assuntos (l.9), todos com receitas
imediatas e garantidas para a solução de todos os problemas (l.10-11). Isso comprova

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Em defesa da dúvida

a tese inicial do autor de que a dúvida perdeu seu prestígio, em vista que “a hesitação,
a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência, passividade,
absenteísmo” (l.11-12), ou seja, de acordo com o texto, as dúvidas e incertezas inferem
na nossa competência, proatividade e produtividade, três pontos fundamentais para
o mercado de trabalho do séc. XXI.

Dessa forma, com o imediatismo que marca a contemporaneidade, juntamente com


os avanços tecnológicos, que afeta diretamente nossos hábitos e ações, como se
“ditasse a urgência de constituirmos nossas certezas” (l.13-14). Dado que a dúvida
pode deixar o indivíduo vulnerável, como explicado no parágrafo anterior, por isso há
a busca, cada vez maior, de mostrar mais sabedoria acerca de tudo.

Sobre essa questão, podemos ultrapassar o conteúdo do texto, para fazer uma relação
com a teoria do sociólogo Zygmunt Bauman, que defende a teoria de que a sociedade
atual pode ser definida como uma modernidade líquida, em que os desenvolvimentos
tecnológicos afetam diretamente ao ritmo da nossa vida, cada vez mais acelerado,
consequentemente, os nossos relacionamentos são líquidos e efêmeros. Essa
associação corrobora para nossa interpretação do texto, visto que a “urgência de
constituímos nossas certezas” (l.13-14) tem relação imediata com o conceito da
sociedade líquida, já que impulsiona o indivíduo a dar qualquer resposta com
convicção, sem ter analisado com calma para ver realmente se aquilo é válido ou não.

Todavia, o autor contrapõe essa visão atual da dúvida, afirmando que ela
“corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências” (l.15).
Sendo a dúvida o principal e mais forte meio para chegar a uma verdade, pois busca
comprovações. Desse modo, a dúvida é o caminho para o conhecimento mais
profundo, pois questiona e contesta as verdades absolutas, assim possibilita “buscar
a verdade funda daquilo que não aparece” (l.16).

Assim sendo, no último parágrafo, o autor vai expor que o indivíduo que possui uma
verdade absoluta, avalia a questão por um ângulo restrito e se submete aos valores já
estabelecidos, sem investigar ou questionar, logo ele possui uma verdade superficial,
um achismo ou senso comum.

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Em defesa da dúvida

O autor em defesa da dúvida expõe, que mesmo hoje, é o primeiro passo para o
caminho das afirmações, já que “acabam sendo as mais seguras, porque são mais
refletidas e devidamente questionadas” (l.22-23). Então quanto mais duvidamos,
questionamos e refletimos sobre nossa realidade e valores, chegamos mais próximos
da verdade.

Questão 01
A valorização da dúvida se deve ao fato de que ela

a) constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades


dadas como irrefutáveis.
b) vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor
algumas verdades definitivas.
c) permite abrir um caminho para o conhecimento ao questionar verdades dadas
como absolutas.
d) contribui para a valorização de verdades pré-estabelecidas por métodos
seguros de conhecimento.
e) implica a tentativa de se chegar a um tipo de conhecimento cuja validade
dispensa qualquer comprovação.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:

➢ Observe: a dúvida é o principal elemento utilizado dentro do texto,


consequentemente essa questão será de compreensão.

Ao ler o texto, percebemos que a dúvida está desvalorizada na atualidade, mas


também evidencia motivos pelos quais deve ser valorizada. Por isso, vamos analisar
cada uma das alternativas:

a) constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades


dadas como irrefutáveis.

ERRADA: é a verdade que é ilusória. A contestação vem exatamente para


derrubar essa verdade ilusória da contestação, a dúvida é o principal meio para
chegar a uma verdade.

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Em defesa da dúvida

b) vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor


algumas verdades definitivas.

ERRADA: a dúvida não é um método frágil, pelo contrário, é o método mais


solidificado e mais forte, de acordo com o texto.

c) permite abrir um caminho para o conhecimento ao questionar verdades dadas


como absolutas.

CERTA: a dúvida é o caminho para o conhecimento mais profundo, pois


questiona as verdades absolutas. Como se comprova nos trechos: “para se
instituir um método de conhecimento é considerar a presença desafiadora da
dúvida” (l.5-6) e “a dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das
afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque mais refletidas e
devidamente questionadas”(l.21-23).

d) contribui para a valorização de verdades pré-estabelecidas por métodos


seguros de conhecimento.

ERRADA: a dúvida não contribui para a valorização de verdades pré-


estabelecidas, pelo contrário, ela as contesta.

e) implica a tentativa de se chegar a um tipo de conhecimento cuja validade


dispensa qualquer comprovação.

ERRADA: a dúvida não dispensa qualquer comprovação, muito pelo contrário, a


dúvida busca as comprovações.

GABARITO: C

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Em defesa da dúvida

Questão 02
Diferentemente da maneira pela qual Sócrates e Descartes qualificaram a dúvida,
o texto nos lembra que há

a) quem pulverize a certeza inabalável com que alguns afirmam seus pontos de
vista, juízos e convicções.
b) aqueles que já de saída se apresentam como especialistas infalíveis em temas
da política, da ciência, das artes.
c) aquele que se dispõe a se pronunciar sobre algum assunto depois de ter aberto
várias hipóteses de abordagem.
d) quem sempre suspenda a verdade das aparências, não se furtando a questioná-
las antes de aceitá-las.
e) quem se afasta de julgamentos definitivos para se deter sobre o que há de
problemático numa matéria

COMENTÁRIO DA QUESTÃO:

➢ O comando coloca “o texto nos lembra que há”, se a resposta será tirada de
dentro do texto, essa é uma questão de compreensão.

Para responder essa questão, primeiro, temos que recordar como Descarte e Sócrates
enxergavam a dúvida: como método de contestação das verdades ilusórias. Em
contraponto, o texto nos lembra que, atualmente, “o que não falta são especialistas
infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes” (l.9-
10).

GABARITO: B

Concluo essa aula e me despeço por aqui. Espero que o


conteúdo tenha ajudado você no processo de
compreensão e interpretação dos textos. Agradeço a sua
presença, mesmo que distante fisicamente, presente
comigo quando escrevo minhas aulas pensando na sua
aprovação. Por fim, meu querido aluno, lembre-se: leia
muito e pratique sua compreensão e interpretação textual.
Desejo um ótimo estudo!

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Em defesa da dúvida

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Coesão Textual

Língua Portuguesa
Coesão Textual

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Coesão Textual

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, caros alunos. Neste material abordaremos um assunto muito importante,


fronteiriço entre vários aspectos da língua portuguesa. Nós vamos trabalhar a questão
da coesão textual. Pegue seu material de anotação, respire fundo e vamos lá.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Coesão Textual ................................................................................................................. 3
Coesão Referencial............................................................................................................ 4
Elementos Endofóricos......................................................................................................................... 4
Anafórico ..................................................................................................................................................................... 5
Catafórico .................................................................................................................................................................... 6
Pronomes Demonstrativos .......................................................................................................................................... 6
Distinção entre esse e este ......................................................................................................................................... 9

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Coesão Textual

COESÃO TEXTUAL
Qualquer análise na língua portuguesa é iniciada pela análise gramatical para então
passar para a análise textual. O elemento limítrofe que determina essas análises é a
coesão textual. Essa coesão serve tanto para a interpretação quanto para a produção
textual, tendo em vista que a redação nada mais é do que a interpretação ao contrário.
Existem duas formas de coesão textual que devem ser dominadas para a sua prova: a
referencial e a sequencial, as quais explico brevemente na sequência.

Coesão Referencial

Na coesão referencial um elemento faz referência a outro no intuito de evitar a


repetição. Na fala nós podemos várias vezes repetir o mesmo termo, mas na escrita
a constante repetição remete à pobreza de vocabulário.

O principal elemento da coesão referencial é o pronome. A repetição pode ser


evitada por meio de sinônimos e elipses também, mas o pronome é o principal
elemento de referenciação, até pela sua essência de atuar como substituto para o
nome (substantivo), pois o termo que repetimos na maioria das vezes é um
substantivo.

Existem três pronomes em especial que devem ser dominados para que a coesão
textual referencial seja eficaz. SÃO ELES:
Conteúdo
✓ Pronome relativo
✓ Pronome demonstrativo Obrigatório
✓ Pronome pessoal oblíquo átono

Coesão Sequencial

A coesão sequencial diz respeito à sequência das ideias empregadas dentro de um


texto (causa, consequência, finalidade, oposição, conclusão e por aí vai). A coesão
sequencial é determinada por meio das proposições e conjunções, mas, o principal
elemento é a conjunção.

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Coesão Referencial

Para dominar a coesão sequencial, você tem que, obviamente, dominar as conjunções
coordenativas e as subordinativas adverbiais. São cinco coordenativas e nove
subordinativas adverbiais. Se você dominar essas conjunções, você domina a coesão
sequencial, por isso, não deixe de estudá-las 😉.

Relativos
Coesão Textual

Referencial
(Pronomes)
Demonstrativos

Pessoal Oblíquo
Átono

5 Coordenativas
Sequencial
(Conjunção)
9 S. Adverbiais

COESÃO REFERENCIAL
Neste tópico nossa missão é tentar compreender como os elementos se comportam
dentro do texto. Ao passo que a coerência textual está relacionada ao sentido, a
coesão está relacionada à estrutura. Naturalmente, a coesão auxilia a coerência
textual, mas, quando falamos em coesão referencial, mais especificamente, estamos
pensando na estrutura do texto.

Funciona mais ou menos assim: dentro do texto ora um elemento vai apontar para
aquilo que o sucede, ora para o que o antecede e ora para elementos que estão fora
do texto. Esses elementos são chamados de:

✓ Elementos endofóricos: quando apontam para dentro do texto.


✓ Elementos exofóricos: quando apontam para fora do texto

Elementos Endofóricos
Os elementos endofóricos são aqueles que fazem ligação de um elemento a outro
dentro do texto. Pois bem, se a ligação é somente de elementos que estão dentro do

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Coesão Referencial

texto, só há duas formas de efetivar essas ligações, ou se faz referência a um elemento


que já apareceu, ou se faz referência a um que ainda está para aparecer. Ou seja, ou
se efetiva por meio de elementos anafóricos, ou por meio de elementos catafóricos.
Vamos aprofundar esses conceitos.

Anafórico

Um elemento anafórico, dentro do texto, faz referência a outro anterior a ele.

Exemplo: João era casado com Maria. Ontem ele a viu aos beijos com outro
homem. Hoje ambos vivem separados.

No referido exemplo os substantivos João e Maria são os elementos principais. Na


oralidade, em uma conversa coloquial, por exemplo, nós poderíamos repetir esses
nomes diversas vezes dentro de uma mesma frase, afinal de contas, uma conversa
acontece com interrupções, em meio a conversas cruzadas, com interferências
distintas para cada ambiente em que nos pomos a conversar.

No entanto, na escrita nós não temos interrupções externas, o texto é corrido e,


portanto, deve ser o mais objetivo possível. Para que assim o seja, nós utilizamos os
elementos de coesão referencial para substituir os elementos principais, mais
precisamente os substantivos, assim evitamos de repeti-los diversas vezes. Observe
como ocorre a referenciação no referido exemplo:

João1 era casado com Maria2. Ontem ele1 a2 viu aos beijos com outro homem. Hoje
ambos1,2 vivem separados.

João e Maria são os elementos principais da estrutura. O pronome “ele” na segunda


oração faz uma referência anafórica ao termo João, porque este apareceu antes
daquele. O pronome “a” faz uma referência anafórica a Maria, que também apareceu
antes do pronome. O termo “ambos”, na segunda oração, faz referência anafórica à
João e Maria.

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Coesão Referencial

Na prova essas questões podem ser cobradas a nível fácil como a nível difícil. O avaliador
pode muito bem não usar as nomenclaturas, facilitando assim a vida de todos que fizerem a
prova. Mas ele vai, é claro, destacar termos muito distantes um do outro. Ele pode destacar
um termo na linha três e outra na linha dez, por exemplo. A banca também pode cobrar esses
termos em cima da nomenclatura, e nesse sentido ela vai estar facilitando apenas a vida de
quem faz preparatório para concurso, pois é muito difícil encontrar alguém que lembre que
estudou no ensino médio qualquer coisa sobre os tipos de coesão que os elementos realizam,
coesão endofórica, exofórica, anafórica ou catafórica.

Catafórico

Um elemento catafórico, no texto, faz referência a outro posterior a ele.

Exemplo: Ele jurou aumentar o salário dos professores: o prefeito Eduardo Paes.
Dele eu dó quero a pensão dos meus filhos – Romário.

A coesão catafórica ocorre quando um elemento aponta para outro posterior a ele,
quando aponta para frente.

Ele jurou aumentar o salário dos professores: o prefeito Eduardo Paes.


Dele eu dó quero a pensão dos meus filhos – Romário.

Perfeito?! Agora vamos falar sobre os pronomes demonstrativos e como as bancas


tentam confundir os candidatos com o seu uso.

Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos este, esse, aquele caem em provas basicamente de


duas formas. A primeira forma é cobrando sua utilização por uma questão espacial,
ou seja, para mostrar onde exatamente se encontra determinado elemento na
situação comunicativa. A segunda forma, a que mais cai inclusiva, é pelo seu uso em
processo distributivo, isto é, para distinguir os elementos apresentados dentro de
um texto.

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Coesão Referencial

No caso espacial os pronomes demonstrativos são utilizados para definir onde estará
um elemento dentro da situação comunicativa. Nós sabemos muito bem que todo ato
de comunicação gira em torno de dois elementos primordiais: quem fala e quem ouve.
Quem fala é o emissor, e quem ouve é o interlocutor ou receptor.

Quando utilizamos os pronomes demonstrativos para falar sobre alguma coisa,


utilizamos o este e seus derivados para falar daquilo que está próximo ao emissor; o
esse para falar de um elemento próximo do interlocutor, e o aquele, para falar de algo
que está longe de ambos.

Isto Isso
Aquilo

Emissor Interlocutor Terceiro/ Longe de ambos

Muito bem. Elucidações feitas, devo dizer que a prova gosta na verdade de cobrar o
processo de distribuição, que significar fazer uso dos pronomes demonstrativos para
fazer referência anafórica a termos anteriores no texto. Mas veja, é um fato culto da
língua que não podemos fazer três ou mais referências no texto usando os pronomes
demonstrativos em uma mesma estrutura, assim, utilizamos para esse fim somente os
pronomes este e aquele. Um fará referência ao substantivo mais próximo e outro fará
referência ao substantivo mais distante.

Em termos de distribuição, o referente mais distante dos pronomes demonstrativos


é aquele que aparece por primeiro no texto, e o mais próximo será o último a aparecer
antes dos pronomes demonstrativos. Observe o exemplo:

▪ “Neymar e Negueba são jogadores de futebol. Este é craque, aquele é pereba”.

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Coesão Referencial

Embora a frase possa parecer contraditória (afinal, Neymar é um ótimo jogador), o


que pretendi dizer neste momento é que Negueba é craque e Neymar é pereba. O
pronome demonstrativo este faz referência ao termo mais próximo, enquanto o
pronome aquele, ao termo mais distante.

Neymar1 e Negueba2 são jogadores de futebol. Este2 é craque, aquele1 é pereba.

A banca ou pode cobrar esse processo sem cobrar a nomenclatura, apenas por
destacar o pronome e perguntar a quem ele faz referência, ou pode cobrar a
nomenclatura, destacando o termo e perguntado sobre o tipo de coesão que ele
realiza (anafórica ou catafórica). Ora, se é referência ao termo anterior é referência
anafórica.

O avaliador poderia ainda florear um enunciado para que pareça uma questão de
interpretação textual, sendo na verdade apenas uma questão de compreensão. Ele
pode, por exemplo, perguntar: “dentre os personagens apresentados no texto, qual é
aquele que se caracteriza por ser um péssimo jogador de futebol?”.

Para além dessas hipóteses, a banca pode pegar um texto que não está certo de acordo com
o padrão culto da língua e utilizá-lo mesmo assim em uma questão de referenciação (🤔...).
Assim, se você se deparar com uma questão do tipo “Neymar e Negueba são jogadores de
futebol. Esse é craque, aquele é pereba”, e ela não perguntar se a construção gramatical está
correta ou não, mas apenas a qual termo o pronome destacado faz referência, você
responderá seguindo a lógica do padrão culto da língua. Essa seria considerada uma questão
de percepção de referência. Cuidado com possíveis pegadinhas da banca 👍.

DETALHE IMPORTANTE: se aparecer um terceiro jogar na frase,


lembre-se de que nesse processo não podemos usar mais que dois
pronomes demonstrativos para fazer referência a termos anteriores.
Isso é um fato culto da língua. A dica, portanto, é: se tiver três ou
mais elementos aos quais se pretende fazer referência recorremos
aos numerais (o primeiro, o segundo, o terceiro). Beleza?!

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Coesão Referencial

Distinção entre esse e este

Quanto ao pronome esse, será utilizado em uma distinção entre o esse e o este, e isso
quando a referência for apenas a um único termo anterior, que não precisa
necessariamente ser uma palavra, pode fazer referência a um período inteiro, seja
anterior ou posterior.

Para a gramática o pronome esse tem uma tendência anafórica, isso significa que
ele faz referência ao termo anterior. Já o pronome este tem uma tendência
catafórica. Isso significa que faz referência a um termo posterior.

Anterior
ESSE / ESTE Posterior

Exemplo:
▪ ISSO (anafórico) → Um beijo: eu quero isso de você.
▪ ISTO (catafórico) → Eu quero isto de você: um beijo.

Tranquilo? Vou me despedindo por aqui. Espero que tenha feito bom proveito da
aula e das dicas, e tomado notas para garantir a massificação do conteúdo. Não deixe
de revisar os tópicos recomendado sobre pronome relativo, pronome demonstrativo
e pronome pessoal oblíquo átono, que são os principais utilizados na referenciação
anafórica. Tome um café ou um chá, alongue o corpo e não demore muito para
retomar os estudos.

Um grande abraço e até logo.

“Se você quer ser bem-sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e
dar o melhor de si mesmo”. – Ayrton Senna

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Coesão Referencial

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Elementos Exofóricos

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Coesão Textual – Elementos Exofóricos

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Elementos Exofóricos

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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, meus caros. Na aula de hoje daremos continuidade ao tema da coesão


textual. Nós já falamos sobre elementos de referenciação endofóricos, que se
subdividem em anafóricos (aqueles que fazem referência a termo anterior) e
catafóricos (aqueles que fazem referência a termo posterior). Além disso, falamos
sobre como dentre todos os elementos utilizados para referênciação anafórica e
catafórica os pronomes demonstrativos são os principais alvos de dúvida. Muito bem,
dito isso, nossa missão para este material é abordar os elementos exofóricos.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Elementos Exofóricos ........................................................................................................ 3
Contexto ..................................................................................Erro! Indicador não definido.
Hiperônimo e Hipônimo .................................................................................................... 8

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Elementos Exofóricos

ELEMENTOS EXOFÓRICOS
Os elementos exefóricos são aqueles no texto que fazem referência a outro elemento
fora do texto. Isso significa que se não for apresentado um contexto, não há como
saber quem é o referente. Assim, a primeira coisa que devemos lembrar diante de um
elemento exofórico é que eles vão depender de um contexto para uma identificação
exata.

Bom, a dificuldade de reconhecer um elemento exofórico já começa com a própria


nomenclatura, porque eles podem ser chamados de exofóricos, dêiticos e dêixis.
Além disso, por se tratar de um elemento que aponta para fora do texto, podemos
dizer que ele é uma estrutura extratextual (da mesma forma que os elementos
endofóricos podem ser chamados de intratextuais).

Vamos analisar alguns exemplos:

✓ Ele usava uma camisa preta bem apertada, mostrando todo o seu físico. Eu olhei
e reparei que ele também olhava pra mim.
✓ Amanhã eu faço aniversário.
✓ Eu te amo!

Perceba que no primeiro exemplo não conseguimos dizer quem é “Ele”, pois não
temos um referente dentro do texto. Desse modo, dizemos que ele é um elemento
que está fora do texto, logo, exofórico. O máximo que conseguimos dizer sobre o
elemento “Ele” é que é um substantivo masculino. E quanto ao “eu”, na segunda parte
da frase, sequer saberíamos dizer se é um referente masculino ou feminino.

Entenda que estamos falando de elementos que estão ou não


presentes no texto e que podem ou não ser constatados no texto.
Lembra do exemplo de elemento endofórico de coesão catafórica que
vimos na aula sobre o assunto: “Ele jurou aumentar o salário dos
professores: o prefeito Eduardo Paes”? Quem jurou aumentar o salário?
O prefeito Eduardo Paes (está explicito no texto o referente). Já no

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Elementos Exofóricos

exemplo “Ele usava uma camisa preta bem apertada, mostrando o seu físico. Eu olhei e
reparei que ele também olhava para mim”, quem é ele? Não sabemos, pois não consta
explicito no texto. Por isso dizemos que o referente é extratextual.

Para melhor compreendermos essa questão vamos falar um pouco mais


detalhadamente sobre o conceito de contexto. O dicionário online Michaelis apresenta
as seguintes definições para o termo contexto:

▪ Conjunto de circunstâncias inter-relacionadas de cuja tessitura se


depreende determinado fato ou situação; circunstância(s), conjuntura,
situação.
▪ Conjunto de circunstâncias que envolvem um fato e são imprescindíveis
para o entendimento deste.
▪ Encadeamento de ideias ou conjunto de circunstâncias que precedem ou
se seguem a determinados elementos e pressupostos de um texto,
aprofundando-se o significado quando de sua leitura ou análise.
▪ Conjunto de circunstâncias que envolvem uma palavra, uma frase ou um
segmento de texto, e das quais podem depender seu significado e valor;
encadeamento do discurso; composição, entrecho, trama.
▪ Aquilo que constitui a totalidade do texto; composição, contextura.
▪ Conjunto; todo, totalidade.

Ora, para que consigamos compreender um texto, é necessário entender em qual


momento ele foi produzido e a que situação externa esse texto se refere, seja direta
ou indiretamente. O contexto é estritamente necessário para descobrirmos sobre
quem se fala 😉.

Voltando aos exemplos, na sentença “Amanhã eu faço aniversário” podemos observar


alguns elementos exofóricos, o primeiro deles é o termo “eu”. Vamos destrinchar essa
sentença para termos uma noção mais ampla sobre os elementos exofóricos. Para
tanto, peço que recorra a sua criatividade e imagine a seguinte hipótese:

Você sai de casa, banho tomado, cabelo ajeitado, entra em uma sala de aula –
vai haver um preparatório par concurso públicos. Você está sozinho, não há

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Elementos Exofóricos

sinal de alunos nem de professores; você é o primeiro a chegar na sala. Ao fitar


o horizonte, a primeira coisa com a qual você se depara é a seguinte frase escrita
no quadro branco: “Amanhã é meu aniversário”. Nesse momento, uma voz (a
minha, obviamente) sussurra no seu ouvido as perguntas: Quem escreveu a
frase? Quando foi escrita?

A sua resposta para a primeira pergunta será – “Não sei... não sei dizer. Quando eu
entrei na sala a frase já estava no quadro”, e para a segunda será: “não sei quando a
frase foi escrita. Isso é um preparatório para concurso público, deve ter aula todo
santo dia e noite nessa sala... Não tem como eu saber quem escreveu no quadro”.

Veja, você não conseguiu deduzir os mistérios da frase apenas por fazer a leitura dela.
O “eu” escrito no quadro notoriamente aponta para algum referente fora do texto,
bem como o “amanhã” (uma vez que não há como identificar em que dia foi escrito
par saber a qual amanhã fazia referência). Esse é um exemplo da utilização de
elementos exofóricos no texto. E aqui vai uma dica:

AQUI VAI UMA DICA:

Toda data indeterminada é elemento exofórico (ontem, hoje,


amanhã), a não ser que esteja especificada (amanhã, dia 14 de
fevereiro de 2020, ou, ontem, dia 10/10).

No terceiro exemplo, “Eu te amo!”, não sabemos quem é “eu”, tampouco sabemos
que é a pessoa amada. Esses dois elementos apontam para fora do texto. Agora
imagine que você está em uma sala de aula, completamente lotada, você sai para ir
ao banheiro, e quando volta se depara com a seguinte frase escrita a lápis na sua
carteira: “Eu te amo”. Só isso e nada mais. Eu sei que você sabe que esta frase tem
elemento exofórico, mas, pergunto-lhe: quantos elementos são? Um ou dois?

E se você responder que existe apenas um elemento, meu caro, devo dizer que você
está errado. Ora, o “eu”, notoriamente, é exofórico. E, por mais que você diga que sabe
que a frase foi escrita para você, esse conhecimento só foi adquirido por meio do

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Elementos Exofóricos

contexto, afinal de contas, seu nome não está explicito no texto. Desse modo, o “te”
também é um elemento que faz referência a algo que está fora do texto. E se a mesma
frase estivesse escrita na mesa do colega ao seu lado, você saberia ser ela direcionada
ao seu colega, mas isso também em virtude do contexto 😉.

Agora, digamos que a linda frase “eu te amo” sobre sua escrivaninha estivesse
acompanhada de uma assinatura: “Eu te amo. Ass. Amábile Amabilis”. Pois bem,
agora sim nos deparamos com apenas um elemento exofórico, que é o “te”, porque
o “eu”, nessa frase, deixou de ser um elemento exofórico em função da assinatura. O
“eu” passou a ser um elemento endofórico de referência catafórica.

Fechou?! Para encerrar essa questão vamos analisar uma questão de prova.

Questão 1. Assinale a alternativa que indica o tipo de coesão que o pronome


demonstrativo destacado no texto da charge está realizando.

Isto não vai ficar assim.

a) Anafórica
b) Catafórica
c) Dêitica
d) Sequencial

Comentários: Muitos alunos derraparam na hora de responder essa questão, porque


pensaram pela ótica do isto fazendo uma referência ao termo posterior, ou seja, uma
referência catafórica (lembra sobre quando falamos da diferença entre o esse, como
termo de referência anafórica e o este, como termo de referência catafórica?). Pois
bem, vamos voltar a esse conteúdo para entender que esse tipo de referenciação,

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Elementos Exofóricos

anafórica e catafórica, ocorre quando o elemento está dentro do texto, ou seja,


quando é um elemento ENDOFÓRICO. No exemplo: “Eu quero isto de você: um
beijo”, o referente a qual o pronome demonstrativo faz referência se encontra em
posição posterior a ele, DENTRO do texto, por isso, faz referência catafórica.

Agora, na referida questão, o pronome demonstrativo isto se refere ao soco, correto?!


Mas perceba que conseguimos identificar essa informação somente porque temos
uma imagem que descreve a situação. Em outras palavras, só sabemos que “isto’ se
refere ao soco pelo CONTEXTO. Nesse sentido, a resposta correta é letra c) Dêitica.

Perceba que a charge tem uma espécie de linguagem mista (linguagem verbal +
linguagem não verbal, aquela em que não há a palavra e a comunicação é feita por
outros meios, como gestos, imagens etc.). O mais importante é que no uso da
linguagem mista, as linguagens utilizadas têm igual importância,
independentemente de qual apareça mais. Ambas têm a mesma importância e
significação para a interpretação do texto 👍.

Se na charge retirássemos a imagem e mantivéssemos somente o texto, seria possível


identificar a qual elemento o pronome demonstrativo isto está a fazer referência?

Isto não vai ficar assim.

e) Anafórica
f) Catafórica
g) Dêitica
h) Sequencial

NÃO, certo?! Isso significa que descobrimos pelo contexto. Dito de outra maneira, na

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Hiperônimo e Hipônimo

verdade, por mais que tudo seja texto, quando falamos de referência anafórica ou
referência catafórica em uma avaliação como esta, estamos obrigatoriamente falando
de linguagem verbal, que deve estar escrita dentro do texto. Beleza?! Vamos para o
próximo tópico.

HIPERÔNIMO E HIPÔNIMO
Hiperonímia e hiponímia indica uma relação hierárquica de significado que uma
palavra estabelece com outra. São termos que parecem complicados, mas são muito
simples:

Hiperônimo: expressa o termo geral


Hipônimo: expressa o termo específico

Exemplo:

Carro – Corsa, Gol, Fusca

Médico – Pediatra, Cardiologista

Peixe

Os hiperônimos, ou seja, os termos específicos nos exemplos são carro e médico, os


demais, gol e fusca e pediatra e cardiologista, são genéricos (hipônimos).

E quanto ao termo peixe? É um termo genérico ou específico?

Bom, isso depende do contexto. Para que possamos afirmar que um temo é genérico
ou específico deve haver um elemento de comparação. O termo corsa, no exemplo
citado, só é um elemento específico porque temos a palavra carro para comparar a
ele e perceber que carro é maior que corsa, que é o termo genérico (até porque Corsa
é um tipo de carro). Do mesmo modo, as palavras médico, pediatra e cardiologista só
podem ser classificadas entre genéricas e específicas por serem termos que podem
ser comparados entre si. Sabemos que pediatra e cardiologista são tipos de médicos.

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Hiperônimo e Hipônimo

Mas o termo peixe está sozinho, então não tem como ser classificado. Mas, digamos
que coloquemos ao lado dele mais um termo: peixe – sardinha, agora sim,
comparando um com o outro, saberemos que sardinha é um tipo de peixe, logo, peixe
é o termo genérico e sardinha, um termo específico.

Ainda, se colocássemos mais um termo: peixe – sardinha – frutos do mar, o termo


peixe, em relação a frutos do mar é específico, e frutos do mar é genérico.

Agora, supondo que um texto seja composto pelos seguintes elementos:

Alimentos
Legumes
Batata
Tomate

Pergunto-lhe: De acordo com seu conhecimento de mundo, você diria que esse
texto está coeso? Está sim. Mas não podemos dizer o mesmo quando a sua
coerência, porque de acordo com nosso conhecimento de mundo, tomate não é
legume, mas sim uma fruta 😉. Bom, vamos tornar esse texto coerente então:

Alimentos
Legumes
Batata
Batata rosa

Agora sim o texto está coerente! Observe que ele parte do geral para o específico, da
classe para os alimentos específicos. Um exemplo de texto que parte do geral para o
específico é a produção que fazemos na prova de concurso público – o texto
dissertativo. O normal de um texto dissertativo é partir do geral para o específico.

Já um exemplo de texto que parte do específico para o geral é o texto jornalístico. Isso
porque cada tipo de texto tem um contrato de comunicação. O jornalista fala do fato
primeiro, dos detalhes de uma ocorrência, como uma morte resultante de uma

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Hiperônimo e Hipônimo

tentativa de assalto, de uma jovem de vinte e seis anos, deixando viúvo o marido e
órfão o filho, para então falar sobre algo maior, o elemento genérico, que seria, por
exemplo, a questão da violência nos grandes centros urbanos.

Tranquilo até aqui?! Meus caros, finalizo por aqui as exposições de hoje. Considere
retomar o conteúdo desta aula e da aula passada para ir conectando os tópicos e
solidificando a ideia geral da temática trabalhada. Persista sempre, mesmo diante de
dificuldades. O seu esforço renderá ótimos frutos.

Um abraço e até breve.

“Os grandes navegadores devem sua reputação às grandes tempestades”. - Epicuro

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Hiperônimo e Hipônimo

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Coesão Sequencial

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Coesão Sequencial

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Coesão Sequencial

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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, caro aluno. Estamos de volta para completarmos nossa trajetória rumo a
compreensão total da coesão textual. Chegamos à fase da coesão sequencial. Nosso
estudo englobará todo o necessário para você consolidar as bases de conhecimento
para se sair super bem nas provas de concurso público. Vamos nessa?!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Coesão Sequencial ............................................................................................................ 3
Condição e Comparação ....................................................................................................................... 3
Causa e Consequência .......................................................................................................................... 3
Oposição ............................................................................................................................................. 4
Questões ........................................................................................................................... 6

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Coesão Sequencial

COESÃO SEQUENCIAL
A conjunção sequencial diz respeito a relação lógica que estabelecem as conjunções
e as preposições (assim como as locuções conjuntivas e prepositivas) entre as ideias
de um texto. Dentre essas, a estrutura que é mais cobrada em provas é a conjunção.
Assim, vamos estuda algumas conjunções específicas que merecem destaque.

Condição e Comparação
Observe exemplos de estrutura que exprimem a ideia de condição e a ideia de
comparação.

▪ Caso precise de mim, telefone.


▪ Assim como o Brasil, outros países latino-americanos estão crescendo.

No primeiro exemplo, o termo caso indica uma ideia de condição, que faz implicar a
ideia de que não devem ligar à toa para a pessoa, somente se realmente precisarem
dela”. No segundo exemplo, a expressão assim como dá uma ideia de comparação, e
sugere a comparação de outros países latino-americanos ao Brasil. Perceba que
mediante essa construção quem ganha maior evidência é o Brasil, pois é como se ele
tivesse crescido e adquirido relevância por primeiro em relação aos demais países.

O emissor não quis comparar o Brasil aos países da América Latina, mas sim os países
da América Latina ao Brasil. Embora a ideia de comparação entre eles seja a mesma, a
forma como foi construída torna o processo diferente.

Causa e Consequência
Muitas bancas trabalham a coesão sequencial com relações de causa e consequência.
Observe os exemplos:

▪ Bebi tanto que passei mal.


▪ Comi bebi muito, passei mal.

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Coesão Sequencial

No primeiro exemplo “bebi tanto que passei mal” temos um que consecutivo. Você
deve lembrar do macete do tesão, certo?! Quando temos um que que encabeça uma
oração subordinada, e na oração anterior temos palavras intensificadoras como tanto,
tal, tão e tamanho, temos expressa a relação de causa e consequência.

Tanto ↔ que

Consequência
Causa
Tal ↔ que
Tão ↔ que
Tamanho ↔ que

Causa é a origem do processo e a consequência é o que decorre a partir daquilo. Na


segunda frase o indicador de causa e consequência é o termo como. Observe que
utilizamos estruturas diferentes, mas mantemos a ideia.

Causa Consequência
Bebi tanto Passei mal
Bebi muito Passei mal

Oposição
As bancas gostam também de cobrar a relação de oposição (adversidade X
concessão). A adversidade serve para enfatizar o argumento, para deixá-lo forte. Já a
concessão serve para minimizar o argumento, ou seja, deixá-lo mais fraco. Exemplos:

▪ Choveu, mas fui à praia (Adversidade)



▪ Fui à praia, mas choveu (Adversidade)

Nos exemplos utilizamos a conjunção mas, que é uma conjunção adversativa que
enfatiza o argumento. Consequentemente, o outro argumento se torna minimizado
diante dela. No exemplo “choveu, mas fui à praia”, a pessoa teve um passeio feliz, pois,
embora a chuva tenha caído, não estragou seu passeio.

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Coesão Sequencial

- +
Choveu, mas fui à praia.

No segundo exemplo, de igual forma, o primeiro argumento é mais fraco, e o segundo


é mais forte. Todavia, a ideia que essa sentença apresenta é diferente da que a primeira
sentença apresenta. Nesse caso, a pessoa teve um passeio não muito feliz. Ora, a
forma como foram construídas as ideias dá a entender que a chuva atrapalhou seu
passeio.
- +
Fui à praia, mas choveu.

Perceba quanta informação é possível extrair a partir de uma conjunção. Por


constatarmos essa diferença sabemos que essas duas frases são diferentes
semanticamente.

CABE SALIENTAR que as duas frases são iguais em termos de


compreensão, pois ambas apresentam as ideias de chuva e de ida
à praia, mas elas são completamente diferentes em relação à
interpretação, por conta apenas da reescritura. A reescritura
dessas informações “ir à praia” e “chover” alterou o sentido,
mesmo tendo a conjunção adversativa como principal elemento.

Agora observe os seguintes exemplos:

▪ Choveu, mas fui à praia (Adversidade)


=
▪ Ainda que chovesse, fui à praia (Concessão)

A ideia da primeira sentença, como já vimos, é de adversidade. A conjunção


adversativa intensifica a sentença que a sucede e minimiza a sentença que a precede.
Já no segundo exemplo, temos uma ideia de concessão, a estrutura “ainda que” é
concessiva, logo, minimiza um lado e, consequentemente, enfatiza o outro. Nesse
exemplo, mais uma vez estamos diante de uma pessoa feliz.

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Questões

- +
Ainda que chovesse, fui à praia.

Embora usássemos conjunções diferentes (mas e ainda que) temos uma ideia de
igualdade no que tange ao valor semântico das mesmas, isso porque minimizamos e
enfatizamos as mesmas informações em ambas estruturas. Elas mantêm o mesmo
sentido.

Conectivos adversativos Conectivos concessivos


Mas, Porém, Contudo, Todavia, Embora, Ainda que, Apesar de, Mesmo que,
Entretanto, No entanto... Por mais que, Conquanto, Malgrado, Não
obstante...

Muito bem, dito isso vamos dar uma olhada em algumas questões a fim de colocar
em prática a teoria.

QUESTÕES
Neste tópico vamos resolver alguns exercícios de coesão referencial e sequencial.
Lembre-se de recorrer aos comentários e gabarito apenas após tentar resolvê-los.

Questão 1. Em uma ideia de coesão referencial, se eu pedisse para você substituir


algum elemento na seguinte frase “O gorila fugiu da jaula. O gorila, no entanto, não
feriu ninguém.”, qual seria?

Obviamente seria a repetição da expressão gorila, certo?! Podemos então evitar essa
repetição de três formas, pense nas melhores palavras:

a) Pronome anafórico ________________


b) Hiperônimo ________________________
c) Elipse _______________________________

Comentários: alguns exemplos de solução do exercício seriam:

a) O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.

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Questões

b) O gorila fugiu da jaula. O animal, no entanto, não feriu ninguém.


c) O gorila fugiu da jaula. No entanto, não feriu ninguém.

Na alternativa c, seu conhecimento de mundo lhe permite identificar diante da elipse


que quem fugiu da jaula foi o gorila. O texto está coeso e coerente, e sequer
precisamos acrescentar um outro elemento no lugar do substantivo gorila para iniciar
uma nova sentença.

Em relação à elipse, alguns autores fazem distinção entre a elipse e o zeugma. Elipse seria a
omissão de um elemento que ainda não apareceu no texto, e zeugma seria a omissão de um
elemento que já apareceu. Nesse sentido, a elipse da alternativa c seria, na verdade,
considerada por alguns autores um zeugma.

Nesse sentido, o único cuidado que você precisa tomar é quando aparecer duas
referenciações por elipse na mesma estrutura. Observe qual é o referente da elipse/zeugma
para responder à questão de modo adequado.

Questão 2. Rescreva a sentença substituindo o termo destacado pela expressão que


mantêm o mesmo valor semântico.

O gorila fugiu da janela. Ele, no entanto, não feriu ninguém.

a) Portanto
b) Conquanto
c) Porquanto
d) Contudo

Comentários: A conjunção no entanto é uma adversativa. Logo, o esperado é que o


candidato busque uma conjunção dentre as alternativas que seja, de igual modo,
adversativa, chegando à alternativa d) contudo (a única adversativa dentre as opções).

a) Portanto → conclusiva
b) Conquanto → concessiva

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Questões

c) Porquanto → explicativa/ causal


d) Contudo → adversativa

Se o candidato não estudou bem as conjunções, ele pode acabar se deixando levar
por essa pegadinha prosódica, em que a maioria das alternativas tem a mesma
terminação da conjunção adversativa no entanto (portanto, conquanto, porquanto),
e responder pelo som. Agora, você que decorou as conjunções faz esse tipo de
questão em segundos.

Vamos aprofundar um pouco mais usando o mesmo exemplo, “O gorila fugiu da jaula.
Ele, no entanto, não feriu ninguém.”, para trabalhar outra construção. Assinale a opção
que NÃO pode substituir o termo destacado.

a) Mas
b) Porém
c) Conteúdo
d) Todavia

Você pode racionalmente considerar procurar pela única conjunção que não é
adversativa dentre as opções, mas todas elas são.

Não se engane, a questão tem gabarito sim, e é a letra a) “mas”. A conjunção mas
não pode ser deslocada como a conjunção no entanto. O motivo é simples: a
pronúncia fica estranha. Ora, friso aqui que a conjunção liga orações, então a posição
original dela é no meio das orações.

O gorila fugiu da jaula. No entanto, ele não feriu ninguém Posição original ○
O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém Deslocada ○
O gorila fugiu da jaula. Mas, ele não feriu ninguém Posição original ○
O gorila fugiu da jaula. Ele, mas, não feriu ninguém Deslocada ×

Questão 3. Em “aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente. Quem nunca usou
essas expressões para traduzir uma emoção?”, o pronome em destaque cumpre o
papel coesivo no texto uma vez que:

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Questões

a) Faz referência a uma ideia já apresentada.


b) Antecipa uma informação ainda não mencionada.
c) Estabelece uma comparação entre informações distintas.
d) Aponta para algo que está próximo ao enunciador.

Comentários: o termo em destaque retoma todos os elementos que o precedem


(aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente).

Gabarito: Letra A

Questão 4. Fragmento de texto: “... toda relação de emprego (espécie) é uma relação
de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego”.

Caso se substituísse o conectivo “mas” por no entanto, seriam mantidos a correção


gramatical e o sentido do texto.

Comentários: ambas conjunções são adversativas e ambas estariam na posição


original da conjunção.

Gabarito: Correto

Questão 5. Fragmento de texto: Tudo para tentar determinar se, afinal de contas,
Marte já foi hospitaleiro para formas de vida – ou quem sabe até ainda o seja.

No trecho “ou quem sabe até ainda o seja”, o termo “o” classifica-se como pronome
e refere-se ao adjetivo “hospitaleiro”.

Gabarito: Correto

Questão 6. No fragmento “Apesar da minha admiração, fiquei calada”, é possível


notar que a expressão “apesar da” assume valor:

a) Explicativo
b) Concessivo

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Questões

c) Conclusivo
d) Consecutivo

Gabarito: Letra B

Questão 7. Fragmento de texto: Quanto mais for levado a refletir sobre sua
situcionalidade, sobre seu enraizamento espaço-temporal, mais “emergirá” dela
conscientemente “carregado” de compromisso com sua realidade, da qual, porque é
sujeito, não deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.

O termo “porque” poderia, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido do


texto, ser substituído por que.

Comentários: Esse tipo de questão é muito recorrente em provas, mas afirmo: é


impossível trocar um porque junto por um por que separado ou um porquê com
acento. Eles são completamente diferentes.

Gabarito: Errado

Questão 8. Fragmento de texto: Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia) que


passou para o latim (politia) com o mesmo sentido: governo de uma cidade,
administração, forma de governo. No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um
sentido particular, passando a representar a ação do governo, que, no exercício de sua
missão de tutela da ordem jurídica, busca assegurar a tranquilidade pública e a
proteção da sociedade contra violações e malefícios.

O referente dos sujeitos das orações expressas pelas formas verbais “assumir” e “busca
assegurar” é o termo “Polícia”.

Comentários: Quem assumiu um sentido particular é a Polícia, porém, quem busca


assegurar a tranquilidade pública é o governo. Portanto a questão está incorreta.

Gabarito: Errado

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Questões

Meu caro, chegamos ao final de mais um material. Espero que esta aula tenha
contribuído muito para seu conhecimento. Não deixe de retomar o conteúdo, e de
preferência retome todos os relacionados à coesão textual e faça um resumo com
suas próprias palavras para solidificar o conhecimento. Mantenha o espírito forte e
determinado e não deixe os obstáculos e o cansaço tirar o seu foco. Desejo ótimos
estudos.

Um forte abraço e até a próxima aula.

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Questões

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

TIPOLOGIA TEXTUAL

TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipos Textuais x Gêneros Textuais

Há 2 formas diferentes de classificar os textos, as quais são cobradas nos


concursos públicos:

-Tipologia textual: classificação segundo as sequências de informações do texto,


considerando características internas;

-Gêneros textuais: classificação segundo a relação entre a função do texto na


sociedade e as características internas desse texto.

Gêneros textuais

Em sociedade, escrevemos textos para entreter, informar, ensinar, convencer...


o interlocutor. Trata-se da intencionalidade discursiva.

Romances são escritos para entreter; receitas, para ensinar; artigos de opinião,
para convencer; notícias, para informar...

Cada um desses gêneros têm características próprias, para atender sua função.

Gêneros textuais

Dependendo do gênero e de sua função, certas sequências de informação serão


predominantes, às quais chamamos tipos ou modos textuais.

Gêneros Tipos textuais

Notícia Narrativo, Descritivo

Receita culinária Injuntivo

Entrevista Dialogal, Narrativo/Dissertativo

Bula de remédio Injuntivo, Descritivo

Reportagem Narrativo, Dissertativo

Tipo narrativo

Exemplo: Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

TIPOLOGIA TEXTUAL

dia, dia e noite rezava e implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na
loteria cujo valor do premio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim
passavam os dias, as semanas, os meses e anos. E nada acontecia. Até que no dia do
Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e
numa voz de desespero e raiva gritou:

Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!

Tipo narrativo

 Sequência de ações ao longo do tempo


 Presença de narrador, personagem, tempo, espaço, enredo e clímax;
 Predominância de verbos de ação;
 Presença de progressão temporal;
 Predominância do presente e do pretérito perfeito.

Observação 1: Categorias de narrador (foco narrativo):

1.Narrador personagem – narração em 1ª pessoa

Exemplo: Ontem, acordei cedo, tomei café e fui pedalar. No entanto, devido à
chuva, logo voltei para casa.

2. Narrador observador – narração em 3ª pessoa

Exemplo: Atadolfa acordou cedo, tomou café e foi pedalar. No entanto, devido
à chuva, logo voltou para casa.

3. Narrador onisciente (questionável!) – narração em 3ª pessoa, com


comentários sobre o passado e o futuro da narrativa, além de análises dos
pensamentos das personagens.

Exemplo: Maria acordou cedo, tomou café e foi logo pedalar. Mas não, no
final da história, Maria não terá um dia tranquilo assim. Em vez disso, Maria encontrará
uma série de problemas e perigos em seu caminho.

Observação 2: O texto narrativo é um texto polifônico, em que as diferentes falas são


apresentadas em discursos.

1.Discurso direto: a fala da personagem é apresentada de forma direta, sem paráfrases

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TIPOLOGIA TEXTUAL

do narrador.

Exemplo:

Atadolfa disse:

- Ontem choveu muito na região sul.

2. Discurso indireto: o narrador reconta a fala da personagem com suas próprias


palavras.

Exemplos: Atadolfa disse que, no dia anterior, chovera muito na região sul.

Alterações gramaticais na mudança de discurso: noções de tempo e pessoa

Exemplo: Pedro afirmou:

- Amanhã, irei para minha casa.

Pedro afirmou que, no dia seguinte, iria para sua casa.

Tabela de correspondência de tempos verbais

Discurso direto Discurso indireto

Presente Pretérito imperfeito

Eu amo o RJ Maria disse que amava o RJ.

Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito

Eu fui à praia. Maria disse que fora à praia.

Futuro do presente Futuro do pretérito

Eu irei à praia Maria disse que iria à praia.

Presente do Pretérito imperfeito


subjuntivo do subjuntivo

Talvez eu durma. Maria disse que talvez dormisse.

3. Discurso indireto livre: mistura entre fala de narrador e personagem,


geralmente associada a fluxos de consciência

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Exemplo: Maria caminhava na rua distraidamente, quando tropeçou em uma


pedra. Ai, meu pé, que falta de atenção! Maria seguiu irritada consigo mesma,
prometendo-se olhar o chão com mais cuidado.

Tipo descritivo

Exemplo: “A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de


cores, pois tem o marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de
passarinhos. O rio espesso com suas águas barrentas desliza lento por entre pedras
polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

 Sequência de características de um ser;


 Predominância de adjetivos e substantivos;
 Ausência de progressão temporal;
 Presença de verbos que não indicam ação;
 Predominância do presente e do pretérito imperfeito

Tipo injuntivo

Exemplo: (...) Pegue a tábua e lixe horizontalmente, até que a tinta se solte por
completo. Depois, passe a primeira camada de verniz. Espere secar por duas horas.
Repita o processo. Depois, utilize um prego para fazer pequenos furos na madeira,
onde você deve acrescentar as bolinhas de algodão. (...)

 Sequências de comandos ou instruções;


 Predominância do imperativo;
 Uso constante de pronomes de tratamento e verbos modalizadores, como “dever”,
“ter que”, “precisar” etc.;
 Predominância da coordenação.

Tipo dialogal

Exemplo:

VIOLETA – (Em tom ameaçador) Atende Pedro, aposto que é aquela sujeitinha pra
quem você deu seu telefone.

PEDRO – Você está ficando louca? (Virando-se de costas mudando o semblante raivoso)

Eu nunca daria meu telefone para outra mulher que não fosse você, meu amor.

VIOLETA – (Apaixonadamente) Jura Pedro? (Voltando para a raiva inicial) Quem sabe

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TIPOLOGIA TEXTUAL

eu esteja mesmo louca, (Sarcástica) não é querido?

 Sequência de falas alternadas;


 Ausência de narrador;
 Presença de rubrica;
 Identificação do personagem antes da fala.

Tipo expositivo

Exemplo: Fotossíntese é um processo fisioquímico realizado pelos vegetais


clorofilados. Estes seres sintetizam dióxido de carbono e água, obtendo glicose,
celulose e amido através de energia luminosa. 12H2O + 6CO2 → 6O2 + 6H2O +
C6H12O6.

Este é um processo do anabolismo, em que a planta acumula energia a partir


da luz para uso no seu metabolismo, formando adenosina tri-fosfato, o ATP.

 Sequência de informações neutras;


 Objetivo central: informar;
 Predominância de verbos no presente;
 Predominância da 3ª pessoa

Tipo argumentativo

Exemplos: “No meu ponto de vista, a pena de morte é negativa, e por isso não
deve ser legalizada. Afinal, que direito temos nós de tirar a vida de alguém? Talvez até
a culpa última do seu comportamento seja a própria sociedade, uma vez que cada
pessoa é sempre o produto da educação que teve e foi moldada pelo ambiente
sociocultural em que cresceu”.

 Sequência de argumentos para defender um posicionamento;


 Presença de conectivos de causa-consequência;
 Marcas de subjetividade e expressão de opinião.

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TIPOLOGIA TEXTUAL

OLHOS DE RESSACA

Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera para eles, “olhos de
cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia,
e queria ver se podiam chamar assim.Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me
perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei de extraordinário; a cor e a
doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhes deu outra
ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com
os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a
ficar crescidos e sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para


dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer,
sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca?
Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido
misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira
da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes
vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão
depressa buscava as pupilas, a onda que saía vinha crescendo, cava e escura,
ameaçando envolver-me, puxar-me, tragar-me. (Machado de Assis.

Olhos de ressaca. In: Dom Casmurro)

1. No texto, o ponto de vista do narrador classifica-se como:

A)1ª pessoa – narrador personagem

B)1ª pessoa – narrador onisciente

C) 3ª pessoa – narrador onisciente

D) 3ª pessoa – narrador neutro

E) 3ª pessoa – narrador personagem

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TIPOLOGIA TEXTUAL

2. No segundo parágrafo predomina o modo de organização textual:

A) narrativo

B) descritivo

C) dissertativo

D) argumentativo

E) dissertativo-argumentativo

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Intertextualidade

Língua Portuguesa
Intertextualidade

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Intertextualidade

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

Na aula de hoje vamos falar sobre intertextualidade. Em termos conceituais, a


intertextualidade é muito fácil de entender, mas, ela pode enveredar por assuntos bem
mais complexos. Assim, pegue seu marca-texto e leia o conteúdo deste material com
muita atenção.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Intertextualidade .............................................................................................................. 3
Paráfrase ............................................................................................................................................. 8
Paródia ................................................................................................................................................ 8
Questões ........................................................................................................................... 9
Questão 1 .......................................................................................................................................... 11

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Intertextualidade

Questão 2 .......................................................................................................................................... 11
Questão 3 .......................................................................................................................................... 13
Questão 4 .......................................................................................................................................... 13
Questão 5 .......................................................................................................................................... 14

INTERTEXTUALIDADE
Você deve estar se perguntando “O que seria a intertextualidade?”. Pois bem, Inter
significa dentro, logo, intertextualidade ocorre quando um texto entra dentro de
outro, quando um texto dialoga com outro, quando faz alusão, menção a outro.

Mas, reconhecer a presença de intertextualidade em um texto pode não ser tão


simples quanto a definição que apresentei. Isso exige conhecimento de mundo e
exige prática. Nesse sentido, fora os conceitos, vamos trabalhar também questões
fáceis e questões difíceis de intertextualidade.

Questão fácil? Que tal um conto de fadas?

Uma questão fácil de intertextualidade seria, por exemplo, a banca apresentar um


texto que retrate a seguinte situação: uma pessoa para diante de um espelho e diz
“espelho, espelho meu, existe algum país mais corrupto que o meu?”, e perguntar com
que tipo de texto aquele ali está dialogando. Dentre as opções você se deparará com
a alternativa conto de fadas. Pois bem, essa é uma questão fácil de intertextualidade,
porque, independentemente de classe social, da instituição de ensino, seja ela
particular ou pública, no primeiro momento de aquisição com a língua portuguesa e
com os processos lúdicos as crianças são inseridas no mundo do conto de fadas.
Praticamente todos sabem quem é Rapunzel, quem é Branca de Neve e quem são os
três porquinhos.

Quando a questão apresenta algo como “espelho, espelho meu, existe algum país
mais corrupto que o meu?”, você deverá se lembrar da fala da bruxa do conto da
Branca de Neve. Naturalmente, quem não lembra disso não acertaria a questão, mas
não lembrar disso é quase improvável, porque a Branca de Neve não aparece só nos
livros, mas também em filmes e em diversos outros meios.

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Intertextualidade

O que seria, então, uma questão difícil?

Contudo, existem questões de intertextualidade muito difíceis também. Em


determinada prova de concurso caiu uma questão uma vez que brincava com um
texto de Guimarães Rosa que, por sua vez, brincava com um texto de Dante Alighieri.

Você já ouviu falar em Guimarães Rosa e Dante Alighieri?

Constava no texto de Guimarães Rosa que o personagem estava entrando no funil do


capeta. Trata-se de uma intertextualidade que dialoga com a Divina Comédia de Dante
Alighieri. Você pode não ter lido o texto, mas provavelmente já ouviu falar na Divina
Comédia. Provavelmente você já ouviu dizer que há uma passagem que fala sobre o
Inferno, o Purgatório e o Paraíso nesse texto. Quando Dante fala sobre o inferno, ele
o descreve como anéis que vão diminuindo de tamanho e formando um funil. E
quanto mais fundo esse funil se torna, mais próximo do corpo personificado do capeta
fica. O candidato tem que ter o conhecimento da história da Divina Comédia para
responder uma questão como essa. Essa é a dificuldade que a intertextualidade pode
apresentar por vezes.

O mapa do Inferno de Dante, por Botticelli (1845)

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Língua Portuguesa |

Intertextualidade

E quanto a Homero e James Joyce?

Outro clássico que às vezes passa despercebido quanto a


intertextualidade nele presente é do poema épico Ilíada,
de Homero, com o filme Tróia (2004). Tróia nada mais é
que um diálogo com a Ilíada de Homero.

Mas, ainda melhor e em patamar mais elevado está a


intertextualidade maravilhosa com o poema épico de
Homero, a Odisseia (que é inclusive uma sequência da
Ilíada) que faz James Joyce na obra Ulisses (1922). O título
da obra em si já representa uma intertextualidade.

Ulisses é o Odisseu, mas na Ilíada, o Odisseu vai para a


guerra e não retorna, ele fica quarenta anos viajando na
sua odisseia. Naquela época, era permitido que a mulher
arrumasse outro marido para cuidar da lavoura, por ser
este um trabalho braçal. Então era permitido, caso a Helena de Troia Evelyn de
mulher quisesse assim proceder, relacionar-se com outro Morgan, 1898
homem, afinal de contas, se o homem não volta da guerra
ele é dado como morto, e nisso não há traição.

Mas, e se o homem voltasse dez anos depois? Nesse caso, ele teria que lutar pelo seu
direto sobre a mulher. Mas no caso de Ulisses, da Odisseia de Homero, ele ficou
quarenta anos fora e sua mulher permaneceu por todo esse tempo fiel a ele. Durante
esses quarenta anos, para ocupar o tempo, ela ficava trançando, ou seja, costurando
e tricotando.

Já no livro Ulisses, de James Joyce, ele cria esse personagem Ulisses, é claro, brincando
também com outros nomes, com outras situações, pois se trata de outro contexto,
outra época. Nesse contexto há um casal, e o marido, o personagem principal da
trama, é um médico. Esse médico, assim como Ulisses de Homero, viaja a uma cidade

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Intertextualidade

vizinha, só que ele volta no dia seguinte, ele não fica nem vinte e quatro horas. Quando
ele retorna sua mulher já havia dormido com metade da cidade.

Observe a disparidade, enquanto uma permaneceu quarenta anos fiel, sem dormir
com ninguém, a outra dorme com metade da cidade em apenas um dia. Ao se deparar
com a situação o médico a questiona: – “poxa, por que você fez isso comigo?” A
resposta que segue é sensacional, ela diz: – “Porque eu não sei trançar”. Perceba o
diálogo, a alusão que James Joyce faz ao poema de Homero.

Odisseu na gruta de Polifemo Jacob Jordaens, século XVI. Museu Pushkin

Para além disso, nessa mesma obra há uma passagem muito interessante que retrata
muito bem a ideia de fluxo de consciência, em que James Joyce escreve cem páginas,
sem marcas de pontuação, retratando o pensamento da personagem feminina da
obra. Não tem uma vírgula e um ponto sequer, nada de pontuação. Entenda que
somente um gênio consegue fazer isso. “E por que deixar um texto sem pontuação?”
– você perguntaria. Justamente porque sua intenção era representar o pensamento, e
no pensamento não temos nem ponto nem vírgula. O pensamento é rápido, é fluido.

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Intertextualidade

Ora, você deve saber que o gago só gagueja porque o pensamento é muito rápido e
seu aparelho fonador não o acompanha.

E que tal piadas de cunho político?

Outro exemplo de intertextualidade são as piadas. Só entendemos determinadas


piadas de contexto político se soubermos o que está acontecendo no cenário político.
Do contrário, como é que vamos conseguir perceber alusão à intertextualidade?

Ora, a intertextualidade tem a ver com conhecimento do mundo. E não se iluda


achando que esse tipo de “coisa” não cai em prova, porque cai sim senhor! E é
bastante cobrado por bancas que trabalham bem a partir de texto e que gostam de
tirinhas, por exemplo, tais como a FGV.

Perfeito?! Muito bem, retomando o conceito inicial: Intertextualidade acontece


quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também
pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda
vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade.

A intertextualidade apresenta-se explicitamente


(citação direta) quando o autor informa o objeto de
sua citação. Num texto científico, por exemplo, o
autor do texto citado é indicado, já na forma
implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante
para o leitor o conhecimento de mundo, um saber
prévio, para reconhecer e identificar quando há um
diálogo entre os textos.

A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou


contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia.

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Intertextualidade

Paráfrase
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo
texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto
citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por
Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” (p.23):

Texto Original

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Cação do exilio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drumond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Paródia
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura
com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da
língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas
verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre
os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do
raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte,
frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e
contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada
pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora,

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Questões

uma paródia.

Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paródia

Minha terra tem palmares


onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Nessa paródia o escritor fala da questão da escravidão “minha terra tem palmares”,
mas só vai entender a paródia quem tem conhecimento de mundo, pelo menos
histórico nesse caso.

Perfeito?! Vamos agora trabalhar algumas questões de intertextualidade para


compreender um pouco melhor como esse conteúdo aparece nas provas 😉.

QUESTÕES
Antes de resolvermos a primeira questão gostaria de fazer um adendo em relação ao
texto que ela apresenta. Você provavelmente já leu ou já ouviu essa passagem em
algum momento da sua vida. Em primeiro lugar, observe o texto:

No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra

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Questões

Tinha uma pedra no meio


do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000.
(fragmento).

Muita gente olha para o texto e pensa que é um texto bobo. Mas esse texto tem uma
pegada muito importante, ele trabalha com a questão do existencialismo, com a
nossa função na terra diante do nosso contexto social cultural, é uma poesia
praticamente existencialista. Dialoga, por exemplo, com Sartre, filósofo que falava da
questão do existencialismo, escritor da famosa obra O Ser e o Nada.

O que Drummond quis mostrar é que no meio do caminho sempre haverá uma pedra,
e o que você pretende fazer a respeito? Você vai parar ali no primeiro obstáculo, ou
vai contornar a pedra, ou derrubá-la, chutá-la e cada vez ficar mais forte? É um poema
que leva à reflexão. Muito bem, voltando à questão. A tirinha do Garfield a seguir faz
intertextualidade com o poema de Drummond:

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Questões

Questão 1. A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois


textos revela que:

a) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por


histórias em quadrinho.
b) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam
uma réplica do texto 1.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como
pertencentes ao mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram
elaborados com finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-
los como pertencentes ao mesmo gênero.

Comentários:

a) Isso é impossível. Não é porque o texto B fala do texto A que este perde as suas
características.

b) O texto dois não é um texto literário, mas sim uma tirinha jocosa.

c) O primeiro texto é um poema e o segundo é uma tirinha. São gêneros distintos.

d) A finalidade do primeiro texto é a busca por reflexão, a compreensão sobre a nossa


atividade humana durante a vida inteira. A finalidade do segundo texto, da tirinha, é
o riso. Embora faça alusão ao poema de Drummond, é um texto jocoso que tem por
finalidade o riso.

e) Novamente, os textos são diferentes e apresentam linguagens diferentes.

Gabarito: Letra D

Questão 2.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem

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Questões

Um “libertas quae sera tamen”*


Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!
(Vinícius de Moraes, “Pátria minha”, Antologia poética.)
A frase em latim traduz-se, comumente, por “liberdade ainda que tardia”.

Considere as seguintes afirmações:

I. O diálogo com outros textos (intertextualidade) é procedimento central na


composição da estrofe.

II. O espírito de contradição manifesto nos versos indica que o amor da pátria que
eles expressam não é oficial nem conformista.

III. O apego do eu lírico à tradição da poesia clássica patenteia-se na escolha de um


verso latino como núcleo da estrofe.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.

Comentários:

I. O texto faz de fato uma intertextualidade com um texto que está marcado com um
asterisco, que se encontra inscrito, inclusive, na bandeira de Minas Gerais. Nesse
sentido a primeira sentença está correta.

II. A segunda sentença também está correta, é claro, porque o autor brinca com o som
da frase em latim e a traduz como “liberta que serás também”, e ainda o repete.

III. Não está correto, porque o autor além de traduzir o texto de forma errônea,
reafirma sua tradução, o que dá indícios de que ele não está nem aí para a tradução
correta da frase.

Gabarito: Letra C

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Questões

Questão 3.

O título desse livro ilustra um caso de intertextualidade estabelecida por meio de

a) um plágio explícito.
b) uma transcrição literal.
c) uma paráfrase direta.
d) um procedimento paródico.

Comentários: A capa do livro demonstra de cara ser uma paráfrase de Memórias


Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis. E veja, não há elemento de riso, de
paródia na capa do livro. O título unicamente faz alusão a outro texto. Por isso se trata
de uma paráfrase direta.

Gabarito: Letra C

Questão 4. Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu
bolso? Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também
emitimos gás carbônico, um dos principais gases do efeito estufa. Atitudes simples
como trocar lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes e puxar da tomada os
aparelhos que não estão em uso reduzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de

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Questões

CO2 na atmosfera.

Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor

Assinale a alternativa que indica recurso empregado no texto.

a) Intertextualidade, já que se pode notar apropriação explícita e marcada, por


meio de citações, de trechos de outros textos.
b) Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a sua extensão uma
linguagem que adota tom pessoal e subjetivo.
c) Ironia, observada no emprego de expressões que conduzem o leitor a outra
possibilidade de interpretação, sempre crítica.
d) Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e expressões que destacam
a presença da função referencial.
e) Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada serve exclusivamente para
tratar da própria linguagem.

Comentários:

a) Não foi empregada a intertextualidade. Trata-se de um texto objetivo e informativo.

b) Se o texto é informativo, é objetivo, logo, não há o que se falar em conotação.

c) Também não há presença de ironia no texto, pois se trata de um texto técnico.

d) O texto referencial se preocupa com a informação, e é essa a principal característica


do texto apresentado na questão.

e) A metalinguagem ocorre quando um texto é explicado através de outro texto, como


um dicionário, em que se tem termos da língua portuguesa explicando outros termos
da língua portuguesa.

Gabarito: Letra D

Questão 5. E as ilusões estão todas perdidas (v. 3)


Esse verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de
Honoré de Balzac. Tal procedimento constitui o que se chama de:

a) metáfora

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Questões

b) pertinência
c) pressuposição
d) intertextualidade

Comentários: se a questão não tivesse mencionado que o verso pode ser lido como
uma ALUSÃO ao livro de Balzac, muito provavelmente a maioria dos candidatos não
perceberiam a intertextualidade.

Gabarito: Letra D

Fechou?! Tranquilinho?! Meu caro aluno, questões de intertextualidade podem, sim,


ser fáceis, mas podem também ser difíceis, assim, sugiro que para garantir todas as
suas respostas você leia muito, assista a bons filmes, ouça boas músicas, eleve seu
nível intelectual e amplie seu conhecimento de mundo. Existem incontáveis obras de
arte que fazem intertextualidade com outras, magníficas e interessantes. Esse tipo de
conhecimento você leva para a vida toda, e os efeitos de deixar sua mente expandir,
criando sinapses por intermédio deles, também.

Para finalizar, deixo uma frase para reflexão: “motivação faz você começar, hábito
faz você continuar”. Lembre-se: talvez sua motivação seja grande, mas somente o
hábito, a constância pode fazer você passar em um concurso. Ser constante é muito
difícil em tudo na vida, mas se você conseguir alcançar a constância, você com certeza
será aprovado em qualquer concurso.

Um grande abraço e até nosso próximo encontro.

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Questões

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

FUNÇOES DA LINGUAGEM

FUNÇOES DA LINGUAGEM

A palavra linguagem é aqui empregada como o conjunto de características comuns


às diversas línguas. Tomaremos, aqui, para estudar suas funções, a análise tradicional
estabelecida por Jakobson, que se fundamenta no esquema da comunicação,
explicitado no esquema a seguir:

Elementos da comunicação:

emissor - emite, codifica a mensagem

receptor - recebe, decodifica a mensagem

mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor

código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem

referente - contexto relacionado a emissor e receptor

canal - meio pelo qual circula a mensagem

A cada um desses elementos presente no esquema da comunicação se relaciona


uma função específica da linguagem:

a) A FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA, centralizada no emissor, numa


expressão pessoal sobre o que é enunciado. Suas marcas típicas no discurso são a
presença da primeira pessoa (pronomes pessoais, verbos e pronomes possessivos),

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

FUNÇOES DA LINGUAGEM

exclamações, interjeições e modalizações;

b) A FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA, centralizada no receptor, com a


finalidade de obter da pessoa a quem se dirige o texto um comportamento adequado
ao que lhe é dito. Suas marcas linguísticas são a presença da segunda pessoa
(pronomes pessoais, possessivos e verbos), o imperativo e o vocativo;

c) A FUNÇÃO REFERENCIAL, centralizada no contexto ou referente, que permite


falar-se dos objetos do mundo, dos objetos perceptíveis ou imaginários. Suas marcas
são a terceira pessoa e os dados relacionados ao mundo real;

d) A FUNÇÃO POÉTICA, centralizada na mensagem, referindo-se a um mundo


novo, criado pela linguagem: é a função predominante nas obras literárias, ainda que
não seja exclusivo delas;

e) A FUNÇÃO FÁTICA, centralizada no canal ou no contato entre o emissor e o


receptor, cuja finalidade é verificar a eficiência do canal de comunicação. Suas marcas
são os sinais de interrupção do contato como Não é? Entendeu? Alô? Também são
exemplos de função fática as falas da exigência social, em que de fato nada se
comunica, além de estabelecer-se uma relação social transitória entre falantes;

f) A FUNÇÃO METALINGUÍSTICA, centralizada no código, que permite esclarecer


significados do código utilizado e, além disso, também caracteriza os textos que falam
de si mesmos, o que nos permite falar de metatexto, metateatro, etc.

Dificilmente, porém, um texto se utiliza de uma só função e, frequentemente,


um texto mostra várias dela simultaneamente. Assim, por exemplo, no slogan eleitoral
É Lula de novo! Podemos encontrar uma função referencial (o elemento Lula é do
mundo real), uma função emotiva, o que é expressado pela exclamação ao final da
frase, e uma função conativa, já que seu interesse é convencer o eleitor a repetir o
voto em Lula.

Além dessas funções, poderíamos falar de outras, tais com a função lúdica, que
se relaciona às brincadeiras com palavras, tomadas como significantes (repetições,
refrãos etc.) ou como signos (trocadilhos, ambigüidades propositais etc.), mas, pela
presença marcante da classificação de Jakobson, é nela que nos apoiaremos nos
exercícios a seguir:

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FUNÇOES DA LINGUAGEM

1.) Leia com atenção o seguinte texto e, a seguir, marque a alternativa que melhor
identifica as funções da linguagem que nele ocorrem.

• Navegar os menus

O menu é uma lista das seleções disponíveis. Este celular possui 9 menus
principais. Cada um contém vários sub-menus que lhe permitem usar a agenda, trocar
o tom de toque, e assim por diante. Use os menus e sub-menus de duas maneiras:
percorra a lista ou utilize atalhos.
(Extraído de um Manual do Usuário de celular)

(A) referencial / conativa

(B) metalinguística / conativa

(C) referencial / metalinguística / fática

(D) emotiva / conativa /

(E) metalinguística / referencial / conativa

2.) Assinale o item que identifica a função da linguagem predominante no seguinte


trecho:

“Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente diz que é para ver como seria se
fosse”. (Millôr Fernandes)

(A) poética

(B) referencial

(C) metalinguística

(D) conativa

(E) fática

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Língua Portuguesa | Sidney Martins

FUNÇOES DA LINGUAGEM

3) Como na questão anterior, assinale o item que identifica a função da linguagem


predominante no seguinte texto:

A lâmpada de tungstênio é a mais comum de todas. É constituída de um globo de


vidro transparente ou opaco soldado a um soquete de latão. Dentro dele, uma haste
também de vidro sustenta uma armação de arame com um filamento (fio dobrado em
ziguezague) de tungstênio. Quando a eletricidade passa através do filamento, ele
esquenta; ele fica tão aquecido que passa do vermelho ao branco. Isto é chamado
incandescência e com esta luz assim produzida podemos ler, escrever e trabalhar.

(A) referencial

(B) fática

(C) conativa

(D) metalinguística

(E) emotiva

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Denotação VS Conotação

Língua Portuguesa
Denotação e Conotação

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Denotação VS Conotação

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, meus caros. Bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa. É com
imenso prazer que hoje falaremos sobre denotação e conotação. Você provavelmente
já leu sobre isso em outros momentos e identificou que o conceito que envolve essas
expressões é muito simples. No entanto, muita gente ainda derrapa em questões
relacionadas a essa temática por conta das diversas nomenclaturas que apresentam
as expressões. Por isso, pretendo explicar o assunto de maneira mais nítida e objetiva
possível neste material, e ainda resolver algumas questões que abordam a temática.
Vamos nessa?!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Denotação VS Conotação .................................................................................................. 3
Identificando valor denotativo e conotativo ......................................................................................... 4

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Denotação VS Conotação

Questões ........................................................................................................................... 7
Questão 1. ........................................................................................................................................... 7
Questão 2. ........................................................................................................................................... 7
Questão 3. ........................................................................................................................................... 8
Questão 4. ........................................................................................................................................... 9

DENOTAÇÃO VS CONOTAÇÃO
Em primeiro lugar, é importante considerarmos e sempre mantermos em mente que
os termos denotação e conotação podem ser escritos de outras formas, como segue:

✓ Denotação - linguagem literal; linguagem real


✓ Conotação - linguagem literária; linguagem figurada.

▪ Denotativa ▪ Conotativa
▪ Literal ▪ Literária
▪ Real ▪ Figurada

A DENOTAÇÃO é a linguagem dicionarizada. Se um termo é empregado com o


sentido definido no dicionário ele é empregado na linguagem real, literal. A linguagem
denotativa trabalha o sentido original da palavra.

Exemplo: “Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas” (conceito


apresentado no dicionário).

A CONOTAÇÃO é a linguagem empregada fora do sentido evidenciado pela


linguagem do dicionário; ela remete ao contexto. É empregada fora do sentido
original.

Exemplo: “Você tem um coração de pedra” (a expressão “pedra” possui um


significado diferente do original, é criado pelo contexto e remete a ideia de

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Denotação VS Conotação

sentimento enrijecido, de pessoa fria).

A linguagem conotativa é compreendida através do contexto, e é por isso que às


vezes o candidato tem dificuldade em compreender a figura de linguagem, porque
exige um conhecimento para além da especificidade. Quem tem dificuldade com
interpretação textual, por exemplo, é porque muitas vezes não consegue perceber
algumas figuras de linguagem. Em contrapartida, quem tem uma boa bagagem de
leitura percebe com muito mais facilidade. Quem lê bastante percebe, para além do
literal, o literário. Fica a dica! 😉.

Identificando valor denotativo e conotativo


Um dos aspectos que pode gerar maior confusão para um candidato diante de uma
prova (e da ansiedade) é o emprego dos termos literal e literário. Principalmente
porque no dia a dia utilizamos essas expressões de modo errôneo, ao dizer, por
exemplo, que algo aconteceu “LITERALMENTE!!”, como, por exemplo, dizer: “estou
morto, literalmente...” para expressar estar metido em grande encrenca ou tribulação.
Ora, se é literalmente é porque está morte de verdade.

Talvez a intenção inicial de quem passou a usar a expressão literalmente dessa forma
era expressar uma situação tão intensa, tão profunda e repleta de emoções sinceras
que parecesse ser uma situação real.

A ironia disso tudo?? É que o próprio termo


“literal” é empregado no sentido literário (sentido
figurado). Tente não se confundir.... literário remete a
literatura, certo?! Remete aquilo que é fantasioso,
que não é real 👍. Se é literal é porque é real, é
original; se é literário é linguagem figurada, é “uma
forma de dizer”.

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Denotação VS Conotação

Nem sempre é possível identificar com facilidade o valor denotativo ou conotativo das
palavras nas frases. Muitas vezes nos deparamos com ambiguidades, isto é, com termos que
são passíveis de mais de uma interpretação. A ambiguidade pode se dar a partir do momento
que se tem mais de uma interpretação sobre determinada expressão, independentemente de
serem elas em sentido literal ou literário.

Observe exemplo de frases ambíguas que podem ser interpretadas de mais de uma
forma.

Atadolfa caiu do cavalo.


▪ Real: Atadolfa levou um tombo do animal, caindo no chão.
▪ Figurado: Atadolfa se deu mal; ficou em uma situação ruim

Atadolfa vestiu a camisa da empresa.


▪ Real: Atadolfa vestiu no corpo a camisa do uniforme da empresa;
▪ Figurado: Atadolfa passou a trabalhar com afinco, com vontade,
defendendo a empresa com unhas e dentes.

Atadolfa encontrou Jocrete em seu quarto.
▪ 1º Real: O quarto é da Atadolfa;
▪ 2º Real: O quarto é da Jocrete

Atadolfa encontrou Jocrete sorrindo;


▪ 1º Real: Atadolfa está sorrindo
▪ 1º Real: Jocrete está sorrindo

Muitas vezes as bancas cobram questões de ambiguidade e não brincam com a


questão do real e do figurado, o que torna a percepção mais difícil ainda. Isso ocorre
na sentença “Atadolfa encontrou Jocrete em seu quarto”, por exemplo. O pronome
seu traz uma ambiguidade de modo que não conseguimos identificar com quem a
pessoa está falando. Quando dizemos que Atadolfa encontrou Jocrete em seu quarto
a ambiguidade não é exatamente em relação a quem está falando, mas sim a quem
pertence o quarto. Enfim, o quarto é de Atadolfa ou de Jocrete? Percebe que a frase

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Denotação VS Conotação

pode ser interpretada das duas formas. O quarto pode ser tanto de uma como de
outra. Para evitar esse tipo de ambiguidade o escritor precisaria criar uma construção
mais bem elaborada.

A sentença “Atadolfa encontrou Jocrete sorrindo” também apresenta uma


ambiguidade de sentido real, são duas possíveis interpretações reais. Mas nesse caso,
diferentemente da frase analisada anteriormente, bastaria uma vírgula para evitar a
ambiguidade: “Atadolfa encontrou Jocrete, sorrindo”. O isolamento do termo
sorrindo, faz com que a ação se torne inerente ao primeiro elemento, a Atadolfa.

Vamos a mais um exemplo, examine a seguinte sentença: “Eu vi o desmoronamento


do barracão”. Essa frase é bastante ambígua. Ora, não sabemos onde de fato a pessoa
está e o que de fato ela está vendo, porque ela pode estar dentro do barracão e ver
um desmoronamento qualquer, que pode ser de um prédio ou de uma casa, por
exemplo, estando dentro do barracão. Assim como ela pode, também, estar fora do
barracão e vê-lo desmoronar. Ou ela pode estar vendo o desmoronamento do
barracão da janela do seu apartamento ou da rua... enfim... com explicações como
essas nós conseguimos desconfigurar a ambiguidade.

Beleza?! Temos que tomar muito cuidado com a questão da ambiguidade,


porque nem sempre a reconhecemos, e isso é especialmente perigoso
quando produzimos um texto, por exemplo, porque incorrer em
ambiguidade é como lançar duas ideias em uma mesma frase. No momento
em que se produz um texto ambíguo, ele pode ter um problema de coesão
e, principalmente, de coerência, haja vista a intenção do candidato de dizer
uma coisa, mas, dependendo do contexto, deixar entender outra.

Vamos mover adiante para a resolução de algumas questões relacionadas ao tema.


Insisto que resolva as questões antes de sequer considerar ler os comentários e checar
o gabarito 😉.

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Questões

QUESTÕES
Questão 1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido
figurado:

a) Lendo o futuro no passado dos políticos (...)


b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade
mecânica.
d) Antes do meio-dia, a coluna estava pronta.
e) (...) capaz de cortar com a elegância de um golpe de florete.

Comentários: Se não foram usadas em sentido figurado, significa que foram usadas
no sentido real.

a) A expressão “lendo o futuro no passado dos políticos” é muito literária, então


não pode ser nosso gabarito.
b) A expressão “as fontes é que iam beber em seus ouvidos” também é muito
literária, pois quando vamos a uma fonte somos nós que bebemos da sua água
e não ela que bebe.
c) A expressão “setenta e cinco linhas que jogavam da máquina de escrever”
também é figura, pois linhas não jorram.
d) A coluna a que se refere a sentença é a coluna do jornal, para identificar isso
obviamente você precisa de um conhecimento prévio de mundo ou de um texto
base que sirva de contexto para compreensão de que a sentença se refere justo
desse tipo de coluna e não de uma coluna cervical, por exemplo.
e) Essa questão remete a dar um fora em uma pessoa, mas com elegância.
Portanto, também é uma expressão figurada.

Gabarito: Letra D

Questão 2. Assinale a alternativa cujo termo grifado NÃO é linguagem conotativa:


a) “... mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço”
b) “Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste”
c) “A natureza parece estar chorando a perda irreparável ...”
d) “... no discurso que proferiu à beira da minha cova.”

Comentários: Se não é linguagem conotativa, vai ser linguagem denotativa, logo,

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Questões

uma linguagem real.

a) O termo destacado tem a ver com túmulo, e berço tem a ver com nascimento. Com
essas expressões o autor fez uma brincadeira, então se trata de uma linguagem
figurada.

b) A peneira não peneira chuva miúda. Obviamente se trata de uma linguagem


figurada.

c) Quem chora em sentido literal são os seres humanos e não a natureza, portanto
essa expressão também foi empregada em sentido figurado.

d) As expressões cova e tumulo foram empregadas no sentido real.

Gabarito: Letra D

Questão 3. O item em que o termo sublinhado está empregado no sentido


denotativo é:

a) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.”


b) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.”
c) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”
d) “...a indústria disparou gordos investimentos.”
e) “Colheu uma revelação surpreendente.:.”

Comentários: Aqui a questão pede pelo sentido denotativo, real, literal.

a) Frutos dão em árvores e não em meio a políticos.

b) inveja é um sentimento inerente ao ser humano, e pode, portanto, ser inerente ao


presidente também, logo, a expressão está sendo empregada em sentido real.

c) Quem abre a porta são os seres animados e não remédios genéricos.

d) Quem dispara alguma coisa é o ser humano, a indústria não dispara nada.

e) nós colhemos, por exemplo, um fruto. Colher uma revelação é uma linguagem
figurada.

Gabarito: Letra B

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Questão 4. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em


sentido figurado:

a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.


b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Comentários: O enunciado pede pelo sentido figurado, literário, conotativo. De cara


já encontramos o gabarito da questão, observe a alternativa a: “o homem procura
novos caminhas na tentativa de fixar suas raízes”, ora, quem tem raízes são as plantas
e não o homem.

Gabarito: Letra A

Questão 5. Assinale a alternativa em que NÃO há palavra empregada em sentido


figurado:

a) “O estrangeiro ainda tropeça com muita frequência na incompreensão das


sociedades por onde passa.”
b) “Quando a luz estender a roupa nos telhados, seremos, na manhã, duas
máscaras calmas.” (Mário Quintana)
c) “Vejo que o amor que te dedico aumenta seguindo a trilha de meu próprio
espanto.”
d) Não, eu te peço, não te ausentes / Porque a dor que agora sentes / Só se
esquece no perdão.”
e) “Sinto que o tempo sobre mim abate sua mão pesada.” (Carlos Drummond de
Andrade)

Comentários: se não é sentido figurado, é sentido denotativo, sentido real.

a) O estrangeiro não tropeçou na pedra ou algo assim, ele tropeçou na


incompreensão, e isso é uma forma figurada de dizer que ele encontrou
dificuldades diante da incompreensão.
b) Essa alternativa é toda figurada. A luz não estende a roupa e nós não somos

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Questões

máscaras. Além disso, a referência já dá uma pista de que a sentença se trata de


uma linguagem figurada, pois foi produzida pelo grande poeta Mário Quintana.
c) Existe trilha como caminho ou trilha musical, mas não existe trilha de espanto.
d) A sentença é denotativa.
e) O tempo não tem mão para abater sobre nós. Além disso, a sentença foi escrita
por Carlos Drummond de Andrade, o que já é um indicativo de que nela contém
linguagem literária.

Gabarito: Letra D

Meus caros, chegamos ao término de mais uma aula. Para encerrar, gostaria de deixar
uma mensagem para reflexão: é muito natural não gostarmos daquilo que temos
dificuldade para aprender. Assim como qualquer coisa na vida tendemos a gostar mais
daquilo que conseguimos desempenhar com facilidade. Mas, em se tratando de
concurso público você não pode ter essa perspectiva, pois a matéria a qual você
precisa impor maior dedicação é justamente aquela que é mais difícil para você.

O segredo é sempre o mesmo – a repetição. Dedicar-se até aprender, até


compreender. Não precisa querer elaborar esquemas fora do comum na crença de
que eles sim irão te ajudar a estudar para mascarar o medo da frustração e o medo
de não ser bom em algo. O único segredo que existe para dominar um conteúdo é de
fato a repetição. Organize seu tempo para que você possa exercitar a prática do
estudo e alcançar a perfeição por meio da constância. Dito isso, espeto ter contribuído
significativamente para aquisição do seu conhecimento. Lembre-se:

“Diante de uma dificuldade, substitua o não consigo pelo vou tentar outra vez”.

Um forte abraço e até logo.

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Figuras de linguagem

Língua Portuguesa
Figuras de Linguagem – Parte I

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Figuras de linguagem

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Veja o exemplo abaixo:

Bom dia, boa tarde e boa noite, meu caro e minha cara concurseira! Neste material
vamos tratar de uma parte mais expressiva da linguagem: as figuras de linguagem.
Esse conteúdo envolve vários conceitos e categorias distintas, o que pode causar uma
certa confusão na hora de responder uma questão. Porém, tenha calma, que as
explicações de hoje vão te ajudar muito na apreensão desse tópico. Então papel e
caneta na mão para fazer aquele bom resumo da aula, que ajuda na concentração e
fixação do conteúdo. Vamos nessa?!

Confira a seguir o conteúdo programático que preparei para a aula de hoje:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Figuras de linguagem ............................................................................................................4
Tipos de figuras de linguagem .................................................................................................................. 5
Figuras de construção ou sintáticas ...................................................................................................................... 5

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Figuras de linguagem
Elipse............................................................................................................................................................... 5
Zeugma ........................................................................................................................................................... 6
Pleonasmo ...................................................................................................................................................... 7
Anacoluto........................................................................................................................................................ 8
Hipérbato ........................................................................................................................................................ 8
Assíndeto e polissíndeto .................................................................................................................................. 9
Silepse............................................................................................................................................................. 9
Anáfora ..........................................................................................................................................................10

RECAPITULANDO:

Antes de começarmos a estudar as figuras de linguagem é importante revisarmos o


conteúdo de linguagem denotativa e conotativa. Veja o seguinte esquema:

Sentido

Denotação Conotação
função referencial função expressiva
sentido dicionário sentido figurado
realidade contexto

Ao escrever e ao falar precisamos saber exatamente o que queremos dizer e como


dizer, levando sempre em consideração o contexto e quem é o nosso interlocutor. Por
isso a escolha de nosso vocabulário deve ser cuidadosa, pois as palavras e expressões
estão carregadas de intenções. Observe:

➔ Se nossa intenção é trazer palavras no seu sentido literal, com o seu sentido
original (do dicionário), optaremos por uma linguagem real, ou seja, pela
linguagem denotativa.
Ex.: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

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Figuras de linguagem

➔ Se nossa intenção é trazer palavras no seu emprego fora do sentido original,


com um significado diferente do dicionarizado, criado pelo contexto,
optaremos por uma linguagem literária, ou seja, pela linguagem conotativa.
Ex.: Você tem um coração de pedra.

À luz dessas considerações, vamos agora ao conteúdo da nossa aula: as figuras de


linguagem.

FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são os aspectos conotativos das palavras e novas formas de
construir frases, ou seja, o uso da linguagem figurada.

Para ilustrar isso, observe o emprego do vocábulo touro nas frases a seguir:

1. O touro pastava distante do resto da manada.


2. Aquele lutador é um touro.

→ Na primeira frase, o vocábulo está empregado no sentido denotativo, já que


está no seu sentido dicionarizado: “touro é um boi não castrado, usado como
reprodutor”, de acordo com designação historicamente estabelecida para essa
palavra.

→ Na segunda frase, o sentido da palavra touro é figurado, ou seja, conotativo, já


que nesse contexto, em que a palavra se insere, correspondente a “muito forte”,
sentido também atrelado ao valor cultural do animal touro.

Perceba que ao empregarmos o sentido conotativo da palavra touro, para fazer uma
alusão à força do touro, utilizamos uma figura de linguagem: a metáfora.

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Figuras de linguagem

Tipos de figuras de linguagem


As figuras de linguagem são tradicionalmente classificadas em:

1. Figuras de construção ou atribuem maior expressividade ao significado;


sintáticas:
2. Figuras de pensamento alteração do campo semântico das palavras e
expressões
3. Figuras de palavras atribuem vários sentidos às palavras;

4. Figuras de harmonia, sonoras, realçam os sons das palavras, dando maior


fonéticas ou semânticas: expressividade para a mensagem.

Figuras de construção ou sintáticas

Neste material, vamos estudar especificamente as figuras de construção ou sintáticas,


que são as figuras de linguagem ligadas à estrutura da frase, isso significa que estão
relacionadas a sintaxe (gramática).

As figuras de linguagem desse tipo modificam a estrutura sintática da frase definida


pela norma culta, porque o emprego delas desencadeará omissões, repetições,
mudança da ordem e concordância das frases. Consequentemente, atribuirão maior
expressividade em palavras e expressões. As figuras de construção são: elipse,
pleonasmo, anacoluto, hipérbato, assíndeto, polissíndeto, silepse e anáfora.

Elipse

Elipse é a figura de linguagem caracterizada pela omissão de um termo que é


facilmente subentendido, ou seja, a ausência total de um termo. Observe os exemplos:

➢ Cada louco fica com sua mania.


➢ Espero que corras como mandei correr!
➢ Desejo que sejas feliz!

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Figuras de linguagem

Como processo gramatical, a elipse provoca que um referente passe a ser designado
por um só dos termos de sua designação, o que pode levar a casos de derivação
imprópria, que acontece pela mudança de classe gramatical da palavra.

COMO NOS SEGUINTES EXEMPLOS: o (elipse de telefone) celular, o (elipse de dente) canino,
a (elipse de igreja) catedral, o micro (elipse de computador), o (elipse de documento)
abaixo-assinado, a (elipse de carta) circular, o (elipse de membro) representante, a
(elipse de caneta) esferográfica, um (elipse de filme) documentário, entre outros.

Além disso, em alguns casos, a elipse de um termo pode provocar o aparecimento de


um novo gênero para o termo sobrevivente de uma expressão. COMO OCORRE NOS
CASOS: rádio, (elipse de emissora de), o América (elipse de time), a Rio-Niterói (elipse
de ponte), o fila (elipse de cão), o (funcionário da) caixa, entre outros.

Zeugma

Zeugma é a figura de linguagem que consiste na omissão de um termo já anunciado


antes, ou seja, a ausência parcial de um termo. Como nos exemplos:

➢ Gosto de literatura; ela gosta de matemática.


➢ Uns foram ao teatro; outros foram ao cinema.

Essa figura de linguagem pode ser considerada um caso particular da elipse, porém,
nesse caso, a palavra ou termo omitido obrigatoriamente foi expresso anteriormente.
Então a repetição do temo fica subentendida, sem prejudicar a compreensão da
sentença.

NÃO CONFUNDA ZEUGMA COM ELIPSE:

➢ ZEUGMA É A AUSÊNCIA PARCIAL DE UM TERMO;


➢ ELIPSE É A AUSÊNCIA TOTAL DE UM TERMO.

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Pleonasmo

Pleonasmo é a figura de linguagem caracterizada pela repetição de um termo na


mesma função sintática: de modo enfático ou de modo vicioso.

OBSERVE O EXEMPLO:

➢ As bonecas, eu as dei para as meninas.

Objeto direto Objeto indireto

Verbo transitivo direto e indireto

O termo as é pleonástico, pois repete, na mesma função (objeto direto), o termo


anterior bonecas, pode ser chamado objeto direto pleonástico. Nesse caso, a vírgula
é obrigatória porque marca a separação entre o objeto direto e o objeto pleonástico,
já que os dois são a mesma coisa. Aqui o emprego do pleonasmo é para enfático.

Outro emprego possível de pleonasmo é a repetição do mesmo significado por dois


significantes diferentes no mesmo sintagma: descer para baixo, prever
antecipadamente, entrar para dentro, entre outros. Nesses casos, o emprego do
pleonasmo será chamado de vicioso.

Algumas dessas repetições, porém, podem ter valor estilístico e não correspondem
a problemas de construção, como no caso:

➢ Eu vi com estes olhos.

Nesse exemplo, o autor do enunciado pode estar tentando dar ênfase ao fato de ter
visto algo que pode testemunhar com certeza, corresponde a uma expressão
cristalizada ou de uso comum.

ALGUNS AUTORES NÃO VÃO CONSIDERAR OS CASOS DE


PLEONASMO VICIOSO COMO UMA FIGURA DE LINGUAGEM ,
MAS SIM COMO UM VÍCIO DE LINGUAGEM/ERRO.

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Anacoluto

Anacoluto é a figura de linguagem caracterizada pela interrupção de uma frase, de


tal modo que um termo fica sem função sintática. Como no exemplo:

O. I. O.D.
V.T.D.
➢ As meninas, é impossível entregar-lhes
I. os prêmios.

Oração principal (O.P.) Sujeito da O.P.

Nesse caso, o termo sublinhado não se encaixa sintaticamente na frase, daí ser
considerado um anacoluto.

Obs.: se o termo sublinhado estivesse grafado com o acento grave – às meninas –


teríamos um pleonasmo no elemento lhes, sendo um objeto direto pleonástico.

Hipérbato

Hipérbato é a figura de linguagem caracterizada pela inversão dos termos da oração


ou das orações no período na ordem direta, ou seja, sujeito + predicado
+complemento. Por isso também é chamada de inversão. Como o exemplo:

➢ Encontrei os alunos que os trabalhos organizaram.


Ordem direta: Encontrei os alunos que organizaram os trabalhos.

➢ Chegaram cansados à escola os coordenadores.


Ordem direta: Os coordenadores chegaram cansados à escola.

Um exemplo notório do emprego dessa figura de linguagem é o hino nacional


brasileiro, presente nos trechos:

➢ “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado


retumbante”
Ordem direta: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante
de um povo heroico.

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Figuras de linguagem

➢ “E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, /Brilhou no céu da Pátria nesse


instante.”
Ordem direta: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria
nesse instante.

Assíndeto e polissíndeto

Primeiramente devemos lembrar que síndeto significa conjunção, assim, em tradução


livre, assíndeto significa sem conjunção e polissíndeto várias conjunções.

Dessa forma, assíndeto é a figura de linguagem pela qual se ocultam as conjunções


da oração. Ao contrário de polissíndeto, que é a figura de linguagem com a repetição
exagerada da conjunção, geralmente coordenativa.

Para entender o emprego dessas figuras de linguagem, observe a enumeração


presente nas frases:

1. - Ela comprou bananas, peras e abacates.


2. - Ela comprou bananas, peras, abacates
3. - Ela comprou bananas e peras e abacates...

A primeira frase não tem nada de diferente segundo a gramática da língua


portuguesa, isto é, o uso de vírgula enumerativa e a conjunção aditiva para unir os
últimos elementos, aqui foi utilizando o sentido denotativo. Já a segunda frase omite
as conjunções, só emprega vírgulas enumerativas, provocando, com isso, uma
valorização global do que foi comprado (assíndeto). Enquanto na terceira frase há a
repetição da conjunção e (polissíndeto), causando a valorização individual de cada
produto adquirido.

Silepse

Silepse é a figura de linguagem que corresponde a concordância ideológica, ou seja,


a concordância que é realizada com o sentido da palavra ou com a ideia que
expressam, em lugar de ser feita com a sua forma gramatical.

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Figuras de linguagem

A silepse apresenta três tipos distintos:

a) silepse de gênero (masculino ou feminino): ocorre a concordância se faz com a


ideia e não com a palavra do texto, por exemplo:

➢ Vossa Excelência é muito prestativo.


Observe: a concordância é feita com a palavra deputado.

b) silepse de número (singular ou plural): ocorre quando a concordância se faz com


a ideia e não com o número gramatical, como no caso:

➢ O pessoal, ainda que tardiamente, chegaram bem.


Observe: o termo pessoal tem a carga semântica de se referir a um grupo de
pessoas, logo o verbo no plural faz concordância com esse sentido.

c) silepse de pessoa (1ª, 2ª ou 3ª): ocorre quando há uma troca de concordância, o


verbo não concorda com a pessoa que está no texto, mas sim com a ideia, como na
frase:

➢ Os vestibulandos somos muito preocupados.


Observe: houve a troca de são por somos, pois o locutor se inseriu no grupo
dos vestibulandos.

A FALTA DE CONCORDÂNCIA ENTRE OS ELEMENTOS DA


ORAÇÃO É CONSIDERADA ERRO GRAMATICAL, DE ACORDO
COM A NORMA PADRÃO DA LÍNGUA. SALVO EM SITUAÇÕES
QUE POSSO APLICAR A SILEPSE.

Anáfora

Anáfora é a figura de linguagem caracterizada pela repetição inicial do mesmo


vocábulo numa frase, orações, períodos ou versos sucessivos. Essa repetição é
intencional, como um recurso estilístico para reforçar uma expressão, isso é muito
presente na música e na poesia. Veja os exemplos:

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Figuras de linguagem

➢ Deus é força, Deus é luz, Deus é poder.

➢ Quando não tinha nada, eu quis


Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei
(À Primeira Vista – Chico César)

➢ Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!
(E agora, José? – Carlos Drummond de Andrade)

Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui mais uma aula. Espero, sinceramente, que
tenha feito bom proveito deste material e que o conteúdo aqui apresentado tenha
sido de fácil compreensão, agregando aos seus estudos. Agora, você está liberado
para fazer uma breve pausa. Aproveite para tomar um chá ou café, descanse e escute
sua música favorita, quem sabe você até identifique alguma figura de linguagem
empregada nela. Só não se esqueça de voltar, viu?!

Te espero na nossa próxima aula, até!

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Figuras de pensamento

Língua Portuguesa
Figuras de Linguagem – Parte II

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Figuras de pensamento

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de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

Salve meu caro, minha cara! Na aula de hoje, daremos continuidade ao nosso estudo
das figuras de linguagem. Neste material, você vai estudar especificadamente as
figuras de pensamento e as figuras de palavras. Então papel e caneta na mão para
fazer um belo resumo e vamos ao conteúdo. Bons estudos!

Confira a seguir o conteúdo programático que preparei para a aula de hoje:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Figuras de pensamento .........................................................................................................3
Antítese .................................................................................................................................................... 3
Paradoxo ou oximoro ............................................................................................................................... 3
Eufemismo ................................................................................................................................................ 4
Gradação .................................................................................................................................................. 6

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Figuras de pensamento

Hipérbole .................................................................................................................................................. 6
Prosopopeia ou personificação ................................................................................................................. 7
Perífrase ................................................................................................................................................... 7
Ironia ........................................................................................................................................................ 8
Figuras de palavras ...............................................................................................................8
Comparação .............................................................................................................................................. 9
Metáfora................................................................................................................................................... 9
Diferença entre Metáfora e Comparação................................................................................................ 11

FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento referem-se às figuras de linguagem que atuam como
recurso linguístico para dar maior expressividade à comunicação, já que combinam
ideias e pensamentos e podem alterar os sentidos dos termos e das relações entre as
palavras. As figuras de pensamento são: antítese, paradoxo, eufemismo, hipérbole,
prosopopeia, perífrase e ironia.

Antítese
Antítese é a figura de linguagem caracterizada pelo emprego de palavras de sentido
oposto. Como está explicitado nos casos:

➢ Subiu aos céus, desceu aos infernos...


➢ “Morte e vida Severina” de João Cabral de Melo Neto.

Paradoxo ou oximoro
Paradoxo é a figura de linguagem que consiste na união de dois vocábulos ou
expressões, cujo sentido se torna incompatível, isto é, uma oposição ilógica
resultante da junção de ideias contraditórias. Também é conhecida como oximoro.

Como:

➢ Esta claridade obscura que cai sobre a paisagem...


Observação: como pode uma claridade (luz) ser obscura (sem luz)?

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Figuras de pensamento

➢ A voz do silêncio
Observação: como uma voz, que pressupõe produzir um som, estar relacionada
ao silêncio, que pressupõe a ausência de som?

➢ Outro exemplo é o poema de Luís de Camões, observe quantos paradoxos o


poeta emprega nesse trecho:

“Amor é fogo que arde sem se ver; (Fogo que arde e não pode se ver?)
É ferida que dói, e não se sente; (Como uma ferida doí e não se sente?)
É um contentamento descontente; (Como um contentamento pode ser
descontentamento?)
É dor que desatina sem doer.” (Como uma dor pode não doer?)

Não confunda nunca mais o conceito de antítese e paradoxo!


OBSERVE A ETIMOLOGIA DAS DUAS PALAVRAS:
Antítese: -tese é opinião/ideia Paradoxo: -doxo, vem de
e -anti é contrário. doccia que significa lei e -para
Então, a antítese é marcada de tem o sentido de paralelo.
fato pela oposição. Então, um paradoxo é marcado
pela impossibilidade.

Eufemismo
Eufemismo é a figura de linguagem caracterizada pela atenuação, suavização,
harmonização de um pensamento desagradável. Por exemplo:

➢ Judas pensou em pôr termo à vida, arrependido do que fizera.


(amenização de suicídio)

➢ João foi dessa para uma melhor.


(suavização para morte)

O eufemismo também serve para evitar grosserias no convívio social, então é marca
de polidez. Como no exemplo:

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Figuras de pensamento

➢ O aluno não era muito inteligente.


(o aluno era burro)

O eufemismo também é empregado pelo locutor com a intenção de causar menos


impacto ou evitar atitudes negativas de parte do interlocutor, como, por exemplo, ao
tratar de temas polêmicos (politica, futebol e religião); ao tratar questões sociais
(pobreza, violação dos direitos humanos, estupro, violência), ao tratar de assuntos
considerados “tabus” para a sociedade (sexo, droga), ou para referir as situações tristes
(morte, doença ou separação).

Todavia, o eufemismo também pode ser usado para amenizar discursos sociais que
escondem preconceitos enraizados na nossa cultura, muito empregado pela mídia.
Um exemplo disso é o eufemismo empregado para diferenciar pessoas de classes
sociais diferentes, baseado na ideia de que uma pessoa pobre/favelada é ruim e a
pessoa rica é boa. Observe os contextos e as frases:

Menino que mora na


favela da Rocinha foi
“Fulano foi preso traficando drogas”
encontrado com 10g.
de maconha.

Filho de empresário
rico foi encontrado
“Fulano foi detido para averiguação de suspeita de venda de vendendo drogas
produtos ilícitos” ilícitas em Ipanema.

Percebe-se que a segunda frase foi empregue o eufemismo para aliviar a ação
cometida pelo jovem rico, diferentemente do primeiro caso. Esses eufemismos sociais
estão impregnados nos discursos do nosso país.

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Figuras de pensamento

O disfemismo é o oposto de eufemismo, essa figura de


estilo baseia-se no emprego intencional de termos ou
expressões depreciativas, sarcásticas ou chulas para
fazer referência a um determinado tema, coisa ou
pessoa. Usadas frequentemente para criar situações de
humor.

Gradação
Gradação é a figura de linguagem que corresponde a uma sequência de palavras de
força crescente ou decrescente:

➢ Vai, corre, voa e nos vingue!


(Gradação crescente)

➢ Era somente um sopro, uma sombra, um nada...


(Gradação decrescente)

Hipérbole
Hipérbole é a figura de linguagem que indica exagero, favorável ou desfavorável, que
destaca uma ideia, muito comum na linguagem publicitária e na linguagem corrente,
em que algumas hipérboles são bastante frequentes: “morrer de rir”, “molhado até os
ossos”, “milhões de vezes”, entre outros.

Veja alguns exemplos:

➢ Os rios eram formados do sangue dos heróis mortos na batalha.

➢ Já te dei um milhão de motivos.

➢ Chorei rios de lágrimas de saudade.

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Figuras de pensamento

CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR EXPRESSÕES HIPERBÓLICAS COM


EXPRESSÕES VERDADEIRAS.
Ex.: O rombo da previdência é de trilhões.
(não é o emprego exagerado, mas real)

Prosopopeia ou personificação
Prosopopeia é a figura de linguagem caracterizada pela personificação, animação ou
humanização de um objeto inanimado, ou seja, atribuir para um ser abstrato ou
concreto inanimado uma propriedade de um ser vivo (ser humano ou animal). Por
isso, essa figura também é conhecida como personificação.

Observe nos exemplos:

➢ O sentimento da universidade é de frustração.


Análise: empregamos um sentimento humano (a frustação) para objeto
inanimado (universidade).

➢ A chuva lamentava a morte do artista.


Análise: empregamos um sentimento humano (tristeza/lamento) para objeto
inanimado (chuva).

Perífrase
Perífrase é a figura de linguagem que consiste em expressar, por um grupo de
palavras, o que poderia ser dito em uma só. Para tanto é necessário mobilizar nosso
conhecimento de mundo para compreender as perífrases.

Observe nos exemplos:

➢ A sétima arte (=o cinema)

➢ O quinto poder (=a imprensa)

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Figuras de palavras

A perífrase recebe nome de antonomásia quando se refere a um


nome próprio, como se fosse um qualitativo especial. Como nos
exemplos:
➢ O Presidente dos Pobres (Getúlio Vargas)
➢ O Pai da Avião (Santos Dumont)

Ironia
Ironia é a figura de linguagem que consiste em empregar determinada palavra ou
expressão em sentido oposto ao seu sentido habitual. Observe os exemplos:

➢ Que aluno inteligente! Tirou nota zero.

➢ Que coisa linda! Parece um dragão.

➢ Garoto bem-educado este! Acabou de arranhou meu carro.

Agora, a ironia só é percebida através de conhecimento de mundo e capacidade de


raciocínio rápido, por isso, às vezes, o interlocutor não consegue perceber a ironia no
discurso do locutor, que deve ser bem construída.

Frequentemente, o emprego da ironia pretende satirizar, questionar certo tipo de


pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto
passível de crítica. Muito comum nos discursos humorísticos. Existe ainda uma
utilização ofensiva da ironia, definida como sarcasmo.

FIGURAS DE PALAVRAS
As figuras de palavras referem-se às figuras de linguagem que atribuem vários
sentidos às palavras, são recursos utilizados para produzir maior expressividade à
comunicação. As figuras de palavras possuem maior incidência nas provas de
concurso, são elas: comparação, metáfora, metonímia e sinestesia.

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Figuras de palavras

Comparação
Comparação é a figura de linguagem caracterizada pela aproximação de dois termos
entre os quais existe alguma relação de semelhança ou diferença. Como trata-se de
uma comparação explícita sempre será empregado uma conjunção comparativa:
“com”,” como”, “igual”, “que nem”, entre outros.

Uma comparação completa compreende quatro elementos:

1. o termo real;
2. o termo figurado;
3. o conector;
4. o ponto de comparação;

Análise o seguinte exemplo:

➢ Heitor é forte como touro.

Nessa frase, temos uma comparação completa, pois apresenta os quatro elementos:
Heitor é o termo real, touro é o termo figurado, como é o conector e forte é o ponto
de comparação.

Metáfora
Metáfora é a figura de linguagem caracterizada pelo emprego de uma palavra com
significado de outra e que, entre ela, há uma relação de semelhança.

Nesse caso, o conector não aparece expresso, pois a metáfora aproxima duas
realidades distintas. Trata-se da substituição de um termo “normal” por um outro
pertencente a um campo semântico diferente, mas com semelhanças possíveis.

Análise os seguintes exemplos:

➢ Heitor é um touro (subentende-se a força do touro).

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Figuras de palavras

➢ Aquele rapaz é um gato (subentende-se beleza felina).


➢ Ela é fera em matemática (subentende-se a esperteza).
➢ Seus olhos são duas jabuticabas (subentende-se as características da jabuticaba:
pretas e redondas).

A metáfora por ser um recurso estilístico responsável por transpor o sentido literal
para o figurado, é uma das figuras de linguagem mais utilizadas na literatura e na
música. Cito alguns exemplos:

“O mar é lago sereno

O céu -um manto azulado

O mundo – um sonho dourado”

(Casimiro de Abreu)

“A vida é uma dádiva

A vida é uma dúvida

A vida é uma dívida....”

(Miró)

“O amor é um grande laço

Um passo para uma armadilha

Um lobo correndo em círculos

Pra alimentar a matilha

Comparo sua chegada

Com a fuga de uma ilha”

(Canção: Faltando um pedaço-Djavan)

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A metáfora pode apresentar elementos implícitos e,


algumas vezes, pode assumir a forma de uma
perífrase:

A pérola das Antilhas (=Haiti).

Diferença entre Metáfora e Comparação


Temos que ter claro a diferença dessas figuras de linguagem, pois ambas trabalham
com a associação entre termos distintos, a diferença entre elas está na forma que
estabelecem essa relação, apresentado na tabela:

METÁFORA COMPARAÇÃO

Associação sem conectivo Associação com conectivo

comparação mental explícita

implícita

Para exemplificar a diferença entre essas figuras de linguagem, observe os exemplos:

1) Jorge é um porco.
2) Jorge come como um porco.

→ Ambas frases fazem uma comparação entre os termos Jorge e porco.

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Figuras de palavras

→ Na primeira sentença, a relação se estabelece de forma mental, pois não


apresenta uma conjunção comparativa que relacione os termos, resultando em
uma comparação implícita, isto é, numa metáfora.

→ Na segunda sentença, a relação se estabelece de forma explícita, pois apresenta


o emprego da conjunção “como”.

→ A metáfora possibilita várias interpretações, por exemplo: Jorge é um porco


porque cuida da sua higiene pessoal, tem mau cheiro, não se comporta à mesa,
entre outros motivos.

→ A comparação deixa claro que Jorge é comparado ao porco por não se


comportar à mesa, não há outra interpretação possível, isso porque os termos
estão associados por meio da conjunção.

1) Clara é uma flor.


2) Clara é cheirosa como uma flor.

→ Ambas frases fazem uma comparação entre os termos Clara e flor.

→ Na primeira sentença, a relação se estabelece de forma mental, pois não


apresenta um nexo comparativo entre os termos, por isso configura-se em uma
metáfora.

→ Na segunda sentença, a relação se estabelece de forma explícita, pois apresenta


o emprego do nexo comparativo “como”.

→ A metáfora possibilita várias interpretações, por exemplo, que Clara é uma


mulher delicada, bonita, cheirosa.

→ A comparação deixa claro que Clara é comparado a uma flor por ser cheirosa,
não há outra interpretação possível, isso porque os termos estão associados por
meio de uma conjunção comparativa.

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Figuras de palavras

Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui mais uma aula sobre figuras de linguagem.
Espero, sinceramente, que tenha feito bom proveito deste material e que o conteúdo
aqui apresentado tenha sido de fácil compreensão, agregando aos seus estudos.
Agora, você está liberado para fazer uma breve pausa. Aproveite para tomar um chá
ou café, descanse e escute sua música favorita, mas não se esqueça de voltar, viu?!

Te espero na nossa próxima. Até!

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Figuras de palavras

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Figuras de palavras

Língua Portuguesa
Figuras de Linguagem – Parte III

Prof da Videoaula: Sidney Martins

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Figuras de palavras

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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo.

Veja o exemplo abaixo:

Bom dia, boa tarde e boa noite, meu caro e minha cara concurseira! Neste material
daremos continuidade ao nosso estudo das figuras de linguagem. Hoje, vamos tratar
de algumas figuras de palavras e de figuras sonoras, além de fazer algumas questões.
Prepare seu material de anotação e muita concentração para começarmos.

Confira a seguir o conteúdo programático que preparei para a aula de hoje!

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Figuras de palavras ...............................................................................................................3
Metonímia ................................................................................................................................................ 3
Sinestesia .................................................................................................................................................. 4
Figuras de harmonia ou sonoras ...........................................................................................5
Aliteração ................................................................................................................................................. 5

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Figuras de palavras

Assonância ................................................................................................................................................ 5
Paronomásia ............................................................................................................................................. 6
Onomatopeia ............................................................................................................................................ 6
Questões................................................................................................................................8

FIGURAS DE PALAVRAS
As figuras de palavras são recursos estilísticos que atribuem vários sentidos às palavras
colaborando para dar maior expressão ao discurso. São as figuras de linguagem com
maior incidência nas questões de concursos. Vamos continuar estudando-as nesta
aula, enfatizando a metonímia e sinestesia.

Metonímia
Metonímia é a figura de linguagem que possibilita a troca de um termo por outro que
representa algo de semelhante, na qual se expressa um conceito por meio de um
termo que designa um outro conceito que está unido a ele por uma relação necessária,
como: a causa pelo efeito, o continente pelo conteúdo, o signo pela coisa significada,
o autor pela obra, o local pelo produto, entre outros.

A metonímia consiste na substituição de um nome de um objeto pelo nome de um


outro, com o qual está em relação. Tais relações podem ser:

• o todo pela parte:

O Brasil participará da Copa do Mundo parte da população participará da Copa.

• a parte pelo todo:

Todos procuram um teto onde morar procuram uma casa.

• o efeito pela causa:

Respeite ao menos meus cabelos brancos efeito do envelhecimento

• a causa pelo efeito:

Tem uma boa mão para doces faz bons doces por ter conhecimento de confeitaria.

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Figuras de palavras

• o autor pela obra:

Roubaram um Portinari do museu roubaram uma obra de Portinari.

• o lugar pelo produto:

Bebeu duas garrafas de Parati tomou duas garrafas da bebida alcoólica Parati.

• o continente pelo conteúdo:

Comeu dois pratos de feijoada comeu apenas a feijoada e não os pratos.

• o símbolo pelo simbolizado:

Ignácio sempre foi atraído pela Cruz pelo conceito do Cristianismo.

• o produto pela marca:

Vou de havaianas para a praia chinelo da marca Havaianas.

JÁ CAIU EM PROVA: METONÍMIA ICÔNICA/IMAGÉTICA


EM CASOS DE IMAGENS, ELAS SUBSTITUEM CONCEITOS E IDEIAS.
NESSE CASO: A PLACA SUBSTITUI A IDEIA: “DE HOMENS TRABALHANDO”.

OBSERVAÇÃO: É A ÚNICA FIGURA DE LINGUAGEM QUE PODE


SER REPRESENTADA POR MEIO DE IMAGENS.

Sinestesia
Sinestesia é a figura de linguagem caracterizada na utilização simultânea de palavras
que representam sensações diferentes, relacionadas com os cinco sentidos: paladar,
audição. olfato, visão e tato.

Observe os exemplos:

A. “Vozes veladas, veludosas vozes,


Volúpias dos violões, vozes veladas.” veludosas = tato
(Cruz e Souza) vozes =audição

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Figuras de harmonia ou sonoras

B. O cheiro de mato verde penetrava cheiro =olfato


em seu doce lar. verde =visão
doce =paladar

C. Um som da pesada. vozes =audição


pesada = tato

FIGURAS DE HARMONIA OU SONORAS


As figuras de harmonia enfatizam o aspecto fonológico da linguagem, através da
reprodução, repetição ou imitação dos sons da língua, por isso também são chamadas
de figuras sonoras. As figuras de harmonia são: aliteração, assonância, paronomásia e
onomatopeia.

Aliteração
Aliteração é a figura de linguagem caracterizada pela utilização de palavras que
possuem o mesmo fonema consonantal, ou seja, a repetição de consoantes.

Como nos exemplos:

➢ “Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas.”


(Cruz e Souza)
➢ “Brancas bacantes bêbadas o beijam” (Augusto dos Anjos)

➢ “Já em torno à tarde se entorna / a atordoar o ar que arde”


(Fernando Pessoa)

Assonância
Assonância é a figura de linguagem caracterizada pela utilização de palavras com o
mesmo fonema vocálico, ou seja, a repetição de vogais iguais ou semelhantes.

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Figuras de harmonia ou sonoras

Como nos exemplos:

➢ Ana ama a ama que a criou.

➢ O vento ulula trêmulo de susto.

➢ “Ó formas brancas, alvas, formas claras” (Cruz e Souza)

Paronomásia
Paronomásia é a figura de linguagem que ocorre quando se aproximam palavras de
sons parecidos. Nessa figura de linguagem é necessário empregar palavras parônimas,
que são justamente palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida.

Vamos alguns exemplos de palavras parônimas: cumprimento/comprimento;


absorver/absolver; cavaleiro/cavalheiro; deletar/dilatar; discriminar/descriminar;
discente/docente; dirigente/diligente, entre outras.

Como nos exemplos:

➢ Quem conta um conto sempre aumenta um ponto. (dito popular)

➢ Você está confundindo espinafre de caçarolinha com espingarda de caçar


rolinha. (dito popular)

➢ Quem vê um fruto / não vê um furto.

Onomatopeia
Onomatopeia é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou
expressão que sugerem um som natural, ou seja, imita o som ou a voz natural dos
seres. Importante evidenciar que a forma que construímos esses sons tem a ver como
o processo cultural relacionado a língua.

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Figuras de harmonia ou sonoras

Isso é perceptível quando usamos sons para expressar algo, citamos alguns exemplos:

 Atchim! (espirro);
 Cof, cof! (Tosse);
 Miau! (Gato)
 Au! Au! (Cachorro);
 Tum! Tum! (Coração);
 Smack! (Beijo);
 Bang! Bang! (Tiro);
 Boom! (Explosão);
 Ding! Dong! (Campainha).

Veremos agora exemplos de onomatopeias empregadas em sentenças:

➢ “Sino de Belém bate bem-bem-bem” (Manuel Bandeira)

➢ “Passa, tempo, tic-tac/ Tic-tac, passa, a hora/ Chega logo, tic-tac/


Tic-tac, e vai-te embora” (Vinícius de Moraes)”

➢ Quando morávamos no interior, escutávamos à noitinha o coaxar das rãs.

➢ Passava com o chape-chape das sandálias.

PALAVRAS ONOMATOPEICAS
Algumas palavras surgem a partir do som:

 Zunir e Zumbir (zumzumzum);

 Sussurar e Cochichar (som de duas pessoas conversando baixinho)

 Metralhadora (Trá, trá, trá, trá, trá...)

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Questões

QUESTÕES
1. Em “[...] a ciência encarou os pesadelos: como algo negativo”, há quais das figuras
de estilo apresentadas a seguir?

A. Pleonasmo e prosopopeia.
B. Sinestesia e antítese.
C. Metáfora e hipérbole.
D. Onomatopeia e comparação.
E. Prosopopeia e comparação.

COMENTÁRIO:

Análise o trecho: “a ciência encarou”, o sujeito da ação de encarar é o substantivo


ciência, que não é um ser vivo, isso atesta a presença de personificação /prosopopeia.
Além disso, a presença da conjunção “como” indica uma comparação entre os termos
“pesadelos” e “algo negativo”.

Gabarito: E

2. “Adoro Dom Casmurro. Não deixo de ler Machado”. Qual a figura de linguagem
predominante acima:

A. Metáfora
B. Metonímia
C. Paradoxo
D. Antítese
E. Eufemismo

COMENTÁRIO:

A expressão “ler Machado de Assis”, na verdade, significa que a pessoa leu a obra de
Machado de Assis, pois é impossível ler o próprio autor a não ser por suas obras. Dessa
forma, há um processo de substituição: o autor substitui a obra, isso indica o emprego
de uma metonímia.

Gabarito: B

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Questões

Meu caro aluno e aluna, finalizamos por hoje! Espero que você tenha gostado
de estudar as figuras de linguagem, agora você está apto para perceber o
emprego desses recursos estilísticos nas músicas que escuta, nos textos literários
que lê, em propagandas e até na sua própria fala! Aproveite uns minutinhos para
finalizar o seu resumo, mas depois aproveite para descansar um pouco! Não deixe
de acreditar no seu potencial e lembre-se que a determinação faz toda a
diferença. Portanto, não desanime!

Um grande abraço, e até a próxima aula!! 😉

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Questões

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Redação Oficial
Redação Oficial

1 Panorama da comunicação oficial


A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários:
a) alguém que comunique;
b) algo a ser comunicado;
c) alguém que receba essa comunicação.

No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou


aquele/aquela Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica
é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa
comunicação é o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder
Executivo ou dos outros Poderes. Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a
finalidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação comunicativa.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes
oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou
estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e
entidades públicos, o que só é alcançado se, em sua elaboração, for empregada a linguagem
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar
com clareza e objetividade.

2 O que é redação oficial


Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público
redige comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto
de vista da administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua
finalidade básica – comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao
uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da
correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise
pormenorizada de cada um de seus atributos.

3 Atributos da redação oficial


A redação oficial deve caracterizar-se por:

• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;

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• impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
• uso da norma padrão da língua portuguesa.
Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A
administração pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência
princípios fundamentais de toda a administração pública, devem igualmente nortear a
elaboração dos atos e das comunicações oficiais.

3.1 Clareza e precisão


CLAREZA
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro
aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um
documento oficial ou um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura,
que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência é requisito do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um ato normativo não seja entendido pelos
cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota na mera publicação do texto,
estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro. Para a obtenção de clareza,
sugere-se:
a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção
da ordem inversa da oração;
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
d) não utilizar regionalismos e neologismos;
e) pontuar adequadamente o texto;
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão
de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata
tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme orientações do subitem 10.2 deste
Manual.

PRECISÃO
O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se por:
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia
veiculada no texto;
b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o
emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; e
c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos


oficiais, de trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível

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sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por
seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que
adquirimos sobre certos assuntos, em decorrência de nossa experiência profissional, muitas
vezes, faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade.
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das
abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações
quase sempre compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz
a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem
estritamente das demais características da redação oficial, apresentadas a seguir.

3.2 Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem
redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia
principal e quais são as secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma
complexidade: as fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido
daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não
acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais,
podendo, por isso, ser dispensadas, o que também proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações,
sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade
suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

3.3 Concisão
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o
texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve
de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se,
exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao
que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários
supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo 1 de
período mal construído, prolixo:
Exemplo:

1O exemplo de período mal construído foi elaborado, para fins didáticos, a partir do exemplo de período bem
construído, por sua vez, extraído da Exposição de Motivos Interministerial n o 51/MCTI/MRE/MPOG, de 21 de
dezembro de 2011 (BRASIL, 2011a).

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Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da


consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população
daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração
realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora

legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em Greenwich.
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de adjetivos
(impressionante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere carga afetiva
injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados os
excessos, o período ganha concisão, harmonia e unidade:
Exemplo:
Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da
população manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
Não satisfeita com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população
do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas
menos que em Greenwich.
3.4 Coesão e coerência
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão,
a ligação, a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e
coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência,
substituição, elipse e uso de conjunção.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua
interpretação. Esse mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é
precedente no texto, ou por antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se
segue.
Exemplos:
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento.
A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no lugar de uma
oração.
Exemplos:
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as
alíquotas.
O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor.
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.

A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto.

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Exemplo:
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração,
houve a omissão do verbo “regulamenta”).
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para
estabelecer ligação entre orações, períodos ou parágrafos.

Exemplo:
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo
assunto.

3.5 Impessoalidade
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu
significado remete a dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a administração
pública proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja,
sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da pessoalidade dos atos administrativos,
pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio de seus servidores, é resultado
tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em
atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes
oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que
constam das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por
exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação
é sempre feita em nome do serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
padronização, que permite que as comunicações elaboradas em diferentes setores da
administração pública guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão,
sempre concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a
outra entidade pública. Em todos os casos, temos um destinatário concebido de forma
homogênea e impessoal; e
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das
comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público,
é natural não caber qualquer tom particular ou pessoal.

Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo,
constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

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3.6 Formalidade e padronização


As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas
regras de forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio
eletrônico (por exemplo, o e-mail , o documento gerado no SEI!, o documento em html etc.),
quanto para os eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do correto
emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais
do que isso: a formalidade diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das
comunicações. Ora, se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações que
expeça sigam o mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual,
exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da
apresentação dos textos.
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, nas exceções em
que se fizer necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a
padronização. Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas
específicas para cada tipo de expediente.
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes
oficiais requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal
e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto
é, portanto, imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais,
morfológicas ou sintáticas, regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades
linguísticas.
Recomendações:

• a língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;


• o uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar
figuras de linguagem próprias do estilo literário;
• a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há
é o uso da norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência
pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de
linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá
sempre sua compreensão limitada.

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
4 Introdução
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no
Capítulo I, “Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há características específicas de cada

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tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua
análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial.

4.1 Pronomes de tratamento


Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é
necessário atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no
endereçamento, no vocativo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário
no início do documento. No corpo do texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento em
sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelope que
contém a correspondência oficial.
A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes de tratamento no texto oficial.

Tratamento no
Autoridade Endereçamento Vocativo corpo do texto Abreviatura
da
Excelentíssimo
Presidente A Sua Excelência o Senhor Presidente da Vossa
República Senhor República, Excelência Não se usa
Presidente do Excelentíssimo
Congresso A Sua Excelência o Senhor Presidente do Vossa Não se usa
Nacional Senhor Congresso Nacional, Excelência

Excelentíssimo
Presidente do Senhor Presidente do Vossa
A Sua Excelência o
Supremo Supremo Tribunal Não se usa
Senhor Excelência
Tribunal Federal Federal,

Senhor
Vice-Presidente A Sua Excelência o Vice-Presidente da Vossa V. Exa.
da República Senhor República, Excelência

Ministro de A Sua Excelência o Vossa


Estado Senhor Senhor Ministro, Excelência V. Exa.

Secretário-
Executivo de
Ministério e A Sua Excelência o Senhor Secretário- Vossa V. Exa.
demais Senhor Executivo, Excelência
ocupantes
de cargos de
natureza especial

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Tratamento no
Autoridade Endereçamento Vocativo corpo do texto Abreviatura

A Sua Excelência o Vossa


Embaixador Senhor Senhor Embaixador, Excelência V. Exa.
Oficial-General
das Forças A Sua Excelência o Senhor + Posto,
Vossa
V. Exa.
Armadas Senhor Excelência

Outros postos
militares Ao Senhor Senhor + Posto, Vossa Senhoria V. Sa.

Senador da A Sua Excelência o Vossa


República Senhor Senhor Senador, Excelência V. Exa.

Deputado
Federal A Sua Excelência o Vossa
Senhor Deputado, V. Exa.
Senhor Excelência

Ministro do Senhor Ministro do


Tribunal de A Sua Excelência o Tribunal de Contas da Vossa V. Exa.
Contas da União Senhor União, Excelência

Ministro dos
Tribunais A Sua Excelência o Vossa
Senhor Ministro, V. Exa.
Superiores Senhor Excelência

Os exemplos acima são meramente exemplificativos. A profusão de normas estabelecendo


hipóteses de tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias especifícas
tornou inviável arrolar todas as hipóteses.

4.1.1 Concordância com os pronomes de tratamento


Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias
verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou
Vossa Senhoria são utilizados para se comunicar diretamente com o receptor.
Exemplo:
Vossa Senhoria designará o assessor.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são
sempre os da terceira pessoa.

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Exemplo:
Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto”)

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com
o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Exemplos:
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado.
Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está atarefada.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade
(indiretamente).
Exemplo:
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento
do expediente)

4.2 Signatário

4.2.1 Cargos interino e substituto


Na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar os termos
interino e substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele designado para exercer as
atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos legais ou
regulamentares do titular. Esses termos devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen,
sem vírgula e em minúsculo.

Exemplos:
Diretor-Geral interino
Secretário-Executivo substituto

4.2.2 Signatárias do sexo feminino


Na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo feminino deve ser
flexionado no gênero feminino.

Exemplos:
Ministra de Estado
Secretária-Executiva interina
Técnica Administrativa
Coordenadora Administrativa

4.3 Grafia de cargos compostos


Escrevem-se com hífen:

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a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral;


b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;
c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente;

Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general
de exército, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra;

d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: diretor-presidente, diretor-


adjunto, editor-chefe, editor-assistente, sócio-gerente, diretor-executivo;
e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, primeira-dama;
f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-diretor, vice-coordenador.

O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o
presidente francês). Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da
minúscula, deve-se manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se
escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”.

4.4 Vocativo
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será
sempre seguido de vírgula.
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão Excelentíssimo
Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o vocativo
Senhor ou Senhora seguido do cargo respectivo.
Exemplos:
Senhora Senadora,
Senhor Juiz,
Senhora Ministra,
Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora
e a forma utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário,
contribuinte, eleitor etc.
Exemplos:
Senhora Beneficiária,
Senhor Contribuinte,

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Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou


Senhora seguido do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou
“Prezada Senhora”.

Exemplos:
Senhora [Nome],
Prezado Senhor,
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere
a formalidade desejada.

5 O padrão ofício
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam
antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de
uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que chamamos
de padrão ofício.
A distinção básica anterior entre os três era:
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

Atenção: Nesta nova edição ficou abolida aquela distinção e passou-se a utilizar o termo ofício
nas três hipóteses.
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que
cada elemento aparece no documento oficial.

5.1 Partes do documento no padrão ofício

5.1.1 Cabeçalho
O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área
determinada pela formatação (ver subitem “5.2 Formatação e apresentação”). No cabeçalho
deverão constar os seguintes elementos:
a) brasão de Armas da República2: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado
em cores. O uso de marca da instituição deve ser evitado na correspondência oficial
para não se sobrepor ao Brasão de Armas da República.

2O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da República pode ser localizado no sítio eletrônico da Presidência
da República, na seção Símbolos Nacionais. Disponível em:
<http://www2.planalto.gov.br/acervo/simbolosnacionais/brasao/brasao-da-republica>. No caso de documento a ser
impresso, exclusivamente quando o signatário for o Presidente da República, Ministro de Estado ou a autoridade máxima
de autarquia, será utilizado timbre em relevo branco, nos termos do disposto no Decreto n o 80.739, de 14 de novembro
de 1977.

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b) nome do órgão principal;


c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia;
e
d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).
Exemplo:

[Nome do órgão]
[Secretaria/Diretoria]
[Departamento/Setor/Entidade]

Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica,


sítio eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento,
centralizados.

5.1.2 Identificação do expediente


Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor
que expede o documento, da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/);
e
d) alinhamento: à margem esquerda da página.
Exemplo:
OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT

5.1.3 Local e data do documento


Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de
vírgula.
Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração
cardinal para os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número
que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

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. Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018

5.1.4 Endereçamento
O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente. Nele
deverão constar os seguintes elementos:
a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente (ver
subitem “4.1 Pronomes de tratamento”);
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas:
primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de
ofício ao mesmo órgão, informação do setor;
segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples.
Na separação entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo
ponto ou pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a
informação do
CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da federação; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades


tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua
Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser
empregado é “Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua
Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplos:
A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor
[Nome] [Nome] [Nome]
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de
Compras
Esplanada dos Ministérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material,
Seção 70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF

5.1.5 Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele
deve ser grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento,
seguida de dois-pontos;

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b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita
com inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco
palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em
negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.
Assunto: Aquisição de computadores.
5.1.6 Texto do documento
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o
expediente deve conter a seguinte estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas:
Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a
forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia
sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior
clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.

II – quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é


modificada:
a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento.
Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do
motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do
documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que se trata) e a
razão pela qual está sendo encaminhado; e

Exemplos:
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no
34, de 3 de abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição
do servidor Fulano de Tal.

Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro


de 2018, do Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.

b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito


do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento.

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Caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para


encaminhamento de documentos.

III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado
da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; ii
recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
iii numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais
parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho; d) fonte:
Calibri ou Carlito;
i corpo do texto: tamanho 12 pontos; ii
citações recuadas: tamanho 11 pontos; e iii
notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes
Symbol e Wingdings;

5.1.7 Fechos para comunicações


O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto,
saudar o destinatário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela
Portaria no 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de
somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da
República:
Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que
atendem a rito e tradição próprios.
O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e
e) não deve ser numerado.

5.1.8 Identificação do signatário


Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais
comunicações oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:

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a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito.
Não se usa linha acima do nome do signatário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais
maiúsculas. As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em
minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Exemplo:
(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República

(espaço para assinatura)


NOME
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

5.1.9 Numeração das páginas


A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação.
Ela deve ser centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e b)
fonte: Calibri ou Carlito.

5.2 Formatação e apresentação


Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do
papel. Nesse caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se
necessário, a impressão colorida para gráficos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar
destaques com uso de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padronização
do documento;

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j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;


k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo
de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos
análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido
e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço público, tais como
DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados
da seguinte maneira:
tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) +
palavras-chaves do conteúdo
Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

Seguem exemplos de Ofício:

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2 cm

5 cm
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

OFÍCIO No 197/2018/SAJ/CC
Brasília, 8 de agosto de 2018.
1,5 cm
Ao Senhor
[Nome]
Chefe de Gabinete
Ministério dos Transportes
Esplanada dos Ministérios, Bloco R
70044-902 Brasília. DF

Assunto: Apresentação de novas funcionalidades do Sidof


– Módulo I.

Senhor Chefe de Gabinete,

3 cm 1 2,5 cm A Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da


Presidência da República aprimorou o Sistema de Geração e
Tramitação de Documentos Oficiais– Sidof, com a inserção de novas
funcionalidades. Os novos recursos do sistema
serão apresentados aos
servidores em módulos organizados por esta Subchefia.
2 Convido os servidores do [nome do Ministério]
para assistir à apresentação do primeiro módulo, a ser realizada em
10 de setembro de 2018, às 9h30, no Auditório desta Subchefia.
3 Para assegurar o credenciamento, solicito a esse
órgão a indicação dos servidores que trabalham com o Sidof, até 28
de agosto de 2018, por meio do endereço eletrônico [endereço
eletrônico]:
a) nome completo do servidor;
b) número de Cadastro de Pessoa Física;
c) e-mailinstitucional, unidade/órgão em que atua; e
d) login no Sidof (caso esteja cadastrado no
Sistema).
(29,7 cm x 21 cm)

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2 cm

4 Caso o servidor ainda não seja cadastrado no


Sistema, será necessário o envio de autorização da chefia imediata.
O envio das informações solicitadas acima é fundamental para
garantir a inscrição do servidor no evento.

Atenciosamente,

(espaço para assinatura)

[NOME DO SIGNATÁRIO]
[Cargo do Signatário]

2
[Endereço] – Telefone: (xx) xxxx-xxxx
2 cm CEP 00000-000 Cidade/UF – http://www.xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.gov.br

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6 Tipos de documentos
6.1 Variações dos documentos oficiais
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis
variações:

a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais
de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão
na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia,
conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos
remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá
inserir no rodapé as siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

6.2 Exposição de Motivos

6.2.1 Definição e finalidade


Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao
VicePresidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.


Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será
assinada por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a
sequência numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro
de um mesmo ano civil.

6.2.2 Forma e estrutura


As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

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a) apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato


normativo proposto; ou informar ao Presidente da República algum assunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo
ser o ideal para se solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para
equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes sobre o assunto informado, quando for esse o caso;
e
c) na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser
editado para solucionar o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs
apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o


prescrito no Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas
com parecer jurídico e parecer de mérito que permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que
proponham a edição de ato normativo, tem como propósito:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a
adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser
analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo;
c) conferir transparência aos atos propostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta; e
e) evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação
da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da


República pelos ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao
Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.

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c 2cm

5 O presente Projeto de Lei representa medida importante


para institucionalizar instrumentos de gestão voltados para a melhoria da
qualidade da educação básica das populações do campo.

6 Essas,Excelentíssimo
Senhor President
e, são as razões que
justificam
o encaminha mento da presente proposta de ato normativo à consideração de Vossa
Excelência.
Respeitosamente,

(espaço para assinatura)

[NOME DO SIGNATÁRIO]
[Ministro de Estado]

2 cm

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6.2.3 Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)


O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta
eletrônica utilizada para a elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a
administração e a gerência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo
do item 6.2.2, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que
assinou a exposição de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

6.3 Mensagem

6.3.1 Definição e finalidade


A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos,
notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para
informar sobre fato da administração pública; para expor o plano de governo por ocasião da
abertura de sessão legislativa; para submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de
deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que seja de
interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República,
a cujas assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes
finalidades:
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de
projeto de lei complementar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais:

Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime normal


(Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode ser
encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação
de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos membros do Congresso Nacional, mas é
encaminhada com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação
(Constituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos
membros do Congresso Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-Secretário
do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual em
sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum”. E, à frente da Mesa do
Congresso Nacional, está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que
comanda as sessões conjuntas.

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b) Encaminhamento de medida provisória:

Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente da República


encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, com ofício para o
PrimeiroSecretário do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória.
c) Indicação de autoridades:

As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem


determinados cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros do Tribunal de Contas da
União, presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes de missão
diplomática, diretores e conselheiros de agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos III
e IV do caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência privativa para
aprovar a indicação.
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de
Pessoa Física, acompanha a mensagem.
d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se
ausentarem do país por mais de 15 dias:

Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, caput, inciso III e art. 83), e a
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O Presidente da República,
tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma
comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de concessão de emissoras de
rádio e TV:

A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
do caput do art. 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou a renovação
da concessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir
na mensagem a urgência prevista na Constituição, art. 64, uma vez que o § 1o do art. 223 já define
o prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o
correspondente processo administrativo.
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior:

O Presidente da República tem o prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa para
enviar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84,
caput, inciso XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166,
§ 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51,
caput, inciso II) em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.

g) Mensagem de abertura da sessão legislativa:

Deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do País e a solicitação de providências
que julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais, porque vai encadernada e é
distribuída a todos os congressistas em forma de livro.

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h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos):


Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, encaminhada por ofício ao
Primeiro-Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que
tomou a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente
da República terá aposto o despacho de sanção.
i) Comunicação de veto:

Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem


informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do
veto. Seu texto é publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais
mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo:

• Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).


• Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos
gravosos (Constituição, art. 49, caput, inciso I);
• Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações
interestaduais e de exportação (Constituição, art. 155, § 2o, inciso IV);
• Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada
(Constituição, art. 52, caput, inciso VI);
• Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput,
inciso V);
• Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
• Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art.
52, inciso XI, e art. 128, § 2o);
• Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição,
art. 84, inciso XIX);
• Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição,
art. 136, § 4o);
• Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
• Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição,
art. 141, parágrafo único);
• Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5o);
• Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes,
em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual
(Constituição, art. 166, § 8o);
• Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500
ha (Constituição, art. 188, § 1o).

6.3.2 Forma e estrutura

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As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco
b) identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do
texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, com o recuo de parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz
identificação de seu signatário.

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6.4 Correio eletrônico (e-mail)

6.4.1 Definição e finalidade


A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito
privado, mas também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três
sentidos. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou
sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o
ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial,
utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração
pública.

6.4.2 Valor documental


Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail
tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário
existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâmetros de
integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira –
ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com
certificação digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório a
repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela
ICP-Brasil.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento
eletrônico que não atenda os parâmetros da ICP-Brasil.

6.4.3 Forma e estrutura


Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
interessa definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar
algumas orientações quanto à sua estrutura.

6.4.3.1 Campo “Assunto”


O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da
mensagem. Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem
a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da mensagem
para que não pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo eletrônico. Em
vez de “Reunião”, um assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da
Previdência”.

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6.4.3.2 Local e data


São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta essa
informação.

6.4.3.3 Saudação inicial/vocativo


O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado
para outras instituições, para receptores desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o
vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do
cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.
Exemplos:
Senhor Coordenador,
Prezada Senhora,

6.4.3.4 Fecho
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail,
popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”,
“Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem
ser utilizados em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma saudação inicial e um fecho menos
formais. No entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a que
se usaria em qualquer outro documento oficial.

6.4.3.5 Bloco de texto da assinatura


Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto
de assinatura. A assinatura do e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão
e o telefone do remetente.

Exemplo:
Maria da Silva
Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (61)XXXX-XXXX

6.4.4 Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das
vantagens do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações
mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria
possível colocá-lo no corpo do correio eletrônico.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento de anexos nas mensagens de
resposta.

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Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de
segurança. Quando se tratar de documento ainda em discussão, os arquivos devem,
necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.

6.4.5 Recomendações
• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a
recomendação de tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito,
tamanho 12, cor preta;
• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se
revisam outros documentos oficiais;
• O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não
devem ser utilizados;
• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”,
“pq”, usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da
mensagem pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa
do Brasil e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade
do servidor do destinatário.

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