Você está na página 1de 16

5ª Semana

Narrativa Reflexiva

Rute Isabel da Silva Pestana

3º ano
Educação Básica

Nº 20226

Ano letivo 2022/23


Ramada
 Implementação da 2ª atividade

Esta semana irá ser diferente do habitual para as crianças. Está a chegar as
férias do Natal e já se mostram bastante exicitadas com a ida ao teatro para irem
ver, “A Cinderela no gelo” que irá estar no Allegro de Alfragide.
No primeiro dia desta quinta semana de estágio, a professora começou a
manhã a pedir recados e o dinheiro para o bilhete do teatro. O T não trouxe e a
professora comenta comigo que é o habitual e que da parte da tarde vai ter uma
reunião com a mãe e a psicóloga do agrupamento que está a acompanhar o T.
Pergunta-me se tenho disponibilidade para participar, pois considera importante
que eu tenha contacto com as reuniões de pais para ter uma noção da
complexidade da mesma e também para conhecer mais aprofundadamente as
suas problemáticas. É através deste contacto direto com os pais e encarregados
de educação, que os professores muitas vezes conseguem perceber as
dificuldades, comportamentos, atitudes que os alunos apresentam no contexto
escolar, para assim encontrar as melhores ferramentas e estratégias para ajudar
o aluno com dificuldades fazendo um rabalho em parceria. Segundo Heimburge
e Rief, (2006), a solução para uma escola bem sucedida, baseia-se na partilha
de responsabilidades que abranje o trabalho de equipa. Os alunos têm mais
sucesso na escola quando os pais se envolvem e assumem um papel positivo
na sua educação. As experiências diretas de envolvimento dos pais na escola,
concluem que os resultados escolares desses alunos aumentam
significativamente, comparativamente com os alunos que não estiverem sujeitos
ao envolovimento parental (Madureira & leite, 2003).

Depois da professora terminar de falar com a turma sobre os trabalhos de


Natal que faltam terminar e a ida ao teatro, dou inicio á implementação da
atividade que planifiquei em conjunto com a turma.
A segunda atividade teve como ponto de partida uma fragilidade que a turma
apresenta no domínio da matemática e o cálculo mental.

2
Figura 1- Apresentação da atividade à turma

Figura 2- Diagrama de Venn com arcos

3
Figura 3- O som dos instrumntos através da audição

Figura 4- Aplicar o que aprendeu

4
Figura 5- Consolidação dos conhecimentos

5
6
Foram várias as vezes em que tive vontade de desistir de implementar esta
atividade. A minha relação com a matemática não é das melhores, mas com a
ajuda inestimável da professora cooperante, mantive o ânimo para avançar com
a proposta pois acho que as crianças estão acima de qualquer obstáculo que
nos possa atravessar o caminho e é por elas que trabalho com muita dedicação
e amor. Esta foi uma atividade que partiu de uma fragilidade da turma como já
referi anteriormente. Foi assim possível trabalhar várias áreas, fazendo uma
articulação entre elas que eu nunca imaginei ser possível.

7
A partir da problemática da turma foi
possivel elaborar uma atividade lúdica em
que a noção de conjuntos matemáticos, a
música (instrumentos musicais), o Estudo do
Meio (os sentidos) e as Artes Visuas,
estivessem em articulação numa só
atividade.
Dohme (2003) relaciona o jogo pedagógico
e lúdico, sejam individuais ou em grupo, às
brincadeiras, às atividades plásticas como
recortes e colagens ou pintura, à expressão
dramática, musical e fisico-motora, aos jogos
tradicionais e eletrónicos. O jogo lúdico é um
estado de espírito, que vai fazendo parte da
vida de cada um à medida que vai sendo posta em prática, tendo como finalidade
o prazer. Piaget, citado por Peterson & Collins (1997, p.50), refere que “ao
brincar a criança não se esforça por se acomodar à realidade, pelo contrário,
assimila os objetos e as suas propriedades para sua própria satisfação”. Assim,
de acordo com o autor, a criança dá significado àquilo que esttá a fazer de que
implica o desenvolvimento social, intelectual e moral, sendo por isso crucial a
sua presença na prática pedagógica. Piaget (1990) classifica o jogo e o seu
significado para cada etapa: jogos de exercício, jogos simbólicos e os jogos de
regras. Assim, na fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos), é a fase
em que a criança se sente estimulada, concentrada e integrada na sociedade,
participando em jogos de grupo, compreendendo e pondo em prática as suas
regras. Deste modo considero que o jogo é uma ferramenta útil para o processo
de ensino/aprendizagem que estimula a criança a pensar, a refletir e deste modo
a aprender.

8
A atividade lúdica como recurso no processo do ensino/aprendizagem

Primeiro foi feita uma breve reunião com a turma para em conjunto discutirmos
e debatermos ideias sobre da atividade. Como já tinham dado esta matéria em
matemática, foi importante relembrar os conteúdos da mesma e se existiam
dúvidas entre a turma, alguns alunos confundiam a reunião com a Interceção,
então apliquei um exemplo com base no cartaz que têm na sala de aula (fig.6).
Quanto à área de música, considerei que era importante adicionar os
instrumentos musicais visto que do observado das aulas de música, o professor
não utiliza os mesmos para a prática de ensino. Os alunos não tinham qualquer
contacto com instrumentos, não sabiam os nomes, os sons e de que material
eram feitos. Na área de Estudo de Meio foi abordado o tema “os sentidos” mais
concretamdente a audição, a visão e o tato dos instrumentos musicais. Por
último, as Artes Visuias e a construção de cartazes com as famílias dos
instrumentos musicais.
Após a breve reunião e consolidação da matéria dada sobre a noção de
conjuntos, comecei por explicar à turma como se iria realizar a atividade.
O objetivo do jogo pedagógico, era colocar no Diagrama de Venn feito com
três arcos de ginástica com as cores: amarelo, verde e azul, os instrumentos
musicais no arco respetivo. Cada cor do arco representava uma família de
instrumentos musicais:
Verde – metais,
Amarelo – madeiras,
Azul – peles
A atividade foi realizada no espaço exterior junto à sala o que agradou os
alunos. Considero importante a realização de atividades lúdicas como estratégia
de ensino/aprendizagem e que os alunos possam ter contacto com outros
métodos de aquisição de conhecimentos. A turma foi dividida em três grupos,
cada grupo ouviu o som de um instrumento que depois de o reconhecer e
identificar dizendo o nome colocava-o no arco do conjunto correto. Após a
conclusão da atividade no recreio, foi então feita uma análise do resultado obtido

9
e se existia interseção ou reunião entre as familias dos instrumentos musicais.
No final da atividade, os mesmos grupos elaboraram os cartazes das três
familias de instrumentos através do desenho, pintura, recorte e colagem a partir
de imagens reais (fig.5).

Avaliação

A implementação desta atividade acabou por se revelar bastante prazerosa,


apesar do pouco tempo que dispunha pois estávamos em época de Natal e os
trabalhos relativos à quadra deixaram pouca margem de manobra temporal para
a realização da mesma, apesar da professora cooperante sempre me deixar à
vontade para tudo o que precisasse e ter sido muito importante em todo o
processo de desenvolvimento, desde a planificação à construção da atividade.
Assim, tendo em conta a turma e a sua dinamica e as diferentes personalidades,
considero que a atividade foi bastante produtiva e enriquecedora tendo sempre
em conta os conteúdos que estavam a ser abordados pela professora
cooperante.

Pontos a melhorar

Uma das dificuldades com que me deparei, foi na altura da turma fazer os
cartazes já dentro da sala de aula, não me lembrei de colocar as mesas em ilhas
(a professora tinha-as em linha) para que os três grupos pudessem trabalhar de
forma cooperativa. Mais uma vez, foi a professora que me aconselhou a alterar
a sala para que os alunos pudessem trabalhar os cartazes mais eficazmente.
Segundo Freitas (2008) é importante a questão da disposição das carteiras e
das mesas no sentido que são fundamentais para contribuir com a aprendizagem
de forma significativa. Estas devem de mudar de posição de acordo com a aula
que o professor planeia, atendendo aos seus objetivos e tendo em atenção a
qustão de interação com o outro e c om os espaços.

10
Da parte da tarde, os alunos não tiveram aula de música porque o professor
fez greve. O que provocou grande euforia e alegria por parte do grupo. Assim
como dispunhamos da hora livre, estivemos a acabar as pinhas de Natal para
levarem para casa. Ao final do dia e após o recreio da tarde, e como conversado
com a professora, deslocámo-nos à sala de reuniões para nos encontrarmos
com a mãe do T e a Psicóloga do agrupamento.

 Reunião com a mãe do T, a professora titular e a Psicóloga do


agrupamento dra R

Motivo da reunião- desempenho do Tomás na escola.

Professora: “O T é educado, muito meigo, o problema é não saber ler,


Tenho falado com ele por causa da higiene, ele gosta muito da matemática mas
quando lhe faqlo que vamos trabalhar o portugues, ele não se esforça, faz-se demorado, estica
o tempo para não fazer o proposto.
Psicóloga: O T tem alguém na família com dificuldades de
aprendizagem? O pai ou a própria mãe? Como foi o percurso escolar?
Mãe: Fiz um curso de educação e formação de adultos (EFA)
Psicóloga: Mas a mãe chumbou um ano, não foi? (a mãe abana a
cabeça em negação e diz que não se lembra).
Psicóloga: A maioría dos casos de crianças com dificuldades de
aprendizagem são herdados dos pais, a parte cognitiva do T é que está deficitada, porque a
parte intelectual está bem.
Mãe: O pai fez a 4ª classe e não estudou mais.
Psicóloga: O T tem de fazer diespiste de audição e visão, É obrigatório
ele fazer nesta idade.
Professora: Em relação às provas de aferição que trá este ano letivo,
estas serão adaptadas para o T. É importante reforçar que o T tem de ter mais autonomia em
casa e não só responsabilizar a mãe pelos trabalhos de casa (na sala de aula é a desculpa que
ele dá por não os trazer feitos).
A escola acionou as Medidas Universais para o T e está a ter apoio em pequenos grupos da
terapia da fala.

11
 2º dia “A Cinderela no gelo”

Da literatura do conto de fada para o teatro

O conto de fada é sem dúvida uma das expressões mais significativas sobre
a vida que caracteriza o homem de todas as épocas.
Na interação com as histórias, a criança deperta emoções como que se
vivenciasse esses sentimentos, permitindo que pela imaginação, exercite a
capacidade de resolução de problemas que enfrenta no seu dia a dia, além de
estimular o desenho, a musica, o pensar, o teatro, o brincar, o manuseio de
livros, o escrever e a vontade de ouvir a história novamente. No teatro essas
emoções são ainda mais fortes e a criança torna-se parte do próprio elenco
sendo esta o 3º ator. Hugo (2009) afirma que os contos de fada abrem espaço
para o raciocínio lógico, para os questionamentos e a reflexão, envolvendo o
aguçar da sua inteligência, da sensibilidade artística e do sonho com o que é
real.
“Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança, deve entretê-la e
despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a
imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções;
reconhecer plenamente suas dificuldades e , ao mesmo tempo, sugerir soluções para os
problemas que a perturbem (Bettelheim, tradução Caetano, 2002).

Durante o decorrer da peça, a excitação e alegria era notória nos rostos de todas
as crianças, o que mee leva a considerar que as crianças não frequentam o
teatro como era suposto, ora se o teatro de acordo com os autores, contribui
para o desenviolvimento pessoal da criança e ao seu crescimento e sabendo dos
seus benefícios, porque é que as escolas não investem mais no teatro? E não
me estou só a referir ao teatro pago, mas sim ao teatro nas escolas, criado pelas
crianças. Parece-me fundamental que seja proporcionado às crianças, um
contacto precoce com esta arte e a fruição do teatro. A expressão Dramática a
meu ver, continua a ser vista como uma atividade sem qualquer benefício para
o futuro académico das crianças.

12
13
Figura 6- interação das cianças com os atores

14
 Reflexão da semana

Ao longo desta semana fiz diversas aprendizagens, no que diz repeito à


articulação de várias áreas disciplinares na implementação de atividades, e que
mesmo após a matéria dada, as crianças esquecem-se e é necessário fazer uma
reavaliação das aprendizagens dadas para a professora ter uma noção do que
foi assimilado. Aprendi que todas as ações dos professores implicam uma
planificação rigorosa de cada aula e que devemos ter em atenção aspetos tais
como: o espaço onde ocorre o processo educativo; a turma que temos à nossa
frente; os conteúdos a lecionar e os recursos/materiais que vamos utilizar. Uma
das dificudades sentidas foi sem dúvida a constante mudança do espaço de sala
consoante as necessidades da turma e de após terminar uma atividade, fazer
um balanço da mesma, observar fragilidades.
Outra das dificuldades que senti, não só desta semana, mas em todas as
anteriores tambem, foi a constante mudança de uma área curricular para outra,
que condicionou um pouco a interação pois estou muitos dias ausente do local
do estágio e perdia-me um pouco no que tinham feito e o que estavam a fazer.
A reunião com a mãe do T foi sem dúvida uma novidade, apesar de no meu
papel de mãe já ter ido e inúmeras reuniões com os professores dos meus filhos,
estar no papel de professora estagiária, mesmo que só como observadora, fez-
me perceber que existem assuntos muito delicados para falar com os pais e não
é fácil para um professor ter de dizer a um pai/mãe que o filho tem dificuldaddes
de aprendizagem e cognitivas e que precisa do apoio da escola e da família.

15
 Referências Bibliográficas

 Dohma, V. (2003). Atividades Lúdicas na educação: o caminho de tijolos


amarelos.

 Freitas, J. (2008). A Organização do espaço escolar favorece a qual


aprendizado?

 Peterson & Collins, V. F. (1997). Manual de Piaget para professores e


Pais.

 Piaget, J. (1990). A Formação do Simbolo na criança.

16

Você também pode gostar