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ADMINISTRATIVO É o ramo do direito público¹ que estuda as atividades,

órgãos e agentes² da Administração Pública³.

Gestão de negócios públicos


É a única possibilidade de um particular poder exercer função adm. sem delegação estatal.
Exemplos: Socorrista de parturiente; motorista que na ausência do Estado assume fiscalização de trânsito.
Características:
- Deve ter a ausência do Estado.
- Ausência de delegação formal. (gestor assume espontaneamente a função).
- Situação de emergência.
- Durante a gestão o particular se reveste de todas a prerrogativas da função pública, como se fosse agente.
- Não existe crime de usurpação.
Pam Fadelli
Fontes do Direito Administrativo
1. Primárias: são o nascedouro principal e imediato das normas. - Lei em sentido amplo.
2. Secundárias: constituem instrumentos acessórios para originar normas, derivados da fonte primária. -
Doutrina, jurisprudência e costumes.

Sistemas Administrativos
Dois são os sistemas de controle das atividades administrativas:
A) Sistemas de Jurisdição Una (modelo inglês)
B) Sistema do Contencioso Administrativo (modelo francês)

No sistema da jurisdição una todas as causas, mesmo aquelas que envolvem interesse da Administração Pública,
são julgados pelo Poder Judiciário. Conhecido como modelo inglês por ter como fonte inspiradora o sistema
adotado na Inglaterra, é a forma de controle existente atualmente no Brasil. É o que se pode concluir do comando
previsto no art.5° , XXXV, da CF “a lei não excluirá da apreciação do PJ lesão ou ameaça de direito.”
- Entende-se que o contencioso administrativo entre nós tenderia a abolir a tripartição de poderes.
Sistema francês: Nunca foi adotado no Brasil. É formado por duas justiças diferentes, uma é o Poder Judiciário que
decide causas comuns. A outra, é o CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO, que existe somente para decidir causas de
interesse da administração pública. O contencioso é encabeçado pelo conselho de estado.

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Regime Jurídico administrativo
É o nome técnico dado ao conjunto de princípios e regras do direito administrativo.
“Norma Jurídica” é o gênero e princípios e regras são as espécies.

- O princípio tem força cogente (obrigatório) máxima em relação as regras, atingem maior quantidade
de casos práticos, tem uma maior abstração, enunciam valores fundamentais do sistema, enquanto as
regras possuem conteúdo mais específico tratando de casos concretos.

Existem dois tipos de princípios administrativos:


a) Expressos: Estão na CF
b) Implícitos: Não tem previsão direta.

Qualquer princípio administrativo decorre de duas noções fundamentais (supraprincípios – centrais):


 Supremacia do interesse público
O interesse da sociedade (público primário) é mais importante que os individuais. Por isso, o Estado
possui poderes que o particular não tem.
 Indisponibilidade do interesse público
Os agentes públicos não são detentores do interesse público por eles defendido, são meros
administradores, portanto, no exercício de suas atribuições não podem atuar conforme sua própria
vontade, mas sim conforme o que está na lei
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Expressos
art. 37 - A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União , dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência .

Legalidade
Dever de atuação conforme a lei e o direito (juridicidade). Os agentes públicos só podem fazer o
que a lei autoriza.

Impessoalidade
Dever de objetividade na defesa do interesse público, proibido qualquer tipo de perseguição e
privilégio dentro do serviço público. Como: vedação de promoção pessoal, propagandas de governo.

Moralidade (ADM.)
Exigência do respeito a padrões éticos, como: boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade,
para haver uma boa administração, mesmo que não se exija em lei. Ex: vedação de nepotismo.

Publicidade
Proíbe atos secretos dentro do serviço público, exceto se a divulgação violar a segurança ou a
intimidade dos envolvidos. A lei exige DIVULGAÇÃO OFICIAL dos atos administrativos, através de
veículo governamental + meio apropriado ao tipo de ato.

Eficiência
A Administração Pública deve atingir os melhores resultados observando os meios disponíveis.
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Outros Princípios Constitucionais
Ampla Defesa (art. 5o, LV)
Assegura aos litigantes a utilização de meios de prova, e instrumentos necessários para a
defesa dos seus interesses.

Contraditório (art. 5o, LV)


Direito do afetado de ser ouvido (manifestado) antes do final do processo.

Celeridade Processual (art. 5o, LXXVIII)


Duração razoável do processo.

Devido Processo Legal (art. 5o, LIV)


Toda decisão administrativa deve ser antecedida de um processo.

Participação (art. 37, § 3o)


A lei deverá estimular as formas de participação do usuário na administração pública.

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Implícitos
Segurança Jurídica – Para garantir a estabilidade social.
- Sempre deve existir um prazo para o exercício de direitos (prescrição, decadência ou preclusão).
- Proíbe a Adm. de praticar condutas contraditórias (*vedação venire contra factum proprium).

Autotutela – Controle sobre os próprios atos.


- Anular atos defeituosos (ilegais) no prazo de 5 anos, com a garantia de contraditório e a ampla defesa.
- Revogar atos contrários ao interesse público.

Proporcionalidade – Adequação entre meios e fins.


- Necessidade de haver uma punição proporcional a infração cometida, nem muito pesada e nem muito
leve.

Razoabilidade – Adequação, necessidade e proporcionalidade.


- É aplicável a todos os setores da atividade administrativa.
- Obriga a Administração atuar com bom senso e racionalidade.

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Organização Administrativa
Estrutura da Administração Pública, órgãos e entidades que a integram.

Administração pública – subjetivo ou formal.


- Estrutura Estatal
Possui 2 sentidos:
administração pública – objetivo ou material.
- Função administrativa

*Particulares nunca integram a Adm. pública, mas podem exercer a adm. pública desde que haja
uma delegação estatal.

- É no art. 1°, § 2o da Lei 9.784/99 que estão dispostos os conceitos de órgão e entidade.

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Órgãos:
Unidades de atuação dentro do Estado que integra a estrutura da Administração pública.
- Não possuem personalidade jurídica própria.
- Exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Contas, Ministérios, Secretarias,
Delegacias de Polícia, Receita Federal.
* Na ação indenizatória propõe ou responde a Entidade (acionada) que o Órgão integrar.

DICA: Órgãos Públicos nunca poderão ingressar no judiciário com ações de procedimento comum,
pois este não possui personalidade jurídica.

Entidades:
Unidades de atuação dotadas de personalidade jurídica (pessoa jurídica estatal).

- União
- Estados
- DF
- Municípios
- Autarquia
- Empresas públicas
- Sociedades de economia mista

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Descentralização e Desconcentração

São técnicas de distribuição de competências:

 Descentralização - Competência atribuída às entidades.


Cria novas Pessoas Jurídicas.
- Administração Pública Indireta.
- Respondem judicialmente.
- Decorrem do princípio da especialização = cria-se uma nova entidade especializada no assunto
- Respeita-se o devido processo legal.
- Competência para criar é do Poder Legislativo.

 Desconcentração - Competência atribuída à órgão público.


Cria divisões internas na Pessoa Jurídica (Entidade).
- Não podem ser acionados perante o judiciário, com exceção dos que são dotados de capacidade
processual.

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Administração Pública Direta ou Administração Pública Indireta
Centralizada Descentralizada

Entidades Federativas (União, Estados, PJ’s autônomas (entidades )


Municípios, DF)

Ex: autarquias , fundações públicas, agências


+ reguladoras (Anatel), associações públicas,
empresas públicas (METRÔ).

Órgãos Internos

Ex: Estado + PE (Governador, Secretários)

União + PE (Ministérios)

Pessoas Jurídicas de Direito Público Pessoas Jurídicas de Direito Privado

Autarquias Empresas Públicas

Fundações Públicas (Procon) Sociedades de economia mista

Agências Reguladoras Subsidiárias

Associações Públicas Fundações Governamentais de D. Privado

Criadas por lei (ordinária) (lei autoriza + decreto regulamentando +


registro em cartório)

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 AUTARQUIAS
São pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei específica para exercícios de atividades típicas*
da Administração Pública. *(poder de polícia – fiscalizar; fomento – incentivo; serviços públicos)

- De serviço: Prestam algo a alguém. Ex: INSS, Ibama

- Corporativas: Conselhos de classe. Ex: CRM, CRO, CRN, CREA

Espécies: - Associativas: Associações públicas. Ex: APO, assistência a eventos corporativos (copa)

- Especiais: Agências reguladoras. Ex: Anatel, Ancine.

- Fundacionais: Fundações públicas. Ex: Procon, Funasa, FUNAI

- Geográficas: Territórios federais. *inexistem

Características:
Pessoa Jurídica de D. Público Ex: INSS , Bacen , Cade , Ibama

Criadas por Lei Específica Não precisam de registro em cartório.

Autonomia Patrimonial, Gerencial, Orçamentária. = capacidade de autogoverno.

Exerce ativ. típicas da Adm. Púb Fomento, serviços púb, poder de polícia .

Imunes a impostos Imunidade está no art. 150, §2° - CF

Execução por precatória Os bens das autarquias são públicos, por isso impenhoráveis = pagamento judicial somente
por ordem cronológica.

NUNCA UMA AUTARQUIA PODERÁ EXPLORAR ATIVIDADE ECONÔMICA!


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 FUNDAÇÕES PÚBLICAS

São pessoas jurídicas de direito público interno, pertencem à Administração Pública Indireta, e são
criadas por lei específica mediante a personificação de um patrimônio do Estado a uma dada finalidade
pública, que exerça atividades do interesse social de forma não lucrativa.

Tipos de Fundações Estatais:


 PJ de Dir. Público (fundação pública)
- São espécies de autarquias revestida das mesmas características jurídicas aplicáveis às entidades
autárquicas, podem exercer todas as atividades típicas da autarquia (poder de polícia, serviços, fomento).
- Seus servidores são nomeados de estatutários, pois tem o seu regime regido por estatuto.
Exemplos: FUNAI , Procon , Funasa , USP , Unesp , Unicamp -> Autarquias fundacionais.

 PJ de Dir. Privado (fundações governamentais de dir. privado)


- Não são criadas, mas são autorizadas por lei. (lei + decreto + registro em cartório)
- Os funcionários não são estatutários e sim empregados públicos (CLT).
Exemplo: Fundação Padre Anchieta (TV Cultura, rádio, TV Castelo RA-TIM-BUM)

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 AGENCIAS REGULADORAS

São autarquias com regime especial, possuindo todas as características jurídicas das autarquias
comuns, mas se diferenciam pela presença de duas peculiaridades em seu regime jurídico.

1) Dirigentes estáveis: os dirigentes são nomeados pelo chefe do poder executivo e são protegidos
de forma que não tenha um desligamento imotivado, esse somente se dará com o encerramento
do mandato, renúncia e sentença judicial transitado em julgado
2) Mandatos fixos: os dirigentes ficam no cargo por prazo determinado, sendo desligados
automaticamente após o encerramento do mandato – 3/4/5/6. (Servidores são estatutários)

Quarentena: período de 4 meses, contados do término do mandato, durante o qual o ex-dirigente


fica impedido de exercer a atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva
agência.
- O dirigente continua recebendo sua remuneração durante esse período.
- Só não pode atuar no setor que for deligado.
- Evita a prática de contratação do ex-dirigente para atuar contra o Estado através de empresas privadas.

o As agências possuem o intuito de fiscalizar e controlar a atuação de investidores privados que


passaram a exercer tarefas desempenhadas, antes da privatização, pelo próprio Estado.
o Possuem alto grau de especialização técnica no setor regulado.

Exemplos: Anatel, ANP, Anvisa, Anac , Aneel , Ancine.

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 EMPRESAS ESTATAIS
São pessoas jurídicas de direito privado que fazem parte da Administração Pública Indireta,
autorizadas por lei específica. (precisam de registro em cartório)

- Não podem falir, somente ser extintas.


- Empregados celetistas (CLT), por concurso.

Tipos:
 Empresas públicas
- Todo o capital é estatal.
ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos)
- A forma organizacional é livre. CEF (Caixa Econômica Federal – Banco da União)
BNDES (Banco Nacional de Des. Social – Banco de fomento)
- PJ de direito privado (são do Estado).

 Sociedade de economia mista


- Maioria do capital é estatal (ele manda). Petrobras
BB (Banco do Brasil)
- São sempre s/a. CET (só de SP)

- Subsidiárias são empresas estatais vinculadas a outras estatais. Como: Petrobrás possui como
subsidiárias a Transpetro e a BR distribuidora.
- Não é necessária uma nova autorização legislativa para cada subsidiária, basta uma autorização genérica na
lei da contoladora. Pam Fadelli
Poderes da Administração
São as principais competências da Adm. Pública:

- Regulamentar
- De polícia
- Vinculado
PODERES - Discricionário
- Hierárquico
- Disciplinar
*Normativo

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1°) PODER REGULAMENTAR (art. 84, IV E VI – CF)
É a competência dada ao Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos gerais e
abstratos (decretos/regulamentos) visando a fiel execução das leis.
- Forma - Detalham o conteúdo da lei.
do ato - Conteúdo do ato.
- Conjunto de normas que o decreto faz.

Os regulamentos são atos Adm. e por isso são inferiores a lei, nunca podem ultrapassar o limite das
matérias tratadas (lei) que ele regulamenta.

Tipos de regulamentos:
a) Executivo (art. 84, IV)
São os regulamentos comuns expedidos sobre matéria anteriormente disciplinada pela legislação
permitindo a fiel execução da lei. (indelegáveis)
b) De organização / Administrativos (art. 84, VI, a)
Disciplinam questões internas de estruturação e funcionamento da Administração Pública ou relações
jurídicas de sujeição especial do Poder Público perante particulares. (delegáveis)
- Não podem criar ou extinguir órgãos nem gerar despesas.
c) Autônomos ou independentes (art. 84, VI, b)
Podem tratar sobre temas não disciplinados pela legislação anterior na matéria, especialmente a
extinção de cargos ou funções públicas quando vagos.

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2°) PODER DE POLÍCIA (atividade)
São limitações estatais gerais (vale para todos) sobre o interesse privado, restringindo direitos
individuais, para proteção do interesse público.
DEVER-
Possui um ciclo e é dividido em etapas: PODER
a) Limitação (lei)
Sempre terá uma lei para regulamentar.
b) Consentimento (ato liberatório)
Alvará (forma) pode ser: uma licença (vinculada) – como para construir; ou uma autorização
(discricionária) – como o porte de arma.
c) Fiscalização (estatal)
d) Sanção (na lei que criou)
Se não cumprir será punido.

- Esse poder é sempre externo (atinge particulares).

*De acordo com a doutrina e o STF, o exercício desse poder é indelegável à particulares ou PJ’s de
direito privado.
Porém, podem ser delegadas à particulares atividades materiais de apoio ao poder de polícia.
Exemplos: Radares fotográficos, a empresa tira a foto e manda para o municio, que possui o poder
decisório.
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3°) PODER HIERÁRQUICO
Dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação
de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.

- É interno (somente sobre agentes e órgãos) e permanente (sem interrupção).


- Particulares e entes descentralizados não se sujeitam a hierarquia.

4°) PODER DISCIPLINAR


Possibilidade de a Administração aplicar punições (investigar infrações) aos agentes públicos e
contratados que cometam infrações.

- É um poder interno, não-permanente (eventual) e discricionário.

Ainda que acusado, possui garantias:


 Tipicidade da pena (prevista na lei)
 Devido processo (precisa ser instaurado o processo)
 Contraditório
 Ampla defesa
 Proporcionalidade da pena
*De acordo com o STF não é necessária defesa técnica (com advogado) em processo disciplinar.
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5°) PODER VINCULADO
Lei atribui determinada competência definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem
atribuir margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir.

- O agente reproduz os elementos legais sem avaliar conveniência e oportunidade da conduta (não analisa
o mérito).
- Ato vinculado pode ser anulado (se tiver defeitos), mas não revogado.

6°) PODER DISCRICIONÁRIO


A lei atribui certa competência à Administração Pública reservando uma margem de liberdade para
que o agente público, diante da situação concreta, possa selecionar entre as opções predefinidas qual a
mais apropriada para defender o interesse público.

- Resulta em atos discricionários (a competência é discricionária).


- A discricionariedade é uma liberdade limitada pela lei, diferentemente de arbitrariedade que é uma
atuação fora da lei.
*Limites são: finalidade, motivação, razoabilidade e proporcionalidade.
- Os atos podem ser anulados (dentro de 5 anos) e revogados (sem prazo).
*A revogação somente pode ocorrer surgindo um fato superveniente que altere a conveniência e a
oportunidade na permanência (não basta a mera alegação de interesse público).
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Atos Administrativos
São os atos jurídicos praticados no exercício da função administrativa.
Exemplos: Multa de trânsito, certidão, atestado, licença, alvará, autorização, demissão e permissão de uso.

Atributos do ato:
LEITE
a) Presunção de Legitimidade (todos os atos)
Até prova em contrário o ato é considerado válido e seu motivo verdadeiro. (chamada presunção
relativa)
b) Imperatividade (maioria dos atos)
A maioria dos atos cria unilateralmente deveres ao destinatário, mesmo contra a vontade deste. Como
a ordem de proibido estacionar (normativo), independe da concordância do motorista.
c) Exigibilidade (maioria dos atos)
A própria Administração pode punir quem descumpre suas ordens – sanções administrativas. Sem
necessidade de autorização judicial! Como: se não cumprida a placa de proibido estacionar gera uma
multa.
d) (Auto-) executoriedade (poucos)
Alguns atos permitem que a Administração use a força física (coerção direta), se for preciso, para
desfazer situação contrária ao interesse público. Sem necessidade de autorização judicial. Como: RAPA.
e) Tipicidade
Cada ato só pode ser praticado nas situações especificamente previstas em lei. Como: se a remoção
de servidor público for usada para punição será nula. *NÃO se admite ato adm. inominado.
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REQUISITOS DO ATO
O art. 2° da Lei 4.717/65 (Lei da ação popular – LAP) define 5 requisitos de validade do ato.

1. Sujeito competente – Analisa se o ato foi praticado pelo servidor competente (a competência
sempre decorre de norma expressa – CF, lei ou ato)
- usurpação: quando o ato é praticado por alguém que não é agente público (art. 328, CP). *São inexistentes.
- funcionário de fato: indivíduo que está no serviço público, mas com um vício na investidura. *boa-fé ou não.
- Incompetência: ato é praticado por servidor sem habilitação legal para a conduta. (defeito convalidável = anulabilidade)

2. Objeto – Conteúdo do ato, a ordem que ele determina (deve ser licito, possível e determinado).
Exemplo: Conteúdo da multa de transito é a “ordem pague x”.

3. Forma – Modo de exteriorização do ato. (escrita, símbolos, gestos, verbais, silvos de apitos)
- Meras irregularidades (não prejudica a substância do ato). Ex.: erro no nome do ato; pedido de férias publicado com
erro na digitação do nome do agente.
- Descumprimento da forma - nulidade grave.

4. Motivo* - Situação de fato que autoriza a prática do ato.

5. Finalidade – Todo ato deve ser praticado na defesa do interesse público.


Aspecto específico: cada tipo de ato deve ser praticado visando o fim específico daquele ato, nos termos da legislação.
- Desvio de finalidade, de poder ou tresdestinação ilícita (benefício pessoal ou favorecer amigos).

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EXTINÇÃO DO ATO

a) Termo final – Quando acaba o prazo e a duração do ato.

b) Exaurimento do conteúdo – O ato se extingue depois de produzir todos seus efeitos.

c) Cassação – Extinção do ato quando o destinatário deixa de preencher condição necessária para
permanência do ato.
Exemplo: Cassação de licença porque o requerente construiu prédio diferente do que o ato previu.

d) Anulação ou invalidação – Extinção de um ato por causa de ilegalidade (defeito – vício) podendo
ser realizada pela Administração ou Judiciário, com efeitos retroativos (ex tunc) e prazo de 5 anos.

e) Revogação – Extinção de ato discricionário (não de vinculado), válido e eficaz, por razões de
interesse público, só podendo ser praticada pela Administração e com efeitos não retroativos (ex
nunc).

o Vinculados: são aqueles praticados sem margem de liberdade, pois a lei define de antemão todos os seus
aspectos. Ex. aposentadoria compulsória e lançamento tributário.

o Discricionários: são aqueles praticados com certa margem de liberdade, conferida pela lei para que o agente decida, diante
do caso concreto, qual a melhor maneira de atingir o interesse público (conveniência e oportunidade). Também
deve ser motivado e se sujeita a controle judicial. Ex.: decreto expropriatório.
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Bens Públicos
Segundo o art. 98 do CC: “Bens públicos são os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem”.

- Para a doutrina também são bens públicos aqueles afetados à prestação de um serviço público,
indispensáveis para garantir a continuidade desse. (pertencentes as PJ’s de direito público) Como os
trens do METRO.

Espécies de bens públicos (art. 99, CC)


 Uso comum do povo
São aqueles destinados para um uso múltiplo (diversas destinações, sem perder sua natureza)
Exemplos: Ruas, calçadas (município), praças, praias (União), florestas, meio ambiente.
 Uso especial
Aqueles que possuem uma destinação determinada.
Exemplos: Escola pública, prédio da repartição pública (TJ), cemitérios públicos.
 Dominicais
Aqueles sem nenhuma destinação.
Exemplos: Terrenos abandonados, viaturas policiais sem uso, terras devolutas.
Pam Fadelli
Atributos de bens públicos

a) Inalienabilidade
Não podem ser vendidos livremente.
Exceto: os dominicais e os desafetados (transformados em dominicais pela natureza), por
licitações.
b) Impenhorabilidade
Nenhum bem público pode ser penhorado. (Precatórios – art. 100, CF)
c) Imprescritibilidade
Não estão submetidos à possibilidade de prescrição aquisitiva (usucapião).
d) Não-oneração
Nunca podem ser dados como garantias de dívidas.
Exemplo: Hipoteca -> nunca pode.

Pam Fadelli

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