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O LOUVOR NA IGREJA

por Luciano Subirá

A RAZÃO DE NOSSA EXISTÊNCIA

Fomos criados para o louvor e glória do Pai celeste. A Bíblia nos ensina isto com clareza.
Escrevendo aos efésios, Paulo declara que Deus nos destinou de antemão para sermos
filhos de adoção “para louvor e glória de sua graça” (Ef.1:5,6). O apóstolo Pedro diz em
sua primeira carta que somos povo adquirido, “para anunciar as grandezas daquele que
nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2:9). Em outras palavras, a
Bíblia diz que EXISTIMOS PARA LOUVAR A DEUS. Tudo o que fazemos deve glorificar ao Senhor
(I Co. 10:31). O livro de Salmos contém numerosas menções de uma vida de contínuo
louvor, que deve ser praticada por cada cristão.

Jesus Cristo disse que Deus Pai procura adoradores que o adoram em espírito e em
verdade (Jo.4:23,24). Há algo grandioso no louvor e adoração; é que além de
provarmos da intimidade com Deus, estamos cumprindo o propósito da nossa existência.

NÍVEIS DE EXPRESSÃO

Do ponto de vista da vida da igreja, o louvor e a adoração tem três níveis de expressão:
pessoal, na célula e no culto. É importante destacar estes diferentes níveis porque tem
diferentes princípios. Em casa, a sós com Deus, alguém pode até rolar pelo chão por
estar sozinho; já num culto público não deverá fazê-lo, pois a Bíblia nos manda proceder
com sabedoria para com os que são de fora e não os escandalizar (Cl. 4:5). No culto,
com toda igreja reunida temos os músicos (cantores e instrumentistas) que
proporcionam uma beleza e qualidade técnica melhor do que numa célula onde talvez
não haja músico algum. Nas casas, seja no louvor pessoal ou da célula, não primamos
pela técnica, mas sim pela sinceridade e liberdade; já no culto público a técnica se torna
um requisito para que alguém componha a equipe de instrumentalistas e vocalistas,
além, é lógico, da unção do Espírito.

AS PRÁTICAS

Seguimos o ensino bíblico nas nossas práticas, louvando ao Senhor com diversas
expressões (físicas e espirituais):

• Cânticos – Sl.96:2 – Ef.5:19 – I Co.14:15 – Tg.5:13


• Mãos Levantadas – Sl.63:4 – Sl.88:9 – Sl.141:2 – Sl.143:6
• Palmas – Sl.47:1,5
• Danças – II Sm.6:14 – Sl.150:4
• Vivas de Júbilo – Sl.89:15 – Sl.66:1 – Sl.98:4 (ACLAMAR = aplaudir ou
aprovar por meio de brados)
• Instrumentos musicais diversos – Sl.150:1-6
• Prostrar-se – II Cr.5:12;7:6

OS CÂNTICOS

Só adotamos o uso de cânticos que realmente estejam em harmonia com a Palavra de


Deus e que possam ser facilmente aprendidos e cantados pela congregação.

Fora estes, damos lugar também aos cânticos espontâneos e pelo Espírito Santo no
momento da adoração, que entendemos ser o que a Bíblia denomina de “cânticos
espirituais”.

CÂNTICOS ESPIRITUAIS

Ao usar o termo cântico espiritual, a Bíblia não quer dizer que outros cânticos como
salmos e hinos não sejam espirituais, mas que há uma manifestação espiritual mais
intensa neste tipo de cântico. Um hino pode ser cantado para Deus com a mente, por ser
lido, e isto também faz parte do louvor a Deus; Paulo disse: “...cantarei com o espírito,
mas também cantarei com a mente” (I Co.14:15). Porém, cantar com o espírito significa
deixar nosso espírito sob a inspiração do Espírito Santo fluir em cântico espontâneos e
não premeditados.

Os cânticos espirituais podem se manifestar de duas formas:

1. Cântico ao Senhor – nós o louvamos, é dirigido a Deus.


2. Cântico do Senhor – profético, Deus falando com a Igreja. Assim como o
falar em línguas, pode ser falado e/ou cantado, também a profecia pode ser
falada ou cantada. I Crônicas 25:1 fala dos levitas “profetizando” com a música.
Muitos salmos (cânticos) de Davi são proféticos.

Devemos praticar o cântico espiritual ao Senhor mais na vida privada e diária de


adoração, onde com toda liberdade e intimidade expressamos nosso amor e gratidão ao
Senhor. E visto que ele é unicamente dirigido a Deus, é desnecessário praticá-lo em
público, a menos que seja entre nós mesmos e Deus; num culto público, a igreja toda
pode ter um período de cânticos espirituais onde cada um entoa seu próprio cântico
espontâneo ao Senhor.

Porém, a outra forma de cântico espiritual, que denominamos o cântico do Senhor, é


dirigido aos irmãos para o ensino, consolação e admoestação deles (Cl.3:16); portanto
deve ser praticado em público. Contudo, como toda manifestação espiritual deve ser
julgada (I Co.14:29), é necessário a concordância e consentimento do que está à frente
da reunião; se for na célula, é o líder ou seu auxiliar que o substitui; se for em público,
deve passar antes por um dos presbíteros.

A EQUIPE DE MÚSICOS

O ministério de louvor e adoração através da música, foi inserido na vida do templo


através do rei Davi, que dividia os levitas músicos em equipes que obedeciam turnos e o
louvor era praticado continuamente.

Com o tempo, Israel foi perdendo este modelo que o rei Davi instituiu, até quase se
extinguir. Mas nos dias do Novo Testamento os apóstolos reconheceram que Deus
haveria de restaurar o tabernáculo de Davi, que estava caído (At.15:15-18). Portanto,
entendemos que mesmo nestes nossos dias da Nova Aliança, os padrões estabelecidos
por Davi para a equipe dos músicos devem ser resgatados e praticados.

Os critérios que Davi estabeleceu foram:

1. Perícia (I Cr.25:7) – cada um deve servir a Deus de acordo com os dons e


talentos que o Senhor concede. Se a pessoa não for capacitada com talento
musical deve se conscientizar que terá que servir ao Senhor em outra área. O
fato de ser um adorador ardente e bem motivado em servir ao Senhor na área da
música não faz de ninguém uma pessoa capacitada; ela deve ter perícia ou não
poderá permanecer na equipe. I Crônicas 16:41 mostra que havia escolha,
seleção para os que comporiam este ministério.
2. Ser Constituído. (I Cr.15:16 e 16:41,42). Observe os termos “constituídos”,
“designados” e “responsáveis”. Eles indicam que há autoridade e liderança neste
ministério, e que os líderes deveriam RECONHECER e CONFIRMAR os músicos
(cantores e instrumentistas).

O ministério da música na igreja tem um líder sob toda a equipe, que por sua vez é
acompanhado e liderado por um dos presbíteros. Tanto o líder como o pastor devem
reconhecer e estabelecer (ou destituir) um músico na equipe.

A adoração na vida pública da Igreja deve ser uma extensão de uma vida pessoal de
adoração e compromisso com Cristo na vida do músico. Havendo qualquer fato ocorrido
que comprometa o seu testemunho, o músico estará sujeito à disciplina, que pode variar
de uma suspensão temporária a uma exclusão.

Sendo que grande parte do culto público destaca o ministério da música, espera-se que
os membros desta equipe sejam exemplo para a igreja.

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