Você está na página 1de 122

Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

UCM-FEG Pág. 1
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Introdução

O presente manual, foi elaborado com o objectivo de dar aos estudantes do


Programa de Licenciatura em Economia e Gestão, ferramentas importantes na
elaboração da sua dissertação.

O manual esta estruturado basicamente em três grupos, nomeadamente: Projecto


de Dissertação, Estrutura da Dissertação e finalmente Citações e Referencias
Bibliográficas.

O curso de Metodologia de Pesquisa tem como objectivo principal capacitar os


estudantes com ferramentas e técnicas de pesquisa, que possibilite a elaboração da
Dissertação segundo os padrões definidos pela faculdade de Economia e Gestão da
UCM.

No entanto, será providenciado material adicional durante o curso, relacionado


particularmente com técnicas de elaboração do questionário e análise estatísticas de
dados.

UCM-FEG Pág. 2
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

ÍNDICE

CAPÍTULO 1: METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA .............................. 6


1.1 Objectivos da Pesquisa........................................................................... 6
1.2 Por que se faz pesquisa? ........................................................................ 7
1.3 Qualidades pessoais do pesquisador......................................................... 7
1.4 Procedimentos Didácticos ....................................................................... 8
1.5 Defeitos a serem evitados....................................................................... 9
1.6 Procedimentos Metodológico ..................................................................10
1.7 Tipo de pesquisa ..................................................................................10
1.8 Método ...............................................................................................12

CAPÍTULO 2: PROJECTO DE PESQUISA ....................................................... 15


2.1 Introdução ..........................................................................................15
2.2 Pressupostos Básicos ............................................................................15
2.3 Estrutura.............................................................................................15
2.4 Qual é o primeiro passo de um projecto de pesquisa? ................................15
2.5 O processo de compilação de um projecto de pesquisa ..............................17
2.6 Elementos Pré-Textuais:........................................................................20
2.7 Elementos textuais ...............................................................................22
2.8 Elementos Pós-Textuais ........................................................................31
2.9 Como Melhorar o Seu Texto ...................................................................32

CAPÍTULO 3: DISSERTAÇÃO ....................................................................... 33


3.1 Introdução ..........................................................................................33
3.2 Redacção e Linguagem..........................................................................33
3.3 Formato ..............................................................................................33
3.4 Termos Estrangeiros .............................................................................33
3.5 Numerais ............................................................................................33
3.6 Tipos e Corpos .....................................................................................34
3.7 Margens..............................................................................................34
3.8 Espaçamento .......................................................................................35
3.9 Indicativos de Secção ...........................................................................35
3.10 Paginação..........................................................................................35
3.11 Abreviaturas e Siglas ..........................................................................35
3.12 Ilustrações ........................................................................................36
3.13 Título ................................................................................................37
3.14 Elementos Pré-Textuais .......................................................................38
3.15 Elementos Textuais.............................................................................47
3.16 Elementos Pós-Textuais.......................................................................54
3.17 Ordem dos Elementos .........................................................................55

UCM-FEG Pág. 3
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 4: CITAÇÕES.............................................................................. 56
4.1 Introdução ..........................................................................................56
4.2. Plágio ................................................................................................56
4.3 Citação de Referência no texto ...............................................................58
4.4 Localização..........................................................................................58
4.5 Componentes de uma citação.................................................................58
4.6 Tipos de Citações .................................................................................59
4.7 Sistema de Chamada ............................................................................61
4.8 Citação de material escrito ....................................................................62
4.9 Citação de uma comunicação directa .......................................................67
4.10 Citação de material da Internet (ou WWW - World Wide Web)...................67

CAPÍTULO 5: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................... 71


5.1 Introdução ..........................................................................................71
5.2 Elementos de uma Referência ................................................................71
5.3 Categorias de diferentes tipos de fontes ..................................................72
5.4 Autoria ...............................................................................................73
5.5 Autor Pessoal.......................................................................................74
5.6 Autor Entidade .....................................................................................75
5.7. Título.................................................................................................77
5.8 Edição ................................................................................................78
5.9 Local ..................................................................................................78
5.10 Editora..............................................................................................78
5.11 Número de página ..............................................................................79
5.12 Data .................................................................................................80
5.13 Volume .............................................................................................80
5.13 Livros, Relatórios etc. considerados no todo ...........................................81
5.14 Capítulos de livros, Relatórios, etc.........................................................81
5.15 Trabalhos apresentados em eventos científicos .......................................82
5.16 Dissertações e Teses ...........................................................................82
5.17 Publicações periódicas, jornais ou revistas..............................................83
5.18 Referências legislativas........................................................................84
5.19 Publicações ou Documentos retirados da Internet....................................84
5.20 Apresentação das Referências ..............................................................86
5.21 Notas de Rodapé ................................................................................88

CAPÍTULO 6: TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS ................. 90


6.1 Erros em um Processo de Pesquisa .........................................................90
6.2 O que deve ser evitado na elaboração do questionário:..............................92
6.3 Algumas sugestões na elaboração do questionário: ...................................92
6.4 Etapas de Elaboração de um Questionário ................................................93
6.5 Decisões sobre o conteúdo das perguntas ................................................95
6.6 Decisões sobre o formato das respostas ..................................................97

UCM-FEG Pág. 4
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

6.7 Decisões sobre a Formulação das Perguntas........................................... 101


6.8 Decisões sobre a sequência das perguntas ............................................. 104
6.9 Decisões sobre a apresentação e o lay-out do questionário (características
físicas) ................................................................................................... 105
6.10 Decisões quanto ao Teste Piloto.......................................................... 106
6.11 Codificação do Questionário ............................................................... 108
6.12 Verificação dos Dados ....................................................................... 108
6.13 Conclusões ...................................................................................... 109

CAPÍTULO 7: TAMANHO DA AMOSTRA E REVISÃO ESTATÍSTICA ...............110


7.
7.11 Calculo de Tamanho da Amostra........................................................... 110
7.
7.22 Tipos de Amostragens......................................................................... 112
7.3 Revisão e Análise Estatística ................................................................ 118

UCM-FEG Pág. 5
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 1: METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA

O QUE É?

A pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas


principais gerar novo conhecimento e/ou colaborar ou refutar algum conhecimento
pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a
realiza quanto da sociedade, na qual esta se desenvolve.
Para poder ser chamada de científica, a pesquisa deve obedecer aos rigores que
impõe o método científico.

A definição de pesquisa varia de acordo com os autores:


a) A pesquisa é um trabalho capaz de avançar o conhecimento (GOLDENBERG,
1993).
b) Descobrir algo que ainda não foi dito (ECO,1989).
c) A realização concreta de uma investigação planeada, desenvolvida e redigida
de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência.
(VASCONCELOS, G. & SOUSA, 1998)

1.1 Objectivos da Pesquisa


Como ferramenta para adquirir conhecimentos, a pesquisa pode ter os seguintes
objectivos: resolver problemas específicos, gerar teorias ou avaliar teorias
existentes.

a) Pesquisas para resolver problemas


É geralmente dirigida para resolver problemas práticos. Por exemplo, uma indústria
pretende saber o efeito da música na produtividade dos trabalhadores, no campo da
educação, pesquisas dirigidas para detectar a eficiência de diversos métodos de
ensino, entre outros.
A maior parte dessas pesquisas, o pesquisador está interessado em descobrir a
resposta para um problema ou descrever um fenómeno da melhor forma possível.

b) Pesquisa para formular teorias


O desenvolvimento das Ciências Sociais é recente, portanto existe uma quantidade
de pesquisas de natureza exploratória. Em muitos casos, os pesquisadores estudam

UCM-FEG Pág. 6
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

um problema cujos pressupostos teóricos não estão claros ou são difíceis de


encontrar. Por exemplo que tipo de relação existe entre Desemprego e Inflação.

c) Pesquisa para testar teorias


Quando as teorias estiverem claramente formuladas, serão testadas e confirmadas
repetidas vezes, dispondo assim de informação empírica consistente. Exemplo:
estudo empírico de algumas teorias Económicas com modelos econométricos.

1.2 Por que se faz pesquisa?


Há muitas razões que determinam a realização de uma pesquisa. Estas podem no
entanto, ser classificadas em dois grandes grupos:
Razões de ordem intelectual (puras): decorrem do desejo de conhecer pela
própria satisfação de conhecer.
Razões de ordem prática (aplicadas): decorrem do desejo de conhecer com
vista a fazer algo de maneira mais eficiente.
Esses dois tipos de pesquisas não podem ser tratadas como se fossem mutuamente
exclusivas. Pois, uma pesquisa sobre problemas práticos e pode conduzir à
descoberta de princípios científicos. Da mesma forma, uma pesquisa pura pode
fornecer conhecimentos passíveis de aplicação prática imediata.

1.3 Qualidades pessoais do pesquisador


O êxito de uma pesquisa depende de certas qualidades intelectuais e sociais do
pesquisador, dentre as quais estão:
conhecimento do assunto a ser pesquisado;
curiosidade;
criatividade.
integridade intelectual;
atitude auto-correctiva;
sensibilidade social;
imaginação disciplinada;
perseverança e paciência;
ética;
confiança na experiência.

UCM-FEG Pág. 7
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Qualquer empreendimento de pesquisa, para ser bem sucedido, deverá levar em


consideração o problema dos recursos disponíveis. O pesquisador deve ter a noção
de tempo a ser utilizado na pesquisa e valorizá-lo. Deve prover-se de equipamentos
e materiais necessários ao desenvolvimento da pesquisa. Deve estar atento aos
gastos decorrentes da remuneração dos serviços prestados por outras pessoas. Em
outras palavras, o pesquisador precisa elaborar um Projecto de Pesquisa.

1.4 Procedimentos Didácticos


Na elaboração da pesquisa é necessário ter em consideração os seguintes
procedimentos:

1. Leitura
Ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A maior parte dos conhecimentos
é obtida através da leitura, que possibilita não só a ampliação, como também
o aprofundamento do saber em determinado campo cultural ou científico.

2. Importância da Leitura
A leitura constitui-se em um dos factores decisivos do estudo e imprescindível
em qualquer tipo de investigação científica. Favorece a obtenção de
informações e propicia a ampliação de conhecimentos.

3. O que se Deve Ler


O primeiro passo na busca de material para leitura, comum a todos os
leitores, consiste na identificação do texto que se tem pela frente. Deve-se
ler:
a. O título pois ele estabelece o assunto;
b. A data da publicação - para certificar a sua actualização ou aceitação;
c. O índice ou sumário - para se ter uma ideia da divisão e tópicos
abordados;
d. A introdução ou prefácio - procurando encontrar indícios de
metodologia e os objectivos do autor;
e. A bibliografia - tendo em vista as obras consultadas.

Em geral esta abordagem aplica-se não só aos livros, mas também aos relatórios e
trabalhos de pesquisas encontrados na Internet.

UCM-FEG Pág. 8
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

4. Como se deve Ler


Para que a leitura tenha um resultado satisfatório, algumas considerações
devem ser levadas em conta:

a. Atenção – aplicação cuidadosa da mente ou espírito em determinado


objectivo;
b. Intenção – interesse ou propósito;
c. Reflexão – consideração e ponderação sobre o que lê, observando todos os
ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e
relações;
d. Espírito Crítico – implica julgamento, comparação, aprovação ou não,
aceitação ou refutamento das colocações e pontos de vistas;
e. Análise – divisão do tema no maior número de partes possível, suas relações
e sua organização;
f. Síntese – resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado o secundário,
mas dentro de uma sequência lógica;
g. Velocidade – certo grau de velocidade, mas com eficiência, uma vez que os
estudantes devem ler uma quantidade razoável de obras e documentos.

1.5 Defeitos a serem evitados


Além de se observarem os requisitos necessários para que a leitura se torne
proveitosa, deve-se também procurar evitar algumas atitudes. Entre elas estão:

a. Dispersão de Espírito – falta de concentração, deixando a imaginação


divagar de um lado para outro;
b. Inconstância – Trabalho intelectual sem devida perseverança;
c. Passividade – leitura passiva, sem trabalho da mente, sem reflexão,
discussão, etc
d. Excessivo espírito Crítico – preocupação exagerada em censurar, criticar
ou refutar.
e. Preguiça – sem a compreensão da terminologia específica, nem sempre se
pode entender.
f. Deslealdade – distorção do pensamento do autor. Quando há má fé ou se
falsificam as ideias contidas no texto.

UCM-FEG Pág. 9
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

1.6 Procedimentos Metodológico


Os procedimentos metodológicos respondem: Como? Com quê? Onde?
A metodologia da pesquisa num planeamento deve ser entendida como o conjunto
detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao
longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objectivos inicialmente
propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez,
maior eficácia e mais confiabilidade de informação (BARRETO; HONORATO, 1998).
Segundo VENTURA (2002, p.76-77), são incontáveis e absolutamente diversas as
classificações da metodologia que se pode encontrar na literatura especializada.

1.7 Tipo de pesquisa

1.7.1 Quanto aos objectivos

Segundo GIL (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objectivos, pode ser
classificada da seguinte forma:

a) Pesquisa exploratória: Esta pesquisa tem como objectivo


proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa
bibliográfica e estudo de caso.

b) Pesquisa descritiva: Tem como objectivo primordial a descrição das


características de determinadas populações ou fenómenos. Uma de suas
características está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática.
Destacam-se também na pesquisa descritiva aquelas que visam descrever
características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição
de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades,
levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.
Também são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir a existência de
associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam
a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores.

UCM-FEG Pág. 10
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

c) Pesquisa explicativa: A preocupação central é identificar os factores


que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos. É o tipo que
mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das
coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado.

1.7.2 Quanto aos procedimentos técnicos

Segundo GIL (2002), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode
ser classificada da seguinte forma:

a) Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida com base em material já


elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos e textos retirados
da Internet.
b) Pesquisa documental: É muito parecida com a bibliográfica. A
diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não
receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser re-elaborados de
acordo com os objectos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira
mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem
também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras
interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.

c) Pesquisa experimental: quando se determina um objecto de estudo,


selecciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas
de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objecto.

d) Levantamento: é a interrogação directa das pessoas cujo


comportamento se deseja conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um
grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida,
mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados
colectados.
Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo
pesquisado, tem-se um censo.

e) Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade


específica. É basicamente realizada por meio da observação directa das actividades

UCM-FEG Pág. 11
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e


interpretações do ocorre naquela realidade.
Para VENTURA (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção,
pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que
serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão
colectados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.

f) Estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou


poucos objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
Caracterizado por ser um estudo intensivo. É levada em consideração,
principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os
aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo podem até aparecer
relações que de outra forma não seriam descobertas (FACHIN, 2001, p. 42).

g) Pesquisa - acção: um tipo de pesquisa com base empírica que é


concebida e realizada em estreita associação com uma acção ou com a resolução de
um problema colectivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo
(THIOLLENT, 1986, p.14).

1.8 Método

O método, segundo GARCIA (1998, p.44), representa um procedimento racional e


ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica
utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho
(significado etimológico de método) e alcançar os objectivos preestabelecidos no
planeamento da pesquisa (projecto).
Segundo LAKATOS e MARCONI (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos
em métodos de abordagem e métodos de procedimentos.

1.8.1 Métodos de abordagem

a) Dedutivo: Parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de


fenómenos particulares.

UCM-FEG Pág. 12
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

b) Indutivo: O estudo ou abordagem dos fenómenos caminha para


planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e
teorias mais gerais.

c) Hipotético-dedutivo: que se inicia pela percepção de uma lacuna nos


conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a
ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese.

d) Dialéctico: que penetra o mundo dos fenómenos através de sua


acção recíproca, da contradição inerente ao fenómeno e da mudança dialéctica que
ocorre na natureza e na sociedade.

1.8.2 Método de procedimento

a) Histórico: Parte do princípio de que as actuais formas de vida e de


agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é
importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.

b) Monográfico: Para LAKATOS e MARCONI (1996, p. 151) é “[...] um


estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e
que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em
profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que
se destina”.

c) Comparativo: Consiste em investigar coisas ou factos e explicá-los


segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo
aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área
do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos.
Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das
ciências, principalmente nas ciências sociais. Esta utilização deve-se pela
possibilidade que o estudo oferece de trabalhar com grandes agrupamentos
humanos em universos populacionais diferentes e até distanciados pelo espaço
geográfico. (FACHIN, 2001, p.37).

d) Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça,


religião, cultura...

UCM-FEG Pág. 13
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

e) Estatístico: Método que implica em números, percentuais, análises


estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa.
Para FACHIN (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de
procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no
estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de
correlação entre dois ou mais fenómenos. Para o emprego desse método,
necessariamente o pesquisador deve ter conhecimentos das noções básicas de
estatística e saber como aplicá-las.
O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e amostra.

UCM-FEG Pág. 14
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 2: PROJECTO DE PESQUISA

2.1 Introdução
O projecto de pesquisa é um plano de trabalho que se pretende realizar e nele
procuramos responder a uma série de perguntas, tais como: o que iremos fazer,
como, quando, onde, dentre outras perguntas. São as respostas a perguntas como
essas que constituem os “ingredientes” básicos de um projecto de pesquisa. É
importante ter em mente que os ingredientes e a forma como são ordenados, variam
conforme as características de cada projecto.

2.2 Pressupostos Básicos


O primeiro passo para escrever uma dissertação é a compilação e submissão do
projecto de pesquisa no qual o estudante propõe as bases para a sua pesquisa. O
objectivo de escrever um projecto de pesquisa é de ajudar aos estudantes a focalizar
e definir planos para a sua pesquisa. Estes planos não são estáticos e podem sofrer
alterações ao longo da pesquisa. Para além de constituir um dos requisitos
necessários para aprovação e prosseguimento da dissertação.

2.3 Estrutura
O projecto de pesquisa é um texto geralmente de 10 a 20 páginas 1 em que o tema
é apresentado e justificado. Todos os projectos consistem nos mesmos elementos,
independentemente do tipo ou do tema. Uma proposta deve conter o que será
investigado (o tema), introdução ao tópico, os objectivos (gerais e específicos),
(definição) a formulação do problema, porquê especificamente este tema
(justificação), literatura básica (justificação e contexto do estudo), as hipóteses de
pesquisa e como ela será implementada (metodologia). O projecto deve ter uma
estrutura lógica para que seja facilmente percebida pelos leitores e também deve ser
clara e convincente.

2.4 Qual é o primeiro passo de um projecto de pesquisa?


O primeiro passo é sem dúvida a escolha do tema. Em seguida é necessário escrever
as secções sobre objectivos, justificação (“historial”) e quadro teórico (“delimitação
teórica”). Os objectivos e a teoria indicam as suas prioridades e limitam a sua
investigação.

1
Contando com a capa, índice e referencia bibliográfica.

UCM-FEG Pág. 15
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Baseado nos objectivos, a justificação e a teoria, é possível formular a definição do


problema. É necessário que a definição do problema seja bem feita pois a secção
seguinte que contém as hipóteses, deverá seguir logicamente os seus objectivos e a
definição do problema.

O resto da proposta de tese é dedicada à operacionalização das hipóteses de modo a


indicar que métodos serão usados para responder às perguntas gerais e específicas.
O último passo consiste em apresentar um plano de actividades. Para finalizar o
projecto, faz-se a referência bibliográfica, listando a literatura citada no texto.

Embora possam haver diferenças entre os elementos que constituem o projecto de


pesquisa entre as universidades, pois cada uma delas tenta estabelecer um padrão a
ser seguido 2 .Pode-se afirmar que a essência básica é sempre mantida, havendo
apenas pequenas diferenças entre um projecto e outro. Para o nosso curso de
licenciatura a seguinte proposta será considerada como padrão:

Elementos Pré-Textuais
1. Capa;
2. Índice;

Elementos Textuais
Capítulo 1:Introdução
1.1Justificativa;
1.2Definição do Problema;
1.3Objectivo do Estudo;
1.4Hipóteses;
1.5Resultados Esperados;
1.6Organização da Tese.

Capítulo 2: Revisão da Literatura


Revisão da literatura teórica e empírica

Capítulo 3: Metodologia
Metodologia (desenho da pesquisa).

2
Pois geralmente varia de acordo com a área da ciência.

UCM-FEG Pág. 16
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Elementos Pós Textuais


Plano de Actividades;
Referências.

2.5 O processo de compilação de um projecto de pesquisa

2.5.1 Introdução
Tendo já abordado de uma forma superficial os elementos que constituem um
projecto de pesquisa, há uma necessidade de aprofundar como poderemos tratar
cada um dos elementos descritos no projecto de pesquisa.
Geralmente, o processo de compilação do projecto de pesquisa consiste em três (3)
passos. O primeiro consiste na procura de informação (onde o autor deverá ler,
reflectir e discutir sobre o assunto como também formular perguntas a cerca do
tópico). O segundo passo deve ser a formulação da estrutura e os diferentes
componentes que deverão ser contidos na proposta. O último passo consiste na
revisão e edição do projecto de pesquisa.

É importante ter em conta que compilar um projecto de pesquisa é um processo


muito interactivo. Muitas vezes será necessário começar de novo e incluir novas
discussões com colegas e supervisores, novas literaturas e por fim reformular e
reorganizar o texto. Neste processo os parágrafos podem ser rescritos várias vezes.

2.5.2 Tentativa de Formulação do Tema da Dissertação


Esta é provavelmente, uma das questões mais difíceis para um pesquisador iniciante.
Um bom começo, portanto, é conhecer o que outros já fizeram, visitando bibliotecas
onde seja possível encontrar monografias de conclusão de curso, dissertações de
mestrado e teses de doutorado. Tais trabalhos podem servir como fonte de
inspiração, além de familiarizar o aluno com os aspectos formais, teóricos e
metodológicos do trabalho científico.

Geralmente os estudantes têm uma ideia vaga daquilo que gostariam de pesquisar.
O processo de compilação começa com uma ideia geral, um problema, pergunta
vaga ou um tema vasto. A questão é o que fazer para concretizar este
problema ou ideia?

UCM-FEG Pág. 17
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

É importante notar que a formulação do tema da dissertação começa com o seu


interesse em determinado assunto possivelmente relacionado à situações ou
fenómenos reais da vida.
Após escolher o tema procure verificar se ele contempla os seguintes critérios:

O tema deve ser do seu interesse, proporcionando-lhe uma experiência


gratificante, além, é claro de contribuir para a literatura na área estudada;
O tema deve ser adequado, tanto à sua formação, quanto ao tempo, recursos
e energia que você poderá dedicar a essa pesquisa;
O tema deve ser suficientemente documentado. Isto é, o material
bibliográfico pertinente deve ser suficiente, facilmente identificável, disponível
e, sobretudo, deve permitir uma rápida “varredura”.

Depois de ter desenvolvido algumas ideias a cerca do tema, é muito importante


descobrir factores relacionados ao tópico em causa. Neste caso o investigador deverá
ter o cuidado de delimitar a área em estudo. Se não houver literatura cientifica capaz
de sustentar as questões relativas ao tema em estudo, então este não é o mais
recomendado.

Depois de anotar este tema ou ideia geral em palavras chaves, o estudante pode
anotar tudo que necessita saber a cerca do tema. Escreve um texto tipo chuva de
ideias 3 sobre o que acha interessante do problema, que dimensão poderá o tema
assumir, que objectivos se pretende alcançar com a pesquisa e onde gostaria de
executar a pesquisa. Depois de ter tudo anotado em forma de chuvas de ideias,
tente formular o seu interesse sob forma duma pergunta principal. Este exercício
poderá ajudar aos estudantes a decidir melhor sobre o provável tema da tese.

Esta é sem dúvida a primeira tarefa de um pesquisador, pois com a escolha do tema
já é meio caminho andado.

3
Esta metodologia é também conhecida como Brain Storming

UCM-FEG Pág. 18
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Figura 1: A Chuva de Ideias

Efectuar
Definir o Pesquisas Efectuar
Problema Perguntas

Chuva de ideias

Explorar as Examinar as
Evidências Identificar as Tendências
Hipóteses

Faça perguntas como: Onde, Como, Quando, etc. Depois da discussão sobre o texto
com o supervisor, alguma literatura deve ser consultada para melhorar a formulação
do tema da tese.

Se o trabalho for empírico então a existência de dados é muito importante para o


sucesso do mesmo. Se o pesquisador primeiro desenvolve a ideia e depois começa a
procurar os dados, é provável que não existam dados apropriados, ou que muitas
suposições são necessárias para relacionar a teoria aos dados. Então, logo que o
pesquisador souber em que direcção está caminhando com o tópico, tem que obter
informação a cerca das fontes de dados existentes (ou maneiras de obter os dados).

Em seguida apresentamos um conjunto de perguntas que podem ajudar a definir a


escolha do tema da pesquisa:

Tenho a necessária competência para planejar e executar um estudo


desse tipo? (Exequibilidade do projecto)
Os dados, que a pesquisa exige, podem ser realmente obtidos?
Há recursos financeiros disponíveis para a realização da pesquisa?
Terei tempo de terminar o projecto?
O tema é relevante?

UCM-FEG Pág. 19
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Serei persistente?

2.6 Elementos Pré-Textuais:

2.6.1 Capa
Os elementos que devem constar da capa de uma projecto de pesquisa são os
seguintes:
ƒ Nome da instituição que autorizou fazer este trabalho;
ƒ Nome da Faculdade;
ƒ Nome do estudante (autor da proposta de tese);
ƒ Tema (título) da proposta de tese;
ƒ O estatuto do documento (exemplo, primeiro DRAFT);
ƒ Mês e ano em que a proposta foi compilada.
Exemplo:

UCM-FEG Pág. 20
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

2.6.2 Índice
Esta secção apresenta a enumeração dos elementos que constituem os capítulos,
incluindo a bibliografia, anexo e o Apêndice de forma a facilitar a sua localização.
A paginação em algarismos arábico começa a contar a partir dos elementos textuais,
o que quer dizer que a paginação dos elementos pré-textuais é feita em numeração
romana e capa não é enumerada. Deve ser usada hierarquia para títulos e subtítulos
e as páginas em que se encontram, usando o sistema numérico para o índice, como
por exemplo (1 , 1.1, 1.1.1, etc).
Lembrando que ainda a elaboração do índice deve ser feita através da opção do
índice automático do Microsoft Word.
Exemplo:

Nota: Não use mais do que 3 níveis de hierarquia.

UCM-FEG Pág. 21
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

2.7 Elementos textuais

2.7.1 Justificativa
Nesta secção deverá mostrar ao leitor porquê o seu trabalho é importante. Qual a
relevância do problema ou do tema com a qual você está trabalhando? Existem
outros projectos semelhantes sendo desenvolvidos nessa região ou na área temática
escolhida? Qual o alcance do projecto diante do problema que será abordado? As
respostas a estas perguntas constituem a justificativa. Que elementos da sua vida o
motivaram na escolha do tema? Que autores você leu e que o despertaram para o
problema da pesquisa?
A pergunta chave deste capítulo é "por que esta pesquisa deve ser realizada?"
Ao escrever a justificativa deverá considerar os seguintes elementos:

a. Actualidade do tema: inserção do tema no contexto actual.


b. Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
c. Interesse do autor: vínculo do autor com o tema.
d. Relevância do tema: importância social, jurídica, política, económica
etc.
e. Pertinência do tema: contribuição do tema para a área pesquisada

2.7.2 Definição do Problema


Trata-se de uma secção do projecto de pesquisa muito curta mas também uma das
mais importantes, pois é a questão central que será focalizada pela tese. Nesta
secção deve ser indicada exactamente o que será investigado. De modo que o
pesquisador explica e define o problema da pesquisa assim como delimita as
fronteiras do tema. É dado um resumo baseado nas secções de teoria e a justificação
daquilo que o investigador já sabe sobre o assunto (o tema). Baseado neste resumo
e os objectivos da investigação, a definição do problema será formulado. A definição
do problema indica o que é que o investigador quer saber depois de feita a pesquisa.

A definição do problema deve ser feita da maneira directa possível e em próprias


palavras do autor, não havendo necessidades de incluir fontes secundárias excepto
dados estatísticos que ajudam a enfatizar o problema em mão.

UCM-FEG Pág. 22
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Uma definição correcta do problema permite o pesquisador a se explicar


exactamente o que ele pretende estudar. Algumas perguntas chaves podem ajudar
na formulação do problema:
Este problema pode realmente ser resolvido pelo processo de pesquisa
científica?
O problema é suficientemente relevante a ponto de justificar que a
pesquisa seja feita (se não é tão relevante, existe, com certeza, outros
problemas mais importantes que estão esperando pesquisa par serem
resolvidos)?
Trata-se realmente de um problema original?
Ainda que seja “bom” o problema é adequado para mi?
Pode-se chegar a uma conclusão valiosa?

2.7.3 Objectivo do Estudo:

Objectivos gerais

Relaciona-se com a visão global do tema e com os procedimentos práticos. Indicam


o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja,
as metas que se desejam alcançar. Atende à pergunta: PARA QUEM?

Esta secção deve começar de forma directa, anunciando para o leitor/avaliador quais
são os objectivos da pesquisa. Podem ser usadas expressões como: "O objectivo
desta pesquisa é..."; "Pretende-se ao longo da pesquisa verificar a relação existente
entre..."; "Este trabalho enfocará..."; são algumas das formas às quais é possível
recorrer.

Exemplo:

Influenciar os fazedores das políticas públicas educacionais do país, para a


necessidade do uso de currículos resultantes da base, que é a comunidade para onde
este mesmo currículo se destina.

UCM-FEG Pág. 23
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Objectivos específicos

São as definições operacionais para cada situação específica na aplicação do


objectivo geral, ou seja, tenta-se fazer uma aplicação do objectivo geral para
situações particulares, específicas;
A escolha dos objectivos deve estar coerente com o tema escolhido, o problema de
pesquisa e a justificativa.
Na formulação dos objectivos utilizar, preferencialmente, verbos no infinitivo, que
indiquem a acção esperada (conhecer, propor, analisar, buscar, provar, demonstrar,
estabelecer, comparar, avaliar, sugerir, ressaltar, descobrir, identificar, caracterizar,
confirmar, argumentar, justificar, enumerar, afirmar).
Exemplo:

a) Explorar a riqueza cultural e considerar a científica existente dentro das


comunidades, mediante um trabalho de campo de natureza etnográfica;

b) Confrontar esta riqueza cultural e a científica com a escola ( Professor Primário


do Primeiro Grau) por formas a se estudarem mecanismos da sua introdução no
currículo oficial;

c) Criar subsídios para que, na formação de professores do Ensino Primário do


Primeiro Grau, se privilegiem os ambientes de aprendizagem (dentro e fora da
sala de aula), de tal modo que a escola se aproprie desta riqueza cultural e a
científica.

Os objectivos devem ser claros e precisos, não é necessário definir muitos objectivos
mas também não têm que ser muito poucos de modo a deixar algumas perguntas
sem respostas. É importante ter em consideração que o autor não deve prometer
mais do que consegue resolver, porque senão será contabilizado no final.

2.7.4 Hipóteses
Uma resposta provisória a este problema científico é o que chamamos de hipótese. A
hipótese é um ensaio, tentativa de resposta imediata ao problema identificado, é o
enfoque a ser definido, discutido ou explicitado (GIOVANNI,2001,p. 52)
E é por isso que se diz que elas funcionam como uma verdadeira bússola para o seu
trabalho. Seu desafio, durante a execução da pesquisa será o de verificar a validade

UCM-FEG Pág. 24
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

das suas “respostas provisórias”, seja para confirmá-las ou para refutá-las. A(s)
hipótese(s) deve(m) ser formulada(s) de forma afirmativa.

Exemplo:

Hipótese Geral
A Escola adquire máxima e verdadeira importância histórica e cultural quando
incorpora nos conteúdos e métodos de suas actividades, isto é, em seu currículo, os
saberes locais da(s) comunidade(s) de que ela e seus alunos fazem parte.

Hipóteses Específicas
a. Há uma grande riqueza cultural e científica dentro das comunidades,
especialmente no caso da Beira e do Dondo, Província de Sofala,
Moçambique;
b. A escola (no caso, o E.P1, na disciplina de Ciências Naturais), não se apropria
desta riqueza;
c. Esta não apropriação da riqueza cultural e científica acontece porque os
currículos actuais são burocratizados e não reconhecem (pelo menos na
prática, uma vez que no discurso há este esforço) essa riqueza existente nas
comunidades;
d. Esta não apropriação da riqueza cultural e científica dentro da escola também
é devida ao facto de, na formação de professores primários do primeiro grau,
não se contemplar esta componente.

2.7.5 Resultados Esperados


Esta secção prevê a significância do estudo e resultados esperados no final da
investigação. Nesta secção o autor deverá dar o seu parecer dos possíveis
resultados que serão atingidos no final do trabalho. Esta secção será suprimida no
acto da escrita da dissertação.

2.7.6 Revisão da Literatura


Este é possivelmente o primeiro passo em todas as pesquisas e envolve busca de
informação em publicações e textos escritos. Esta secção ajuda o pesquisador a
adquirir mais conhecimento a cerca da área em estudo.
Para SILVA e MENEZES (2001, p.30), nesta fase o pesquisador deverá responder às
seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o

UCM-FEG Pág. 25
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na


literatura?

A revisão da literatura consiste em dois componentes distintos: teórico e empírico.


A literatura teórica discute essencialmente questões teóricas a cerca do tópico em
estudo enquanto que literatura empírica discute pesquisas relacionadas com o tema
que já foram estudadas. A revisão da literatura também ajuda a descobrir
alternativas de acção a cerca do estudo. Na altura de compilar esta secção lembre-
se do seguinte:

Seleccione apenas os estudos que estão relacionados com o propósito do


seu projecto de pesquisa;
Seleccionar os trabalhos que estão aproximadamente ligados aos
objectivos da pesquisa e indique como eles estão relacionados aos seus
objectivos;
Escolher a literatura mais recente tanto no contexto como na
metodologia;
Analisar os estudos seleccionados suficientemente de modo que os leitores
não especialistas no assunto possam entender o seu trabalho;
Brevemente explicar como os estudos revisados contribuem para a sua
proposta de tese e como seu trabalho difere com o que já foi previamente
feito. Se quiser incluir estudos que ainda estejam a ser feitos poderá faze-
lo somente com a autorização dos autores.

Importância da revisão da literatura:


Descobrir as investigações similares a sua e como o autor tratou o
problema em pesquisa;
Sugere um método ou técnica de como proceder com o estudo e os
problemas a serem descobertos;
Consultar literatura previamente revista por outros autores no passado
pode revelar fontes de informação desconhecida pelo investigador;
Dá uma relação histórica entre seu estudo e outros estudos realizados
anteriormente;
Revela novas ideias ou factores ao pesquisador que não tenham ocorridos
antes;

UCM-FEG Pág. 26
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Ajuda a avaliar o seu esforço no trabalho em estudo comparando com de


outros pesquisadores..

Fontes de informação
Outros materiais a consultar incluem sumário executivos de estudos realizados,
jornais locais e estrangeiros e outras publicações que podem ser encontrados em
livrarias e bibliotecas assim como em sua própria selecção de livros.

No mundo globalizado de hoje , a Internet torna-se uma grande fonte de informação,


mas há que ter cuidados em relação a credibilidade da informação encontrada, por
isso pesquisa-se em sites reconhecidos, geralmente os que terminam com .org e
sites de universidades bem como de jornais e revistas especializadas.
Deve-se ter o cuidado de escrever somente as palavras chaves em pesquisas na
Internet. Adicionalmente, os artigos de jornal também podem ter o problema de
credibilidade e por isso aconselha-se a não se basear muito em jornais para a
definição do problema em estudo.

Outras fontes de informação incluem revistas, livros, dicionários, dissertações. É


importante nesta fase escrever detalhes de citação completa de toda a literatura que
o investigador consultou para o caso de ter que incluir nas referências.

Como escrever a secção de revisão da literatura


Esta secção deve ser sistemática e lógica de modo a mostrar como diferentes tipos
de informações podem estar relacionados com a sua pesquisa. Lembre-se que esta
secção também poderá ser chamada “revisão da literatura relacionada” então é
importante demonstrar como a informação está relacionada com a sua pesquisa e
como irão contribuir para o desenvolvimento do problema em pesquisa. Em
situações em que o investigador descobrir que um estudo não se relaciona bem com
o problema, a melhor opção é não incluir estes estudos.

Algumas sugestões importantes:

Apresenta sua própria discussão;


Divide as informações em parágrafos e seja coerente – usa suas próprias
palavras para explicar o que outros autores dizem;

UCM-FEG Pág. 27
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Sumarize (faz uma leitura e brevemente descreve em resumo o que os


outros autores dizem em suas próprias palavras);
Escreve o problema da pesquisa numa folha e assim poderá sempre estar
em contacto com ele;
Enumere as várias partes do problema por exemplo causas, efeitos,
possíveis soluções, etc.
Divide a página em secções de modo que permita ao leitor, de ser capaz
de associar cada estudo com uma parte particular do problema;
Analise estes diferentes estudos em relação ao problema, olhando para os
pontos convergentes e divergentes;
No final da revisão bibliográfica o pesquisador precisa de sublinhar em
resumo como o seu estudo será igual ou diferente dos outros estudos
realizados.
Não se esqueça nunca de fazer a referida citação da referencia caso use
ideias, informação e/ou dados de outrem.

Organização da informação
Ao organizar as informações, os pesquisadores deverão fazer-se as seguintes
perguntas:

Fiz o registo de informação contida nas citações para usar na minha


referência?
Minhas fontes de informação são credíveis? Algumas fontes não são
credíveis porque são muito antigas e não exactas pois não são
actualizadas conforme o desenvolvimento e mudanças que ocorrem.
Algumas vezes os autores apresentam o estudo de uma forma irracional e
emocional. Por último, devemos ter cuidado de verificar favoritismo,
injustiça e análise inadequada do problema.
É possível categorizar as fontes de informação em livros, revistas,
panfletos, jornais, etc.?
O que eu aprendi com a revisão da literatura? Existe ainda alguma brecha
que precisa ser preenchida e se existe alguma coisa útil que se pode
utilizar para fechar esta brecha?
Que factores interessantes ou importantes descobri referente ao tópico?
Porquê as pessoas devem estar interessadas em ler minha pesquisa?

UCM-FEG Pág. 28
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Quem será a audiência da minha pesquisa? Lembra-se que o pesquisador


deve sempre tentar ter um maior número de audiência depois do
supervisor ou professor.

Diferentes tipos de literatura podem ser consultados para definir o seu


tópico/problema. Normalmente, deve começar a consultar literatura que fornece
mais informações sobre o tema de interesse. Estas informações aumentam aquilo
que os estudantes já sabem e dá pistas sobre a direcção da sua investigação. O
importante não é consultar muitas literaturas mas sim aquelas que estão ligadas ao
tópico em pesquisa.

2.7.7 Metodologia

A pergunta chave que deve ser respondida aqui é "como será realizada a
pesquisa?"
Esta secção providencia os procedimentos usados para elaboração do trabalho. É
aqui onde o pesquisador desenvolve seu contexto teórico e analítico baseado em
literaturas previamente analisadas. Refere o método para colecta de
dados/informações, instrumentos para análises, etc. O que o pesquisador precisa de
modo a responder o problema e atingir os objectivos da pesquisa?. Quer dizer, que
métodos de investigação devem ser listados e também o material necessário. Um
dos objectivos de fazer busca em literatura sobre o tema em estudo, é para ajudar
o investigador a obter instrumentos em como pode prosseguir com seu estudo,
dado o que outros investigadores fizeram antes.

Métodos de pesquisa deve ser visto como todos os métodos/técnicas usadas para
conduzir uma pesquisa, isto é, métodos que o investigador emprega para conduzir
uma investigação de tese. Metodologia de pesquisa é mais ampla pois considera a
lógica por detrás dos métodos que os investigadores empregam e dá justificação
para cada um dos métodos/técnicas e isto é feito de maneira que a pesquisa possa
ser avaliada pelo próprio autor ou outros. Quando os pesquisadores respondem as
questões como, porquê é que a pesquisa está a ser efectuada, como foi
definido o problema em estudo, que dados foram usados, que métodos
foram adoptados, porquê esta técnica particular para análise dos dados foi
usada, etc. estão a discutir todo o tema referente a esta secção.

UCM-FEG Pág. 29
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Em pesquisas económicas e sociais, a metodologia geralmente entra em detalhes a


cerca de todas as questões referentes em como a pesquisa ou estudo é conduzido e
isto inclui uma análise ou descrição detalhada do Modelo Econométrico que será
usado para análise dos dados, se algum modelo for usado.

A secção sobre metodologia de pesquisa consiste em quatro partes, em que será


descrito o tipo de investigação (que será necessário para atingir os objectivos da
investigação), os métodos de investigação, a operacionalização das perguntas
específicas e a maneira de gerir os dados colhidos.

A seguir, uma indicação e elaboração dos diferentes tipos de métodos (entrevistas,


observações, etc.) a serem usados devem ser mencionadas. A teoria a ser usada na
investigação traz implicações para os métodos de investigação a serem
seleccionados. A teoria ajuda a identificar os dados que precisam ser colhidos e
como estes dados podem ser colhidos.

Resumidamente:
Amostra da população;
Métodos para colecta de dados;
Tamanho da Amostra
Colecta de dados primários;
Colecta de dados secundários;
Métodos para análise de dados.

Instrumento de pesquisa
Chama-se de “instrumento de pesquisa” o que é utilizado para a colecta de dados.
Em nossos estudos, vamos considerar, o questionário e a entrevista. Estes dois
instrumentos têm, de comum, o facto de serem constituídos por uma lista de
indagações que, respondidas, dão ao pesquisador as informações que ele pretende
atingir. E a diferença entre um e outro, é ser o questionário feito de perguntas,
entregues por escrito ao informante e às quais ele também responde por escrito,
enquanto que, na entrevista, as perguntas são feitas oralmente, quer a um indivíduo
em particular quer a um grupo, e as respostas são registradas, geralmente pelo
próprio entrevistador.

UCM-FEG Pág. 30
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

2.8 Elementos Pós-Textuais

2.8.1 Plano de actividades

No cronograma o pesquisador deverá fazer um planeamento das actividades ao


longo do tempo que dispõe para a pesquisa. Ela é uma excelente ferramenta para
controlar o tempo de trabalho e o ritmo de produção. Ao mesmo tempo, servirá para
o orientador ou a agência financiadora acompanhar o andamento da pesquisa.
Também aqui há uma pergunta chave: "quando as diferentes etapas da
pesquisa serão levadas a cabo?"

Esta secção trata-se do planeamento das actividades de investigação. A melhor


maneira de apresentar um plano de actividades é sob forma de tabela (similar ao
Gant chart) em que cada actividade é planeada e descrita. Também se podem usar
gráficos, linhas de tempo, etc.

No plano de actividades, três períodos podem ser distinguidos:

A fase inicial em que a proposta é compilada;


A fase de implementação;
A fase final em que os dados serão analisados e apresentados por escrito
ou verbalmente.

Cada período deve conter as actividades específicas a serem feitas. Quer dizer, se
deve indicar as actividades, quanto tempo será gasto em cada actividade (duração) e
o período.
1º 2º 3º 4º 5º 6º
mês mês mês mês mês mês
Capítulo 1 e 2
Capítulo 3- Aplicação de
questionários
Processamento dos dado
Capítulo 4
Capítulo 5
Redacção da Dissertação

UCM-FEG Pág. 31
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

2.8.2 Referências
Para esta secção o favor de consultar o capítulo 5. Deverá seguir estritamente as normas
estabelecidas quanto as referencias bibliográficas quer na sua escrita, quer nos aspectos
gráficos.

2.9 Como Melhorar o Seu Texto


Antes de apresentar seu projecto é importante fazer uma edição final do texto. Você
poderá encontrar pequenos erros, pontos esquecidos. Esse trabalho é dividido em
duas partes: estilo e clareza.

Na primeira metade você deve se concentrar, no plano microscópico, na mecânica e


no estilo. Você revisou duas vezes a ortografia de qualquer palavra sobre a qual se
sente inseguro? Alguma de suas frases é muito longa ou complicada? Você pôs aspas
nos lugares correctos? Cada uma das frases tem sentido? Alguém que ignore o tema
pode compreender o que você tenta dizer?

Uma vez que tenha solucionado os problemas de estilo, é importante analisar seu
texto a partir de uma perspectiva telescópica. A segunda parte de sua lista de
controle deve destacar temas de estrutura, clareza e fluxo da escrita.

Sua escrita tem um ponto convincente? Chega a uma conclusão coerente? Você
oferece ao leitor exemplos específicos ou memoráveis para realçar os seus pontos de
vista? As transições entre as secções do seu texto são suaves e lógicas? Sua escrita
conta com um ritmo adequado de maneira que dá confiança ao leitor do começo ao
fim? Passando por esse pente-fino, a revisão do texto de seu projecto está finalizada.

UCM-FEG Pág. 32
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 3: DISSERTAÇÃO

3.1 Introdução
O conhecimento científico e seu bom resultado na divulgação científica, requerem um
modelo de padronização, e é através desta exigência que a normalização de
documentos se torna um importante processo na comunicação científica. Esta secção
tem por finalidade disciplinar a apresentação de trabalhos científicos (licenciatura em
Economia e Gestão), produzidos na FEG da UCM, visando a sua uniformização.

3.2 Redacção e Linguagem


A apresentação de um trabalho científico supõe o domínio, por parte do autor, o
idioma que utiliza para transmitir seus conhecimentos. Torna-se, entretanto,
indispensável conhecer certas normas especiais relativas à linguagem científica.

Linguagem científica: todo trabalho tem carácter impessoal. Redija-se na terceira


pessoa, evitando-se fazer referências pessoais como “meu trabalho”, “meus
estudos”, minha tese”. Utilize, em tais casos, expressões como: “o presente
trabalho”, “o presente estudo”.

Objectividade: o carácter objectivo e impessoal da linguagem deve afastar do


campo científico os pontos de vista pessoais. Expressões como “eu penso”, “parece
ser”, entre outras, violam o carácter objectivo, indicando raciocínio subjectivo.

3.3 Formato

A dissertação deve ser apresentada em papel branco, formato A4 (21,0 cm x 29,7


cm), utilizando-se fonte Times New Roman.

3.4 Termos Estrangeiros


Termos estrangeiros (ex. do Inglês), devem ser escritos em itálico.

3.5 Numerais
Os números de zero a nove são escritos em extenso e acima de nove são escritos
por algarismos arábicos.
A separação de classes faz-se com o uso de pontos, exemplo: 1.457 indivíduos.

UCM-FEG Pág. 33
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

A separação das classes decimais faz-se sempre por meio de uma vírgula (ex. 0,51 e
nunca 0.51) 4 .
Percentagens: indicam-se sempre por algarismos, sucedidos do próprio símbolo
(ex. 45,4%).

3.6 Tipos e Corpos


Para a digitação, utiliza-se uma fonte de tamanho 12 para o texto e 10 para citações
longas e notas de rodapé.

3.7 Margens
Margem superior - 3 cm
Margem inferior - 2 cm
Margem esquerda - 3 cm
Margem direita - 2 cm
Exemplo:

3 cm

2 cm
3 cm Folha A4

2 cm

4
É preciso anotar aqui a particularidade de publicações em outros idiomas. O autor deverá consultar o
editor .

UCM-FEG Pág. 34
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

3.8 Espaçamento
Todo texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 de entrelinhas. As citações
longas (mais de 3 linhas) e notas de rodapé deverão ser digitados em espaço
simples.
O espaçamento entre os parágrafos deverá ser de 6pt antes e 6pt depois ou saltar
uma linha por parágrafo.

3.9 Indicativos de Secção


O indicativo numérico de uma secção precede seu título com alinhamento esquerdo,
separado por um espaço de caracteres. Os títulos, sem indicativo numérico (sumário,
resumo, referências e outros elementos pré-textuais), devem ser centralizados.

3.10 Paginação
Todas as páginas dos elementos pré-textuais, a partir da folha de Declaração, devem
ser paginadas sequencialmente em numeração Romana (ex. I, II, III, IV, ...).
Enquanto que a paginação dos elementos textuais e pós-textuais é feita em
algarismos arábicos (ex. 1, 2, 3,...), no canto inferior direito da folha. Os apêndices e
anexos devem ter suas folhas numeradas de maneira contínua, seguindo a
paginação do texto principal.
Lembrando que a paginação dos elementos textuais e começa com a página número
1, e para os elementos pós-textuais a paginação será uma continuação das páginas
já enumeradas dos elementos pós-textuais.

3.11 Abreviaturas e Siglas


Devem ser usadas na forma padronizada da língua do texto da publicação. Quando
aparece pela primeira vez no texto, deve-se escrever por extenso e entre parênteses
a abreviatura ou sigla.
Para abreviaturas em outras línguas deverá ser mantida, na sua língua original. Não
é necessário que fazer a tradução.
Exemplo:
Instituto Nacional de Estatística (INE).

UCM-FEG Pág. 35
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

3.12 Ilustrações

3.12.1 Tabelas
As tabelas são elementos demonstrativos de síntese que apresentam informações
tratadas estatisticamente constituindo, assim, uma unidade autónoma.
Em sua apresentação deverá ter:

A numeração independente e consecutiva;


O título é obrigatório e deve ser colocado na parte superior da tabela,
precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem em algarismos
arábicos;
a(s) fonte(s) devem ser colocadas em seu rodapé e em itálico;
Todas as palavras do título devem começar por letras maiúsculas, excepto
para vogais, conjunções, etc;
O titulo, incluindo a tabela nº, deve estar escrito em negrito.
Exemplo:

Tabela 1: Taxa de Crescimento do Produto Interno Bruto na Óptica da


Despesa de 1998 à 2002

Tipo de Despesas 1998 1999 2000 2001 2002*


Procura Global 11.6 15.3 -1.5 5.5 10.1
Procura interna 11.7 17.0 -4.4 0.4 9.7
Consumo Total 7.2 5.2 -0.5 4.1 17.2
Consumo Privado 5.9 4.6 -1.8 2.3 17.6
Consumo Público 20.9 10.0 11.0 17.9 14.7
Formação Bruta de Capital Fixo 32.6 61.4 -14.1 -10.0 -15.1
Exportações de Bens e Serviços 10.5 -1.5 33.2 50.1 12.3
Importações de Bens e Serviços 8.4 40.4 -9.0 -14.9 16.6
PRODUTO INTERNO BRUTO (pm) 12.6 7.5 1.5 13.0 8.3
Fonte: Banco de Moçambique, 2005

3.12.2 Figuras 5
Os gráficos, organogramas, fotos, esquemas, desenhos, mapas entre outros,
constituem unidade autónoma e explicam ou complementam visualmente o texto.
O tratamento a seguir nos gráficos é o mesmo que os da tabela.
Em sua apresentação deverá ter:

5
Embora que algumas normalizações sugerem a separação dos gráficos dos restantes elementos como,
organogramas, fotos, etc. Para o nosso caso incluiremos no mesmo grupo uma vez que a ocorrência dos
outros elementos é relativamente menor em relação aos gráficos.

UCM-FEG Pág. 36
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

a numeração independente e consecutiva;


o título é obrigatório e deve ser colocado na parte superior da figura,
precedido da palavra Figura e de seu número de ordem em algarismos
arábicos;
a(s) fonte(s) devem ser colocadas em seu rodapé e em itálico;
Todas as palavras do título devem começar por letras maiúsculas, excepto
para vogais, conjunções, etc;
O titulo incluindo a Figura nº, deve estar escrito em negrito.

Exemplo:

Figura 1: Fontes de Financiamento ao Orçamento Geral do Estado 2005

Fonte: Banco de Moçambique, 2005

Nota: Para as tabelas e Figuras (como gráficos) gerados pelo autor a partir dos
dados primários (no caso das entrevistas) a fonte a colocar será “o autor”. Para
casos em que o autor fizer uma adaptação de tabelas ou figuras a partir de uma ou
mais fontes deverá colocar “Adaptado pelo autor a partir de: colocar a(s)
respectiva(s) fontes”.

3.13 Título
Deve ser destacado usando-se, racionalmente, os recursos de negrito e caixa alta.
Deve ser adoptado o seguinte padrão:

UCM-FEG Pág. 37
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Título de capítulos: impressos em letra maiúscula, negrito, fonte de


tamanho 12, utilizando-se algarismos arábicos a esquerda do título.
Todos os capítulos devem ser iniciados em páginas próprias, ainda que
haja espaço útil na folha.
Os itens (partes secundárias): devem ser impressos com a primeira letra
das palavras principais em maiúscula, negrito, fonte tamanho 12 e à
esquerda.
A partir do 3º nível, devem ser impressos com a primeira letra maiúscula
e demais minúsculas.

3.14 Elementos Pré-Textuais


Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o texto com informações que
contribuem para a identificação e utilização do trabalho.

3.14.1 Capa

A capa, que identifica o trabalho, deve conter as informações na ordem estabelecida


e todos eles devem estar centralizados. Nome da instituição: em Letras
maiúsculas, fonte 14 e em negrito. O titulo da tese: as palavras começam em
letras maiúsculas, fonte 12. Nome do aluno: letras maiúsculas, fonte 12 e em
negrito.
Local e ano: nas duas últimas linhas da folha, em letras maiúsculas, fonte 12.

UCM-FEG Pág. 38
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo de capa institucionalizada

3.14.2 Folha de Declaração

A folha de declaração destina-se à certificação da autoria do trabalho, na qual o


autor se responsabiliza pela originalidade do tema e do conteúdo, excepto para as
citações que foram referenciadas no trabalho. Este comprometimento é reforçado
pela assinatura do supervisor.
Essa folha é encabeçada pela palavra DECLARAÇÃO, em letras maiúsculas,
centralizada, fonte tamanho 12, em negrito.

UCM-FEG Pág. 39
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo de Modelo de Folha de Declaração

3.14.3 Dedicatória

Essa é a folha em que o autor dedica o trabalho e/ou faz uma citação ou ainda,
presta uma homenagem. É um elemento opcional. O texto é impresso em fonte 12,
centralizado, em letras maiúsculas, em negrito. recomenda-se que o texto figure à
direita, na parte inferior da respectiva folha, encabeçado pela palavra DEDICATÓRIA.

UCM-FEG Pág. 40
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo de Modelo de Folha de Dedicatória

3.14.4 Agradecimentos

Essa folha é opcional também. Quando utilizada, deve privilegiar àqueles que
merecem destaque por sua contribuição ao trabalho. Desse modo, agradecimentos e
contribuições rotineiras não são, em geral, destacados. Essa folha é encabeçada pela
palavra AGRADECIMENTO, em letras maiúsculas, centralizada, fonte tamanho 12, em
negrito. Em geral inclui agradecimentos ao coordenador e/ou orientador,
professores, instituições, empresas, funcionários e/ou pessoas que colaboraram de
forma especial na elaboração do trabalho. O texto é composto utilizando-se a fonte
tamanho12.

UCM-FEG Pág. 41
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo de Modelo de Folha de Agradecimento

3.14.5 Sumário Executivo

Elemento obrigatório, é uma síntese do trabalho, enfatizando-se os seus principais


pontos. Deve ser redigido na terceira pessoa do singular e do verbo na voz activa e
apresentando de forma clara, concisa e directa e dever conter a informação referente
aos objectivos, problema, metodologia, resultados e conclusões do trabalho. O título
SUMÁRIO EXECUTIVO 6 deve estar centralizado, com letras maiúsculas, fonte 12, em
negrito. O texto é apresentado três espaços abaixo do título, em espaço simples
entrelinhas, sem espaços entre parágrafo e centralizado.
Recomenda-se que os sumários executivos tenham até 250 palavras.
É necessário também acrescentar palavras-chave, de no mínimo, 3 palavras.

6
Também usa-se o termo resumo. Em algumas normalizações sugerem o uso do resumo em língua
estrangeira, para o nosso caso seria um resumo em inglês, para além do abstracto em português.

UCM-FEG Pág. 42
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

3.14.6 Índice

É um elemento obrigatório, constituído pela enumeração das principais divisões,


secções e outras partes do trabalho, na mesma ordem em que aparecem no seu
desenvolvimento. Ou seja, deve conter, exactamente, os mesmos títulos, subtítulos
que constam no trabalho e as respectivas páginas em que aparecem. O título ÍNDICE
deve estar com letras maiúsculas, fonte 12, centralizado e em negrito. No sumário
deverá incluir não mais de três níveis de título (por exemplo, 1, 1.1, 1.1.1).Pode-se
utilizar os índices automáticos do Microsoft Word para maior facilidade.

Exemplo de Índice

3.14.7 Lista de Figuras

Destina-se a identificarem-se os elementos gráficos, organogramas, fotos,


esquemas, desenhos, mapas entre outros na ordem em que aparecem no texto,

UCM-FEG Pág. 43
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

indicando seu título e o número da página em que estão inseridos. O título deverá
estar centralizado, em letras maiúsculas, fonte 12, negrito. Por exemplo: LISTA DE
FIGURAS. Pode-se utilizar as Lista de figuras automáticas do Microsoft Word para
maior facilidade.

Exemplo de Lista de Figuras

3.14.8 Lista de Tabelas

Deve ser elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item
designado por seu nome específico, seguido do número da página. Pode-se utilizar
as Lista de figuras automáticas do Microsoft Word para maior facilidade.

UCM-FEG Pág. 44
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo de Lista de Tabelas

3.14.9 Lista de Abreviaturas

Nesta secção faz-se a listagem de todas as abreviaturas usadas no trabalho com a


respectiva designação. Esta listagem de abreviaturas deve ser organizada por ordem
alfabética. O título do elemento deverá estar centralizado, em letras maiúsculas,
fonte 12, negrito. Por exemplo: LISTA DE ABREVIATURAS.

Lembrando ainda que quando aparece pela primeira vez no texto, deve-se colocar
seu nome por extenso e entre parênteses a abreviatura.
Para o caso de abreviaturas em línguas estrangeiras não se deve fazer a tradução,
mantém-se sempre na língua original.

UCM-FEG Pág. 45
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo de Lista de Abreviaturas

3.14.10 Glossário

Dever-se-á empregar sempre que for necessário relacionar (em ordem alfabética) as
palavras de uso específico (termos técnicos da área), devidamente acompanhadas de
suas definições, de modo a garantir a compreensão exacta da sua utilização no
texto.
O título do elemento deverá estar centralizado, em letras maiúsculas, fonte 12,
negrito. Por exemplo: GLOSSÁRIO.

Exemplo de Glossário

UCM-FEG Pág. 46
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Lembrando ainda que para os elementos pré-textuais, o texto terá um espaçamento


entre linhas de 1,5 e o parágrafo justificado, excepto para a Dedicatória e Sumário
Executivo. A paginação a seguir dos elementos pré-textuais é feita em algarismos
arábicos e inicia com a página 1.

3.15 Elementos Textuais

São considerados elementos textuais os conteúdos do trabalho em que se apresenta


o assunto. Todo trabalho científico há de comportar três partes: Introdução>
desenvolvimento> conclusão.

Capítulo 1:Introdução
1.1 Introdução
1.2 Objectivo do Estudo
1.3 Justificativa
1.4 Definição do Problema
1.5 Hipóteses
1.6 Delimitação do Estudo
1.7 Limitações do Estudo

Capítulo 2: Revisão da Literatura


2.1 Introdução
2.2 Revisão da Literatura Teórica
2.3 Literatura Empírica
2.4 Revisão de Literatura Focalizada

Capítulo 3: Metodologia da Pesquisa


3.1 Introdução
3.2 Desenho da Pesquisa
3.3 População em Estudo
3.4 Processo de Amostragem
3.5 Tamanho da Amostra
3.6 Métodos de Colecta de Dados
3.7 Colecta de Dados Primários
3.8 Colecta de Dados Secundários
3.9 Duração do Inquérito

UCM-FEG Pág. 47
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Capítulo 4: Análise e Interpretação dos Dados


4.1 Introdução
(Outros segundo a analise do autor )

Capítulo 5: Conclusões e Recomendações da Pesquisa


5.1 Conclusões da Pesquisa
5.2 Recomendações da Pesquisa

3.15.1 Capítulo 1: INTRODUÇÃO

Introdução
Ela descreve o problema e fornece outras informações que ajudam a dar contexto às
questões da pesquisa. A introdução serve para inserir o leitor ao tópico da pesquisa e
as informações que vêm no resto do trabalho. Serve para motivar o leitor de que a
sua pesquisa é importante e válida. Então, ela deve ser apresentada de uma forma
atraente, clara e informativa. Depois de ler a introdução, o leitor deve ser capaz de
ter conhecimento sobre do que a pesquisa trata, qual é o problema a ser respondido
e qual é a importância do trabalho.

Uma técnica útil é conter os seguintes elementos numa introdução: a situação em


que a investigação será implementada, o problema a ser investigado, a pergunta
sobre este problema e finalmente a ideia para responder esta pergunta.

Por fim, a introdução deverá terminar com um parágrafo que apresenta a estrutura
do resto do documento. Resultado disso é que o leitor fica a saber o que vai
encontrar no resto do documento.

Em resumo, os pontos seguintes deverão estar contidos:

Referir o contexto da sua proposta de tese e deverá chamar a atenção dos


leitores;
Explicar o conhecimento/experiência do seu estudo começando de uma
forma mais alargada até chegar as suas perguntas de pesquisa;
Rever tudo o que é conhecido a cerca do tópico em estudo, desde que
seja relevante;
Citar referências relevantes;

UCM-FEG Pág. 48
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

A introdução deve ser fácil de ser percebida pelos leitores com experiência
geral em ciências.

Objectivo do Estudo
O mesmo que foi dito no projecto de pesquisa, mas é preciso ter o cuidado de usar o
verbo no passado, uma vez que no projecto de pesquisa o autor diz aquilo que irá
fazer.

Justificativa
O mesmo que foi dito no projecto de pesquisa, mas é preciso ter o cuidado de usar o
verbo no passado, uma vez que no projecto de pesquisa o autor diz aquilo que irá
fazer.

Definição do Problema
O mesmo que foi dito no projecto de pesquisa, mas é preciso ter o cuidado de usar o
verbo no passado, uma vez que no projecto de pesquisa o autor diz aquilo que irá
fazer.

Hipóteses
O mesmo que foi dito no projecto de pesquisa, mas é preciso ter o cuidado de usar o
verbo no passado, uma vez que no projecto de pesquisa o autor diz aquilo que irá
fazer.

Delimitação do Estudo
Aqui o autor vai delimitar no tempo e no espaço a sua pesquisa, embora que
tenhamos já algumas evidencias no tema e na justificativa. Mas é necessário dar
uma melhor clareza da delimitação do estudo realizado.

Limitações do Estudo.
São consideradas como limitações do estudo, todos os factores que contribuem para
o não comprimento das metas preestabelecidas de colecta de dados. Como por
exemplo, os custos para efectuação do inquérito 7 , dificuldades de acesso a dados em
algumas instituições, e por ai em diante. Não se descarta qualquer outro factor que
na opinião do autor seja considerada como uma limitação.

7
Custos como viagens, cópias, entrevistadores, etc

UCM-FEG Pág. 49
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

3.15.2 Capítulo 2: Revisão da Literatura

Introdução
Aqui dever-se-á fazer uma breve introdução da importância da revisão de literatura
no contexto do tema em questão, dando a estrutura de como será feita.

Revisão da Literatura Teórica


Deverá fazer o levantamento de toda teoria existente em relação ao tema escolhido,
de modo que o leitor compreenda o seu enquadramento teórico.
Esta secção poderá ser dividida em sub-capítulos, de acordo com a abrangência do
tema, permitindo deste modo uma melhor compreensão. Lembrando que na integra
cada secção deverá seguir o critério de introdução, desenvolvimento e conclusão. O
que muitas vezes não acontece, o autor cria os sub-capítulos deixando o trabalho de
relacionar a importância de cada uma delas ao leitor.
Ao redigir esta secção deverá ter em mente, o problema da pesquisa e como esta ou
aquela literatura poderá ajudar a responder o problema.

Literatura Empírica
Deverá fazer o levantamento de todos os estudos empíricos realizados em outros
países sobre o tema a ser pesquisado. Geralmente são trabalhos de defesa ou
relatórios de organizações que contribuem directa ou indirectamente a responder o
problema da pesquisa.
Esta secção poderá ser dividida em sub-capítulos, de acordo com a abrangência do
tema, permitindo deste modo uma melhor compreensão. Lembrando que na integra
cada secção deverá seguir o critério de introdução, desenvolvimento e conclusão. O
que muitas vezes não acontece, o autor cria os sub-capítulos deixando o trabalho de
relacionar a importância de cada uma delas ao leitor.
Ao redigir esta secção deverá ter em mente, o problema da pesquisa e como esta ou
aquela literatura poderá ajudar a responder o problema.

Revisão de Literatura Focalizada


Deverá fazer o levantamento de todos os estudos realizados no País em que efectuou
a pesquisa. Não só, como também deverá incluir, dependendo do tema, alguns sub-

UCM-FEG Pág. 50
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

tópicos relativos a factos, regulamentos, etc, que ajudem a entender a realidade da


população a ser pesquisada.
Esta secção poderá ser dividida em sub-capítulos, de acordo com a abrangência do
tema, permitindo deste modo uma melhor compreensão. Lembrando que na integra
cada secção deverá seguir o critério de introdução, desenvolvimento e conclusão. O
que muitas vezes não acontece, o autor cria os sub-capítulos deixando o trabalho de
relacionar a importância de cada uma delas ao leitor.
Ao redigir esta secção deverá ter em mente, o problema da pesquisa e como esta ou
aquela literatura poderá ajudar a responder o problema.

3.15.3 Capítulo 3: Metodologia da Pesquisa

Introdução
Dever-se-á fazer uma breve introdução da metodologia escolhida para a pesquisa, a
sua importância e o objectivo.

Desenho da Pesquisa
Dever-se-á esclarecer como os objectivo e as hipóteses do estudo serão alcançadas
com a realização do inquérito. Uma breve descrição dos elementos a serem
pesquisados e dos possíveis indicadores que ajudaram a responder o problema do
estudo.

População em Estudo
Deverá definir claramente qual ou quais são as populações em estudo e a sua
respectiva delimitação no tempo e no espaço. A definição deverá ainda englobar o
número dos elementos que constituem a população.

Processo de Amostragem
Embora que mais adiante falaremos dos tipos de amostragem, deverá incluir nesta
secção o tipo ou os tipos de amostragem que seguirá para a obtenção da amostra.
Pois, a representatividade da amostra dependerá profundamente do processo de
amostragem escolhido.

Tamanho da Amostra

UCM-FEG Pág. 51
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Uma vez escolhido o tipo de amostragem, é chegado a vez de saber qual o tamanho
da amostra ou número de elementos a serem seleccionados da população.
Dependendo do tamanho da população existem várias formulas de calcular o
tamanho da amostra.
Falaremos mais adiante de algumas fórmulas de como calcular o tamanho da
amostra.

Métodos de Colecta de Dados


Dependendo do tema, os métodos de colecta de dados podem ser primários ou
secundários. A escolha dependerá da disponibilidade da informação dos dados
secundários.
Deverá indicar qual ou quais os métodos que usou para a colecta de dados se foi o
primário ou secundário ou ambos.
Dados Primários – são todos os dados que são obtidos directamente da população
estudada. Podem ser obtidos através de questionários, entrevistas ou observação
directa.
Dados Secundários – são aqueles que são obtidos através de uma fonte credível,
como por exemplo: instituto Nacional de Estatística, Banco de Moçambique, etc.

Colecta de Dados Primários


Deverá indicar a estrutura do(s) questionário(s), indicando os objectivos gerais e
específicos de acordo com as partes constituintes do questionário. Deverá ainda
indicar se fez ou não o teste piloto e quais foram as principais constatações.
Também poderá incluir alguns sub-capítulos em relação à maneira de como conduziu
o inquérito no terreno, o tratamento dos questionários em relação ao lançamento
dos dados no computador, o tratamento que deu as perguntas não respondidas ou
mal preenchidas.

Colecta de Dados Secundários


Deverá indicar se usou e quais foram as fontes dos dados secundários, lembrando
que os dados devem ser obtidos de uma fonte credível, indicando ainda a finalidade
desses dados.

UCM-FEG Pág. 52
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Duração do Inquérito
Deverá mencionar o tempo que levou desde de a elaboração do questionário a
compilação dos dados no computador. Deverá ser estruturado de forma que o leitor
entenda todo o processo do início ao fim.

3.15.4 Capítulo 4: Análise e Interpretação dos Dados

Introdução
Nesta secção deverá indicar resumidamente os principais objectivos a atingir e como
será estruturada a análise.

As outras sub-secções deveram ser criadas pelo autor, tomando em consideração os


objectivos determinados no questionário e do problema em estudo. Devendo lembrar
ainda que não se deve limitar em análises descritivas respondendo cada uma das
perguntas. Também não é necessário colocar todos os gráficos ou tabelas nesta
secção, o autor deverá colocar os principais outputs e os restantes no apêndice.
As análises com as respectivas interpretações deveram ser interligadas e relacionas
com o problema em estudo de modo a dar respostas ao problema colocado e não
limitar em análise isoladas deixando a tarefa para o leitor.
Lembrando mais uma vez que o processo da escrita deverá ter uma introdução,
desenvolvimento e conclusão.

3.15.5 Capítulo 5: Conclusões e Recomendações da Pesquisa

Conclusões da Pesquisa
Algumas considerações que poderão ajudar nesta secção:

As conclusões não podem ser mágicas, ou seja, no capítulo anterior


deverá dar indicações dos resultados, de modo que estejam relacionados
com as conclusões;
Deve-se evitar fazer conclusões muito genéricas;
Após o termino da conclusão deverá certificar se rejeitará ou não a
hipótese;
Deverá ainda certificar se os objectivos traçados foram atingidos.

UCM-FEG Pág. 53
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Recomendações da Pesquisa
Algumas considerações que poderão ajudar nesta secção:

As recomendações devem ser sustentadas pelas conclusões do trabalho;


Evitar recomendações muito genéricas;
Deverá certificar da materialização das recomendações no tempo e o
respectivo custo, evitando deste modo recomendações não práticas.

3.16 Elementos Pós-Textuais


Os elementos pós-textuais são aqueles que complementam o trabalho e referenciam
sua produção.

3.16.1 Referências
O título REFERÊNCIAS, que devem ser grafadas em letras maiúsculas, fonte 12,
centralizado e em negrito. Quanto a formatação do texto, por favor veja o capítulo 5,
secção 5.20.

3.16.2 Apêndice
Elemento que consiste em um texto ou documento elaborado pelo autor, com o
intuito de complementar sua argumentação, sem prejuízo do trabalho. O título
APÊNDICE, em letras maiúsculas, fonte 12, centralizado e em negrito. Os apêndices
devem ser enumerados, identificados e referenciados no texto.

Exemplo:

APÊNDICE A – Questionário aplicado ao consumidor.

3.16.3 Anexos
São elementos opcionais, não elaborados pelo autor, que documentam, esclarecem,
provam ou confirmam as ideias expressas no texto. Os anexos são identificados por
letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Devem ser
enumerados, identificados e referenciados no texto.

Exemplo:

ANEXO A OU ANEXO I – PARPA II

UCM-FEG Pág. 54
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

3.17 Ordem dos Elementos

Anexos Pós-Textuais

Apêndice

Referências

Capítulo 5

Capítulo 4
Textuais
Capítulo 3

Capítulo 2

Capítulo 1

Glossário

Lista de Abreviaturas

Lista de Tabelas

Lista de Figuras

Índice
Pré- Textuais
Sumário Executivo

Agradecimentos

Dedicatória

Declaração

Capa

UCM-FEG Pág. 55
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 4: CITAÇÕES

4.1 Introdução
O estilo de citação e referencia adoptado para a elaboração da dissertação para a
obtenção do grau de licenciatura em Economia e Gestão é baseado nos padrões
internacionalmente reconhecidos e adoptados, estabelecidos pela APA - American
Psicology Association (Associação Americana de Psicólogos).
De acordo NBR 6023:2002, referências são “um conjunto padronizado de elementos
descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação individual”.
Se for citar uma fonte de acordo com os standards da APA - American Psicology
Association (Associação Americana de Psicólogos), terá de introduzir duas
componentes importantes no Trabalho: A citação da referência no texto e a
respectiva nota de referência no final do trabalho, na secção reservada as
referências.

Entende-se por referências bibliográficas a relação de todas as fontes bibliográficas


utilizadas pelo autor, no trabalho. Não devem ser referenciadas fontes bibliográficas,
que não foram citadas no trabalho.

Caso haja conveniência de referenciar material sem alusão ao texto, isto dever ser
feito sem sequência às referências bibliográficas, sob o título: Bibliografia
recomendada. Esta é a diferença entre referencia e bibliografia.

4.2. Plágio
Plágio é o reportar deliberado e intencional de factos, opiniões, ideias, etc., como se
elas fossem suas (ou de sua autoria), isto é, assinar ou apresentar como seu (obra
artística ou científica de outrem). A origem etimológica da palavra, ilustra o conceito
que ela carrega: Plágio provém do grego (através do latim) “plágios”, que significa
“trapaceiro”. O plágio é um crime académico grave que pode resultar em
consequências sérias. Para além de ser ilegal, o plágio revela desonestidade
intelectual.

Quando alguém inventa algo, ou descobre um facto novo, ele registra tal invenção
ou facto sob uma patente ou o direito de autor (copyright). Musicas, logótipos,
invenções comerciais, marcas podem ser registradas como propriedade intelectual do
autor. Caso estes direitos sejam infringidos, o proprietário ou detentor do direito

UCM-FEG Pág. 56
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

poderá intentar uma acção judicial contra o infractor. Os mesmos princípios aplicam-
se a factos, ideias ou opiniões académicas.

Embora o conhecimento académico esteja gratuitamente disponível, é necessário


que se dê o devido credito a fonte deste conhecimento. Ao faze-lo, estará
automaticamente cumprindo requisitos que fazem com que o seu trabalho seja
considerado académico.

4.2.1. Razões que conduzem ao plágio:

Existem três razões básicas a serem destacadas que muitas vezes fazem com que as
pessoas recorram ao plágio:

Primeiro, este acto pode ser praticado de forma não intencional, isto é
involuntariamente. Você poderá ter esquecido a fonte de onde tenha extraído uma
informação, provavelmente por ter lido muito. Para evitar tal situação, você deve
tomar nota das fontes de informação que utilizou no seu trabalho. Outra fonte da
não intencionalidade do plagio poderá dar-se caso se tenha uma ideia errada do
significado de escrever um trabalho académico ou cientifico. Escrever um trabalho
deste género, não significa simplesmente a compilação de factos e ideias de varias
fontes, restringindo o seu trabalho em apenas agrupar tais factos e ideias. Esta
seria sim uma colecta de notas.

Em segundo lugar, o plágio poderá ser praticado partindo do simples facto de você
achar-se incapaz de redigir redacções correctas e coerentes. Embora o recurso a
trabalhos de outras pessoas (autores) possa ser benéfico para aprender a redigir
trabalhos, o plágio por si não será de grande ajuda. O que você precisa é de
aprender a expressar as ideias de outrem por suas próprias palavras, aplicando uma
estrutura diferente, entendendo o que o autor pretende dizer e pôr em suas próprias
palavras.

A Terceira razão, é a considerada a mais séria e grave, pois esta é deliberada. Nasce
de casos em que por estar sob forte pressão, ou possuir outras prioridades, você
decide copiar extractos de textos em fontes que você tenha lido, e coloca-los no seu
trabalho. Esta é com certeza algo muito fácil de fazer através de fontes electrónicas

UCM-FEG Pág. 57
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

por exemplo. O problema reside no facto de também ser muito fácil de detectar: O
estilo da escrita do texto muda, a referência não aparece no texto como deveria, e
erros gramaticais e de interpretação são simplesmente repetidos no seu trabalho. O
pior, é que isto não o ajudará a ter uma boa percepção e compreensão da fonte,
nem o ajudará a desenvolver o seu próprio estilo de escrita.

Associado a isto, esta também o plágio à outros estudantes. Você poderá não pensar
nesta acção como sendo um plágio, considerando-o somente como cópia de um
texto sem direito de autor. Poderá pensar que o trabalho de outro estudante não
seja propriedade intelectual, o que não representa a verdade, pois é propriedade de
outrem. Este tipo de actividade poderá leva-lo a exclusão da comunidade académica,
e isto, poderá destruir a sua potencial carreira académica.

Os factos acima descritos mostram claramente, que embora o plágio possa ser visto
como uma opção economicamente viável a curto prazo, no final das contas não o
ajudará em nada; pois as consequências para a sua carreira académica, assim como
seu carácter pessoal serão lastimáveis.

4.3 Citação de Referência no texto


Ao escrever um artigo, uma monografia, uma dissertação ou tese, o autor utiliza
partes de um texto original, extraído de outra fonte, reproduzindo, literalmente, para
dar subsídio à sua fala no texto ( NBR – 10520:2002).

4.4 Localização
As citações podem aparecer:
a) no texto;
b) em notas de rodapé.
Mas por uma questão de uniformidade, vamos apenas usar citações no texto.

4.5 Componentes de uma citação


Geralmente temos três elementos que constituem uma citação: autor, data e página
Os três elementos são separados por virgulas. O apelido do autor sempre se escreve
em letra maiúscula. Veremos mais adiante em mais detalhes, como iremos aplicar
cada caso.

UCM-FEG Pág. 58
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

4.6 Tipos de Citações


Existe três tipos de citações
a. CITAÇÃO DIRECTA, LITERAIS OU TEXTUAIS
b. CITAÇÕES INDIRECTAS OU LIVRES
c. CITAÇÃO DE CITAÇÃO

4.6.1 Citação Directa, Literais ou Textuais


Respeitam-se todas as características formais: redacção; ortografia; e pontuação
original.
Parte do texto pode ser extraído, e, para tal, usam-se reticências entre colchetes,
devendo-se, ao final do trecho, indicar a fonte.
As citações com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da
margem esquerda, com letra do tamanho 10 que a do texto utilizado e sem as
aspas.

Exemplo: Nome inteiro do autor da obra e data aparecem no texto, ficando na


citação o sobrenome, data e página.

Citações de até três linhas devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas
simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação.

UCM-FEG Pág. 59
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo:

4.6.2 Citações indirectas ou livre


São reproduções de ideias de outrem sem que haja transcrição das palavras
utilizadas. Apesar de livres, devem ser fiéis ao sentido do texto original, não
necessitando de aspas (MENDES, 2002, p. 16).
Nas citações indirectas, ou livres, as indicações de páginas são opcionais.
Exemplo:

4.6.3 Citação de Citação

“É aquela em que o autor do texto não tem acesso directo à obra citada, valendo-se
de citação constante em outra obra. Pode ser reproduzida literalmente, ou
interpretada, resumida ou traduzida” (MENDES, 2002, p. 20).

Usa-se a expressão latina “apud”, para dizer que um autor esta citando outro autor.

Exemplo: TORRES que cita MORAIS.

UCM-FEG Pág. 60
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

4.7 Sistema de Chamada

As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: numérico ou


autor-data.
Os standards da APA para citação da referência no texto aplica o método autor-
data, isto é, o apelido do autor e a data da publicação são inseridos no texto, em
lugar apropriado:

4.7.1 Sistema Autor-Data

“Neste sistema a indicação da fonte é feita pelo apelido de cada autor(es)


pessoal(ais) ou pelo nome de cada entidade responsável(eis) até o primeiro sinal de
pontuação, em letras maiúsculas, seguido de vírgula, da data de publicação e da(s)
páginas(s) de citação (ou outra forma de localização), no caso de citação directa,
separados por vírgula e entre parênteses, após a citação” (MENDES, 2002, p.29).

Frequentemente, precisa-se da autorização do proprietário do direito de autor para


uma citação directa. Se a permissão for dada, é necessário criar uma nota de rodapé
de agradecimento pela permissão. Note que esta nota de rodapé não substitui a
presença da nota de referências no final do trabalho, como será discutido na próxima
secção.

Exemplo:

Estas notas denotam agradecimentos à fonte de citação directa no texto

1
Fonte: On competition (p. 100), por M. Porter, 1999, Boston: Harvard Business School Publishing.
Direito do Autor 1999 por Harvard Business School Publishing. Reprodução com permissão.

UCM-FEG Pág. 61
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Agora, ambos os itens autor e data serão discutidos em detalhes. Nas subsecções
abaixo serão distinguidas três diferentes tipos de fontes: (1) Material Escrito, (2)
Comunicação Directa, e Informação da Internet (WWW - World Wide Web).

4.8 Citação de material escrito

Lembrando que no início dividimos as citações em três tipos. Todas elas devem
conter o elemento página, excepto para as citações indirectas que apresentam um
caracter opcional. Pois nas citações indirectas não fazemos a transcrição directa a
partir do documento original, é uma espécie de resumo por nossas palavras das
ideias de outrem. Deste modo ela pode ser feita a partir de uma ou várias páginas
do documento original.
Apesar do caracter opcional, é sempre aconselhável incluir sempre que possível. Por
isso nos exemplos que não encontrarem o número da página, já pode-se explicar o
porque?

4.8.1 Uma fonte com muitos autores

Uma fonte com um autor

Quando um trabalho tem um autor, cite sempre o sobrenome do autor (isto é,


dentro do mesmo parágrafo, e, nos subsequentes); nas citações subsequentes
dentro do mesmo parágrafo, o ano e a página são excluídos. Nos parágrafos
subsequentes a primeira citação inclui outra vez o ano e a página e novamente,
dentro do mesmo parágrafo, a citação exclui o ano e a página.

ROGERS (1994, p. 8) Descobriu… > Primeira citação no texto


ROGERS (1994, p. 8) Descobriu …> subsequentes citações por parágrafo
ROGERS Descobriu … > Omitir o ano a partir das subsequentes
citações depois da primeira, dentro do mesmo
parágrafo
(ROGERS, 1994, p. 8) >No final do parágrafo.

Uma fonte com dois autores

Quando um trabalho tem dois autores, cite sempre ambos os sobrenomes (isto é,
dentro do mesmo parágrafo, e, nos subsequentes); A ordem de citação é a da
publicação da obra em causa. Nas citações subsequentes dentro do mesmo
parágrafo, o ano e a página são excluídas. Nos parágrafos subsequentes a primeira
citação inclui outra vez o ano e a página e novamente, dentro do mesmo parágrafo,

UCM-FEG Pág. 62
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

a citação exclui o ano e a página. Se a citação for feita no final do parágrafo, coloca-
se entre parênteses e os nomes são separados pelo símbolo &.

ROGERS e ZOE (1994) Descobriram… > Primeira citação no texto


ROGERS e ZOE (1994) Descobriram … > subsequentes citações por parágrafo
ROGERS e ZOE Descobriram … > Omitir o ano a partir das subsequentes
citações depois da primeira, dentro do mesmo
parágrafo
(ROGERS & ZOE, 1994) >No final do parágrafo.

Uma fonte com mais de dois autores

Quando um trabalho tem três, quatro, cinco ou mais autores. Indica-se o sobrenome
do primeiro autor, seguido do termo latino et al, este deve ser seguido sempre de
ponto (no texto) e de ponto, seguido de uma vírgula antes do ano no final do
parágrafo.

Nos parágrafos seguintes, a primeira citação inclui apenas o apelido do primeiro


autor, seguido de et al , e, o respectivo ano e página; Em seguida no mesmo
parágrafo a citação inclui somente o apelido do primeiro autor, seguido de et al, sem
mencionar o ano e página.

ROGERS et al.(1994) Descobriram … > Primeira citação no texto


ROGERS et al. (1994) Descobriram … > Subsequentes citações por parágrafo
ROGERS et al. Descobriram … > Omitir o ano a partir das subsequentes
citações, depois da primeira, dentro do
mesmo parágrafo
(ROGERS et al., 1994) >No final do parágrafo.

Autor Entidade

Por vezes o nome de um grupo pode servir como autor (ex: empresas, associações,
governo). Este é chamado autor grupal.

Num estudo nas Telecomunicações (Telecomunicações de Moçambique, 2001, p.


54)…

Uma Fonte sem Autor

Quando um trabalho não tem autor, cite no texto as primeiras poucas palavras da
referida referência bibliográfica (geralmente, o título), e, o ano.

UCM-FEG Pág. 63
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Num relatório antigo da CIA (O ficheiro Z, 1967, p. 32)…

Autor Anónimo
Quando o autor de um trabalho é designado como “Anónimo” cita-se a palavra
Anónimo. Veja que não se pode colocar anónimo no caso de não haver o nome do
autor, só se coloca anónimo se o autor do trabalho é designado por anónimo.

Num outro relatório da CIA (ANÓNIMO, 1969, p. 12)…

Uma fonte sem data

Quando um trabalho não tem data da publicação, cita-se, no texto o nome do autor,
seguido de uma virgule e s/d.

JANSSEN e SCHRODER (s/d) Descobriram … > Primeira citação no texto


JANSSEN e SCHRODER (s/d) Descobriram … > Subsequentes citações por
parágrafo
JANSSEN e SCHRODER Descobriram … > Omitir o ano a partir das
subsequentes citações, depois da
primeira, dentro do mesmo parágrafo
(JANSSEN & SCHRODER, s/d.) >No final do parágrafo

4.8.2 Distinções de duas ou mais citações

Distinção de duas ou mais fontes do mesmo autor

Quando se citam duas fontes do mesmo autor com diferentes anos de publicação,
não existe problema em distingui-los:
BAATEN (1994) Descobriu…
BAATEN (1999) Descobriu …

Quando se citam duas fontes do mesmo autor com o mesmo ano de publicação,
colocam-se letras minúsculas depois do ano de publicação, para as poder distinguir:

BAATEN (1994a) Descobriu …


BAATEN (1994b) Descobriu …

Distinção de duas ou mais fontes do mesmo ou de dois ou mais autores, na


mesma ordem

Quando se citarem duas fontes de dois ou mais autores, na mesma ordem com
diferentes anos de publicação, não existem problemas em distingui-los:

UCM-FEG Pág. 64
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

BAATEN et al. (1994) Descobriu … Mais de dois autores


BAATEN et al., (1999) Descobriu …

BAATEN e JANSEN (1994) Descobriu … Dois autores


BAATEN e JANSEN (1999) Descobriu …

Quando se citarem três fontes de dois ou mais autores, na mesma ordem com o
mesmo ano de publicação, colocam-se letras minúsculas depois do ano da
publicação, para os poder distinguir:

BAATEN et al. (1994a) Descobriu …


BAATEN et al. (1994b) Descobriu …
BAATEN et al. (1994c) Descobriu …

Distinção entre duas ou mais fontes de diferentes autores

Quando se citarem duas fontes com autores diferentes e diferentes anos de


publicação, não se enfrentarão problemas para os distinguir; o mesmo se aplica para
diferentes autores com o mesmo ano de publicação:

BAATEN (1994, p. 7) Descobriu …


KlAASSEN (1999, p. 32) Descobriu …

BAATEN (1994) Descobriu …


KlAASSEN (1994) Descobriu …

Distinção entre duas ou mais fontes de diferentes grupos de autores

Quando se citarem duas fontes de diferentes grupos de autores com diferentes anos
de publicação, não haverá problemas em diferencia-los; o mesmo se aplica, para
diferentes grupos de autores com o mesmo ano de publicação:

BAATEN et al. (1994) Descobriu…


JANSEN et al. (1999) Descobriu…

BAATEN et al. (1994) Descobriu…


JANSEN et al. (1994) Descobriu…

No entanto, a casos em que o grupo de autores tem nomes em comuns, o que torna
impossível fazer a distinção usando o termo et al. Se não vejamos o seguinte
exemplo:

UCM-FEG Pág. 65
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Primeiro fizemos a seguinte citação a partir dos seguintes autores:

(BAATEN, et al., 1994) No final do parágrafo


A partir da seguinte fonte:
Baaten, Jansen e Bank, 1994

Imagine agora que temos que fazer a citação de uma outra fonte com os seguintes
autores (Baaten, Mendes e Noes) do mesmo ano que o exemplo anterior.
Se colocarmos (BAATEN, et al., 1994), não seria possível os distinguir, então
devemos colocar o sobrenome do segundo autor. Assim deve citar os apelidos dos
primeiros autores e dos subsequentes autores, até que haja algo, que distinga as
fontes:

(BAATEN, MENDES, et al., 1994) No final do parágrafo


A partir da seguinte fonte:
Baaten, Mendes e Noes, 1994

Quando citarem duas fontes de diferentes grupos de autores que, casualmente,


todos tenham o mesmo sobrenome, em casos com o mesmo ano da publicação,
então, não será possível diferencia-los. Logo, terão sempre de ser incluídas as
iniciais do primeiro autor, nas referidas citações.

R. BAATEN e NOES (1994) Descobriu…


V. BAATEN e NOES (1994) Descobriu…

Mesmo nos casos onde os anos de publicação são diferentes não será possível
diferenciar as fontes de uma forma clara. Se não se incluírem as iniciais dos
primeiros autores, na referida citação de referência, então parecerá existirem duas
fontes do mesmo autor, e, não de diferentes grupos de autores.
O mesmo aplica-se, se forem duas fontes de um autor com os sobrenomes iguais,
por exemplo

R. BAATEN (1994) Descobriu…


V. BAATEN (1994) Descobriu…

Diversas fontes e diversos autores

No caso em que queremos citar diferentes fontes de informação com diferentes


autores, simultaneamente numa única citação. Estes devem ser separados por ponto
virgula.

UCM-FEG Pág. 66
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

(DORE, 1974; ELY E GEASON, 1997; HAGAN, 1991) No final do parágrafo

4.9 Citação de uma comunicação directa

A Comunicação directa pode ser por exemplo: uma palestra, uma entrevista, uma
conversa telefónica, e, um discurso numa conferência. Na referida citação da
referência, no texto, as iniciais assim como o sobrenome do comunicador têm de ser
mencionados e a data deve ser a mais exacta possível, ao invés de mencionar,
somente, o ano da comunicação. Acrescenta-se no final a sigla cp. , que designa
comunicação pessoal.

(Hacker, 18 de Abril de 1999, cp.) disse No final do parágrafo


Hacker (18 de Abril de 1999, cp.) disse … Citação no parágrafo

A Comunicação directa não precisa de nota de referência no final do trabalho, na


secção de referências. Esta só precisa, somente uma citação da referência no texto.

4.10 Citação de material da Internet (ou WWW - World Wide Web)

O vasto leque de material disponível na Internet, e, as diversas formas como estes


estão estruturados e apresentados, pode representar desafios, na criação da
referência. Independentemente, do formato, os autores que usarem e citarem fontes
da internet deverão observar as seguintes linhas gerais:

Deve-se sempre que possível, fazer referência a um documento


especifico, ao invés de endereços electrónicos.
Fornecer um endereço electrónico que funcione.

Os documentos disponíveis na Internet incluem artigos periódicos (ex: jornais,


revistas); estes podem estar sob a forma de documentos – podendo ser em formatos
de Word, Excel, PDF, etc. (ex: trabalho de pesquisa, relatório governamental, livro
on-line ou brochura), ou sob o formato típico da Internet – formato HTML (ex:
página da Internet).

A referencia de uma fonte da internet, deve no mínimo incluir o titulo ou descrição


do documento, a data (seja a data da publicação, da actualização ou a data de

UCM-FEG Pág. 67
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

acesso a referida fonte na Internet), e um endereço electrónico (em termos da


Internet, um Localizador Uniforme de Recursos URL – (Uniform Resource Locator).
Sempre que possível, identifique também os autores do documento.

A URL é um elemento critico, caso este não funcione, os leitores não serão capazes
de localizar o material citado e a credibilidade do seu trabalho ou o argumento ficará
abalado. A maior razão pela qual o URL falha normalmente é o facto destes serem
transcritos ou digitados incorrectamente; a segunda maior razão é o facto de os
documentos indicados terem sido removidos ou apagados pelo servidor do site.

Os componentes do URL são os seguintes:

Se está usando o programa de processamento informático Word, a forma mais fácil


de transcrever o URL correctamente é copiar directamente o endereço, na janela do
seu browser (como por exemplo o Internet Explorer), e colar no seu documento.

Teste o URL das suas referências, regularmente, quando fizer o primeiro rascunho
(draft) do seu trabalho ou quando tiver que o submeter para revisão. Caso o
documento citado tenha-se deslocado, actualize o URL, para que se aponte a
localização correcta. Caso o documento não esteja mais disponível, poder-se-á
substituí-lo por outra fonte (ex: se tiver originalmente citado um documento que já
exista uma versão publicada) ou retire a fonte do seu trabalho.

Nesta secção iremos focalizar em como fazer uma citação de uma fonte da Internet
no texto. No capítulo cinco. iremos estender, em como fazer referência de fontes da
Internet. No respeitante à citação no texto, podemos distinguir dois tipos de
referencias: (1) referência de um endereço electrónico completo e (2) referência ao
download de um documento especifico extraído da Internet.

UCM-FEG Pág. 68
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

4.10.1 Um endereço completo da Internet


Um exemplo de citação de um site inteiro da Internet é a impressão com que se fica
se visitar a página da Internet por exemplo da companhia IBM.
Se quiser citar a referida fonte, a citação da referência no texto deve apenas conter
o endereço electrónico:

O endereço electrónico da IBM deverá ser melhorado em diversos aspectos do seu


design (http://www.ibm.com).

Quando citar um endereço completo da Internet não é necessário inserir a


respectiva nota de referência, no final do trabalho, na secção das referências.
Somente é necessário que se faça a citação da referência, no texto.

4.10.2 Um documento especifico tirado (download) da Internet


No caso de documentos extraídos da Internet (download), como são os casos de um
relatório anual do Banco de Moçambique, ou um documento publicado pelo Banco
Mundial, os dois componentes usuais têm de ser inseridos, no trabalho: uma citação
da referência no texto e uma nota nas referências no final do trabalho ,na secção de
referências. No entanto, devem ser aplicadas todas as regras para as fontes,
imprimidas como o descrito acima.

A única diferença será caso em que não haja informação acerca do ano da
publicação. Caso a data da publicação não esteja disponível, usa-se a data de acesso
ao referido documento na Internet depois da abreviação s/d.
Por exemplo, a citação de referência de IBM representa o autor grupal e o ano da
publicação não está disponível, portanto o ano apresentado na referencia é do
acesso. Lembrando que os dados mais específicos da data, como por exemplo dia e
mês, serão apresentados na referencia da citação.

(IBM, s/d, 2000)

Tal como na referência de material escrito, nas citação directas devem também ser
mencionadas a(s) página(s) do documento.

(IBM, 2006, p. 5)

UCM-FEG Pág. 69
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Caso os documentos extraídos da Internet não tenham os números de páginas, use o


número do parágrafo, precedido do símbolo do parágrafo (¶).

(MYERS, 2000, ¶ 5)

Caso o nome do autor e/ou da organização não esteja disponível, deve primeiro
perguntar-se a si mesmo se acha que a informação que pretende usar tem
proveniência de uma fonte credível, caso decida que sim, então cite algumas
palavras do titulo encaminhando o leitor para a área correcta na secção de
referências, no final do trabalho:

("New Child," 2001, p. 32). No final do parágrafo

UCM-FEG Pág. 70
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 5: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

5.1 Introdução

As referências, de acordo NBR 6023:2002, são “um conjunto padronizado de


elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação
individual”. Entende-se por referências bibliográficas a relação de todas as fontes
bibliográficas utilizadas pelo autor no trabalho. Não devem ser referenciadas fontes
bibliográficas que não foram citadas no trabalho.
Contudo, primeiro há que se fazer uma distinção entre referência e a bibliografia,
pois estes termos são, regularmente confundidos. A bibliografia é mais extensa que
as referências. As referências contêm apenas os trabalhos citados no texto. Por outro
lado, a bibliografia, contem todos os trabalhos consultados, durante a pesquisa, e,
também aqueles que podem ser considerados importantes, para futuras leituras
sobre o tópico, mas não são citadas, no texto.

Como já foi mencionado anteriormente, se citarmos uma fonte de acordo com o


standard da APA, terá de se inserir duas componentes, no trabalho: Uma citação da
referência no texto e a respectiva referência na secção de referencias (excepto para
a comunicação directa ou o endereço de um site da Internet). Esta secção descreve
como se pode criar uma nota de referência bibliográfica, no final do documento.

5.2 Elementos de uma Referência

5.2.1 Definição
As referências são constituídas de elementos essenciais, podendo ser acrescidas
de elementos complementares. A apresentação dos elementos segue uma
sequência padronizada.

5.2.2 Elementos Essenciais


São aqueles indispensáveis à identificação do documento.

UCM-FEG Pág. 71
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.2.3 Elementos Complementares


Podem ser acrescentados visando a melhor caracterizar, localizar ou obter o
documento. É bom salientar que tais elementos podem se tornar essenciais,
dependendo do tipo de suporte físico da publicação.
Podem ser elementos complementares:

5.3 Categorias de diferentes tipos de fontes

Diferentes tipos de fontes podem ser identificadas. Primeiro, elas podem ser
categorizadas como periódicas (isto é, jornais, revistas, boletim informativo, jornais)
e não periódicos (isto é, livros, brochuras, e capítulos dos livros). Segundo, estas
fontes periódicas e não periódicas podem ser divididas entre fontes impressas e
fontes da Internet (download de documentos da Internet). A figura abaixo apresenta
os 12 tipos mais comuns das fontes em categorias .

Fontes Imprimidas Fontes da Internet

Periódicos Não-periódicos Periódicos Não-periódicos


1. Revista ou 3. Livros 7. jornais 9. Livros
pesquisa completos, inteiros, completos,
relatórios, revistas relatórios,
brochuras, brochuras,
trabalhos trabalhos
académicos ou académicos ou
científicos científicos
2. Artigos de 4. Capítulos de um 8. Artigos de 10. Capítulos de
jornal, revista livro, relatório, jornais, um livro,
brochura, revistas relatório,
trabalhos brochura,
académicos ou trabalhos
científicos académicos ou
científicos

UCM-FEG Pág. 72
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5. Livros inteiros 11. Livros inteiros


editados, relatório, editados,
brochura, relatório,
trabalhos brochura,
académicos ou trabalhos
científicos académicos ou
científicos
6. Capítulos de 12. Capítulos de
livros editados, livros editados,
relatório, relatório,
brochura, brochura,
trabalhos trabalhos
académicos ou académicos ou
científicos científicos

5.4 Autoria
A autoria de uma obra pode ser de uma pessoa física, pessoa jurídica, anónima,
colectânea, etc. Para cada situação existem variações que devem ser padronizadas.

5.4.1 Forma de parentesco


Os nomes que contêm forma de parentesco serão considerados como parte
integrante do sobrenome, tais como: Júnior, Sobrinho, Neto, Filho, etc.

Exemplo:

Manoel Gonçalves Ferreira Filho


Entrada: FERREIRA FILHO, M. G.

5.4.2 Autoria desconhecida


A entrada é feita pelo título, sendo a primeira palavra em letras maiúsculas. O termo
anónimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor desconhecido. Só se
fizer se passar por Anónimo, neste caso o anónimo aparece em caixa alta.
Exemplo:

Obra com autor desconhecido


DIAGNÓSTICO do Sector Editorial Brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do
Livro, 1993, 64 p.

Obra com autor anónimo


ANÓNIMO. Diagnóstico do Sector Editorial Brasileiro. São Paulo: Câmara
Brasileira do Livro, 1993, 64 p.

UCM-FEG Pág. 73
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.4.3 Obra com responsabilidade intelectual diferente de autor


(organizador, compilador, editor, coordenador, etc)
A entrada deve ser pelo nome do responsável, seguida da abreviação, no singular,
do tipo de participação (Org., Comp., Ed., Coord.) Organizador, Compositor, Editor,
Coordenador respectivamente.

Exemplo: Organizador
COHN, G. (Org.). Max Weber: sociologia. São Paulo: Ática, 2002.

Exemplo: Coordenador
TALAVERA, G. M. (Coord.). Relações de Consumo no Direito Brasileiro. São
Paulo: Método, 2001.

Exemplo: Editor
SILVA, J. U. (Ed.). Cadastro das indústrias do Estado do Paraná: Paraná 2002.
Curitiba: EBGE, [2002], 677 p.

5.4.4 Tradutor, revisor, ilustrador, etc.


Podem ser acrescentados após o título conforme aparece no documento. O nome do
tradutor, revisor, etc aparece completo, como demonstra o exemplo abaixo.
Exemplo:
BACH, R. Ilusões: As Aventuras de um Messias Indeciso. Tradução de Luzia
Machado da Costa. 14. ed. Rio de Janeiro: Record, 1977, 156 p.

5.5 Autor Pessoal


A entrada é feita pelo último sobrenome do autor, em caixa-alta (letras maiúsculas),
seguido de vírgula (,) e do(s) prenome(s) e demais sobrenome(s) de forma
abreviada.
Quando houver mais de um autor, os nomes devem ser separados por ponto e
vírgula, seguido de espaço. No caso de dois autores a separação é feita por (&), para
mais de dois autores a separação entre o penúltimo autor e o último é feita por (&).

Obra com um autor


Modelo:
SOBRENOME, Prenome(s)

UCM-FEG Pág. 74
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo:
Nome do autor: Ronald Henry Ballou
BALLOU, R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993, 114p.

Obra com dois autores


Mencionam-se os autores na ordem em que aparecem na publicação, separados por
(&).
Modelo:
SOBRENOME1, Prenome(s) & SOBRENOME2, Prenome(s)

Exemplo:
Nome dos Autores: Ovídio Baptista da Silva e Fábio Gomes
SILVA, O. B. & GOMES, F. Teoria Geral do Processo Civil. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2002, 351 p.

Obra com mais de dois autores


Indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão et al. Em casos de existir
semelhanças do sobrenome e do(s) prenome(s) do primeiro autor com as outras
referencias no trabalho em obras com mais de três autores, a regra a seguir é da
citação em fontes com mais de dois autores. Lembrando que as citações devem ser
consistentes com a autorias das referencias.
Modelo:
SOBRENOME, Prenome(s) et al.
Exemplo:
Nome dos Autores: Hamilton Luiz Favero, Francisco Alencar, Lúcia Carpi
Ramalho e Marcus Venício Toledo Ribeiro

FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1997. v.2.

5.6 Autor Entidade


Se o autor for pessoa jurídica, a entrada é feita pelo nome, por extenso, da
instituição responsável intelectualmente pela obra, incluindo instituições públicas e
privadas. Quando uma instituição nacional ou internacional for conhecida por sua

UCM-FEG Pág. 75
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

sigla, esta pode ser usada como entrada. Em hipótese alguma é permitido o uso de
siglas provinciais e distritais bem como de universidades e bancos.

Instituições públicas com denominação genérica


Para órgãos governamentais da administração (ministérios, secretarias, etc) entrar
pelo nome geográfico em caixa alta (país, cidades ou distritos) considerando a
subordinação hierárquica, quando houver. Nesse caso estão incluídos: os ministérios,
secretarias, departamentos, divisões, secções, etc.
Neste caso são separados por pontos.
Modelo:

LOCAL DE JURISDIÇÃO. Nome da instituição. Titulo. Edição. Local: Editora, Volume,


ano, Página.

Exemplo:
República de Moçambique. Ministério de Indústria de Moçambique. Regime de
Actividade Comercial. Maputo: 1971.

Província de Sofala. Direcção Provincial das Finanças. Regulamento de


Actividades dos Agentes Económicos. Beira: 1980.

Instituições públicas com denominação específica


Uma entidade colectiva, embora com vinculação a uma instituição maior, mas tendo
uma denominação específica que a identifique, tem a entrada directamente pelo seu
nome.
Modelo:

NOME DA INSTITUIÇÃO. Titulo. Edição. Local: Editora, Volume, ano, Página.

Exemplo:
UNIVERSIDADE CATÓLICA de PORTUGAL. Biblioteca Central. Catálogo de teses da
Universidade Católica de Portugal. 2. ed. Vitória: Aracruz Celulose, Vol. II, 1990,
50p.

Se a denominação da instituição for ambígua ou houver duplicidade de nomes,


indica-se, após o seu nome, entre parênteses, o local da jurisdição.
Modelo:

UCM-FEG Pág. 76
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo:
BIBLIOTECA NACIONAL (Maputo). Relatório da Directoria Geral 1984. Maputo,
1985, 40 p.

5.7. Título
O título (elemento essencial) e o subtítulo (elemento complementar, opcional)
devem ser descritos como aparecem no documento. Contudo o título deve ser escrito
em itálico e negrito e o subtítulo apenas em itálico, separado por dois pontos do
título. Para ambos os casos a primeira letra deve ser em maiúscula e todos os nomes
próprios, no fim coloca-se ponto.

Exemplo:
PINHO, J. B. Propaganda Institucional: Usos e funções da propaganda em
relações públicas. 3. ed. São Paulo: Summus, 1990.

5.7.1 Titulo longo


Em títulos e subtítulos longos, pode-se suprimir as últimas palavras, desde que não
seja alterado o sentido. A supressão deve ser indicada por reticências

Exemplo:
JACQUES, P. A Constituição Explicada: As emendas constitucionais e os actos
institucionais básicos... 5. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Forense, 1983.

5.7.2 Titulo em mais de uma língua


É de notar que as obras consultadas podem estar escritas em outras línguas, como é
o caso do inglês. Ao escrever a referencia não necessário que se faça a tradução do
título para o português. Portanto escreve-se na língua da obra consultada
Quando uma obra possui título em mais de uma língua, registra-se o primeiro.
Opcionalmente, registra-se o segundo ou o que estiver em destaque, separando-o do
primeiro pelo sinal de igualdade.
Exemplo:
Síntese da Economia Brasileira = Synthesis of the Brazilian Economy

UCM-FEG Pág. 77
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.7.3 Obra sem título


Na ausência de título, deve-se atribuir uma palavra ou frase que identifique o
conteúdo do documento, entre colchetes.
Exemplo:
PIRES, C. et al. [O administrador no século XXI]. Maringá: Universidade Estadual
de Maringá, 2001, 880 p.

5.8 Edição
A edição deve ser transcrita, após o título, em numerais ordinais e da palavra edição
abreviada, ambas na forma adoptada na língua do documento.
Exemplo:

3. ed. (em português)


5th ou 2nd. ed (em inglês)
2e ed. (em francês)
2. Aufl. (em alemão)
2ª ed. (em italiano).
Versão 4.1 (para documentos eletrônicos)

5.9 Local
Indica-se a cidade da editora da publicação, tal como figura no documento. Caso
houver mais de um local para uma só editora, indica-se o primeiro ou o mais
destacado.
Quando a cidade não é citada no documento, utiliza-se a expressão sine loco,
abreviada, entre colchetes [S.l.].
Ao terminar de escrever o local, coloca-se dois pontos para em seguida escrever a
editora.

5.10 Editora
O nome da editora deve ser indicado tal como figura no documento. Não omitir as
expressões: editor, livraria, tipografia, gráfico, companhia, filhos, limitada,
incorporada, etc. que designam a natureza jurídica. Após a escrita da editora coloca-
se uma virgula

UCM-FEG Pág. 78
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplos:
Livraria Saraiva
Livraria José Olympio
Lima e Pinheiro Machado
Editora Atlas

Duas ou mais editoras


Se houver duas ou mais editoras, indicam-se ambas, com seus respectivos locais
(cidades), separadas por ponto e vírgula; três ou mais, indica-se a primeira ou a que
estiver em destaque.

Exemplo:
Duas editoras de dois locais diferentes
Rio de Janeiro: Editora Inter-ciência; São Paulo: Editora Papirus.

Editora de entidade
Quando uma obra tiver autor entidade, não se deve incluir o nome da editora
quando este for igual ao autor entidade.

Sem Editora
Quando a editora não puder ser identificada, indica-se a expressão sine nomine,
abreviada, entre colchetes [s.n.].

Sem local e sem editora


Indicam-se ambas expressões abreviadas entre colchetes [S.l.:s.n.].

5.11 Número de página


Pode-se registrar o número da última página, folha ou coluna de cada sequência,
respeitando-se a forma encontrada (letras, algarismos romanos e arábicos).

Exemplo:
p.12 Refere-se a uma página
10 p. Número de páginas do documento, neste caso o documento
tem 10 páginas
p. 90, 93, 98, 105 Páginas isoladas

UCM-FEG Pág. 79
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

pp. 345-380. Páginas usadas do documento para o trabalho

5.12 Data
A data da publicação deve ser indicada em algarismos arábicos. Por se tratar de
elemento essencial para a referência, sempre deve ser indicada uma data, seja da
publicação, da impressão, do copyright ou outra.
Quando ela é conhecida deve-se colocar normalmente sem colchetes.

Exemplo:
1997
Quando a data não consta na obra deve-se registrar a data aproximada entre
colchetes.
Exemplo:

[1968 ou 1969] um ano ou outro


[1995?] data provável
[entre 1959 e 1961] use intervalos menores de 20 anos
[ca. 1960] data aproximada
[197-] década certa
[198-?] década provável
[19--] século certo
[19-?] século provável

5.13 Volume
Usamos o número de volume quando se trata de publicações periódicas, como
jornais e revistas.
Exemplo:
Vol. II
Vol. 123
De 1 a 10 usamos numeração Romana, para o número de volume superior a 10,
usamos a numeração Arábica.

Uma vez visto os elementos das referencias por partes detalhadas, é chegada a hora
de fazer a referencia na prática a partir de diversas fontes, como por exemplo:
Livros, Relatórios, Teses, etc. Pois cada uma delas apresenta uma particularidade

UCM-FEG Pág. 80
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

diferente a ser notada, mas elas obedecem as directrizes gerais de cada elemento
estudado acima.

5.13 Livros, Relatórios etc. considerados no todo

No caso de ser um só autor o formato é:


Apelido do autor em MAIÚSCULAS, nome(s) abreviado(s) seguido pelo Título da obra
(em itálico e Negrito), subtítulo. Edição. Local de publicação (cidade): Editora,
Número do Volume, ano da publicação, Número de página da obra.

Exemplo:
NGOENHA, S. O Estatuto Axiológico da Educação em Moçambique: O papel
paradigmático da Missão Suíça. Maputo: Imprensa Universitária da UEM , 2001,
115p.

No caso de serem mais de dois autores o formato é: Apelido do primeiro autor


seguido pela respectiva abreviatura do(s) pronome(s) e acrescenta-se et. al. O resto
é também semelhante aos casos anteriores e prevalece as regras estabelecidas
acima para cada elemento da referencia.
Exemplo:
PIRES, C. et al. Pit-building and Food Ressources of Antlions
(Myrmeleontidae). Zoology 101 Rostock: Rostock University Press, Vol. I, 1998,
156p.

5.14 Capítulos de livros, Relatórios, etc.

No caso de o autor do capítulo ser diferente do autor responsável pelo livro, o


formato é:
AUTOR do capítulo começando pelo apelido seguido pelo título do capítulo (em
aspas); In: Apelido do responsável pelo livro seguido do nome. Título do livro.
Subtítulo do livro (se for o caso). Edição. Local de publicação (cidade): Editora, Ano
de publicação, Página inicial e final do capítulo.

Exemplo:

UCM-FEG Pág. 81
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

BUENDIA, M. “Democracia, Cidadania e Educação”. In: Mazula, B. (Ed.): Eleições,


Democracia e Desenvolvimento. 2.ed. Maputo: Livraria Universitária, 1995, pp.
343-374.

Para o caso em que o autor do capítulo é o mesmo autor do livro ou relatório, segue-
se o critério visto no livro, relatório visto como um todo. A única excepção é em
relação ao número de página que deve ser mencionado em relação a parte que foi
usada para trabalho.

5.15 Trabalhos apresentados em eventos científicos


Trabalhos que são apresentados em eventos científicos tais como congressos,
simpósios, seminários, jornadas, etc. adquirem o seguinte formato:
Autor do trabalho iniciado pelo APELIDO e seguido pela abreviatura do nome. Título
do trabalho; In: Nome do evento científico (entre aspas); Local da publicação
(cidade): Editora. Ano da publicação, Página inicial e final do capítulo.

Exemplo:
PIRES, C. Ecoenergetic Conditions and Economic Decisions in the Pit
Construction by the Larvae of Euroleon Nostras (Myrmeleontidae,
Neuroptera). In: “16th Ethological Meeting”. Universitaet Halle: University Press,
1999, pp. 22-26.

5.16 Dissertações e Teses


Trabalhos feitos no contexto de qualificação académica adquirem o seguinte formato:

Autor do trabalho iniciado pelo APELIDO e seguido pela abreviatura do nome. Título
do trabalho. (Grau ou categoria do trabalho). Nome da faculdade ou instituição.
Local de publicação (cidade): Editora. Ano da publicação. Número de páginas da
obra.

Exemplo:
BERNARDO, R. L. Efeitos Microbicidas da Mulala Sobre a Higiene Bucal (Euclea
natalensis). (Tese de licenciatura em Biologia). Faculdade de Ciências Naturais e
Matemática. Maputo: Universidade Pedagógica, 1993, 67p.

UCM-FEG Pág. 82
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.17 Publicações periódicas, jornais ou revistas.

Para o caso de jornais ou revistas considera-se o seguinte formato:

EDITOR da revista ou jornal. NOME da revista ou jornal em maiúsculas. Título do


Artigo ou da notícia. Número do volume. Local de publicação (cidade): Ano de
publicação, Periodicidade: Número(s) da(s) página(s).

Os procedimentos em relação em como escrever os nomes do(s)


editor(es), são os mesmos vistos na secção autor pessoal, sem descartar
a hipótese do editor ser autor entidade, como é o caso de revistas
especializadas. A única diferença para o caso de jornais e revistas é o
facto de se acrescentarem o no fim do último nome, entre parêntese (Ed.)
para um editor ou (Eds.) para mais de um editor.
Para algumas revistas é necessário acrescentar a especialidade ou o tipo
de assunto da revista, após o nome.
O título segue os mesmos formatos, vistos na secção dos títulos
O número de volume pode ser geralmente encontrado na primeira página
do jornal ou da revista, este deve ser colocado na referencia por exemplo:
Vol. II ou Vol. 637426.
Em relação ao ano de publicação, ela deve ser o mais preciso possível.
Para o caso de jornais diários deve-se colocar por exemplo (02 de Março
de 2007), para casos de revistas mensais (Janeiro de 2007).
Após a o ano de publicação devemos colocar a periodicidade do jornal ou
revista, que podem ser: Diário, Semanal, Mensal, Trimestral, etc.
E finalmente o número de página(s) do artigo ou informação, seguindo os
procedimentos vistos na secção de páginas.

Exemplo:
Ricardo, A. (Ed.). DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE. Rússia Perdoa Dívida
Moçambicana. Vol. 637426. Beira: 23 de Dezembro de 2006, Diário. p.5.

UCM-FEG Pág. 83
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

No caso em que o autor do artigo ou da informação no jornal ou revistas vier


mencionado, deve-se substituir o elemento Editor no formato acima mencionado pelo
nome do(s) autor(es).

5.18 Referências legislativas

Refere-se geralmente a leis, decretos, portarias etc. que têm um carácter legislativo
e regulador. Nestes casos o formato é:
NOME do País. Título (especificando a legislação). Tipo de edição: número. data
(dia, mês e ano).

Exemplo:
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Decreto-Lei que Regula as Actividades do Ensino
Superior em Moçambique. Boletim da República: 15/2001. de 30 de Agosto de
2001.

5.19 Publicações ou Documentos retirados da Internet

Os procedimentos a seguir nas referencias dos documentos ou publicações retiradas


da internet, não diferem muito daquilo que já foi visto anteriormente em relação as
fontes imprimidas. Apenas acrescenta-se a componente do endereço electrónico, o
que permite a sua localização. Adiciona-se também, informação referente a data do
acesso na Internet.

Podemos distinguir de uma forma geral as seguintes formas de acesso a informação


através da internet.
Texto obtido ou consultado na Web
Texto obtido via correio electrónico

5.19.1 Texto obtido ou consultado na Web


Dependendo do caso, podemos enquadrar o documento que pode ser, uma tese, um
relatório, um livro, etc, obtido através de uma página da internet, as regras definidas
neste manual. Apenas acrescenta-se no fim (geralmente após o número de páginas)
o endereço electrónico completo e a data do acesso.

UCM-FEG Pág. 84
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Endereço Electrónico
O endereço electrónico deve estar sublinhado entre os sinais <>, precedido da
expressão Disponível em:

Para saber qual o endereço a colocar, é bastante copiar apenas o endereço que
geralmente vem no topo da barra de ferramentas de qualquer browser. Ha que ter
cuidado ao copiar o endereço, pois deve certificar primeiro, se é referente ao
documento a ser referenciado.
Por exemplo
Um documento retirado desta página: http://www.all.net/RSIevil.html
Deste modo poderemos colocar da seguinte forma:
Disponível em: <http://www.all.net/RSIevil.html>

Acesso
Após o endereço deve-se colocar a data em que teve acesso ao documento do
endereço referenciado. Esta data deve ser precedida da expressão Acesso em: e
colocada entre parênteses rectos
Exemplo:
[Acesso em: 20/02/2007]

Suponha que a referencia abaixo mencionada, foi obtida através desta página
http://www.all.net/RSIevil.html, no dia 01/02/2006.
PIRES, C. et al. Pit-building and Food Ressources of Antlions
(Myrmeleontidae). Zoology 101 Rostock: Rostock University Press, Vol. I, 1998.

Acrescentando a componente, endereço electrónico e o acesso, teremos a seguinte


referencia:

PIRES, C. et al. Pit-building and Food Ressources of Antlions


(Myrmeleontidae). Zoology 101 Rostock: Rostock University Press, Vol. I, 1998.
Disponível em: <http://www.all.net/RSIevil.html> [Acesso em: 01/02/2006].

UCM-FEG Pág. 85
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.19.2 Texto obtido via correio electrónico


Neste caso o documento foi obtido, não através de uma página da Internet, mas sim
através de um E-mail. Isto acontece quando recebemos os documentos através do
autor ou de uma organização, sendo neste caso inacessível através de uma página
da internet.
Para tal, colocamos no final da referencia colocamos, Disponível via correio
electrónico: seguido do respectivo E-mail sublinhado. A outra componente é a data
que recebeu o documento, esta deve ser precedida da expressão Acesso em: e
colocada entre parênteses rectos.

Por Exemplo:
A mesma referencia acima citada, mas desta vez foi obtida através do correio
electrónico com o seguinte endereço: almanac@esusda.gov e recebido em 02/05/06.

PIRES, C. et al. Pit-building and Food Ressources of Antlions


(Myrmeleontidae). Zoology 101 Rostock: Rostock University Press, Vol. I, 1998.
Disponível via correio electrónico: almanac@esusda.gov [Acesso em: 02/05/2006].

Nota: Quando o documento ou texto retirados da internet (obtidos na web e correio


electrónico), não tiver mencionado a data da sua publicação, usa-se a data em que
foi acessada. Geralmente escreve-se o mês e o ano entre colchetes.

5.20 Apresentação das Referências

5.20.1 Localização
A referência pode aparecer:
- No rodapé;
- No fim de texto ou de capítulo;
- Em lista de referências;
- Antecedendo resumos, resenhas e recensões.
Entretanto, neste manual, as referencias estarão localizadas na página referente as
referencias.

UCM-FEG Pág. 86
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.20.2 Ordenação
As referências podem ter uma ordenação alfabética, cronológica e sistemática (por
assunto). Entretanto, neste manual, sugerimos a adopção da ordenação alfabética
ascendente.

5.20.3 Autor Repetido


Quando se referencia várias obras do mesmo autor, substitui-se o nome do autor das
referências subsequentes por um traço equivalente a seis espaços.

Exemplo:
FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975
______. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1983.
______. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a pratica educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 1998.

5.20.4 Espaçamento
As referências devem ser digitadas, usando espaço simples entre as linhas e espaço
simples para separa-las.

5.20.5 Formatação
Este deve estar formatado, por forma que somente a primeira linha comece no limite
esquerdo da pagina, devendo as restantes alíneas (da segunda em diante), iniciar
1cm para dentro do limite da margem esquerda 8 :
Por exemplo:

PIRES, C. et al. Pit-building and Food Ressources of Antlions


(Myrmeleontidae). Zoology 101 Rostock: Rostock University Press, Vol. I,
1998. Disponível via correio electrónico: almanac@esusda.gov [Acesso em:
02/05/2006].

5.20.6 Margem
As referências são alinhadas somente à margem esquerda.

8
Para utilizar esta opção basta aceder ao menu de ferramentas do word, seleccionar Format, em seguida
Paragraph. Na janela que aparece seleccionar no grupo de Indentation a opção Special, na qual deve
escolher Hanging e definir para 1cm.

UCM-FEG Pág. 87
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

5.20.7 Pontuação
Ponto: usa-se ponto após o nome do autor/autores, do título, na edição e no final
da referência.

Dois pontos: os dois pontos são usados antes do subtítulo, antes da editora e
depois do termo In.

Virgula: é usada após o sobrenome dos autores, após editora, entre o ano de
publicação e o número de página(s)

Ponto e virgula: é usado para separar dois ou três autores, antecedido e precedido
de espaço.

Hífen: é usado entre páginas ( ex.: 145-49) e entre datas de fascículos sequenciais
(ex.: 2000-2001)
Barra transversal: é usada entre números e datas de fascículos não sequenciais
(ex.: 5/6, 1986/1987).

Colchetes: usado para indicar os elementos de referência que não aparecem na


obra referenciada, como a data de publicação (ex.: [2002]), bem como para colocar
a data de acesso a documentos retirados na internet.

Parênteses: usado para indicar a série, grau académico (teses, monografias, etc) e
para responsabilidade intelectual (Org, Ed, Coord.).

Reticências: usadas para indicar supressão de títulos longos e eventos. (Ex.: Anais
...).

5.21 Notas de Rodapé


As notas de rodapé são usadas de duas formas: Notas de rodapé de conteúdo e
notas de rodapé de permissão.

Notas de rodapé de conteúdo

UCM-FEG Pág. 88
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Este tipo de notas de rodapé suplementa ou sustenta a informação do texto. Estes


não devem incluir informação complicada, irrelevante ou não essencial. As Notas de
rodapé de conteúdo deveram suportar apenas uma ideia. Sendo estas destratavas
para os leitores, este tipo de notas de rodapé só deverão ser usadas se forem
fortificar a discussão no texto. Em, muitos casos, no entanto, a informação
importante deve ser integrada no texto. Por Exemplo:

No texto:

O objectivo deste trabalho é de construção de um modelo de negócios1 para a


Microsoft.

Nota de Rodapé:

1
Neste trabalho, um modelo de negócio significa a abordagem para a condução de um negócio de acordo
com Napati (2000): “A classificação dos arranjos em processos negociais, estrutura, e a locação dos
recursos, quer a nível organizacional ou a nível de toda a cadeia vertical das actividades, onde as
múltiplas partes cooperam”.

Notas de rodapé de permissão do direito do autor

Estas notas denotam agradecimentos à fonte de citação directa no texto. Exemplo de


nota de rodapé de permissão:

1
Fonte: On competition (p. 100), por M. Porter, 1999, Boston: Harvard Business School Publishing.
Direito do Autor 1999 por Harvard Business School Publishing. Reprodução com permissão.

Embora a informação sobre a fonte seja mostrada na nota de rodapé, deve ser feita
a citação da referência completa, no texto e na respectiva secção de referências.

UCM-FEG Pág. 89
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 6: TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS

O que é um questionário: é a forma mais usada para colectar dados, pois


possibilita medir com melhor exactidão o que se deseja. Em geral, a palavra
questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula
que o próprio informante preenche. Quando a colecta de informações conta com a
presença do pesquisador ou do seu auxiliar que regista a informação, passa-se a
chamar de Entrevista.

6.1 Erros em um Processo de Pesquisa

Em um processo de pesquisa podem ocorrer dois tipos de erros. São eles os erros
amostrais e os erros não-amostrais.

O primeiro está ligado a falhas nos processos de escolha da amostra e da


determinação do seu tamanho. Quanto aos erros não amostrais, inúmeras são as
fontes de sua ocorrência; entre elas, questionários de dados mal elaborados, com
questões tendenciosas e a escolha e/ou o uso incorrecto de escalas de medição.

A mensuração sempre ocorre em situações complexas, onde diversos factores


influenciam as características medidas e o processo de mensuração, podendo gerar
erros não amostrais. De acordo com SELLTIZ et al. (1974), a variação entre
resultados individuais, num instrumento de medida aplicado a um grupo de pessoas,
decorre de certo número de factores contribuintes. Parte da variação pode ser
entendida como resultante de diferenças reais, entre os indivíduos, quanto à
característica que está sendo medida; parte dela representa erros na mensuração.

O problema básico na avaliação de resultados de qualquer mensuração é o de definir


o que deve ser considerado como diferenças reais na característica medida e o que
deve ser considerado como variações devidas a erro de mensuração". SELLTIZ et al.
(1974) apontam algumas das possíveis fontes de diferenças nos resultados, num
grupo de indivíduos:

a) Diferenças verdadeiras na característica em análise;

Idealmente, todas as diferenças encontradas em um processo de mensuração


deveriam referir-se, exclusivamente, às diferenças reais quanto ao que se pretende
medir.

UCM-FEG Pág. 90
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

b) Diferenças reais em outras características relativamente estáveis do


indivíduo, influindo nos resultados;

Poucas técnicas de que dispõe o cientista social permitem medidas puras de qualquer
característica. Resultados obtidos num grupo reflectem não apenas diferenças na
característica que está sendo medida, mas também diferenças em variáveis tais
como grau de formação, inteligência, personalidade, as quais vem contaminar os
resultados de um questionário de atitude ou as avaliações de um observador.

c) Diferenças devidas a factores pessoais passageiros;

tais como disposição momentânea, estado de fadiga, saúde, distracção, etc.

d) Diferenças devidas a factores de situação;

Muitas vezes, as variações na situação em que ocorre a mensuração desempenham


um grande papel nas diferenças de resultados num grupo de indivíduos. Assim, por
exemplo, uma entrevista com uma dona de casa pode ser fortemente influenciada
pela presença de outras pessoas da família (marido, filhos, etc.).

e) Diferenças devidas às variações na aplicação;

Métodos inadequados ou não uniformes de aplicação de um questionário podem


contribuir para variações nos resultados. Apenas para exemplificar, os
entrevistadores podem inverter a ordem das perguntas, omitir questões, responder
perguntas não respondidas baseando-se em julgamentos próprios a respeito do
entrevistado, etc.

f) Diferenças devidas à amostragem de itens;

Por melhor que seja um instrumento de medida, provavelmente não será capaz de
abarcar todos os itens do universo de itens significativos para a característica que
está sendo medida. O aumento do número de itens (desde que sejam adequados aos
objectivos), ou da quantidade de material significativo em que se baseia um
resultado, torna menor a variação em resultados, atribuível a essa fonte.

g) Falta de clareza do instrumento de medida;

As diferenças nas respostas podem significar diferenças de interpretação do


instrumento, e não diferenças reais nas características que estão sendo medidas.

h) Questionários mal elaborados.

Com questões tendenciosas, ambíguas, e/ou sequencialmente mal posicionadas.

UCM-FEG Pág. 91
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Percebe-se, portanto, a importância de um questionário bem construído e bem


aplicado, garantindo significativa redução no nível do erro não amostral.

6.2 O que deve ser evitado na elaboração do questionário:

• Não incluir duas perguntas em uma: isso leva a respostas que podem não ser
relevantes ou podem ser induzidas, além de não se poder identificar a que
questão ela se refere;

• De preferência não utilizar questões com e ou ou. Elas podem ser na verdade
duas questões diferentes. Esteja certo de quando usar tal terminologia;

• Evite questões ambíguas: pelas palavras utilizadas; pelas expressões muito


coloquiais ou por usar palavras muito difíceis para a compreensão do
respondente;

• Não induza a resposta através do modo afirmativo da pergunta: por exemplo,


ao perguntar sobre tabagismo, não diga: Você fuma? Mas sim: Você não
fuma?

• Redobre a atenção ao formular perguntas que abordem assuntos delicados,


muito íntimos ou incómodos para o respondente;

• Antes de usar o seu questionário faça um teste-piloto com ele. Este teste
deve ser feito correspondendo com as mesmas características do respectivo
alvo da avaliação;

• O questionário não deve ser muito longo, mas também não precisa ser muito
curto.

6.3 Algumas sugestões na elaboração do questionário:

• Comece com as perguntas mais fáceis;

• Use uma ordem lógica para o informante no ordenamento das questões,


dividindo o questionário em subsecções;

• Informações que são necessárias para outras perguntas devem vir primeiro;

• Se for utilizar questões abertas, estas devem vir no final, junto com questões
que abordem temas mais delicados para o respondente;

UCM-FEG Pág. 92
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

• Quando for necessário verificar a resposta do respondente para uma questão


mais delicada, faça a mesma pergunta na negativa mais adiante. Um exemplo
pode ser: O aborto deve ser legalizado: Concordo__ Discordo __. E mais
adiante no questionário: O aborto não deve ser legalizado: Concordo__
Discordo __.

6.4 Etapas de Elaboração de um Questionário

Construir um bom questionário depende não só do conhecimento de técnicas mas


principalmente da experiência do pesquisador. Contudo, seguir um método de
elaboração sem dúvida é essencial, pois identifica as etapas básicas envolvidas na
construção de um instrumento eficaz.

6.4.1 Componentes do Questionário

Um questionário para ser eficaz deve conter os seguintes tipos de informação:

a) Credencial

No acto da entrevista ou da submissão do questionário ao respondente deverá ser


acompanhado de uma credencial, que geralmente deve ser requerida a instituição
onde estiver a fazer o curso, de modo que o respondente se certifique da sua
autorização bem como assegura a credibilidade da pesquisa.

b) introdução e solicitação de cooperação

É importante colocar uma introdução, na qual o pesquisador deverá motivar o


respondente através de uma prévia exposição sobre o tema e a entidade que está
promovendo a pesquisa e sobre as vantagens que essa pesquisa poderá trazer para
a sociedade e em particular para o respondente, se for o caso. Deverá ainda
assegurar ao respondente da confidencialidade da informação concedida pelo
respondente. Para os que vão utilizar a entrevista, deverão informar no início o
tempo da sua duração.

UCM-FEG Pág. 93
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

c) Instruções

As instruções deverão ser claras e objectivas ao nível de entendimento do


respondente e não somente ao nível de entendimento do pesquisador. O pesquisador
deverá assegurar a consistência das instruções para todos os respondentes, evitando
assim erros não amostrais.

d) Identificação do respondente

Dependendo do tipo de pesquisa, o nome do respondente será facultativo. Os dados


gerais, como a idade, sexo, nível de escolaridade, etc também deverão ser incluídos
nesta secção.

e) Corpo do Questionário

Deverá dividir o questionário em subsecções, de modo assegurar que os objectivos


gerais e específicos do questionário seja atingido. No início de cada subsecção
deverá conter uma introdução de modo que o respondente saiba o tipo de pergunta
que irá responder a seguir.

f) Agradecimentos

Não deverá esquecer de agradecer o respondente pelo tempo e sua contribuição no


sucesso do trabalho de pesquisa.

6.4.2 Passos para elaboração de um questionário

Para se elaborar um questionário deve-se seguir o seguinte roteiro:

a) Estabelecer uma ligação com:

O problema e os objectivos da pesquisa;

As hipóteses da pesquisa;

A população a ser pesquisada;

Os métodos de análise de dados escolhidos e/ou disponíveis.

A determinação das informações a serem recolhidas deve fluir naturalmente neste


momento do processo, desde que as etapas precedentes da pesquisa tenham sido
meticulosamente elaboradas. O desenvolvimento do questionário está ligado à
formulação exacta do problema a ser pesquisado e ao objectivo da pesquisa.

UCM-FEG Pág. 94
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

b) Tomar as decisões referentes aos seguintes pontos da pesquisa

Conteúdo das perguntas

Formato das respostas desejado

Formulação das perguntas

Sequência das perguntas

Apresentação e lay-out

Teste Piloto

6.5 Decisões sobre o conteúdo das perguntas

Com relação ao conteúdo das perguntas, pode-se tentar verificar factos, opiniões,
sentimentos, descoberta de padrões de acção e de comportamento.

Destes itens, os mais difíceis de serem medidos são sentimentos, já que são muito
íntimos às pessoas, que nem sempre estão dispostas a externá-los.

É necessário também que o pesquisador faça algumas reflexões, do tipo: a


pergunta é realmente necessária? qual a sua utilidade?

Estas perguntas desdobram-se nas seguintes questões:

O assunto exige uma pergunta separada, ou pode ser incluído em outras


perguntas?

Existem outras perguntas que já incluem adequadamente este ponto?

Várias perguntas são necessárias sobre o assunto desta pergunta ou uma


é o suficiente?

Deve-se evitar o uso de abreviação. Não se deve tratar dois assuntos


complexos em uma mesma pergunta.

Todos os aspectos importantes sobre este tópico serão obtidos da forma


como foi elaborada a pergunta?

Em perguntas de opinião, interessa saber os graus de


favorabilidade/desfavorabilidade, ou basta saber se é a favor ou contra?

As pessoas têm a informação necessária para responder a pergunta?

UCM-FEG Pág. 95
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

O pesquisador deve examinar cada assunto, a fim de se certificar se é esperado do


respondente que ele seja capaz de fornecer a informação desejada, ou seja, se ele é
o portador da informação e se é capaz de lembrar-se dela. Costuma-se usar alguns
"filtros", para detectar se o indivíduo tem ou não a informação desejada.

Não basta porém que se esteja abordando a pessoa certa, é preciso saber se ela é
capaz de se lembrar da informação. Nossa habilidade para nos lembrarmos dos
eventos é influenciada pela importância do próprio evento para cada um, do tempo
passado desde que ele ocorreu e da presença de estímulos que nos ajudem a
recordar.

. Os respondentes estarão dispostos a dar a informação?

Não basta que o respondente tenha a informação. Ele precisa estar disposto a
fornecê-la. Sua predisposição em responder parece ser função do tempo e trabalho
envolvidos na elaboração da resposta, de sua habilidade em articular a resposta, e
da sensibilidade do assunto tratado.

Que objecções alguém poderia ter para responder a esta pergunta?

O tema abordado é muito íntimo, perturbador ou expõe socialmente as


pessoas, de forma a causar resistências e respostas falsas?

O tema é embaraçoso para o respondente por colocar em perigo seu


prestígio caso seja contrário a ideias socialmente aceitas?

Para tentar diminuir esses problemas deve-se inicialmente fazer perguntas que
sugiram comportamento comum para depois ir se aprofundando no assunto e assim
mesmo procurando se referir a outras pessoas para minimizar o impacto sobre o
respondente.

Deve a pergunta ser mais concreta, especifica e mais directamente ligada


à experiência pessoal de quem responde?

O conteúdo da pergunta é suficientemente geral?

O assunto é de tal ordem que uma pergunta específica possa trazer


respostas inexactas ou enganadoras?

Deve-se tomar o cuidado de não se usar perguntas muito específicas, quando, na


verdade, a pesquisa for de carácter geral. Por exemplo, perguntar quantas vezes
uma pessoa foi ao supermercado em um determinado ano, pode resultar em uma

UCM-FEG Pág. 96
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

resposta menos precisa do que se fosse perguntado a respeito de um determinado


mês.

O conteúdo da pergunta não estará enviesado ou carregado em


determinada direcção?

Esta pergunta desdobra-se nas seguintes questões:

A pergunta é, devidamente, neutra, a fim de não influenciar nas


respostas?

Pessoas com opiniões contrárias sobre o assunto não terão considerarão


tendenciosa?

A pergunta contém opiniões ou julgamentos relacionados ao assunto?

6.6 Decisões sobre o formato das respostas

A escolha do formato das respostas mais adequado deve levar em conta as


vantagens e desvantagens de cada tipo para o objectivo da pesquisa.

As respostas podem ser:

abertas

de múltipla escolha

dicotómicas

6.6.1 Questões Abertas

Nas questões abertas, os respondentes ficam livres para responderem com suas
próprias palavras, sem se limitarem a escolha entre um rol de alternativas. São,
normalmente, utilizadas no final do questionário. Uma pergunta aberta geral, do tipo
"Quando se fala em política, o que vem à sua cabeça?", proporciona um "insight" na
estrutura de referência do respondente e pode ser muito útil na interpretação de
respostas a perguntas posteriores. Outro importante uso é na obtenção de
informações adicionais e esclarecimentos, com indagações como: "Por que?", "Por
favor, explique.", "Por que pensa dessa forma?".

Segundo MATTAR (1994), as principais vantagens e desvantagens das perguntas


abertas são:

UCM-FEG Pág. 97
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Vantagens

Estimulam a cooperação;

Permitem avaliar melhor as atitudes para análise das questões


estruturadas;

São muito úteis como primeira questão de um determinado tema porque


deixam o respondente mais à vontade para a entrevista a ser feita;

Cobrem pontos além das questões fechadas;

Têm menor poder de influência nos respostas do que as perguntas com


alternativas previamente estabelecidas:

Exigem menor tempo de elaboração;

Proporcionam comentários, explicações e esclarecimentos significativos


para se interpretar e analisar as perguntas com respostas fechadas;

Evita-se o perigo existente no caso das questões fechadas, do pesquisador


deixar de relacionar alguma alternativa significativa no rol de opções.

Desvantagens

Questões abertas apresentam também desvantagens, segundo os mesmos autores:

Dão margem à parcialidade do entrevistador na compilação das respostas,


já que não há um padrão claro de respostas possíveis. Assim, é difícil a
codificação das respostas e sua consequente compilação;

Há grande dificuldade para codificação e possibilidade de interpretação


subjectiva;

Quando feitas através de questionários auto-preenchidos, esbarram com


as dificuldades de redacção da maioria das pessoas, e mesmo com a
"preguiça" de escrever.

São menos objectivas, já que o respondente pode divagar e até mesmo


fugir do assunto;

São mais onerosas e mais demoradas para serem analisadas que os


outros tipos de questões.

UCM-FEG Pág. 98
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

6.6.2 Questões de Múltipla Escolha

Nos casos de múltipla escolha, os respondentes optarão por uma das alternativas, ou
por determinado número permitido de opções. Ao elaborar perguntas de respostas
múltiplas, o pesquisador se depara com dois aspectos essenciais: o número de
alternativas oferecidas e os viesses de posição.

Pode-se apontar algumas considerações importantes relacionadas às questões de


múltipla escolha. As alternativas devem ser colectivamente exaustivas e
mutuamente exclusivas, ou seja, devem cobrir todas as respostas possíveis e uma
alternativa deve totalmente incompatível com todas as demais. A alternativa
"Outros. Quais? ______" é de grande ajuda para garantir a exclusão. Para que sejam
mutuamente exclusivas, cada respondente deverá identificar apenas uma opção que
represente correctamente sua resposta, ou seja, a escolha de uma alternativa deve
excluir todas as demais.

Quanto aos viesses de posição, estes ocorrem em função da tendência de se


escolher, no caso de palavras, as que aparecem como primeiras opções de resposta
e, quando se tratar de números, a escolha daquele que ocupa a posição central.

No intuito de contornar esses viesses, pode-se alternar a sequência de apresentação


das opções de resposta, durante a colecta de dados, através de diversas variantes
para o mesmo questionário.

Segundo MATTAR (1994), são as seguintes as principais vantagens e desvantagens


das questões de múltipla escolha:

Vantagens

Facilidade de aplicação no processo de análise;

Facilidade e rapidez no acto de responder;

Apresentam pouca possibilidade de erros;

Diferentemente das dicotómicas, trabalham com diversas alternativas.

Desvantagens

Exigem muito cuidado e tempo de preparação para garantir que todas as


opções de respostas sejam oferecidas;

UCM-FEG Pág. 99
Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Se alguma alternativa importante não foi previamente incluída, fortes vias


podem ocorrer, mesmo quando seja oferecida a alternativa "Outros.
Quais?";

O respondente pode ser influenciado pelas alternativas apresentadas.

Tipos de escalas mais utilizadas em questionários:

O mais recomendável é que se utilizem caixas para assinalar a alternativa escolhida.

• Grande concordância / Concorda / Neutro / Discorda / Grande discordância.

• Excelente / Adequado / Pouco adequado / Inadequado / Ruim/ Incapaz de


responder.

• Excelente / Bom / Regular / Pobre / Ruim / Incapaz de responder.

• Frequentemente / Às vezes / Quase nunca.

• Muito importante / Importante / Pouco importante / Não importante / Não


sei.

• Muito raramente Muito frequentemente

1______2______3______4______5______6______7

• 0___1___2___3___4___5___6___7___8___9 (estabelecer o termo de


entrada e o de saída)

• -3___-2___-1___0___+1___+2___+3 (estabelecer o termo de entrada e o


de saída)

6.6.3 Questões Dicotómicas

São as que apresentam apenas duas opções de respostas, de carácter bipolar, do


tipo: sim/não; concordo/não concordo; gosto/não gosto. Por vezes, uma terceira
alternativa é oferecida, indicando desconhecimento ou falta de opinião sobre o
assunto. Normalmente, é assim expressa: ( ) não sei ou ( ) não tenho opinião
formada. A inclusão desse tipo de resposta, é, por um lado, desaconselhável, pois
pode servir de fuga para aquelas pessoas que não desejam tomar uma posição. Por
outro lado, a falta dessa opção pode provocar dificuldades para muitas pessoas, que

UCM-FEG Pág. 100


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

vendo-se forçadas a escolher entre uma das alternativas bipolares, acabam dando
respostas enganadoras.

A resposta dicotómica é adequada para muitas perguntas que se referem a questões


de facto, bem como a problemas claros e a respeito dos quais existem opiniões bem
cristalizadas. Segundo MATTAR (1994), são as seguintes as principais vantagens e
desvantagens das questões dicotómicas:

Vantagens

Rapidez e facilidade de aplicação, processo e análise;

Facilidade e rapidez no acto de responder;

Menor risco de parcialidade do entrevistador;

Apresentam pouca possibilidade de erros;

São muito objectivas.

Desvantagens

Polarização de respostas e/ou possibilidade de forçar respostas em relação


a um leque de opiniões;

Podem levar a erros de medição, se o tema foi tratado de forma


dicotómica, quando na verdade apresenta várias alternativas, por
exemplo, entre a concordância total e discordância total;

Dependendo de como a pergunta é feita, questões com respostas


dicotómicas são fortemente passíveis de erros sistemáticos.

6.7 Decisões sobre a Formulação das Perguntas

Na formulação das perguntas deve-se cuidar para que as mesmas tenham o mesmo
significado para o pesquisador e para o respondente, evitando-se assim um erro de
medição. Sabe-se que a formulação tem efeito sobre as respostas. Esse efeito pode
ser avaliado comparando-se os resultados em sub-amostras, de perguntas
formuladas de forma diferente.

É conveniente fazer as seguintes recomendações sobre a formulação das perguntas:

Usar comunicação simples e palavras conhecidas;

Não utilizar palavras ambíguas.

UCM-FEG Pág. 101


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Evitar:

perguntas que sugiram a resposta;

perguntas com conteúdo emocional e/ou sentimento de aprovação ou


reprovação;

referências a nomes que impliquem em aceitação ou rejeição ou tenham


componente afectivo;

alternativas implícitas;

necessidade do respondente fazer cálculos para responder;

perguntas de dupla resposta;

alternativas longas;

mudanças bruscas de temas, (fazer um "link" entre os temas);

viesses involuntários, motivados por reacção visando prestígio por parte


do respondente, retraimento defensivo diante de perguntas
personalizadas e a atracção exercida pela resposta positiva.

São condicionantes das respostas:

Busca de conformidade ao grupo;

Tendência de imitação social;

Medo do julgamento do outro;

Busca de prestígio social;

Participação nas emoções colectivas;

Submissão aos estereótipos culturais;

Medo de mudanças.

Outros aspectos/questões referentes à redacção das perguntas:

A pergunta pode ser mal compreendida? Contém frases ou termos difíceis


e/ou obscuros?

UCM-FEG Pág. 102


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Os termos utilizados serão bem compreendidos pelo público da pesquisa?


Termos especializados são usados apenas quando realmente necessários,
devendo-se assegurar que seu sentido torne-se claro através de figuras
ou de outros meios.

A pergunta é curta e simples? Perguntas longas e difíceis tendem as ser


mal compreendidas.

Existe indefinição ou ambiguidade? Qual o outro sentido que a pergunta


poderá ter para quem responde?

Enfatizar não intencionalmente uma palavra ou frase poderia mudar o


sentido da pergunta?

Segundo SELLTIZ et al (1974) se, mesmo depois de certificado que as perguntas


estão apresentadas da maneira mais clara possível, ainda houver dúvidas quanto à
compreensão, costuma-se incluir perguntas de acompanhamento, do tipo: " O que
você quer dizer com isso?". 'Você poderia exemplificar?" Dessa maneira, torna-se
possível verificar como a pessoa entendeu a questão e o que pretendeu dizer.

A pergunta exprime adequadamente todas as alternativas, ou mostra


apenas um dos lados do tópico em questão? Ambos devem ser citados.

O quadro de referência é claro e uniforme para todas as pessoas que


respondem?

A pergunta deixa claro que a pessoa deve respondê-la baseada naquilo


que pensa ser a verdade e não naquilo que desejaria que fosse a verdade?

A frase é enviesada, ou seja, está emocionalmente carregada ou


deformada para determinado tipo de resposta?

O que traria melhores resultados? Uma redacção mais pessoal ou mais


impessoal da pergunta?

O que seria melhor? Apresentar a pergunta de maneira directa ou


indirecta?

Não há recomendações concretas quanto ao emprego de perguntas indirectas. Suas


possibilidades e limitações devem ser examinadas caso a caso, de acordo com o
objectivo da pesquisa. Entram em questão problemas morais e técnicos: saber se a
inferências pretendidas podem ser retiradas, sem prejuízo, das provas indirectas; se

UCM-FEG Pág. 103


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

tal pergunta indirecta irá enviesar a resposta; se as perguntas são muito invasivas
da intimidade etc. (SELLTIZ et al., 1974).

6.8 Decisões sobre a sequência das perguntas

A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da
pesquisa. Não há regras estabelecidas, mas alguns cuidados devem ser tomados.
MATTAR (1994) recomenda:

Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para


deixar o respondente mais à vontade e assim ser mais espontâneo e
sincero ao responder as perguntas restantes). Iniciar com perguntas sobre
a opinião do respondente pode fazer com que se sinta prestigiado e se
torne disposto a colaborar.

O primeiro contacto do respondente com o questionário define sua


vontade de respondê-lo ou até mesmo a decisão de não respondê-lo;

Usar temas e perguntas gerais no inicio do questionário, deixando as


perguntas específicas para depois (vai se fechando o foco gradualmente);

As perguntas mais pessoais, sensíveis ou embaraçosas devem ser feitas


somente no final do questionário e convém que sejam alternadas com
questões simples;

Deve-se adoptar uma ordem lógica de perguntas utilizando um fluxo


grama ou árvore de decisão para posicionar as perguntas;

Dar uma sequência lógica ao questionário. Mudanças de tópicos


repentinas e "ir e voltar" ao assunto devem ser evitados;

Informações que classificam socialmente, economicamente ou


demograficamente o respondente são pedidas no final, a não ser que
alguma delas sirva como "filtro";

Perguntas de carácter mais invasivo, ou que tratem temas delicados, não


devem ser colocados no início do questionário e convém que sejam
alternadas com questões simples;

Outra preocupação com o questionário é a de explicar as condições adequadas para


o seu uso e aplicação, tanto no caso de formulários auto-preenchidos quanto nos que

UCM-FEG Pág. 104


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

utilizam entrevistadores. Devem ser fornecidas aos entrevistadores instruções claras


de como proceder no campo, como abordar os respondentes, como preencher os
instrumentos, etc. A seguir, são apresentados alguns pontos sobre os quais os
entrevistadores devem ser orientados.

Proporcionar ao respondente uma situação de liberdade, em que a pessoa


seja estimulada a apresentar francamente suas opiniões;

Garantir, se for o caso, o anonimato do respondente;

O entrevistador deve ser educado, amistoso e imparcial;

Nunca deverá mostrar surpresa ou desaprovação diante das opiniões de


quem responde;

As perguntas precisam ser apresentadas da maneira exacta, com as


mesmas palavras que foram propostas;

Qualquer explicação improvisada da pergunta é proibida. Em casos em


que se imagine, de antemão, que surgirão dúvidas, esclarecimentos
devem ser previamente elaborados;

As perguntas devem seguir a ordem exacta em que aparecem no


questionário;

O entrevistador deve apresentar todas as perguntas, e jamais responder


alguma por dedução própria;

Espera-se que o entrevistador registre fiel e integralmente as respostas;

É necessário que os entrevistadores sejam orientados em relação ao


processo de amostragem. Por exemplo, como proceder em casos de
recusas ou ausências.

6.9 Decisões sobre a apresentação e o lay-out do questionário


(características físicas)

São pontos a serem definidos nesta fase: número de páginas; qualidade do papel e
da impressão; tipos e tamanho de letras; posicionamento e tamanho dos espaços
entre questões; cores da tinta e do papel para as respostas; espaço para resposta de
cada questão; separação de campos para facilidade de digitação (praticamente

UCM-FEG Pág. 105


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

obrigatória para se compilar as respostas e processá-las em tempo reduzido); .


impressão em frente e verso ou só na frente.

Tais itens são relevantes para se ganhar a colaboração dos respondentes. Quanto
melhor e mais adequada for a apresentação, maior a probabilidade de se elevar o
índice de respostas.

6.10 Decisões quanto ao Teste Piloto

É importante a realização de um teste piloto porque é provável que não se consiga


prever todos os problemas e/ou dúvidas que podem surgir durante a aplicação do
questionário. Sem o teste piloto, pode haver grande perda de tempo, dinheiro e
credibilidade caso se constate algum problema grave com o questionário já na fase
de aplicação. Nesse caso o questionário terá que ser refeito e estarão perdidas todas
as informações já colhidas.

GOODE e HATT (1972), afirmam que nenhuma quantidade de pensamento, não


importa quão lógica seja a mente e brilhante a compreensão, pode substituir uma
cuidadosa verificação empírica. Dai a importância em se saber como o instrumento
de colecta de dados se comporta numa situação real através do teste piloto.

Segundo MATTAR (1994), os testes piloto podem ser realizados inclusive nos
primeiros estágios, quando o instrumento ainda está em desenvolvimento, quando o
próprio pesquisador pode realizá-lo, através de entrevista pessoal. O teste piloto é,
segundo GOODE e HATT (1972), um ensaio geral. Cada parte do procedimento deve
ser projectada e implementada exactamente como o será na hora efectiva da colecta
de dados. As instruções para a entrevista devem estar na formulação final, e serem
obedecidas rigorosamente, para se ver se são ou não adequadas. O questionário
deve ser apresentado na forma final e a amostra (embora menor) deve ser obtida
segundo o mesmo plano que gerará a amostra final. Os resultados do teste piloto
são então tabulados para que se conheçam as limitações do instrumento. Isto
incluirá a proporção de respostas do tipo "não sei", de questões difíceis, ambíguas e
mal formuladas, a proporção de pessoas que recusam a entrevista, bem como os
comentários feitos pelos respondentes sobre determinadas questões.

GOODE e HATT (1972) destacam alguns sinais que indicam algo errado com o
instrumento de colecta de dados e que deverão ser objecto de alterações por parte
do pesquisador após o teste piloto:

UCM-FEG Pág. 106


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

a) Ausência de ordem nas respostas

Frequentemente, a causa é uma questão (ou questões) que não se refere à mesma
experiência em cada respondente. Isto pode ser provocado pelo uso de palavras
difíceis, ou por questões que buscam obter muitos dados de uma só vez, etc.
Respostas totalmente desordenadas são um sinal de alerta;

b) Respostas "tudo-nada"

Questões a que todos respondem da mesma maneira, podem revelar uma resposta
invariável ou ideia muito repetida;

c) Grande proporção de respostas do tipo "não sei" ou "não compreendo"

Estes casos indicam questões formuladas inadequadamente, ou um mau plano de


amostragem.

d) Grande número de qualificações ou comentários adicionais.

É o que ocorre quando o teste piloto relaciona uma série de comentários ou fontes
adicionais às alternativas de resposta oferecidas.

e) Variação substancial de respostas quando se muda a ordem das questões

f) Grande proporção de respostas recusadas

Aconselha-se rever com cuidado cada questão cujas recusas ultrapassem cinco por
cento.

Com relação ao teste piloto, recomenda-se:

Seus respondentes devem pertencer à população alvo da pesquisa e ter


tempo suficiente para responder todas as questões;

Os entrevistadores devem ser experientes;

O pesquisador deve utilizar meios diversos de avaliação, tais como


discussão em grupo e gravador;

Com relação aos elementos funcionais do questionário, deve-se verificar


no teste piloto:

a. A clareza e a precisão dos termos utilizados

b. A necessidade eventual de desmembramento das questões

c. A forma das perguntas

UCM-FEG Pág. 107


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

d. A ordem das perguntas

e. A introdução

Caso o teste piloto revele necessidade de muitas alterações, o questionário revisado


deverá ser então novamente testado. O processo será repetido tantas vezes quantas
forem necessárias, até que o instrumento se encontre maduro, pronto para ser
aplicado. De acordo com MATTAR (1994), para instrumentos que foram
cuidadosamente desenvolvidos, dois ou três testes piloto costumam ser suficientes.

6.11 Codificação do Questionário

Codificação é o processo de conversão dos dados do questionário em códigos que


facilitam a sua entrada na base de dados e a sua posterior análise. O pesquisador
deverá criar uma estrutura de codificação quando estiver a elaborar o questionário,
por exemplo enumerando as alternativas para perguntas de múltipla escolha. Deste
modo permitirá uma fácil entrada dos dados do questionário a base de dados para a
sua posterior análise. Aconselha-se a testar a estrutura da codificação do
questionário durante o teste piloto de modo a rectificar os problemas antes de
efectuar as entrevistas.

Para as questões abertas deverá após o termino das entrevistas, fazer o resumo das
principais respostas, de modo a criar alternativas que posteriormente serão
codificadas para cada pergunta aberta do questionário.

Um dos pacotes estatísticos mais usados para inserção e análise de dados do


questionário é o SPSS (Statistical Package for Social Sciences), ela oferece uma
grande flexibilidade e é fácil de usar.

6.12 Verificação dos Dados

Uma vez tendo os dados dos questionários na base de dados, é necessário fazer uma
verificação de modo a identificar inconsistências e observações extremas. Uma das
formas de fazer a verificação é proceder a análise de frequência para cada pergunta
do questionário. Por isso há que ter muito cuidado nas entrevistas de verificar se
todas as respostas foram correctamente preenchidas. Se existe perguntas não
respondidas? Esta situação ocorre com maior frequência quando são questionários
auto preenchidos pelos respondentes.

UCM-FEG Pág. 108


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

6.13 Conclusões

Nenhum pesquisador, por mais capaz que seja, deve imaginar que o primeiro
rascunho de um questionário deva receber aprovação directa, transformando-se no
instrumento definitivo para a colecta de dados. A construção de um questionário
deriva de um processo de melhoria, fruto de tantos exames e revisões quantas
forem necessárias. Cada questão deve ser analisada individualmente, para garantir
se é mesmo importante, se não é ambígua ou de difícil entendimento, etc. Todas as
indagações quanto ao conteúdo, forma, redacção e sequência devem ser feitas para
cada questão. Uma vez concluída a revisão, feita pela equipe de pesquisa, o
questionário estará pronto para o teste piloto. Após revisão originada no teste piloto
o questionário estará em condições de ser aplicado eficazmente na pesquisa.

UCM-FEG Pág. 109


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

CAPÍTULO 7: TAMANHO DA AMOSTRA E REVISÃO ESTATÍSTICA

7.1 Calculo de Tamanho da Amostra


Existem várias abordagens no cálculo de tamanho da amostra, mas para o nosso
caso abordaremos apenas três:
Tamanho da amostra das médias amostrais
Tamanho da amostra da proporção amostral
Tamanho mínimo de amostra (Yamane)

Tamanho da amostra das médias amostrais


Considera-se amostras retiradas de uma população normalmente distribuídas ou
amostras grandes ( aquelas que com n>30).

Exemplo:
Um pesquisador deseja saber o tamanho mínimo de amostra necessário para %95 de
nível de confiança com uma margem de erro 10$ ±dos salários dos trabalhadores de
uma cidade Y .O pesquisador tem o conhecimento de estudos anteriores que o desvio
padrão dos salário é igual a100$ e o número total dos trabalhadores desta cidade é
igual a 5,000.
Quando a população é Infinita População é Finita

⎛Z σ ⎞
2
Nσ 2
n ≥ ⎜ α /2 ⎟ n≥ 2
⎝ e ⎠ ⎛ ⎞
(N − 1)⎜⎜ e ⎟⎟ + σ 2
⎝ Zα / 2 ⎠

Onde e representa o erro padrão.

5000 × 100 2
n≥ 2
≥ 356,82 → n = 357
(5000 − 1)⎛⎜ 10 ⎞⎟ + 1002
⎝ 1,96 ⎠

Tamanho da amostra da proporção amostral


Considera-se amostras retiradas de uma população normalmente distribuídas ou
amostras grandes ( aquelas que com n>30).

UCM-FEG Pág. 110


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Exemplo:
Suponha que um Jornal pretende levar a cabo uma pesquisa sobre as intenções de
votos a um certo candidato Y, as eleições presidenciais. Um estudo piloto revelou
que 25% dos eleitores votariam no candidato Y na cidade A. O jornal acredita que
a margem de erro é de 3% para o nível de confiança de 90%. O número total dos
eleitores desta cidade A é de 6,500. Qual o tamanho da amostra necessário?

Quando a população é Infinita População é Finita

⎛ (Z )2 pq ⎞ n≥
Npq
n ≥ ⎜⎜ α / 2 2 ⎟
⎟ 2
⎛ ⎞
⎝ e ⎠ (N − 1)⎜⎜ e ⎟⎟ + pq
⎝ Zα / 2 ⎠

Onde e representa o erro padrão.

6500 × 0.25 × 0.75


n≥ 2
≥ 518.84 → n = 519
(6500 − 1)⎛⎜ 0.03 ⎞⎟ + (0.25 × 0.75)
⎝ 1.645 ⎠

Nota:
No caso em que não se souber o valor da proporção de sucesso da amostra usamos
p=0.5, porque é o valor máximo de variação que pode ocorrer.

Este procedimento torna-se um bocado embaraçoso, quando se trata de cálculo do


tamanho da amostra para o questionário. Pois teremos que fazer para todas as
perguntas, dependendo da sua natureza, o mesmo processo e no fim escolheremos
aquela que der o maior valor do tamanho da amostra.

Tamanho mínimo de amostra (Yamane)


No caso de questionário aconselha-se o uso da formula do Yamane, pois para este
não é necessário conhecer o desvio padrão da amostra ou a proporção de
sucesso da população
⎛ N ⎞
n ≥ ⎜⎜ ⎟
2 ⎟
⎝ 1 + N (e ) ⎠
Aqui o erro padrão e representa o nível de significância, que é 1- nível de
confiança.

UCM-FEG Pág. 111


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Esta formula apresenta desvantagens para populações pequenas, pois aproxima


em muito o tamanho da amostra com o dá população.

Por Exemplo:
Suponha que um estudante identificou a população do seu estudo igual a 500
indivíduos, qual o tamanho da amostra que deve usar?

Geralmente aconselha-se a usar o e igual a 5%, quanto menor melhor será a


significância

⎛ N ⎞ 500
n ≥ ⎜⎜ ⎟≥
2 ⎟
≥ 222.22 → n = 223
⎝ 1 + N (e ) ⎠ 1 + 500 × 0.05
2

Nota: o valor do nível de significância não deve ser superior a 10%.

7.2 Tipos de Amostragens

1) Amostra ou Censo

2) Processo do desenho da Amostra


Definição da população Alvo
Determinação do quadro de amostragem
Selecção da técnica de amostragem
Determinação do tamanho da Amostra
Execução do processo de Amostragem

3) Classificação dos tipos de Amostragem


Amostragem Não-Aleatória
Amostragem por Conveniência
Amostragem por Julgamento
Amostragem por Quota
Amostragem de Snowball
Amostragem Aleatória
Amostragem aleatória simples
Amostragem Sistemática

UCM-FEG Pág. 112


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Amostragem Estratificada
Amostragem por Grupo
Outros tipos de Amostragem

4) Escolha e uso de Amostragem Aleatória & Não-Aleatória


7.2.1 Amostra ou Censo

Condição para o favoreçimento


do uso:
Tipo de Estudo Amostra Censo

1. Orçamento Pequeno Grande

2. Tempo Disponível Pouco Muito

3. Tamanho da População Grande Pequeno

4. Varianção das caracteristicas Pequeno Grande

5. Custo dos erros de Amostrais Pequeno Grande

6. Custo dos erros Não-Amostrais Grande Pequeno

7. Natureza de mensuração Destrutiva Não destrutiva

8. Atenção a casos individuais Sim Não


7.2.2 Processo de Desenho de Amostra

Definição da população

Determinação do Quadro de Amostragem

Selecção da técnica de Amostragem

Determinação do Tamanho da Amostra

Execução do processo de amostragem

UCM-FEG Pág. 113


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

7.2.3 Definição da População Alvo

População alvo é constituída por elementos ou objectos que contém informação


necessária para a pesquisa. Esta população deverá ser definida nos seguintes
termos:

Elemento é o objecto que dispõe a informação desejada. Exemplo: As PMEs, os


agricultores, etc.

Unidade da Amostra é o elemento ou a unidade que contém o elemento que estará


disponível no processo de amostragem. Exemplo PMEs

Extensão refere-se as delimitações geográficas

Tempo é o período em consideração

7.2.4 Classificação dos Tipos de Amostragem

UCM-FEG Pág. 114


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

7.2.4.1 Amostragem por Conveniência


A amostra é obtida a partir de elementos convencionais. Frequentemente os
respondentes são seleccionados porquê eles encontram-se no lugar certo a hora
certa.
A amostra por conveniência é empregada quando se deseja obter informações de
maneira rápida e barata.

Solicitar a pessoas que voluntariamente testem um produto e que em seguida


respondam a uma entrevista.

Parar pessoas no supermercado e colher suas opiniões.

Colocar linhas de telefone adaptadas para que durante um programa de televisão os


telespectadores possam dar suas opiniões.

7.2.4.2 Amostragem por Julgamento


Selecção de amostras intencionais ou por julgamento são realizadas de acordo com o
julgamento do pesquisador. Se for adoptado um critério razoável de julgamento,
pode-se chegar a resultados favoráveis.

É comum a escolha de experts (profissionais especializados) quando se trata de


amostras por julgamento.

Escolha de uma localidade


Estilistas

7.2.4.3 Amostragem por Quota


O pesquisador procura obter uma amostra que seja similar à população sob algum
aspecto. Neste caso, são consideradas várias características da população, como
sexo, idade e tipo de trabalho - as variáveis mais comuns são áreas geográficas,
sexo, idade, raça e um indicador económico.

UCM-FEG Pág. 115


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

População Amostra
Característica de Composição Composição
Controle
Sexo Percentagem Percentagem Número
Masculino 48 48 480
Feminino 52 52 520
100 100 1000

7.2.4.4 Amostragem de Snowball


Um grupo inicial de respondente é identificado e seleccionado aleatoriamente. Em
seguida o grupo seleccionado dá indicação de outros pertencentes a população
delimitada pelo pesquisador

7.2.4.5 Amostragem Aleatória Simples


Cada elemento da população tem a mesma chance de ser incluída na amostra, bem
como a escolha de um elemento é independente de outro.

Uso de Tabelas de números aleatórios


Uso de computadores que geram números aleatórios
Uso de urna

7.2.4.6 Amostragem Sistemática


Selecciona-se aleatoriamente um ponto ou um elemento de referencia na
população escolhida e em seguida escolhe-se em progressão aritmética ou
geométrica os elementos que constituíram a amostra.

Para determinar o intervalo de selecção divide-se o número total da população N


pelo tamanho da amostra n.

7.2.4.7 Amostragem Estratificada


A população é dividida em Sub-populações ou estratos.
Os estratos devem ser mutuamente exclusivos e colectivamente
exaustivos
Os elementos em cada estrato são escolhidos aleatoriamente

UCM-FEG Pág. 116


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Os elementos em cada estrato devem ser homogéneos e entre estratos


deve ser heterogéneos

7.2.4.8 Amostragem por Grupo


A população delimitada deve ser dividida em grupos mutuamente exclusivos e
colectivamente exaustivos

Os elementos em cada estrato são escolhidos aleatoriamente

Os elementos em cada grupo devem ser heterogéneos de modo a representar a


população em pequena Escala.
Exemplo: Escola

7.2.5 Pontos fortes e fracos de cada processo de amostragem


Processo Pontos Fortes Pontos Fracos
Amostragem não Aleatória Menor Custo Enviesamento de Selecção,
Conveniência Menor tempo, Amostra não representativa
Pesquisas descritivas ou explicativa
Julgamento Baixos custos, conveniente, Não permite a generalização
Menor tempo subjectiva
Quota Amostra pode ser controlada Enviesamento de Selecção, não
Para certas características representativo
Snowball Estima características Requer muito tempo
raras
Amostragem Aleatória
Fácil de perceber os resultados, Dificuldades em construir o
Aleatória Simples Resultados projectáveis O processo de Amostragem
Sistemática Fácil de Implementar em
relação aleatória simples, Não há certeza da
Não precisa do quadro de representatividade
amostragem
Estratificada Inclui todas as sub- Difícil de seleccionar
Populações importantes estratos relevantes
Por Grupo Fácil de implementar Difícil de computarizar os
Menor custo Resultados e de interpretar

UCM-FEG Pág. 117


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

7.2.6 Escolha e uso de amostragem aleatória e não aleatória


Condições Favoráveis para o
seu uso:
Factores Amostragem Amostragem
Não-aleatória Aleatória

Natureza da Pesquisa Exploratória Explicativa

Relativa magnitude dos erros Maiores erros Maiores erros


amostrais e não amostrais não amostrais amostrais

Variação da população Homogénea Heterogénea


(Baixa) (Alta)

Considerações Estatísticas Não Favoráveis Favoráveis

Considerações Operacionais Não Favoráveis


Favoráveis

7.3 Revisão e Análise Estatística

7.3.1 Uso da Estatística Descritiva


Medidas de Tendência central: (Dados Agrupados ou Não Agrupados)
Média, Mediana e Moda

Medidas de Variação: (Dados Agrupados ou Não Agrupados)


Amplitude Total, Variância, Desvio Padrão, coeficiente de variação, Percentis, decís e
Quartis.
Gráficos:
Gráfico de Barras, Histograma, Pie Chart, Box and Whiskers, Gráfico de Mapas,
Gráfico de Linha, Gráfico de barras de Pareto, etc.

UCM-FEG Pág. 118


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

7.3.2 Inferência Estatística quando a amostra é retirada de uma


população

Distribuições de probabilidades da população:


Normal, Binomial, Poisson, Uniforme, geométrica, etc

Distribuições de probabilidades da Amostra:


Distribuição amostral das médias, distribuição amostral das proporções

Intervalo de Confiança:
da média e das proporções

Hipóteses:
Testes da média para amostras grandes e pequenas, teste de proporção

7.3.3 Inferência Estatística baseado em duas ou mais amostras

Comparação de duas médias populacionais, usando amostras independentes


de Grande ou pequena dimensão:
Intervalos de confiança e teste de hipóteses

Comparação de duas proporções populacionais, usando amostras grandes


de grande dimensão
Intervalos de confiança e teste de hipóteses

Experimentos de diferenças emparelhadas:


Intervalos de confiança e teste de hipóteses

7.3.4 Inferência Estatística baseado na relação de independência

Teste de ANOVA:
Comparação de duas ou mais variáveis independentes na variável dependente
Teste de Hipótese e intervalos de confiança simultâneos e individuais

UCM-FEG Pág. 119


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Teste de qui-quadrado:
Testar se os dados seguem uma determinada distribuição bem como a verificação da
independência de dois ou mais atributos qualitativo na escolha ou na decisão.
Coeficiente de correlação de Pearson: mede a associação entre duas variáveis.
Varia entre -1 a 1
Regressão Linear Simples:
Uma variável independente, quantificar a influencia, criar estimativas e previsões
bem como a sua validade.
Regressão Linear Múltipla:
O mesmo que o anterior, só que temos mais de uma variável independente

7.3.5 Inferência Estatística baseado na relação de dependência no


tempo

Series Temporais:
Influencia da componente tempo na variável dependente, sua problemática e
previsões do valor da variável dependente

7.3.6 Inferência Estatística baseado em testes não paramétricos

Quando usar Não paramétricos – quando o tamanho da amostra é pequena e for


extremamente assimétrica
Teste do Sinal:
Teste de hipótese da mediana de uma população

Wilcoxon Rank Sum Test ou Mann-Whitney Test :


Teste de hipótese de duas medianas de duas amostras independentes

Wilcoxon Signed Rank Test:


Teste de hipótese de diferenças nas medianas de amostras emparelhadas

The Kruskal-Wallis H. Test:


Teste de independência (similar ANOVA) de duas ou mais variáveis na variável
dependente

UCM-FEG Pág. 120


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

Spearman´s Rank Correlation Coefficient: mede a correlação entre duas


variáveis quando os dados não se encontram normalmente distribuídos.

UCM-FEG Pág. 121


Manual de Metodologia de Pesquisa Licenciatura em Economia e Gestão

BIBLIOGRAFIA

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Cientifica 3.ed. São Paulo: Mc Graw-


Hill, 1983.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.


GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
LAKATOS, et al. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1995.

RUDIO, F. V.. Introdução ao projecto de pesquisa científica. 30. ed. Petrópolis:


Vozes, 2002.

SEVERINO, A. J.. Metodologia do Trabalho Científico. 20.ed. São Paulo: Cortez


editora, 1997.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE. Guide to Academic Writing.


Beira: UCM, 2006.

UCM-FEG Pág. 122

Você também pode gostar