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CONHECIMENTOS

BANCÁRIOS
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL PÓS-BASILÉIA I
Após o primeiro encontro de Basiléia, em 1988, os primeiros passos para a integração global
dos mercados foram dados, porém a partir deste momento outros desafios foram apresentados,
gerando o segundo encontro de Basiléia, em 2004.
Eis o quadro apresentado pós Basiléia I:
ͫ A situação que era generalizada anteriormente à Basiléia I de hiperinflação em diversos
países do mundo (em particular no Brasil) foi relativamente controlada, porém um quadro
de média de inflação em países em desenvolvimento se mostrou maior do que o desejado
para o desenvolvimento econômico e do mercado financeiro nesses países.
ͫ As instituições bancárias apresentaram maior liquidez e maiores garantias de capital,
levando a presença dos bancos comerciais em mercados internacionais, mas essa situação
criou outros desafios para os países, pois a presença de instituições criadas sobre regras
jurídicas e sociais de outras nações apresentou a necessidade de desenvolvimento de
outras ferramentas de controle.
ͫ Como as organizações do mercado financeiro se estruturaram em múltiplos mercados
e começaram a ser relevantes em vários países, a influência dos diretores dos bancos
comerciais e dos banqueiros se tornou muito grande, e neste sentido se apresentou mais
urgente a necessidade de exigências de maior transparência das instituições bancárias per-
ante o mercado, perante os órgãos de controle, as agências reguladoras e principalmente
os clientes. A transparência exigida das instituições bancárias representa a necessidade
de que as informações de produtos e serviços bancários, e inclusive de lucratividade dos
bancos, seja apresentada para todos de forma clara, detalhada, traduzida e de modo que
exista tempo hábil para a reação contrária de todos os envolvidos.
ͫ No primeiro encontro de Basiléia, em 1988, já foi identificada a necessidade de contro-
lar riscos, porém se mostrou necessário pontuar quais os principais riscos do mercado
financeiro e quais as ferramentas que deveriam ser utilizadas para mitigação de tais
riscos, quando tais riscos se mostrarem efetivos e reais, as ferramentas permitirem que
se influencie tanto o ambiente interno quanto o externo das instituições a fim de gerar
maior estabilidade financeira nas organizações.
ͫ Foi preciso, então, que as organizações, além de apresentarem capital consistente, for-
talecessem sua estrutura de capital, e este controle da própria saúde financeira e do
desenvolvimento da lucratividade das instituições se mostrou necessário.

ACORDOS DE BASILÉIA II
Como evolução natural do cenário bancário mundial, e com o crescimento e a integração dos
diversos mercados financeiros, surgiu a necessidade de melhoria nas regras de exigência de capital.
Assim, em junho de 2004, o BIS, por intermédio do Comitê de Basileia, divulgou o Novo Acordo
de Capital, que foi batizado de Basileia II e apresentou, em linhas gerais, os seguintes objetivos:
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ͫ promover a estabilidade financeira;


ͫ fortalecer a estrutura de capital das instituições;
ͫ favorecer a adoção das melhores práticas de gestão de riscos;
ͫ estimular maior transparência e disciplina de mercado.
A proposta do Basileia II introduziu o conceito das melhores práticas de controle e gestão dos
riscos e mostrou a importância de sua utilização nas instituições financeiras. Sua estrutura apresenta
um enfoque mais flexível para exigência de capital e mais abrangente com relação ao fortalecimento
da supervisão bancária e ao estímulo para maior transparência na divulgação das informações ao
mercado. Sua estrutura está baseada em três grandes premissas, que foram chamadas de pilares:
• Pilar I – fortalecimento da estrutura de capitais das instituições, com estímulo à utilização
de modelos internos para mensurar riscos; introdução da exigência de capital para cobertura do
risco operacional e aprimoramento da discussão sobre o risco do crédito.
• Pilar II – reafirma e fortalece os princípios de supervisão bancária, considerando que os
supervisores devem avaliar e monitorar as estratégias dos bancos, além de cobrar que operem acima
das exigências de capital mínimo e intervir buscando ações rápidas, em caso de desenquadramento
aos limites mínimos. Atribui responsabilidades à alta administração dos bancos pela estratégia de
exposição aos riscos e pela compatibilização dos níveis de capital.
Enfatiza que os bancos devem possuir volume de capital adequado para suportar todos os
riscos envolvidos nos negócios.
• Pilar III – redução da assimetria de informação e favorecimento da disciplina de mercado, por
meio da divulgação de um conjunto mínimo de informações com vistas a aumentar a transparência
das instituições. O objetivo deste pilar é complementar os requerimentos mínimos de capital do
Pilar I e o processo de revisão da supervisão do Pilar II.
Com o desenvolvimento de regras que estimulem e requeiram maior abertura de informa-
ções sobre o perfil de riscos e nível de capitalização dos bancos, os agentes devem se estimular a
exercer a disciplina do mercado bancário. A transparência possibilitará reconhecer e habilitar uma
instituição financeira em uma abordagem de mensuração de capital específica.
Ao estimular a abertura de informações, o Novo Acordo procura potencializar o poder de
avaliação e atuação dos participantes do mercado.
A importância estratégica dessas medidas foi de grande relevância para o mercado financeiro
mundial, mas tais medidas revelaram-se insuficientes para prevenir novas crises, como a verificada
no final de 2008 e cujos reflexos são sentidos até o presente momento.
Com o objetivo da busca incessante da estabilidade no mercado financeiro mundial, o Comitê,
nesse período de crise, promoveu uma série de reuniões, culminando com uma nova proposta que
já foi batizada pelo mercado financeiro como Acordo de Basileia III.
Fonte - tcu.gov.br
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IMPLEMENTAÇÃO DE BASILEIA II NO BRASIL

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