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Dra Dro DRL
Dra Dro DRL
A análise do comportamento é a ciência que tem como objeto de estudo a interação entre organismo
e ambiente e suas relações funcionais. Essa abordagem traz contribuições quando esclarece sobre
variáveis que controlam as interações entre organismo e ambiente (GUIMARÃES, 1999). Na Saúde
e na Educação, pode contribuir com a geração de tecnologias que possam auxiliar no manejo de
comportamentos, por meio da aplicação de seus princípios científicos para mudança
comportamental.
O avanço da medicina e o uso de medicações cada vez mais eficazes aliado ao movimento inclusivo
na educação têm garantido ao longo dos tempos que indivíduos com limitações severas no
comportamento estejam inseridos na rede regular de ensino e avancem em seu processo de
escolarização. Assim, os conhecimentos produzidos na área de saúde para o manejo
comportamental de indivíduos com déficit intelectual se fazem cada vez mais presentes no contexto
educacional bem como influenciam novas produções.
Doutora em Educação Escolar pela UNESP- Araraquara/SP e Mestre em Educação Especial pela UFSCar São
Carlos/SP. Docente Programa de Mestrado em Análise do Comportamento do Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento da Universidade Estadual de Londrina, UEL Londrina/PR.
Endereço: Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário. Caixa Postal, 6001. Londrina, PR. CEP 86051-090. E-mail:
silfornazari@yahoo.com.br
Aluna do Programa de Mestrado em Análise do Comportamento do Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: hellensonoda@hotmail.com
Aluna do Programa de Mestrado em Análise do Comportamento do Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: ing_ausec@hotmail.com
Aluna do Programa de Mestrado em Análise do Comportamento do Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: gra.noro@hotmail.com
Aluna do Programa de Mestrado em Análise do Comportamento do Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: oliani@sercomtel.com.br
Para Skinner, a Educação é entendida como uma instituição socia
Um dos problemas que mais preocupam pais e a escola são as condutas agressivas, pois além de
aumentarem as dificuldades que já existem, são destrutivos para a relação de ensino e aprendizagem
(LOPEZ, 2004).
No caso de pessoas com necessidades educacionais especiais, a análise comportamental demonstra
grande efetividade na redução de Índices e duração de comportamentos inadequados (FORNAZARI
e LIBRAZI, 2009).
É importante considerar que os comportamentos inadequados abordados neste artigo, incluindo as
condutas agressivas, são tratados pela literatura enquanto comportamentos aberrantes, e são
considerados inadequados por apresentarem oposição ao que se espera em termos de condutas
sociais em ambientes familiares, educativos, ou sociais. Constituem-se como produto da história de
vida, ou seja, são resultado da história de reforço e punição das pessoas que apresentam
necessidades educacionais especiais desde seu nascimento (FORNAZARI e DIAS, 2009).
Uma vez que as pessoas com déficit intelectual estão incluídas no sistema de ensino, seja ele regular
ou especial, os conhecimentos dos princípios da análise do comportamento não devem estar
restritos ao psicólogo. (FORNAZARI, 2005). Faz-se necessário um trabalho com os profissionais,
no caso p
educação no preparo de indivíduos competentes e autônomos para atuar nas variadas instâncias da
realidade social esta diretamente relacionada á sua eficácia em preparar, de modo especial, aqueles
ZANOTTO, 2004)
Os professores, muitas vezes, não dispõem de métodos que consigam atingir seus alunos em suas
manifestações comportamentais, que não respondem às demandas sócio-educativas. Segundo
Fornazari (2005) é aqui que a Análise Experimental do Comportamento traz, efetivamente,
contribuições ao trabalho do educador.
Procedimentos de reforço diferencial, enquanto esquemas complexos de reforçamento, têm sido
usados na redução dos comportamentos inadequados, podendo incluir treino de repertório adequado
(FORNAZARI, 2005). Segundo Saunders e Saunders (1995) citado por Fornazari (2009), existem
quatro tipos de procedimentos de reforço diferencial: (1) o reforço diferencial de outros
comportamentos (DRO), que consiste na liberação do reforço após um determinado intervalo de
tempo no qual o comportamento inadequado não é emitido, reforçando-se assim a ocorrência de
qualquer outro comportamento que não aquele que se pretende reduzir a freqüência ou extinguir; (2)
o reforço diferencial de baixos índices do comportamento (DRL), onde o reforço é liberado depois
de um intervalo fixo durante o qual o comportamento indesejado é emitido em número igual ou
inferior a um índice pré-determinado; (3) o reforço diferencial de comportamentos incompatíveis
(DRI), que consiste na liberação do reforço depois de uma ou mais ocorrências de um
comportamento que seja topograficamente incompatível com o comportamento inadequado; e (4) o
reforço diferencial de comportamentos alternativos (DRA), no qual o reforço é liberado depois de
uma ou mais ocorrências de um comportamento particular, que seja ensinado ou treinado, e que não
necessariamente seja incompatível com o comportamento indesejado.
De acordo com Fornazari (2009), o procedimento de DRA mostra resultados relevantes na redução
de comportamentos inadequados para pessoas com necessidades educacionais especiais, já que
permite a instalação de comportamentos considerados adequados.
A análise funcional é o instrumento de avaliação necessário e imprescindível para a realização de
um procedimento de reforço diferencial de comportamentos alternativos. É de extrema relevância
uma avaliação prévia que identifique as características funcionais do comportamento, sem essa
análise funcional, o procedimento se torna inviável. A análise funcional se apresenta como uma
poderosa ferramenta para identificar fontes de reforço que mantêm o problema de comportamento, e
identificar potenciais reforçadores a serem utilizados no desenvolvimento de qualquer programa de
tratamento, que requer a identificação das variáveis presentes nas interações (Iwata et. Al, 2000;
Vollmer, Roane, Ringdahl, & Marcus, 1999). A grande vantagem em se conduzir uma anállise
funcional de pré-tratamento é que o reforçadores que mantêm o comportamento do problema
podem ser retidos durante o tratamento (extinção) e ensinado um comportamento alternativo, mais
adaptativo. O comportamento desejado poderá ser efetivamente reforçado, por reforço diferencial
potente, identificado por essa análise anterior (VOLLMER e IWATA, 1992).
O presente artigo teve por objetivo fazer uma revisão da literatura sobre o uso do procedimento de
reforço diferencial de comportamentos alternativos no contexto da educação.
Materiais e Método
Resultados gerais
Dos 50 artigos pré-selecionados apenas 20 atendiam a todos os critérios estabelecidos, ou seja,
tinham seus procedimentos realmente relacionados com DRA. Destes, cinco eram de DRA sem
extinção e quatro com extinção; quatro além do procedimento de DRA incluiam outros elementos
como SOAP (intervenção auditiva auto-operada), RNC (reforço não contingente) ou DRO (reforço
diferencial de outro comportamento). Como pode se ver na Figura 1, apenas um avaliou falhas na
integridade do procedimento, outros dois pesquisaram esquemas de reforço para comportamentos
inadequados, sendo que o DRA foi utilizado após a pesquisa para solucionar os problemas de
comportamentos destes participantes. Como um que focou análise funcional do comportamento
alvo, mas também utilizou o DRA para diminuir estes comportamentos.
Na maior parte dos estudos os participantes eram crianças e adolescentes com desenvolvimento
atípico, poucos foram com adultos com problemas de comportamento (por exemplo, esquizofrenia)
e apenas um teve como participantes universitários, mas num total de 22 participantes. Dentre os
participantes 38% tinham desenvolvimento atípico, a maioria com diagnóstico de autismo com ou
sem outra patologia associada (por exemplo, deficiência mental ou TOC), apesar de 62% dos
participantes terem desenvolvimento típico, 22 deste (universitários) eram participantes do mesmo
estudo, conforme ilustra a Figura 2
Dos 20 artigos selecionados a maioria (50%) faz referência ao uso do delineamento AB para avaliar
a eficiência de suas intervenções, apenas quatro utilizaram delineamento de reversão (ABAB) com
a mesma finalidade. O restante dividiu-se em um estudo de caso e três revisões de literatura (Figura
3). Mas, 76% reportou sua eficácia ao procedimento de DRA, por diminuirem os comportamentos-
problema e aumentarem os comportamentos alternativos; apenas um considerou o DRO mais
eficiente que o DRA, mas apenas neste caso específico, pois o DRA não possibilitou a extinção do
comportamento inadequado; e em um caso os procedimentos comparados DRA e SOAP foram
considerados equivalentes, mas os aplicadores da intervenção (professores) preferiram utilizar o
SOAP, conforme o item outros da Figura 4.
Em relação aos participantes, a maioria dos estudos teve crianças como participantes.
Quanto ao diagnóstico dos participantes dos estudos, enfatizou-se a análise dos estudos com
estudantes com diagnóstico de TGD. No entanto, os mesmos não estavam relacionados a estudantes
Critica a utilização de modelos animais como base para a analise da utilização em modelos
humanos
Alguns estudos utilizaram o esquema de DRA com a replicação do modelo animal em humanos, ou
seja, tais estudos realizaram uma intervenção com a utilização de DRA com humanos para um
comportamento problema encontrados somente com sujeitos infra-humanos.
]Outros estudos partiram da identificação do comportamento problema em humanos, como por
exemplo, a resistência a extinção de comportamento alvo indesejado quando há a utilização de
DRA, e, na seqüência, um modelo animal de estudo foi escolhido para a solução deste problema
para então, a posterior aplicação deste modelo animal com humanos novamente. Apesar dos
resultados relevantes do estudo citado, e importante destacar que nesta analise bilateral de humanos
e infra-humanos, há a possibilidade da extrapolação inadvertida dos resultados a partir dos
pesquisadores, fazendo inferências equivocadas (MACE at al, 2010).
O trabalho conjunto da pesquisa básica e aplicada e de grande importância para o desenvolvimento
da tecnologia comportamental. Entretanto, os estudos comparativos que associam os resultados de
ambas as pesquisas deve ser observada com reservas.
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