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Betel MONE DOMINICAL Adultos EZEQUIEL 0 profeta com a mensagem de juizo, arrependimento, restauracdo e manifestacao da gloria de Deus ICA Toda segunda-feira, um novo video traz a esséncia da ligdo da semana para apoio ¢ edificacao dos professores ¢ alunos da EBD. Toda sexta-feira é apresentada no canal da Editora Betel, no YouTube, uma aula exclusiva sobre a lic2o da semana para aquieles que querem continuar seus estudos da Palavra de Deus em meio a pandemia e no conforto do seu lar Apresentacao: pastores Manoel Lulz Prates, Marcos Sant’anna Wiliam Barras, Betel ... WEE DO MINICAL _ Escola Biblica Dominicat 1? Timestre de 2022 + Ano 32 + No 122 Adultos —puvticagao timestial « (SN 2448-1384K EZEQUIEL Nossa CAPA: F-Visa do novo Templo O profeta com a mensagem de juizo, arrependimento, Hgentoc sprant restauracao e manifestagdo da gléria de Deus : «de wm: novo tempo para 0 Epove do Seritor LICAO 1 A chamada do profeta Ezequiel 3 LICAO 2 O profeta e seus desafios no cumprimento da missio 10 LICAO 3 Ezequiel, o atalaia sobre a casa de Israel 7 LICAO 4 O pecado ¢ suas consequéncias 24 LICAO 5 A lei da responsabilidade pessoal 31 LIGAO 6 As parabolas do livro de Ezequiel 38 LIGAO 7 Povo de Deus - ovelhas do Seu rebanho 45 LICAO 8 Mensagem contra os falsos profetas ¢ os pastores infigis 52 LICAO 9 A visao do vale de ossos secos 59 LICAO 10 A visao da torrente das aguas purificadoras 66 LIGAO 11 Um novo Templo ea restauragao do culto 73 LICAO 12 Visées do afastamento e retorno da gléria de Deus 80 LICAO 13 O plano divino prevalecera 87 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 94 FURY Conheca os recursos feitos para voc8 e disponiveis gratuitamente em nosso site, acessando pelo link: bit-ly/aux-ebd-bd ou pelo OR Code: (2) Essa revista pertence a: Cr Betel Editora am Cave da Sour, 20 - Maca Rode Jenerores 380-180 21 2575-8900 HOG EstoraBeret _ Pr José Fernendes Comeia Nolet Pi Jodo AdgirFemeia Pr, David Cabrel DIRETORIA/CONSELHO DELIBERATIVE figpo Primaz Munial Os: Manos) Ferra spo Oides Joes is Cerro Pr Joové de Campos: Pe Genics Severo dos Santos Px Ele Arabjo de Albncar Jose Femendios Correia Nolet Pr. David Oabral Newton Peters de Abven, r. Fauardlo Samipae dé Olvelra Pr Moises Peraira Pinto : Pr. Abinair Vargas Viel ee x Dio tos Santos Pr Sonalton antonio de Souza Pr, dosé Paro Tees Pr. Josie Nunas dos Santos Pr Antonio Paulo Aritunes Pr. Dol cs Andrade Pr Marcivon Olveira Fonseca GERENCIA Bspo Samus) Cassia Fenetra Gerente recive Bispo Abner de Cassio Ferera Garente Geral © 2022 Editora Betel.Todos 0s direitos res- cervados. Nenhuma parte desta publicacdo pode ser re produzida ou transmitiéa, em qualquer micio, ‘sein previa autorzagaopar excito da editors Palavra do Comentarista “O livro de Ezequiel é tido como 0 livro das vis6es. O profeta, considerado como o profeta do juizo ¢ da gldria de Deus, é chamado para profetizar em pleno cativeiro babilénico. O seu principal papel é alertar 0 povo de Deus, trans- mitindo a mensagem divina de juizo ao povo iddlatra, adultero e apéstata de Juda e Jerusalém. No entanto, suas profecias eram também uma mensagem de esperanca para os que se arrepen- dessem, conservassem a fé e se mantivessem fidis a Deus dentro do exilio. A gloria de Deus, que tinha se afastado por causa dos pecados cometi- dos pelo povo, poderia retornar como resultado do arrependimento auténtico. Varias vis catolégicas do profeta ultrapassam as barreiras do tempo e chegam como alerta para os cristaos dos dias de hoje. Com esta li¢ao, esperamos con- tribuir de uma forma clara, simples e objetiva no estudo da Palavra de Deus, com a indispensavel aco do Espirito Santo” PASTOR VALDIR ALVES DE OLIVEIRA Pastor auxiliar na Catedral das Assembleias de Deus (Baleia) em Brasilia-DF, Ministério de Madureira; pastor presidente jubilado; secretario executivo da CONEMAD-DF e ENTORNO; economista; pés-graduado em Administragio Finan- 8 eS- ceira pela FGY-DF; bacharel em Teologia; escritor; presidente da Academia Evangélica de Letras do Distrito Federal; conferencista na érea de Casais e Familia; palestrante na area de obreiros e lideres. Cree Per rere ee oc TEXTO AUREO “E disse-me: Filho do homem, pde-te em pé, ¢ falarel contigo.” Ezequiel 2.1 Wee E APLICADA Ainda hoje Deus tem chamado e capacitado 1pe5808s para que proclamem Sua Palavra com ousadia, fidelidade e amor, Canna OBJETIVOS DA LICAO & Mostrar 0 contexto histo- rico da chamada de Ezequiel EZEQUIEL 2 1. E disse-me: Filho do homem, pde-te em pé, falerei contigo 2. Eto entrou em mim 0 Espirito, quando falava comigo, e me pds em pé, e ouvi o que me falava. 3. E disse-me: Filho do homem, eu te en- vio aos filhos de Israel, as nagdes rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus Ff Ressaltar a incumbéncia do profeta Ezequiel ©& Expor a vocagdo visionaria do profeta Ezequiel Ml © TEXTOS DE REFERENCIA fiers pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia 4. £ 0s filhos so de semblante duro e obs- tinados de coracao; eu te envio a eles, ¢ hes dirds; Assim diz 0 Senhor Jeova 5. E eles, quer oucar quer deixem de ouvir (porque eles sdo casa rebelde), hdo de saber que esteve no meio deles um profeta BETEL DOMINICAL Revista do Professor 3 ee ee eid eas LEN SEGUNDA | 1m 16.7 Deus nao vé como vé o homem. TERCA | Jr 33.6-16 Deus nunca se esquece dos fiéis. QUARTA | Ez 11.17-20 A promessa de um novo coracéo. PM late) 127, 305, 326 A. MOTIVO DE ORACAO Ore pelos cristos que trabalham evangeli- zando refugiados. QUINTA | Jo 2.4 E preciso submeter-se ao momento de Deus. SEXTA | At 14.17 Deus usa onde Ele quer. SABADO | 1Co 1.27-29 Deus usa quem Ele quer. SBOCO DA Introdugdo 1, Contexto histérico 2. A incumbéncia do profeta Ezequiel 3. Um profeta com vacacéo visionéria Conclusdo << INTRODUCAO Ezequiel profetizou para os exilados na Babildnia. O profeta explicou as ra- zoes dos severos juizos divinos contra Jud, mas também transmitiu uma mensagem de esperanga quanto ao futuro deles como na¢ao. Contexto historico Quando Ezequiel comecou a pro- fetizar, ele habitava entre os cativos na Babildnia, para onde fora leva- do em 597 a.C, O cati- tizou por cerca de vinte e dois anos (593 a 571 a.C.). ‘. Longe da terra natal. Ao receber a chamada, o profeta Ezequiel esta- va longe da sua terra natal. yeiro babilonico de Juda PONTO DE Comecou a viver em outra durou aproximadamen- PARTIDA cultura, viver sob pressao, te setenta anos (cerca viver com outra alimenta- Deus nos de 605 a 539 a.C.). No quinto ano do cativei- ro do rei Joaquim, veio a Palavra do Senhor a Ezequiel — cujo nome significa “Deus fortalece” [Ez 1.2- 3]. Contemporaneo de Daniel e Jeremias, Ezequiel era filho deum sacerdote, chamado Buzi, e profe- 4. ighot chamou para proclamar Sua Palavra. ¢4o0, mas também passou a sonhar em meio ao cati- veiro [SI 137]. Muitos dos que vivem em terras estra- nhas gostariam de voltar & sua terra natal. £ um sonho voltar do exilio, da escravidao, ou sair de uma coisa que nos prende em um lugar que nao sentimos alegria [SI 126.1-2]. W De acordo com John B. Taylor: “Ezequiel era o filho de Buzi; era um sacerdote, e provavelmente filho de um sacerdote. Foi levado para o cativeiro em 597 a.C., quando os exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilénia, tomaram Jerusalém de- pois de um breve cerco. (...) Nada se sabe da sua vida a parte daquilo que é contido no livro que leva seu nome, nem existe tradicio alguma que nos diga onde ou como morreu. Sabemos que era casado, e que sua esposa morreu na ocasiao da que- da de Jerusalém [Ez 24.18]. Era um homem de influéncia, sendo consul- tado pelos anciaos entre os exilados [Ez 8.1; 20.1]; e embora isto talvez se deva ao seu ministério profético e 4 reputacdo que rapidamente ad- quiriu, é igualmente provavel que seja atribuivel 4 sua posicao social herdada do seu pai, Buzi.” 1.2. Exigéncias feitas por Deus ao profeta Ezequiel. 1) A chamada im- plicava em se por de pé, se dispor, sair da acomodagao e da inércia [Ez 2.1]; 2) Depois do chamado, é preci- so falar em nome do Senhor [Ez 2.4]; 3) Depois de assumir a chamada, é preciso falar, quer oucam, quer dei- xem de ouvir [Ez 2.5]; 4) Depois de receber a chamada, é preciso se des- tacar no meio em que vive, porque 0 povo tem de saber que ele é profeta [Ez 2.5]; 5) Depois de receber a cha- mada, é preciso se impregnar da Pa- lavra, dar comida em forma de rolo ao ventre, para depois oferecer aos outros. Quem nao tem para si mes- mo nao pode oferecer aos demais [Ez 3.1]; 6) Para receber a chamada, nao pode temer 0 povo, nem as palavras que saem deles [Ez 2.6]; 7) Quem re- cebe a chamada nao pode se assustar com sargas, espinhos e escorpides [Ez 2.6]; 8) Quem recebe a chamada precisa saber que vai enfrentar cons- piragao de pessoas que nao querem ouvir as verdades de Deus e serem confrontadas [Ez 2.4-6]. wW Segundo Taylor: “As primeiras palavras que Deus dirige a Ezequiel colocam apropriadamente o profeta no seu lugar correto diante da majes- tade que via na sua visao. A frase “fi- lho do homem” é um hebrafsmo que enfatiza a insignificancia ou a mera humanidade de Ezequiel. “Filho de” indica “participando da natureza de” e, assim, ao ser combinado com adam, “homem’”, significa nada mais do que “ser humano”? Deus nunca se esquece dos fi- éis. Devido ao pecado, Deus orde- nou e permitiu que Jerusalém fosse destruida. Os pecados eram: idola- tria, apostasia, mistura com outros povos, falsos pastores e falsos pro- fetas. Mas ainda havia esperanga, Deus prometera restaurar a terra por amor aos que permanecessem fidis a Ele. O Senhor nunca se esque- ce daqueles que fielmente procuram lhe obedecer [Jr 33.6-16]. W Anténio Neves de Mesquita es- creveu: “A tarefa fundamental do profeta foi confortar, alertar e con- BETEL DOMINICAL Revista do Professor » 5 vencer 0 seu povo, tanto no exilio como na terra amada, quanto aos planos e propésitos de Deus. Ape- sar de todos os pecados da nag¢ao, Deus continuava a ser o Deus da Alianga, coisa que possivelmente estaria apagada na mente do povo, face aos sofrimentos do cativei- ro. Era Jeova a dizer: “Haja o que houver, eu continuo a ser o Senhor Deus do povo, pois nao tenho pra- zer na morte do impio (perverso), mas que ele se converta dos seus caminhos e viva” [Ez 8.22-23].” (EU ENSINE! QUE: Ao receber a chamada divina, o profeta Eze- quiel estava longe da sua terra natal, entre os cativos na Babilénia, uma prove de que Deus nunca se esquece daqueles que fielmente pro- curam Ihe obedecer, A incumbéncia do profeta Ezequiel A missio do profeta dada por Deus era conscientizar 0 povo da razao do cativeiro; explicar a queda de Jerusalém; promover a volta do povo exilado a Deus e construir esperanga concernente a promessa de Deus de restaurar o Seu povo. O profeta também ressaltava a responsabilidade FOCO NA Lido pessoal de cada individuo pe- rante Deus, em vez de restringir a culpa aos antepassados e aos seus pecados como unica causa do exilio e julgamento de Deus. 2.1, Deus usa quem Ele quer. O Se- nhor usa os pequenos para confun- dir os grandes [1Co 1.27-29]. Deus nao vé como vé o homem, porque o homem vé o que esta diante dos olhos; 0 Senhor, porém, olha para o coragao [1Sm 16.7]. Ele se responsa- biliza em capacitar os que Ele cha- ma. Toda a nossa capacidade vem de Deus [2Co 3.5]. Portanto, nao devemos nos gloriar de nossos fei- tos, porque tudo provém dEle e vai para Ele, porque dEle sao todas as coisas [Rm 11.36]. w Daniel Block comentou: “O oficio profissional de Ezequiel é especifi- cado em 1.3 (...) E verdade que os capitulos 1-3 descrevem 0 chamado de Ezequiel para o ministério profé- tico, e ele obviamente trabalhou co- mo profeta, no entanto, a cronologia da visio inaugural e seu chamado no trigésimo ano [Ez 1.1], quando os sacerdotes eram empossados no cargo [Nm 4.50], e o selo sacerdotal marcado no livro, sugerem que ve- jamos Ezequiel como um sacerdote profético, mais do que um profeta sacerdote. Esse livro retrata Ezequiel Deus nao vé como vé o homem, porque o homem vé o que esta diante dos olhos; o Senhor, porém, olha para 0 coracao... 6 LIGko1 no servico aos exilados, que nao ti- nham acesso ao templo ¢ ao altar, como pastor e sacerdote profético.” 2.2. Deus usa onde Ele quer. Como anunciado em Listra, Deus “nao se deixou a si mesmo sem testemunho” [At 14.17]. Assim também ocorreu para com 0 povo de Israel ao longo da historia biblica: seja na Jerusalém cercada pelo exército do rei da Babi- lonia [Jr 32.1-2]; seja diante do rei na Babilénia [Dn 1.18-21]; seja no meio dos cativos [Ez 1.1]. Deus é soberano e levanta pessoas que proclamem Sua mensagem seja no lugar que for. Bem- -aventurados aqueles que estao atentos 4 Palavra de Deus ea recebem, pois ela faz a diferenca ao vivenciarmos dife- rentes momentos na vida e nos mais diversos ambientes, porque é luz, lim- pada, referencial, sustento, entre tantas outras qualidades. w Esdras Bentho e Reginaldo Placido: “Segundo Pfeiffer, o profeta Ezequiel tem sido chamado de “o primeiro dogmitico do Velho Testamento’ “o Calvino do Velho Testamento’, “o mais influente_homem em todo curso da histéria hebraica’, “o pai do judaismo’, “o profeta da responsabilidade pessoal” etc. Alguém que estude com seriedade o livro de Ezequiel pode ver que tais titulos podem se aplicar ao sacerdote, profeta e pastor.” 2.3. Deus usa na hora que Ele quer. A Biblia registra o chamado de Deus ou a pessoa sendo usada pelo Senhor em diversos momentos. Nao é pos- sivel ao ser humano estabelecer um momento mais adequado para Deus usar uma pessoa ou realizar uma obra. O profeta Eliseu, em uma determi- nada ocasiao, disse que Deus nao lhe havia revelado algo sobre a situagao da sunamita [2Rs 4.27]. Habacuque ficou a espera da resposta de Deus [He 2.1]. E fundamental nos submetermos ao momento de Deus [Jo 2.45 11.6]. Permanecer confiando no Senhor, crendo que Ele é poderoso e Seu agir é perfeito e esperar nEle, sempre é a melhor solugao. W Além de Deus usar quem Ele quer, onde Ele querre na hora que Ele quer, também usa do jeito que Ele quer. Ca- da profeta tinha a sua particularidade, mas eram capacitados para determina- das circunstancias, onde deveriam se comprometer com a realiza¢io, sem- pre se sujeitando a vontade de Deus [Ez 4.1-7; 5.1-5]. CD EVENSINE! QuE: A misséo do profeta Ezequiel dada por Deus nos mostra que o Senhor usa quem Ele quer, onde quer e na hora que Ele quer. Um profeta com vocacao visionaria A experiéncia visionaria era uma marca natural e reconhecida do profeta Ezequiel. A Palavra de Deus vinha e se impregnava den- tro do seu ser por meio de visées, tao claras, e varios simbolos, que eram descortinados pela interpre- taco dada pelo Senhor [Ez 1.1]. BETEL DOMINICAL Revista do Professor - 7 FOCO NA LICAO Ninguém pode dar aquilo que nao tem, nem distribuir o que nao recebeu. Nao é sensato nem honesto oferecer aos outros aquilo que nao tem A visdo do rolo de um livro. O rolo que o profeta recebera conti- nha palavras do Senhor e ele tinha a responsabilidade de entrega-la. Palavras de lamentagao e tristeza dominaram a mensagem [Ez 2.9- 10], porque julgamentos severos seriam executados contra os que praticavam a idolatria, o adultério e a apostasia [Ez 3.1-4]. Comer o rolo simbolizava que o profeta Ezequiel precisava receber primeiro a mensa- gem de Deus e se comprometer an- tes de anuncié-la ao povo. $6 quem come 0 rolo (que éa prépria Palavra de Deus) esta preparado para toda boa obra. Ninguém pode dar aquilo que nao tem, nem distribuir 0 que nao recebeu. Nao é sensato nem honesto oferecer aos outros aquilo que nao tem. w E bom lembrar que a missio de Ezequiel “era expor a razao do cativei- ro, predizer a queda de Jerusalém, levar 0 povo exilado de volta a Deus e avivar a esperanca (...) mediante a promessa divina de sua restauragao” (Biblia de Estudo Pentecostal). 3.2, A viséo dos querubins. Os queru- bins sao seres angelicais associados manifestagao da santidade e da gloria de Deus [Ez 1.4-13; 10.1-4]. Os seres angelicais tem acesso 4 presenga de B-LicAo1 Deus e sao mencionados na Palavra como anjos guardadores. Eles guar- davam o Jardim do Eden depois da queda do homem [Gn 3.22-24]. Sobre aarca da alianga estavam os querubins de ouro [Ex 25.18-22]. Nessa visio de Ezequiel, os querubins que apareciam como brasas de fogo ardente anuncia- vam aos exilados a gloria ea santidade de Deus. W De acordo com John B. Taylor: “No Antigo Testamento, os queru- bins desempenhavam uma variedade de papéis. (...) Sua primeira respon- sabilidade era agir como acompa- nhantes e protetores de um santuario sagrado, como no caso do Templo de Salomao e conforme a continua- cao do seu papel no templo ideal do futuro, visualizado por Ezequiel [Ez 41.18-20]. A protecio também era seu papel no Jardim do Eden, onde brandiam a espada flamejante para impedir o caminho para a arvore da vida [Gn 3.24]. Sua funcao, assim como as duas figuras na tampa da arca no Santo dos Santos, provavel- mente visava incluir adoragao e nao somente protegao.” 3.3. A visao de juizo e restauracao. Apésa visao dos querubins, segue 0 registro de Ezequiel tendo a visao do ‘Templo do Senhor e recebe a revela- ao acerca do juizo divino, cuidado de Deus com os cativos e uma men- sagem de restauragao [Ez 11.1, 8-9, 16, 17-25]. Esta mensagem também est presente no ministério proféti- co de Jeremias, contemporaneo de Ezequiel: a manifestagao do juizo divino nao significa que Deus dei- xou de amar 0 Seu povo [Jr 23-24] wW Anténio Neves de Mesquita co- menta sobre Ezequiel 11.17-20: “A promessa de dar-Ihes um coragao novo. E, com este novo coragao, esta nova mente, jogarao todos os seus idolos no mato. E a mes- ma promessa feita por Jeremias e Isaias, a promessa de uma renova- cao mental e espiritual, que sé se tronou efetiva depois da morte de Cristo (...) Ja se vé, pois, que uma regeneracao pura e simples é 0 que Deus exige aqui, como tem todas as Escrituras, Sem isso, tudo seria religiao va e inutil”. CD EU ENSINEI QUE: A experiéncia visionaria era uma marca natural e reconhecida do profeta Ezequiel. A Palavra de Deus vinha e se impregnava dentro do seu ser por meio de visdes, como a viséo do rolo de um livro, a viséo dos querubins e a visdo de juizo e restauracao, entre outras @ concLusAo Os exilados na Babilénia ouviram e tomaram conhecimento da verdade através do profeta Ezequiel. Ele nao deixou 0 povo sem explicacées, nem sem a direcdo divina. A fidelidade de Deus no deixa 0 juizo acontecer sem dar primeiro uma oportunidade de arrependimento ao Seu povo. CT Sy BETEL DOMINICAL fevisiado Professor - 9 O profeta é seus desafios no, cumprimento da missao EE Sone ek aka “Depois me disse: Filho do homem, come o. O discipulo de Cristo deve estar consciente de que achares; come este rola, € vai, e fala a seu chamado para anunciar a todo o mundo casa de Israel." Ezequiel 3.1 @ mensagem de evangelho. ff Mostrar a estratégia divina [Sf Ressaltara importancia de 7’ Destacer que a profecia deve para o profeta Ezequiel. profetizar em meio a crise, visar a vontade de Deus. Saray Dyas a sae EZEQUIEL 3 14. Entao o Espirito me levantou e me levou; 10. Disse-me mais: Filho do homem, meteno —_ eu me fui mui triste, no ardor do meu espiri- teu coracdo todas as minhas palavras que te —_to; mas a mao do Senhor era forte sobre mim. hei de dizer e ouve-as com os teus ouvidos. 15. E vim aos do cativeiro, a Tel-Abibe, que 11. Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos — moravam junto ao rio Quebar, e eu morava do teu povo, e Ihes falaras, e Ihes diras: As- onde eles moravam; e fiquei ali sete dias, sim diz 0 Senhor Jeova; quer oucam quer — pasmado no meio deles. deixem de ouvir. LEITURAS COMPLEMENTARES SEGUNDA | Js 1.9 Deus é contigo, por onde quer que andares. TERCA | Pv 27.6 Fidis sao as feridasfeitas pelo que ama, Quarta | $1 139,1-24 Deus nos sonda e conhece o nosso interior. Mee cathy 137, 186, 204 eee) Ore pelos que se dejxaram ser escravizados por algum tipo de vicio, de pecado. QUINTA | Is 43.1-2 Deus sempre estard ao nosso lado. SEXTA | Jo 14.6 Jesus Cristo é a verdade. SABADO | Tg 1.22-25 E preciso ser cumpridor da Palavra de Deus, Introducao 1. Um profeta no exilio 2. Como lidar com sentimentos ¢ emacées 3. Um profeta destemido Conclusao 1s INTRODUCAO O profeta nao tem a missio de agradar ninguém, mas suas palavras devem edificar, consolar e exortar. Ezequiel advertiu os cativos, mas, também, pro- nunciou palavras de restauragio e libertagio para 0 povo. Um profeta no exilio Ezequiel foi levado para a Babi- Ionia por Nabucodonosor e cha- mado por Deus para ser profeta entre os cativos, -te e tem bom Animo; nao pasmes, nem te espantes; porque o Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.” [Js 1.9]. Mas é preciso fazer do . PONTO DE Mas nao foi facil para PARTIDA jeito que 0 Senhor or- ele, porque os judeus denou, dentro da Sua ‘ Bi Devemos cativos foram identifica- Palavra, sem se desviar « » anunciar 0 Kd dos como “casa rebelde”, para a direita nem para a Evangelho a . resistentes ao chamado tock a esquerda, ‘odos. para arrependimento, “obstinados de coragao” que pronunciavam palavras que feriam [Bz 2.4-6]. Quem quer fazer a obra de Deus nao pode se assus- tar com nada. Deus falou com Jo- sué; “Nao to mandei eu? Esforga- 1.1. Ezequiel ficou aténito por sete dias. Apds as visdes, ochamado de Deus, a revelagéo quanto A mensagem a ser anunciada eas carac- teristicas do publico-alvo, Ezequiel se sente “triste” e “pasmado” [Ez 3.14-15]. A expressao “pasmado” indica “espanto BETEL DOMINICAL Revista do Professor - 11 ouatordoado ou sofrendo perturbacao”, diante do que tinha visto e ouvido. A reacio do profeta demonstra que ele esta bem consciente sobre a grande res- ponsabilidade de ser um mensageiro da Palavra de Deus em tempos tao dificeis. F relevante o testemunho de Ezequiel: “o Espirito me levantou e me levou”. Que os mensageiros de Deus em nossos dias sejam levantados nao pela emocao, aplausos ou status, mas pelo Espirito mantenham plena consciéncia do signi- ficado de ser anunciadores da auténtica mensagem biblica [2Tm 4.5]. W John B. Taylor: “Sobre o periodo de sete dias (15), compare a experiéncia de Esdras, de ficar assentado num es- tado de horror até 4 hora do sacrificio da tarde [Ed 9.4]. (...) Saulo de Tarso precisou de trés dias sem comer e sem enxergar, para recuperar-se da sua ex- periéncia na estrada de Damasco [At 9.9], Talvez nao seja sem significado 0 fato de que sete dias era o periodo da consagracao de um sacerdote [Ly 8.33], e € possivel que Ezequiel tenha considerado este acontecimento co- mo a preparacdo para sua ordenagdo ao sacerdécio profético, Certamente ainda nao estava pronto para abrir a sua boca em profecia.” 1.2. Vivendo com os cativos. Muito interessante notarmos que, apés a pro- funda experiéncia registrada no inicio do livro de Ezequiel, 0 Espirito Santo o levanta e 0 leva para junto de seu pu- blico-alvo: “vim aos do cativeiro...e eu morava onde cles moravam” [Ez 3.15]. ‘Tal relato nos faz lembrar o interesse de 12 - tigho 2 Deus em interagir com a humanidade, revelando Sua Palavra, Seu amor e Seu chamado para comunhio. Foi assim quando da peregrinacado no deserto [Ex 25.8] e quando o “Verbo se fez carne e habitou entre nds” [Jo 1.14]. £ importante que a mensagem de Deus seja proclamada de forma contextua- lizada [1Co 9.19-23]. W Comentario Histérico-Cultural da Biblia - Ezequiel 3.15: “Tecnicamente, 0 nome Tell-Abibe (babilénico til abubi) significa “lugar criado pelos restolhos de um dilivio” Tell ¢ 0 termo usado para qualquer lugar onde se acumu- laram as ruinas de uma cidade. Logo, as familias exiladas de Juda talvez te- nham sido colocadas em um lugar que fora destrufdo, pela guerra ou por uma inundagao, a fim de reconstrui-lo ¢ fa- zer com que a area de Nipur, perto do canal Quebar, voltasse a ser produtiva’, Assim, trata-se de uma oportuna ilus- tragao quanto a espiritualidade do povo cativo e a necessidade de restauracio. |.3. Esteve no meio deles um profeta de Deus. O Senhor Deus alerta a Eze- quiel que o reconhecimento da agio do profeta enviado pelo Senhor nao é determinado pela reagéo dos ouvin- tes, mas pela fidelidade do mensagei- ro Aquele que o chamou e enviou: “ Ihes diras: Assim diz o Senhor Jeova”, [Ez 2.4]. Independente do povo querer ouvir ou nao. Ezequiel seria movido pela convicgao de ter sido chamado por Deus, ter recebido uma mensagem_ para ser proclamada e ser cheio do Es- pirito Santo. Ou seja, nao dependeria de reconhecimento humano. Esta re- flexdo nos remete aos escritos do apdés- tolo Paulo para Timéteo [2Tm 4,1-5]. W John B. Taylor: “Na sua visio, Deus deixou claro que apenas duas coisas eram realmente importantes. Em pri- meiro lugar, que a mensagem de Eze- quiel havia de ser Assim diz o Senhor Deus, a marca distintiva de todos os porta-vozes genuinos do Senhor desde os dias de Moisés até ao tempo presen- te; e, em segundo lugar, que a consequ- éncia do seu profetizar nao seria tanto oarrependimento oua fé, nem mesmo, a atencao as suas palavras, mas, sim, acerteza de que esteve no meio deles um profeta (5)? QD Eu ENSINE! QUE: O reconhecimento da ago do profeta enviado por Deus nao é determinado pela reacao dos uvintes, mas pela fidelidade do mensagelro Aquele que 0 chamou enviou. Como lidar com sentimen- tos e emocées Num contexto de exilio, revolta, indiferenca 4 mensagem, rebeldia, visdes e revelagdes de grande im- pacto [Ez 1.28; 3.14], é de se ima- ginar o efeito produzido na men- te, emogao e nos sentimentos de Ezequiel [Ez 1.28; 3.14-15]. Deve FOCO NA Ligh ter sido desafiador 0 exercicio do ministério profético num tempo e circunstancias como essas. As- sim, ¢ interessante refletirmos no significado do nome do profeta, pois é bastante apropriado para 0 cumprimento da missao recebida ~ Ezequiel: “Deus fortalece”. 2.1.0 confronto com a verdade, Desde Caim [Gn 4.5-8], o ser humano tem di- ficuldade de lidar com 0 confronto, ter seus pecados expostos. Vide a historia dos reis de Israel [IRs 13.1-4; 22.7-8]. Herodes prendeu o profeta Joao Ba- tista apds este lhe dizer que nao era licito possuir a mulher de seu irmao [Mt 14.1-5]. O Senhor Jesus disse que Seus discipulos também enfrentariam injurias, perseguig6es e comentarios maldosos por causa do comprome- timento com 0 Senhor (Mt 5.11-12]. Em seu livro “Tempos do Antigo Testamento’, comentando acerca da obra do profeta Ezequiel, a partir de um. contexto social, politico e cultural, R. K. Harisson afirmou o seguinte: “Ezequiel avaliou, em retrospecto, a historia da nac&o com o propésito de compreender as li¢des que o passado podia ensinar. Como Jeremias, insistiu na soberania e na onipoténcia do Deus de Israel, que em uma justa indignagio havia entre- gado 0 seu povo, por algum tempo, ao cativeiro. Assim como o “profeta cho- O Senhor Jesus disse que Seus discipulos também enfrentariam injurias, perseguigdes e comentarios maldosos por causa do comprometimento com o Senhor... BETEL DOMINICAL Revista do Professor 13, rao”, Ezequiel também ensinava que a renovagao nacional sé comegaria quan- doa integridade de cardter e de intencao se tornasse a preocupagao suprema de toda a atividade religiosa.” A esperanca por um fio. “A es- peranga é a ultima que morre’, diz a sabedoria popular. Mas, estando em meio ao cativeiro, vivendo uma vida de tantas restrigdes, ou passando pela prova de Deus [Tg 1.12], a esperanga comega a desvanecer. Houve neces- sidade de Deus levantar um profeta para falar a verdade sobre 0 motivo pelo qual eles estavam cativos. Mas também para afirmar que era apenas por um periodo e anunciar que o plano divino também contemplava o retorno de Israel para a Terra Prometida e sua restauracio espiritual [Ez 36.22-28]. W Samuel Nystrom: “Todos 0s israeli- tas, certamente, aspiravam por um mo- vimento libertador da nagdo, mas nao aceitaram. 0 caminho que Ezequiel i dicava; tinham as suas préprias opinides e suas lamentages, as quais nao corres- pondiam com as do Senhor. (...) A culpa da demora da libertacdo de Israel nao cabia a Ezequiel, mas, aos ancidos e a0 Povo, porque nao escutaram o profeta.” 2.3, Adverténcia de Deus ao profeta. O profeta ficou impedido de falar ao povo, a nao ser quando a mensagem vinha do proprio Deus. Mas quando o Senhor falava com ele era para abrir a boca e dizer: “Assim diz 0 Senhor’, quer ougam quer deixem de ouvir [Ez 3.26-27]. O profeta nunca pode passar na frente de 14. LICA0 2 Deus, porque os judeus se recusavam a ouvir e a obedecer & mensagem de Deus através dos profetas. Antonio Ne- ves de Mesquita comentou: “Como se vé, 0 profeta comegava seu ministério em condigaes adversas, pois 0 povo era mesmo rebelde. A sua presenga em Ba- bildnia o tornaria ainda mais irascivel contra quem quer que fosse’” W Acerca de Ezequiel 3.26, Taylor comentou: “O siléncio nao deveria ser total: de vez em quando, Deus falaria com 0 profeta, e permitiria que pas- sasse adiante uma mensagem para seu povo. Esta mudez, portanto, nao foi do mesmo tipo que aconteceu a Zacarias, pai de Joao Batista [Le 1.20]. Duraria um tempo limitado, até que a queda de Jerusalém fosse anunciada para os exilados cerca de seis anos mais tarde, Entao chegaria ao fim [Ez 33.22] (7D Eu ENSINEI QUE: E preciso saber lidar com sentimentos e emo- (es. Uma vez que 0 ser humano tem dificulda- de em ser confrontado, 0 profeta nunca pode passer na frente de Deus. Um profeta destemido E grande a responsabilidade dos que afirmam serem anunciadores de mensagens vindas da parte de Deus. Pois é preciso proclamar no poder do Espirito Santo, com fide- lidade, sem acepgao de pessoas, mas com amor e tendo 0 mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus [Le 19.41-44; At 4.8, 20; Ef 4.15; 1Pe 1.12]. O Senhor FOCO NA LICho, ..0 papel do profeta de Deus é transmitir as mensagens com autenticidade, sem erros nem intransigéncia, consciente de que sdo verdades vindas de Deus Jesus disse aos judeus que Ihes anunciava a verdade para liberta- go dos mesmos [Jo 8.32, 36]. Ele éa verdade [Jo 14.6]. 3.1, Quem esta com a verdade nao po- de ter receio de falar. Independente- mente de as pessoas gostarem ou nao, o papel do profeta de Deus é transmi- tir as mensagens com autenticidade, sem erros nem intransigéncia (6dio ou agressividade), consciente de que sao verdades vindas de Deus [2Pe 1.20-21]. Mas s6 porque o profeta tem a verdade, ele nao pode matar ninguém. A Biblia diz quem ama, busca sempre o bem, mesmo quando causa feridas [Py 27.6]. w J. N. D. Kelly, comentando o tex- to de 2Timéteo 4.1-5, enfatiza que o apéstolo se dirige a Timéteo no senti- do de que nao deve se calar, mas perse- verar na pregacao da Palavra de Deus, corrigindo, repreendendo e exortando, sem esquecer de fazé-lo com paciéncia esendo “um ensinador sadio da verda- de crista”. “Cumpre o teu ministério’, mesmo num contexto no qual pesso- as achem o evangelho “desagradavel ao paladar” 3.2. Os desgastes do oficio. No exilio, 0 profeta estava sofrendo na pele as consequéncias de viver com um povo rebelde e ingrato. Para atender ao cha- mado de Deus, muitas vezes precisamos entrar na fornalha ardente e enfrentar a cova dos ledes [Is 43.1-2]. Mas de uma coisa podemos ter certeza: Deus estara a0 nosso lado e nos assistird em qual- quer sofrimento. O Senhor Jesus quan- do chamou e enviou Seus discfpulos, deu-lhes poder, mas, também, avisou que enfrentariam édio, oposigées e perseguicdes [Mt 10.1, 16-22]. wW John Stott comentou 0 texto de 2 Ti- méteo 3.10-12: “Ele menciona primeiro a sua doutrina, e ento prossegue for- necendo duas evidéncias bem claras da genuinidade da sua doutrina: a vida que vivia e os sofrimentos que suportava (...). A piedade provoca o antagonismo do que &mundano; sempre foi assim. Assim foi com Cristo, e ele mesmo disse que assim também aconteceria conosco [Jo 15.18- 20; cf. 16.33] (...) Os discipulos estariam. vivendo entre as pessoas distantes de Deus, porém vivendo uma vida de acor- do com os padrées de Deus, em Cristo? 3.3. A mensagem de Deus nunca deve ser transmitida de acordo com a von- tade do povo. A mensagem deve estar de acordo com a vontade de Deus ea necessidade do povo. Deus sabe qual é a nossa necessidade. Ele nos sonda e conhece o interior de cada um de nés [SI 139.1-24]. Nos nossos dias, se a mensagem nao massagear o “Ego” das pessoas, 0 mensageiro nio é um BETEL DOMINICAL Revista do Professor » 15 “bom” profeta, orador, pregador, pas- tor e mestre, principalmente se nao pregar a doutrina da prosperidade e do triunfalismo, Alguns ouvintes re- sistem a Palavra de Deus e querem ser apenas ouvintes e nao praticantes [Tg 1.22-25]. O que nao pode acontecer é © profeta de Deus mudar o que deve ser dito, ele devera continuar aten- dendo ao seu chamado e nao ter peso de consciéncia, para ndo ser relapso e negligente diante de Deus. Wi Infelizmente, muitos agem fazendo “ouvido de mercador’, expressio que significa nao dar importancia ao que ouve, fingir-se de surdo diante da situ- acgao, nao considerar o que foi falado e fazer diferente [Ez 3.7]. O coragao de pedra impede a ocupagio do Espirito Santo de Deus, porque nao esta aces- sivel as coisas divinas. Triste é quando vocé quer passar a genuina mensagem de Deus 0 povo a rejeita nao queren- do ouvir. No entanto, néo podemos deixar de levar a mensagem corret: “Assim diz o Senhor Jeova’, quer ou- gam quer deixem de ouvir. (7 EU ENSINE! QUE: Quem est com a verdade nao pode ter receio de falar, Porém, a mensagem deve estar de acordo com a vontade de Deus e a necessida- de do povo. @ CONcLusAo O profeta Ezequiel foi fiel ao Senhor Deus, cumprindo uma a uma as or- dens que recebera. Embora sua tarefa fosse muito dificil, ele nao recuou, nem abriu mao da perseveranga, da esperanca e da fé em Deus, no que diz respeito a libertacao e restauracao do povo de Israel. CORT OES 16 - tigho2 If | talaiasobre a casa Ezequiel, ¢ de Israel <3: TEXTO AUREO “Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel.” Ezequiel 3.17a VERDADE APLICADA Cada cristéo é enviado ao mundo para anun- ciar, no poder do Espirito Santo, tanto a sal- vaco como 0 juizo vindouro. © OBJETIVOS DA LICAO. © Mostrar o oficio do verda- deiro profeta de Deus. & Alertar que Deus nao tem prazer na morte do impio. & Ressaltar que o profeta de- ve dar 0 aviso da parte de Deus. _ Saar EZEQUIEL 3 18. Quando eu disser ao impio: Certamente morrerds; nao 0 avisando tu, ndo falando para avisar 0 impio acerca do seu caminho impio, para salvar a sua vida, aquele impio morrera na sua maldade, mas o seu sangue da tua mao o requererei, 19. Mas, se avisares o impio, e ele nao se converter da sua impiedade e do seu caminho impio, ele morrerd na sua maldade, mas tu li- vraste a tua alma. 20, Semelhantemente, quando o justo se desyiar da sua justica e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeco, ele morrerd; porque, nao o avisando tu, no seu pecado morrera, @ suas justigas que praticara nao viréo em meméria, mas o seu sangue da tua mao 0 requererei BETEL DOMINICAL Revista do Professor « 17 GYRE ee aa ae UNDA | $19.16 0 Senhor é conhecido pela Sua justica TERCA | Jo 4,23-24 Adorar 0 Senhor em espirito e em verdade. QUARTA | At 1.8 Testemunhas de Cristo até os confins da terra. PME ha ed 115, 304, 505 4X MOTIVO DE ORACAO Ore para que o Espirito Santo inspire os seus profetas, dando-lhes as palavras certas, QUINTA | Rm 1.14 O dever de prego Evangelho a todos, SEXTA | 1€0 4.1-2 Despenseiros da revelacao divina SABADO | Tg 1.22 A importancia da pratica da Palavra de Deus. @ ESBOCO DA LICAO Introdugo 1. O verdadeiro profeta de Deus 2. Deus nao tem prazer na morte do impio 3. Muitos sdo ouvintes, mas ndo praticantes Conclusdo rt INTRODUGAO. Quando o atalaia se conscientiza da sua responsabilidade, age com diligéncia e nao perde o alvo. Ele nao presta atengio nas dificuldades, nos incrédulos e nos opositores, pois tem a ajuda do Espirito de Deus. O verdadeiro profeta de Deus ‘Uma expressao coma qual o povo de Israel estava bem familiarizado era “atalaia’. Assim, quando aventureiro, nem agir com irrespon- sabilidade. O profeta 6 responsavel por advertir 0 povo da destruigao iminente que vird sobre os filhos da desobediéncia [Cl 3.6], sob pena de ser culpado Deus diz que estava cons- PONTO DE tituindo Ezequiel como PARTIDA do sangue de quem mor- atalaia, cle bem sabia 0 rer nos seus pecados. O noe Devemos zs que significava: deveria emcars profeta de Deus nao pode apresentar ao povo as ad- eahvaeaoe’o ser relapso nem negligen- verténcias divinas, sendo fiel na proclamagio das mensagens. Nem todos 0s atalaias de Israel foram diligentes nocumprimento da missio [Is 56.10]. Deve ser da mais alta confia- bilidade. O profeta nao pode ser 1B - LicAo 3 juizo vindouro. te, mas diligente, sabio, submisso e fiel ao Senhor. W De acordo com John B. Taylor: “Assim como Habacu- que se postou na sua torre de vigia [He 2.1], assim também Ezequiel é nomeado atalaia para o povo de Israel [Ez 3.17]. A expresso em- pregada é, literalmente: “Dei-te para ser atalaia’, o que significa que a nomeagao de Ezequiel co- mo profeta para avisar os exilados acerca da sua ruina eminente era, na realidade, um ato de graca da parte de Deus.” 2. Deve internalizar a Palavra. Um servo de Deus precisar ter a Palavra dentro de si primeiro, para depois profetizar e alertar 0 povo: “Entao abri a minha boca, e me deu a comer o rolo. E disse-me: Fi- lho do homem, da de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou, Entao o comi, e era na minha boca doce como o mel.” [Ez 3.2-3]. Comer o rolo simbolizaya que o profeta precisava receber a mensagem de Deus e cc mprometer-se com ela antes de proclama-la, pois quem nao recebe antes, nao sabe, nem vive e, portanto, nao pode trans- mitir a Palavra. W Segundo John B, Taylor: “O ter- mo atalaia era comum para os ver- dadeiros profetas de Javé [Is 56.10; Jr 6.17; Os 9.8]. A fungao deles era ficar alerta a situagao em derredor deles, escutar a palavra de Deus sempre que ela vinha a eles, ¢ repeti-la ao povo com exatidao. Inevitavelmente isto significava que, tao frequentemente como 0 contrario, os profetas agiam como mensageiros de julgamento pa- ra um povo pecador, e Ezequiel nao era excecio.” Deve ser consciente da sua missao. A pregacao é ordenada na Palavra de Deus. Ela nos é imposta como obrigacao. O apéstolo Paulo assim declarou: “.. ai de mim se nao anunciar 0 evangelho!” [1Co 9.16]; além de fazer com fidelidade, co- mo despenseiro da revelagao divina [1Co 4.1-2]. Ensinando a Timéteo, ele declarou: “Que pregues a pala- vra, instes a tempo e fora de tempo” [2Tm 4,2]. A ordem de Jesus foi: “Ide por todo o mundo, pregai 0 evange- lho a toda criatura.” [Mc 16.15]. O mensageiro precisa ser consciente do seu dever. pW Acerca do dever do atalaia, ex- presso também em Ezequiel 33.2-6, John B. Taylor afirmou o seguinte: “A ilustracao é extraida do que eraa pratica comum em tempo de guerra. O homem incumbido pela sua cida- de para agir como seu atala ae para advertir sobre a aproximagao de uma for¢a inimiga, tinha uma pesada res- ponsabilidade. Devia soar o alarme, de modo que os habitantes da cidade que estivessem cultivando as terras ao seu redor, pudessem recuar para tras dos muros da cidade e preparar- -se para a batalha. Qualquer homem que desconsiderasse a adverténcia, estaria virtualmente assinando sua propria sentenga de morte, mas ne- nhuma culpa seria atribuida ao ata- laia. Se, porém, 0 atalaia fracassasse quanto ao seu dever de advertir, seria considerado responsdvel pela morte de todos quantos fossem achados desprevenidos.” BETEL DOMINICAL Revista do Professor + 19 ( EU ENSINEI QUE: O verdadeiro profeta de Deus deve ser da mais alta confiabilidade, deve internalizar a Palavra de Deus dentro de si e deve ser consciente da sua missdo. Deus nao tem prazer na morte do impio O prazer de Deus é que todos se voltem para Ele, se arrependam e busquem o perdao de seus pe- cados. A morte do homem sem Deus é uma catdstrofe. Os cris- tos sio convocados a anunciar a vontade de Deus ea se esforcarem para levar os impios, aqueles que nao servem ao Senhor dos Exér- citos, a se converterem dos seus maus caminhos [Ez 18.32; 33.11]. O julgamento de Deus é reto e justo. O justo que se afasta de Deus sera responsvel pelos seus pecados. Ele nao podera recorrer aos seus atos de justica realizados no passado para salvar-se, caso nao se arrependa an- tes de morrer. O Senhor é conhecido pela Sua justica [SI 9.16], que “pode ser definida como a conformidade de Deus coma sua lei moral e espiritual; a harmonia da natureza divina com a sua santidade’, como descrito pelo Pastor Esequias Soares. Assim, o Se- FOCO NA ucAo nhor Deus ¢ integro, nao faz acepgao de pessoas, seja para castigo ou pre- miacao [Rm 1.18; 2.6]. Quem sai da graca perde-a [Gl 5.4]. Isso é 0 mesmo que estar alienado de Cristo [Jo 15.2, 4-6]. O Antigo Testamento ja dizia isso [Ex 32.32-33]. Compare com Romanos 11.22, que mostr. O caso do filho prodigo é um bom exemplo. Ao se desviar do pai e per- der tudo, reconhece seu erro, cai em si e volta arrependido pedindo per- dao [Le 15.17-21]. Ele recebeua gra- Israel ameagado. ¢a porque voltou em vida e a porta da salvagao ainda estava aberta para ele. Isso nos mostra que nao adianta ser cristao por alguns anos e depois se desviar da verdade. O ultimo es- tado se torna pior do que 0 primeiro [2Pe 2.20-22] A justica do justo nao o fara escapar no dia da sua prevaricacao. A pessoa viver durante um periodo da vida de acordo com a vontade de Deus nao a libera depois para passar um tempo vivendo segundo a carne, como se tivesse um crédito junto a Deus [Ez 18.24]. Por outro lado, 0 impio que aceita Jesus e se desvia do mal; que O recebe como Salvador e Senhor da sua vida [Jo 1.12-13] re- cebe 0 perdao dos seus pecados e & O prazer de Deus é que todos se voltem para Ele, se arrependam e busquem o perdao de seus pecados 20 LigAo 3 purificado. Arrependimento e con- versao para os pecados serem apaga- dos [At 3.19; lJo 1.9]. “[...] e nunca mais me lembrarei dos seus pecados’, diz o Senhor [Jr 31.34b; Hb 8.12]. Os pecados perdoados nao serio mais imputados. mw Acerca da nova alianga, comenta- da em Jeremias 31.34, R. K. Harisson afirmou o seguinte: “A alianga mosai- ca nao sera suficientemente flexivel para a nova época da graga divina, e por isto tera de ser substituida. A nova alianga seré inscrita profunda- mente na vontade dos Ihe obedecerao por escolha, nao mais por obrigacao. A apostasia serd subs- tituida por uma atitude de fidelidade a Deus, ea nagdo nunca mais servird anenhuma outra. Jeremias insiste em que a apostasia é a raiz de todos os problemas de Israel” israelitas, que A responsabilidade da Igreja atual. Aquele que negligenciar o seu chamado, nao avisar ou alertar a Igreja do juizo de Deus e concordar com 0 pecado, passar a mao por ci- ma do erro, deixara a Igreja morna e iludida [Ap 3.15-18]. Ser negligente é acomodar-se diante das convenién- cias e se acovardar, nao proclamando a verdade com medo de represdlias ou algum dano. W Acerca da carta a igreja de La- odiceia, George Ladd afirmou o seguinte: “Agua morna é repulsiva, serve somente para ser cuspida fo- ra, Estas palavras soam como uma rejeicao final e irrevogavel da igre- ja, da parte de Cristo. Mas j4 que os versiculos 18-20 sao uma chamada ao arrependimento, temos de con- cluir que a igreja de Laodiceia nao est4 totalmente sem esperancas de recuperagao. As palavras fortes sao para sacudir a igreja da sua indife- renga espiritual” (CD EU ENSINE! QUE: O prazer de Deus é que todos se voltem para Ele, se arrependam e busquem o per- dao de seus pecados, pois todos que se afastam de Deus serao responsdveis pelos seus pecados. Muitos sao ouvintes, mas nao praticantes E fundamental refletirmos sobre esta questao: ouvir e praticar. O Senhor Jesus abordou este tema em Seu sermao [Mt 7.24-27] e pos- teriormente quando nos momen- tos finais com Seus discfpulos [Jo 13.17], O apéstolo Tiago exortou sobre a importancia da pratica da Palavra de Deus [Tg 1.22]. Contu- do, também € relevante atentarmos para o fato de que Deus nao se en- gana com uma pratica meramente formal, sem que todo o ser da pes- soa esteja envolvido [Is 1.11-16; Mt 23.25-28; Mc 7.6]. Deus abomina a presuncao. Os EioRndaTes de Juda diziam que a ter- ra pertencia a Abraao e lhes foi dada por possessio. Ninguém tinha o di- reito de tira-la de suas maos, Muitos judeus no tempo de Jesus achavam BETEL DOMINICAL Revista do Professor » 21 FOCO NA LIGAO Infelizmente, hoje, muitos vao as reunides da igreja por ir, mas nem sabem o que significa estar num culto de adoragao a Deus que nao necessitavam de salvagao pelo fato de serem descendentes de Abraao, tendo, por isso, a garantia automatica de participar do Reino de Deus [Mt 3.9; Jo 8.33-37]. O pro- prio Senhor Jesus revelou que o fato de uma pessoa declarar “Senhor, Se- nhor!” e usar o nome de Jesus para profetizar, expulsar deménios e fazer maravilhas nao a libera a praticar a iniquidade, descumprindo a vonta- de de Deus [Mt 7.21-23]. O povo no, tempo de Ezequiel desprezou a rele- vancia de um viver de acordo com a vontade de Deus [Ez 33.25-29]. Precisamos ter em mente que Deus nao toma o que Ele dé a uma mas por causa do pecado sem arrependimento, a propria pes- pessoa, soa joga sua béngao fora [Nm 23.19; 1$m 15.29; Jo 6.37; Rm 11.29; Tt 1.2]. Compare Lucas 23.34 com Mateus 27.3-5 e Atos 5.1-11. 3.2. Ouvintes, mas nao obedientes. A Palavra de Deus anunciada pelo profeta Ezequiel nao era obedecida, pois os seus coracdes estavam longe do Senhor. Para os judeus exilados, escutar Ezequiel era um passatempo, como se ele fosse um ator ou conta- dor de histérias. Por nao ter outra ocupacao, eles se reuniam para ouvi- -lo [Ez 33.30-32]. Infelizmente, ho- 22> Ligko 3 je, muitos vao as reunides da igreja por ir, mas nem sabem o que signi- fica estar num culto de adoragao a Deus. Essas pessoas nao honram ao Senhor nem O adoram em espirito e em verdade [Jo 4.23-24]. O Espirito Santo nao se manifestara na vida de quem vai aos cultos como se fosse a um entretenimento ou um show. As promessas e as herangas sao dissipa- das conforme cometemos abomina- ¢6es e nao nos arrependemos delas. W Comentario da Biblia Vida Nova sobre Ezequiel 33.30-33: “Infeliz- mente, a mesma irreveréncia para com a Palavra de Deus, que fazia dos cultos, em Israel, uma oportunidade para se desfilar indecentemente, com bens injustamente extorquidos dos pobres, enquanto se celebrava uma liturgia tecnicamente correta [Am 5.21-27; 8.4-10], também tornava as consultas ao profeta em simples motivo de riso para os prisioneiros que trabalhavam no canal de Quebar [32]. Sé depois de estarem cientes da destruicao de Jerusalém é que os israelitas do cativ que as “extravagancias” de Ezequiel, longe de serem um espetaculo de zombaria, ao contrario, eram, a voz de Deus chamando os sobreviventes ‘a derrota nacional a escutar o verdadeiro profeta [33] iro reconheceram O impio que nao se converter morrera nos seus delitos. O profeta Ezequiel, como atalaia, tinha a incum- béncia de advertir seus compatriotas de que a sua permanéncia no pecado e na rejeicdo a Deus resultaria em morte. Se o profeta deixasse de advertir os impios, ele seria responsabilizado pela morte deles [Ez 3.18]. Os apdstolos Pedro e Joao declararam aos que lhes disseram que nao mais falassem de Jesus: “nao podemos deixar de falar” [At 4.20]. Paulo considerava que era um dever pregar o Evangelho a todos [Rm 1.14]. W Simon Kistemaker comenta sobre Atos 4.19-20: “Assim como os pro- fetas do Antigo Testamento nao po- diam deixar de proclamar a palavra que Deus Ihes havia dado [Jr 20.9; Am 3.8; Jn 3.1-13], assim também os apéstolos tinham de ensinar tudo aquilo que Jesus Ihes ordenara [Mt 28.20]. Eles obedecem a Jesus, que os incumbiu serem testemunhas até os confins da terra [At 1.8].” CD EU ENSINE! QUE: Muitos so ouvintes, mas ndo so prati- cantes, nem obedientes. Deus abomina a presuncao e 0 Impio que nao se converter Morrera nos seus delitos. @ concLusAo A trombeta soaré num momento, num abrir e fechar de olhos, mas © povo precisa ser avisado acerca desse som. Nés fomos constituidos como atalaias sobre o mundo e cabe a cada um exercer seu papel antes que seja tarde demais. COT BETEL DOMINICAL Revista do Professor - 23 Preys __ Sn = “E farei em tio que nunca fiz € o que jamais E preciso andar em Espitito para ndo ceder farei, por causa de todas as tuas abornina- aos desejos da natureza pecaminosa e viver cies." Ezequiel 5.9 em constante vigilancia e oracéo . © Explicar acerca do pecado e suas consequéncias. é inviolavel, mas também justica. Lisa aaa ey EZEQUIEL 5 que eu, sim, eu, estou contra ti; e execu- 7. Portanto, assim diz o Senhor Jeova: Porque tarei juizos no meio de ti aos olhos das multiplicastes as vossas maldades mais do que —_nagdes. as nagGes que estio ao redor de vs, nos meus 13. Assim, se cumprir a minha ira, @ sa- estatutos no andastes, nem fizestes os meus _tisfarei neles o meu furor e me consolarei; julzos, nem ainda procedestes segundo.os juizos _e saberdo que sou eu, o Senhor, que tenho das nacbes que esto ao redor de vés; falado no meu zelo, quando cumprir neles &. Por isso, assim diz 0 Senhor Jeova: Eis 0 meu furor. 24 [ G3 LEITURAS COMPLEMENTARES | eS ee eS ee SEGUNDA | $19.8 QUINTA | Hb 12.29 Deus governa os povos com retidao. Deus é fogo consumidor. TERCA | Rm 1.17 SEXTA | 10 4.8 Evangelho revela a justica de Deus. Deus é amor. QUARTA | Rm 3.21-25 SABADO | 110 4.16 O plano divino de salvacao O amor de Deus é insondavel. Pmt ee cites TTT 12, 116, 302 Introducao 1, 0 pecado e suas consequéncias EST 2. Alei de Deus 6 inviolével Ore a Deus por unidade entre as igrejas 3. 0 amor de Deus e Sua justica no pats, Conclusdio os INTRODUCAO A doutrina do pecado perpassa as Escrituras desde Génesis 3. Infelizmente, muitos ignoram a realidade, gravidade e consequéncias do pecado. Tais pes- soas minimizam, desprezam e deturpam a doutrina da salvagao. i O pecado e suas conse- conhecimento de causa), nao fi- quéncias caremos impunes. Uma vez que O Senhor diz: “..e de seus peca- alei esta estabelecida, e sendo co- dos [...] ndio me lembrarei mais” nhecedores dela, tornamo-nos su- [Hb 8.12]. © profeta jeitos. O Senhor Jesus diz que oR resultado PONTO DE advert o homem que da compaixio de Deus PARTIDA havia sido curado para os pecados seriam lan- nao repetir o pecado cados nas “profunde- Estelamios ou continuar nele para zas do mar” (Mq 7.19]. vigilantes, que nao lhe aconteces- em constarite se algo pior [Jo 5.14]. pecados perdoados nao Dyas: 1.1. A revelacao dos peca- serao mais imputados e dos de Israel. Na passagem Isso quer dizer que os nao entrarao na balanga nem na_ biblica de Ezequiel 5.7, 11, Deus revela contagem para impedir a salva- _ categoricamente os pecados da nagao ¢ao. Precisamos ter ciénciade que _ de Israel. Em Génesis 3 encontramos ao pecar deliberadamente (com como Deus lidou com a queda do pri- BETEL DOMINICAL Rovista do Professor - 25 meiro casal. Antes do antincio acerca da “semente da mulher” e de providen- ciarvestes adequadas, primeiro 0 Cria- dor confrontou-os com a realidade do pecado: “Quem te mostrou...? Comes- tes da drvore que te ordenei que nao comesses?” E um modelo para todos os tempos: é fundamental que 0 peca- do seja exposto, as pessoas precisam. saber 0 que desagrada a Deus e est contra a Sua vontade para nds. O apés- tolo Paulo expés a universalidade do pecado em Romanos 1-3, para depois apresentar em detalhes 0 plano divino de salvagio [Rm 3.21-25]. W De acordo com John B. Taylor: “O crime do povo de Jerusalém foi que, a despeito de todos as favores de Deus, tinha sido rebelde contra Seus juizos e estatutos. Estas sao palavras que Ezequiel emprega frequentemente, em comum com Levitico e Deute- ronémio, e se referem a um corpo estabelecido de lei, a obediéncia ao qual fazia parte integrante da alianga. Pior do que isto, 0 povo excedera as demais nagdes na sua perversidade (...) [Bz 5.7]? 1.2. O juizo e a ira de Deus. O Senhor Deus apresentou o pecado e também o juizo divino [Ez 5.8, 11-13]. E preciso lembrar que a Biblia também revela acerca da ira de Deus, nao apenas so- bre Sua graca e misericérdia [Na 1.2- 3; Rm 1.18; 11.22; Ap 6.16]. Sao temas nao muito expostos em nossos dias, porém biblicos. Tony Evans escreveu: “A ira de Deus nao é um assunto facil de tratar. Mas faz parte integrante de 26 - LIGhoa sua natureza como suas demais qua- lidades, quer seja 0 seu amor, a sua santidade ou a sua misericérdia. Se eu deixasse de falar disso, estaria cau- sando um grande mal a minha igreja € a outras pessoas expostas ao meu ministério”. W Comentando 0 texto biblico de izequiel 5.11, John B. ‘Taylor afirmou o seguinte: “Além da desobediéncia e da rebeldia veio a profanagao do san- tudrio de Deus com coisas detestaveis e abominacées, Esta é a primeira re- feréncia em Ezequiel as praticas cor- ruptas que estavam sendo realizadas no Templo entre o cativeiro de Joa- quim e a destruicao final da cidade em 587 a.C. O capitulo 8 descreve esta situagdo com pormenores hor- ripilantes. Por tudo isto, diz Deus: eu retirarei sem piedade os meus olhos de ti. A expresso “os meus olhos” é um acréscimo explanatério a um texto difi vos abaterei”” . Uma variante diz: “Eu *. Os pecados de Israel foram pu- nidos exemplarmente pelo Senhor. A punicdo veio com a destruicio de Je- rusalém, muitos foram mortos, outros levados ao exilio e um pequeno grupo deixado em um ambiente de destrui- do [Jr 39.1-10]. Assim, um povo livre ficou cativo a reis iddlatras, longe de sua terra, exposto a outros costumes. A nac&o recebeu 0 castigo como ensi- no, pela ingratidao e por se afastar das leis divinas. A professora Betty Bacon escreveu: Muitas pessoas ignoram as adverténcias do Senhor, achando que so ameacas vazias. Alguém advertiu: “Nao cometa o erro de pensar que Deus nao cumpre 0 que diz ou que suas palavras t¢m outro sentido, Pecadores gostam de acreditar que Deus nunca os castigara”. W De acordo com o Comentario Bi- blico Shedd: “O povo de Deus chegou a sobrepujar os pagaos no paganismo. Quem conhece a Palavra de Deus e recusa-se a obedecer-lhe sofre uma queda maior do que a dos ignorantes” CD Ev ENSINE! QUE: A Biblia também revela acerca da ira de Deus, ndo apenas sobre Sua graca e misericérdia. As- sim, vemos que Deus revelou categoricamen- te os pecados da nacdo de Israel e os puniu exemplarmente. A Palavra de Deus perma- nece para sempre A Biblia diz que Deus nao se deixa enganar (escarnecer, zom- bar), porque tudo que o homem semear, isso também ceifard [Gl 6.7]. Tal principio de semeadu- ra e colheita também se aplica a “semear no Espirito” e “semear” boas atitudes para com o préximo [G1 6.8-9]. O pecado deliberado é uma afron- ta a Deus. Muitos dizem que sao nas- FOCO.NA LIGAO cidos de Deus, que sao seguidores de Jesus Cristo, que tém o Espirito Santo; mas pecam deliberadamente, satis- fazendo seus desejos pecaminosos. Sao atitudes que zombam de Deus e O desprezam. Os pecados premedita- dos tém uma conotacao diferenciada, pois foram estudados e sio conscien- tes. Precisamos ter em mente que a maquinacao para fazer o mal ou para pecar aborrece o Senhor [Pv 6.12-19]. W® De acordo com o Comentario Bi- blico Moody: “A vida vitoriosa crista é uma vida de pecados confessados; a confissio genuina inclui abandonar 0 pecado e somente assim se produz o crescimento espiritual.” /.2. Pecadores: a diferenca quanto ao nivel de revelacdo que possuem. “Mas Deus, nao tendo em conta os tempos. da ignorancia, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se ar- rependam.” [At 17.30]. Quem é conhe- cedor se torna mais culpado, porque conhece a verdade e nao podera es- capar do juizo de Deus [Ez 14.12-15]; conhecer as leis, os estatutos e os man- damentos e errar, na maioria das vezes consciente, se torna indesculpavel. 'W E preciso ter em mente que 0 cris- tao pode até errar, mas nao deve viver na pratica do pecado. E preciso se ar- repender, pedir perdio e se esforgar Precisamos ter em mente que a maquinagdo para fazer o mal ou para pecar aborrece o Senhor [Pv 6.12-19] BETEL DOMINICAL Revista do Professor » 27 para nao repetir o erro. As palavras de Jesus Cristo 4 mulher adultera foram: “Vai-te, e nao peques mais” [Jo 8.11] Deus perdoa e nao quer que Seus filhos continuem pecando, antes, que vivam em santificagdo. Permanecer no erro é nao dar valor ao sacrificio de Jesus Cristo no Calyério, que morreu justa- mente para nos livrar dos pecados e da condenacao eterna: “Nao peques mais, para que te nao suceda alguma coisa pior” [Jo 5.14] Israel: uma nacao escolhida, mas um povo ingrato. Nos registros bi- blicos encontramos ensinos e avisos para nds [Rm 15.4; 1Co 10.11]. As- sim, ao estudarmos acerca da histéria de Israel e seu relacionamento com Deus precisamos pedir ao Espirito Santo que nos ajude a percebermos tais ensinos e avisos. Apesar de Israel ter sido escolhido por Deus, estabe- lecido na terra de Cana, ter obtido tantas vitérias e ter um templo que foi cheio da gl6ria de Deus [2Cr 7.1- 3], nao significava que Deus iria ficar indiferente a um viver contrario a Sua Palavra revelada a este povo. Trata-se de uma grande licdo e aviso para nds [1Co 10.12]. A graca de Deus em nés nao nos libera para vivermos e ser- virmos a Deus de qualquer maneira. O mesmo capitulo 12, da epistola aos Hebreus, que menciona grag¢a, tam- bém enfatiza: respeito, temor e fogo consumidor [Hb 12.28-29]. W Vale ressaltar que o apéstolo Pau- lo afirmou que nés somos o templo de Deus, morada do Altfssimo, ta- 28 LIcdo 4 berndculo santo: “Se alguém destruir © templo de Deus, Deus 0 destruira” [1Co 3.17]. Intimeras vezes, 0 Novo Testamento adverte os cristéos atuais contra esses mesmos pecados terriveis cometidos pela nacdo israelita, CD Ev ENSINE! QUE: A Palavra de Deus permanece para sempre e que o pecado deliberado é uma afronta a Deus. Devemos ter em mente também que a graca de Deus nao nos libera para vivermos e servir: mos a Deus de qualquer maneira, O amor de Deus e Sua justica Deus é amor [lJo 4.8, 16], mas também é fogo consumidor [Hb 12.29]. Muitos, de uma maneira equivocada e distorcida, se ba- seiam no amor, na graca e mise- ricérdia de Deus, para, de uma forma inescrupulosa, transgredir as leis divinas, como se 0 Pai nao tivesse a justiga como atributo. Na verdade, onde existe amor puro, a verdadeira justiga est4 presen- te. Quem corrige é porque ama: “Porque o Senhor corrige 0 que ama e agoita a qualquer que rece- be por filho? [Hb 12.6]. 2.1. Amor versus justica. O amor de Deus € insondavel [Jo 4.16], insubsti- tuivel, nao fingido. A maior expressao de amor esta descrita em Jodo 3.16, quando Deus ama o mundo de tal ma- neira (sem parametro, incalculavel), a ponto de dar Seu Filho Unigénito para morrer em nosso lugar, para sal- var os pecadores, que nada merecem. FOCO NA LICAO A justica de Deus é santa, perfeita e imutavel. Deus é a verdade e nEle nao ha injustica; justo e reto é Russell E. Joyner: “A justica de Deus inclui a penalidade do juizo, mas su- bordina essa atividade 4 obra global de estabelecer a sua justiga amorosa” [Dt 7.9-10]. A justiga de Deus ¢ santa, perfeita e imutavel. Deus é a verdade e nEle nao ha injustiga; justo e reto é [Dt 32.4]. O Evangelho revela a justiga de Deus [Rm 1.17]. Ele mesmo julga o mundo com justiga; governa os povos com retidao [SI 9.8]. ‘W De acordo com o Comentario Bi- blico Beacon: “Visto que Deus é per- feito e o amor é a sua natureza, em que sentido deve o seu amor se tornar perfeito em nds? A resposta deve ser entendida em relagaéo ao propdsito para o qual esse amor foi dado. Deus. néio derrama seu amor em nés para ser consumido por nds, O amor yoltado para si mesmo é autodestrutivo. Deus nos ama para que possamos amar os outros. Seu amor em nés é aperfeico- ado quando se torna amor fraternal [1Jo 2.5; 4.12]. Poucas vezes 0 apéstolo fala do nosso amor por Deus e quando © faz, isso ocorre de maneira indireta [1Jo 4.10, 19-20]. Para Joao, os trés aspectos do amor sao os seguintes: 1) Deus nos ama; 2) seu amor habita em nés 3) e amamos os irmaos.” ».2. Deus perdoa os pecados de quem se arrepende. Precisamos refletir sobre arrependimento a luz da Palavra de Deus. Caso contrario, é possivel con- fundir o verdadeiro arrependimento com remorso, tristeza ou reconheci- mento. O arrependimento para perdio de pecados envolve um conjunto de aspectos, como convic¢ao, contri¢ao, confissao e mudanga de atitudes. Por- tanto, nado apenas uma atitude, mas um conjunto [Mc 1.15; At 3.19; lo 1.9]. O termo usado para arrependimento é “metanoeo’, nao se restringe apenas auma mera tristeza pelo pecado, mas significa uma mudanga de pontos de vista, de pensamento e de propésito. ‘W De acordo com 0 Comentario Bi- blico Wiersbe: “Confessar 0 pecado significa dizer a respeito delea mesma coisa que Deus di que o cristéo nao precisa fazer peni- téncia, sacrificios nem se punir quan- do peca. A cruz ja cuidou de todos os pecados. Isso nos da permissao para pecar? Claro que nao! O cristao que realmente entende a provisdo de Deus para a vida crista nao quer desobede- cer-lhe de forma deliberada” fenha em mente E necessario um constante au- toexame. E interessante como Deus constantemente procurou despertar 0 povo de Israel para pensar sobre 0 es- tado espiritual em que se encontrava [Ez 4.1-12;5.1-5]. Mesmo no cativeiro, BETEL DOMINICAL Revista do Professor » 29 muitos ainda nao estavam entendendo que estavam sendo disciplinados pelo Senhor [Jr 29.8-10]. Contudo, é im- prescindivel que este autoexame seja conduzido a luz da Palavra de Deus e guiado pelo Espirito Santo [2Co 13.5]. O povo de Israel desprezou a constante vigilancia, pois depositou a confianga no fato dos servicos religiosos esta- rem funcionando rotineiramente [Jr 7). Nossas atitudes religiosas externas devem ser reflexo de nosso relaciona- mento com Deus. Se assim nao for, serao atitudes vazias e sem vida. W Anténio Neves de Mesquita es- creveu sobre as causas da derrota de Jerusalém: “Jerusalém estava no meio do mundo, segundo diz o Senhor Deus [v.5]. £ certo que qualquer pon- to da terra é 0 meio do mundo, mas, no tocante a Jerusalém, era mesmo 0 meio do mundo do ponto de vista da Revelaco. Era dali que devia partir o exemplo da ordem e da moral. Era dali que devia partir 0 conhecimento do Deus vivo. Era dali que as nagdes deveriam aprender a servir a Deus. Israel tinha sido comissionado como missionario ao mundo inteiro. (...) O povo obstinado e rebelde nao atendeu a este imperioso dever.” D Ev ENsINE! Qu Deus é amor, mas também é fogo consumidor Deus perdoa os pecados de quem se arrepen- de, Sendo assim, € necessétio um constante autoexame. @concusAo Na luta contra 0 pecado, é preciso conhecer a doutrina do pecado. Assim, andando em Espirito, busquemos constantemente estar vigilantes e em ora- 40 para nao cedermos as tentacdes, bem como sabendo que ha perdao aos que verdadeiramente se arrependem. eet 30 tighos A lei da responsabi dade pessoal Saw Lisa "Eis que todas as almas sao minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerd.” Ezequiel 18.4 @ OBJE 7 Explicar a responsabilidade pessoal de cada um. ser diferente & Mostrar a possibilidade de _ SEDI Deus deseja a salvagio de todos, porém cada ser humano tem a responsabilidade de se arrepender para que seja salvo ky TO A Ressaltar que Deus quer que todos sejam salvos. EZEQUIEL 18 19. Mas dizeis: Por que nao levard o filho a maldade do pai? Porque o filho fez julzo e justica, e guardou todos os meus estatutos, € os praticou, por isso, certamente vivera. 20. A alma que pecar, essa morrerd; 0 filho nao levaré a maldade do pal, nem o pai le- vard a maldade do filho; a justica do justo ficard sobre ele, e a impiedade do impio cai- ra sobre ele. 26. Desviando-se o justo da sua justica e co- metendo iniquidade, morrerd por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrera 27. Mas, convertendo-se o impio da sua im- piedade que cometeu e praticando 0 juizo e a justica, conservara este a sua alma em vida. BETEL DOMINICAL Revista do Professor - 31 63 LEITURAS COMPLEMENTARES SEGUNDA | Gn 2.16-17 A liberdade de escolha TERCA | $151.17 Deus néo refeita um coracéo quebrantado. QuaRTA | $1119.105 A Palavra de Deus ¢ luz para 0 caminho. Pmt ee 147, 169, 171 EMT ee Ore para que tenhamos consciéncia dos nossos deveres pessoais diante de Deus. QUINTA | Ec 7.29 Deus fez ao homem reto. SEXTA | Le 14.26 Anecessidade de uma reflexao inteligente. SABADO | Jo 12.46-48 0 julgamento divino e a pregacao de Jesus Pare Introducdo 1. A responsabilidade pessoal de cada um 2. A possibilidade de ser diferente 3. Deus quer que todos sejam salvos Conclusdo <1; INTRODUCAO A presente lico trata do desejo de Deus em salvar a todos e seu cha- mado ao arrependimento, sem anular a responsabilidade individual e a certeza do juizo divino sobre os que nao se arrependerem. Aresponsabilidade pesso- al de cada um O capitulo 18 de Ezequiel trata de um tema que também esta pre- sente nos dias de hoje na mente de muitos: a questao da respon- sabilidade pelo estado de uma pessoa (seja, dentre outros, social, psicoldgico, financeiro, espiritual). Na presente licdo, evidentemente, nos detere- mos no aspecto espiritual, 0 qual resulta em atitudes para com 0 proximo [Ez 18.6-8]. Como esta meu relacionamento com Deus? 32 Lich 5 PONTO DE PARTIDA Deus quer que todos sejam salvos. Qual a minha responsabilidade no estado em que se encontra meu relacionamento com Deus? 1.1. A tendéncia humana de transferir responsabilidade. Desde o primeiro casal, vemos a ten- déncia humana de explicar suas atitudes com asatitudes do outro: “A mulher que tu me deste por companhei- ra, ela me deu da arvore, € comi” [Gn 3.12]. Esta foi a explicagao de Adao para Deus. Como se o homem nao tivesse escolha ou como se fosse apenas vitima: a mulher foi dada por Deus ¢ 0 fruto foi dado pela mulher! Ao se dirigir 4 mulher, esta respondeu a Deus que a serpente a enganou. Assim, tal tendéncia tem acompanhado a historia da humani- dade ao longo da sua existéncia. Que o estudo da presente ligao contribua para que nao nos esquecamos que, se somos vitimas de algumas situagdes, somos “também agentes, portadores responsaveis da imagem de Deus’, co- mo descreveu Larry Crabb. W Biblia King James - Génesis 3.12: “Parece ter sido Addo quem inventou a conhecida evasiva: “Quem? Eu? Nao! Foi Fulano, Beltrano ou Sicrano!”. Des- de o Eden o homem tem grande difi- culdade em aceitar sua culpa e, fugindo de si e das responsabilidades pessoais, procura amenizar sua consciéncia con- denatéria culpando outras pessoas e 0 mundo. Adio tenta se isentar da res- ponsabilidade pessoal sobre a quebra da obediéncia devida a Deus culpando Eva, a serpente eo proprio Senhor (...)° 7.2, A capacidade de escolher. Um dos aspectos da imagem de Deus em nds é a nossa capacidade de escolher. Ao criar o primeiro casal, Deus lhes concedeu a liberdade de escolha entre fazer o certo e o errado [Gn 2.16-17]. O ser humano possui a faculdade in- telectual e volitiva, que lhe permite ra- ciocinar, pensar, decidir. Evidentemen- te que o pecado também atingiu esta capacidade humana, porém a Biblia revela que a pessoa nao perdeu de todo essa faculdade [Dt 30.19-20; Js 24.15]. Notemos que as expresses usadas por Jesus: “Se alguém quer vir apés mim” {Le 9.23] e “Se alguém vier a mim” [Le 14.26] - indicam a necessidade de uma reflexao inteligente. W Timothy Munyon: “A respeito da imagem moral de Deus nos seres hu- manos, “Deus fez ao homem reto” [Ec 7.29]. Até mesmo os pagios, que nao possuem conhecimento da lei escrita de Deus, conservam uma lei moral escrita por Ele em seus coragdes [Rm 2.14-15]. Em outras palavras, humanos possuem a capacidade de sen- tir o que é certo ou errado, bem como ointelecto ea vontade necessarios para escolher entre eles. (...) Estes, mesmo possuindo tal liberdade, sao incapazes de escolher a Deus. Deus, portanto, pe- la sua bondade, equipa as pessoas com uma medida de graga que as capacita e prepara a corresponder ao Evangelho [Jo 1.9; Tt 2.11]? somente os seres 1.3. A culpa coletiva nao exclui a individual. Tanto o profeta Jeremias como Ezequiel mencionam um pro- vérbio que estava sendo bastante usa- do pelo povo de Israel [Jr 31.29; Ez 18.2], que atribuia aos antepassados aculpa pelos sofrimentos do presen- te. E certo que as geracées anteriores Aquela dos profetas tinham cometido graves pecados (vide os relatos his- toricos dos tempos de Acaz, Manas- sés, Amom e tantos outros), contu- do, tal fato nao justificava a conduta dos contemporaneos de Jeremias e Ezequiel, pois também tinham a re- velacao divina e, consequentemente, nao eram ignorantes quanto ao que Deus requeria, ou seja, arrependi- mento do povo. BETEL DOMINICAL Revista do Professor» 33 W Professora Betty Bacon: “Os provér- bios errados, de antigamente e de hoje, sfoum alerta para nés. E muito facil tera mente corrompida pelo que “todo mun- do diz”. cristéo deve conversar sim, mas cuidar do que falam e avaliar 0 que ouvem, especialmente antes de transmi- tir a outros - C1 4.6; 1Ts 5.21”. Por isso é importante passaras informagées e “pro- vérbios” pelo crivo da Palavra de Deus. (CD EU ENSINE! QUE: Ha uma tendéncia humana de transferir res- ponsabilidade. Porém, um dos aspectos da imagem de Deus em nds é a nossa capacidade de escolher. A possibilidade de ser di- ferente O capitulo estudado na presente ligdo [Ez 18] trata de um assunto presente em muitos outros regis- tros biblicos. Ou seja, um passa- do pecaminoso ou justo de uma familia nao significa que, auto- maticamente, a geragdo seguinte ira vivenciar a mesma realidade independente das escolhas e com- portamentos [Ez 8.5-18}. 2.1. Exemplo de quatro geragées de reis de Juda. Para exemplificar 0 texto de Ezequiel 18.5-18, podemos citar a histéria biblica de quatro reis de Juda: means LICAO Ezequias ~ Manassés ~ Amom - Josias [2Cr 29-35]. Como foram diferentes as posturas dos reis quanto ao relaciona- mento com Deus, mesmo diante das Escrituras, dos profetas e dos exemplos que tinham. O histérico familiar po- de influenciar, mas nao determina. A pessoa, principalmente em nossa rea- lidade de abundancia de proclamacao da Palavra de Deus, ao alcangar deter- minada idade, precisa exercitar sua ca- pacidade de discernimento quanto aos valores e crencas recebidos da familia, sempre a luz da Palavra [SI 119.9, 105]. w Daniel I Block comentou sobre a ge- rago alvo das profecias de Ezequiel: “O tempo todo, eles reclamam o direito a protecdo divina, com base nas promessas imutaveisde Deus. Entretanto, Ezequiel é intransigente em sua exposigio da hipo- crisia da naga, As promessas da alianga nfo sio garantias incondicionais de favo- recimento; a seguran¢a eo bem-estar sao contingentes em aceitar as reivindicagées exclusivas do Senhora sua lealdadee obe- diéncia intransigente a sua vontade. Uma vez.que falharam nos dois departamentos, a geracdo presente fica sob ameaga das maldig6es da alianga” 2.2. 0 valor da conversao. A mensagem de Ezequiel deixa claro ao povo que & possivel ser diferente: “Mas, se o impio se converter... Mas, convertendo-se 0 ... um passado pecaminoso ou justo de uma familia nao significa que, automaticamente, a geracao sequinte ira vivenciar a mesma realidade... 34. LIAO S

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