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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Aplicação do Sistema de Informação Geográfica

Ilda Maria Maneia

Cod. 708192198

Curso: Geografia
Disciplina: Técnicas de Metodologia em
Geografia
Ano de Frequência: 3º Ano
Docente: Dra Violanda Amblufoi

Quelimane

2021
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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada,
coerência / coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referência
s
bibliografia s bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1. Objectivos............................................................................................................................4

1.1.1. Geral..................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos........................................................................................................................4

1.1.3. Metodologia......................................................................................................................4

2. CONTEXTUALIZAÇÃO.......................................................................................................5

2.1. Aplicação do Sistema de Informação Geográfica................................................................5

2.1.1. Aplicação dos SIG ao Governo e serviços Públicos.........................................................5

2.1.2. Aplicação dos SIG ao Meio Ambiente.............................................................................5

2.1.3. Aplicação dos SIG na área da Gestão de Comercio.........................................................6

2.1.4. Aplicação dos SIG na área do Turismo............................................................................6

2.1.5. Aplicações de SIG ao Meio Agrário.................................................................................7

3. Surgimento do Sistema de Informações Geográficas...........................................................10

4. Conceito de sistema de informação geográfica....................................................................10

5. Importância do sistema de informação geografia.................................................................12

6. Funcionalidade do Sistema de Investigação Geográfica......................................................13

6.1. Os SIG e a administração pública local.............................................................................13

7. Conclusão..............................................................................................................................15

8. Referências bibliográficas.....................................................................................................16
1. Introdução
O presente trabalho de pesquisa aborda sobre: Aplicação do Sistema de Informação
Geográfica, sendo assim que as grandes aplicações de Sistemas de Informações Geográficas
requerem a montagem de uma equipe multidisciplinar, envolvendo profissionais de
informática, bancos de dados, cartografia. O SIG possui inúmeras possibilidades de
aplicações, que geralmente se dividem em mapeamento, medição, monitoramento,
modelagem e gerenciamento.

São diversos os sectores que se utilizam da tecnologia das informações geográficas para
solucionar seus problemas onde o SIG tem sido utilizado com êxito nas organizações
públicas. Desde a criação do primeiro sistema simples para aplicação da cartografia por meio
de sistemas informatizados em 1950, até a recente massificação do acesso à GIS (como o
Google Earth), as tecnologias para captura, armazenamento, tratamento e recuperação de
informações georreferenciadas tem melhorado cada vez mais e possibilitado um leque cada
vez maior de aplicações.

Portanto, a distribuição espacial de um fenómeno pode dizer muito sobre ele: desde padrões
de distribuição até tendências de acontecimentos. Por isso, é importante não só ter
conhecimento de um certo evento que ocorreu, mas também conhecer onde ele ocorreu elas
variam de acordo com o conhecimento e o ponto de vista de cada autor, mas em geral
abrangem três componentes principais: os SIGs são sistemas computadorizados, que utilizam
informações georreferenciadas e são capazes de realizar diversas tarefas das informações.

Nesta vertente, para melhor percepção, o trabalho apresenta a introdução onde consta os itens
apresentados acompanhados assim com os objectivos que estão patentes os caminhos
seguidos, o desenvolvimento onde consta o desenrolar do trabalho terminando com uma
conclusão e referências bibliográficas.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Compreender aplicação do Sistema de Informação Geográfica.
1.1.2. Específicos
 Descrever o surgimento do Sistema de Informações Geográficas;
 Definir sistema de informação geográfica;
 Descrever a importância do sistema de informação geografia;
 Mencionar a Funcionalidade do Sistema de Investigação Geográfica.

1.1.3. Metodologia
De salientar que para elaboração do trabalho, a autora recorreu a metodologia de consulta de
algumas obras bibliográficas que versam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras estão
referenciadas na lista bibliográfica. Como se não bastasse, tratando-se dum trabalho
científico, importa salientar que está organizado textualmente da seguinte maneira: a
introdução, desenvolvimento e conclusão.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1. Aplicação do Sistema de Informação Geográfica
Actualmente, um SIG pode ser aplicado a praticamente todas as actividades humanas, uma
vez que essas actividades são sempre executadas em algum local, em alguma posição
geográfica. Portanto Cavalcanti (1995, p.234) considera que as grandes aplicações de
Sistemas de Informações Geográficas requerem a montagem de uma equipe multidisciplinar,
envolvendo profissionais de informática, bancos de dados, cartografia (cartografia,
sensoriamento remoto, fotogrametria, geodésia, etc.)

E os outros profissionais das áreas de aplicações do SIG, ou seja, se o SIG estiver sendo
aplicado na gestão de distribuição eléctrica, se fazem necessários na equipe os profissionais
directamente relacionados com gestão de electricidade, o mesmo raciocínio pode ser feito
com relação a agricultura, planeamento urbano, etc.

O SIG possui inúmeras possibilidades de aplicações, que geralmente se dividem em


mapeamento, medição, monitoramento, modelagem e gerenciamento. São diversos os sectores
que se utilizam da tecnologia das informações geográficas para solucionar seus problemas
(Longley et al., 2011). O SIG tem sido utilizado com êxito nas organizações públicas e
privadas desde o início dos anos 70 (Turban et al., 2009).

Assim, são as seguintes áreas que necessitam da aplicação de sistema de informação


geografia, sendo estas aplicadas as seguintes áreas:

2.1.1. Aplicação dos SIG ao Governo e serviços Públicos


Dentre outras aplicações, governos e serviços públicos utilizam o SIG para realizar
inventários de recursos e infra-estruturas, mapeamento e cálculo de impostos, subsidiar
políticas de uso da terra (Longley et al., 2011), auxiliar na interpretação e visualização de
dados censitários, gerir as diversas demandas de redes de fluxo (como água e gás) e redes de
cabos (como electricidade e telecomunicações), definir locais potenciais para instalação de
aterros sanitários (Câmara et al., 1996).

2.1.2. Aplicação dos SIG ao Meio Ambiente


No domínio “Meio Ambiente”, ele pode ser utilizado para acompanhar o desmatamento de
uma certa região, modelar o crescimento urbano e entender seus impactos ambientais,
monitorar mudanças no uso da terra (Longley et al., 2011), gerenciar bacias hidrográficas,
modelar fontes subterrâneas e de erosão (Câmara et al., 1996).
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2.1.3. Aplicação dos SIG na área da Gestão de Comercio
Mais especificamente à gestão, o comércio e o planeamento de serviços utilizam o SIG para
perceber o comportamento de compra dos consumidores de uma certa região, decidir onde
uma nova loja será alocada, melhorar o planeamento da alocação de recursos (LONGLEY et
al., 2011), realizar análises de mercado no geral, que são beneficiadas quando os SIGs “estão
acoplados a ferramentas para análise financeira, sistemas de apoio à decisão e sistemas
especialistas” (Câmara et al., 1996, p. 31).

No sector de logística e transportes usa o SIG para gerenciar redes de distribuição, planejar
uma evacuação de emergência (Longley et al., 2011), definir caminhos óptimos e críticos
(Câmara et al., 1996).

Melo (2007, p.34 apud Magalhães, 211, p.7) descreve que uma das principais aplicações do
SIG é no planeamento e ordenamento territorial, como o planeamento urbano de uma cidade,
o planeamento ambiental, citando como exemplo o controle e o monitoramento do
desmatamento na Amazónia SIG é uma ferramenta que vem sendo utilizada cada vez mais
pelos órgãos públicos e privados, pois permitem a maximização de informações colectadas.

2.1.4. Aplicação dos SIG na área do Turismo


Os SIG abrangem várias áreas e disciplinas, sendo o Turismo uma das áreas de aplicação em
que se encontra em franco crescimento. Este desenvolvimento dos SIG no Turismo é evidente
na:
 Inventariação e análise de recursos turísticos;
 Identificação de localizações óptimas para o desenvolvimento turístico;
 Elaboração de itinerários turísticos e gestão de fluxos;
 Determinação de padrões de ocorrência e distribuição de fenómenos de carácter
turístico; v) avaliação, cenarização e monitorização dos impactes da actividade
turística (Bahaire & Elliot-White, 1999);
 Disponibilização de informação turística na Web, principalmente quando aliada à
componente multimédia, essencial na divulgação moderna do Turismo (Rocha e Sousa
& Fernandes, 2007).

Das capacidades que os SIG apresentam para o Turismo, no presente trabalho interessa
reconhecer quais as mais importantes para o desenvolvimento turístico e, principalmente, para
o seu planeamento, com particular ênfase no planeamento de percursos pedestres turísticos.
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Uma das mais-valias dos SIG prende-se com a capacidade de integração (e posterior análise)
de informação de diversas fontes (Julião, 2001).

Desta forma, torna-se possível criar cenários, prevendo impactos potenciais (Farsari &
Prastacos, 2007) da acção do Turismo sobre um território, nos diferentes níveis ambiental,
social ou económico. Ao permitir identificar impactos prováveis, os SIG promovem também
uma melhor utilização dos recursos humanos, técnicos, naturais, patrimoniais e outros,
podendo contribuir para uma melhor (e mais justa) distribuição dos custos e benefícios da
actividade turística (Farsari & Prastacos, 2007), que leva a uma maior justiça social.

Considerando o Turismo um fenómeno espacial, pois envolve o fluxo de pessoas de um local


de origem para um de destino, a análise da adaptabilidade de uma localização turística, ou
seja, a avaliação do seu potencial turístico, revela-se fundamental na implementação de
qualquer actividade turística (Farsari & Prastacos, 2007).

Os SIG possibilitam esta capacidade de análise da adequabilidade de uma área para o Turismo
(ou para um determinado produto turístico), na medida em que, além da referida integração de
informação de fontes diversas, que permite o conhecimento das condições de um local,
facilita a visualização dos dados e, fundamentalmente, dos resultados/cenários esperados,
nomeadamente através de mapas (Farsari & Prastacos, 2007).

A utilização dos SIG como ferramenta que garanta um desenvolvimento turístico sustentável
explica-se, portanto, pelas razões enunciadas, com especial atenção à capacidade de
incorporação de diferentes critérios na fase de planeamento que possibilitam a simulação e/ou
modelação de cenários a médio/longo prazo (MCADAM, 1999). No entanto, a tecnologia não
pode ser responsável pela tomada de decisões, até porque esta pode ser manipulada.

2.1.5. Aplicações de SIG ao Meio Agrário


A Agricultura de Precisão é o termo usado ao processo de gerenciamento agrícola, que visa o
emprego de tecnologias nas lavouras com o intuito de alcançar a maior produtividade possível
da área cultivada ao menor custo possível.

Giotto, Cardoso e Sebem (2013) afirma que a agricultura de precisão é uma das mais
frequentes preocupações, e causa motivação no campo da pesquisa agronómica moderna, cujo
objectivo principal é maximizar a produtividade por unidade de área, focando nos resultados

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económicos com o aumento da produtividade e redução no custo de produção, e assim
contribuindo para a preservação do meio ambiente pela redução dos efeitos ambientais.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2009), a Agricultura de


Precisão é um conjunto de técnicas e metodologias visando a optimização do manejo de
cultivos e utilização de insumos agrícolas, buscando a máxima eficiência económica, através
de tecnologias aplicadas que permite um sistema de gerenciamento que considere a
variabilidade espacial da produção.

Com base nas descrições acima, é possível perceber a importância da tecnologia quando se
trata de agricultura de precisão, ferramentas tecnológicas são desenvolvidas e aprimoradas a
cada ano com o objectivo de acompanhar, comparar e obter a máxima produtividade das
propriedades agrícolas, e actualmente, atendendo a essa demanda por resultados na
produtividade, aplica-se o uso dos sistemas de informações geográficas (SIG).

Câmara, Davis e Monteiro (2001, p. 3 -1), assim conceitua SIG:


O termo Sistemas de Informação Geográfica (SIG) é aplicado para sistemas
que realizam o tratamento computacional de dados geográficos e recuperam
informações não apenas com base em suas características alfanuméricas, mas
também através de sua localização espacial; oferecem ao administrador
(urbanista, planejador, engenheiro) uma visão inédita de seu ambiente de
trabalho, em que todas as informações disponíveis sobre um determinado
assunto estão ao seu alcance, inter-relacionadas com base no que lhes é
fundamentalmente comum a localização geográfica. Para que isto seja
possível, a geometria e os atributos dos dados num SIG devem estar
georreferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre e representados
numa projecção cartográfica.

Em relação à agricultura de precisão, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás –


SENAR/AR-GO (2015), conclui que os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), são
programas que permitem tratar toda a informação espacial de forma digitalizada, manipulando
essa informação com base em atributos espaciais que são obtidos através das suas
coordenadas geográficas globais (latitude e longitude), tornando possível a gestão da
propriedade agrícola.

Há vários trabalhos literários que comprovam a importância dos Sistemas de Informação


Geográfica (SIG) aplicados na Agricultura de Precisão. Mantovani e outros (2004) relata com
entusiasmo o resultado na produção de milho usando a variabilidade espaço-temporal, Riffel e
outros (2012) comprova a eficiência no monitoramento de lagartas na cultura da soja, Grego e

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outros (2014) conclui na sua pesquisa que a produção agrícola gerenciada de acordo com a
variabilidade espacial pode potencializar a competitividade e a sustentabilidade da cadeia
produtiva da cana-de-açúcar. Mesmo com volume de pesquisa muito positivo ao uso do SIG e
sua crescente utilização no meio rural, alguns autores deixam claro que o uso dessa
ferramenta ainda não está sendo utilizado de acordo com o potencial que ela pode
proporcionar.

Rocha e outros (2015) afirma que por usar a espacialização de variáveis, o SIG está sendo
usado intensivamente na Agricultura de Precisão, sua capacidade de relacionar as variáveis e
revelar relações ocultas, padrões e tendências que não são facilmente visíveis em planilhas ou
pacotes estatísticos, possibilita novas informações que podem ser cruciais na tomada de
decisão.

Em resumo, os SIG aplicado na agricultura de precisão são bancos de dados que armazenam
informações colectadas de fontes diversas como imagens de satélites, amostras
georreferenciados e fotos aéreas, integrando-as e gerando mapas e gráficos, promovendo uma
gestão mais eficaz do cultivo. Vale lembrar que o SIG é uma das ferramentas que compõem o
Geoprocessamento, este que pode ser entendido como mecanismo tecnológicos para colecta e
tratamento de informações espaciais diversas.

Na visão de Silva (2006), o Geoprocessamento está relacionado com o processamento de


dados georreferenciados, isso é com coordenadas topográficas, enquanto um Sistema de
Informações Geográficas (SIG) processa dados gráficos e não-gráficos com foco nas análises
espaciais e modelagens de superfícies.

Segundo Queiros e outros (2014), o SIG permite utilizar mapas de colheita e variabilidades no
solo e no clima, diagnosticar as causas das variabilidades espacial e temporal, analisar seus
efeitos nas produtividades, aplicar localizadamente os insumos agrícolas em quantidades
específicas por zonas de manejo, controlar o manejo das culturas para que os níveis de
produtividade pré-estabelecidos sejam atingidos, monitorar as práticas agrícolas preservando
o meio ambiente e controle na qualidade dos produtos obtidos.

De forma mais sucinta, Pottier (2015) define que as principais características de um SIG são a
capacidade de armazenamento de dados espaciais e relacionais em uma única base,
Possibilidade de manipulação dos dados (inclusão, alteração e exclusão) com resultado
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através de mapas, representação dos dados espaciais armazenados, como pontos, linhas ou
polígonos, interface gráfica que possibilita a interação homem-máquina.

Outro factor importante é que a tecnologia SIG está se popularizando e cada vez mais está
sendo introduzida nas áreas agrícolas, crédito este, ao empenho de órgãos governamentais e
privados que investem em pesquisas e inovações nessa área. Portanto, cabe ao agricultor ou
ao profissional responsável, escolher a melhor ferramenta tecnológica SIG que atenda ao seu
projecto, ao seu objectivo, seja ela paga ou livre.

3. Surgimento do Sistema de Informações Geográficas


O primeiro SIG foi criado na década de 60 no Canadá com o intuito de possibilitar a criação
de um inventário de recursos naturais. Mas, naquela época os programas ainda eram muito
difíceis de se utilizar, exigiam mão-de-obra especializada, o que custava caro, e ainda não
havia programas específicos para os variados tipos de aplicação, logo, estes tinham que ser
desenvolvidos, tomando mais tempo e mais dinheiro.

Entretanto, com o desenvolvimento da informática e de modelos matemáticos para aplicação


da cartografia em meio computadorizado, os GIS foram se aperfeiçoando. Já na década
seguinte, Ottawa (Canadá) sediaria o primeiro simpósio sobre Sistemas de Informações
Geográficas do mundo.

Desde a criação do primeiro sistema simples para aplicação da cartografia por meio de
sistemas informatizados em 1950, até a recente massificação do acesso à GIS (como o Google
Earth), as tecnologias para captura, armazenamento, tratamento e recuperação de informações
georreferenciadas tem melhorado cada vez mais e possibilitado um leque cada vez maior de
aplicações.

Assim, podemos identificar três formas principais de se utilizar um SIG: para produção de
mapas, como suporte para a análise espacial de fenómenos, ou como um banco de dados
geográficos, com funções de armazenamento e recuperação de informação espacial.

4. Conceito de sistema de informação geográfica


O elemento essencial de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) é o dado espacial ou
geográfico. Todas as nossas acções acontecem em algum lugar, que pode ser localizado

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utilizando coordenadas geográficas. A distribuição espacial de um fenómeno pode dizer muito
sobre ele: desde padrões de distribuição até tendências de acontecimentos. Por isso, é
importante não só ter conhecimento de um certo evento que ocorreu, mas também conhecer
onde ele ocorreu (Longley et al., 2011). Em um SIG, todas as informações estão
georreferenciadas, isto é, estão atreladas a um lugar no espaço.

As definições de SIG são inúmeras. Maguire (1991, apud Heywood; Cornelius; Carver, 2002)
chegou a listar onze diferentes definições. Elas variam de acordo com o conhecimento e o
ponto de vista de cada autor, mas em geral abrangem três componentes principais: os SIGs
são sistemas computadorizados, que utilizam informações georreferenciadas e são capazes de
realizar diversas tarefas de gestão e análise destas informações (Heywood; Cornelius; Carver,
2002)

Assim sendo, Os SIG são, portanto, um conjunto de técnicas, métodos, hardware, software,
dados geográficos e pessoas que incorporam a estruturação, o arquivo, o manuseamento e a
gestão de informação geográfica (georreferenciada), organizada numa base de dados,
permitindo, de modo profícuo, adquirir, armazenar, manipular, analisar, visualizar e
apresentar essa informação. A ciência da informação geográfica é a base científica utilizada
no desenvolvimento e sustentabilidade das tecnologias dos Sistemas de Informações
Geográficas. Esta ciência considera as questões fundamentais suscitadas pelo uso de sistemas
e tecnologias. É a ciência necessária para manter a tecnologia no limiar do conhecimento
(ROSS, 2009).

Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) é uma ferramenta sofisticada que organiza as


informações territoriais segundo níveis de informação temáticos, permitindo a representação
do mundo real em escala reduzida e sua posterior modelagem no espaço virtual do
computador. De certa forma, a ferramenta de uso público Google Earth se assemelha à
estrutura de um SIG, integrando imagens de sensoriamento remoto de alta resolução com
informações temáticas diversas (rede viária, limites geográficos, locais turísticos e comerciais,
etc.) e permitindo inclusive, operações básicas como cálculos de distância e de áreas.
(Fonseca, 2013).

Sob outra perspectiva, os SIGs possuem um conjunto de operações que permitem integrar
dados digitais resultando em novos produtos, que podem ser expressados como mapas ou
imagens, imitando o procedimento pretérito de sobreposição de mapas desenhados em folhas

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transparentes, utilizado por profissionais liberais para diversas aplicações, por exemplo para
elaborar zoneamentos. Devido a sua amplitude de conhecimentos, a ciência da informação
geográfica tem carácter multidisciplinar, integrando muitas disciplinas tais como cartografia,
geodésia, sensoriamento remoto, fotogrametria, entre outras disciplinas de aquisição e
tratamento de dados espaciais. (Fonseca et al., 2012a).

Assim sendo, os Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s) são sistemas computacionais


que permitem produzir, armazenar, processar, analisar e representar informações espaciais.
Em outras palavras, eles. Com isso, para uma mesma região é possível sobrepor
características do relevo, do solo, da hidrografia, do tipo de uso do solo (agricultura,
urbanização, entre outros). Isto permite identificar como esses factores se relacionam entre si,
por exemplo, se as actividades humanas se distribuem em função do relevo e dos tipos de
solo.

5. Importância do sistema de informação geografia


De acordo com Fitz (1999), um SIG pode ser definido, de uma forma genérica, como um
conjunto organizado de hardware, software, informação geográfica e pessoas que fazem a
aquisição, o armazenamento, a verificação, a manipulação, a actualização, a análise e a
apresentação de dados que são espacialmente referenciados à Terra.

Nessa direcção, Fonseca et al. (2012b), os Sistemas de Informação Geográfica assumem uma
importância cada vez maior em diversas áreas, podendo utilizar-se na maioria das actividades
com uma componente espacial, desde a cartografia, a estudos de impacto ambiental, ou desde
a prospecção de recursos, ao marketing. A profunda revolução que provocou as novas
tecnologias afectou decisivamente a evolução da análise espacial.

Os SIG são actualmente utilizados nos mais variados mercados e indústrias, podendo servir
quase todas as áreas de negócio. Fornecem dados geográficos e ferramentas de análise
espacial que estão ao alcance dos utilizadores através dos seus computadores, servidores,
Internet ou intranets.

De acordo com Maciel et al. (2008), a matéria-prima dos SIG é sempre a informação
geográfica, resultante dos dados geográficos que são inseridos no sistema. Os dados
geográficos são a informação que representa as entidades existentes à superfície da Terra,
através da sua posição num sistema de coordenadas geográficas bem definido. Podem dar-se

12
como exemplos de informação geográfica os mapas topográficos digitalizados, as imagens de
satélite, os mapas baseados em fotografias aéreas e os modelos de elevação do terreno.

Através dos SIG, essa informação é organizada em temas, que podem ser linhas (por exemplo,
rios ou estradas), pontos (por exemplo, sinais de trânsito) ou polígonos (por exemplo,
cidades). Esta informação é armazenada em bases de dados, pelo que um SIG integra,
normalmente, um elemento de manipulação gráfica e um sistema de gestão de bases de dados.

De acordo com Monteiro (2007), um bom exemplo da utilização dos SIG pelo público em
geral são os mapas interactivos on-line que já existem e podem ser consultados por qualquer
pessoa, em tempo real. Estes mapas estão a introduzir mudanças na forma como se utiliza a
Internet para procurar produtos, para localizar serviços e para ter acesso a dados e informação
pública.

6. Funcionalidade do Sistema de Investigação Geográfica


Segundo Ferreira (2003, p. 18), um SIG pode funcionar tendo por base vários modelos de
dados. Pode, por exemplo, funcionar como uma base de dados com informação geográfica,
através de dados alfanuméricos que está associada a um identificador comum aos objectos
gráficos de um mapa digital. Assim, ao assinalar-se um objecto pode saber-se o valor dos seus
atributos, enquanto se seleccionar um registo da base de dados pode saber-se a sua localização
e apontá-la num mapa.

A informação existente num SIG é separada em diferentes camadas temáticas e armazenada


de forma independente, o que permite trabalhá-las de uma forma mais rápida e simples. Isto
faz com que o utilizador possa relacionar a informação através da posição e da topologia dos
objectos, a fim de gerar nova informação.

Para Bolfe et al., (2008), os campos de aplicação dos SIG, por serem muito versáteis, são
muito vastos, podendo utilizar-se na maioria das actividades com uma componente espacial,
desde a cartografia a estudos de impacte ambiental, passando ainda pela prospecção de
recursos ao marketing (para citar apenas três exemplos). A profunda revolução que provocou
as novas tecnologias afectou decisivamente a evolução da análise espacial.

6.1. Os SIG e a administração pública local


Segundo Ferreira (2003, p.18), os SIG constituem hoje instrumentos modernos indispensáveis
e poderosos de gestão e de suporte à tomada de decisão, atravessando horizontalmente a quase
13
totalidade das actividades sociais e económicas. Em Portugal, os Sistemas de Informação
Geográfica são cada vez mais considerados parte integrante de soluções e de projectos
inovadores de gestão global de negócio. Um exemplo disso, são os projectos de modernização
administrativa da administração pública local, com a disponibilização de informação aos
munícipes e ao cidadão, utilizando a Internet, sendo esta representada graficamente em SIG.

Internamente, as autarquias utilizam os sistemas de informação geográfica como suporte das


várias áreas de negócio, tais como a Gestão do Urbanismo, Espaços Verdes, Gestão de Redes
Viárias, Gestão da Economia Local, entre tantas outras áreas de negócio cuja representação
gráfica dos seus elementos representa uma mais-valia para as actividades diárias, como
consulta, cruzamento de informação, tomada de decisão, etc.

A utilização dos SIG na administração pública local permite:


 A criação de uma base de conhecimento estruturada e actualizada do conselho;
 Dispor de um instrumento de apoio à elaboração de estudos e projectos com interesse
na gestão municipal;
 Dispor de um instrumento de apoio à decisão;
 Dotar os decisores políticos e técnicos de informação estratégica, destinada à definição
de políticas gerais de gestão do território municipal e controlar a sua execução.

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7. Conclusão
Concluindo, percebeu-se claramente que Existem vários modelos de dados aplicáveis em
SIGs (Sistemas de Informação Geográfica). Por exemplo, o SIG pode funcionar como
uma base de dados com informação geográfica (dados alfanuméricos) que se encontra
associada por um identificador comum aos objectos gráficos de um mapa digital. Desta forma,
assinalando um objecto pode-se saber o valor dos seus atributos, e inversamente,
seleccionando um registo da base de dados é possível saber a sua localização e apontá-la
num mapa.

O SIG separa a informação em diferentes camadas temáticas e armazena-as


independentemente, permitindo trabalhar com elas de modo rápido e simples, permitindo ao
operador ou utilizador a possibilidade de relacionar a informação existente através da posição
e topologia dos objectos, com o fim de gerar nova informação. Os modelos mais comuns em
SIG são o modelo raster ou matricial e o modelo vectorial. O modelo de SIG matricial centra-
se nas propriedades do espaço, compartimentando-o em células regulares (habitualmente
quadradas, mas podendo ser rectangulares, triangulares ou hexagonais). Cada célula
representa um único valor. Quanto maior for a dimensão de cada célula (resolução) menor é a
precisão ou detalhe na representação do espaço geográfico.

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8. Referências bibliográficas
Fonseca, S. F. Geoprocessamento Aplicado a Classificação e Distribuição das Espécies
Arbóreas nas Praças da Cidade de Buritizeiro/MG. 2013.

Fonseca, S. F. et al. 2013a. “Geotecnologias e Ensino de Geografia: Abordagem na Educação


Básica”. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM),
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_________________. 2013b. “Sistema de Informações Geográficas Aplicado ao Estudo da


Vulnerabilidade Familiar dos Municípios da Microrregião de Montes Claros – MG15 a 19 de
julho.

Guedes, C. R. M. et al. 2013. “Revitalização da Sub-Bacia do Córrego Das Pedras, Município


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Maciel, F. E. A.; Guimarães, J. M. de C.; Brito, M. P. R. “As Práticas docentes inovadoras


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Viana, V. M. F. C. Estudo Geológico Ambiental das Veredas do Rio Formoso no Município


de Buritizeiro, Minas Gerais. 2006. 71f. Dissertação (Mestrado em Geologia) - Instituto de
Geociências – Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Belo Horizonte.

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