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Esta é uma das mais antigas teorias da arte e remonta ao século V, a.c. tendo
como representantes Platão e Aristóteles. Para estes autores a caraterística comum a
todas as o.a é o facto de todas elas representarem alguma coisa da realidade. No
entanto, temos dois tipos de representação: imitativa (todas as o.a. imitam algo e
quanto mais se assemelharem ao objeto imitado, melhores serão) e não imitativa (as
o.a. não têm necessariamente que imitar a realidade, basta representarem essa
mesma realidade.
Platão e Aristóteles defendiam a arte como imitação de algo (teoria mimética
da arte ou teoria da arte como imitação). Objeções a esta teoria: é demasiado restrita
pois existem o.a. que não imitam nada, como a arte abstrata ou a arquitetura, a
música, a dança, etc.
No entanto a arte como representação (não imitativa) é muito mais
abrangente do que a arte imitativa e, portanto, resiste melhor às críticas. Neste caso,
basta que a o.a represente o objeto, por exemplo, o fado representa Portugal. No
entanto, aqui também encontramos limitações já que deixa de fora o.a sem qualquer
conteúdo representativo.
2) A Arte como expressão
Collingwood é um dos defensores desta forma de arte, diz que “algo só é arte,
se e somente se, for expressão imaginativa de uma emoção.”
Argumentos da tese:
O artista pode expressar emoção nas o.a que cria ou pode estimular emoções
naqueles que vêm a obra. No entanto, a arte não é estimulação de emoções, o seu
objetivo não é estimular qualquer tipo de emoção nos espetadores. A arte é a
expressão imaginativa de emoções que o artista expressa na obra A o.a é algo que
existe essencialmente na mente do artista e é reconstruída pela imaginação daqueles
que a contemplam.
Críticas à tese:
- Existem o.a que não dependem de aspetos intrínsecos à obra, como defende Bell,
algumas o.a dependem de aspetos extrínsecos à obra para serem considerados o.a.
tais como, propriedades relacionais ou contextuais.
- A definição de forma significante é viciosamente circular e, por isso, falaciosa, isto é,
Bell define forma significante como um conjunto de linhas, cores, formas, espaços que
têm a capacidade de provocar uma emoção estética em quem as vê, mas, ao mesmo
tempo, define emoção estética como o tipo de emoção que sentimos quando estamos
perante a forma significante.
- As propriedades formais não podem ser as únicas relevantes para garantir um
estatuto artístico à obra, por exemplo o que é representado ou a emoção que pode
estar presente numa o.a. são tão ou mais importantes que as propriedades formais da
obra.
Visto que esta teoria é também não essencialista, partilha de pelo menos uma
caraterística em comum com a teoria institucional, o facto de ambas defenderem que
o que torna algo arte são aspetos extrínsecos, relacionais e contextuais à obra. No
entanto, e diferentemente da teoria institucional, a teoria histórica procura possibilitar
a existência de o.a. fora do contexto institucional do mundo da arte.
Para Levinson, algo é uma o.a. se e somente se, alguém que tem direitos de
propriedade (o artista) sobre o objeto em causa e tem intenções sérias de que esse
objeto seja encarado como arte bem como outros objetos o foram. Se assim for, o
homem do neolítico poderia produzir uma o.a. por exemplo para produzir prazer visual
e como produzir prazer visual é uma das formas como as o.a. foram corretamente
encaradas ao longo da história, então existem o.as no neolítico.
Portanto, desde que uma obra possa ser enquadrada numa das formas como
foi corretamente encarada ao longo dos tempos, então, é uma o.a. No entanto a obra
tem de ter sido corretamente encarada como o.a. ao longo dos tempos, porque
existiram casos no passado de o.a não terem sido corretamente encaradas enquanto
tal, por exemplo usar os quadros de Van Gogh para construir um galinheiro. Neste caso
as obras de Van Gogh não deixam de ser o.a apenas não foram corretamente
encaradas como tal no passado.
Então, para que algo seja uma o.a é necessário que existam precedentes na
história da arte, como vimos, mas não é suficiente, tem ainda de se cumprir outra
condição, tem de haver uma intenção séria por parte do artista de que sua obra criada
por ele seja seriamente encarada como o.a, além disso, o artista tem de ter direitos de
propriedade sobre o objeto, isto é, a obra tem de lhe pertencer.
Esta teoria possibilita então a existência de arte rupestre ou solitária. Não há
limite para aquilo que se possa pretender seriamente ser uma o.a., no entanto, nem
tudo pode ser assim encarado por que tem de estar enquadrado na história da arte.
Críticas à teoria histórica da arte
- Se o que faz com que uma obra seja considerada uma o.a. é a sua relação com o.as
anteriores a ela, então como surgiu a 1ª o.a.? Se esta 1ª o.a. não está assente em
precedentes históricos como podemos nós considerá-la uma o.a.?
- Esta teoria não prevê que certas formas de encarar a arte no passado possam deixar
de fazer sentido hoje. No passado, os retratos eram considerados o.as e, no entanto,
hoje dispomos de artefactos que também retratam uma realidade e que não são
considerados o.as.
- Por outro lado, existem hoje objetos que são encarados como arte e que não o foram
originalmente, por exemplo armas de guerra ou determinadas peças de cerâmica,
objetos do dia a dia, que quando foram feitos tinham objetivos práticos e nunca foram
encarados como o.a.
- Finalmente, Levinson tinha colocado como condição para algo ser arte, ser pertença
do artista, ora, isso não inclui muitas o.a que são feitas em propriedades pertencentes
a outras pessoas, por exemplo os graffiters, ou as obras de Vilhs,por exemplo. Se a
Guernica de Picasso tivesse sido pintada numa parede de um prédio que não
pertencesse a Picasso, deixaria de ser uma o.a? Claro que não.