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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO BENGO

Engenharia em Tecnologia Agro-alimentar

TRABALHO CIENTÍFICO DE MAMTEÁTICA

TEMA:

POLINÓMIOS

O DOCENTE O ESTUDANTE
_______________________ ________________________
João dos Santos F. Maiala José F. Da Silva

2023
Sumário
Introdução ..................................................................................................................................... 2
O problema da caixa...................................................................................................................... 2
Polinômios ................................................................................................................................ 4
Classificação de Polinômios ..................................................................................................... 4
Valor numérico de um polinômio ........................................................................................ 5
Grau de um Polinômio.......................................................................................................... 5
Tipos de Polinômio ............................................................................................................... 6
Polinômios completos .......................................................................................................... 6
Polinômios incompletos ....................................................................................................... 6
Identidade de Polinômios .................................................................................................... 6
Polinômios Idênticos ............................................................................................................ 7
Polinômio identicamente nulo ............................................................................................. 8
Frações polinomiais....................................................................................................................... 9
Fórmula geral do polinômio .......................................................................................................... 9
Modelos de monômios ................................................................................................................. 9
Trinômio do quadrado perfeito .................................................................................................... 9
Diferença de dois quadrados ...................................................................................................... 10
Frações polinomiais idênticas ..................................................................................................... 10
Adição e Subtração de Polinômios .............................................................................................. 11
Multiplicação de polinômios ....................................................................................................... 11
Divisão de polinômio ................................................................................................................... 11
Método de chave ........................................................................................................................ 12
Teorema do resto ........................................................................................................................ 13
Dispositivo Prático de Briot-Ruffini ............................................................................................. 14
Teorema de D´Alembert.............................................................................................................. 16
Conclusão .................................................................................................................................... 18
Bibliografia .................................................................................................................................. 19
Introdução

O problema da caixa

Considere uma folha quadrada de plástico maleável de lado igual a 5 cm.


A partir dessa folha, queremos montar uma caixa sem tampa. Uma maneira de
se fazer isso, é cortar pequenos quadrados nos cantos da folha e dobrar na linha
pontilhada, como mostra a figura abaixo:

O problema consiste em determinar o volume de água que essa caixa


pode conter, quando completamente cheia.

Observe que à medida que x varia, o


volume também varia, isto é, o volume da caixa
depende da variável x que, neste problema,
representa o tamanho do corte que determinará a
altura da caixa a ser montada.

Dizemos, então, que o volume da caixa é


uma função de x. Neste caso, a expressão
matemática que fornece o volume da caixa, para
cada valor particular de x, é dada por: V = x:(5 –
2x)2. Repare ainda que, neste
𝟓
Exemplo, x só pode assumir valores entre zero e 𝟐 . (Por quê?).

𝟓
Note que se x > 𝟐 , 5 – 2x < 0, ou seja, temos um lado com valor negativo, o que
é um absurdo. Abaixo definimos a função V e traçamos o seu gráfico:

A função acima é um exemplo do


que, em matemática, chamamos de um
polinômio.

Polinômios aparecem na resolução


de muitos problemas, por isso é importante estudá-los com um pouco mais de
cuidado. Por exemplo, é interessante, no problema acima,descobrir o valor de x,
isto é, quanto se deve cortar nos cantos da folha de plástico, para se obter a
caixa de volume máximo.
Problemas de encontrar máximos e mínimos de funções foram objeto de estudo
dos matemáticos por vários séculos. O astrônomo e matemático alemão
Johannes Kepler (1571-1630) foi dos primeiros matemáticos a estudar o
problema de localizar os valores extremos de uma função. Ele estava
preocupado com um problema de ordem prática de determinar a forma de uma
barrica de vinho que contivesse um volume máximo.

2
Para resolver este problema, Kepler montou uma enorme tabela
correlacionando os valores da incógnita dependente com aqueles da incógnita
independente e estimou o valor extremo observando entre que valores a função
mudava de crescente para decrescente. Como Kepler não dispunha de
computadores e nem mesmo o conceito de gráfico de uma função estava bem
estabelecido na sua época, ele calculou todos os valores a mão. Somente em
1629, Pierre Fermat desenvolveu um método para localizar os extremos de uma
função com precisão, usando as idéias de reta tangente a uma curva. O trabalho
de Fermat foi criticado por Descartes e outros matemáticos da época que
questionavam os fundamentos matemáticos de seu método. Sempre relutante
em publicar seus trabalhos, Fermat esperou até 1637 para descrever seu método
em um manuscrito que foi publicado por seu filho em 1679, 14 anos depois de
sua morte. A teoria que, finalmente, justificaria o Método de Fermat foi
desenvolvida cerca de 150 anos mais tarde, por Augustin Louis Cauchy (1789-
1857). Um estudo mais cuidadoso de polinômios é feito na seção abaixo.

3
Polinômios

Expressões algébricas que possuem monômios são consideradas


polinômios.
O estudo sobre essas expressões está diretamente relacionado com as
operações aritméticas.

Os polinômios são expressões algébricas que possuem monômios


formados por coeficiente e parte literal.

Um polinômio é uma expressão algébrica formada por monômios e


operadores aritméticos. O monômio é estruturado por números (coeficientes) e
variáveis (parte literal) em um produto, e os operadores aritméticos são: soma,
subtração, divisão, multiplicação e potenciação.

Para compreender melhor o que é um polinômio, veja alguns exemplos:

3 . x . y + (4 . x : 2 . x)
Coeficiente: 3, 4 e 2
Parte literal: x .y e x
Operadores aritméticos: Adição, multiplicação e divisão.

{[(2 . x + 6 . x)2 – 5] + 3 . y – 1 . x}
Coeficiente: 1, 2, 3, 5 e 6
Parte literal: x e y
Operadores aritméticos: Adição, subtração, multiplicação e potenciação.

Classificação de Polinômios

Os polinômios podem ser classificados de acordo com a sua quantidade


de termos:

Monômio: Possui um único produto com coeficiente e parte literal.

Exemplos:
⇒2.x.y
⇒6
⇒ 12 . x2

Binômio: É um polinômio que possui somente dois monômios. Exemplos:

⇒4.x.y+5.x
⇒ 34 . z + 12 . x
⇒ 105 . z + 25 . z2

Trinômio: É um polinômio que possui somente três monômios.

4
Exemplos:

⇒ 2 . x . y + 2x - y3
3
⇒ x. z + 25 – z . x
4

⇒ 2 . w + 12 . x – 5 . w2
Polinômio: possui uma infinidade de monômios. A sua expressão geral é dada
por:

an xn+a(n-1) x(n-1)+...+a2 x2+a1 x+a

Valor numérico de um polinômio

Quando, em um polinômio P(x), substituímos x por um número a (a ∈ ℂ),


obtemos um número que indicaremos por P(a). A esse número chamamos de
valor numérico de P(x).

Caso o valor numérico de P(x) para x = a seja igual a zero, dizemos que
a é a raiz ou zero desse polinômio.

P(a) = 0 ⇔ a é raiz de P(x)

Se observarmos um polinômio qualquer P(x) = 5x4 – 3x3 + x2 – x + 2, para


acharmos o seu valor numérico que é o valor de P(x), temos que ter um valor
para a incógnita x. Então, se dissermos que x = 2 o valor que encontrarmos para
P(2) quando substituirmos x por 2 será o valor numérico do polinômio.

Exemplo:

P(2) = 5 . 24 – 3 . 23 + 22 – 2 + 2
P(2) = 5 . 16 – 3 . 8 + 4 – 2 + 2
P(2) = 80 – 24 + 4
P(2) = 56 + 4
P(2) = 60

Concluímos que o valor numérico do polinômio P(x) = 5x4 – 3x3 + x2 – x + 2,


quando x = 2 será P(2) = 60.

Grau de um Polinômio: Um polinômio é formado por vários monômios


separados por operações, então o grau de um polinômio corresponde ao
monômio de maior grau. O único polinômio que não possui grau é o polinômio
nulo P(x) = 0, por exemplo:

P(x) = x3 - x2 + 2x - 3 → temos 3 monômios que possuem grau, o que tem maior


grau é x3 , então o polinômio tem o mesmo grau que ele. P(x) = x3 - x2 + 2x - 3 é
do 3º grau.

5
Exemplo O polinômio p(x) = x7 – 9x5 + ix4 – x3 + 7 é um polinômio
do 7º grau e denotaremos gr(p) = 7.
Exemplo O polinômio p(x) = – 3 é um polinômio de grau 0, pois
temos p(x) = – 3 = – 3x0 e denotaremos gr(p) = 0.

Tipos de Polinômio: Os polinômios podem ser de dois tipos: completo ou


incompleto.

Polinômios completos: O polinômio será completo quando a ordem dos


seus expoentes for decrescente (do maior para o menor número) e não faltar
nenhum expoente na sequência. Veja:

⇒ 3. x5 + 2 . x4 – x3 + 12 . x2 + 5 . x1 – 2 . x0

Observe que os expoentes em relação à variável x seguem uma sequência


decrescente, que é dada por: 5, 4, 3, 2, 1 e 0.

Polinômios incompletos: O polinômio será incompleto quando faltar algum


número na sua sequência de expoentes. Veja: ⇒ 3. x5 + 5 . x1 – 2 . x0

A forma completa desse polinômio seria: 3. x5 + 0 . x4 – 0 . x3 + 0 . x2 +


5 . x1 – 2 . x0. Faltaram os expoentes em relação à variável x: x4, x3 e x2. Por esse
motivo, o polinômio é incompleto.

Identidade de Polinômios: Consideremos os polinomios A(x) = x2 + 3 e B(x)


= x – 1. Calculando o número deste polinómio para x = 1 teremos:

A(x) = x2 + 3 B(x) = x – 1
A(1) = 12 + 3 B(1) = 1 – 1
A(1) = 1 + 3 → A(1) = 4 B(1) = 0

Observe que A(1) ≠ B(1)

Cosideremos agora os polinómios A(x) = x2 – 1 e B(x) = (x + 1)( x – 1). Observe


que, qualquer que seja o número complexo α, teremos:

A(x) = x2 – 1 B(x) = (x + 1)( x – 1)


A(α) = α2 – 1 B(α) = (α + 1)(α – 1) = α2 – 1

Neste caso, dizemos que os polinómios A(x) e B(x) são idénticos, pois assumem
valores iguais para quaisquer valores atribuidos a variável x. Indicamos A(x) =
B(x).

Se A(x) = B(x) ↔ A(α) = B(α), ∀ α ∈ ℂ.

Ou seja, assim concluímos que, para que os dois polinômios p 1(x) e p2(x) sejam
idênticos, devemos ter a igualdade de cada coeficiente correspondente a uma
determinado potência de x, para todo x ∈ C.

6
Ex. Sejam os polinômios: p(x) = ax4 +3x3 −2ix2 +4(b−2)x+5 q(x) = −3x4 + (c−1)x3
+dx2 −x+5

Determine os valores de a,b, c,d para que p(x) = q(x).

Solução: Se os polinômios são idênticos, temos que:

a = −3
3 = c−1 → 4 = c
−2i = d
b−2 = −1 → b = 1

Portanto temos a = −3,b = 1, c = 4 e d = −2i.

Polinômios Idênticos: Dizemos que dois polinômios p(x) e q(x)


são idênticos ou equivalentes se e somente se, de maneira ordenada, seus
coeficientes forem iguais:

Exemplo 1 Os polinômios p(x) = −3+5x+6x2 e q(x) = −3x2+5x+6 são idênticos?

Primeiro, iremos deixar os termos na mesma ordem.

p(x) = 6x2+5x−3
q(x) = −3x2+5x+6

Agora é fácil observar que os polinômios não são equivalentes.


Exemplo 2

Iremos desenvolver q(x):

Portanto, p e q realmente são equivalentes.

7
Exemplo 3 Determine a e b a fim de que os polinômios
p(x) = x3+4x+5 e q(x) = x3+(b+a)x2+2ax+5 sejam idênticos.

Primeiro, repare que os coeficientes do x3 são iguais a 1 e os termos


independentes são iguais a 5.

Perceba que não há x2 no polinômio p, portanto seu coeficiente é 0. Para que os


polinômios sejam iguais, é necessário que os coeficientes do x2 sejam iguais,
assim como os do x.

Desta maneira, as igualdades ficam:

Resolvendo II:

Substituindo em I, podemos resolvê-la:

Portanto, para que p e q sejam polinômios equivalentes, é necessário


que a=2 e b=−2.

Polinômio identicamente nulo: Dizemos que um polinômio é identicamente


nulo, quando todos os seus coeficientes são iguais a zero, e indicamos por P(x)
≡ 0. Exemplo:

Sendo A(x) = anxn + an−1xn−1 + ... + ao, temos:


an = an−1 = ... = ao = 0

Exercício Resolvido

Determine a, b e c de modo que o polinômio P(x) = (2a − 1)x2 + (3a − 2b)x


+ (4a − c) seja identicamente nulo.

Resolução: Para que P(x) seja identicamente nulo, todos os seus coeficientes
devem ser iguais a zero.
1
Então: 2a – 1 = 0 ⇒ 2a =1 ⇒ a = 2
1 3 1 3
3a – 2b = 0 ⇒ 3· 2 – 2b = 0 ⇒ b = 2 · ⇒b=4
2
1
4a – c = 0 ⇒ 4· 2 – 𝑐 = 0 ⇒ c = 2

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Frações polinomiais: A fração com polinômio é uma divisão polinomial,
para tratarmos dele devemos inicialmente relembrar a estrutura de uma fração e
o que é polinômio.
Fração nada mais é que uma divisão, a estrutura da fração é dada por dois
termos: o numerador, que é o dividendo, e o denominador, que é o divisor.
Lembre-se que para uma fração existir o denominador sempre deverá ser
diferente de zero.

Para solucionar uma fração com polinômio devemos simplificá-la, para


isso utilizamos a fatoração.

Fração a
b
a = numerador
b = denominador
Já polinômio é toda a expressão algébrica que possui mais do que um monômio.

Fórmula geral do polinômio a0 + a1x1 + a2x2 + . . . + anxn

O monômio é um termo algébrico que compõe o polinômio, é formado por


coeficiente (número) e parte literal (variável), sendo caracterizado pelo produto
de números com variáveis.

Modelos de monômios 2.x.y; 5.a.z; 1.k.x = k.x; 12 x; 2.a0.y0 = 2

A fração com polinômio é uma fração que em seu numerador ou/e


denominador possui expressões polinomiais. A notação geral para fração
polinomial é dada por:

Onde P(x) e Q(x) são polinômios.

A solução de uma fração com polinômio é encontrada fazendo a sua


redução ou simplificação, para que isso seja feito utilizamos a fatoração.

Exemplo 1: Fatore a fração com polinômios:

(4x2 + 4xy + y2) = (2x + y)2 = (2x + y) . ( 2x + y) = 2x + y


(2x + y) (2x + y) (2x + y)

Obs. Nesse exemplo, utilizamos no polinômio do numerador o caso de


fatoração:

Trinômio do quadrado perfeito: (a + b)2 = a2 + 2ab + b2

9
Exemplo 2: Simplifique a fração polinomial.

(a + 2) . (a – 2) = (a2 – 22) =(a2 - 4)


x x x

Obs. Nesse exemplo, utilizamos no polinômio do numerador o caso de fatoração:

Diferença de dois quadrados: (a + b) . (a – b) = ( a2 – b2)

Frações polinomiais idênticas: Uma fração polinomial é formada por um


numerador e um denominador, sendo que esses deverão ser
compostos por polinômios. Assim, toda expressão escrita na forma ,
com B(x) ≠ 0 é considerada uma fração polinomial.

»Para que duas frações polinomiais sejam iguais é preciso que seus
numeradores e denominadores sejam respectivamente iguais e que os
denominadores sejam diferentes de zero», veja o exemplo:

Essas duas frações polinomiais serão iguais e verdadeiras se x 2 – 2 ≠ 0 → x ≠


±√2

Levando em consideração a definição e as condições da igualdade de duas


frações polinomiais, podemos encontrar o valor de a e b na igualdade abaixo:

Efetuamos a soma das duas frações polinomiais do primeiro membro da


igualdade, teremos:

Para que seja verdadeira essa igualdade x2 – 9 ≠ 0 → x ≠ ± 3. Assim


daremos continuidade na sua resolução para que possamos descobrir o
valor de a e b

Os denominadores são iguais. Para que os


numeradores sejam iguais também, iremos montar as
seguintes relações:

10
Portanto, a = 3/2 e b = 3/2.

Adição e Subtração de Polinômios

A adição e subtração de polinômios é feita a partir da adição e subtração


dos coeficientes correspondentes a um mesmo grau.

P(x)+Q(x)=( a n +bn )xn + (an−1 +bn−1)xn−1 +...(a2 +b2)x2 + (a1 +b1)x + (a0 +b0)

P(x)-Q(x)=( a n −bn )xn + (an−1 −bn−1)xn−1 +...(a2 −b2)x2 + (a1 −b1)x + (a0 −b0)

Exemplo: P(x)= 3x3−2x2 + 2 e Q(x)=3x4−7x3 + x +1

P(x) + Q(x)= (0+3)x4+(3− 7)x3 + (−2 + 0)x2 + (0 +1)x + (2 +1) = 3x4 − 4x3 − 2x2 + x
+3
P(x) - Q(x) = (0-3)x4+(3− (−7))x3 + (−2 − 0)x2 + (0 −1)x + (2 −1) = −3x4 +10x3 − 2x2
− x +1

Multiplicação de polinômios

A multiplicação é feita pela propriedade distributiva da multiplicação em


relação à adição e multiplicação.

Obs: Se o grau do polinômio P é n e o grau do polinômio Q é n, então o grau do


polinômio P.Q será n+m.

Exemplo: P(x)=2x-1 e Q(x)=5x2+2x − 2

P(x).Q(x)=( 2x-1)( 5x2+2x − 2)


P(x).Q(x)= 10x3+4x2 − 4x −5x2 − 2x + 2
P(x).Q(x)=10x3 − x2 − 6x + 2

Divisão de polinômio: A divisão de polinômios é uma das operações básicas


envolvendo polinômios. A divisão entre polinômios pode ser exata, quando ela
deixa resto igual a 0, ou não exata, quando o resto é diferente de 0. O quociente

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da divisão entre polinômios é também um polinômio. De modo geral, ao
dividirmos um polinômio, temos que:

P(x)=D(x)⋅Q(x)+R(x)P(x)=D(x)⋅Q(x)+R(x)
P(x) → dividendo; D(x) → divisor; Q(x) → quociente; R(x) → resto da divisão.

Para que a divisão seja possível, é necessário que o grau do polinômio


P(x) seja maior que o grau do polinômio D(x). O resto da divisão será sempre
um polinômio R(x), em que o seu grau é menor que o grau do polinômio D(x).
Para fazer a divisão entre dois polinômios, existem diferentes métodos, veja os
quatro métodos a seguir, que são: o método de chaves, teorema resto,
dispositivo de Briot-Ruffini e teorema de D’Alberto.

Método de chave: O método de chaves para dividir polinômios utiliza o método da


divisão de polinômios. Ao dividir um polinômio P(x) pelo polinômio D(x),
buscamos por um polinômio Q(x), tal que:

Logo, pelo algoritmo da divisão, temos que: P(x) = D(x) · Q(x) + R(x)
Ao realizar a divisão, o polinômio P(x) será divisível pelo polinômio D(x)
se o resto for zero.
Exemplo: Calcule a divisão de x³ +2x² + x – 1 por x² – 3.

Resolução: Primeiro montaremos o algoritmo:

Agora dividiremos o primeiro termo do dividendo pelo primeiro termo do


divisor, para encontrarmos o primeiro termo do quociente.
x³ : x² = x
Então sabemos que x é o primeiro termo do quociente. Faremos
a multiplicação de x pelo divisor e escreveremos o oposto do resultado na linha
debaixo do dividendo, depois realizaremos a operação como na imagem a
seguir:

Agora dividiremos novamente o primeiro termo do que restou do dividendo


pelo divisor, então temos que: 2x² : x² = 2
Colocaremos +2 no quociente e repetiremos o processo:

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Podemos perceber que o resto da divisão tem grau menor que o grau do
divisor, sendo assim, não é mais possível dividir, logo, o resultado dessa divisão
tem quociente Q(x) = x + 2 e resto R(x) = 4x + 5.

Teorema do resto

O resto da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio ax + b é igual ao

valornumérico desse polinômio para , ou seja, .

Vamos calcular o resto da divisão de :

R (x) = 3
A raiz do divisor é .

Note que:

Ou seja, quando B(x) é um polinômio de grau 1, o resto é igual ao valor


numérico de P(x) quando x assume o valor da raiz de B(x).
Para demonstrar esse fato, vamos efetuar:

Note que o grau do resto é 0, pois é menor que o grau do divisor, que é 1. Assim,
o resto é uma constante r.

Efetuando , temos:

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Exemplo: Calcule o resto da divisão de P(x) = x² + 5x - 1 por B(x) = x + 1:
Resolução: Achamos a raiz do divisor: x + 1= 0 x = - 1. Pelo teorema do
resto, sabemos que o resto é igual a P(-1):
P(-1) = (-1)² + 5.(-1) -1 P(- 1) = - 5 = r
Portanto, o resto da divisão de x² + 5x - 1 por x + 1 é - 5.
Note que P(x) é divisível por ax + b quando r = 0, ou seja, quando . Daí vem o
enunciado do seguinte teorema:

Dispositivo Prático de Briot-Ruffini: (Amanda Ribeiro) O dispositivo prático


de Briot-Ruffini é uma ótima ferramenta para realizar a divisão de um polinômio
qualquer por polinômios do tipo a + x ou a – x.
O dispositivo prático de Briot-Ruffini é utilizado para fazer a divisão de
polinômios. Para fazer a divisão de um polinômio P(x) por outro polinômio Q(x),
utilizando o dispositivo prático de Briot-Ruffini, é fundamental que o
polinômio Q(x) seja da forma x + u ou x – u, isto é, deve ser um binômio de 1°
grau. Através desse dispositivo, podemos identificar facilmente o quociente e o
resto da divisão.

Para utilizar o dispositivo prático de Briot-Ruffini, precisamos


primeiramente analisar o polinômio do divisor e encontrar sua raiz. Em seguida,
devemos identificar todos os coeficientes numéricos do polinômio do dividendo.
Vamos considerar a divisão entre os polinômios P(x) e Q(x), em que P(x) = a1xn +
a2xn-1 + a3xn-2 +... + an-1x1 + an e Q(x) = x – u. A raiz do polinômio Q(x) é dada quando
ele é igualado a zero. Portanto, a raiz de Q(x) é:

Q(x) = 0
x–u=0
x=u

Os coeficientes de P(x) são a1, a2, a3, …, an-1, an. A montagem do


dispositivo de Briot-Ruffini a partir da raiz de Q(x) e dos coeficientes de P(x) é
dada da seguinte forma:

Para montar o dispositivo de Briot-Ruffini, colocamos a raiz de Q(x) à


esquerda e os coeficientes de P(x) à direita, além de reescrever o primeiro
coeficiente na linha de baixo. Esse número será multiplicado por u e somado
com o segundo coeficiente. O resultado será colocado abaixo do segundo
coeficiente como vemos na imagem acima. Em seguida, esse valor encontrado
será multiplicado por u e somado com o terceiro coeficiente, e o resultado será
colocado abaixo do terceiro coeficiente. Repetimos esse procedimento até que

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se acabem os coeficientes. O último valor encontrado será o resto da divisão. Os
demais valores encontrados na linha inferior serão os coeficientes do polinômio
encontrado, lembrando que o último desses valores sempre acompanhará
variável cujo expoente é zero.

Vejamos como fazer a divisão de polinômios P(x) por Q(x) quando P(x) =
5x3 – 2x2 + 3x – 1 e Q(x) = x – 2. Primeiramente, vamos verificar a raiz de Q(x):
Q(x) = 0
x–2=0
x=2
Vamos montar o dispositivo de Briot-Ruffini através da raiz de Q(x) e dos
coeficientes de P(x):

O primeiro coeficiente de P(x) é o 5. Nós podemos reescrevê-lo na linha


inferior:

Agora nós multiplicamos o 5 por 2 e somamos o resultado com o segundo


coeficiente de P(x), o número – 2, isto é, fazemos 5.2 + (– 2) = 8. O
resultado 8 deve ser escrito embaixo do coeficiente – 2.

Repetimos o processo, multiplicamos 8 por 2 e somamos com o terceiro


coeficiente de P(x), o número 3. O cálculo é dado por 8.2 + 3 = 19. Escrevemos
o resultado embaixo do coeficiente 3.

Repetimos o procedimento pela última vez. Agora multiplicamos o 19 por


2 e somamos o resultado com – 1, ou seja, nós fazemos 19.2 + (– 1) = 37. O
resultado 37 é colocado embaixo de –1 e é o resto de nossa divisão.

O polinômio resultante dessa divisão é determinado pelos números 5,


8 e 19. Estes são coeficientes desse polinômio. Como fora dito anteriormente, o
último número (19) é acompanhado de x0, o 8 é acompanhado de x1, e o 5 é
acompanhado de x2.

15
Portanto, o polinômio resultante da divisão de 5x3 – 2x2 + 3x – 1 por x –
2
2 é 5x + 8x + 19, e o resto da divisão é r = 37.
Vejamos outro caso, vamos dividir o polinômio P(x) = 3x4 + 5x3 – 11x2 + 2x –
3 por Q(x) = x + 3. Aplicando a explicação do método, temos:

A divisão de P(x) = 3x4 + 5x3 – 11x2 + 2x – 3 por Q(x) = x + 3 resulta no


polinômio 3x3 – 4x2 + x – 1, e o resto é 0.

Teorema de D´Alembert: Um polinômio P(x) é divisível pelo binômio x-a


se, e somente se, P(a)=0.

Note que “a” além de ser raiz do binômio x-a é também raiz do polinômio
P(x).

OBS: Conhecida uma raiz r do polinômio P(x), podemos obter as demais


raízes de P(x) da seguinte maneira:

Dividimos P(x) por x-r, usando o algoritmo de Briott-Ruffini. As raízes do


quociente Q(x) dessa divisão são as demais raízes de P(x).

(Danielle de Miranda) Na matemática, os teoremas, as fórmulas, os


postulados sempre recebem o nome de seus inventores e D’Alembert foi
um desses, matemático e físico, foi um dos oficiais na revolução Francesa
responsável pelas publicações solenes, anunciava a guerra e plocamava
a paz.

Além disso, vários teoremas, tanto na física como na matemática, levaram


o seu nome, na matemática podemos destacar no estudo dos polinômios
o Teorema de D’Alembert, que diz:

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Todo polinômio P(x) quando dividido por um binômio do tipo x – a,
resultará em uma divisão exata, ou seja, terá resto igual a zero se, e somente se,
a constante a for raiz do polinômio P(x).

Exemplo: Sem efetuar as divisões, prove que o polinômio P(x) = x4 - 4x3 +


4x2 - 4x +3 é divisível por x - 3 e x - i.

As divisões dadas favorecem a aplicação do Teorema de D’Alembert,


dessa forma podemos afirmar que: a constante a será raiz do polinômio P(x) se,
somente se, o resto da divisão for igual a zero. Dessa forma, basta aplicarmos o
Teorema do Resto.

Para divisor igual a x – 3, a = 3.

P(3) = 34 – 4 . 33 + 4 . 32 – 4 . 3 + 3
P(3) = 81 – 4 . 27 + 4 . 9 – 12 + 3
P(3) = 81 – 108 + 36 – 12 + 3
P(3) = -27 + 36 – 12 + 3
P(3) = 9 – 12 + 3
P(3) = -3 + 3
P(3) = 0

Portanto, o polinômio P(x) = x4 - 4x3 + 4x2 - 4x +3 é divisível por x – 3.

Para divisor igual a x – i, a = i.

P(i) = i4 – 4 . i3 + 4 . i2 – 4 . i + 3
P(i) = 1 – 4 . (-i) + 4 . (-1) – 4i + 3
P(i) = 1 + 4i – 4 – 4i + 3
P(i) = 1 – 4 + 3
P(i) = - 3 + 3
P(i) = 0

Portanto, o polinômio P(x) = x4 - 4x3 + 4x2 - 4x +3 é divisível por x – i.

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Conclusão

Determinados temas matemáticos apresentam dificuldade a serem


associados a aplicação no mundo real. É o caso dos polinómios.

A manipulação de expressões algébricas envolvendo polinómios é uma


técnica essencial para o desenvolvimento do saber matemático e, como
qualquer habilidade, sua prática pode se tornar repititiva.

No entanto, o estudo dos polinómios representam um bom momento para


se perceber que a álgebra pode ser usada para demonstrar alguns factos
surprendente!

É o que acabamos de ver neste trabalho.

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Bibliografia

MATEMÁTICA Ensino Médio »Teoria e Prática» 2ª Edição pag. 287 (Alessandra


Bosquilha Marlene Lima Pires Corrêa Tânia Cristina Neto G. Viveiro)

Matemática 3 EDITORA FTD S.A. pag. 176 (José R. Giovanni e José r. Bonjorno)

NÚMEROS COMPLEXOS POLINÔMIOS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS »VOL.


7, 1ª Edição pag. 71 Editora MODERNA» (Aref A. Neto, José Luis P. Sampaio,
Nilton Lapa e Sidney L. Cavallante)

http://Universidade Federal Fluminense ICEx – Volta Redonda Introdução a


Matemática Superior Professora: Marina Sequeiros

http://Polinômios (Gabriel Mendes Thaís de Almeida Lucas Oliveira)

http://Tutor: Paulo Roberto Castor Maciel (Polinômios e Equações Polinomiais)

http://somatematica.com.br
http://matica.com.br
http://mundoeducacao.uol.com.br

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