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Fazer yoga preserva memória

e auxilia envelhecimento
Pesquisadores analisaram o cérebro de 42 idosas, todas em boa
saúde, idade e escolaridade semelhantes, mas apenas metade adepta
da prática
Por Karina Toledo, da Agência FapespPublicado em 17/10/2017 11:04 | Última atualização
em 17/10/2017 11:04Tempo de Leitura: 3 min de leitura

(Getty Images/Spencer Platt)


A prática regular de yoga pode ajudar a preservar regiões
cerebrais associadas a funções como atenção e memória de
trabalho ao longo do processo natural de envelhecimento. É o
que indica um novo estudo, feito no Instituto do Cérebro do
Hospital Israelita Albert Einstein.
Pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar, por
meio de ressonância magnética, o cérebro de 42 idosas. Todas
tinham condições de saúde, idade e escolaridade semelhantes,
mas apenas metade das voluntárias era adepta da prática.
“Os exames mostraram que o córtex pré-frontal das mulheres
que praticavam hatha-yoga há pelo menos oito anos era mais
espesso quando comparado ao das não praticantes. Esse
resultado sugere que o exercício tenha um papel de
neuroproteção, retardando a degeneração cerebral que ocorre
com a idade da mesma maneira que retarda a perda de massa
muscular”, disse Rui Afonso, primeiro autor do artigo com
resultados do estudo publicado na revista Frontiers in Aging
Neuroscience.
A investigação foi conduzida durante o doutorado de Afonso,
com Bolsa da FAPESP e orientação de Elisa Harumi Kozasa.
Também colaboraram cientistas da Universidade Federal do
ABC e da Harvard Medical School, nos Estados Unidos.
“Nos baseamos em um trabalho anterior de uma das coautoras
[Sara Lazar, da Harvard Medical School], segundo o qual
pessoas que praticavam meditação há pelo menos 10 anos
tinham regiões do cérebro – algumas áreas do córtex pré-
frontal e da ínsula – mais espessas que a de não praticantes”,
disse Kozasa, que conduz o projeto de pesquisa “Efeitos da
prática do yoga em pacientes com esclerose múltipla: uma
abordagem multidimensional”.
Embora o estudo feito em Harvard tenha incluído indivíduos de
idades variadas, a diferença na espessura cortical foi mais
expressiva em pessoas idosas. “Decidimos, então, realizar o
estudo apenas com idosos. Optamos pelo hatha-yoga por ser
mais fácil encontrar praticantes de longa data e também por ser
um exercício que tem um componente meditativo”, disse
Kozasa.
Originário da Índia, o hatha-yoga é uma das técnicas de yoga
mais disseminadas no ocidente. Envolve a prática de posturas
físicas ou asanas (pronuncia-se ássanas) e também técnicas
de respiração conhecidas como pranayamas, gestos (mudras)
e contrações musculares voluntárias (bandhas).
Além de equilíbrio e força muscular, portanto, o exercício
requer um esforço de atenção, concentração e até mesmo da
chamada memória de trabalho – necessária para cumprir
tarefas específicas, como a reprodução de algumas das
centenas de asanas diferentes.
“Existem diversos estudos comprovando os benefícios do yoga,
principalmente em relação ao alongamento e ao equilíbrio, mas
também à memória e à atenção. Nossos dados vão ao
encontro dessas evidências da literatura científica”, disse
Kozasa.
A pesquisadora faz uma ressalva de que, para ter a certeza de
que a maior espessura cortical observada é de fato resultado
da prática de yoga, seria necessário acompanhar um grupo de
voluntários desde antes de começarem a praticar o exercício.
“Por isso, pretendemos começar um novo estudo longitudinal
[de longo prazo] com outros voluntários que ainda não praticam
yoga, mas pretendem se tornar adeptos”, disse.

Os benefícios de 8 tipos de
ioga
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Por Vand Vieira, SaúdePublicado em 22/06/2017 11:23 | Última atualização em 22/06/2017
14:52Tempo de Leitura: 7 min de leitura

(Thinkstock/fizkes)

São Paulo - Qual a primeira coisa que passa pela sua cabeça
ao ouvir a palavra “oceano”? Provavelmente lhe vem a imagem
de uma praia, certo? Segundo Sri Nithyananda Swami, um dos
gurus indianos mais respeitados do mundo, esse singelo
exercício pode ajudar a mudar nosso conceito de ioga. “Assim
como o oceano vai além do litoral, ioga é muito mais do que
determinadas posturas”, disse o mestre durante uma
conferência digital realizada no último Dia Internacional da
Ioga, celebrado em 21 de junho.
Descrita como uma prática que engloba os campos espiritual,
físico, ético, moral, mental e meditativo em textos compilados
há pelo menos 5 mil anos, a ioga nasceu na Índia e ganhou o
mundo. Só nos Estados Unidos, são ao redor de 36 milhões de
adeptos, de acordo com um levantamento da Ipsos Public
Affairs, em parceria com a fundação Yoga Alliance. O número
quase dobrou em relação a 2012, quando girava em torno de
20 milhões

Embora não haja dados atualizados sobre o alcance do método


no Brasil, não é preciso ir longe para observar como a ioga
anda angariando fãs e praticantes. Prova desse fenômeno é o
surgimento e a disseminação de novas modalidades – algumas
delas muito diferentes do que propunham as velhas escrituras.
Enquanto algumas pessoas veem o movimento como uma
forma de ampliar o contato com essa filosofia de vida, há quem
encare a moda com um pé atrás.
“Formou-se uma indústria que banaliza e distorce os objetivos
da ioga. Não se trata de entretenimento ou emagrecimento. O
que buscamos é o domínio e a evolução da mente e do corpo”,
defende Anna Ivanov, presidente da Associação Internacional
dos Professores de Ioga no Brasil. Atenta à discussão e à
popularização das variações dessa atividade em estúdios e
salas de ginástica, SAÚDE apurou o que são e quem tira
proveito de oito versões de ioga – da clássica à dançante.
Ioga clássica
No Ocidente, a vertente mais popular é o Hatha, termo
sânscrito que faz alusão à união entre corpo e espírito.
Posturas (asanas), gestuais (mudras), técnicas de controle
respiratório (pranayamas), contração dos músculos e órgãos
(bandhas) e exercícios de concentração e purificação
(shatkarmas) fazem parte das aulas, que seguem um ritmo
tranquilo, ideal para iniciantes, gestantes e idosos. “Trata-se de
uma jornada rumo ao autoconhecimento”, resume a educadora
física especializada em atividades rítmicas Sílvia Deutsch,
professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio
Claro.
Power ioga
Surgiu como uma alternativa mais comercial ao Ashtanga
Vinyasa, ramificação da ioga tradicional que tem ritmo mais
agitado. Diferentemente da versão original, não há sequências
pré-definidas, e a música ambiente é bem-vinda, o que a fez
cair no gosto de quem prefere algo mais dinâmico. Pessoas
que buscam exercícios intensos também aprovam a power
ioga, já que ela intercala posições que exigem força e
equilíbrio. Blocos, cordas, cintos, pesos e outros acessórios
são utilizados tanto para facilitar a vida dos novatos quanto
para potencializar o esforço e os ganhos dos veteranos.
Hot ioga
Na sala, o termômetro registra até 40 °C. Os instrutores
garantem: altas temperaturas resguardam a musculatura e
desintoxicam o organismo por meio do suor. “De fato, o calor
atua nos músculos, aumentando a flexibilidade, mas não existe
comprovação científica para benefícios além desse”, diz Ivan
Pacheco, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do
Exercício e do Esporte, no Rio Grande do Sul.O médico lembra
que, se não houver preparo, há risco de hipertermia, queda de
pressão e desmaio. Para quem já está mais condicionado,
pode ser a pedida para superar limites. Só não vale esquecer
de beber água, baixar o ritmo ao final da aula e evitar choque
térmico na saída.
Superioga
Elaborada pelo educador físico Paulo Junqueira, de São Paulo,
é um método de fortalecimento físico e psicológico composto
de oito séries fixas de aproximadamente 50 posturas simples
da ioga clássica, executadas com permanências, repetições e
inclusão de movimentos para deixá-las mais dinâmicas. Daí a
comparação com aulas de ginástica, que deu visibilidade à
prática. “Criei a superioga nos anos 1990 com o objetivo de
incentivar as pessoas a buscar uma melhor qualidade de vida,
principalmente na terceira idade, quando costuma faltar força e
disposição para o dia a dia”, conta Junqueira.
Acro ioga
Surgiu por volta de 1990 no Canadá e nos Estados Unidos e
desembarcou no Brasil em meados de 2007. Como o nome
sugere, essa modalidade alia posturas da ioga clássica a
movimentos acrobáticos. É também um baita exercício para
aprender a trabalhar em equipe, uma vez que grande parte dos
movimentos é feita em dupla. “A presença do outro serve ainda
como fonte de motivação e apoio”, diz a terapeuta
psicocorporal Eliane Lilli, do estúdio Acro Yoga Brasil, na
capital paulista. Essa linha não é recomendada quando a
pessoa não pode abusar no esforço físico ou tem lesão em
articulações ou ligamentos.
Aero ioga
O diferencial fica por conta de tecidos presos ao teto, como
acontece em aulas ou atrações circenses. “Eles potencializam
a sensação de relaxamento e servem de ferramenta para a
execução das posturas tradicionais, evitando impacto sobre a
coluna e facilitando o alongamento”, destaca Eliane. Com
sequências específicas e sob supervisão profissional, a prática
pode ser introduzida a partir dos 4 anos de idade e é indicada
até para pessoas com lesões em alguma parte do corpo ou
fragilidade óssea, articular ou muscular. “Basta evitar pressão
sobre a região que está com problema”, orienta a professora.
Ioga dance
Com duração de até duas horas, as aulas são divididas em
sete partes, trabalhando cada um dos chacras, pontos de
energia no corpo, e cinco elementos (terra, água, fogo, ar e
éter) por meio de determinados estilos, letras e variações de
notas. Nas três primeiras etapas, o ritmo é crescente e instiga
estabilidade, criatividade e empoderamento. Depois, é hora de
cantar, ouvir, relaxar, refletir e agradecer. “A proposta é
combinar a liberdade da dança com a consciência da ioga,
entregando-se inteiramente ao que se está fazendo no
momento”, conta a professora de ioga e criadora da
modalidade Fernanda Cunha, de São Paulo.
Sup ioga
Na onda do stand up paddle, esporte em que se rema em pé
sobre uma prancha, muitos praticantes de ioga trocaram as
salas espelhadas pelo contato com a natureza. “Priorizamos
águas calmas e posturas de permanência, sem movimentos,
para manter o equilíbrio”, explica a atleta e precursora da
atividade no país, Bianca Guimarães, de Minas Gerais. Onde
encontrar? Nas praias de Maceió, João Pessoa, Búzios (RJ),
Florianópolis e Ilhabela (SP). Não pode viajar? Basta uma
piscina larga e funda para conseguir praticar.
Ioga é bom para:
Ansiedade - Meditar e controlar a respiração apazigua o
estresse.
Depressão - A sensação de bem-estar atribuída às sessões
ajuda no tratamento.
Hipertensão - Ao baixar o nível de nervosismo e modular a
respiração, há uma baixa na pressão arterial.
Tabagismo - Exercitar o autocontrole, algo proporcionado na
ioga, é crucial para largar o vício.
Insônia - Ao trabalhar a mente e o corpo, o método viabiliza
melhores noites de sono.
Câncer - A técnica dá gás e ânimo para quem está se tratando
da doença, o que eleva as chances de reabilitação.
Manual do iogue
Desconecte-se - Desligue o celular para não prejudicar o seu
foco e o dos outros.
Concentre-se - Evite se comparar com as demais pessoas
presentes na sala. Dê atenção a si mesmo.
Prepare-se - Leve seu próprio tapete. A prática demanda
energia e, por vezes, suor.
Proteja-se - Não deixe de se aquecer e de alongar os músculos
para prevenir lesões.
Vista-se - Escolha roupas leves, que não vão atrapalhar na
hora de se movimentar.
Hidrate-se - Mantenha sua garrafinha de água por perto ao
longo da aula.
Respeite-se - Reconheça seus limites. Flexibilidade e força
vêm com o tempo e a prática.
Esta matéria foi originalmente publicada no site Saúde é Vital.

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