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Emissões Atmosféricas: Tipos e Programas de

Controle

Conteudista: Prof.ª M.ª Fabiana Taveira de Melo


Revisão Textual: Dr. Fábio Ronaldo da Silva

Material Teórico

Material Complementar

Referências
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Material Teórico

 Objetivos da Unidade:

Apresentar de nições e conceitos sobre os tipos de emissões


atmosféricas, suas fontes e impactos provocados por emissões gasosas e
sonoras;

Apresentar os dispositivos de controle da poluição do ar, formas de


monitoramento e controle.

Tipos de Emissões Atmosféricas


Existem vários tipos de emissões: gasosas, líquidas, sonoras, vibratórias e radiativas. Nesta
Unidade, vamos tratar das emissões gasosas e sonoras, consideradas as mais comuns para as
atividades industriais, sociais e urbanas.

Gasosas
Os poluentes atmosféricos podem ser classi cados como primários e secundários. Os
poluentes primários são aqueles lançados diretamente no ar, por uma fonte xa ou móvel, e
que contém substâncias capazes de causar danos à saúde e aquecimento global.
Os poluentes secundários são aquelas substâncias que se formam na atmosfera por reações
químicas que ocorrem em razão da presença de certas substâncias químicas e de
determinadas condições físicas. Por exemplo, o SO3 (formado pelo SO2 e O2 no ar) reage com
o vapor de água para produzir o ácido sulfúrico (H2SO4), que precipita, originando a chamada
“chuva ácida”.

Saiba Mais
Conheça mais sobre a chuva ácida e os seus efeitos climáticos:

Chuva Ácida - Entenda tudo!!!


Figura 1 – Título
Fonte: Reprodução

A classi cação dos estudos sobre a poluição atmosférica vai depender da sua natureza de
emissão, da área geográ ca que ocupa e até da quantidade de atividade industrial realizada em
uma determinada região.

De acordo com o ministério de meio ambiente, os fatores importantes que podem in uenciar
na qualidade do ar são: a localização geográ ca, a topogra a e as condições climáticas locais,
principalmente no que diz respeito à constância, intensidade e direção dos ventos. Tais
fatores também podem interferir nos diagnósticos ambientais, principalmente àqueles
efetuados a partir da percepção do observador, pois podem criar períodos de intensa poluição
em áreas urbanas, tais como fenômenos climáticos como as inversões térmicas,
in uenciando diretamente nas condições que favoreçam a concentração ou a dispersão dos
poluentes.
Com relação as fontes de poluição, responsáveis pela emissão dos poluentes em especial, os
primários, existem dois principais tipos:

Fonte xa: São aquelas que ocupam uma área relativamente limitada, permitindo uma
avaliação direta na fonte. São exemplos:

Atividades industriais, no geral, pois são responsáveis pela emissão de grade


quantidade de gases e, portanto, possuem fontes mais signi cativas, ou de maior
potencial poluidor;

Usinas que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, como as termoelétricas e os


incineradores de resíduos, que realizam a queima de material, logo, também têm
elevado potencial poluidor atmosférico;

Equipamentos, como gerador de energia, que usam combustível fóssil para


funcionamento de motores, portanto, também são considerados fontes xas.

A imagem a seguir, ilustra um exemplo de fontes xas emitindo poluentes primários


diretamente no ar, proveniente de uma atividade industrial:

Figura 2 – Fonte xa de emissão de poluente primário


Fonte: Getty Images

Existem também as fontes xas naturais, que emitem poluentes provocados por eventos da
natureza como a maresia e o vulcanismo. Tais emissões também podem in uenciar a
composição das condições do ar.

Fonte móveis: São as que se dispersam pela comunidade, não sendo possível a avaliação
na base de fonte por fonte. Na maioria das vezes, são as que emitem gases proveniente
da queima de combustíveis fósseis (como CO2, por exemplo), emitidos pelos veículos,
geradores e motores movidos à combustível e que têm grande contribuição para a
poluição do ar. São exemplos:

Os veículos automotores, juntamente com os trens, aviões e embarcações


marítimas.

Os veículos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em:
leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool como combustível); leves
comerciais (utilizam Gás Natural Veicular (GNV) ou óleo diesel); e veículos pesados (somente
de óleo diesel).

A imagem a seguir, ilustra um exemplo de fontes móveis emitindo poluentes primários


diretamente no ar, proveniente da atividade de transporte:
Figura 3 – Fonte móvel de emissão de poluente primário
Fonte: Getty Images

Você Sabia?
A cidade de Cubatão, no litoral de São Paulo – SP foi por muito tempo
chamada de  “Vale da Morte”, por ter sido considerada a cidade mais
poluída do mundo pela ONU, por causa da alta carga de poluente
primário emitida pelas industrias da região, nas décadas de 80.
Conheça essa história e como a cidade se recuperou, após um
importante projeto de scalização e controle ambiental:
Cubatão Poluição

Sonoras (ruído ambiental)


Podemos considerar que o som é um elemento da física, no qual ondas de pressão ou vibração
são propagadas em um espaço.

O som, quando se torna um fator de incomodo, acaba se convertendo num impacto para o
meio ambiente e, portanto, quando propagado a níveis indesejados, torna-se um ruído.

Pela Resolução do Conama nº 01 de 1990, os níveis excessivos de emissão de ruído estão entre
os sujeitos ao controle da poluição atmosférica. Por isso, as emissões de ruído, em
decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as
de propaganda política, devem ser monitoradas e controladas pois, têm impacto no interesse
da saúde e do sossego público, podendo causar incômodos à vizinhança dos estabelecimentos
emissores e danos à saúde da população.
As atividades urbanas e industriais são, na maioria das vezes, as que mais provocam a emissão
da poluição sonora. O aumento da circulação de veículos, investimentos na infraestrutura
viária e nos meios de transporte, facilitações na compra e venda de veículos, funcionamento
de estabelecimentos como casa de shows e eventos, atividades de máquinas e equipamentos
nas produções fabris, são os principais fatores responsáveis por essa emissão.

As indústrias estão sendo instaladas junto às residências e num ascendente crescimento,


algumas vezes desordenado, causando incômodos à vizinhança. Com esse crescimento, os
problemas de trânsito se agravam, o que traz um signi cativo acréscimo dos níveis de
emissão de ruído ambiental, que já não são localizados, no caso das indústrias, mas que
afetam toda a comunidade.

Figura 4 – Atividade industrial inserida em zona


residencial: evidência de incomodo
Fonte: Getty Images

Os efeitos da poluição ambiental são diversos, a começar com os efeitos à saúde. Com o passar
dos anos, a exposição faz com que o indivíduo perca a acuidade auditiva e a percepção, a
maioria dos re exos e reações cam prejudicadas. Este fato levou as autoridades europeias,
em 1989, a considerar o ruído um problema de saúde pública.
 Entretanto, nem todo ruído é considerado poluição sonora e, portanto, causador de
problemas à saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de ruído
recomendável para a audição é de até 50 decibéis (dB). Isso signi ca que o ruído é danoso se
for superior a 75 dB e doloroso a partir dos 120 dB. A recomendação, portanto, é que o ruido
não ultrapasse 65 dB durante o dia e que, para que o sono seja reparador, o ruído do ambiente
noturno não seja superior a 30 dB.  

Você Sabia?
Algumas doenças podem ser decorrentes da exposição ao ruído como:
perda de audição, dor de cabeça, pressão alta.
Conheça os principais distúrbios provocados pela exposição ao ruído
excessivo no link:

Especial Cidadania - Senado Notícias


Administração Agricultura Cultura Economia Infraestrutura Internacional
Justiça Meio Ambiente Política Segurança Social Tecnologia
LEIA MAIS SENADO FEDERAL 

Assim como as fontes das emissões gasosas, as fontes de emissões de ruído também podem
ser de fontes xas ou móveis.

Fontes xas: são aquelas em que se encontram estacionadas em um local. Destacam-se


as operações industriais e seus processos, atividades de construção civil, comércio (casas
noturnas e de shows);

Fontes móveis: são aquelas que se movimentam de um local para outro. Destacam-se as
atividades de transporte como: aviões, carros, ônibus, caminhões, trens e martelos
pneumáticos.

O controle e monitoramento da emissão do ruído, veremos a seguir, no item 2 desta Unidade.

Alteração da Qualidade do Ar
A atmosfera tem na sua composição natural, principalmente, nitrogênio (78%), oxigênio
(21%), argônio, vapor de água e outros gases com menores concentrações, como ozônio,
metano, óxidos de nitrogênio e de enxofre. Dentre esses gases, existem os que estão
associados ao equilíbrio da temperatura da Terra, chamados de gases do efeito estufa (GEE),
como por exemplo, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o ozônio (O3), entre outros.

As atividades industrias e urbanas são as fontes responsáveis pela alteração da composição


natural dos gases da atmosfera, pois, a partir da emissão de diferentes poluentes químicos,
provocam reações que impactam nas condições climáticas do planeta e, consequentemente,
na saúde da população e no meio ambiente.
 A Figura a seguir, ilustra o comportamento dos gases que provocam impactos ao meio
ambiente:

Figura 5 – Ciclo de poluentes: das fontes ao impacto no


meio ambiente

Dentre as fontes responsáveis pela alteração da qualidade do ar, destacam-se as atividades


industriais e, principalmente, as atividades de transporte que queimam combustíveis fósseis
por meio do funcionamento do motor.

Por Veículos
Hoje, a principal fonte responsável pela emissão de poluentes e dos Gases de Efeito Estufa
(GEE) no mundo, são os gases gerados pela queima de combustíveis fósseis líquidos, como: a
gasolina, o diesel e o óleo combustível. Considerando esta a rmação, os veículos automotivos
e de transporte acabam tendo uma importância na atenção do controle e do monitoramento,
tanto por parte do Estado, quanto do usuário.

Diversas regras e legislações vêm sendo publicadas e scalizadas pelos órgãos competentes
na fabricação de motores veiculares para evitar emissões excessivas, a m de se obedecer aos
limites mais restritivos de emissões de poluentes. Mas, mesmo com a imposição de tais
regras, os veículos automotivos ainda continuam sendo os principais responsáveis pela
alteração da qualidade do ar em áreas urbanas, embora emissões por processos industriais
também sejam relevantes em inúmeras áreas urbanas (IAP, 2020).

Os gases responsáveis pela alteração da qualidade do ar são compostos por uma mistura de
substâncias tóxicas que, se absorvidas pelo sistema respiratório, produzem efeitos negativos
sobre a saúde. Essa emissão é formada por gases do tipo: 

monóxido de carbono (CO); 

óxidos de nitrogênio (NOx);

hidrocarbonetos (HC); 

óxidos de enxofre (SOx); 

material particulado (MP).

Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o monóxido de carbono


(CO) é um gás resultante da queima incompleta do combustível e, se inalado, reduz a
capacidade do sangue de transportar oxigênio. Essa emissão, por exemplo, foi bastante
reduzida nos anos de 1970 e 1980 com o avanço das tecnologias de combustão e controle.

Já os óxidos de nitrogênio (NOx) são formados quando o nitrogênio reage com o oxigênio em
razão da alta temperatura na câmara de combustão. O NOx participa da formação do “smog”
fotoquímico, cujo principal poluente é o ozônio. Contribui também na formação de chuva
ácida e do material particulado. Se constitui em um dos poluentes de maior preocupação na
atualidade e que requer tecnologias atualizadas de controle, já que sua formação tende a
aumentar com a e ciência dos motores, principalmente, dos veículos movidos a óleo diesel. 
Os hidrocarbonetos (HC), por sua vez, são vapores expelidos pelo motor do veículo quando o
combustível não é queimado ou expelido durante o abastecimento do tanque de combustível
do veículo. Assim como o NOx, estes gases também merecem especial atenção quanto ao seu
controle, já que reagem na atmosfera promovendo a formação do “smog” fotoquímico
(CETESB. 2021).

Os óxidos de enxofre (SOx) são provocados também pela queima do combustível que tem o
enxofre na composição, por exemplo o óleo diesel. Tecnologias vêm sendo adotadas pelos
fabricantes de veículos para controlar a emissão. 

Os óxidos de enxofre (SOx) têm importância nos efeitos a saúde humana. Podem reagir com
outros compostos presentes na atmosfera, formando pequenas partículas que penetram
profundamente em partes sensíveis dos pulmões e causar ou agravar doenças respiratórias,
como en sema e bronquite. Além disso, podem agravar doenças do coração preexistentes,
levando à internação e à morte prematura.

O material particulado (MP) ou fuligem (partículas sólidas e líquidas ou fumaça preta), devido
ao seu pequeno tamanho, mantém-se suspenso na atmosfera e pode penetrar nas defesas do
organismo, atingir os alvéolos pulmonares e ocasionar diversos efeitos negativos à saúde. Os
responsáveis por tal emissão são veículos de tecnologia à diesel, que são os veículos de mais
expressiva emissão desse poluente. Outro fator a ser considerado é que essas emissões
causam grande incômodo aos pedestres próximos às vias de tráfego. No caso da fuligem, a
coloração e o mau cheiro desta emissão causa, de imediato, uma atitude de repulsa e pode
ainda ocasionar diminuição da segurança e aumento de acidentes de trânsito pela redução da
visibilidade.

Você Sabia?
"Com o aumento expressivo na frota veicular do Brasil e de suas
regiões metropolitanas, alguns estados enfrentam situações
preocupantes. No estado de São Paulo, por exemplo, a frota
motorizada, calculada segundo metodologia do inventário estadual
explicitada no Relatório de Emissões Veiculares da CETESB é de
aproximadamente 15,4 milhões de veículos, sendo 10,4 milhões de
automóveis, 1,9 milhões de comerciais leves, 560 mil ônibus e
caminhões e 2,5 milhões de motocicletas. Só na Região Metropolitana
de São Paulo (RMSP), são mais de 7 milhões de veículos, considerando
todos os tipos. A idade média da frota calculada para 2019 é de 10,1
anos.
O inventário de emissões veiculares elaborado pela CETESB calcula que
foram emitidas em 2018 no Estado de São Paulo 299 mil toneladas de
CO, 63 mil toneladas de COV (NMHC), 165 mil toneladas de NOx, 4,1
mil toneladas de MP e 2,7 mil toneladas de SO2, todos poluentes
tóxicos.
O grá co abaixo mostra a evolução na emissão desses compostos ao
longo dos últimos 14 anos e inclui além dos poluentes citados,
também a emissão de gases de efeito estufa (GEE), em CO2eq".
Figura 6 – Evolução GEE
Fonte: cetesb.sp.gov

Graças à retração econômica e oscilações anuais em função da variação do uso do etanol ou


gasolina nos veículos ex, as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) vêm apresentando
reduções ao longo dos últimos anos. Mas ainda é notório o aumento da frota de veículos e de
congestionamento nas grandes cidades, o que compromete grandes avanços com relação ao
controle das emissões e, consequentemente, à qualidade do ar.

Alguns estados e municípios conseguem monitorar a situação da qualidade do ar por meio de


programas especí cos. No caso da CETESB, por exemplo, órgão responsável pela gestão
ambiental no estado de São Paulo, estudos periódicos estão sendo realizados para veri car o
comportamento das emissões veiculares nas regiões metropolitanas da cidade paulista. Veja
abaixo uma ilustração deste monitoramento e os resultados:

Figura 7 – Monitoramento da qualidade do ar


Fonte: qualar.cetesb.sp.gov

Por Atividades Industrias


A queima de combustíveis sólidos (carvão e resíduos) provocada por atividades industriais é a
que mais se destaca quando se trata de emissões de poluentes responsáveis pela alteração da
qualidade do ar.

Neste caso, a poluição atmosférica, resultante das atividades produtivas do setor industrial e
da produção de energia, é provocada por meio da queima de combustível fóssil e de biomassa
(por exemplo, usinas termelétricas), que liberam matéria (gases) para a atmosfera, por
emissão pontual (fontes xas, como estações e chaminés) ou “fugitiva” (fontes móveis,
como equipamentos e veículos). 

De maneira geral, os poluentes são provenientes de processos de fabricação e transformação


de produtos, da queima de combustíveis para a produção de energia ou mesmo da
movimentação de materiais. A geração de energia por meio da queima de combustíveis fósseis
(diesel, gasolina e outros derivados do petróleo) cresceu no país nas últimas décadas e se
caracteriza por ser uma fonte potencial de emissão de poluentes.

A Figura a seguir, ilustra os principais gases, que provocam alteração da qualidade do ar e que
são emitidos pelas diversas atividades industriais:

Figura 8 – Principais gases poluentes da atmosfera

Por Queimadas
Nas regiões centrais do Brasil e na Amazonia, as queimadas e os incêndios orestais
compõem a principal fonte de emissão de poluentes atmosféricos. A queima de biomassa
decorrente das áreas desmatadas e do manejo de pastos, além de liberar GEE, libera também
grandes quantidades de material particulado. 

Segundo o Instituto de pesquisa WRI Brasil, a fumaça provocada pela queimada tem impacto
no ciclo hidrológico, gerando um aumento da disponibilidade de partículas na atmosfera que
interfere na formação de gotículas de chuva. Esse material particulado acaba se
movimentando devido às correntes de ar que atuam na Amazônia, as mesmas que levam a
umidade da região para o Centro Oeste, Sul e Sudeste do país. Sendo assim, a fumaça das
queimadas é umas das causadoras de poluição na zona rural, afetando o clima e causando
importantes alterações na qualidade do ar, em cidades de outras regiões do país (WRI BRAZIL,
WORKING PAPER, Jan./2021 ).

Tecnologias, Controle e Monitoramento das Emissões


Atmosféricas

Ruído, Controle e Monitoramento


O controle e monitoramento do ruído, depende de algumas técnicas, habilidades e uso de
instrumentos de medição especí cos. Tais técnicas podem ser utilizadas simultaneamente ou
de forma isolada, em função das necessidades a serem atendidas.

O instrumento usado para medir o nível de ruído é chamado de “decibelímetro” e mede a


pressão sonora por meio de um microfone de alta qualidade, que deve ser calibrado
periodicamente para assegurar a leitura da pressão sonora medida. O processo de medição é
realizado quando, ao atingir o diafragma do microfone, um sinal elétrico é transformado ou
convertido em sinal Raiz Média Quadrática (R.N.Q). Esse sinal elétrico é compensado a um
leitor de curva que simula a resposta do ouvido humano. Posteriormente, o mesmo sinal é
convertido em decibel ou decibels (dBa) da pressão sonora medida (DERISIO, 2013).

Para assegurar uma boa medição, alguns fatores precisam ser considerados, como:

Nível de ruído de fundo existente naturalmente num local, sem a presença de fontes de
poluição (recomendado a prevenção de possíveis ruídos interferentes);

Posição do operador (é recomendado que seja utilizado um tripé ou que pro ssional que
com os braços estendidos durante a medição).

Para realizar um monitoramento do ruído ambiental, é importante levar em consideração os


padrões estabelecidos pelas normas e legislações nacionais, estaduais e municipais, já que
cada região ou fonte de emissão tem sua característica física, regional e social. Os padrões de
emissão de ruído atmosférico nas grandes cidades podem ser diferentes para as menores.
Neste caso, temos normas brasileiras e legislações que estabelecem os padrões de emissão de
ruído ambiental, com metodologias, considerando as características de cada região e fatores
ambientais. Para as atividades industriais e fabris as normas legais são:

Norma ABNT nº 10151: “Avaliação do Ruído em áreas Habitadas visando o Conforto da


Comunidade”;

Resolução Conama nº 1 de março de 1990: que estabelece critérios e padrões para a


emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais.

Ainda no caso das atividades industriais, de produção de produto ou de serviço, no qual os


limites de tolerância ultrapassam os especi cados pela norma NBR 10151 da ABNT ou
legislação, o controle para assegurar a obediência dos limites de emissão podem ser:

Substituição de equipamentos por outros mais silenciosos;

Manutenção do equipamento (fonte xa) barulhento com correta lubri cação,


alinhamento de rolamentos e eixos, balanceamento e equilíbrio das partes móveis e a
ancoragem do equipamento em suportes vibratórios;

Alteração ou substituição dos processos de produção por meio da adoção de uma outra
atividade ou processo, operação do equipamento em períodos pré-estabelecidos e
eliminação ou redução nas operações em períodos noturnos (DERISIO, 2013).

No caso das emissões veiculares, cabe aos municípios ou órgãos ambientais competentes,
realizar os monitoramentos e scalizações para adotar ações de controle apropriadas.

O IPT, por exemplo, junto à prefeitura de São Paulo, iniciou em 2017, uma pesquisa para avaliar
o comportamento do barulho na cidade, por meio de um mapa de ruído.

Saiba Mais
Barulhômetro e ruídos sonoros – São Paulo Sustentável – 16 de maio 
Barulhômetro e ruídos sonoros – São Paulo Sustentável – 16 de …

Gases, Controle e Monitoramento


Os principais objetivos para que seja realizado o monitoramento da qualidade do ar é veri car
se as emissões gasosas, principalmente, as realizadas pelas atividades industriais, atendem
aos parâmetros estabelecidos pelas regulamentações e legislações dos órgãos ambientais
competentes. Para isso, as fontes de emissões gasosas devem fornecer dados para ativar
ações de emergência durante períodos de estagnação atmosférica, isto é, quando os níveis de
poluentes na atmosfera possam representar risco à saúde pública, de modo a proteger a saúde
e bem-estar da população e acompanhar as mudanças na qualidade do ar decorrentes de
alterações nas emissões feitas pelas pessoas.

A Portaria Normativa nº 348 de 1990, por exemplo, estabeleceu os padrões nacionais de


qualidade do ar, assim como a Resolução do Conama nº 3 de 1990 que dispõe sobre padrões
de qualidade do ar, previstos no Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar (PRONAR).

Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas em suspensão, fumaça, partículas


inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono ozônio e dióxido de nitrogênio. 
Na Figura 9 são apresentados os padrões nacionais de qualidade do ar, determinados pela
Resolução Conama nº 3 de 1990:

Figura 9 – Padrões nacionais de qualidade do ar


(Resolução Conama nº 3, de 28/6/1990)
Fonte: Reprodução

De acordo com a Resolução do Conama, Padrões Primários de Qualidade do Ar são as


concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população.  Padrões
Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes abaixo das quais se prevê o
mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à
ora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. 
Os métodos para realizar o monitoramento devem levar em consideração os equipamentos
adequados para produzir resultados apropriados. O número (ou quantidade) de estações de
amostragem e a frequência de amostragem também são fatores que interferem no
monitoramento.

As estações de amostragem, com equipamentos especí cos, devem ser instaladas num
determinado local com o objetivo de avaliar a qualidade do ar em uma área (onde a indústria
ou atividade está instalada) ou a região. De maneira geral, recomenda-se os seguintes
critérios para implementar uma estação de amostragem atmosférica:

Área ou região mais poluída ou com grande fonte de emissão de poluentes;

Área mais povoadas;

Colocar estações nos locais de entrada de ar para a região (neste caso considerar a
direção predominante dos ventos);

Instalar todas as estações no mesmo nível;

Evitar proximidade de chaminés;

Colocar estações entre três e seis metros de altura.

Os valores resultantes de concentração de poluentes, vão levar em conta as médias horarias


(de oito horas), médias diárias, mensais e anuais. 

Veja nas imagens abaixo um modelo de estação de amostragem para avaliação da qualidade do
ar, na região do bairro de Pinheiros, São Paulo – SP.
Figura 10 – Estação de avaliação da avaliação da qualidade
do ar 
Fonte: https://cetesb.sp.gov.br
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Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados


nesta Unidade:

Leituras

Ministério do Meio Ambiente

Fontes Fixas
Poluição AmbientalEm geral, os estudos da poluição atmosférica são classi cados de
acordo com a sua natureza ou pela área que ocupam, podendo ser divididos em duas
ordens, em relação às fontes de emissão: as provenientes de fontes xas e aquelas
oriundas de fontes móveis. As fontes xas são aquel...
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Planeta Biologia
Poluição do ar e gases poluentes da atmosfera -
Planeta Biologia
A poluição do ar tem se tornando um grande problema das sociedades industrializadas.
Seus efeitos podem causar grande prejuízo em todo planeta. Nessa aula veremos como
acontece os diferentes tipos de poluição, os principais gases poluentes e seus efeitos
negativos no meio ambiente.
LEIA MAIS PLANETA BIOLOGIA 

CETESB – Qualidade do ar

Qualidade do Ar
Poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e
em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos em legislação, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou
ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e
à ora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais
da comunidade.
LEIA MAIS CETESB 
Livros

Poluição do meio ambiente


SANTOS, M. A. (Org.). Poluição do meio ambiente. Rio de Janeiro: LTC, 2017. (e-book)

Vídeos

Chuva Ácida

Chuva Ácida - Entenda tudo!!!

Barulho e ruídos sonoros

Barulhômetro e ruídos sonoros – São Paulo Sustentável – 16 de …


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Referências

BRAGA, B.  et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2005.

DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental.  4. ed. São Paulo: O cina de
Textos, 2013. 

EMISSÃO veicular. CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. 2021. Disponível
em: <https://cetesb.sp.gov.br/veicular/>. Acesso em: 09/10/2021.

SIMONI, W. et al. O Estado da Qualidade do Ar no Brasil. WRI Brasil, jan. 2021. Disponível em:
<https://wribrasil.org.br/sites/default/ les/wri-o-estado-da-_qualidade-do-ar-no-
brasil.pdf>. Acesso em: 23/08/2021.

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