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Técnico em Agrimensura

MARIO HERMES

Retificação de matrícula de imóveis rurais segundo o


procedimento comum estabelecido no Provimento n° 2, editado
pela Corregedoria de Justiça do Distrito Federal e Territórios
(TJDFT), em 19.04.2010, com ênfase nas atribuições do agrimensor.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso Técnico em
Agrimensura da INEPROTEC – instituto
de Ensino Profissionalizante e Técnico,
como requisito parcial para a obtenção do
título de técnico em Agrimensura
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RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo sobre os procedimentos para retificação de


matrícula de imóveis rurais, segundo o entendimento do Tribunal de Justiçado Distrito Federal
e Territórios (TJDFT). Para atingir esse objetivo, serão apresentadas as principais normas que
delimitam e norteiam o trabalho do agrimensor, bem como as diretrizes do TJDFT, que
especificam os procedimentos elencados nas referidas normas. Após visitar as diversas normas,
estabelecendo suas correlações, a fim de materializar o entendimento teórico no plano concreto,
serão analisados alguns processos da Vara de Registros Públicos do TJDFT.
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1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2 DAS RESPOSABILIDADES .................................................................................... 6

3 DO PROCEDIMENTO PARA RETIFICAÇÃO DE MATRÍCULA .............................. 8

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 15


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1 INTRODUÇÃO

A retificação de matrícula tem como principal norma regulamentadora a Lei nº


6.015/1973, Lei de Registros Públicos (LRP), que traz os requisitos necessários para que um
fólio real seja alterado.
A LRP relaciona-se com outras normas federais para formar um conjunto normativo
complexo que objetiva refletir, de forma precisa, as características da propriedade rural em seu
registro tabular, cabendo ao profissional devidamente habilitado e cadastrado no Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), proceder de forma a cumprir esse
objetivo.
Dentro do objetivo geral estatal para implementação de inscrições tabulares que
correspondessem a realidade da propriedade rural, a Lei nº 4.504/1964, Estatuto da Terra,
determinou que o Instituto Nacional de Reforma Agrária (IBRA), atual INCRA, elaborasse o
cadastro dos imóveis rurais em todo o país. A Lei nº 4.947/1966 tornou obrigatório a
apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), cujo objetivo é certificar a
regularidade cadastral do imóvel rural, para compra e venda, partilha, desmembramento, etc, a
fim de atender o Estatuto da Terra. Posteriormente, com o advento da Lei nº 5.868/1972, foi
criado o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), onde foi instituído o Sistema de Cadastro
de Imóveis Rurais.
Em 2001, com a promulgação da Lei nº 10.267, inovações significativas foram trazidas
à LRP, à Lei nº 4.947 e à Lei nº 5.868. No que tange ao tema, a LRP foi alterada para incluir a
obrigatoriedade, por exemplo, de memorial descritivo e georreferenciamento. Quanto a Lei nº
4.947, por exemplo, foi incluído a obrigatoriedade de as escrituras conterem dados do CCIR,
como o código do imóvel. A Lei nº 5.868 é modificada para criação do Cadastro Nacional de
Imóveis Rurais (CNIR), gerenciado pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal.
O Decreto nº 4.449/2002, que regulamenta a Lei nº 10.267, determina, dentre outras,
que a identificação do imóvel rural deve conter as coordenadas dos vértices definidores dos
limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro.
Em 2004, novas alterações foram realizadas na LRP para permitir a retificação
administrativa da matrícula.
A Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, considerando a
alteração do procedimento de retificação de registros de imóveis por força da Lei nº
10.931/2004 e a necessidade de obediência à especialização das matrículas de imóveis rurais
por georreferenciamento, conforme a Lei nº 10.267/01, bem como o parcelamento sucessivo da
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área rural no Distrito Federal ao longo dos anos sem a observância de regras mínimas referentes
ao parcelamento e à especialização das áreas desmembradas, expediu o Provimento nº 2/2010,
de forma a padronizar os procedimento para retificação de matrícula na área de competência do
TJDFT.
Dessa forma, cabe ao profissional de agrimensura identificar as reponsabilidades de
cada ator envolvido no procedimento de retificação de matrícula, compreendendo o arcabouço
jurídico federal, sob a ótica do TJDFT para os imóveis localizados no Distrito Federal,
materializado no citado Provimento nº 2, de forma a pleitear a retificação tabular na melhor
forma do direito.
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2 DAS RESPOSABILIDADES

O procedimento administrativo para retificação de matrícula tornou-se realidade a


partir da redação dada ao artigo 212, da LRP, pela Lei nº 10.931/2004, vigente nos seguintes
termos:
Art. 212. Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade,
a retificação será feita pelo Oficial do Registro de Imóveis competente, a requerimento
do interessado, por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213, facultado
ao interessado requerer a retificação por meio de procedimento judicial.
Inicialmente, é imperioso, antes de adentrar no procedimento propriamente dito,
identificar os principais atores que dele participam.
O caput do artigo 213, da LRP, atribui ao Oficial de Registro a prerrogativa para,
retificando o fólio real, de ofício ou a requerimento:
Art. 213. O oficial retificará o registro ou a averbação:
I - de ofício ou a requerimento do interessado nos casos de:
O inciso I, in fini, acima citado, traz a pessoa do interessado. O TJDFT, através do
artigo 5º, do Provimento nº 2, esclarece o assunto:
Art. 5º Somente será admitido o pedido de retificação formulado por interessado,
admitindo-se sua representação por procurador constituído com poderes específicos.
§ 1º. Considerar-se-ão interessados, incumbindo-lhes as custas respectivas:
I – o titular de qualquer direito real ou o seu sucessor;
II - o poder público;
III - a associação de moradores do lugar, demonstrando que o pedido de retificação visa
ao registro de parcelamento de fato previsto na Lei Complementar Distrital nº 803/2009.
Entretanto, quando o interessado pretender a alteração ou inserção de medida
perimetral, tornar-se-á necessário a participação no procedimento do profissional legalmente
habilitado, conforme a inteligência do inciso II, do artigo 213, da LRP:
II - a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de medida
perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e memorial
descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de
responsabilidade técnica no competente Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura - CREA, bem assim pelos confrontantes.
Este profissional será o responsável pela execução do georreferenciamento e
elaboração da planta e do memorial descritivo, nos termos do artigo 7º, do Provimento nº
2/TJDFT:
Art. 7º Salvo nas hipóteses subordinadas às regras do georreferenciamento, a descrição
técnica do imóvel deverá obedecer às normas gerais da agrimensura, de forma que a
descrição constante do memorial descritivo seja suficiente para a elaboração da planta
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do imóvel.
No Distrito Federal, o TJDFT, através de sua Corregedoria, acrescenta, no § 1º, do
artigo 7º, do Provimento nº 2, mais dois requisitos a habilitação do profissional: que seja
cadastrado no INCRA e que seja previamente habilitada na forma do Provimento Geral da
Corregedoria aplicado aos serviços notariais e de registro:
§ 1º. Somente serão admitidos à elaboração do memorial descritivo os profissionais
cadastrados no INCRA e habilitados previamente na forma do Provimento Geral da
Corregedoria aplicado aos serviços notariais e de registro.
O referido Provimento Geral determina o seguinte, quanto a habilitação do
profissional:
Art. 201. Quando a retificação visar à medida perimetral, de que resulte ou não alteração
de área, o pedido será instruído com planta e memorial descritivo assinado por
profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica
no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (CREA/DF) ou
no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF), e pelos
confrontantes.
Parágrafo único. Somente serão aceitos plantas e memoriais assinados por profissionais
que apresentarem documentos comprobatórios de sua qualificação técnica, dentre os
quais deverá figurar, obrigatoriamente, declaração emitida pelo CREA/ DF ou pelo
CAU/DF, atestando a referida habilitação.
Assim, o TJDFT exige os seguintes requisitos do profissional responsável pelo
georreferenciamento e pelo memorial descritivo:
a) Cadastro no INCRA;
b) Prova de anotação de responsabilidade técnica (ART) no CREA/DF ou no
CAU/DF;
c) Documentos comprobatórios de sua qualificação técnica.
O inciso II, in fine, do artigo 213, LRP, traz o confrontante, como parte interessada,
uma vez que a pretensão do interessado pode ferir direito real sobre o seu imóvel. Esses são os
principais atores que participam no processo administrativo de retificação de matrícula.
A seguir serão apresentadas as principais particularidades introduzidas pelo TJDFT no
procedimento de retificação de matrícula que dizem respeito ao profissional habilitado para
elaborar o memorial descritivo.
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3 DO PROCEDIMENTO PARA RETIFICAÇÃO DE MATRÍCULA

3.1 Das hipóteses de retificação de matrícula pertinentes ao agrimensor


A LRP prevê sete hipóteses para retificação da matrícula de um imóvel, que podem
ser intentadas de ofício ou a requerimento do interessado que podem ser, conforme o inciso I,
do artigo 213, resumidas da seguinte forma:
a) Omissão ou erro de transposição;
b) Modificação de confrontação;
c) Alteração de denominação de logradouro público;
d) Retificação de medidas angulares ou inserção de coordenadas georreferenciadas,
em que não haja alteração de medida perimetral;
e) Modificações resultantes de mero cálculo matemático;
f) Reprodução de descrição de linha divisória de matrícula de imóvel confrontante;
g) Alteração de dados pessoais das partes.
O inciso II, do artigo 213, da LRP, estabelece outra hipótese de, a requerimento do
interessado, proceder a retificação da matrícula de um imóvel, conforme destacado a seguir:
II - a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de medida
perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e memorial
descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de
responsabilidade técnica no competente Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura - CREA, bem assim pelos confrontantes.
Assim, quando houver inserção ou alteração de medida perimetral, haverá necessidade
da intervenção do profissional habilitado a proceder ao georreferenciamento.
Além dessa hipótese claramente estabelecida pela lei, infere-se que as letras “d” e “e”,
do inciso I, do artigo 213, da LRP, também exigem a intervenção de um profissional habilitado,
como por exemplo, por força da reserva estabelecida pela Resolução nº 89, do Conselho Federal
dos Técnicos Industrias, que orienta a aplicação da Lei nº 13.639/2018, no sentido de disciplinar
e orientar as competências e atribuições dos Técnicos Industriais com habilitação em
Agrimensura, Geodésia e Cartografia, e Geoprocessamento.
Determinada as hipóteses de intervenção do profissional habilitado no procedimento
de retificação de matrícula, passar-se-á a esclarecer os requisitos exigidos pelo Provimento nº
2/TJDFT para elaboração do memorial descritivo e da planta.
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3.2 Da escrituração no Livro de Registro Geral


A matrícula dos imóveis, bem como os registros e averbações de atos referentes a
imóveis devem ser escriturados no Livro de Registro Geral, conforme estabelecido no artigo
176, da LRP.
Dentre os atos que exigem memorial descritivo e georreferenciamento estão os de
desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, conforme a inteligência
do § 3º, do citado artigo:

§ 3º Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis


rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II do § 1o será obtida a
partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, contendo as coordenadas dos vértices
definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico
Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de
custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda
a quatro módulos fiscais.
Nota-se que a LRP foi omissa quanto a escrituração decorrente do procedimento de
retificação de matrícula que, nas hipóteses cabíveis, também exige memorial descritivo e
georreferenciamento. Nesse diapasão, o § 5º, do artigo 7º, do Provimento nº 2/TJDFT, supre
essa lacuna através da seguinte redação:

§ 5º Na retificação de matrícula de glebas, os trabalhos técnicos atenderão


concomitantemente aos requisitos dos arts. 176 e 213 da Lei nº 6.015/73, além de
outros, no que tange ao georreferenciamento, e serão apresentados em meio impresso
e digital ao registrador.
Desta forma, a escrituração da retificação somente será escriturada no Livro de
Registro Geral se cumprir os mesmos requisitos exigidos para escrituração de
desmembramento, parcelamento ou remembramento.

3.3 Do memorial descritivo e da planta, segundo o Provimento nº 2/TJDFT


O Provimento nº 2/TJDFT estabelece algumas normas que deverão ser seguidas pelo
profissional habilitado para confecção do memorial descritivo. Nesse sentido, o artigo 7º
determina que o memorial deverá conter informações suficientes para a elaboração da planta
do imóvel:
Art. 7º Salvo nas hipóteses subordinadas às regras do georeferenciamento, a descrição
técnica do imóvel deverá obedecer às normas gerais da agrimensura, de forma que a
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descrição constante do memorial descritivo seja suficiente para a elaboração da planta


do imóvel.
As hipóteses subordinadas às regras de georreferenciamento referem-se aos
dispositivos normativos, que objetivam atender à necessidade regulamentadora do Estado.
Quanto ao memorial descritivo, essas regras estão disciplinadas no § 1º, do artigo 7º, que trata
obrigatoriedade de cadastramento do profissional, conforme já esclarecido anteriormente, no
capítulo 2 deste trabalho.
O provimento também disciplinou a confecção da planta, que conforme o § 2º, do
artigo 7º c/c o artigo 8º, deverá:
a) Conter a indicação dos:
- marcos;
- pontos notáveis;
- confrontantes mencionados na matrícula do imóvel.
b) Ser plotada sobre a base cartográfica oficial do Distrito Federal na escala 1:10.000;
c) Conter o nome, CPF ou CNPJ, RG e assinaturas com firmas reconhecidas em
cartório de notas do Distrito Federal do profissional, do interessado e dos
confrontantes.
O provimento também disciplinou a obrigatoriedade de o agrimensor acostar
declarações, além de um termo de responsabilidade, que serão tratados a seguir.

3.4 Das declarações e do termo de responsabilidade de limites


O provimento em questão determina que o agrimensor indique a espécie de zona
urbana ou rural e o zoneamento da unidade de conservação da natureza em que está localizado
o imóvel, nos termos do § 3º, do artigo 7º, bem como uma declaração do uso atual do imóvel,
fazendo menção quanto a existência ou não de parcelamento do solo para fins urbanos,
conforme o § 4º, do citado artigo. Essas declarações poderão ser condensadas em um único
documento, que comporá o processo.
O termo de responsabilidade de limites, descrito no § 6º do artigo 8º, do Provimento
nº 2, assinado pelo agrimensor, deverá conter a declaração de que foram respeitadas todas as
divisas entre os imóveis confrontantes, não havendo qualquer litígio entre as partes. Embora
não exigido pelo provimento, é indicado que o documento contenha a assinatura do proprietário
do imóvel, bem como a assinatura dos proprietários ou posseiros dos imóveis confrontantes.
O provimento também faz distinção entre espécies de confrontantes, conforme
apresentado a seguir.
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3.5 Dos confrontantes


O provimento distingue entre o confrontante proprietário e o confrontante possuidor,
conforme a inteligência dos §§ 1º, 2º, do artigo 8º:

§ 1º Deverá assinar como confrontante, preferencialmente, o proprietário do imóvel


lindeiro, cujo número da matrícula ou registro será indicado na planta, quando houver.

§ 2º Não sendo possível a identificação do registro do imóvel lindeiro, ou estando ele


na posse de terceiro, com ou sem justo título, assinará como confrontante o possuidor,
que será identificado pelo profissional sob sua responsabilidade técnica, disso fazendo-
se menção específica no memorial descritivo.
O confrontante proprietário é o proprietário tabular, ou seja, aquele que possui seu
nome na matrícula do imóvel lindeiro, que deverá assinar a planta.
Caso o imóvel confrontante esteja na posse de terceiro, com ou sem justo título, este
assinará a planta, mas o agrimensor deverá fazer menção desse fato no memorial descritivo.
Finalmente, quanto a imóveis rurais, o profissional habilitado deverá diferenciar
algumas situações específicas, quanto a situação do imóvel, a seguir enumeradas.

3.6 Das documentações específicas para as diversas situações do imóvel


O Provimento nº 2/TJDFT faz distinção entre imóveis considerando se é rural ou
urbano, segundo as seguintes situações:
a) Situação na Matrícula no Registro de Imóveis:
b) Situação, quanto ao PDOT (Plano Diretor do Distrito Federal);
c) Situação quanto ao uso.
Por exemplo, um imóvel pode ter constando em sua matrícula que é rural, mas, quanto
ao Plano Diretor, ser considerado urbano, sendo que é usado para fins rurais.
A seguir serão apresentadas somente as hipóteses inseridas pelo TJDFT, consideradas
mais relevantes para o presente trabalho.

3.7 1ª hipótese: artigo 12, Provimento nº 2/TJDFT


A situação do imóvel nessa hipótese pode ser resumida pelo seguinte quadro:

Matrícula = Rural PDOT = Urbano Uso = Urbano


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Nesse caso, a gleba será tratada como urbana, sendo dispensado a certificação do
INCRA e a averbação da reserva legal, sendo necessário a juntada ao processo dos seguintes
documentos:
a) certidão ou declaração do órgão competente do Distrito Federal responsável pela
política urbana, vinculada ao número de matrícula ou ao trabalho técnico, da
localização do imóvel em zona urbana, na qual se informe sobre a existência ou
não de parcelamento irregular do solo para fins urbanos sobre a área ou parte dela;
b) certidão do INCRA de cancelamento do cadastro de imóvel rural (CCIR) ou
declaração de que o imóvel nunca foi cadastrado no órgão;
c) certidão, declaração ou protocolo do órgão responsável pela tributação do Imposto
Territorial Rural (ITR) de cancelamento ou pedido de cancelamento do cadastro
(NIRF) do imóvel para esta finalidade, ou de que o imóvel nunca foi cadastrado no
órgão;
d) comprovante de cadastro do imóvel no cadastro imobiliário fiscal do Distrito
Federal, para fins de recolhimento do IPTU.

3.8 2ª hipótese: artigo 14, Provimento nº 2/TJDFT


A situação do imóvel conforme o seguinte quadro:

Matrícula = ? PDOT = Urbano Uso = Rural

Esse é o caso de imóvel urbano destinado a exploração agrícola, pecuária, extrativa


vegetal ou agroindustrial, sendo necessário a juntada ao processo dos seguintes documentos:
a) CCIR do INCRA;
b) certidão negativa de débitos referentes ao ITR, inclusive os inscritos em dívida
ativa;
c) certidão de aprovação da localização da reserva legal pelo órgão ambiental
competente, ou de dispensa por impossibilidade de atendimento às finalidades
ambientais;
Neste caso, a reserva legal, se aprovada, será averbada em seguida à retificação,
obrigatoriamente.

3.9 3ª hipótese: artigo 15, Provimento nº 2/TJDFT


A situação do imóvel conforme o seguinte quadro:
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Matrícula = ? PDOT = Rural Uso = Rural

Esse é o caso de imóvel rural, cuja gleba ainda não possui matrícula própria, sendo
necessário a juntada ao processo dos seguintes documentos:
d) CCIR do INCRA;
e) certidão negativa de débitos referentes ao ITR, inclusive os inscritos em dívida
ativa;
f) certidão de aprovação da localização da reserva legal pelo órgão ambiental
competente.

3.10 4ª hipótese: artigo 16, Provimento nº 2/TJDFT


A situação do imóvel conforme o seguinte quadro:

Matrícula = ? PDOT = Parte Rural + Parte Urbano Uso  Rural

Nessa hipótese, deverão ser criadas matrículas distintas, devendo, o agrimensor, para
fins de registro, tratar como dois imóveis distintos.
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4 CONCLUSÃO

No Distrito Federal, o Provimento nº 2/TJDFT tem relevante aplicação para a


regularização de matrículas de imóveis rurais. Nesse sentido, a retificação de matrícula, como
forma de regularização, deve ser aplicada às hipóteses estabelecidas na Lei nº 6.015/1973, Lei
de Registros Públicos (LRP), segundo os procedimentos contidos no referido provimento.
No transcorrer do presente estudo, buscou-se, inicialmente, apresentar o rol dos
principais responsáveis para proceder uma retificação de matrícula de imóveis, dando ênfase
ao papel do profissional responsável pelo georreferenciamento e pela elaboração do memorial
descritivo.
Posteriormente, buscou-se apresentar os procedimentos, segundo o Provimento nº
2/TJDF, que os profissionais de agrimensura devem atentar para a execução correta do seu
trabalho, bem como as documentações que devem ser acostadas ao processo, conforme a
situação que o imóvel se encontra, se rural ou urbano, no PDOT, na matrícula e na sua
destinação de fato.
Dessa forma, conclui-se que o conhecimento e aplicação do Provimento nº 2/TJDFT é
essencial para que o profissional agrimensor habilitado tenha seu trabalho de
georreferenciamento, memorial descritivo, bem como os demais documentos e declarações sob
sua responsabilidade, corretamente processados pelo Oficial Registrador do Cartório de
Registro de Imóveis.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e dá


outras providências. Republicado no DOU de 16.9.1975 (Suplemento), de acordo com o
art. 2º da Lei nº 6.216, de 1975, com as alterações advindas das Leis nº 6.140, de
28/11/1974 e 6.216, de 30/6/1975 e retificado em 30.10.1975.

DISTRITO FEDERAL. Provimento 2 de 19 de abril de 2010. DJ-e de 20/04/2010, Edição N.


71, FlS. 129/134. Data de Publicação: 22/04/2010

SACAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Direito Imobiliário: Teoria e Prática. 11. ed. Rio de
Janeiro: Forense: 2016.

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