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EXPEDIENTE
UFCA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI
PUBLICAÇÃO: POLLIANA DE LUNA NUNES BARRETO
FRANCIONE CHAPARA ALVES
JARLES LOPES DE MEDEIROS
REVISÃO: JARLES LOPES DE MEDEIROS

Dados internacionais de catalogação na publicação

B273e

Barreto, Polliana de Luna Nunes; Alves, Francione Chapara; Medeiros;


Jarles Lopes.
Escrita científica: na prática / Polliana de Luna Nunes Barreto;
Francione Chapara Alves; Jarles Lopes Medeiros. – Juazeiro do Norte:
Universidade Federal do Cariri - UFCA, 2020.
40 f.:il.

1. Escrita científica. 2. Artigos científicos. I. Barreto, Polliana de Luna


Nunes. II Alves, Francione Chapara. III. Título

CDD:001.42

Bibliotecária Responsável: Francisca Lunara da Cunha Alcantara – CRB-3/1420


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 04
A COMUNICAÇÃO NA CIÊNCIA ............................................................................................................. 07
PLANEJANDO UM PESQUISA CIENTÍFICA......................................................................................... 11
GÊNERO TEXTUAIS CLASSIFICAÇÃO E FINALIDADE .................................................................... 20
O ARTIGO CIENTÍFICO COMO ESPÉCIE TEXTUAL ......................................................................... 26
COMO FAZER UM INTRODUÇÃO? ....................................................................................................... 31
O QUE CONTA NO DESENVOLVIMENTO DE UM ARTIGO ............................................................. 34
CONCLUSÃO OU COSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 36
NÃO PARAMOS POR AQUI ..................................................................................................................... 39
REFERENCIAS ........................................................................................................................................... 40
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Curso de Escrita Científica


na Pratica
Profª. Drª. Polliana Barreto
Profª. Drª. Francione Charapa

INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, como docentes no ambiente acadêmico, e ainda quando alunas
nos programas de pós-graduação, temos observado as dificuldades de ordem prática para a
escrita científica, produto tão importante para a disseminação da ciência no Brasil e no mundo.
A escrita não é uma tarefa fácil, demanda esforço, construção de um repertório teórico
e também de alguns saberes práticos que podem ser trabalhados em um curso como este.
A escrita científica é comunicação, e assim deve ser tratada. Longe de ser um fim em
si mesma, é o produto de um processo de investigação laborioso, que gera conhecimentos
úteis à sociedade, e com ela deve ser partilhada.
Considerando a sentença “[...] escrever é o meio mais eficaz de organizar ideias e de
as comunicar aos outros. Além disso ajuda a ordenar o raciocínio e a construir modelos
consistentes” (VIEIRA, 2011, p. 22), propomos este curso com o intuito de contribuir com
aqueles que desejam desenvolver suas habilidades de escrita.
Dessa forma, esta iniciativa objetiva oferecer instrumental prático para a escrita
científica, compreendendo-a como um gênero textual que visa comunicar os resultados de
pesquisas científicas, e, portanto, precisa obedecer a determinadas regras, reconhecer
características das áreas do conhecimento e buscar o seu fim, qual seja: comunicar de forma
clara e objetiva.
O público-alvo do nosso curso é a comunidade acadêmica da Universidade Federal
do Cariri (UFCA) e o público externo interessado na temática.
Nosso curso está dividido em quatro momentos de 12 horas, sendo os três primeiros
teóricos e o último deles totalmente prático. Os três primeiros têm por objetivo oferecer o
instrumental necessário para que, ao final do curso, você possa elaborar um projeto de
pesquisa contendo todos os elementos necessários à sua efetiva realização.
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A seguir, partilhamos com você o conteúdo de cada um dos módulos do curso Escrita
Científica na Prática.

A COMUNICAÇÃO NA CIÊNCIA
Módulo I – 12 horas/aulas
Discute de modo particular o conceito de ciência, os sujeitos envolvidos no processo de
produção do conhecimento científico, suas repercussões práticas e o processo de
produção de um projeto de investigação científica.

GÊNEROS TEXTUAIS, CLASSIFICAÇÃO E FINALIDADE


Módulo II – 12 horas/aulas
Apresenta, genericamente, os gêneros didáticos: resumos, resenhas, relatórios, projetos,
apresentação de trabalhos orais e escritos e outros; os gêneros de divulgação: artigos,
resenhas, ensaios; os gêneros de conclusão e/ou aquisição de grau: monografia, ensaio,
dissertação, tese, memorial (MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 23).

O ARTIGO CIENTÍFICO COMO ESPÉCIE TEXTUAL


Módulo III – 12 horas/aulas
Aborda de modo específico o gênero de divulgação Artigo Científico. Sendo esse o texto
sobre o qual o presente módulo se debruça de modo particular. Dessa forma, sobre tal
modalidade científica, trataremos das suas características e elementos, como: título;
resumo; autores; seções gerais, como introdução e conclusão; e seções específicas, como
é o caso da metodologia e dos resultados e discussões, além dos percursos de escrita
para cada seção.

PRODUZINDO O TEXTO CIENTÍFICO


Módulo IV – 12 horas/aulas
Contando com a tutoria e a monitoria da equipe proponente do curso, será proposta a produção de
um projeto de pesquisa com o intuito de, a partir dos possíveis achados, elaborar, posteriormente,
um texto da espécie artigo científico.

O curso será realizado na modalidade Educação a Distância (EaD), utilizando, para tanto, a
Internet e a plataforma Moodle UFCA. Toda a apresentação do conteúdo, gerenciamento das
atividades, avaliações e sociabilização dos cursistas se dará através da EAD.
O cursista é o responsável pelo gerenciamento do seu tempo no âmbito do curso, sendo,
ainda, responsável pelo seu aprendizado, sendo favorecida, nesse sentido, a autonomia do
discente. Contudo, dúvidas poderão ser direcionadas ao professor responsável pelo curso através
das ferramentas disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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Nesse sentido, o participante é chamado a empreender o seu próprio aprendizado,


desenvolvendo-o de maneira autônoma e automotivacional. Deve estar atento à organização e à
gestão do tempo, definindo seu ritmo de estudos.
Os recursos utilizados serão:
● Checklist: ferramenta que permite ao participante listar seus progressos nas atividades
realizadas.
● Base de dados (galeria): a ferramenta comporta imagens, arquivos de texto, vídeos, áudio,
dentre outros recursos, que podem ser enviados pelos alunos para que fiquem disponíveis
a todos. É possível fazer comentários nos arquivos enviados e dar notas. O professor pode
configurar para aguardar sua moderação antes de ficar disponível a todos.
● Glossário: ferramenta semelhante a um dicionário, que permite a cada participante criar e
manter uma lista de termos e definições.
● Wiki: é uma coleção de documentos criados de forma coletiva. É iniciado a partir de uma
primeira página e pode ser linkado a outras páginas com conteúdo. Qualquer participante
do curso pode desenvolver o conteúdo, sendo considerada, por isso, uma ferramenta
poderosa para o trabalho colaborativo.
● Biblioteca: recurso disponível com leituras referentes aos temas do curso. Dentre eles,
constam: o conteúdo do curso para impressão e material complementar, que pode ser
alimentado pelo professor e pelos alunos.
● Livro: ferramenta que oferece conteúdos interativos com o intuito de propiciar uma
aprendizagem mais dinâmica.
● Tarefa: consiste em entrega de atividades através de arquivo externo que pode ser
visualizado apenas pelo professor. É possível que o professor troque arquivos com o aluno
e dê notas pela atividade desenvolvida.
● Avaliação de Satisfação do Curso: estratégia de coleta de opiniões do participante
visando ao aperfeiçoamento de ações educacionais ofertadas.

A avaliação da aprendizagem será realizada através do acompanhamento sistemático da presença


dos cursistas, que não deverá ser inferior a 75%, bem como o desenvolvimento das atividades
propostas. Esses são elementos para auferir a aprendizagem, e serão utilizados como mecanismos
avaliativos. Por outro lado, o monitor deverá observar possíveis quedas de frequência e apontará
os dados para o tutor que deverá entrar em contato direto com o cursista a fim de identificar
possíveis problemas de aprendizagem ou de acesso ao curso.

Agora, que você já sabe


como o curso está
estruturado. Vamos ao
trabalho?
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A COMUNICAÇÃO NA CIÊNCIA

Imagem 1 – Atividades inerentes à prática científica

Fonte: Adaptado de Canva. Disponível em: https://www.canva.com/.


Acesso em: 10 maio 2020.

Nesta seção, trataremos de alguns conceitos fundamentais para a prática da escrita científica.
Inicialmente, é necessário compreender os objetivos da ciência enquanto processo humano, esse, ao
realizar perguntas sobre situações fáticas e buscando respostas através de um método pré-definido,
estaria produzindo o que convencionamos chamar de conhecimento científico.
O ser humano pensa e constrói várias maneiras de conceber o mundo através dos diferentes
tipos de conhecimento, tais como o popular, o religioso, o filosófico ou o científico. Ao refletir sobre tudo
o que está ao seu redor, e partilhar com os demais suas impressões, ele propõe hipóteses e projeta meios
para testá-las, a fim de elaborar uma resposta para as suas indagações, respostas essas que serão objeto
da dúvida mais uma vez. Todo esse processo de reflexão e produção de ideias é objeto de comunicação
humana, seja ela verbal, escrita, oral ou não verbal.
Neste curso, interessa-nos discutir uma forma de comunicação particular, que é verbal, escrita e
científica. Importa-nos elaborar um conhecimento acerca das maneiras com que o cientista comunica aos
demais os seus achados de pesquisa, seja para os seus pares seja para a comunidade em geral.
Conforme Lakatos e Marconi (2007), podemos entender por ciência “[...] uma sistematização de
conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de
certos fenômenos que se deseja estudar” (p.80). Ao mesmo tempo, o conhecimento científico seria o
repertório de reflexões produzidas nesse processo.
Interessante ressaltar que não há ciência sem o sujeito que pensa, duvida, indaga, analisa e se
propõe responder. A ilustração a seguir demonstra o lugar da comunicação em relação à ciência.
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Imagem 2 – Fluxo da pesquisa científica

Fonte: Barros e Ribeiro (2017).

Percebemos que a comunicação na ciência acontece ao longo do processo de


investigação. A ideia que surge inicialmente é objeto de um projeto de pesquisa, o qual, por sua,
vez é partilhado com outros sujeitos que fazem parte do mesmo grupo com interesses de
pesquisa comuns. Esses grupos são chamados de grupos de pesquisa, e, no Brasil, geralmente
passam por formalização em agências de fomento à pesquisa, como o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A comunicação é o gênero utilizado, contudo, várias são as espécies utilizadas. No
infográfico acima, observamos que o penúltimo ato do pesquisador é a publicação de suas
descobertas e posterior divulgação. Logo, chegamos a um ponto fundamental, o objetivo da
escrita científica que é o de divulgar DESCOBERTAS.
A cada novo achado, nas mais variadas áreas do conhecimento, o ímpeto do cientista é
fazer daquela novidade algo conhecido pela comunidade científica e pela sociedade de um modo
geral. Esta, ao ter acesso àquele novo conhecimento, pode elaborar técnicas e meios para
resolver demandas em escala local, regional ou, até mesmo, global, como é o caso dos achados
expostos a seguir:

Em uma série de relatórios importantes, Um time de cientistas liderado pela


cientistas em todo o mundo veementemente Fundação para a Evolução Molecular
chamaram a atenção para as alterações Aplicada, dos EUA, expandiu o que
climáticas da Terra, os riscos representados conhecemos como alfabeto genético. Se
por elas e a necessidade de respostas. Em antes quatro bases nitrogenadas,
2014, o Painel Intergovernamental sobre representadas pelas letras A, T, C e G,
Mudanças Climáticas divulgou sua quinta compunham todo o material do DNA, agora
avaliação da realidade e das consequências quatro novas letras foram adicionadas
das mudanças climáticas e, um ano pelos cientistas: Z, P, S e B. As novas
depois, vários países negociaram o Acordo bases nitrogenadas abriram espaço para a
de Paris, o acordo climático global com o reformulação do que conhecemos de nossa
objetivo de manter o aquecimento abaixo de genética.
2oC — que cientistas e líderes mundiais
consideram um limiar perigoso. Em outubro Fonte: Revista Veja. Disponível em:
de 2018, o IPCC publicou outro relatório https://veja.abril.com.br/ciencia/as-cinco-
sombrio que descrevia os enormes custos maiores-descobertas-cientificas-de-2019/.
do aquecimento a 1,5oC até 2100 — Acesso em: 10 maio 2020.
provavelmente o mínimo enfrentado pelo
planeta.

Fonte: National Gerographic. Disponível em:


https://www.nationalgeographicbrasil.com/m
eio-ambiente/2019/12/conheca-20-
principais-descobertas-cientificas-da-
decada. Acesso em: 10 maio 2020.
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A comunicação é um processo inerente à atividade humana, isso nós já discutimos. Falamos,


ainda, que, dentre as muitas formas de desvendar a realidade, a ciência é uma delas, e, para tanto,
há um rito a ser seguido. Realizar descobertas científicas demanda um conjunto de métodos,
técnicas e procedimentos. O resultado desse processo culmina em um tipo de conhecimento que,
para Le Coadic (2004), é resultado das atividades científicas e técnicas, registradas e armazenadas.
Como o mesmo é obtido por meio de métodos, técnicas e procedimentos que podem ser aplicados
por outros cientistas, é considerado confiável.
Sendo ele confiável, deve ser publicado e divulgado para que a sociedade possa usufruir da
descoberta. A todo o processo damos o nome de comunicação científica. Garvey (1979) nos ajudou
a compreender esse conjunto de atividades. Para autor, a comunicação científica não é meramente
a produção de um relatório e sua publicação, mas envolve outros aspectos:

O espectro total de atividades associadas com a produção, a disseminação e o uso


da informação, a partir do momento em que o cientista tem a ideia para sua pesquisa,
até que a informação sobre os resultados desta pesquisa seja aceita como
constituinte do conhecimento científico (GARVEY, 1979, p. IX).

Assim, poderíamos elaborar uma síntese a esse respeito. Tudo começa com uma ideia, que
é submetida a um método. Desse processo, temos uma nova ideia (resultado), que pode ser
publicável. Na medida em que é publicada outros sujeitos passam a discuti-la, abrindo novas
possibilidades de interpretação e lacunas, fortalecendo, assim, o círculo dialético de produção e
comunicação do conhecimento científico.
Imagem 3 – Circuito da atividade científica

Fonte: Elaboração das autoras, 2020.


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ATIVIDADE

Para consolidar a sua aprendizagem, reflita sobre a relação entre comunicação e ciência. A seguir,
escreva a sua síntese.

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PLANEJANDO UMA PESQUISA CIENTÍFICA

Tudo começa com uma


Podemos afirmar que o objetivo de uma pesquisa é “resolver Ideia!

problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedimentos Não podemos imaginar a


científicos” (BARROS; LEHFELD, 2000a, p. 14). comunicação científica
sem a descoberta. Por
Minayo (2011, p. 17), por sua vez, afirma que: sua vez, a descoberta
[...] atividade básica da Ciência na sua indagação e acontece ao longo de um
construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a minucioso e laborioso
atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do trabalho de investigação
mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a que chamamos de
pesquisa vincula pensamento e ação. pesquisa científica. O
cientista, de posse de sua
ideia, passa a
O êxito do ato de pesquisa depende do ato de planejar. Dessa forma, empreender meios para
é necessário definir um conjunto de procedimentos apontando: confirmá-la ou refutá-la.
Essa ideia também pode
ser apenas uma pergunta
a) tempo disponível para sua realização; acerca de um fenômeno
que o pesquisador deseja
b) espaço onde será realizado; esclarecer. Para tanto, ele
c) recursos materiais necessários; deve ter um caminho
muito bem delimitado, um
d) recursos humanos disponíveis. plano que, ao ser traçado,
define o que será
investigado, o que
Um projeto de pesquisa básico, ou seja, aquele que pode ser o ponto exatamente ele pretende
de partida para o pesquisador de qualquer área, deve ter elementos muito desenvolver, porque tal
investigação tem
objetivos, mas deve atender a um critério fundamental, que é o elemento relevância, como ele fará
para construir as
ético. A ética em pesquisa científica não deve ser negociada.
respostas de que precisa,
Ética na pesquisa científica exige que as investigações devem ser e quando ele realizará
cada uma das ações que
realizadas de modo a procurar, sistematicamente, o conhecimento, por
o levará ao seu objetivo.
observação, identificação, descrição, investigação experimental,
Diante de tantas questões
produzindo resultados reprodutíveis, realizado de forma moralmente a enfrentar, é necessário
elaborar um roteiro que
correta.
chamaremos, a partir de
Prodanov (2013) apontam alguns princípios éticos e suas implicações então, de projeto de
pesquisa.
para a pesquisa científica:

a) quando se pratica pesquisa, é indispensável pensar na responsabilidade


do pesquisador no processo de suas investigações e de seus produtos.
Nesse sentido, a honestidade intelectual é fator indispensável aos
pesquisadores, tornando-os cidadãos íntegros, éticos, justos e respeitosos
consigo e com a própria sociedade.
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b) A apropriação indevida de obras intelectuais de terceiros é ato antiético e qualificado como crime de
violação do direito autoral pela lei brasileira, assim como pela legislação de outros países.
c) O pesquisador deve se mostrar autor do seu estudo, da sua pesquisa, com autonomia e com respeito
aos direitos autorais, sendo fiel às fontes bibliográficas utilizadas no estudo.
d) É considerado plágio a reprodução integral de um texto, sem a autorização do autor, constituindo,
assim, “crime de violação de direitos autorais”.
e) As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) orientam a escrita e informam como
proceder na apresentação dos trabalhos acadêmicos e científicos, sendo suas regras recomendadas a
todo pesquisador, para ter seu trabalho reconhecido como original.
A Resolução MS/CNS nº 196/1996 define pesquisa com seres humanos como aquela “[...] que,
individual ou coletivamente, envolva o ser humano de forma direta ou indireta, em sua totalidade ou
partes dele, incluindo o manejo de informações ou materiais” (BRASIL, 1996). Deve-se atentar para o
fato de que, a fim de garantir que a pesquisa científica respeite os limites éticos convencionados pela
comunidade científica, os projetos de pesquisa devem passar pelo crivo dos Comitês de Ética em
Pesquisa. Atualmente, os pesquisadores devem submeter os seus projetos em uma plataforma
nacional, a Plataforma Brasil, que é, atualmente, a única via de protocolo de projetos de pesquisa.
Segundo a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), ela é uma base nacional e unificada
de registros de pesquisas, e permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes
estágios.
Compreendido que é necessário atentar para protocolos éticos, o pesquisador dará
continuidade ao seu trabalho, estabelecendo quais teorias e metodologias podem contribuir para atingir
o objetivo o qual se propõe. Em acordo com a área em que se situa o estudo, ou ainda em função do
objeto, a abordagem do pesquisador pode ser qualitativa ou quantitativa. Na pesquisa quantitativa, o
pesquisador compreende pela possibilidade de traduzir em números as opiniões e as informações para
classificá-las e analisá-las, ao passo que a abordagem qualitativa não utiliza dados estatísticos como o
centro do processo de análise de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir
unidades. Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos, retratando, de forma mais apurada
possível, os elementos existentes na realidade estudada.
O quadro a seguir demonstra os tipos de pesquisa científica, os quais não devem ser
confundidos com a abordagem. Abordagem, pela própria concepção do termo, está relacionada
diretamente à maneira pela qual o pesquisador trata o problema.
As pesquisas podem ser classificadas quanto à sua natureza, quanto aos seus objetivos e
quanto aos seus procedimentos ou técnicas. É sempre importante deixar bem claro no texto do projeto
de pesquisa qual a classificação da sua pesquisa quanto a esses elementos (Aqui, devemos citar a
fonte e dizer que podemos encontrar outras classificações ou nomenclaturas).
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Imagem 4 – Classificação das Pesquisas Científicas

Fonte: Elaboração das autoras, 2020.

Do ponto de vista das técnicas e dos procedimentos a serem adotados na realização de


uma pesquisa, podemos citar:

PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS

 Bibliográfico;
 documental;
 experimental;
 levantamento (survey);
 pesquisa de campo;
 estudo de caso;
 pesquisa ex-post-facto;
 pesquisa-ação;
 pesquisa participante;

Importante destacar que todas as ferramentas citadas estão à disposição do pesquisador,


e ele pode utilizá-las isoladamente ou em conjunto. Em uma pesquisa exploratória é muito comum
fazer o uso da técnica bibliográfica com a finalidade de elaborar um bom conhecimento acerca
do objeto que está sendo pesquisado. Ao mesmo tempo, se o pesquisador quiser aprofundar a
análise, precisará lançar mão de outras técnicas que possam trazer dados que o levem a elaborar
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ROTEIRO DO PROJETO DE PESQUISA

O roteiro a seguir é útil para guiá-lo na elaboração do seu projeto de pesquisa. De posse da
ideia, e tendo refletido sobre as questões éticas que a envolvem, é chegado o momento de pensar
sobre a sua questão de modo sistemático.

 Definição do tema e do título (o quê?);


 justificativa (por quê?);
 formulação do problema (grande questão e questões específicas);
 construção de hipóteses (em caso de pesquisa qualitativa, serão pressupostos não
explícitos);
 especificação dos objetivos (para quê?);
 metodologia (como?);
 embasamento teórico (quais conceitos?);
 orçamento (com quanto?);
 referências.

Definição do tema

O projeto de pesquisa começa a se tornar algo concreto com uma primeira pergunta técnica
que é “o quê?”. Ao responder essa pergunta, você, a partir de agora pesquisador, passa a definir o
tema da sua investigação, e pode já estabelecer um título, ainda que temporário. É verdade que este
último é elemento secundário, que pode ser elaborado em momento posterior. Contudo, não é
possível avançar sem estabelecer o tema da sua pesquisa, que nada mais é que o assunto sobre o
qual você irá se debruçar.
A partir da definição do tema, que é amplo e abrangente, é que se fará a delimitação, quando
fica claro o objeto da pesquisa. A pergunta “por quê?” é respondida ao apresentar a justificativa do
projeto de pesquisa. É de suma importância deixar claras as relevâncias científicas, políticas e sociais
da investigação. A justificativa consiste na exposição objetiva das razões pelas quais tornam a
investigação importante: cientificamente, qual contribuição a pesquisa trará para uma área do
conhecimento?; Politicamente, que impacto os resultados alcançados podem ter para a tomada de
decisão na vida prática?; E, por fim, qual a importância social do estudo, ou seja, de que modo a
sociedade poderá usufruir dos achados?
A formulação do problema está estritamente relacionada com a pergunta “o quê?”, uma vez
que, ao definir o tema, o pesquisador observa o geral, no esforço de formular o problema, para, em
seguida, avançar para o particular. Segundo Prodanov (2013), um problema de pesquisa só poderá
ser assim considerado se passar pelo crivo das perguntas a seguir:
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O problema

Questionamentos: pode ser enunciado em forma de pergunta? Corresponde a interesses pessoais


(capacidade), sociais e científicos, isto é, de conteúdos e metodológicos? Esses interesses estão
harmonizados? Constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-se entre si em, pelo
menos, duas variáveis? Pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica?
Pode ser empiricamente verificado em suas consequências?

Problema, para Kerlinger (1980, p.35), “[...] é uma questão que mostra uma situação necessitada de
discussão, investigação, decisão ou solução”. De modo simplificado, o problema consiste em uma questão
que a pesquisa pretende responder. Todo o processo de pesquisa irá girar em torno da tentativa de encontrar
respostas ou solução para o problema.
O problema de pesquisa deve ser exposto de modo claro, conciso e compreensível, demonstrando,
objetivamente, que o método científico é o melhor instrumento para tratar a questão. Nesse sentido, deve
ser evitado todo tipo de comentário valorativo que possa distanciar o problema da área de pesquisa na qual
ele se situa.
O problema pode, ainda, ser apresentado como uma sentença afirmativa ou interrogativa. Nesse
caso, o chamamos de questão norteadora, conforme leciona Prodanov (2013, p.122).
O problema de pesquisa pode ser enunciado de forma afirmativa quando se tratar de questão
norteadora, se julgado pelo pesquisador que essa alternativa seja mais adequada em relação
ao objeto de investigação. Nesse caso específico, informamos “Questão norteadora” e não
“Problema de Pesquisa”; nesse particular, não há enunciado para delimitar hipótese.

Hipóteses ou pressupostos

As hipóteses surgem do confronto do pesquisador com o problema, na medida em que aquele, na


tentativa de compreensão, elabora respostas prováveis, supostas e provisórias a este. Um projeto pode
reunir várias hipóteses, sendo uma delas principal e as demais secundárias. Ao longo da investigação, o
pesquisador buscará confirmar ou afastar tais respostas temporárias, elaborando um conjunto de resultados
legitimados pela teoria e metodologia escolhidos.
Nas pesquisas qualitativas, não existem hipóteses pré-concebidas (a priori), pois essas investigações
são constituídas de hipóteses a posteriori, construídas após a observação (da ênfase na indução). Nesse
sentido, quem observa ou interpreta (o pesquisador) influencia e é influenciado pelo fenômeno pesquisado.
Conforme aponta Gil (2010), nem sempre as hipóteses estão expressas no texto do projeto. Elas
podem ser implícitas, especialmente naqueles estudos que o objetivo é o de descrever um fenômeno.

Objetivos
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Após trabalhar sobre as perguntas “o quê?” e “por quê?”, deve-se avançar para a construção dos
objetivos, ou seja, responder à pergunta “para que?”. Os objetivos da pesquisa devem ser sempre
expressos em verbos de ação. Esses objetivos se desdobram em:
a) Geral: está ligado a uma visão global e abrangente do problema. Está relacionado com a finalidade geral
da investigação, qual seja: responder à questão norteadora e refutar ou comprovar as hipóteses construídas.
Tem relação direta com conteúdo próprio do projeto, os fenômenos e eventos apresentados na formulação
do problema ou questão. Deve iniciar com um verbo de ação.
b) Específicos: apresentam caráter mais concreto. Poderíamos afirmar que são as ações que devem ser
executadas para se chegar até o objetivo geral que foi construído.

Exemplos aplicáveis a objetivos: apontar, citar, classificar, conhecer, definir, descrever, identificar,
reconhecer, relatar; compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar,
localizar, reafirmar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, traçar,
otimizar, melhorar; comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar, ensaiar,
medir, testar, monitorar, experimentar, compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular,
produzir, propor, reunir, sintetizar; argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir,
selecionar.

A metodologia e métodos vem responder à pergunta “como?”, e cabe ao pesquisador refletir


sobre os meios a serem empregados para se atingir os objetivos traçados. Essa resposta está relacionada
a um tema tratado anteriormente, que diz respeito à abordagem e às técnicas de pesquisa.

Quadro 1 – Classificação das pesquisas científicas por critério e descrição


CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Natureza Básica Envolve verdades e interesses universais, procurando gerar conhecimentos
novos e úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista.
Aplicada Procura produzir conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos.
Método Científico Dedutivo Sugere uma análise de problemas do geral para o particular, através de uma
cadeia de raciocínio decrescente.

Indutivo O argumento passa do particular para o geral, uma vez que as generalizações
derivam de observações de casos da realidade concreta.
Hipotético-dedutivo Formulamos hipóteses para expressar as dificuldades do problema, de onde
deduzimos consequências que deverão ser testadas ou falseadas.
Dialético A dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da
realidade, já que estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos
quando considerados isoladamente, abstraídos de suas influências políticas,
econômicas, culturais, etc. Como a dialética privilegia as mudanças qualitativas,
opõe-se, naturalmente, a qualquer modo de pensar em que a ordem quantitativa
se torna norma.

Fenomenológico A fenomenologia se preocupa em entender o fenômeno e como ele se


apresenta na realidade. Não deduz, não argumenta, não busca explicações
(porquês), satisfaz-se apenas com seu estudo, da forma com que é constatado
e percebido no concreto (realidade).
Objetivo de Estudo Exploratória Visa a proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito
ou construindo hipóteses sobre ele.
Descritiva Expõe as características de uma determinada população ou fenômeno,
demandando técnicas padronizadas de coleta de dados.

Explicativa Procura identificar os fatores que causam um determinado fenômeno,


aprofundando o conhecimento da realidade.
Procedimento Pesquisa Concebida a partir de materiais já publicados.
Técnico Bibliográfica
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Pesquisa Utiliza materiais que não receberam tratamento analítico.


Documental
Pesquisa Determinamos um objeto de estudo, selecionamos as variáveis e definimos as
Experimental formas de controle e de observação dos efeitos

Levantamento (Survey) Propõe a interrogação direta de pessoas.

Estudo de Caso Representa a estratégia preferida quando colocamos questões do tipo “como”
e “por que”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e
quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum
contexto da vida real.

Pesquisa ex-post-facto O experimento se realiza depois dos fatos.

Pesquisa-ação Procura estabelecer uma relação com uma ação ou um problema coletivo.
Pesquisa participante Quando é desenvolvida a partir da interação entre pesquisadores e membros
das situações investigadas.

Abordagem Qualitativa O ambiente natural é fonte direta para coleta de dados, interpretação de
fenômenos e atribuição de significados.
Quantitativa Requer o uso de recursos e técnicas de estatística, procurando traduzir em
números os conhecimentos gerados pelo pesquisador.
Clareza da Questão Sim ou Não Procura medir a transparência das informações.
de Pesquisa
Tipos de Questão Como, por que, o que, Identificar a questão central da pesquisa a partir da qual será desenvolvido o
de Pesquisa quem, qual, quantos, estudo.
quando, onde ou não
especificado
Utilização de Teste- Sim ou Não Facilitar, para o pesquisador, a determinação de unidades de análise, métodos
Piloto (pré-teste) de coleta/análise de dados.

Fonte: Prodanov (2013).

A metodologia estará em diálogo permanente com o objetivo geral e os objetivos específicos do projeto de
pesquisa, visto que os meios a serem utilizados dependerão de cada ação a ser desenvolvida. Se, por exemplo, um
dos objetivos específicos do estudo seja o de apontar o estado de desenvolvimento do tema numa área especifica, a
pesquisa bibliográfica será necessária. Por outro lado, quando o problema está muito bem delimitado e o pesquisador
precisa observar in loco uma dada realidade, o estudo de caso pode ser uma metodologia a ser adotada.
O embasamento Teórico se apresenta como mais uma importante etapa do projeto de pesquisa. A partir
dele, o pesquisador definirá quais conceitos são empregados. Em resumo, em quais ideias centrais o pesquisador se
apoia para descortinar as suas hipóteses ou buscar responder à questão norteadora. Informalmente, dizemos que se
trata da escolha subjetiva do pesquisador acerca de com quem irá caminhar ao longo do processo investigativo, quais
serão os teóricos com quem estabelecerá o diálogo necessário para buscar seus achados de pesquisa.
Para definir tal embasamento, o trabalho inicial é o de revisão bibliográfica, que consiste em realizar um amplo
levantamento de fontes teóricas sobre o tema a ser pesquisado. No bojo dessas fontes se inserem relatórios de
pesquisa, livros, artigos científicos, monografias e dissertações, dentre outras. Essa pesquisa inicial será capaz de
demonstrar ao pesquisador a contextualização do tema, ou, como é chamado por alguns na comunidade científica, o
“estado da arte” (ROMANOWSKI; ENS, 2006), de modo que essa demonstração se apresenta como uma revisão
bibliográfica, chamada também de revisão de literatura.
Do trabalho exploratório de pesquisa bibliográfica, a qual acontece, a priori, em praticamente todas as
pesquisas científicas, o pesquisador é capaz de construir os conceitos com os quais irá trabalhar. Tal fato é de grande
relevância, visto que não pode haver dúvidas acerca do que o pesquisador quis comunicar a partir da abstração de
uma realidade que deve ser devidamente conceituada. Por isso, no futuro relatório de pesquisa que será resultado do
projeto, o pesquisador deverá tratar, especificamente, de cada conceito definido na fase de escolha teórica.
18

O orçamento deve responder, de forma objetiva, quanto? será dispendido no trabalho de investigação. O
orçamento distribui os gastos previstos com a pesquisa tanto em relação ao pessoal quanto com o material. Contempla,
também, a fase da elaboração do projeto, a execução da pesquisa e a elaboração do trabalho de conclusão
(PRODANOV, 2013).
Por fim, o projeto de pesquisa deve ser construído considerando um começo, um meio e um fim, daí a
necessidade de construção de um cronograma, devendo esse dimensionar cada uma das etapas do desenvolvimento
da investigação, geralmente em meses. Deve-se considerar, neste curso, para fins práticos, que a pesquisa no Brasil
acontece em institutos de pesquisa criados com essa finalidade ou em instituições de ensino superior. Estas, buscam
desenvolver a pesquisa científica no âmbito dos seus cursos de graduação e pós-graduação. Quando a pesquisa
ocorre nesses cenários o cronograma leva em consideração o tempo definido por tais cursos para a realização da
investigação e publicação dos resultados. Lembrando que o cronograma de uma pesquisa depende de muitas variáveis
envolvidas no processo, como, por exemplo, carência de estudos na área, a disponibilidade de recursos humanos e
materiais, questões de ordem político-institucional, entre outros aspectos.
A seguir, uma sugestão de cronograma de pesquisa a ser realizada em seis meses, compreendendo aí a
proposição do projeto, a realização da investigação e a produção do relatório.

Quadro 2 – Modelo de cronograma


MÊS
ATIVIDADE 01 02 03 04 05 06
Escolha do tema
Revisão bibliográfica
Escrita do projeto de pesquisa:
-revisão de literatura;
-justificativa, objetivos, problematização e
metodologia;
-fundamentação teórica.
Coleta de dados
Análise dos dados e elaboração de sínteses
Ajustes teóricos e metodológicos

Finalização da síntese
Redação do relatório
Revisão do relatório quanto à ortografia e
normalização
Submissão do trabalho para publicação

Fonte: Elaboração das autoras, 2020.

As referências, por fim, contêm todo o material consultado/utilizado na elaboração do projeto de pesquisa,
devendo constar livros, artigos, periódicos, jornais, monografias, CDs, sites, etc. Conforme aponta Prodanov (2013),
pode-se incluir, ainda, o material bibliográfico que será lido no decorrer do processo de pesquisa. As obras
utilizadas/consultadas para a elaboração do projeto e as fontes documentais previamente identificadas, que serão
necessárias à pesquisa, devem ser indicadas em ordem alfabética e conforme a NBR 6023, da ABNT, publicada em
2002 e atualizada em 2018, geralmente quando o relatório da pesquisa deva ser publicado no Brasil.

ATIVIDADE
19

Considerando os estudos nessa seção, reflita acerca de um tema que possa ser objetivo de pesquisa científica, e
registre-o a seguir, buscando delimitá-lo, saindo do tema geral para o particular, até que você possa se aproximar de
um problema de pesquisa ou uma questão norteadora.
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GÊNEROS TEXTUAIS, CLASSIFICAÇÕES E


FINALIDADES
20

Os gêneros textuais exercem um objetivo específico quando o objetivo geral é a comunicação. Dessa
forma, existem inúmeras classificações para os textos, conforme a sua finalidade. Não devemos confundir
esse conceito de gênero textual com o de gênero literário. Este se preocupa, exclusivamente, com os textos
literários, como o próprio termo indica. Ao falarmos em gênero textual, referimo-nos a todo e qualquer tipo
de texto. Entre esses textos, destacam-se, para o nosso estudo, aqueles com objetivo didático, conforme
definição dada por Motta-Roth, Hendges (2010). Para as autoras, o texto científico compõe o gênero
didático, subdividindo-se em uma série de outros textos, dentre eles a resenha, o resumo, o ensaio, a
monografia, a tese e o artigo.
Como um objeto complexo e plural, o texto científico materializa-se por meio de gêneros
diferentes, tais como: 1- gêneros didáticos: resumos, resenhas, relatórios, projetos,
apresentação de trabalhos orais e escritos e outros; 2- gêneros de divulgação: artigos,
resenhas, ensaios; 3- gêneros de conclusão e/ou aquisição de grau: monografia, ensaio,
dissertação, tese, memorial, no entanto, cada gênero é reconhecido de forma particular em
sua construção textual, seja um artigo, um abstract, uma monografia, um livro, há funções
diferentes que o envolvem: tema e objetivo do texto, público-alvo, e organização das
informações (MOTTA-ROTH, HENDGES, 2010, p. 23).

No módulo I discutimos a relação entre comunicação e ciência e pudemos observar que o


pesquisador, ao fazer descobertas científicas, comunica-as à sociedade de várias formas. Contudo, é
através do artigo científico que apresenta, primeiramente, à comunidade científica seus achados. Neste
curso, trataremos especificamente desse tipo de texto, o artigo científico. No entanto, citaremos os outros
textos científicos com os quais devemos lidar no cotidiano acadêmico, e que são de grande relevância para
o êxito do trabalho do pesquisador.

Os gêneros didáticos estão relacionados ao cotidiano acadêmico que envolve docentes e discentes no
processo de ensino e aprendizagem. Ao produzir resumos, resenhas, relatórios, projetos ou, ainda,
realizarem apresentações orais, por exemplo, os alunos estão realizando ações que contribuem para o
desenvolvimento de habilidades e a construção de saberes variados. Dorsa (2013) define alguns desses
gêneros a seguir:
Resumo - Destaca o assunto do trabalho, o objetivo do texto, a articulação das ideias e as conclusões do
autor da obra resumida. Deve ser redigido em linguagem objetiva, não apresentar juízo crítico, dispensar
a consulta do original (resumo analítico), evitar a repetição de frases inteiras do original, respeitar a ordem
em que as ideias ou fatos são apresentados.
Resenha - Descrição minuciosa de um livro, de um capítulo ou de parte do mesmo. Também pode ser de
um artigo, de uma apostila ou qualquer outro documento. É um trabalho científico que exige conhecimento
do assunto, pois permite não só a comparação entre obras da mesma área, como também produz
avaliação e emissão de juízos de valor. Promove, também, a avaliação da relevância da obra em relação
a outras do mesmo gênero.

Relatórios - Os critérios necessários obedecem aos seguintes itens: identificação - título do plano de
trabalho, nome do orientando e orientador, resumo das atividades desenvolvidas; principais resultados
(apresentação e discussão); referencias; atividades complementares; alterações na proposta original.
21

Os gêneros de divulgação visam, de forma prioritária, fazer conhecido de um determinado grupo um


saber específico. De modo particular, é o gênero textual mais utilizado por pesquisadores, docentes e
discentes, visando à divulgação científica de trabalhos produzidos. Os artigos, as resenhas e os ensaios
são exemplos de tipos de textos mais usados com essa finalidade. Sendo que a escolha por um ou outro
está muito relacionada à área de estudo em que se localiza a questão a ser divulgada. Ultimamente, têm-
se popularizado outro tipo de texto que poderíamos incluir nessa classificação, que são os relatos de
experiência. Cada vez mais, periódicos e eventos científicos têm recepcionado esse tipo de texto,
especialmente para a divulgação, no caso do Brasil, da extensão universitária. O livro também pode ser
visto como um texto de divulgação, contudo, transita entre os demais gêneros em vista do tema tratado,
público-alvo e formatação.
Conforme Motta-Roth e Hendges (2010), os artigos têm o “[...] objetivo de divulgar, discutir ou apresentar
dados referentes a um projeto de pesquisa experimental sobre um problema específico (artigo
experimental) ou apresentar uma revisão dos livros e artigos publicados anteriormente sobre o tópico
(artigo de revisão) dentro de um área do conhecimento específica” (p. 23).
As resenhas, por sua vez, visam resumir e avaliar um livro que traga contribuição para uma determinada
área. Esse tipo de texto de divulgação é geralmente publicado em periódicos científicos.
Nos ensaios, há a exposição de ideias e pontos de vista. Ao se comprometer com esse objetivo, o autor
busca apoio no que outras pessoas têm divulgado a respeito da temática. Assim, é um texto que tem por
base metodológica uma pesquisa referencial.

Os gêneros de conclusão e/ou aquisição de grau são a monografia, o ensaio, a dissertação, a tese, o
memorial. São textos que, por sua robustez, conferem àquele que os produziu um determinado grau,
legitimando-o numa área profissional ou científica. A monografia é, comumente, mas não
obrigatoriamente, produzida por ocasião da graduação. A dissertação e a tese estão relacionadas à pós-
graduação stricto sensu. Os textos ensaio e memorial transitam como possibilidades na graduação e na
pós-graduação.

Segundo Motta-Roth e Hendges (2010), o artigo, o resumo e a resenha são os tipos textuais mais
utilizados no ambiente acadêmico para divulgação científica. Sendo o objetivo deste curso contribuir para a
prática da escrita científica, debruçar-nos-emos, no próximo módulo, sobre o artigo científico, tendo em vista
esse tipo textual ser um dos mais, se não o mais, usados para trazer informações científicas novas e
atualizadas de um tema ou problema, ou conter revisão crítica dos estudos realizados (SOUZA, 2009).
Deve-se ter em mente qual o objetivo da escrita científica, uma vez que a finalidade da comunicação
não deve ser perdida de vista. Até aqui, foi possível perceber que há uma variedade de textos, e que todos
22

contribuem para o registro do conhecimento produzido. Alguns desses são utilizados de modo particular
para divulgação da ciência.
O início de um trabalho acadêmico se dá com a leitura, momento em que é, geralmente, útil fazer
resumos e resenhas dos materiais lidos. Essa atitude torna mais simples a compreensão e a elaboração da
uma síntese, quando, ao se debruçar sobre ele, faz-se o esforço de resumir as principais ideias,
interpretando-as.
A produção desse tipo de texto é caminho obrigatório no processo de investigação científica, tendo
em vista que toda investigação começa com uma boa pesquisa bibliográfica.
Os resumos podem ser feitos com o objetivo de explicar os principais tópicos do texto lido.
Chamamos esse tipo de resumo indicativo ou descritivo, e pode apenas apresentar os pontos essenciais do
material original, abolindo exemplificações redundantes. O resumo crítico, por sua vez, apresenta, além da
síntese das ideais do material em estudo, a opinião de quem o elabora, diferindo da resenha por sua
extensão, esta é mais ampla, aquele mais reduzido. Por fim, quanto aos resumos, temos, ainda, aqueles
que antecedem os trabalhos completos, a exemplo do artigo, são os chamados técnico-científicos, que tem
por objetivo informar ao leitor o conteúdo principal do texto que o seguirá.
De acordo com Podarov et al. (2013, p.148), bons resumos devem considerar o seguinte:
- apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra;
- não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais;
- respeitar a ordem das ideias e dos fatos apresentados;
- empregar linguagem clara e objetiva;
- evitar a transcrição de frases do original;
- apontar as conclusões do autor;
- dispensar consulta ao original para a compreensão do assunto.

Quanto às resenhas, na prática, elas são um resumo crítico mais ampliado. No cotidiano, é muito
comum chamarmos de resenha crítica o material produzido pelos estudantes como resultado da leitura de
um determinado conteúdo que, ao ser resumido, apresenta em paralelo os julgamentos de quem o produz.
Esta modalidade difere daquela, sobre a qual falamos anteriormente, que se insere como texto de divulgação
de um livro que, ao trazer uma contribuição para uma determinada área, é resenhado, e o produto desse
processo é divulgado em veículos de comunicação científica.
Uma resenha com fins acadêmicos, e não para divulgação, dever conter, obrigatoriamente, os
seguintes tópicos: a referência; o resumo da obra; as conclusões do autor; seu quadro de referências; e a
crítica do resenhista. Se estamos nos referindo à resenha para fins de divulgação o texto, é preciso estar
atento aos itens indicados por Podarov et al. (2013, p. 152):
- conhecimento completo do artigo ou da obra, não ficando limitado à leitura do índice, do
prefácio e de um ou outro capítulo, mas exigindo um aprimorado estudo analítico de todo
artigo ou da obra;
- conhecimento do assunto a ser criticado: caso o leitor não tenha tal conhecimento,
aconselhamos buscá-lo, pois um julgamento superficial transforma o trabalho do crítico em
apreciação sem fundamento;
- independência de juízo para ler, expor e julgar com isenção de preconceitos, simpatias ou
antipatias. O que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas
opiniões, mas se foram deduzidas corretamente;
- justiça ao apreciar: mostrar tanto os aspectos positivos quanto as deficiências do trabalho;
- fidelidade ao pensamento do autor, não descaracterizando suas opiniões, mas assimilando
com exatidão as suas ideias, para examinar, cuidadosamente e com acerto, sua posição.
23

Até aqui, pudemos perceber que a comunicação escrita é de grande relevância na prática acadêmica,
e várias são as modalidades de textos a serem desenvolvidas por ocasião desse trabalho. Percebemos,
também, que alguns textos, como os resumos e as resenhas, estão diretamente ligados a uma fase da
pesquisa científica que convencionamos chamar bibliográfica, do ponto de vista técnico. À medida em que
o pesquisador se debruça sobre a seleção do seu material bibliográfico, é salutar a produção de textos que
resumam as ideias dos autores consultados e, ao mesmo tempo, registrem suas próprias opiniões acerca
dos temas tratados.

CONHECENDO O QUE É...

1. Um projeto de pesquisa?
Um projeto de pesquisa tem por objetivo principal explicitar as intenções propostas pelo pesquisador.
Como define o próprio significado da palavra “projeto”, que denota proposição, esse instrumento acadêmico
representa uma das competências mais relevantes a ser desempenhada pelo pesquisador. Um projeto de pesquisa
se caracteriza, portanto, como uma ação (intenção) apresentada por um acadêmico, orientadora do desenvolvimento
de um estudo investigativo. Trata-se, portanto, de um instrumento importante, pois deve retratar as principais
intenções do pesquisador, explicitando, desse modo, o foco, direcionamento que o norteará, assim como também
revelará os reais interesses da proposta.

2. Um TCC?
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma produção acadêmica, de caráter obrigatório para a
obtenção do diploma de cursos de graduação e/ou pós-graduação latu sensu, em nível de especialização e
MBAs e cursos técnicos. Esse instrumento é elaborado em forma de dissertação, e tem por objetivo promover
oportunidades para o estudante ter iniciação ao pensamento e às práticas científicas. A elaboração do TCC varia
muito, pois reflete a filosofia de formação pedagógica de cada curso. É considerado pela legislação brasileira como
um trabalho individual a ser entregue, geralmente, no final da formação, para demonstrar que o aluno conseguiu
sistematizar os conhecimentos e as práticas desenvolvidas durante a sua formação.

3. Uma dissertação (de mestrado)?


O mestrado é considerado um estágio inicial da formação de um pesquisador, e, como curso de pós-
graduação stricto sensu, exige cumprir o ciclo de disciplinas obrigatórias, a defesa de uma dissertação e, em alguns
cursos, o aluno é obrigado a fazer tirocínio docente. Merecem destaque, nesse breve resumo, as seguintes questões:
de que trata a dissertação? Qual o papel a cumprir da produção acadêmica nesse estágio da formação pós-graduada?
Responder a essas perguntas exige considerar que o mestrado deve desenvolver um projeto de pesquisa dentro de
um tema de interesse do aluno, mas em atendimento às linhas de pesquisa definidas pelo programa. É nesse
momento que o aluno começará a internalizar as particularidades do “fazer acadêmico”, que implica começar a
vivenciar o seu campo de atuação e a conhecer melhor os seus pares. Nesse ambiente, o estudante terá a
oportunidade de expandir o universo da sua pesquisa e de produzir trabalhos que poderão servir como fonte de
estudos para outros pesquisadores.

Ao final do ciclo da formação do mestrado (que dura, em média, 24 meses), o aluno deve elaborar e defender uma
dissertação que responda às questões que enunciou em seu projeto de pesquisa, apresentado como requisito para
o processo seletivo. Há um reconhecimento de que a dissertação não tem a obrigação e trazer um grau de ineditismo,
24

Na próxima seção, falaremos, de modo mais específico, de um tipo textual: o artigo científico. Esse
é comumente utilizado para a divulgação de achados das pesquisas, amplamente usado por pesquisadores,
docentes e discentes no ensino superior.
25

ATIVIDADE

Escolha um texto acadêmico de sua preferência e produza o um resumo crítico, considerando os seus
saberes e habilidades.
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O ARTIGO CIENTÍFICO COMO ESPÉCIE TEXTUAL


26

Poderíamos iniciar essa seção com a seguinte pergunta: o que é um artigo científico? Contudo,
preferimos partir da indagação feita pelo Prof. Valtenci Zucolotto (2020), em seu curso sobre escrita
científica, que é: o que publicamos?
Nos módulos anteriores, apresentamos o artigo como um gênero textual de divulgação. Ora, tendo
ele a finalidade de divulgar uma novidade científica, partimos do pressuposto de que é escrito para ser
publicado. Logo, a pergunta “o que publicamos?” é muito pertinente. Podemos afirmar que publicamos
resultados ou conclusões, contudo, mais acertadamente, poderíamos dizer que publicamos ideias.

UM ARTIGO CIENTÍFICO PUBLICA IDEIAS!

Os cientistas partem de uma ideia, aplicam um método para a análise da mesma e chegam a uma
nova ideia, agora publicável, porque legitimada pelo método científico. Quando publicada, a ideia chega às
pessoas que tornam a refletir acerca do que foi divulgado, criando, assim, um ciclo salutar para a ciência,
de permanente atualização do repositório de conhecimento.
O artigo segue regras muito próprias para a sua redação, assim como ocorre com outros gêneros
textuais, mas nem sempre foi assim. Houve um período em que as descobertas científicas não tinham um
modelo padrão para serem comunicadas. Segundo Zucolotto (2020), a escrita científica tem um marco na
criação da The Philosophical Transactions of the Royal Society, no século XVIII.

Imagem 5 – Primeiras edições das Philosophical Transactions e Journal des Savants, ao meio Henry
Oldenburg

Fonte:Galoá Journal. Disponível em: https://galoa.com.br/blog/historia-da-ciencia-


periodicos-que-influenciaram-nossa-comunicacao-cientifica. Acesso em: 10 maio 2020.

História da ciência: periódicos que influenciaram nossa comunicação


científica
Apesar de ser esse o contexto atual, este post vai comentar um pouco sobre o surgimento dos primeiros
periódicos científicos há mais de 350 anos, e que continuam sendo publicados até hoje. Eles são o
27
28

Com o avanço tecnológico, cada vez mais os artigos científicos são produzidos conforme um formato
que visa, de modo particular, a clareza e o entendimento da comunicação repassada. Assim, não tem sentido
a comunicação científica que não comunica. Como em todo processo de comunicação escrita, é fundamental
que o autor reconheça o seu leitor, assim, é imprescindível identificar qual é o potencial leitor do manuscrito,
na medida em que também identifica qual a área na qual a comunicação se insere. Essa informação será
necessária para guiar o autor na elaboração do escopo do texto, na escolha das seções, das expressões a
serem utilizadas, entre outras questões.
Koche (2007, p. 148-149) sugere a seguinte estrutura para redigir um artigo científico: identificação
- contém o título do artigo; o nome do autor e sua qualificação (profissional e acadêmica - o que faz, local
de trabalho e sua titulação acadêmica mais elevada); resumo e abstract - deve ser autoexplicativo, usando
terceira pessoa do singular e dando preferência ao verbo na voz ativa, redigido em um único parágrafo
formado de uma sequência coerente de frases concisas e não de uma enumeração de tópicos, a primeira
frase deve ser significativa para explicar o tema do artigo. Para publicações em periódicos, o resumo deve
ser apresentado também em idioma estrangeiro de grande divulgação, geralmente em inglês
abstract; palavras-chave - termos (palavras ou frases curtas) que indicam o conteúdo do artigo em português
e em idioma estrangeiro; artigo (corpo) - contém as três partes redacionais de um trabalho científico:
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Além dos elementos citados por Koche (2007), após a conclusão deve seguir a lista dos materiais
consultados para elaboração do artigo, seção essa que chamamos de referências. Alguns artigos, em vista
da metodologia aplicada no estudo ou exigências do veículo de divulgação do manuscrito, ainda podem
conter apêndices e anexos. Os apêndices se constituem do conjunto de material ilustrativo produzido pelo
autor do artigo, e os anexos constituem o conjunto de material que não foi produzido pelo próprio autor, mas
que pode ser relevante para a melhor compreensão do texto pelo leitor.
A estrutura de um artigo, ou seja, os seus elementos textuais, é composta por três partes
organicamente unidas (LAKATOS; MARCONI, 2007), conforme descritas a seguir:

a) Introdução: formulação clara e simples do tema da pesquisa

Na introdução, o autor deve se preocupar em apresentar o problema de pesquisa e, ao mesmo


tempo, de forma sucinta, demonstrar de que modo o referido problema é tratado por outros autores. Além
dessa apresentação, a seção de introdução deve demonstrar para o leitor a importância da comunicação,
ou seja, a justificativa do artigo, porque ele está sendo escrito do ponto de vista de contribuição para a área
e para a sociedade. Deve constar, igualmente, os objetivos da comunicação, a forma de abordagem da
questão e uma concisa referência a trabalhos anteriores relacionados com a pesquisa em atual, devendo,
ainda, adiantar o principal achado desta. A introdução tem por objetivo apenas deixar o leitor a par do
assunto e do método de abordagem da questão. Uma boa introdução é aquela que oferece condições ao
leitor de saber em primeira mão do que se trata o texto que vem a seguir.
b) Desenvolvimento: texto ou corpo do trabalho
29

O que se convencionou chamar de desenvolvimento nada mais é do que, efetivamente, o artigo em


si, ou seja, as seções comunicam de modo específico os resultados da pesquisa. Ela apresenta seções
relativas ao problema em si, sua formulação com os consequentes objetivos do trabalho; a fundamentação
teórica que ancora o estudo, favorecendo sua análise; a metodologia e os métodos adotados; e, por fim, os
resultados e suas discussões. É preciso haver um cuidado em dividir adequadamente as seções em acordo
com o objetivo de cada uma, para que o leitor possa se situar de modo específico quando quiser informações
sobre o problema, o método, a teoria ou os resultados.

c) Conclusão: constitui a parte final do processo

Apresenta uma síntese completa dos resultados da pesquisa, o resumo das principais informações
ou dos argumentos. A conclusão tem sido chamada em algumas áreas, especialmente em subáreas das
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, de considerações finais, tendo em vista o caráter temporário de uma
síntese. De forma objetiva, podemos dizer que as considerações finais reforçam toda a argumentação
apresentada nas seções anteriores, e deve responder ao objetivo que foi exposto na introdução, reforçar os
pontos frágeis e apontar as lacunas ou novas perguntas advindas do processo de investigação.

TÍTULO, AUTORES E RESUMO/ABSTRACT

Todo artigo científico, antes de iniciar o texto propriamente dito, deve ter um título, e nele deve constar
a autoria, sendo esses os elementos pré-textuais. É necessário, também, redigir um resumo que apresente
ao leitor a principal ideia do texto. A seguir, daremos algumas dicas sobre esses elementos.

 O título será o elemento de atração do leitor, logo, deve ser uma preocupação construir uma chamada
atrativa.
 O título deve ser claro, de modo que o leitor não tenha dúvidas sobre qual tema será tratado no texto;
 Deve ser conciso, conter as palavras necessárias à compreensão do que se trata o texto. Deve-se
evitar vocábulos que em nada acrescentam quanto ao objetivo do título que, vale lembrar, é: situar o
leitor quanto ao problema a ser tratado no artigo.
 Os títulos devem ser específicos, e não há problema em adiantar no título o principal achado da
pesquisa. É até salutar que no próprio título o leitor possa identificar palavras-chave relacionadas
aos resultados que o artigo comunica.

Quanto à autoria dos artigos, não há uma regra rígida quanto ao número de autores e coautores,
essa questão passa por um debate ético. Deve-se considerar, em primeira análise, que são autores dos
trabalhos os pesquisadores que efetivamente contribuíram no processo de investigação.
 É comum que os pesquisadores mais experientes sejam orientadores em muitos dos projetos de
pesquisa que são desenvolvidos. Isso leva, muitas vezes, que figurem como coautores nos artigos
em que os seus orientandos são autores principais. O contrário também pode ocorrer: o pesquisador
30

sênior figurar como principal responsável pela descoberta científica, e, nesse caso, esse será o
primeiro autor. Como não há uma regra, deve-se prezar, prioritariamente, pelos aspectos éticos.

O resumo em língua vernácula e o resumo em língua estrangeira, que pode ser o abstract, quando
a exigência do veículo de divulgação for a língua inglesa, deve ser produzido, considerando que essa seção
é, muitas vezes, utilizada como fins de seleção pelo leitor, a fim de definir se um determinado artigo fará
parte ou não de seu referencial. Por essa razão, o resumo é para fins de divulgação, uma das partes mais
importantes do trabalho, e deve conter elementos básicos de modo que seja possível saber do que se trata
o artigo, em qual área o trabalho se insere, qual metodologia foi empregada e qual o principal resultado.
 O resumo deve se apresentar como a contextualização do artigo.
 Deve apresentar a área em que se insere, a lacuna a ser estudada ou, ainda, o problema de
pesquisa, o propósito do artigo, ou seja, o seu objetivo geral; a metodologia de forma bem genérica;
o principal resultado com a sua consequente contribuição.
 De acordo com a NBR n.º 6028 (ABNT, 2003b), o resumo de artigos científicos deve ter entre 100 e
250 palavras.

ATIVIDADE
Pesquise por artigos em periódicos científicos da sua área, e observe como eles foram construídos.
Selecione um deles e identifique no título e no resumo as características estudadas até aqui.

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COMO FAZER UMA INTRODUÇÃO?


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Devemos considerar tudo sobre o que conversamos até aqui sobre os objetivos da
comunicação científica. Tendo isso em mente, podemos dizer que o que mais desejamos é divulgar
os resultados de nossas pesquisas de modo que o maior número de pessoas possível tenha acesso
a esse conhecimento, e que possam usufruir do seu potencial para a transformação de uma dada
realidade. Dessa forma, a introdução deve, em paralelo, atrair o leitor para que o mesmo leia o
restante do texto e ainda dê condições para que ele já tenha acesso à principal informação que se
deseja disseminar, e, assim, possa ser agente divulgador do artigo, caso não possa por qualquer
razão lê-lo na íntegra.
Considerando esses dois objetivos, que podem parecer contraditórios à primeira vista, tem
por essência viabilizar o máximo possível a comunicação. Se o leitor fica muito interessado pelo
texto logo ao ler a introdução, provavelmente seguirá com a leitura. Mas, caso perceba que o tema
não lhe serve, não dará seguimento, no entanto, poderá divulgar com outros leitores de outras
áreas com quem tenha contato, e, dessa forma, o objetivo primeiro da comunicação científica pode
ser alcançado.
A introdução apresenta e delimita:
 o tema ou o problema em estudo (o quê?);
 os objetivos (para que serviu o estudo - para quê?);
 a justificativa, a relevância do tema (por quê?)
 a metodologia usada no estudo (como?);
 que autores, obras ou teorias serviram de base teórica para construir a análise do
problema;
 o principal achado ou lacuna.

Devemos ressaltar que a introdução é um texto curto, de até mil palavras. Conforme
Zucolloto (2020), algumas dicas podem ajudar a estruturar a introdução. A seguir, apresentaremos
as orientações desse professor para a construção de um modelo básico de introdução.

1. Contextualizar o estudo nos primeiros parágrafos, indicando a grande área e subárea,


familiarizando o leitor com a importância da temática para a área científica.
2. Nos parágrafos seguintes, apresentar as lacunas ou questões em aberto quanto ao
tema, o que é controverso, o que precisa de mais pesquisa, o problema.
3. O estado da arte ou revisão de literatura, de modo a situar a fronteira do
conhecimento, quem falou sobre o tema e o que basicamente, quais os principais
avanços, os últimos achados científicos referentes ao problema.
4. De que modo o problema foi tratado metodologicamente.
32

5. Na última parte, apresentar, claramente, quais os objetivos da comunicação e uma


breve exposição do resultado.

Podemos perceber que a introdução é construída a partir de um modelo funil: parte do geral
para o particular. Inicia com uma apresentação da área em relação ao tema, passa pelas questões
em aberto e o problema de pesquisa, como a questão tem sido tratada por outros autores, como o
autor do trabalho realizou a pesquisa e, por fim, o que especificamente pretende com o estudo
demonstrando o principal resultado desse objetivo.
Poderíamos ilustrar da seguinte forma:

Imagem 5 – Estrutura básica da seção Introdução

Fonte: Elaboração das autoras, 2020.

ATIVIDADE
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A partir dos artigos que você pesquisou para a realização da atividade anterior, identifique
os elementos estudados nas suas introduções.

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O QUE CONSTA NO DESENVOLVIMENTO DE UM


ARTIGO?
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Os elementos textuais de um artigo científico são formados pela introdução,


desenvolvimento e conclusões. Na seção anterior, apresentamos os objetivos da introdução e
algumas dicas para sua elaboração. No desenvolvimento deve constar, obrigatoriamente:
 metodologia: a metodologia que guiou os procedimentos, o cenário da pesquisa e a coleta
de dados;
 resultados: apresentação dos resultados encontrados durante a investigação;
 discussão: interpretação dos resultados.

A metodologia foi citada no resumo, foi apresentada de forma genérica na introdução e deve
ser explicitada no desenvolvimento. O lugar de expor as minúcias do processo de coleta dos dados,
dos métodos e técnicas escolhidos, bem como os autores que alicerçaram metodologicamente o
estudo é nessa seção.
O conjunto de texto que trata desse assunto deve vir nomeado com subtítulo que deixe claro
se tratar de objeto referente a questões metodológicas. Em algumas subáreas das Ciências
Humanas, a exemplo da Educação, tem-se usado o termo “percurso metodológico” para nomear a
seção. O autor é livre para tratar dos subtítulos, contudo, deve observar as regras específicas dos
veículos de divulgação científica.
Os resultados e discussões são a parte mais importante da comunicação, em que o autor
defende a sua ideia através da composição de material ilustrativo (quando for o caso) e texto
escrito. Não há um regramento rígido quanto ao formato dessa seção, nem mesmo quanto aos
subtítulos a serem dados ou não a fim de seccionar os temas tratados no desenvolvimento. Dessa
forma, um artigo pode ter apenas uma seção intitulada “resultados e discussões” ou pode ter um
corpo de desenvolvimento seccionado em subtítulos, conforme o assunto tratado.
A despeito da liberdade para nomear as seções, é necessário relacionar a introdução aos
resultados. Assim, todas as informações que foram registradas na introdução devem ser retomadas
e aprofundadas nos resultados e discussões, a exemplo dos objetivos, que devem ser respondidos.
Para cada objetivo apresentado na introdução, deve ser redigido o respectivo resultado. Dessa
forma, o autor cumpre, efetivamente, a função de comunicar os achados, respondendo ponto a
ponto o que foi exposto no início do artigo.
A seguir, partilhamos algumas dicas de Zucolloto (2020):
 nos resultados e discussões, é importante que o autor reforce a importância
daquela análise.
 A descrição dos resultados pode ser feita em texto escrito, figuras, gráficos,
tabelas, imagens, entre outros recursos visuais.
 Cada recurso deve ser descrito com sua consequente interpretação. Ainda é
possível fazer inferências entre os resultados encontrados e, eventualmente,
uma comparação com outros anteriormente publicados.
35

 As legendas devem ser claras, contribuindo para o pleno entendimento do


material ilustrativo.
 Antes de incluir uma ilustração, refletir se ela é realmente necessária; e sendo,
a mesma deve ser descrita e interpretada.
 Não repetir os textos das legendas ou títulos de figuras e tabelas nas suas
respectivas descrições.

Quando falamos em resultados e discussões, tratamos de uma seção única ou não. A


escolha por um formato ou outro está relacionado à melhor forma de comunicação. Assim, é
possível numa subseção apresentar os resultados e na seguinte a interpretação ou fazer isso
conjuntamente.

CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo científico está, até aqui, com seu corpo coeso. Falta-lhe, contudo, uma seção que
sintetize todas as informações tratadas ao longo do texto. Uma boa conclusão é a síntese dos
resultados; o reforço da teoria que os alicerça; um lembrete da metodologia e métodos utilizados;
36

a corroboração da justificativa para a realização do estudo e a apresentação das lacunas ainda


existentes ou as novas perguntas surgidas ao longo do processo de investigação.
Deve-se ter em mente que o que chamamos de conclusão, em um artigo científico, trata-se
apenas de uma síntese temporária, pois, sendo objeto de observação e nova investigação, tal
síntese fornecerá elementos para uma nova tese, considerando, aqui, a dialética essencial inerente
ao processo de investigação científica.
Ao contrário da introdução, que parte do geral para o particular, a conclusão faz o caminho
contrário, vai do particular para o geral. Apresenta, primeiramente, os achados, estabelecendo
sempre a conexão entre os objetivos geral e os específicos, e seus respectivos resultados. Reitera
a justificativa, demonstra a contribuição para a área de estudo e deixa registradas as novas
possibilidades de pesquisa sobre o tema.
É preciso considerar que toda investigação científica tem suas limitações, e a comunicação
desse processo deve expor tais limites. Ao registrá-los, o pesquisador está exercendo uma função
ética, ao mesmo tempo em que oferece elementos para novas e futuras reflexões acerca do
problema.
A conclusão, assim como a introdução, deve ser capaz de oferecer ao leitor as informações
mais importantes do artigo. Um artigo científico é um texto construído para ser visto de forma cíclica
quanto aos objetivos de cada seção. A conclusão e a introdução devem se encontrar quanto às
informações fornecidas. Dessa forma, poderíamos apresentar o seguinte esquema quanto ao que
deve ser exposto numa conclusão:

Imagem 6 – Estrutura básica da seção “conclusão”


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Fonte: Elaboração das autoras, 2020.

A figura abaixo ilustra a relação entre as seções do artigo:

Imagem 7 –Circuito entre as seções de um artigo científico

Fonte: Elaboração das autoras, 2020.

Em resumo, a conclusão reforça os resultados apresentados na seção “resultados e discussões” e


demonstra os limites do estudo.
38

ATIVIDADE
Para ajudar nessas atividades, se
liga na dica!
Considere os artigos pesquisados por ocasião das atividades
anteriores e realize um fichamento desse material, de modo a
identificar os trechos que se referem a: O fichamento é uma forma de
investigar que se caracteriza pelo ato
Metodologia ou materiais
de fichar (registrar em fichas) todo o
Desenvolvimento e Métodos
material necessário à compreensão de
um texto ou tema.
Resultados e discussão
O fichamento objetiva identificar as
obras consultadas, registrar o seu
conteúdo, as reflexões proporcionadas
Conclusão ou considerações finais
pela leitura e organizar as informações
colhidas. Desse modo, o fichamento,
Quadro 3 – Modelo de ficha (sugestão) além de possibilitar a organização das
Citação bibliográfica completa informações colhidas em textos, serve

Títulos e subtítulos como método de aprendizagem.


Dependendo dos seus propósitos,
podemos considerar dois tipos de

Informações que você coletou (citações entre aspas com o fichamento. Um deles, o fichamento
registro do número da página) que é solicitado ao estudante como
exercício acadêmico, com o propósito
de desenvolver as habilidades
exigidas para o estudo de textos.
Nesse caso, o fichamento consiste, em
geral, no registro do resumo do texto
Biblioteca, sítio eletrônico, etc.
Localização do material:
indicado.
Fonte: Elaboração das autoras, 2020. O propósito de resumir o texto é o
objetivo dominante. Assim, o critério
organizador do fichamento será dado
pela própria lógica do texto. O
fichamento, na prática, identifica-se
com o resumo, diferenciando-se deste
apenas na sua forma de
apresentação.
Fonte: PRODANOV, Cleber Cristiano.
Metodologia do trabalho científica:
métodos etécnicas da pesquisa e do
trabalho acadêmico 2. ed. – Novo
Hamburgo: Feevale, 2013. p.134

NÃO PARAMOS POR AQUI...


39

Neste primeiro material, buscamos apresentar para você, cursista, os objetivos do curso Escrita
científica na prática e os principais temas que trabalharemos ao longo dos nossos encontros. Esperamos
que este texto contribua para a sua aprendizagem e funcione como um guia durante o trabalho.
Partilharemos vários materiais através das ferramentas do Moodle para que possamos
desenvolver o quarto módulo, e que você possa, ao concluir o curso, ter em mãos um texto científico, produto
de uma ideia, que desejamos que se torne objeto de investigação.
Vamos juntos!
40

REFERÊNCIAS

BRASIL. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR n.º 6022: informação e


documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro,
2003a. Disponível em: https://posticsenasp.ufsc.br/files/2014/04/abntnbr6022.pdf. Acesso em: 20
maio 2020.
BRASIL. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR n.º 6028: Informação e
documentação – resumo – apresentação. Rio de Janeiro, 2003b. Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1942.pdf. Acesso em: 20 maio 2020.
ALONSO. K. M. Educar em Revista, Curitiba, n. 4, p. 37-52, 2014.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia: Um Guia para a Iniciação Científica.


2. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

BARROS, S.; ROSA, F.; RIBEIRO, E. M. Princípios e técnicas para elaboração de textos acadêmicos.
Salvador: UFBA, 2017.

DORSA, A. C. Os diferentes gêneros textuais utilizados na universidade: o papel docente e discente neste
caminhar. Cadernos do CNLF, Rio de Janeiro, CiFEFiL, v. 17, n. 03, 2013.

GARVEY, W. D. Communication: the essence of science. Oxford: Pergamon, 1979.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

______________. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

KERLINGER, F. N. Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais: um tratamento conceitual. São


Paulo: EPU: EDUSP – Editora da Universidade de São Paulo, 1980.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 24. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas,
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LE COADIC, Y-F. A Ciência da Informação. 2. ed.Brasília: Briquet de Lemos, 2004.

MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G.. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola, 2010.

PRODANOV, C. C. Metodologia do trabalho científica: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho


acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

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41

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ZUCOLOTTO, V. Escrita Científica: Produção de Artigos de Alto Impacto. Material de curso. Disponível
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