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Fatec Cruzeiro
Resumo:O artigo consiste em um estudo de caso que pretende analisar as principais ferramentas de
publicidade que vêm sendo aplicadas em grandes festivais de música que ocorrem no Brasil. Será
apresentada uma fundamentação teórica contendo os principais conceitos envolvidos nesses tipos de
ações publicitárias, com destaque para as ações aplicadas em eventos e sua relação com o Marketing de
experiências, além de demonstrar o papel exercido pelas mídias sociais. Com a finalidade de
exemplificar o tema deste artigo, um festival em específico foi analisado, o Rock In Rio (Brasil), devido
à grande repercussão nos últimos anos. Buscou-se analisar a percepção do público quanto às ações que
foram utilizadas, a opinião a respeito das edições do evento e o retorno gerado para as empresas
patrocinadoras, por meio da elaboração de entrevista aplicada com indivíduos que participaram deste
festival e tiveram contato direto com as ações de Marketing presentes nele, com o intuito de saber a
opinião a respeito do evento. Foi possível demonstrar quais as principais estratégias de Marketing
utilizadas por empresas em eventos de grande porte, assim como, a viabilidade de se utilizar um evento
dessa magnitude como ferramenta de Marketing e o impacto dessas ações na opinião dos participantes a
respeito do evento.
A cada dia o mercado para empresas fica mais concorrido e torna-se mais difícil
conseguir um lugar de destaque e fidelizar clientes. Nesse contexto, o Marketing passa a ser a
ferramenta essencial para o empresário conseguir vender seu produto ou serviço. Segundo
Kotler (2002, p.44), o Marketing é o conjunto de atividades humanas que tem por objetivo
facilitar e consumar relações de troca, ou seja, empresas investem dinheiro em ações criativas,
fazendo com que cada vez mais o consumidor se identifique com sua marca ou seu produto.
Como será visto mais adiante nesse artigo, a ferramenta mais utilizada para esse
propósito, na atualidade, são os grandes eventos e festivais musicais. Os eventos são mídias
que veiculam mensagens sem contato pessoal nem feedback, capazes de atingir diretamente o
consumidor. Especialistas acreditam que os eventos proporcionam uma interação entre os
participantes e as atividades que estão ocorrendo naquele tempo e espaço, facilitando assim a
adesão e satisfação com os produtos ou serviços comercializados neles. Essa interação ocorre
devido à possibilidade de aplicação de diferentes ações promocionais, como o Marketing de
Experiência ou Live Marketing, que proporcionam, por meio dos eventos, uma experiência
única, aumentando a identificação do público com a marca e seus produtos.
Assim, este artigo apresenta os eventos como uma ferramenta de Marketing eficaz,
constituindo-se como um forte meio de comunicação mercadológica, presente principalmente
em eventos de grande porte, como festivais de música de âmbito internacional.
Como metodologia, optou-se pelo estudo de caso. Estudou-se as ferramentas de
Marketing utilizadas na edição de 2015 do Rock in Rio, por meio de entrevista com
participantes do evento.
O aporte teórico está embasado em Kotler (2002), McKenna (1999), Hougle (2006),
Bezerra e Covalesk (2014), Cabrerizo & Santos (2011), Mansano (2013) e Capra (2002).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um evento como ferramenta de Marketing é uma das escolhas que uma empresa pode
fazer com a intenção de promover, incentivar e impulsionar o sucesso dos produtos que
vendem ou dos serviços que prestam. Logo, o evento, com sua importância, pode tanto
desconfigurar quanto promover o produto de forma excepcional.
"A promoção é vital para criar conscientização do evento, desejo por participação e
sentimento por parte do participante potencial de que o investimento em tempo e dinheiro
vale os benefícios oferecidos." (HOUGLE, 2006, p. 50). Então a capacidade do Promotor é
levada em consideração na efetuação de um evento.
Para Hougle (2006, p.162-163), o sucesso do evento que outrem irá planejar não está
no tipo de atração especial ou diversificado que vai conter, mas como o profissional habilitado
leva vantagem em fatores profissionais.
Também deve ser levado em consideração, na montagem do evento, a competição de
mercado, para a elaboração de uma estratégia eficaz.
Com isso, segundo o teórico (p.164), os desafios de efetuar a promoção de algum
produto se tornam maiores envolvendo a competição de mercado, custos e duração dos
eventos.
As estratégias do profissional devem ser elásticas para se adequar tanto a pequeno
quanto para grandes eventos e para a obtenção de resultados expressivos.
Para Capra (2002, p.267), a sociedade vive em uma era onde as redes tem grande
importância para as organizações:
O autor enfatiza com essa citação a ideia de que a ferramenta mais comum utilizada
por todos é a internet, seja para ver um filme, ler um livro, ouvir uma música ou até mesmo
comprar roupas e utensílios. Ela aproxima o público de tudo que um dia se imaginava
distante, como por exemplo, ver uma foto que o artista favorito tirou há menos de cinco
minutos e até interagir com ele, curtir aquela publicação do time do coração, assistir um show
ao vivo da banda favorita ou simplesmente conversar com um amigo que mora longe
utilizando uma vídeo-chamada.
Utilizando o conceito de que todos, ou pelo menos a maioria, fazem uso da internet,
grandes marcas não poderiam deixar de fora a utilização dessa ferramenta. Onde há demanda
de público é preciso haver uma empresa, juntamente com seu setor de Marketing, para
mostrar seu produto ou serviço, interagir com o público e, é claro, atrair novos clientes. A
internet proporciona tudo isso, seja para a grande multinacional ou para a pequena empresa
recém criada, que busca por um espaço no mercado.
Com o uso das redes sociais, empresas conseguem promover seus produtos ou
serviços em campanhas por meio de vídeos, alcançando assim um grande número de pessoas;
melhorar sua interação com o público seja por um blog ou pelo seu próprio website; entre
outros recursos. Esse tipo de ferramenta é excelente para o empreendedor, visto o baixo custo
de investimento e manutenção que ela possui, assim como o grande alcance que proporciona.
3. METODOLOGIA
Entre os dias 11 e 20 de janeiro de 1985, em um terreno cheio de lama com 250 mil
metros quadrados localizado em Jacarepaguá/RJ, aproximadamente 1,4 milhão de pessoas,
segundo o jornal "O Estadão", viram nascer aquele que seria um dos maiores festivais de rock
do Brasil e do mundo. A primeira edição do Rock in Rio trouxe artistas renomados do cenário
do rock mundial como Iron Maiden, Queen, AC/DC, George Benson, Rod Stewart, James
Taylor, Scorpions e Ozzy Osbourne. De lá pra cá foram mais de 1,2 mil artistas no palco,
reunindo um público total de quase 8 milhões de pessoas. Após sua última estadia no Brasil
em 2001, o evento fez um tour pelo mundo durante 10 anos e só retornou para a casa em
2011, trazendo atrações renomadas como Rihanna, Red Hot Chilli Peppers, Guns N' Roses,
Metálica, entre outros. Atualmente o evento ocorre no Brasil a cada dois anos, além de
realizar um tour pelo mundo, passando pelas cidades de Nova Iorque (EUA), Madrid
(Espanha) e Lisboa (Portugal).
De acordo com seu site oficial, o evento conta com 12 patrocinadores, 11 media
partners1, 33 empresas apoiadoras e 18 empresas parceiras. Um sucesso no quesito
publicidade. Cada empresa patrocinadora tem seu stand exclusivo para realizar sua ação de
Marketing e vincular seu nome ao evento, por meio de propagandas publicitárias. Essas dão
um show de criatividade, objetivando não somente vender seu produto, mas proporcionar um
momento inesquecível para o participante do evento, com ações interativas.
Em entrevista realizada com participantes de edições anteriores, pôde-se conhecer um
pouco sobre as experiências do público no evento que vão desde andar na roda gigante do
banco Itaú, patrocinador máster do evento, até passear pela Cidade do Rock na tirolesa
montada pela marca de cerveja Heineken, que tem um contrato de exclusividade e é a única
marca a ser vendida no evento.
O Rock in Rio é repleto de ações publicitárias que fazem com que o cliente absorva a
marca e o nome da empresa, associando-a com as experiências vivenciadas no evento, mesmo
1
Media Partners: Um apoiador ou parceiro de mídia que alia a sua imagem e comunicação a um determinado
evento.
que de modo inconsciente. Tendo ainda o apoio das mídias sociais, as marcas conseguem
atingir não somente os participantes do evento como também os telespectadores que o
acompanham de casa, com campanhas utilizando as famosas hashtags nas redes sociais.
Outro assunto bastante explorado nas ações é a sustentabilidade. Na edição deste ano
(2015), segundo a entrevistada Letícia Paiva, o participante que quisesse ganhar um brinde
exclusivo do evento tinha apenas que juntar certo número de copos descartáveis e se dirigir a
um ponto de troca para pegar sua lembrança.
O Rock in Rio mostra de uma maneira majestosa que o Marketing é hoje a peça chave
de qualquer empresa que queira divulgar seu produto. Isso se enfatiza nas palavras dos
entrevistados:
4.3. ENTREVISTAS
Foi elaborada uma entrevista contendo nove perguntas abertas, especulando sobre
aspectos do evento estudado como forma de coletar informações sobre as ações de Marketing,
os pontos positivos (e negativos se houvessem) e a opinião dos participantes sobre o evento
no geral. A amostra foi, propositalmente, composta por amigos e conhecidos dos autores, com
o intuito de haver uma troca mais intensa e sincera de informações.
A segunda e terceira questões tinham como objetivo saber se os frequentadores
perceberam propagandas e ações publicitárias inovadoras no festival. A resposta foi unânime,
os entrevistados notaram as ações e ainda citaram as que mais lhe chamaram a atenção, entre
elas: Heineken, Coca- Cola, Pepsi, Trident e Chili Beans. Algumas marcas montaram espaços
personalizados com ações diferenciadas, que proporcionavam as pessoas experiências únicas.
Nesse aspecto se pode observar que o Rock in Rio e as empresas patrocinadoras do evento
fazem uso do Marketing de experiência e de ações de Live Marketing, além da tradicional
promoção, por meio da entrega de brindes, atrações inéditas, ações engajadas, etc.;
promovendo suas marcas de forma sutil e divertida, fazendo com que o público estabeleça
identificação com seus produtos e serviços, relacionando-os com o que vivenciou no festival.
Nas questões seguintes os entrevistados foram indagados quanto o aumento no
consumo dos produtos comercializados no Rock in Rio e qual o posicionamento deles quanto
o fato de somente patrocinadoras comercializarem no evento. Novamente todos se sentiram
motivados a consumir os produtos das marcas que estavam no evento, pois suas estratégias
chamavam muito a atenção e não eram propagandas comuns ou "agressivas". Alguns
afirmaram que o consumo das marcas após evento acontece, mas por diversas razões, seja
pela participação ativa delas no festival ou pela qualidade dos produtos e outras campanhas
que desenvolve. Com relação à presença restrita de patrocinadores, todos consideraram justo e
válido, tendo em vista que o patrocínio se constitui como uma relação de troca, em que uma
empresa contribui financeiramente e obtêm benefícios com isso. Logo pode-se concluir que
o patrocínio em eventos é vantajoso para a empresa organizadora e para a patrocinadora, já
que o consumo é impulsionado e o público não avalia as diretrizes dessa troca entre empresas
como algo "ditatorial".
As três questões finais tiveram como finalidade saber qual a avaliação dos
participantes sobre o evento e se pretendem ir a outras edições. Numa escala de 5 a 10, o
evento obteve nota 9 de média, segundo a avaliação dos entrevistados. Todos os entrevistados
afirmaram que com certeza pretendem voltar ao evento nas próximas edições. Quanto ao
custo do evento, ambos concordaram que é elevado, porém o evento devido a sua
organização, infraestrutura, repercussão e tipos de shows e serviços oferecidos, mantém um
bom custo-benefício.
Mediante a observação das ações de Marketing empregadas pela organização do Rock
in Rio e os dados coletados por meio dos entrevistados, torna-se possível associar a teoria
apresentada aplicada ao evento na prática: o uso da tecnologia defendido por Mckenna (1999)
e Capra (2002) está bastante presente no festival, por meio da publicação instantânea de fotos
nas redes sociais, por exemplo; Hougle (2006) trata da competição de mercado que deve
existir no campo do Marketing, o que está bastante evidenciado no festival com as grandes
marcas como Heineken, Coca- Cola, Pepsi, Trident e Chili Beans, as quais procuraram ganhar
a adesão do participante inovando em atrações e diferentes formas de abordagem. A relação
de troca de Kotler (2002) e o foco na experiência de Bezerra & Covalsk (2014) e Caberizzo &
Santos (2011) também se fizeram presentes nas ações empregadas no festival. O participante
se sente envolvido no processo de produção da atração e participa atividade. É uma relação
recíproca entre marcas e clientes, ao passo que estes têm os benefícios do entretenimento, do
serviço e do produto e aquelas o seu reconhecimento, visibilidade e consolidação. São ações
memoráveis que certamente jamais serão esquecidas por aqueles que tiveram o privilégio da
vivenciar a experiência do Marketing ao Vivo.
Infere-se, assim que, o Rock In Rio pode ser considerado um mega evento que possui
muitos patrocinadores e um público fiel, um cenário ideal para a promoção de marcas e
geração de experiências inesquecíveis para seus consumidores.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
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de consumo. Revista FAMECOS, PUC-RS, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 224-250, Jan/Abr. 2014. Disponível em:
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Out. 2015.
CABREZIO A., SANTOS H. L. Marketing Experiencial e Consumo: Eventos de Marketing como ferramenta
prioritária do Marketing experiencial. Intercon, XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste,
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2015.
CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix, 2002.
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http://www.congressoliveMarketing.com.br/Conte%C3%BAdo%20Congresso%20Final%20Oficial.pdf >.
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JR. HOUGLE H. L. Marketing de Eventos. São Paulo: Atlas, 2006, p.50-53 e p. 162-163.
KOTLER, P. Administração de Marketing. São Paulo: Edição do Milênio Makron, 2001.
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