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CPT - Cone Penetration Test

(Ensaio de Penetração do Cone)

Solo - Ensaio de penetração de cone in situ (CPT)


NBR 12069 MB3406, 06/1991
“Consiste na cravação no solo, de forma continua ou incremental, a uma
velocidade padronizada (2 cm/s) de uma ponteira padronizada do tipo cone,
medindo-se sua reação contínua ou descontinuamente para se obter os
componentes de resistência de ponta (qc) e de atrito lateral local (fs).”

Resultados (dependendo do tipo de ponteira usada):


• Resistência de ponta (qc)
• Resistência ao atrito lateral (fs)
• Pressão neutra (u)

Uso:
• Determinação estratigráfica de perfis de solos;
• Determinação de propriedades dos materiais prospectados, particularmente
em depósitos de argilas moles;
• Previsão da capacidade de carga de fundações.
Equipamentos

- Tubos externos de cravação (extremidade c/ ponteira padronizada);

• Mecânicas (PM)
Ponteiras • Elétricas (PE)
(Penetrômetro) • Eletrônicos

- Ponteira cônica (60º de ápice) (vel. constante de 2 cm/s);

- A seção transversal do cone típica 10 cm2 (f 35,68 mm);

- Sistema de cravação (reação): hidráulico, capacidade entre 100 a 200 kN,


montado sobre carretas ou carroceria de caminhões (GIACHETI, H. L e
QUEIROZ, 2004).
Ponteira cone-atrito (resist. de ponta + atrito lateral)

Ou cone de atrito, ou de
Begemann (1953), ou
penetrômetro mecânico:
possui uma luva com
150 cm2 para medir o
atrito lateral.

Unidades [mm]

www.pagani-geotechnical.com
Aquisição e transmissão de dados

Data Acquisition system

Data Acquisition system for CPTU

Pictures of cable transmission arrangements


Fotos de: www.pagani-geotechnical.com
Sistema de reação e cravação

Sistema de reação estático através de:


lastreamento ou por ancoragem no
terreno
(NBR 12069 )

1935
“Delf Soil Mechanics Laboratory designed the first manually operated 10 ton (100
kN) cone penetration push machine”

Early Dutch mechanical cone (After Delft Geotechnics)

Figura de: (1) http://www.geoprojekt.szczecin.pl/equipment/penetrometers/cpt-cptu-en-GB/


Medidas realizadas durante o CPT
• Esforço total de cravação (Ft);
• Esforço isolado de cravação da ponta (Fp);
• Por diferença o esforço de atrito lateral (FL = Ft - Fp)

Ensaio CPT
• Resistência de ponta ou de cone (qc): força vertical aplicada ao cone,
dividida pela sua área (entre 9,5 e 10,2 cm2).
qc = Fp/Ap [F/L2]

• Resistência lateral local (fs): Força vertical aplicada à luva, dividida


pela área de sua superfície lateral (150 cm2).
fs = FL/AL [F/L2]

• Razão de atrito (Rf): Resistência de atrito lateral local e a resistência de


ponta à mesma profundidade.
Rf =100 fs /qc [%]
First soil classification for Begemann mechanical cone
O procedimento de ensaio:
Posicionamento do equipamento de cravação: devem garantir a verticalidade de
aplicação dos esforços, com tolerância máx. de 1%.

Velocidade de gravação:
• A ponteira (célula) e as hastes devem ser cravados com velocidade de
penetração constante, aprox. 2 cm/s.

Número de registros:
• No mín. a cd 20 cm de avanço da ponteira.
Ensaio CPTU
Ensaio de penetração contínua com medida de
pressão neutra (piezocone)
Detalhe da pedra porosa Saturação das pedras porosas

Realizada previamente ao teste, em câmara de vácuo, garantindo total desaeração


do elemento.
Principais posições onde o elemento poroso é instalado

Poro-pressão

Atrito lateral, fs

Poro-pressão, base
Resistência de ponta, qc
Poro-pressão, cone

Various Penetrometers (bottom to top): Miniature 4 cm2 Electric


Cone; 10 cm2 Type 2 Piezocone (shoulder element); Type 1 (midface)
piezocones; Type 2 Seismic, Hogentogler Dual Type 1 & 2 Seismic; 15
cm2 Fugro Triple-Element Cone. Figura de: Mayne et al. (1995).

(Type 2)
Penetrômetro eletrônico

Amplificador de sinais

Equipamento para cravação de


ponteira CPT-u, com capacidade www.damascopenna.com.br
de cravação de até 20tf

Equipamento de cravação
Principais vantagens da posição u2 :

1) Melhor posição para proceder à correção da resistência de ponta;


2) Possibilidade de utilizar as medidas para correção do atrito lateral;
3) Risco reduzido de danos do elemento poroso;
4) Boa sensibilidade de leitura da magnitude das poro-pressões;
5) Para a correlações com parâmetros geotécnicos, essa posição é preferida,
uma vez que a poro-pressão u2 é governada pelas tensões cisalhantes, enquanto
as poro-pressões no cone (vértice e face, posição u1) são governadas pelas
tensões normais.

• Correção da resistência de ponta (qt) – resistência real mobilizada:

qt = qc + u2(1 - aN)

aN = AN /AT (relação entre as áreas)=0,8


(piezômetro tipo 2)

• Correção do atrito lateral (fs):


Asb A
ft  f s  u2  u3 st
Al Al

Asb , Ast = áreas da base e do topo da luva de atrito respectivamente;


Al = área lateral da luva de atrito
Parâmetros [adimensionais] utilizados para classificar os solos:
Excesso de poropressão

u u u2  u0
Bq  DPPR  
qc   vo qc qc

(differential porepressure ratio)


Sistema de classificação baseada no ensaio piezocone (Robertson et al. , 1986)

Razão de atrito
Além dos dados lidos em tempo real durante o ensaio (qc, fs e u [u2 ou u3; ou
u1, u2 e u3]), podem-se obter através de correlações as seguintes
propriedades:

• Estratigrafia;
• Densidade relativa (Dr) de areias;
• Resistência não drenada (Su);
• Ângulo de atrito efetivo de areias (f’);
• Módulo de Elasticidade de solos;
• História de tensões (tensão de pré-adensamento, OCR);
• Coeficiente de empuxo de terra em repouso (Ko);
• Entre outros.
Rf = fs /qc

poropressão hidrostática

Resultados típicos de CPT: atrito lateral (fs) , resistência de ponta (qc) e razão de atrito
Rf, ensaio em Tijucas, SC. Figura de Ortigão (2007).
Resultados típicos de CPTU, argila de São Luiz, MA, apresentando grande
homogeneidade da argila, sem lentes. Figura de Ortigão (2007).
Dois parâmetros [adimensionais] fornecem valores muito próximos: DPPR (differential
porepressure ratio) e Bq

u u2  u0 u
DPPR   Bq 
qc qc qc   v 0

CPTU em argila de Santos com várias lentes de areia. Figura de Ortigão (2007)
Exercício 1: Determine a estratigrafia do solo, dados os resultados do ensaio do CPTU. Para
simplificar, adote que o estratificado é formado por apenas dois tipos de solos distintos.
Adotar qt = qc e ft = fs.
Solo 1: Solo 2:
qt = qc = 12MPa = 12000kPa Areia qt = qc =2MPa = 2000kPa Argila
Rf =0,4% Rf =6,5%

1 1

2
2
Razão de atrito

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