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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE FÍSICO-QUÍMICA
TERMODINÂMICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA QUÍMICA

Experimento 1:
Equilíbrio Sólido-Líquido

Alunos:
Ana Heloisa Esteves
Camille Bezerra
Luiz Fillipe Mainoth
Paula Viggiano

Rio de Janeiro,
Dezembro de 2022
2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 OBJETIVO................................................................................................... 7
3 METODOLOGIA .......................................................................................... 7
3.1 Materiais ................................................................................................ 7
3.2 Reagentes ............................................................................................. 8
4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................... 8
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 9
5.1 Etapa experimental ............................................................................. 9
5.2 Etapa de modelagem considerando solução ideal e
utilizando o modelo UNIFAC ................................................................... 10
5.2.1 Solução ideal .................................................................................. 10
5.2.2 Modelo UNIFAC .............................................................................. 13
5.3 Análise de sensibilidade dos parâmetros de entrada da
modelagem ................................................................................................... 19
5.3.1 Alterando as temperaturas de fusão ........................................ 19
5.3.2 Alterando as entalpias de fusão ...................................................... 23
6 CONCLUSÃO ............................................................................................ 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 28
3

1 INTRODUÇÃO

Quando as propriedades de um sistema não variam com o tempo e não


há transferência de energia ou matéria entre o sistema e suas redondezas,
temos que ele atingiu o equilíbrio termodinâmico. Com isso, as fases do sistema
mantêm uma igualdade de temperatura, pressão e há isofugacidade dos
componentes ainda que em diferentes fases. O desenvolvimento dos modelos
para representação do equilíbrio de fases surge da igualdade das fugacidades
de cada componente presente em cada fase, isto é, a fugacidade de i na fase
líquida é igual a de i na fase sólida (considerando sólido puro), de acordo com a
equação 1.

𝑓𝑖𝑙 = 𝑓𝑖𝑠 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1)

Para o líquido, atribuímos a referência de Lewis/Randall:

𝑥𝑖 . 𝛾𝑖 . 𝑓𝑖𝑙 = 𝑓𝑖𝑠 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2)

𝑓𝑖𝑠
𝑥𝑖 . 𝛾𝑖 =. (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3)
𝑓𝑖𝑙

Verificando o lado direito da equação 3, observa-se que pode ser


relacionado com a definição de fugacidade, onde 𝑔𝑖𝑠  representa a energia de
Gibbs de i molar na fase sólida e 𝑔𝑖𝑙 a energia de Gibbs de i molar na fase líquida.

𝑓𝑖𝑠
𝑔𝑖𝑠 −  𝑔𝑖𝑙   = 𝑅𝑇 𝐿𝑛 (  ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 4)
𝑓𝑖𝑙

Com isso, torna-se possível escrever a equação 3 em função da diferença


da energia de Gibbs disposta na equação 4 (energia de Gibbs de fusão). Assim:

𝑔𝑖𝑠 − 𝑔𝑖𝑙 ∆𝑔𝑓𝑢𝑠 ∆ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖 ∆𝑠𝑓𝑢𝑠𝑖


𝐿𝑛(𝑥𝑖 . 𝛾𝑖 ) = = = − (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 5)
𝑅𝑇 𝑅𝑇 𝑅𝑇 𝑅

Em que ∆ℎ𝑓𝑢𝑠 é a entalpia de fusão e ∆𝑠𝑓𝑢𝑠 é a entropia de fusão. Desse


modo, o objetivo é encontrar relações entre a entalpia de fusão e a T da mistura
e, também, a entalpia de fusão em função da temperatura de fusão normal. Para
tal, o critério de caminhos termodinâmicos será usado.

Assim, o caminho termodinâmico da entalpia de fusão é:


4

𝑇𝑚 𝑇
𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇 = ∫ 𝐶𝑝𝑙 𝑑𝑇 + 𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 + ∫ 𝐶𝑝𝑠 𝑑𝑇 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 6)
𝑇 𝑇𝑚

O mesmo caminho pode ser utilizado para a entropia de fusão, conforme


equação 7.

𝑇𝑚 𝐶𝑝𝑙 𝐶𝑝𝑠 𝑇
𝛥𝑠𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇 = ∫ 𝑑𝑇 + 𝛥𝑠𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 + ∫ 𝑑𝑇 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 7)
𝑇 𝑇 𝑇𝑚 𝑇

As equações 6 e 7 podem ser reescritas considerando uma variação para


os valores das capacidades caloríficas, onde:

∆𝐶𝑝 𝑠𝑙 = 𝐶𝑝 𝑠 − 𝐶𝑝𝑙 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 8)

𝑇
𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇 = 𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 + ∫ ∆𝐶𝑝𝑠𝑙 𝑑𝑇 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 9)
𝑇𝑚

𝐶𝑝𝑠𝑙 𝑇
𝛥𝑠𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇 = 𝛥𝑠𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 + ∫ 𝑑𝑇 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 10)
𝑇𝑚 𝑇

Além disso, a variação da energia de Gibbs de fusão é nula à temperatura


de fusão. Desse modo, as equações 9 e 10 podem ser combinadas de modo
que:

𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 𝑇 𝐶𝑝𝑠𝑙
𝛥𝑠𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇 = + ∫ 𝑑𝑇 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 11)
𝑇𝑚 𝑇𝑚 𝑇

Substituindo a equação 11 na 5, observa-se que:

1 𝑇 𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 𝑇 𝐶𝑝𝑠𝑙
𝑙𝑛(𝑥𝑖 . 𝛾𝑖 ) = 𝑅𝑇 (𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 + ∫𝑇𝑚 ∆𝐶𝑝 𝑠𝑙 𝑑𝑇) − ( + ∫𝑇𝑚 𝑑𝑇) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 12)
𝑅𝑇𝑚 𝑅𝑇

Agora, reformulando a equação 12:

𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 1 1 1 𝑇 ∆𝐶𝑝𝑠𝑙 1 𝑇
𝑙𝑛(𝑥𝑖 . 𝛾𝑖 ) = 𝑅
(𝑇 − 𝑇𝑖𝑚) − 𝑅 ∫𝑇𝑚 𝑇
𝑑𝑇 + 𝑅𝑇
∫𝑇𝑚 ∆𝐶𝑝 𝑠𝑙 𝑑𝑇 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 13)

Admitindo a capacidade calorífica constante:

𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 1 1 ∆𝐶𝑝𝑠𝑙 𝑇𝑚 𝑇
𝑙𝑛(𝑥𝑖 . 𝛾𝑖 ) = (𝑇 − 𝑇𝑚) + [1 − −𝑙𝑛 𝑙𝑛 (𝑇𝑚) ] (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 14)
𝑅 𝑅 𝑇
5

Em que 𝛥ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 é a entalpia de fusão de i na temperatura de fusão normal


e Tm é a temperatura de fusão da espécie i. A equação 15 é uma modificação
do critério de isofugacidade para que seja possível tendo em consideração a
temperatura de fusão das espécies puras, assim como, a entalpia de fusão na
temperatura de fusão normal.

Para um sólido puro, mistura não ideal e capacidades caloríficas das fases
líquida e sólida com variações desprezíveis, as equações 15, 16, 17 e 18 são
admitidas.

𝑥𝑖 + 𝑥𝑗 = 1 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 15)

𝑥𝑖 𝛾𝑖 = 𝜓𝑖 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 16)

𝜓𝑖 + 𝜓𝑗 = 1 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 17)

−∆ℎ𝑓𝑢𝑠𝑖,𝑇𝑚 1 1
0 = ( − ) − 𝑙𝑛(𝜓𝑖 ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 18)
𝑅 𝑇 𝑇𝑚

Levando em conta uma mistura ideal:

𝑥𝑖 = 𝜓𝑖 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 19)
Como 𝜓𝑖 e 𝜓𝑗 são funções apenas da temperatura, assim como 𝑥𝑖 e 𝑥𝑗 , é

possível substituir a equação 19 na 18, empregando simultaneamente esta


última para i e j, com o objetivo de determinar a temperatura do ponto eutético,
nas condições da equação 15 e da 17, tendo as equações 20 e 21:

−∆ℎ𝑓𝑢𝑠𝐴,𝑇𝑚 1 1
0 = ( − ) − 𝑙𝑛(𝜓𝐴 ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 20)
𝑅 𝑇 𝑇𝑚𝐴

−∆ℎ𝑓𝑢𝑠𝐵,𝑇𝑚 1 1
0 = ( − ) − 𝑙𝑛(𝜓𝐵 ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 21)
𝑅 𝑇 𝑇𝑚𝐵

Considerando apenas a equação 20, esta vai possuir validade somente


de 𝑇 = 𝑇𝑆𝑜𝑙,𝐴 = 𝑇𝑚𝐴 em que 𝑥𝐴 = 1, até 𝑇 = 𝑇𝑒 (temperatura eutético), onde 𝑥𝐴 =
𝑥𝐴𝑒 , que demonstra a composição do ponto eutético, formando uma solução
líquida em equilíbrio com a espécie a pura, na forma de uma fase sólida (região
I apresentada na figura 2).

Considerando apenas a equação 21, esta irá possuir validade somente


de 𝑇 = 𝑇𝑚𝐵 = 𝑇𝑆𝑜𝑙,𝐴 , onde 𝑥𝐴 = 0 até 𝑇 = 𝑇𝑒 , em que 𝑥𝐴 = 𝑥𝐴𝑒 (que representa a
6

composição do ponto eutético). Essa região formada (II, na figura 2) contém uma
solução líquida em equilíbrio com a espécie b pura, na forma de uma fase sólida.

Portanto, há 3 situações de equilíbrio: uma onde as equações 21 e 20 são


satisfeitas (caso particular, eutético), outra onde somente a 20 se aplica (Reg. I)
e a última onde apenas a equação 21 se aplica (Reg. II).

O eutético (circulado em vermelho na figura 2) é definido como um ponto


onde o equilíbrio é invariante, desse modo, o equilíbrio entre três fases acontece
a uma determinada temperatura e as composições das três fases são fixas.
Tendo conhecimento da temperatura (Te) deste ponto, esta pode ser substituída
na equação 20 ou 21, com o objetivo de determinar a composição (𝑥𝑒 ) dele. Com
isso, o eutético é caracterizado pelas coordenadas 𝑥𝑒 e 𝑇𝑒 e é um caso particular
do equilíbrio trifásico (que acontece ao longo da reta amarela, na figura 2).

O ponto marcado com a seta azul (figura 2) corresponde à XB = 1 (B se


contra puro) e ocorre na T de solidificação de B, enquanto o marcado com uma
seta marrom corresponde a XA = 1 (A está puro) e acontece na T de solidificação
de A. Tendo como base este último ponto e caminhando sobre a curva negra
para a esquerda, o componente B vai sendo adicionado, formando uma mistura,
e observa-se que a temperatura de solidificação da mistura se torna menor que
Tsol,A. Caso partirmos do ponto onde B se encontra puro e caminharmos sobre
a curva preta para a direita, percebe-se que a temperatura de solidificação da
mistura se torna menor que Tsol,B. Tal fenômeno é conhecido como efeito
crioscópico. A interseção das duas curvas escuras acontece no eutético,
também estabelecido como o menor valor de temperatura possível em que há
somente uma fase líquida.
7

Figura 1 - Esquema representativo do ESL para sólidos puros imiscíveis

2 OBJETIVO

Obter experimentalmente o diagrama Temperatura (T) versus


Composição (x) para o equilíbrio sólido-líquido de uma mistura eutética binária,
através da análise visual das misturas de naftaleno e bifenilo em várias
proporções. Além disso, a comparação dos resultados experimentais com os
experimentais da literatura.

Fazer a modelagem do equilíbrio sólido-líquido considerando solução


ideal utilizando o modelo UNIFAC e comparar com os dados experimentais. E,
por fim, a análise de sensibilidade dos parâmetros da modelagem.

3 METODOLOGIA

3.1 Materiais

● Medidor de ponto de fusão a seco (Quimis)


● Tubos capilares
● Balança analítica
● Gelo rígido (plástico)
● Termômetro
● Cronômetro
● Macerador de sólidos
8

● Frascos de vidro

3.2 Reagentes

● Naftaleno (C10H8)
● Bifenilo (C12H10)

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Preparou-se as amostras 1, 2 e 3 da Tabela 1, de forma que fossem


macerados os sólidos para, posteriormente, preencher 3 tubos capilares.

Para identificação do ponto de início da fusão (fase líquida iminente), os


3 tubos capilares foram simultaneamente inseridos no medidor de ponto de
fusão, ligando controladamente a fonte de aquecimento. Em todo o experimento,
houve acompanhamento da temperatura.

Após a leitura do ponto de fusão, o termômetro foi retirado e foi necessário


realizar o resfriamento do sistema. O experimento só poderia dar continuidade
se o equipamento medidor de ponto de fusão estivesse com temperatura inferior
a 40ºC.

Em seguida, eram preparadas cada uma das amostras informadas na


Tabela 1, onde, individualmente, eram inseridos os capilares com as amostras
no medidor de ponto de fusão. Novamente, com o auxílio do termômetro, foi feita
a leitura da temperatura de fusão completa do sólido de cada uma das amostras
para ver a fusão completa.

Tabela 1 - Massas de naftaleno e bifenilo utilizadas em cada ensaio


9

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Etapa experimental

Na Tabela 2, temos as frações molares de Naftaleno e Bifenilo em cada


tubo, assim como as temperaturas medidas experimentalmente:

Tabela 2 - frações molares de Naftaleno e Bifenilo em cada tubo e temperaturas medidas


experimentalmente

Com isso, foi possível plotar os resultados no gráfico 1 abaixo, o qual


associa cada fração molar à sua temperatura de referência.

Gráfico 1 - Frações molares e temperaturas de referência experimentais

Após isso, foi feito o gráfico comparativo dos dados experimentais e da


literatura, observado na tabela 2.
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Gráfico 2 - Comparação entre dados experimentais e da literatura

Tabela 3 - Dados da literatura

Fonte: Galluset al, Binary Solid–Liquid Phase Diagrams of Selected Organic Compounds, Journal of Chemical
Education, vol, 78, No, 7, July 2001.

5.2 Etapa de modelagem considerando solução ideal e


utilizando o modelo UNIFAC

5.2.1 Solução ideal

Para a mistura Naftaleno (i =1) + Bifenilo (i = 2) como solução ideal, γi = 1


e a equação 19 é válida. Com isso, foram elaboradas as tabelas 4 e 5 com o
objetivo de calcular para cada material sua respectiva curva de ESL (x1, y1 vs T),
11

utilizando as equações 21 e 20 e combinando cada uma com a equação 19


(tendo em vista que γi = 1). Para cada composto sua equação (ou 21 ou 20) foi
desmembrada em 2 colunas, uma sendo C = Ln (xiγi) e outra V = ((-Hfusi/R)*(1/T-
1/Tmi)), com o intuito de aplicar em excel a ferramenta solver, informando que o
“erro” C – V fosse, como objetivo, zero, tendo como restrição que todas as
células da coluna “erro” valessem zero, de maneira que as células da coluna de
temperatura fossem variadas. Dessa forma, os valores de temperatura para cada
composição de naftaleno e bifenilo foram determinados. As constantes utilizadas
nos cálculos constam na tabela 6.

Tabela 4 - Memória de cálculo - ESL, γ = 1, para Naftaleno


12

Tabela 5 - Memória de cálculo - ESL, γ = 1, para Bifenilo

Tabela 6 - Constantes utilizadas nos cálculos da solução ideal e do modelo UNIFAC

Com os dados dessas tabelas, foi possível plotar o gráfico da figura 2,


viabilizando a visualização do encontro das 2 curvas, que ocorre no ponto o
eutético. Verifica-se que não há nas planilhas naftaleno e bifenilo um valor de
composição de naftaleno onde existe o mesmo valor exato de temperatura em
ambas, mas foi possível verificar com um ΔT = 0,96 , no qual Te é 314,10 K.
13

Figura 2 - ESL de bifenilo e naftaleno considerando solução ideal

A reta preta pontilhada indica a temperatura do eutético (Te). A região


acima das curvas verde e roxa apresenta apenas fase líquida; a entre a curva
roxa e a reta pontilhada apresenta Bifenilo sólido puro em equilíbrio com fase
líquida; a entre a curva verde e reta pontilhada apresenta naftaleno sólido puro
em equilíbrio com líquido, enquanto o retângulo laranja aponta que abaixo da Te
existe somente a fase sólida.

5.2.2 Modelo UNIFAC

𝐺𝐸
O modelo UNIFAC refere-se a um modelo 𝑔 ≡ 𝑅𝑇 composto por duas

partes aditivas, um termo combinatorial (gC) que leva em consideração as


diferenças de tamanho e de forma das moléculas, e um termo residual (gR) que
considera as interações moleculares.

𝑔 ≡ 𝑔𝑐 + 𝑔𝑅 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 21)

Resumindo, ele é um modelo de composição local em que o cálculo do


coeficiente de atividade é uma soma de dois termos: um termo combinatorial e
um termo residual, em que evidencia-se a não-idealidade causada pelas
interações entre os subgrupos de moléculas que formam a solução em questão.
14

𝑙𝑛(𝛾𝑖 ) = 𝑙𝑛(𝛾𝑖𝑐 ) + 𝑙𝑛(𝛾𝑖𝑅 ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 22)

Onde:

𝐽𝑖 𝐽𝑖
𝑙𝑛(𝛾𝑖𝑐 ) = 1 − 𝐽𝑖 + 𝑙𝑛(𝐽𝑖 ) − 5𝑞𝑖 (1 − + 𝑙𝑛 ( )) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 23)
𝐿𝑖 𝐿𝑖

𝜏𝑖𝑗
𝑙𝑛(𝛾𝑖𝑅 ) = 𝑞𝑖 (1 − 𝑙𝑛(𝑠𝑖 ) − ∑ 𝜃𝑖 ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 24)
𝑠𝑗
𝑟𝑖
𝐽𝑖 = (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 25)
∑ 𝑟𝑗 𝑥𝑗
𝑞𝑖
𝐿𝑖 = (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 26)
∑ 𝑞𝑗 𝑥𝑗

𝑠𝑖 = ∑ 𝜃𝑖 𝜏𝑖𝑗 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 27)

(𝑖)
𝑞𝑖 = ∑ 𝑣𝑘 𝑄𝑘 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 28)
𝑘

(𝑖)
𝑟𝑖 = ∑ 𝑣𝑘 𝑅𝑘 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 29)
𝑘

Como as moléculas de naftaleno e bifenilo possuem o mesmo subgrupo


ACH nº 3, o termo residual do Modelo UNIFAC será igual a zero, ou seja, como
estas moléculas são similares quimicamente não haverá uma diferença sensível
das suas interações moleculares ao Modelo UNIFAC.

Para o cálculo de vk, foram utilizados os dados do livro do Van Ness,


descritos na tabela 4 abaixo:

Tabela 7 - Dados da literatura para cálculo de vk e resultados

Com isso, foi possível calcular o volume relativo e a área relativa.


15

Tabela 8 - Resultados do volume e da área relativos

Sabe-se que γiUNIFAC é composto de um termo residual e outro


combinatorial. Porém, neste sistema que foi estudado, o residual é zero, visto
que os subgrupos dos materiais é o mesmo (amn = 0). Assim, γiUNIFAC =
γicombinatorial. Este é dado por meio da equação 23 e depende dos parâmetros
calculados nas equações 25 e 26, além de qi.

Assim, Ji e Li obtidos constam na tabela 14, enquanto o cálculo de γiUNIFAC


está apresentado na tabela 6.

Tabela 9 - Ji e Li calculados

Com base em todos os resultados obtidos dessas equações, foi possível


calcular os gamas, que se encontram na tabela 7.
16

Tabela 10 - Gamas calculados

Com base nos gamas calculados, foi possível, através da equação


abaixo, prever as temperaturas, em K, e plotar o gráfico do modelo UNIFAC:

∆ℎ𝑓𝑢𝑠,𝑇𝑚 1 1 ∆𝑐𝑝𝑠𝑙 𝑇𝑚 𝑇
ln[𝑥𝑖 𝛾𝑖 ] = ( − )+ [1 − − ln ( )] (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 30)
𝑅 𝑇 𝑇𝑚 𝑅 𝑇 𝑇𝑚

Possuindo os valores de γiUNIFAC, foi possível aplicar o mesmo


procedimento de cálculo utilizado no tópico 5.2.1, empregando as mesmas
constantes da tabela 6. mas agora combinando as equações 16 e 18. Portanto,
por meio da ferramenta solver, foram determinadas as temperaturas em que o
“erro” (C – V) era nulo, tendo como restrição que todas as células da coluna
“erro” valessem zero, conforme tabelas 11 e 17.
17

Tabela 11 - Memória de cálculo – ESL com γiUNIFAC para Naftaleno

Tabela 12 - Memória de cálculo – ESL com γiUNIFAC para Bifenilo

De acordo com as composições e as temperaturas, foi possível plotar o


gráfico da figura 3, possibilitando a visualização do encontro das 2 curvas, que
ocorre no ponto eutético. Observa-se nas planilhas de naftaleno e bifenilo um
valor de composição de naftaleno (x1) onde há o mesmo valor de temperatura
correspondente em ambas (linhas indicadas em amarelo, de modo que ΔT = 0).
Este ponto, utilizando o artifício matemático do cálculo da média com os valores
18

mais próximos, Te = 313,92 K, corresponde ao ponto do eutético previsto pelo


modelo com γiUNIFAC.

Figura 3 - ESL de bifenilo e naftaleno considerando solução não-ideal com os gamas


calculados

A reta preta pontilhada marca a temperatura do eutético (Te). A região


acima das curvas roxa e verde apresenta apenas fase líquida; a entre a curva
roxa e a reta pontilhada há bifenilo sólido puro em equilíbrio com fase líquida; a
entre a curva verde e reta pontilhada existe apenas naftaleno sólido puro em
equilíbrio com líquido. O retângulo laranja indica que abaixo da Te há apenas
fase sólida.

Com base no modelo e seus resultados, foi plotado um gráfico


comparativo com os valores obtidos experimentalmente:
19

Figura 4 - Modelo X Dados experimentais

Com isso, os desvios observados entre o modelo e os dados


experimentais, podem ser atribuídos aos seguintes erros: o modelo de gama não
ser totalmente perfeito, os erros experimentais de visualização e medição dos
parâmetros, como os associados à pesagem dos sólidos (por exemplo, erro da
balança analítica) e leitura do termômetro.

5.3 Análise de sensibilidade dos parâmetros de entrada da


modelagem

5.3.1 Alterando as temperaturas de fusão

Foi decidido alterar este parâmetro para o naftaleno três vezes, de 10 em


10K, com o objetivo de observar seu impacto no diagrama obtido pelo modelo,
conforme figuras 4, 5 e 6.

Ao variar apenas em 10K a temperatura de fusão de naftaleno, foi


perceptível, com relação aos valores calculados pelo modelo, variações
consideráveis na composição e temperatura do eutético. Para um acréscimo de
10K, Te = 322,05 K. Aplicando um acréscimo de 20K à Tm1, Te = 330,14 K e com
um acréscimo de 30K, Te = 338,18 K, aproximadamente.
20

As planilhas utilizadas em cada gráfico seguem abaixo dos mesmos


(tabelas 15, 16 e 17).

Figura 5 - ESL entre espécies 1 e 2 acrescendo Tm1 em 10K

Tabela 13 - Memória de cálculo utilizada para elaborar a figura 5, para naftaleno (Tm + 10) e
bifenilo
Espécie 1 : Naftaleno
x1 x2 gama 1 Unifac C = Ln (x1g1) V = ((-Hfus1/R)*(1/T-1/Tm1)) C - V (ERRO) T (K)
1,00 0,00 1 0,00 0,00 0,00 363,15
0,95 0,05 0,999951678 -0,05 -0,05 0,00 360,24
0,90 0,10 0,999809186 -0,11 -0,11 0,00 357,20
0,85 0,15 0,999576132 -0,16 -0,16 0,00 354,04
0,80 0,20 0,999256002 -0,22 -0,22 0,00 350,75
0,75 0,25 0,998852157 -0,29 -0,29 0,00 347,31
0,70 0,30 0,998367841 -0,36 -0,36 0,00 343,71
0,65 0,35 0,997806182 -0,43 -0,43 0,00 339,91
0,60 0,40 0,997170201 -0,51 -0,51 0,00 335,91
0,55 0,45 0,996462809 -0,60 -0,60 0,00 331,66
0,50 0,50 0,995686817 -0,70 -0,70 0,00 327,13
0,45 0,55 0,994844934 -0,80 -0,80 0,00 322,26
0,40 0,60 0,993939776 -0,92 -0,92 0,00 316,99
0,35 0,65 0,992973864 -1,06 -1,06 0,00 311,22
0,30 0,70 0,991949632 -1,21 -1,21 0,00 304,82
0,25 0,75 0,990869427 -1,40 -1,40 0,00 297,58
0,20 0,80 0,989735512 -1,62 -1,62 0,00 289,19
0,15 0,85 0,988550071 -1,91 -1,91 0,00 279,05
0,10 0,90 0,98731521 -2,32 -2,32 0,00 265,93
0,05 0,95 0,986032962 -3,01 -3,01 0,00 246,17
0,00 1,00 0,984705286 -25,34 -25,34 0,00 72,61
Espécie 2 : Bifenilo
x1 x2 gama 2 Unifac C = Ln (x2g2) V = ((-Hfus2/R)*(1/T-1/Tm2)) C - V (ERRO) T (K)
1 0,00 0,98279113 -25,35 -25,35 0,00 70,51323
0,95 0,05 0,984651193 -3,01 -3,01 0,00 238,9076
0,9 0,1 0,986385358 -2,32 -2,32 0,00 258,0807
0,85 0,15 0,987997498 -1,91 -1,91 0,00 270,815
0,8 0,2 0,98949138 -1,62 -1,62 0,00 280,6523
0,75 0,25 0,990870662 -1,40 -1,40 0,00 288,7974
0,7 0,3 0,992138902 -1,21 -1,21 0,00 295,8174
0,65 0,35 0,993299554 -1,06 -1,06 0,00 302,0281
0,6 0,4 0,994355974 -0,92 -0,92 0,00 307,625
0,55 0,45 0,995311423 -0,80 -0,80 0,00 312,7378
0,5 0,5 0,996169067 -0,70 -0,70 0,00 317,4576
0,45 0,55 0,99693198 -0,60 -0,60 0,00 321,851
0,4 0,6 0,997603145 -0,51 -0,51 0,00 325,9682
0,35 0,65 0,998185461 -0,43 -0,43 0,00 329,848
0,3 0,7 0,99868174 -0,36 -0,36 0,00 333,5213
0,25 0,75 0,999094711 -0,29 -0,29 0,00 337,0128
0,2 0,8 0,999427025 -0,22 -0,22 0,00 340,343
0,15 0,85 0,999681253 -0,16 -0,16 0,00 343,5286
0,1 0,9 0,999859889 -0,11 -0,11 0,00 346,5839
0,05 0,95 0,999965355 -0,05 -0,05 0,00 349,5209
1E-11 1 1 0,00 0,00 0,00 352,35
21

Figura 6 - ESL entre espécies 1 e 2 acrescendo Tm1 em 20K

Tabela 14 - Memória de cálculo utilizada para elaborar a figura 5, para naftaleno (Tm + 20) e
bifenilo
Espécie 1 : Naftaleno
x1 x2 gama 1 Unifac C = Ln (x1g1) V = ((-Hfus1/R)*(1/T-1/Tm1)) C - V (ERRO) T (K)
1,00 0,00 1 0,00 0,00 0,00 373,27
0,95 0,05 0,999951678 -0,05 -0,05 0,00 370,07
0,90 0,10 0,999809186 -0,11 -0,11 0,00 366,87
0,85 0,15 0,999576132 -0,16 -0,16 0,00 363,54
0,80 0,20 0,999256002 -0,22 -0,22 0,00 360,07
0,75 0,25 0,998852157 -0,29 -0,29 0,00 356,45
0,70 0,30 0,998367841 -0,36 -0,36 0,00 352,65
0,65 0,35 0,997806182 -0,43 -0,43 0,00 348,66
0,60 0,40 0,997170201 -0,51 -0,51 0,00 344,45
0,55 0,45 0,996462809 -0,60 -0,60 0,00 339,98
0,50 0,50 0,995686817 -0,70 -0,70 0,00 335,22
0,45 0,55 0,994844934 -0,80 -0,80 0,00 330,11
0,40 0,60 0,993939776 -0,92 -0,92 0,00 324,58
0,35 0,65 0,992973864 -1,06 -1,06 0,00 318,53
0,30 0,70 0,991949632 -1,21 -1,21 0,00 311,83
0,25 0,75 0,990869427 -1,40 -1,40 0,00 304,26
0,20 0,80 0,989735512 -1,62 -1,62 0,00 295,50
0,15 0,85 0,988550071 -1,91 -1,91 0,00 284,92
0,10 0,90 0,98731521 -2,32 -2,32 0,00 271,25
0,05 0,95 0,986032962 -3,01 -3,01 0,00 250,72
0,00 1,00 0,984705286 -25,34 -25,34 0,00 73,00
Espécie 2 : Bifenilo
x1 x2 gama 2 Unifac C = Ln (x2g2) V = ((-Hfus2/R)*(1/T-1/Tm2)) C - V (ERRO) T (K)
1 0,00 0,98279113 -25,35 -25,35 0,00 70,90483
0,95 0,05 0,984651193 -3,01 -3,01 0,00 243,4774
0,9 0,1 0,986385358 -2,32 -2,32 0,00 263,4052
0,85 0,15 0,987997498 -1,91 -1,91 0,00 276,6838
0,8 0,2 0,98949138 -1,62 -1,62 0,00 286,9602
0,75 0,25 0,990870662 -1,40 -1,40 0,00 295,4811
0,7 0,3 0,992138902 -1,21 -1,21 0,00 302,834
0,65 0,35 0,993299554 -1,06 -1,06 0,00 309,3461
0,6 0,4 0,994355974 -0,92 -0,92 0,00 315,2201
0,55 0,45 0,995311423 -0,80 -0,80 0,00 320,5907
0,5 0,5 0,996169067 -0,70 -0,70 0,00 325,5524
0,45 0,55 0,99693198 -0,60 -0,60 0,00 330,1743
0,4 0,6 0,997603145 -0,51 -0,51 0,00 334,5086
0,35 0,65 0,998185461 -0,43 -0,43 0,00 338,5957
0,3 0,7 0,99868174 -0,36 -0,36 0,00 342,4675
0,25 0,75 0,999094711 -0,29 -0,29 0,00 346,1499
0,2 0,8 0,999427025 -0,22 -0,22 0,00 349,664
0,15 0,85 0,999681253 -0,16 -0,16 0,00 353,0274
0,1 0,9 0,999859889 -0,11 -0,11 0,00 356,2548
0,05 0,95 0,999965355 -0,05 -0,05 0,00 359,3587
1E-11 1 1 0,00 0,00 0,00 362,35
22

Figura 7 - ESL entre espécies 1 e 2 acrescendo Tm1 em 30K

Figura 8 - Memória de cálculo utilizada para elaborar a figura 5, para naftaleno (Tm + 30) e
bifenilo
Espécie 1 : Naftaleno
x1 x2 gama 1 Unifac C = Ln (x1g1) V = ((-Hfus1/R)*(1/T-1/Tm1)) C - V (ERRO) T (K)
1,00 0,00 1 0,00 0,00 0,00 383,27
0,95 0,05 0,999951678 -0,05 -0,05 0,00 379,90
0,90 0,10 0,999809186 -0,11 -0,11 0,00 376,53
0,85 0,15 0,999576132 -0,16 -0,16 0,00 373,02
0,80 0,20 0,999256002 -0,22 -0,22 0,00 369,37
0,75 0,25 0,998852157 -0,29 -0,29 0,00 365,56
0,70 0,30 0,998367841 -0,36 -0,36 0,00 361,57
0,65 0,35 0,997806182 -0,43 -0,43 0,00 357,37
0,60 0,40 0,997170201 -0,51 -0,51 0,00 352,95
0,55 0,45 0,996462809 -0,60 -0,60 0,00 348,26
0,50 0,50 0,995686817 -0,70 -0,70 0,00 343,27
0,45 0,55 0,994844934 -0,80 -0,80 0,00 337,91
0,40 0,60 0,993939776 -0,92 -0,92 0,00 332,12
0,35 0,65 0,992973864 -1,06 -1,06 0,00 325,79
0,30 0,70 0,991949632 -1,21 -1,21 0,00 318,78
0,25 0,75 0,990869427 -1,40 -1,40 0,00 310,88
0,20 0,80 0,989735512 -1,62 -1,62 0,00 301,73
0,15 0,85 0,988550071 -1,91 -1,91 0,00 290,71
0,10 0,90 0,98731521 -2,32 -2,32 0,00 276,50
0,05 0,95 0,986032962 -3,01 -3,01 0,00 255,20
0,00 1,00 0,984705286 -25,34 -25,34 0,00 73,37
Espécie 2 : Bifenilo
x1 x2 gama 2 Unifac C = Ln (x2g2) V = ((-Hfus2/R)*(1/T-1/Tm2)) C - V (ERRO) T (K)
1 0,00 0,98279113 -25,35 -25,35 0,00 71,27942
0,95 0,05 0,984651193 -3,01 -3,01 0,00 247,954
0,9 0,1 0,986385358 -2,32 -2,32 0,00 268,65
0,85 0,15 0,987997498 -1,91 -1,91 0,00 282,4766
0,8 0,2 0,98949138 -1,62 -1,62 0,00 293,1961
0,75 0,25 0,990870662 -1,40 -1,40 0,00 302,0971
0,7 0,3 0,992138902 -1,21 -1,21 0,00 309,7872
0,65 0,35 0,993299554 -1,06 -1,06 0,00 316,6052
0,6 0,4 0,994355974 -0,92 -0,92 0,00 322,7608
0,55 0,45 0,995311423 -0,80 -0,80 0,00 328,3937
0,5 0,5 0,996169067 -0,70 -0,70 0,00 333,6019
0,45 0,55 0,99693198 -0,60 -0,60 0,00 338,4569
0,4 0,6 0,997603145 -0,51 -0,51 0,00 343,0129
0,35 0,65 0,998185461 -0,43 -0,43 0,00 347,3118
0,3 0,7 0,99868174 -0,36 -0,36 0,00 351,3867
0,25 0,75 0,999094711 -0,29 -0,29 0,00 355,2645
0,2 0,8 0,999427025 -0,22 -0,22 0,00 358,9671
0,15 0,85 0,999681253 -0,16 -0,16 0,00 362,5127
0,1 0,9 0,999859889 -0,11 -0,11 0,00 365,9167
0,05 0,95 0,999965355 -0,05 -0,05 0,00 369,1921
1E-11 1 1 0,00 0,00 0,00 372,35
23

Figura 9 - Análise de sensibilidade para variações na temperatura de fusão

Nesse caso, poucas variações fizeram grande diferença no ponto


eutético, indicando alta sensibilidade para a temperatura de fusão.

5.3.2 Alterando as entalpias de fusão

Foi decidido alterar este parâmetro para o naftaleno três vezes, de 600
em 600 J/mol, com o objetivo de verificar seu impacto no diagrama obtido pelo
modelo, de acordo os gráficos das figuras 7, 8 e 9. As planilhas utilizadas em
cada gráfico seguem abaixo dos mesmos (tabelas 16, 17 e 18).

Ao variar em 600 J/mol a entalpia de fusão do naftaleno, observou-se,


com relação aos valores calculados pelo modelo, praticamente nenhuma
variação de composição e mudança irrelevante na temperatura do eutético, que
variou em 0,94K. Desse modo, utilizando o artifício matemático do cálculo da
média com os valores mais próximos, Te = 314,86 K. Aplicando um acréscimo
de 1600 J/mol à H1fus, Te = 316,32 K (ΔTe = 2,40 K) e com um acréscimo de 2600
J/mol, Te = 317,66 K (ΔTe = 3,73 K), aproximadamente.
24

Figura 10 – ESL entre naftaleno obtido pelo modelo, considerando não idealidade e
acrescendo HfusNaf em 600 J/mol

Tabela 15 - Memória de cálculo utilizada para elaborar a figura 9, para naftaleno (Hfusnaf +
600) e bifenilo
Espécie 1 : Naftaleno
x1 x2 gama 1 Unifac C = Ln (x1g1) V = ((-Hfus1/R)*(1/T-1/Tm1)) C - V (ERRO) T (K)
1,00 0,00 1 0,00 0,00 0,00 353,15
0,95 0,05 0,999951678 -0,05 -0,05 0,00 350,48
0,90 0,10 0,999809186 -0,11 -0,11 0,00 347,69
0,85 0,15 0,999576132 -0,16 -0,16 0,00 344,79
0,80 0,20 0,999256002 -0,22 -0,22 0,00 341,76
0,75 0,25 0,998852157 -0,29 -0,29 0,00 338,59
0,70 0,30 0,998367841 -0,36 -0,36 0,00 335,27
0,65 0,35 0,997806182 -0,43 -0,43 0,00 331,76
0,60 0,40 0,997170201 -0,51 -0,51 0,00 328,06
0,55 0,45 0,996462809 -0,60 -0,60 0,00 324,13
0,50 0,50 0,995686817 -0,70 -0,70 0,00 319,93
0,45 0,55 0,994844934 -0,80 -0,80 0,00 315,41
0,40 0,60 0,993939776 -0,92 -0,92 0,00 310,51
0,35 0,65 0,992973864 -1,06 -1,06 0,00 305,14
0,30 0,70 0,991949632 -1,21 -1,21 0,00 299,17
0,25 0,75 0,990869427 -1,40 -1,40 0,00 292,40
0,20 0,80 0,989735512 -1,62 -1,62 0,00 284,54
0,15 0,85 0,988550071 -1,91 -1,91 0,00 275,01
0,10 0,90 0,98731521 -2,32 -2,32 0,00 262,62
0,05 0,95 0,986032962 -3,01 -3,01 0,00 243,87
0,00 1,00 0,984705286 -25,34 -25,34 0,00 73,99
Espécie 2 : Bifenilo
x1 x2 gama 2 Unifac C = Ln (x2g2) V = ((-Hfus2/R)*(1/T-1/Tm2)) C - V (ERRO) T (K)
1 0,00 0,98279113 -25,35 -25,35 0,00 71,89211
0,95 0,05 0,984651193 -3,01 -3,01 0,00 236,6061
0,9 0,1 0,986385358 -2,32 -2,32 0,00 254,7626
0,85 0,15 0,987997498 -1,91 -1,91 0,00 266,7574
0,8 0,2 0,98949138 -1,62 -1,62 0,00 275,9881
0,75 0,25 0,990870662 -1,40 -1,40 0,00 283,6078
0,7 0,3 0,992138902 -1,21 -1,21 0,00 290,1583
0,65 0,35 0,993299554 -1,06 -1,06 0,00 295,9407
0,6 0,4 0,994355974 -0,92 -0,92 0,00 301,1412
0,55 0,45 0,995311423 -0,80 -0,80 0,00 305,8833
0,5 0,5 0,996169067 -0,70 -0,70 0,00 310,2538
0,45 0,55 0,99693198 -0,60 -0,60 0,00 314,3158
0,4 0,6 0,997603145 -0,51 -0,51 0,00 318,117
0,35 0,65 0,998185461 -0,43 -0,43 0,00 321,6942
0,3 0,7 0,99868174 -0,36 -0,36 0,00 325,0767
0,25 0,75 0,999094711 -0,29 -0,29 0,00 328,2881
0,2 0,8 0,999427025 -0,22 -0,22 0,00 331,3474
0,15 0,85 0,999681253 -0,16 -0,16 0,00 334,2708
0,1 0,9 0,999859889 -0,11 -0,11 0,00 337,0718
0,05 0,95 0,999965355 -0,05 -0,05 0,00 339,7615
0,00 1 1 0,00 0,00 0,00 342,35
25

Figura 11 - ESL entre naftaleno obtido pelo modelo, considerando não idealidade e
acrescendo HfusNaf em 1600 J/mol

Tabela 16 - Memória de cálculo utilizada para elaborar a figura 10, para naftaleno (Hfusnaf +
1000) e bifenilo
Espécie 1 : Naftaleno
x1 x2 gama 1 Unifac C = Ln (x1g1) V = ((-Hfus1/R)*(1/T-1/Tm1)) C - V (ERRO) T (K)
1,00 0,00 1 0,00 0,00 0,00 353,15
0,95 0,05 0,999951678 -0,05 -0,05 0,00 350,61
0,90 0,10 0,999809186 -0,11 -0,11 0,00 347,95
0,85 0,15 0,999576132 -0,16 -0,16 0,00 345,18
0,80 0,20 0,999256002 -0,22 -0,22 0,00 342,29
0,75 0,25 0,998852157 -0,29 -0,29 0,00 339,27
0,70 0,30 0,998367841 -0,36 -0,36 0,00 336,09
0,65 0,35 0,997806182 -0,43 -0,43 0,00 332,74
0,60 0,40 0,997170201 -0,51 -0,51 0,00 329,19
0,55 0,45 0,996462809 -0,60 -0,60 0,00 325,42
0,50 0,50 0,995686817 -0,70 -0,70 0,00 321,39
0,45 0,55 0,994844934 -0,80 -0,80 0,00 317,05
0,40 0,60 0,993939776 -0,92 -0,92 0,00 312,33
0,35 0,65 0,992973864 -1,06 -1,06 0,00 307,15
0,30 0,70 0,991949632 -1,21 -1,21 0,00 301,39
0,25 0,75 0,990869427 -1,40 -1,40 0,00 294,85
0,20 0,80 0,989735512 -1,62 -1,62 0,00 287,23
0,15 0,85 0,988550071 -1,91 -1,91 0,00 277,98
0,10 0,90 0,98731521 -2,32 -2,32 0,00 265,91
0,05 0,95 0,986032962 -3,01 -3,01 0,00 247,57
0,00 1,00 0,984705286 -25,34 -25,34 0,00 76,92
Espécie 2 : Bifenilo
x1 x2 gama 2 Unifac C = Ln (x2g2) V = ((-Hfus2/R)*(1/T-1/Tm2)) C - V (ERRO) T (K)
1 0,00 0,98279113 -25,35 -25,35 0,00 74,82158
0,95 0,05 0,984651193 -3,01 -3,01 0,00 240,2831
0,9 0,1 0,986385358 -2,32 -2,32 0,00 258,0343
0,85 0,15 0,987997498 -1,91 -1,91 0,00 269,7089
0,8 0,2 0,98949138 -1,62 -1,62 0,00 278,6652
0,75 0,25 0,990870662 -1,40 -1,40 0,00 286,0403
0,7 0,3 0,992138902 -1,21 -1,21 0,00 292,3673
0,65 0,35 0,993299554 -1,06 -1,06 0,00 297,9424
0,6 0,4 0,994355974 -0,92 -0,92 0,00 302,9484
0,55 0,45 0,995311423 -0,80 -0,80 0,00 307,5067
0,5 0,5 0,996169067 -0,70 -0,70 0,00 311,7021
0,45 0,55 0,99693198 -0,60 -0,60 0,00 315,5966
0,4 0,6 0,997603145 -0,51 -0,51 0,00 319,2369
0,35 0,65 0,998185461 -0,43 -0,43 0,00 322,6591
0,3 0,7 0,99868174 -0,36 -0,36 0,00 325,8917
0,25 0,75 0,999094711 -0,29 -0,29 0,00 328,9577
0,2 0,8 0,999427025 -0,22 -0,22 0,00 331,876
0,15 0,85 0,999681253 -0,16 -0,16 0,00 334,6623
0,1 0,9 0,999859889 -0,11 -0,11 0,00 337,3295
0,05 0,95 0,999965355 -0,05 -0,05 0,00 339,8889
0,00 1 1 0,00 0,00 0,00 342,35
26

Figura 12 - ESL entre naftaleno obtido pelo modelo, considerando não idealidade e
acrescendo HfusNaf em 2600 J/mol

Tabela 17 - Memória de cálculo utilizada para elaborar a figura 11, para naftaleno (Hfusnaf +
1000) e bifenilo
Espécie 1 : Naftaleno
x1 x2 gama 1 Unifac C = Ln (x1g1) V = ((-Hfus1/R)*(1/T-1/Tm1)) C - V (ERRO) T (K)
1,00 0,00 1 0,00 0,00 0,00 353,15
0,95 0,05 0,999951678 -0,05 -0,05 0,00 350,73
0,90 0,10 0,999809186 -0,11 -0,11 0,00 348,18
0,85 0,15 0,999576132 -0,16 -0,16 0,00 345,54
0,80 0,20 0,999256002 -0,22 -0,22 0,00 342,78
0,75 0,25 0,998852157 -0,29 -0,29 0,00 339,88
0,70 0,30 0,998367841 -0,36 -0,36 0,00 336,84
0,65 0,35 0,997806182 -0,43 -0,43 0,00 333,62
0,60 0,40 0,997170201 -0,51 -0,51 0,00 330,22
0,55 0,45 0,996462809 -0,60 -0,60 0,00 326,60
0,50 0,50 0,995686817 -0,70 -0,70 0,00 322,72
0,45 0,55 0,994844934 -0,80 -0,80 0,00 318,55
0,40 0,60 0,993939776 -0,92 -0,92 0,00 314,00
0,35 0,65 0,992973864 -1,06 -1,06 0,00 309,01
0,30 0,70 0,991949632 -1,21 -1,21 0,00 303,44
0,25 0,75 0,990869427 -1,40 -1,40 0,00 297,11
0,20 0,80 0,989735512 -1,62 -1,62 0,00 289,72
0,15 0,85 0,988550071 -1,91 -1,91 0,00 280,73
0,10 0,90 0,98731521 -2,32 -2,32 0,00 268,97
0,05 0,95 0,986032962 -3,01 -3,01 0,00 251,03
0,00 1,00 0,984705286 -25,34 -25,34 0,00 79,80
Espécie 2 : Bifenilo
x1 x2 gama 2 Unifac C = Ln (x2g2) V = ((-Hfus2/R)*(1/T-1/Tm2)) C - V (ERRO) T (K)
1 0,00 0,98279113 -25,35 -25,35 0,00 77,68827
0,95 0,05 0,984651193 -3,01 -3,01 0,00 243,7122
0,9 0,1 0,986385358 -2,32 -2,32 0,00 261,0705
0,85 0,15 0,987997498 -1,91 -1,91 0,00 272,4385
0,8 0,2 0,98949138 -1,62 -1,62 0,00 281,1347
0,75 0,25 0,990870662 -1,40 -1,40 0,00 288,2793
0,7 0,3 0,992138902 -1,21 -1,21 0,00 294,3968
0,65 0,35 0,993299554 -1,06 -1,06 0,00 299,7786
0,6 0,4 0,994355974 -0,92 -0,92 0,00 304,6038
0,55 0,45 0,995311423 -0,80 -0,80 0,00 308,9917
0,5 0,5 0,996169067 -0,70 -0,70 0,00 313,0253
0,45 0,55 0,99693198 -0,60 -0,60 0,00 316,7655
0,4 0,6 0,997603145 -0,51 -0,51 0,00 320,2579
0,35 0,65 0,998185461 -0,43 -0,43 0,00 323,5378
0,3 0,7 0,99868174 -0,36 -0,36 0,00 326,6331
0,25 0,75 0,999094711 -0,29 -0,29 0,00 329,5665
0,2 0,8 0,999427025 -0,22 -0,22 0,00 332,3562
0,15 0,85 0,999681253 -0,16 -0,16 0,00 335,0175
0,1 0,9 0,999859889 -0,11 -0,11 0,00 337,5633
0,05 0,95 0,999965355 -0,05 -0,05 0,00 340,0043
0,00 1 1 0,00 0,00 0,00 342,35
27

Figura 13 - Análise de sensibilidade para variações na entalpia de fusão

O efeito não foi tão grande, indicando que desvios nessa variável dentro
da incerteza esperada têm impacto pouco significativo nos resultados de
modelagem.

6 CONCLUSÃO

Com base na análise dos dados do experimento com os experimentais da


literatura, foi possível observar pequenos desvios. As possíveis causas das
incompatibilidades são os erros experimentais como, por exemplo, visualização
das transições de fases, que pode ter acontecido por devido à falta de
experiência dos integrantes do grupo com o equipamento. Porém, o experimento
foi bem-sucedido.

Além disso, também ficou perceptível que, empregando γiUNIFAC e, também,


considerando solução ideal, foi obtida uma modelagem característica do ESL,.
Assim, a adição desse parâmetro de correção de não-idealidade não promoveu
alterações significativas na modelagem, visto que os valores de γiUNIFAC
calculados eram muito próximos da unidade.
28

Quando comparados a modelagem e a literatura, os dados apresentaram


comportamento dentro do esperado para a curva do ESL, mostra que a
modelagem UNIFAC é apropriada.

Com isso, foi viável realizar a análise de sensibilidade para as variações


de temperatura e entalpia de fusão, que apresentou maior sensibilidade para a
temperatura: quanto mais se altera a temperatura de fusão, mais o ponto eutético
é alterado também.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SMITH, J. M., Van Ness, H. C. e Abbott, M. M., Introdução à Termodinâmica da


Engenharia Química, 7a Ed., LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, Rio de
Janeiro, 2007.
YouThermo, Aula 24 - Equilíbrio Sólido-Líquido: Introdução e Diagramas de
Fases, 2020. Disponível em: <https://youtu.be/UzPgRa2785c>
29

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