Você está na página 1de 18

ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR “JOSUÉ MONTELLO”

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS – BOMBEIRO MILITAR

Pedro Antonio Souza Leite

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA


Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Cunha Machado

São Luís
2022
Pedro Antonio Souza Leite

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA


Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Cunha Machado

Relatório de visita técnica, apresentado à disciplina


Atividades Aeroportuárias do Curso de Formação
de Oficiais Bombeiro Militar da Academia de
Bombeiros Militar “Josué Montello”, referente a
composição de parte da nota da 3° avaliação.
Instrutor: Major QOCBM Paulo.

São Luís
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
1.1 OBJETIVO ....................................................................................................................................... 4
2 VISITA TÉCNICA – 1º DIA ...................................................................................... 5
3 VISITA TÉCNICA – 2º DIA .................................................................................... 11
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 16
5 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 17
4

1 INTRODUÇÃO

A partir deste relatório é possível observar a importância do trabalho da força


aérea e dos bombeiros de aeródromo para o funcionamento das atividades
aeroportuárias desenvolvidas em São Luís, especificamente. Com a função de apoiar
a aeronaves, prestar informação de voo e alerta, coordenar as ações de pousos e
decolagens o DTECEA – SL realiza excelente trabalho, corroborando para manter no
mais alto grau de segurança as operações no aeródromo entre outras atividades.

1.1 OBJETIVO

• Acompanhar a rotina das atividades desenvolvidas no Dtecea;


• Acompanhar a rotina das atividades desenvolvidas pela SCI do aeroporto;
• Executar na prática as ações de combate a incêndio executadas pelos
bombeiros de aeródromo;
• Conhecer equipamentos e estrutura da SCI;
• Conhecer espaço interno do aeroporto (lado ar e lado terra).

.
5

2 VISITA TÉCNICA – 1º DIA

Nos dias 21 e 22 de novembro a décima quinta turma do Curso de Formação


de Oficiais Bombeiro Militar realizou visita técnica referente a disciplina ministrada pelo
Major QOCBM Paulo Rogério dos Santos Ribeiro. A visita foi dividida nesses dois dias,
com a observação das instalações do DTCEA(Destacamento de Controle do Espaço
Aéreo de São Luís) em um dia e da SCI do aeroporto de São Luís em outro. Os
cadetes dividiram-se em dois grupos por antiguidade.

FOTO 01: DTCEA

FOTO 02: DTCEA


6

Ocorrendo no período matutino, a visita teve como ponto de encontro o


Aeroporto Internacional de São Luís - Marechal Cunha Machado, localizado na Av.
dos Libaneses, 3503 - Tirirical, São Luís – MA.
No primeiro dia de visita técnica, toda a turma do CFO 3, participou de palestra
ministrada pela SGT da Força Aérea, Raíssa. A instrução era voltada para
demonstração do funcionamento das atividades do DTCEA no aeroporto de São Luís.
A militar informou os cadetes a respeito da categoria requerida do aeroporto de São
Luís que é determinada de acordo com a capacidade de aeronaves que o aeroporto
pode receber e a quantidade de viaturas, classificando-se em CAT 7.

FOTO 03: INSTRUÇÃO NO AUDITÓRIO DO DTCEA

A palestra também abordou os diferentes momentos que acontecem no controle do


tráfego aéreo. Estes dividem-se em Torre, APP e ACC. A torre controla o
deslocamento do avião até o momento em que perde o visual com o mesmo. Quando
isso ocorre, a aeronave passa a ser controlada pelo radar do chamado Controle de
Aproximação ou APP (de APProach, “aproximação” em inglês). A função dos
controladores do APP é garantir uma distância mínima entre os aviões nas
proximidades do aeroporto. Em algumas situações eles podem até “dirigir” o avião,
indicando pelo rádio as coordenadas a velocidade e a altitude que o piloto deve adotar
para não bater em outra aeronave. Quando sai da área do APP, a aeronave entra no
espaço do Controle de Área, ou ACC (Area Control Center). No Brasil, esse controle
é feito por quatro centros, conhecidos como Cindactas, formados por vá rios radares
cada um. Através deles, os controladores verificam se as aeronaves seguem seu
7

plano de vôo corretamente. Quando uma aeronave se aproxima de um aeroporto, sai


do controle dos Cindactas e entra em contato com os controladores do APP do
aeroporto em que vai pousar. E segue o caminho inverso do que fez na de colagem:
primeiro APP, depois entra em contato com a torre do aeroporto.
Sendo de responsabilidade da ACC as aerovias São tipos de corredores
virtuais que delimitam a trajetória e a altitude que as aeronaves devem seguir num
terminado espaço aéreo, permitindo que o piloto, através do equipamento de
navegação da aeronave, consiga conduzir o voo com segurança e precisão. É a
separação vertical das aeronaves, ou seja, a altitude (ou nível de voo), que garante a
segurança das operações. Para isso, a distância mínima entre aviões numa mesma
rota deve ser de 1.000 pés (305 metros). Além disso, como muitas aerovias são de
mão dupla, o controle de tráfego aéreo utiliza níveis de voos em altitudes pares e
ímpares, dependendo da direção, para impedir que dois aviões se cruzem em
direções diferentes. É a chamada regra semicircular ou hemisférica, aplicada no
mundo inteiro.
Após apresentar a estrutura do aeródromo SBSL por meio de cartas e plantas, dando
ênfase para as extensões das duas pistas e mostrando alguns setores importantes
como as áreas de manobra e faixa de pista.
Quando a palestra se encerrou, os dois grupos de 14 pessoas foram divididos. O
grupo que estava orientado para conhecer as instalações do DTCEA deslocou para a
sala de controle meteorológico, onde foram apresentados sensores e câmeras que
captavam as condições meteorológicas que geravam dados codificados que eram
transmitidos e ajudavam a formar o arcabouço de tomada de decisões do operadores
da torre de controle. O militar responsável por instruir os cadetes explicou também
como funcionava a REDEMET, que é a Rede de Meteorologia do Comando da
Aeronáutica, caracterizado por seu um canal utilizado pelo Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (DECEA) para fornecer dados meteorológicos para a aviação civil e
militar com o objetivo de oferecer acesso rápido, eficiente e seguro, mantendo
também cooperação com diversos órgãos nacionais e internacionais de Meteorologia
Aeronáutica e é o meio oficial do Comando da Aeronáutica (COMAER) para divulgar
estas informações.
8

FOTO 04: SETOR METEREOLÓGICO DO DTCEA

A REDEMET também apresenta ferramentas de consulta a boletins e informações


meteorológicas contendo informações indispensáveis na execução de um voo e é de
responsabilidade do piloto da aeronave em fazer a verificação previamente a
execução do mesmo. São inúmeras informações, que os pilotos têm disponíveis
sendo que a não observância dessas publicações podem trazer sérios riscos às
operações. No decorrer da instrução pode-se perceber a importância da informação
meteorológica para a segurança das operações aéreas, contribuindo para o conforto
dos passageiros e facilitando o estabelecimento de rotas mais rápidas e econômicas
e de voos regulares. Desse modo, requer um campo dessa ciência especificamente
destinado às suas necessidades: a Meteorologia Aeronáutica. O DECEA é a
organização do Comando da Aeronáutica responsável por essa atividade e a exerce
por meio do Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (CIMAER), sua unidade
subordinada, e por uma complexa estrutura de radares, estações meteorológicas,
centros de coordenação e outros recursos instalados no País.
9

FOTO 05: PLATAFORMA REDEMET

Depois da visita ao setor responsável pelas atividades meteorológicas, os cadetes


dirigiram-se para a torre do controle. Ela é responsável pela autorização do plano de
vôo, do táxi - ou seja a manobra do avião do embarque até a cabeceira da pista, ou
da cabeceira até o ponto de desembarque de passageiros. E, por fim, autoriza também
a decolagem e o pouso dos aviões. As autorizações podem ser também sobre a rota,
altitude e ou velocidade propostas pelo operador da aeronave, para determinado vôo,
devendo os pilotos cumprir as instruções e autorizações recebidas. É uma atividade
que exige muita responsabilidade e atenção.

FOTO 06: TORRE DE CONTROLE

Na torre de controle de tráfego aéreo de São Luís existe o rádio móvel que
possui 8 canais de comunicação, sendo que os 4 primeiros são de uso ativo (primário),
já os outros 4 são canais de comunicação reserva, que entram em funcionamento
10

caso os principais apresentem pane, evitando que a comunicação seja afetada. Outra
forma que a torre tem de se comunicar com as aeronaves é por meio de sinais
luminosos, que são utilizados quando as condições de visibilidade da pista de pouso
e decolagem estão desfavoráveis. Podendo-se destacar os sistemas de pistola de
sinalização e balizamento de pista e a utilização de farol não direcional. Existe
também, uma biruta, que serve para indicar a direção do vento, ajudando os
controladores a determinarem a melhor pista que propiciará um pouco contra o vento,
o que garantirá estabilidade e sustentação para os aviões.
Após a visita na torre, iniciou-se as instruções na área onde localizam-se os
radares do aeroporto (Próxima ao CFAP-PMMA). Neste local esta a estação VHF, que
é o setor de comunicação entre as aeronaves, o centro amazônico e o controle de são
Luís. Além das salas de dados, existem radares que captam a presença de aeronaves
amigas, alvos no espaço aéreo, entre outro. Esses radares são protegidos contra
intempéries por uma espécie de esfera gigante, chamada Radome.
FOTO 07: RADAR PROTEGIDO POR RADOME FOTO 08: ESTAÇÃO VHF
11

3 VISITA TÉCNICA – 2º DIA

No dia 22 de novembro, no segundo dia de visita, parte dos militares da 15ª


turma deslocaram para as instalações da SCI. Antes disso, foi realizado o cadastro
dos cadetes para liberação do acesso a área restrita do aeródromo. Os mesmos, após
terem seus crachás confeccionados, passaram pelo aparelho de raio x e adentraram
definitivamente no lado Ar do local.

FOTO 09: ENTRADA NO AEROPORTO SBSL

Iniciou-se então uma palestra ministrada pelo senhor Rafael, onde este
trabalhava com as ações de segurança operacional do aeródromo. Durante a palestra
foram citados os órgãos que poderão agir, dentro e fora do aeroporto, caso ocorra
alguma situação de emergência. O instrutor falou também sobre os perigos presentes
na pista que podem ocasionar em acidentes graves e prejuízos econômicos
milionários. Por esse motivo, as atividades relacionadas ao Safety ou prevenção são
extremamente criteriosas nesse local. Estes perigos podem ser poluição urbana
(acúmulo de lixo, aterros sanitários etc...) nas áreas adjacentes ao aeroporto, que
podem atrair aves. Estas apresentam o enorme risco as turbinas dos aviões e a
própria estrutura física das aeronaves, sendo de asas rotativas ou não. Outro perigo
é a incursão em pista em momentos inoportunos e as FOD´s, que são os danos
causados a um ou mais componentes de uma aeronave, devido a contato direto com
objeto estranho aquele meio. O Rafael ressaltou que a forma de evitar os FOD´s é a
prevenção, a partir da verificação diária de possíveis objetos estranhos a área
operacional. Devido a natureza da atividade ser muito criteriosa, estabeleceu-se pela
coordenação da prevenção do aeroporto quatro pilares a serem seguidos sobre os
quais as operações do aeródromo se apoiam a: Política e Objetivos, Gerenciamento
do Risco à Segurança Operacional, Garantia de Segurança Operacional e Promoção
da Segurança Operacional.
12
FOTO 10: PALESTRA SOBRE SAFETY NO AERÓDROMO

Após essa palestra, os cadetes dirigiram-se a SCI (seção contra incêndio) do


Aeroporto de São Luís. O corpo de alunos passou por nova palestra, no auditório da
Sci. Onde novamente foram abordados os órgãos responsáveis por quaisquer
ocorrências que podem acontecer no aeródromo. Foi falado também informações a
respeito da estrutura organizacional da sci, bem como funcionamento das atividades
operacionais. Após a palestra, foi realizada visita para conhecimento das instalações
do local, como almoxarifado, reserva técnica, refeitório, alojamentos, torre de vigia e
estrutura interna o CCI.

FOTO 10: AUDITÓRIO DA SCI


13

FOTO 11: CCI

FOTO 12: ALMOXARIFADO DA SCI

Partindo para a prática, os cadetes tiveram oportunidade de vivenciar situação


crítica, através de atividade de simulação de acidente de aeronave. Inicialmente foram
dividias as guarnições e as funções de cada um. Após isso, os cadetes foram
instruídos a respeito da comunicação por gestos entre o comandante da guarnição e
o operador do CCI.
14
FOTO 13: ATIVIDADE PRÁTICA NA SCI

FOTO 14: ATIVIDADE PRÁTICA NA SCI

A ocorrência consistia no resgate de duas vítimas inconscientes de área


quente. Os resgatistas deveriam ser protegidos por outros bombeiros através de jatos
d’água, que variavam dependendo das determinações do comandante do incidente.
Eram então, utilizadas duas linhas de combate cada uma com dois bombeiros (chefe
e auxiliar de linha) e entre eles dois ficava o chefe de socorro coordenando-os com os
15

sinais. A comunicação, realizadas por gestos e voz, uma das determinações era para
que as duas linhas se aproximassem e uma sobrepor a outra e a segunda ordem era
usada para que elas se afastassem. Após essas ações, os BA´s deveriam trazer as
vítimas da zona quente, para zona fria e assim encerrava-se a instrução.
16

4 CONCLUSÃO

Por fim, através da visita técnica no DTECEA e na SCI do aeroporto de São


Luís pode-se concluir que as atividades desempenhadas por estes órgãos
apresentam grau de dificuldade muito elevado, necessitando então de demasiada
capacitação técnica de seus profissionais executantes. O DTCEA, com sua atuação
na execução, eminentemente descentralizada, das atividades operacionais, técnicas
e administrativas, nas áreas definidas como de sua responsabilidade e a SCI com
suas constantes atividades operacionais de aperfeiçoamento e preparação para
atendimento de sinistros demonstraram ser órgãos de excelência e que garantem a
segurança do Aeroporto de São Luís e de todos que o frequentam.
17

5 REFERÊNCIAS

• https://www.lideraviacao.com.br/pt-br/visualizacao-da-noticia/ler/74/o-que-e-f-
o-d-e-como-evitar
• https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/8271/1/ALEXAND
RE_ALVES_DA_SILVA_LEAL%20-%20MONOGRAFIA.pdf
• https://www.infoescola.com/profissoes/controlador-de-trafego-aereo/
• https://www.camara.leg.br/radio/programas/276748-especial-aviacao-3-
conheca-como-funciona-o-controle-do-trafego-aereo-06-44/
• www.decea.mil.br
• https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funciona-o-controle-de-
trafego-aereo/
18

Você também pode gostar