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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)


FACULDADE DE FARMÁCIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO E
ADMINISTRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA

Flávia Cardoso Soares

QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DISPONÍVEL NA INTERNET


SOBRE DEPRESSÃO E ANTIDEPRESSIVOS

Niterói/RJ
2021
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Flávia Cardoso Soares

QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DISPONÍVEL NA INTERNET SOBRE


DEPRESSÃO E ANTIDEPRESSIVOS

Dissertação apresentada ao curso de


Mestrado Profissional em Administração e
Gestão da Assistência Farmacêutica da
Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em
Administração e Gestão da Assistência
Farmacêutica. Área de concentração: Uso
Racional de Medicamentos.

Orientadora: Profª Drª Selma Rodrigues de Castilho


Co-orientador: Prof. Dr. José Raphael Bokehi

Niterói
2021
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FLÁVIA CARDOSO SOARES

QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DISPONÍVEL NA INTERNET SOBRE


DEPRESSÃO E ANTIDEPRESSIVOS

Dissertação apresentada ao curso de


Mestrado Profissional em Administração e
Gestão da Assistência Farmacêutica da
Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em
Administração e Gestão da Assistência
Farmacêutica. Área de concentração: Uso
Racional de Medicamentos.

Aprovada em: 30/04/2021.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Profª Dra. Selma Rodrigues de Castilho – UFF

_________________________________________________
Dr. Tiago Coutinho Cavalcante - UFRJ

__________________________________________________
Profa. Dra. Carla Valeria Guilarducci - UFF
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pelo amor incondicional e por estar presente em minha vida e estar
sempre me guiando no melhor caminho.

Aos meus pais e irmã pelo apoio e compreensão. Vocês são muito especiais. Em
especial, à minha mãe, Irlete, sempre me ajudando.

Ao meu esposo Paulo Roberto por todo apoio e paciência. Obrigada por sempre estar
ao meu lado e me incentivar em todos os momentos.

Aos meus filhos, Julia e João Gabriel, pela compreensão de que a mamãe precisava
estudar.

À minha tia Josi, pela ajuda de sempre. Obrigada por tudo.

À minha amiga Rafaela Cordeiro por sempre me incentivar e acreditar em mim.

À minha orientadora Selma pela parceria, apoio e incentivo ao longo do mestrado, da


residência e da graduação. Agradeço a paciência e por acreditar em mim.

Ao coorientador José Raphael pelo apoio e ajuda com a parte técnica e estatística,
essencial na realização deste trabalho.

Aos colaboradores Raphael Boheki e Thales Brandi pela ajuda nas análises.

Ao professor Soares, pela ajuda com a confecção gráfica, essencial ao trabalho.

Às colegas de turma do GAFAR 2019 (Cristiane, Heliane, Jackeline, Mayara, Nadielle,


Paolla, Patricia, Sandra, Stephanie e Vanessa) que durantes esses dois anos me
deram força e incentivo. “Ninguém solta a mão de ninguém” (nosso jargão).

Aos membros da banca e revisor, que tão prontamente aceitaram participar da


construção desse trabalho, contribuindo com seu conhecimento sobre o assunto.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a conclusão deste trabalho.
6

“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém


viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou
sobre aquilo que todo mundo vê.”
(Arthur Schopenhauer)
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RESUMO

A depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda


de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da
incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. O acesso à
informação nunca foi tão fácil para os consumidores e grande parte desta informação está
disponível na internet. Esta informação tem um grande potencial de influenciar as decisões
dos consumidores a respeito das mais diversas questões, entre elas a saúde e seu cuidado.
A qualidade das informações oferecidas na internet tem sido objeto de avaliação em diversas
áreas e especialmente, na de saúde. É neste cenário, que se torna cada vez mais importante
investigar a qualidade da informação a que a população tem acesso sobre sua saúde e sobre
medicamentos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade das informações prestadas
por sites de saúde na língua portuguesa referentes à depressão e ao uso de medicamentos
para seu tratamento. Trata-se de um estudo transversal, dividido em duas etapas: avaliação
da qualidade das informações globais em sites para a saúde relacionados à depressão e
avaliação da qualidade da informação sobre utilização de antidepressivos. Foram analisados
50 sites. Na avaliação da qualidade das informações globais, nenhum dos 50 sites analisados
foi considerado com qualidade alta, 32 % foram classificados com qualidade moderada, 64 %
com qualidade ruim e 4 % com qualidade muito ruim. Na avaliação da qualidade da informação
sobre depressão, 23 sites (46%) foram classificados com qualidade muito ruim, 20 sites (40 %)
com qualidade ruim, 3 sites (6 %) com qualidade moderada e 4 sites (8 %) com qualidade
alta. Os resultados mostram uma baixa qualidade da informação disponibilizada na internet
sobre antidepressivos e depressão, sugerindo a oportunidade de disponibilizar e oferecer aos
usuários informações de maior qualidade na internet.
Palavras-chave: qualidade, informação, antidepressivos, depressão.

ABSTRACT
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Depression is a mental disorder characterized by persistent sadness and a loss of


interest in activities that are normally pleasurable, accompanied by an inability to
perform daily activities, for at least two weeks. Access to information has never been
easier for consumers and much of this information is available on the internet. This
information has great potential for driving consumer decisions regarding the most
diverse issues, including health and care. The quality of the information offered on the
internet has been subject to assessment in several areas and especially in health. It is
in this scenario, which makes it increasingly important to investigate the quality of
information that the population has access to about their health and medicines. The
aim of this. The objective of this work was to evaluate the quality of information
provided by health sites in the Portuguese language regarding depression and the use
of medications for its treatment. This is a cross-sectional study, divided into two stages:
assessing the quality of global information on sites for health related to depression and
assessing the quality of information about the use of antidepressants. A total of 50
sites were analyzed. In assessing the quality of global information, none of the 50 sites
provided rated as high quality, 32 % were rated as moderate quality, 64 % as poor
quality and 4 % as very poor quality. In assessing the quality of information about
depression, 23 sites (46 %) were rated very poor quality, 20 sites (40 %) poor quality,
3 sites (6 %) moderate quality and 4 sites (8 %) quality high. The results show a low
quality of the information available on the internet about antidepressants and
depression, suggesting the opportunity to make available and offer users higher quality
information on the internet.
Keywords: quality, information, antidepressants, depression.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
9

Quadro 1. Questionário para avaliação da qualidade das informações globais em sites


para a saúde

Quadro 2. Questionário para avaliação da qualidade das informações com ênfase em


depressão

Tabela 1. Quantidade e motivo da exclusão dos sites nas ferramentas de busca


Google e Yahoo.

Figura 1. Desempenho dos sites nas dimensões conteúdo, técnica e design.

Figura 2. Desempenho de alguns indicadores em destaque na dimensão conteúdo.

Figura 3. Desempenho de alguns indicadores em destaque na dimensão técnica.

Figura 4. Desempenho de alguns indicadores na dimensão design.

Figura 5. Desempenho dos indicadores do conteúdo específico da depressão por


meio da ferramenta de Griffiths e colaboradores (2005).

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


10

ADWCC – Depression Website Content Checklist

CCBT – Terapia Cognitivo Comportamental Computadorizada

CVS – Centro de Vigilância Sanitária

HONCODE – Health on the Net Code of Conduct

JAMA – Journal of the American Medical Association

OED – Displasia Epitelial Oral

OMS – Organização Mundial de Saúde

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PTSD – Transtorno de Estresse Pós-traumático

SUMÁRIO
11

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................14
2.1. Informação na internet e redes sociais...........................................................14
2.2. Informação em saúde na internet...................................................................16
2.3. Avaliação da qualidade da informação...........................................................17
2.4. Depressão e antidepressivos.........................................................................20
2.5. Depressão, informação e internet..................................................................21
3. OBJETIVOS..........................................................................................................25
3.1. Objetivo geral.................................................................................................25
3.2. Objetivos específicos......................................................................................25
4. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................26
4.1. Caracterização do estudo...............................................................................26
4.2. Ferramentas de avaliação..............................................................................26
4.3. Critérios de exclusão......................................................................................31
4.4. Critérios de busca...........................................................................................31
4.5. Análise dos dados..........................................................................................32
4.6. Análise estatística...........................................................................................33
4.7. Avaliadores.....................................................................................................33
5. RESULTADOS......................................................................................................34
5.1. Sites selecionados..........................................................................................34
5.2. Classificação quanto à origem dos sites........................................................34
5.3. Avaliação da qualidade das informações.......................................................34
5.4. Avaliação da qualidade das informações sobre Depressão...........................38
6. DISCUSSÃO.........................................................................................................40
7. CONCLUSÃO.......................................................................................................44
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................45
9. APÊNDICE............................................................................................................53
9.1. Apêndice A – Lista dos 50 sites analisados...................................................53
9.2. Apêndice B – Classificação geral dos sites....................................................55
9.3. Apêndice C – Avaliação dos sites na dimensão conteúdo.............................57
9.4. Apêndice D – Avaliação dos sites na dimensão técnica................................58
9.5. Apêndice E – Avaliação dos sites na dimensão design.................................59
9.6. Apêndice F – Avaliação dos sites sobre o conteúdo da depressão...............60
12

1. INTRODUÇÃO
13

A Internet é a maior ferramenta de busca de informação na atualidade, sendo


o principal local de pesquisa tanto de leigos como de profissionais da área de saúde.
A partir de sua popularização, a pesquisa bibliográfica sofreu mudanças, antes
restritas aos livros, enciclopédias e revistas, ocorrendo também um rompimento de
barreiras geográficas, culturais e sociais (HIRATA et al., 2010)

Além disso, a internet permitiu aos usuários acesso à informação sobre saúde.
Estima-se que 70 % dos americanos, por exemplo, buscam informação sobre saúde
na internet (VARADY et al., 2018)

No entanto, não há, em geral, revisão por pares no conteúdo da internet,


nenhuma maneira de distinguir informações autênticas de fontes tendenciosas ou não
qualificadas e pouca supervisão do governo para evitar fraudes. Com relativa
facilidade, qualquer pessoa pode postar conteúdo, em todo o mundo, na forma de
livros, conselhos, curas milagrosas ou serviços clínicos (LISSMAN e BOEHNLEIN,
2001).

Um requisito mínimo para um site de informações de saúde de alta qualidade


deve ser que seu conteúdo seja baseado em evidências; ou seja, que seu conteúdo e
recomendações sejam consistentes com as evidências de uma revisão sistemática da
literatura médica disponível (GRIFFITHS et al., 2005).

Tendo em vista a grande dificuldade de acesso aos serviços de saúde,


contrapondo-se às facilidades no mundo virtual e o hábito da automedicação pela
população brasileira, o acesso à internet costuma preceder a consulta médica. Assim,
existe preocupação crescente entre os profissionais da saúde em relação à qualidade
e à confiabilidade das informações veiculadas. (HIRATA et al., 2010).

A depressão é a alteração afetiva mais estudada e falada na atualidade,


levando em consideração a pandemia causada pela COVID-19. As medidas de
controle, de distanciamento e isolamento social afetam a população de forma
significativa no componente da saúde mental (BARROS et al., 2020).

Classificada como um transtorno de humor, ela vem comandar as atitudes dos


indivíduos modificando a percepção de si mesmos, e passam a enxergar suas
problemáticas como grandes catástrofes. Tratada como a doença da sociedade
moderna, a depressão tem características que podem traduzir uma patologia grave
14

ou ser apenas mais um sintoma do sujeito diante de uma situação real da vida
(ESTEVES et al., 2006).

Assim, considerando tanto o papel da depressão no cenário da saúde pública


quanto o papel da internet na busca e disseminação de informação em saúde, é
importante avaliar a qualidade da informação disponibilizada na internet sobre a
depressão em si e sobre os medicamentos utilizados para seu tratamento.
15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Informação na internet e redes sociais

O advento da internet revolucionou o acesso à informação (OLIVEIRA et al.,


2013; MENDONÇA et al., 2015; PEREIRA NETO et al., 2017; ROBILLARD et al.,
2018) e as relações em saúde (WINKER et al., 2000; GARBIN et al., 2008). O acesso
à Internet tem aumentado consideravelmente, atingindo pouco mais de quatro bilhões
de usuários em 2018, chegando a 55,1 % da população mundial (INTERNET, 2018).
No Brasil, dados da PNAD contínua de 2016 mostraram que havia utilização da
Internet em 48,1 milhões de residências visitadas, o que correspondia a 69,3 % dos
domicílios (BRASIL, 2018).

As publicações eletrônicas disponibilizadas na internet permitem o acesso,


produção e disseminação de informação em larga escala, por um único indivíduo ou
por organizações, revolucionando toda a estrutura desta produção, disseminação e
acesso que estava em vigor antes do advento da Internet. (LOPES, 2004;
ROBILLARD et al., 2018). Há vários provedores de informação sobre saúde, desde
organizações governamentais até instituições privadas ligadas ao comércio de
produtos. Outro aspecto a ser considerado é que a informação na internet não é
regulada e sua qualidade pode variar consideravelmente (WINKER et al., 2000;
ROBILLARD et al., 2018)

Os sites de busca são hoje as principais ferramentas utilizadas pelos


consumidores para navegarem na rede mundial de computadores (“Internet”). Um site
de busca é um sistema idealizado para encontrar informações localizadas na internet
a partir de palavras-chave indicadas pelo usuário. Surgiram em 1990, no início da
popularização do uso da internet, oferecendo ao usuário uma forma ordenada para a
busca de qualquer informação na rede, apresentando resultados de forma organizada,
de uma maneira rápida e eficiente. A maior parte dos sistemas suporta o uso de
termos boolianos and, or e not para melhor especificar a busca. (MADEIRA, 2006).

A maioria dos usuários não chega a percorrer a totalidade das páginas


efetivamente exibidas pelos buscadores, pois concentra sua atenção nos primeiros
resultados. Verificações empíricas indicam que não mais de 10 % dos usuários
prosseguem para além da 3ª página de resultados, sendo que 62 % tendem a
selecionar um resultado que figura na primeira página. O resultado é uma
16

acentuadíssima canalização de tráfego em alguns poucos endereços, convergindo


para os que se classificam melhor junto às principais ferramentas de busca. Os
resultados das buscas podem ser bastante inconsistentes, pois as buscas realizadas
com os mesmos parâmetros, mas em ocasiões diferentes, muitas vezes apresentam
resultados diferentes, sobretudo no Google (FRAGOSO, 2007).

Berland e colaboradores (2001) avaliaram as informações de saúde sobre


câncer de mama, depressão, obesidade e asma infantil disponíveis em sites de busca
e páginas em inglês e espanhol. Os resultados mostraram que menos de um quarto
das primeiras páginas dos buscadores conduziam a conteúdos relevantes (20 % em
inglês e 12 % em espanhol). Acessar informações de saúde usando buscadores e
termos de busca simples não se mostrou eficiente. A cobertura de informações
importantes em sites em inglês e espanhol foi considerada pobre e inconsistente,
embora a precisão das informações fornecidas tenha na maioria dos casos.

A maioria dos buscadores, e também os sites de redes sociais como Facebook,


possuem todo um interesse mercadológico e de lucro na utilização que o usuário faz
de seus serviços. Pensando neste valor mercadológico que há na informação
disponibilizada na internet, o usuário deve se questionar em relação aos resultados
obtidos. Tendo em vista que pode haver sites que pagam para os seus resultados
estarem acima dos outros nos resultados dos buscadores, ou como no caso do
Google, em que os primeiros sites em suas listas de resultados são os links mais
visitados, é preciso ter em mente que outros resultados que talvez interessassem até
mais para aquele determinado indivíduo, podem ser desprezados e, provavelmente,
nunca serem encontrados (SANTOS, 2012).

Os buscadores mais famosos são os buscadores globais, que pesquisam os


documentos na rede, e a apresentação do resultado depende da indexação feita por
cada motor de busca. Google, Yahoo! e Bing! são os buscadores globais mais
acessados. No Brasil, segundo dados da Experian Hitwise, (2012) e Barreto (2021),
observou-se a seguinte participação de mercado de buscadores: 1º Google: 94,48%
2º Bing: 4,07 % 3º Yahoo: 0,97 % 4º Outros: 0,48 %.

2.2 Informação em saúde na internet


17

A área da saúde desponta cada vez mais na disponibilidade de informações


em sites e páginas de instituições públicas e privadas. O fácil acesso à informação
auxilia no dia a dia tanto de profissionais de saúde quanto de usuários, influenciando
diretamente a relação entre médico e paciente (OLIVEIRA et al., 2003; GARBIN et al.,
2008; SILVESTRE et al., 2012). O paciente, munido dessas informações, se
empodera, passa a questionar e discutir mais sobre o diagnóstico e as diversas
modalidades terapêuticas disponíveis (DEL GIGLIO et al., 2012). Robillard e
colaboradores (2018), observaram que metade da população americana adulta usa a
Internet para acesso à informação sobre saúde, tanto em relação a diagnóstico quanto
a tratamentos disponíveis, inclusive os medicamentosos.

No Brasil, a internet já chegou a 74,9 % dos domicílios, e o celular é o principal


equipamento utilizado para acesso à rede. Seu uso é apontado por 91 % dos jovens
na faixa etária de 20 a 24 anos (IBGE, 2018). De acordo com dados do Centro de
Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (CETIC, 2018), as
informações em saúde representam uma parcela importante (44 %) das buscas
realizadas na internet.

Silvestre e colaboradores (2012), entrevistando pacientes na faixa de 18-60


anos, em sala de espera para atendimento ambulatorial no Município de Tubarão,
Santa Catarina, observaram que 50 % dos entrevistados utilizavam a internet para ter
acesso à informação sobre saúde e doença, com maior procura por parte de
indivíduos na faixa etária entre 31-45 anos e do gênero feminino.

Moretti e colaboradores (2012), entrevistando 1.828 indivíduos, observaram


que a internet tem sido fonte de informação em saúde de grande relevância para
população, com predomínio de uso pelas mulheres que buscam informação para sua
própria saúde (92 %). Para a maioria destas mulheres (86 %), a internet é uma de
suas principais fontes de informação em saúde. Os autores relatam que 69 % dos
entrevistados reconhecem o impacto da internet no relacionamento com os médicos
e que 16 % e 10 % deles pediram ao médico para receitar um medicamento específico
ou para mudar o medicamento prescrito, respectivamente, após uma consulta online.
Cinquenta e dois por cento (52%) destas pessoas afirmaram que os médicos
atenderam a estas solicitações. Sinclair e colaboradores (2017) entrevistaram 284
gestantes, das quais 79 % buscaram informação sobre a segurança do uso de
medicamentos na gravidez.
18

No entanto, vários autores têm apontado problemas na informação em saúde


veiculada na internet. Paolucci e colaboradores (2017), avaliando a qualidade da
informação sobre tuberculose em sites brasileiros, observaram a conformidade com,
no máximo, 65 % dos critérios de qualidade adotados na avaliação. Situação
semelhante foi observada por Del Giglio e colaboradores (2012), avaliando a
qualidade da informação sobre Diabete Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica e
Infarto Agudo do Miocárdio em sites nacionais, sendo as informações veiculadas
frequentemente inadequadas e insuficientes. Ramos e colaboradores (2020)
analisaram a qualidade da informação veiculada na internet sobre 4
benzodiazepínicos: alprazolam, bromazepam, clonazepam e diazepam. Mais da
metade (56,3 %) dos sites se mostraram deficientes ou muito deficientes.

2.3 Avaliação da qualidade da informação

Diversos autores têm demonstrado a influência da propaganda ou publicidade


sobre hábitos de consumo (FREITAS et al., 2013; FRANCO et al., 2016) e sobre o
autocuidado em saúde (HUERTAS e CAMPOMAR, 2007; MACHADO e FERREIRA,
2014; FRANCO et al., 2016), bem como a existência de problemas na informação
divulgada sobre medicamentos e o cuidado em saúde (FAGUNDES et al., 2007;
ABDALLA e CASTILHO, 2017; PEREIRA NETO et al., 2017; CARLSSON e
AXELSSON, 2017; BIGGS et al., 2018; GIBSON et al., 2019; WANG et al., 2019;
RAMOS et al., 2020).

A sociedade moderna segue novos padrões de informação, agregando


diariamente novas páginas na Web, de caráter individual, de associações, de grupos
de interesse, de instituições privadas, governamentais e outras, de forma acelerada e
irrestrita. Este senso de urgência da informação provocou o desenvolvimento não-
ordenado e não-planejado de páginas na internet, com informação de todo o tipo, não
necessariamente científica (LOPES, 2004).

Nesse cenário, pessoas estão recebendo ou buscando informação e


aconselhamento sobre hábitos e intervenções em saúde, de forma ativa ou passiva,
por meio da internet (LOGULLO et al., 2019). Desta forma, a qualidade desta
informação é crucial para que o usuário possa tomar decisões mais racionais. A
qualidade das informações oferecidas na internet tem sido objeto de avaliação em
19

diversas áreas e especialmente, na de saúde. Estes estudos têm advertido para a


necessidade de precaução no que diz respeito às informações especializadas
disponibilizadas (GIBSON et al., 2019). Idealmente, o fornecimento de informações
em saúde deveria ser promovido por profissionais qualificados, com o devido
embasamento científico. Organizações nacionais e internacionais alertam para a
grande oferta de informações que não cumprem esse critério e ressaltam os riscos
naturais proporcionados por informantes não qualificados para prover informações em
saúde para a população em geral (LOPES, 2004).

De acordo com Gondim e colaboradores (2012), essa situação pode ser muito
perigosa para o usuário, por se tratar de sites que não apresentam profissionais
habilitados e nem fornecem informações seguras sobre os processos saúde-doença
ou medicamentos, podendo levar o usuário a usar incorretamente medicamentos ou
a gerar agravos à saúde.

Por esse motivo, algumas organizações internacionais já desenvolveram


instrumentos de certificação da qualidade da informação disponível na internet e
qualificam essas páginas colocando um selo de validade para aquelas que atendem
aos critérios de qualidade definidos para informação na área de saúde. (LOPES,
2004). Entre os instrumentos mais empregados para medir a qualidade da informação
em saúde encontram-se o questionário DISCERN e o HONCode (PIMENTA, 2015).

O questionário DISCERN, criado em 1996, na Inglaterra, pela British Library &


University Oxford, é um instrumento projetado para auxiliar os usuários a avaliar a
informação sobre tratamentos quanto à sua confiabilidade e abrangência
(MENDONÇA e PEREIRA NETO, 2015). É composto por 16 sentenças distribuídas
em três seções, e emprega uma escala de 5 pontos, de acordo com a orientação do
usuário do DISCERN (CHARNOCK et al., 1999). A pontuação 5 é dada caso o critério
de qualidade seja amplamente preenchido; pontuações de 4, 3 ou 2 são para os
critérios que estão preenchidos de forma parcial e quando o critério de qualidade não
é cumprido recebe a pontuação de 1 (CARLSSON e AXELSSON, 2017). Sua principal
limitação é o fato de ser focado em informações sobre tratamento, não sendo aplicável
a conteúdo relacionado a outros aspectos como, por exemplo, prevenção e
diagnóstico (ROBILLARD et al., 2018).
20

A Fundação Health On the Net (HON), uma organização não governamental


sediada na Suíça, é uma das mais antigas e conhecidas iniciativas de avaliação da
qualidade da informação sobre saúde na internet. A HON atribui um selo de qualidade
para os sites de saúde que estejam em conformidade com os princípios do HONCode.
O selo HONCode pode ser encontrado em mais de 8.300 sites sobre saúde, de 102
países em 35 idiomas. Todos os sites certificados são revistos, anualmente, para
ratificar ou não o credenciamento em atendimento aos princípios estabelecidos. A
instituição fornece ainda um código de conduta para orientar os usuários a avaliarem
se um determinado site está em conformidade com seus princípios (MENDONÇA e
PEREIRA NETO, 2015).

No Brasil, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP),


elaborou o Guia de ética para sites de medicina e saúde na internet, em que define
princípios éticos e estabelece padrões mínimos de qualidade, segurança e
confiabilidade para sites de medicina e saúde, e semelhantes em alguns pontos à
proposta da HON Foundation. Médicos e instituições de saúde registrados no
Cremesp passaram a ficar obrigados a adotar esse guia para efeito de idealização,
registro, criação, manutenção, colaboração e atuação profissional em domínios, sites,
páginas, ou portais sobre medicina e saúde na internet. Esses princípios podem ser
considerados norteadores para a construção de uma política de autorregulamentação
e de conduta de sites de saúde na internet (MENDONÇA e PEREIRA NETO, 2015).

O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do estado de São Paulo traduziu e


adaptou para o Brasil um documento da Organização Mundial de Saúde (OMS),
intitulado Guia para encontrar informações seguras, com o objetivo de fornecer ao
usuário critérios de avaliação de conteúdo de sites, como nome e contato dos
responsáveis, datas de publicação, identificação de financiadores e objetivos da
página (RAMOS et al., 2020).

2.4 Depressão e antidepressivos

Mundialmente, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de


depressão e que, no Brasil, 5,8 % da população seja afetada (WHO, 2017). A
21

depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda


de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da
incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. Além
disso, pessoas com depressão normalmente apresentam vários dos seguintes
sintomas: perda de energia; mudanças no apetite; aumento ou redução do sono;
ansiedade; perda de concentração; indecisão; inquietude; sensação de que não valem
nada, culpa ou desesperança; e pensamentos de suicídio ou de causar danos a si
mesmas (ESTEVES et al., 2006; OPAS, 2017).

O contexto pandêmico causado pela COVID-19 e as medidas de controle


preconizadas afetam a população em muitas dimensões das condições de vida e de
saúde e, entre elas, de forma significativa, o componente de saúde mental. Barros e
colaboradores (2020), em um estudo com 45.161 brasileiros, observaram que, durante
o período da pandemia e de distanciamento social analisado, 40,4 % dos
entrevistados sentiram-se tristes ou deprimidos muitas vezes ou sempre.
Tristeza/depressão sempre ou quase sempre ocorreu em 70 % das pessoas com
diagnóstico prévio de depressão e em 35,2 % daquelas sem esse diagnóstico.

O aumento das vendas de antidepressivos pela indústria farmacêutica é


também proporcional ao aumento da depressão e ao aumento da prescrição de
medicamentos voltados para doenças intermediárias (SOARES et al.,2011; FRANCO
et al., 2016). Há mais de uma década, autores como Conrad (2007) e Horwitz e
Wakefield (2007) já questionavam se o aumento da depressão nas estatísticas
populacionais está de fato associado ao transtorno depressivo ou se o que está
ocorrendo é um processo de medicalização de condições humanas antes tidas como
normais. O processo de medicalização da vida, em que problemas exteriores ao corpo
biológico são transformados em distúrbios e transtornos físicos, passíveis de
tratamento medicamentoso, tem a depressão como um de seus carros-chefes. A
depressão, mais do que um transtorno de humor, passa a ser um modo de
subjetivação e ser “deprimido” passa a ser uma identidade, produzindo sujeitos
medicalizados que se definem a partir do que acontece em suas vidas (MACHADO e
FERREIRA, 2014; FRANCO et al., 2016).

2.5 Depressão, informação e internet


22

Embora vários autores apontem para o potencial de contribuição de


informações e práticas baseadas na internet sobre ansiedade e depressão (DAVIES
et al., 2014; ROLLMAN et al., 2017; ANDREWS et al., 2018; SORKIN et al., 2019;
RATHOD et al., 2019), outros estudos apontam problemas na qualidade da
informação veiculada sobre transtornos mentais (MA et al., 2017; RATHOD et al.,
2019).

Bessière e colaboradores (2010), observaram associação entre o uso da


Internet para fins de saúde e o aumento da depressão. Os autores sugerem que isto
pode se dever a alarmes desnecessários, a preocupações ou atenção excessiva aos
problemas de saúde. Além disso, consideram que pessoas mais propensas a
ansiedade pela saúde ou com problemas não monitorados podem selecionar recursos
de saúde online por conta própria. No entanto, os autores apontam que o uso da
Internet para se comunicar com amigos e familiares foi associado a declínios na
depressão.

Davies e colaboradores (2014), observaram que intervenções baseadas na


internet se mostraram efetivas em melhorar a depressão, ansiedade e estresse entre
estudantes quando comparado a controles inativos. Resultado semelhante foi
observado por Andrews e colaboradores (2018), em metanálise de estudos que
compararam as intervenções baseadas na internet com controles como placebos e
cuidado usual.

Beaulac e colaboradores (2016) investigaram opinião de profissionais de saúde


da atenção primária sobre sistemas de apoio à decisão desenvolvidos para usuários,
disponíveis na internet, relacionados às opções de tratamento para depressão. Os
resultados mostraram que os profissionais consideram estes sistemas úteis, apoiam
as mensagens dos profissionais e são acessíveis aos pacientes. Todos consideraram
positiva a disponibilização de informações pela Internet.

Rollman e colaboradores (2017) observaram a eficácia da combinação de um


grupo de apoio na Internet com uma terapia cognitivo-comportamental
computadorizada online (CCBT) fornecida por meio de um programa de cuidado
colaborativo para o tratamento de depressão e ansiedade.

Bolinski e colaboradores (2018) analisaram uma estratégia inovadora (ICare


Prevent), que contém tanto um módulo de diagnóstico quanto um módulo de
23

intervenção de suporte, em relação a um processo tradicional de acompanhamento


de estudantes secundaristas com depressão.

Pohjanoksa-Mäntylä e colaboradores (2009) investigaram o motivo e a forma


como as pessoas usam a Internet para acessar informações sobre antidepressivos e
o impacto, segundo autorrelato, das informações obtidas na internet. Os autores
concluíram que a internet foi percebida como uma fonte importante de informação
adicional sobre os medicamentos, em especial quando o medo de estigmatização ou
os próprios sintomas da depressão limitam a busca de outras fontes de informação.

Brunault e colaboradores (2017) também investigaram a forma como pacientes


com desordens psiquiátricas acessam e usam a internet em busca de informação
sobre seu problema mental. Os autores observaram que a maioria (76,8 %) dos
pacientes que usaram a internet buscavam acesso a informação confiável sobre sua
saúde e tinha interesse em informação sobre seu problema específico (58,8 %). Vale
ressaltar que os autores encontraram diferenças significativas em relação às
expectativas e necessidades de informação entre diferentes desordens psiquiátricas.

Sorkin e colaboradores (2019) avaliaram ferramenta de triagem baseada em


tecnologias de informação projetada para auxiliar os profissionais de saúde em saúde
no reconhecimento e tratamento de transtorno depressivo maior e transtorno de
estresse pós-traumático (PTSD) no ambiente de cuidados primários. Os autores
ressaltam o potencial desta ferramenta no treinamento dos profissionais de saúde,

Taylor e colaboradores (2020) observaram, em um estudo de metanálise, a


eficácia das intervenções baseadas na Internet sobre o tratamento de transtornos
mentais comuns, entre eles a depressão. Os autores sugerem que é preciso estudar
a melhor forma de disseminação destas intervenções em uma variedade de serviços
de saúde ou mesmo em outros ambientes.

Mertan e colaboradores (2020) investigaram o conteúdo e a qualidade das


respostas compartilhadas pelos usuários de um fórum online para pais de jovens com
necessidades de saúde mental. Os resultados mostraram que a depressão estava
entre os tópicos mais discutidos e que a maior parte (58,3 %) da troca de
conhecimento estava de acordo com as diretrizes clínicas baseadas em evidências.
No entanto, os autores enfatizam a necessidade de investigação mais aprofundada
para melhor compreensão da qualidade geral das informações de saúde mental
24

disponíveis nas plataformas online. Ridout e Campbell (2018) realizaram metanálise


sobre o uso de sites de redes sociais sobre intervenções na saúde mental por pessoas
jovens. Os resultados mostraram que os jovens consideram esses fóruns altamente
usáveis, engajadores e um bom suporte. No entanto, os autores ressaltam a
necessidade de mais estudos sobre a eficácia destes fóruns na redução dos sintomas
dos transtornos mentais.

Griffiths e Christensen (2000) avaliaram a qualidade de 21 sites acessados com


frequência sobre depressão, buscando identificar potenciais indicadores de qualidade
do conteúdo. Embora os sites tivessem sido considerados úteis, apresentavam
qualidade geral baixa. E tipicamente não forneciam as evidências científicas que
subsidiavam suas conclusões. A qualidade do conteúdo se mostrou superior em sites
de organizações e com corpo editorial.

Lissman e Boehnlein (2001) analisaram 178 sites ativos sobre depressão. Os


resultados mostraram que, no geral, a qualidade da informação era ruim. Quase
metade dos sites não fez menção a medicamentos, psicoterapia ou consulta
profissional como tratamentos sugeridos para a depressão. Quase dois terços das
páginas foram encontradas em sites com fins lucrativos. Os documentos desses sites
tiveram pontuação mais baixa em precisão de diagnóstico e recomendações de
tratamento do que os de sites sem fins lucrativos.

Griffiths e Christensen (2002) avaliaram a qualidade e a acessibilidade de sites


australianos sobre depressão por meio do questionário DISCERN. As pontuações
para o conteúdo não foram altas e a acessibilidade dos sites foi considerada pobre. O
ranqueamento nos buscadores não se mostrou associado com a qualidade do
conteúdo.

Griffiths e colaboradores (2005) propuseram ferramenta específica para a


avaliação da qualidade da informação sobre depressão na internet, com base na
qualidade da evidência que suporte a informação. A validação desta ferramenta
envolveu a análise de 30 sites, neste processo, os autores observaram que havia um
profissional de saúde envolvido em cerca da metade dos sites. Um quinto dos sites
tinha um corpo editorial e mais da metade fazia promoção de produtos, serviços ou
ambos.
25

Zermatten e colaboradores (2010) avaliaram 45 sites sobre depressão em


termos de responsabilidade, interatividade, estética, legibilidade e qualidade do
conteúdo. A presença do HONCode também foi analisada. A qualidade do conteúdo
dos sites foi considerada boa, sendo significativamente maior nos sites com HON
Code tanto em relação ao conteúdo quanto à pontuação do Brief DISCERN. O HON
Code também mostrou pequena correlação com a qualidade dos 20 primeiros sites
recuperados pelo Google e Bing para 11 termos comuns de saúde mental, entre eles
depressão (GROHOL et al., 2014). Os sites foram avaliados por meio do questionário
DISCERN e o conteúdo por uma adaptação do Depression Website Content Checklist
(ADWCC).

Ma e colaboradores (2017) avaliaram a qualidade e a legibilidade de


informações sobre insônia na internet usando o questionário DISCERN, um check list
da qualidade do conteúdo e o índice Flesch–Kincaid para legibilidade. Os resultados
mostraram que a qualidade geral dos sites era moderada, mas que informações
importantes como a autoria, data da última atualização, existência de conflitos de
interesse nem sempre estavam presentes. Menos de 40 % dos sites apresentavam
referências às fontes de informação e menos de 10 % indicavam sua fonte de
financiamento.

Rathod e colaboradores (2019) avaliaram 27 aplicativos online de


autogerenciamento da depressão com base em sua legibilidade, adequação e
qualidade para determinar sua adequação para uso pelos pacientes. A pontuação
média obtida pelos aplicativos no DISCERN foi 58,8 %. Oito aplicativos foram
considerados de alta qualidade e 19 de média para baixa qualidade.

3. OBJETIVOS
26

3.1 Objetivo Geral

Avaliar a qualidade das informações prestadas por sites na língua portuguesa


referente à depressão e ao uso de medicamentos antidepressivos.

3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar a qualidade global de sites na língua portuguesa sobre depressão


• Avaliar a qualidade das informações em sites na língua portuguesa sobre
utilização de antidepressivos e depressão.
• Avaliar se a origem dos sites e a participação de profissionais de saúde
estão associadas à qualidade global dos sites ou da informação fornecida.
27

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Caracterização do estudo

Trata-se de um estudo transversal, dividido em duas etapas: avaliação da


qualidade global de sites relacionados à depressão e avaliação da qualidade da
informação sobre utilização de antidepressivos e depressão.

4.2 Ferramentas de avaliação

A avaliação da qualidade das informações globais em sites foi realizada a partir


de adaptação das ferramentas descritas por Mendonça e Neto (2015) que propõem a
aplicação de três dimensões para a avaliação da qualidade da informação em sites
de saúde no Brasil: conteúdo, técnica e design.
A dimensão conteúdo engloba abrangência, acurácia e inteligibilidade dos
dados divulgados; a dimensão técnica tem como objetivo avaliar a credibilidade,
segurança e privacidade, representa o nível de transparência da informação e por
último a dimensão design que avalia a usabilidade e acessibilidade dos usuários dos
sites, representa o nível interatividade do leitor com o site. Para cada uma das
dimensões foram descritos grupos de perguntas que permitem avaliá-las. A dimensão
conteúdo é constituída por 18 perguntas. A técnica conta com 40 perguntas, das quais
duas (28 e 29), não foram utilizadas devido à dificuldade de análise, e a design por 22
perguntas (Quadro 1). No quadro 1, as linhas contendo as perguntas não
consideradas encontram-se em coloração diferente.
28

Quadro 1 Questionário para avaliação da qualidade das informações globais em sites para a saúde

CONTEÚDO
1. O site apresenta informações de diagnóstico?
2. O site apresenta informações de prevenção?
3. O site apresenta informações sobre possibilidades de tratamento?
Abrangência 4. O site apresenta informações sobre possíveis complicações do tratamento?
5. O site apresenta os benefícios e o desempenho dos tratamentos e/ou dos
produtos?
6. O site apresenta contato de local para obter maiores informações sobre
diagnóstico, tratamento e prevenção?
7. O conteúdo está cientificamente fundamentado com base em estudos, pesquisas,
protocolos, consensos ou prática clínica?
Acurácia 8. O site apresenta as fontes que suportam as informações disponíveis?
9. As fontes são de origem amplamente reconhecida e com boa reputação?
10. O site possui um comitê científico?
11. A linguagem é adequada para o público de destino?
12. As fontes do texto estão em tamanho adequado?
13. É possível entender o propósito do site?
14. O site não utiliza palavras técnicas ou jargão desconhecidos pelo público em
Inteligibilidade geral?
15. A página inicial do site tem poucas informações?
16. Os textos são muito curtos e de rápida compreensão?
17. O site apresenta mensagens claras de alertas ou de erros?
18. As imagens na página ajudam a entender os textos?
TÉCNICA
1. Consta o autor da informação?
2. As credenciais dos autores foram fornecidas?
3. O site fornece os endereços de contato do autor?
4. Consta o responsável do site?
5. As credenciais dos responsáveis foram fornecidas?
6. Consta a data de criação do site?
7. Consta a data de atualização do site?
Credibilidade
e Segurança 8. Consta a data de criação do conteúdo?
9. Consta a data de atualização em todas as páginas/conteúdos do site?
10. O site conta com revisão editorial?
11. Consta no site a política editorial?
12. O propósito do site é apresentado?
13. O objetivo do site está claro?
14. O site menciona o público para o qual as informações se destinam?
15. O site foi certificado por alguma instituição credenciadora?
16. O apoio e parceria financeira é mencionado?
17. Os anúncios publicitários são claramente identificados?
Publicidade
18. Há distinção entre anúncios e o conteúdo?
19. O site possui política de publicidade?
29

Quadro 1 Questionário para avaliação da qualidade das informações globais em sites para a saúde
(continuação)

20. Os profissionais de saúde estão cumprindo os preceitos éticos e legislativos da


profissão?

Ética
21. Os aconselhamentos em saúde são prestados por profissionais qualificados?
22. O site notifica a necessidade de consulta médica?
23. Os parceiros estão de acordo com os princípios éticos adotados pelo site?
24. O site solicita autorização do usuário no momento da coleta de seus dados
pessoais?
25. O site informa a finalidade da coleta desses dados?
26. O sigilo de dados pessoais dos usuários está assegurado através de uma política
Privacidade
de segurança e privacidade?
27. O site informa o propósito da coleta das informações pessoais?
28. O site possui sistema de proteção e segurança como o de criptografia de dados?
29. O site informa o propósito da coleta desses dados?
30. O site possui ferramentas interativas (fórum, blog, chat, redes sociais,
comentários)?
31. Existem regras estabelecidas para a utilização dessas ferramentas?
32. Estas ferramentas possuem uma pessoa responsável (moderador)?
33. O site apresenta as credenciais/qualificações do moderador?
34. O moderador está apto a responder dúvidas e questionamentos sobre o
assunto abordado?
Interatividade
35. O site fornece contatos do usuário com o webmaster?
36. O site oferece FAQ (perguntas mais frequentes) para os usuários?
37. O site oferece tutoriais de ajuda para o usuário?
38. O site possui fale conosco?
39. As questões dos usuários são respondidas em tempo ágil?

40. O site avalia a satisfação do usuário quanto ao seu atendimento ou conteúdo?


DESIGN
1. Constam logotipos, atalhos e caixas de busca visíveis em todas as páginas e sempre no mesmo
lugar?
2. É fácil de navegar no site?
3. O design do site é agradável e limpo?
4. O site possui links de retorno em todas as páginas?
5. Existe ferramenta de busca no site?
6. A ferramenta de busca está presente em todas as páginas?
7. O site apresenta a opção de busca avançada depois da busca simples?
8. Os resultados da busca são pertinentes?
9. Consta o mapa do site?
10. No caso de baixa de arquivos, os links estão acompanhados de descrições claras e precisas sobre
o seu conteúdo, tamanho e formato?
30

Quadro 1 Questionário para avaliação da qualidade das informações globais em sites para a saúde
(conclusão)

12. Os links do site funcionam?


13. As categorias de links são claras e bem definidas?
14. O site disponibiliza atalhos de teclado?
15. O site possui conteúdo altenativo para imagens?
16. São fornecidas descrições para as imagens da página, utilizando-se o atributo alt?
17. As páginas são leves e carregam rapidamente? O site pode ser acessado em mais de um Browser
(navegador)?
18. O site pode ser acessado em mais de um dispositivo (celular, tablet)?
19. O site possui mecanismos para aumentar a fonte?
20. O site disponibiliza o recurso de barra de acessibilidade?
21. O site disponibiliza o mesmo conteúdo em vários formatos (texto, áudio e vídeo)?
22. Os documentos em pdf também são disponibilizados em HTML?

Fonte: Mendonça e Neto (2015)

Uma ferramenta proposta por Griffiths e colaboradores (2005) foi utilizada para
avaliar a qualidade do conteúdo da informação, com ênfase em depressão. Esta
ferramenta é composta por 20 perguntas sobre o escopo e a correção dos conceitos
apresentados (Quadro 2).
31

Quadro 2 Questionário para avaliação da qualidade das informações com ênfase em depressão
AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO DEPRESSÃO
1. A medicação antidepressiva é um tratamento eficaz para o transtorno depressivo maior.
2. Os antidepressivos são todos igualmente eficazes.
3. A eficácia dos antidepressivos é de cerca de 50 a 60 %.
4. A recuperação psicossocial total pode levar vários meses.
5. A taxa de desistência é a mesma para diferentes antidepressivos.
6. O perfil de efeitos colaterais varia para diferentes antidepressivos.
7. A escolha do antidepressivo deve depender de fatores individuais do paciente (por exemplo, presença de
comorbidades, condições psiquiátricas ou médicas, resposta prévia a um medicamento em particular,
preferência do paciente e a conveniência de efeitos colaterais específicos, terapia medicamentosa
concomitante, risco suicida).
8. Antidepressivos não são viciantes.
9. É necessário um estudo de 6 semanas com a dose total antes que um medicamento apresente falha e
possa tentar outro.
10. Um medicamento de segunda linha provavelmente deve pertencer a uma classe diferente de
antidepressivo.

11. Deve ser considerado melhor, o tratamento de continuação na mesma dose por pelo menos 4-6 meses.

12. A síndrome de descontinuação pode ocorrer com a interrupção abrupta de qualquer antidepressivo, de
modo que os antidepressivos não devem ser parados de repente. Onde possível, antidepressivos devem
ser retirados ao longo de 4 semanas, a menos que haja razões médicas urgentes para interromper o
medicamento mais rapidamente. (Para marcar 1, é necessário salientar que a cessação abrupta pode causar
síndrome de descontinuação e que os antidepressivos não devem ser parados de repente).
13. A erva de São João parece ser tão eficaz quanto os antidepressivos tricíclicos e causa menos efeitos
colaterais, mas pouco se sabe sobre quaisquer efeitos adversos a longo prazo.
14. A terapia cognitiva pode ser um tratamento eficaz para a depressão.
15. A terapia comportamental cognitiva é pelo menos tão eficaz quanto o tratamento medicamentoso na
depressão leve a moderada.
16. A terapia comportamental cognitiva pode ser valiosa para pessoas que respondem ao conceito de
cognição terapia comportamental, preferem tratamento psicológico a antidepressivo, não responderam a
terapia antidepressiva. [Pontuação 1 se mencionar pelo menos uma delas].
17. A solução de problemas pode ser eficaz para a depressão.
18. O aconselhamento [genérico] provavelmente não é mais eficaz que o tratamento usual do clínico para
depressão.
19. Informações escritas (geralmente baseadas em um modelo cognitivo de depressão) podem melhorar de
leve a moderada depressão. [Pontuação 1 se modelo cognitivo]
20. O exercício pode ser eficaz - sozinho ou como complemento de outros tratamentos.
Fonte: Griffiths e colaboradores (2005)
32

4.3 Critérios de exclusão

Foram considerados os seguintes critérios de exclusão: sites que redirecionam


para formatos: pdf, .doc, .docx e vídeos; sites escritos em língua estrangeira; sites que
solicitam cadastro, pagamento ou assinatura para leitura do conteúdo; Bulários; sites
de drogarias e vendas online; sites não específicos para depressão; sites duplicados.

4.4 Critérios de busca

A seleção dos sites foi feita por meio das ferramentas de busca Google (http://
www.google.com.br) e Yahoo (http:// www.yahoo.com.br). De acordo com Caldeira
(2015), a ferramenta de busca Google possui 91,78 % de participação no mercado
global, e ocupa a posição líder entre os buscadores mais utilizados no Brasil com
85,45 % de participação dos internautas. O Filtro de busca avançada não foi aplicado,
para que haja uma aproximação do modo de pesquisa de um usuário.
Foram feitas duas buscas em cada buscador Google e Yahoo, com a
combinação de palavras coloquiais que se aproximassem do público leigo e
operadores booleanos: “antidepressivos” AND (medicamentos OR remédios) e
depressão AND tratamento. As buscas foram realizadas considerando apenas a
língua português do Brasil, pois a intenção do trabalho é analisar sites brasileiros.
Por meio de uma busca realizada no Google no dia 20 de abril de 2020, com
os critérios descritos, foram encontrados 136 sites. Aplicando os critérios de exclusão,
64 sites não foram considerados para avaliação, totalizando 72 sites selecionados
para avaliação. A mesma busca foi realizada na ferramenta de busca Yahoo no dia
29 de abril de 2020, também com os critérios descritos, e foram encontrados 102 sites.
Aplicando os critérios de exclusão, 69 sites não foram considerados para avaliação,
totalizando 33 sites selecionados para avaliação.
Dos 105 sites encontrados nos dois buscadores foram retirados os sites
duplicados. Foi realizado um cálculo de proporcionalidade para chegar a um ponto de
corte de 50 sites. Foram avaliados os primeiros 34 sites do buscador Google e os
primeiros 16 sites do buscador Yahoo.
Para realizar a busca dos sites foi utilizado um computador particular novo,
ainda sem dados de navegação no histórico de pesquisa. A utilização deste recurso
teve o intuito de reduzir a personalização dos resultados, devido à existência de filtros
33

invisíveis presentes nos sites de busca que poderiam influenciar nos resultados da
pesquisa, resultando em um banco de dados com características de pesquisas prévias
(Caldeira, 2015).

4.5 Análise dos dados

A análise dos dados do conteúdo presente nos sites foi realizada de acordo
com a proposta de Charnock e colaboradores (1999):
• Zero (0) - representa a ausência de determinado item nos sites analisado;
• Um (1) - representa a presença parcial de determinado item nos sites analisado
• Dois (2) - representa a presença total do item avaliado nos sites.

Desta forma o somatório das repostas presentes nos sites permitiu estratificá-
los em níveis de qualidade por meio de quartis:
- Qualidade alta - ≥ 75 % - a dimensão analisada (conteúdo, técnico e
farmacológico) apresenta classificação (2) para a maioria dos critérios. Indicará que a
publicação é de boa qualidade, isto é, uma fonte útil e adequada de informações sobre
o tratamento.
- Qualidade moderada: < 75 ≥ 50 % - a dimensão analisada (conteúdo, técnico e
farmacológico) apresenta classificação (1) para a maioria dos critérios. Indicará ser
uma publicação de qualidade média, isto é, uma fonte útil de informação, mas terão
algumas limitações, informações adicionais são necessárias.
- Qualidade ruim < 50 ≥ 25 % - a dimensão analisada (conteúdo, técnico e
farmacológico) apresenta classificação (0) para a maioria dos critérios. Indicará que a
publicação terá qualidade ruim, isto é, terão deficiências graves e não será uma fonte
confiável ou adequada de informações.
- Qualidade muito ruim < 25 % - a dimensão analisada (conteúdo, técnico e
farmacológico) apresenta classificação (0) para a maioria dos critérios. Indicará que a
publicação terá qualidade muito ruim, isto é, terão deficiências muito graves e não
será uma fonte útil de informações.
Os sites foram classificados quanto à sua origem: Institucional, Leigos e
Profissional de saúde.
Os resultados obtidos com a aplicação das ferramentas - qualidade das
informações globais em sites para a saúde e - avaliação da qualidade da informação
34

sobre utilização de antidepressivos de cada site selecionado para o estudo foram


tabulados no programa Microsoft Office Excel.

4.6 Análise estatística

Para a estatística descritiva dos dados com distribuição paramétrica, foram


calculados, média e desvio padrão. Para comparação da qualidade geral dos sites
quanto à origem (especializado em saúde x não especializado em saúde; com
contribuição de profissional de saúde x sem contribuição de profissional de saúde;
institucional x leigo) foi utilizado o teste Kruskall-Wallis, considerando intervalo de
confiança de 95 %. Os cálculos foram feitos na calculadora online disponível em
https://www.socscistatistics.com/tests/kruskal/default.aspx.
Para classificação do conteúdo específico para depressão foi empregada a
classificação própria da ferramenta, sendo considerados de boa qualidade os sites
cuja pontuação se situou no quartil superior, de qualidade moderada os que tiveram
pontuação situada na faixa do terceiro quartil, ruins os situados no segundo quartil e
muito ruins os que tiveram pontuação situada no quartil inferior (primeiro quartil). Para
a correlação entre os resultados dos dois avaliadores que realizaram as análises foi
feito o teste de concordância kappa, sendo que valores abaixo de 0,40 representam
baixa concordância, valores situados entre 0,41 e 0,60 representam concordância
mediana aceitável, valores entre 0,61 e 0,80 representam forte concordância e valores
acima de 0,81 representam concordância quase perfeita. Para o teste kappa foi
utilizado o programa RealStatistics.

4.7 Avaliadores

Cada site foi avaliado por dois indivíduos. A nota final foi obtida pela média das
pontuações dos dois avaliadores.
35

5. RESULTADOS

5.1 Sites selecionados


Após exclusão dos sites de acordo com os critérios descritos (Tabela 1), 50
sites foram avaliados respeitando a proporcionalidade de 34 sites para o buscador
Google e 16 sites para o buscador Yahoo (Apêndice A).

Tabela 1 – Quantidade e motivo da exclusão dos sites nas ferramentas de busca Google e Yahoo.
Número de sites Número de sites Motivo da
excluídos excluídos Exclusão
(buscador Google) (buscador Yahoo)
1 0 Vídeo
2 43 Duplicado
4 4 Bulário
33 12 Não específicos
6 2 Drogaria/Venda
10 3 PDF/Artigo
7 2 Anúncios
1 3 Link
Linkinválido
Inválido
Total 64 Total 69

5.2 Classificação quanto à origem dos sites


A maioria dos sites avaliados pertencia a instituições, públicas ou privadas (84
%). Apenas 6 % dos sites eram de leigos e 10 % de profissionais de saúde. Foi
observada a presença do selo HONCode em 3 sites (6 %). Dos 50 sites, 35 (70 %)
eram da área de saúde e 37 (74 %) citavam a participação de profissional de saúde
na produção da informação veiculada.

5.3 Avaliação da qualidade das informações segundo Mendonça e Neto (2015)


Foram aplicados os questionários para avaliar as dimensões conteúdo, técnica
e design. Para cada item avaliado foi aplicada a pontuação na escala de zero (0) a
dois (2), onde zero é a ausência das informações e 2 é a totalidade das informações.
Foi calculado o nível de concordância entre os dois avaliadores por meio do
índice kappa. Para a ferramenta de Mendonça e Neto (2015), a classificação geral
dos sites entre os avaliadores F e R apresentou uma concordância quase perfeita
(k=0,95). Havendo discordância, um terceiro avaliador (S) foi acionado.
36

Dos 50 sites analisados, de uma forma geral, nenhum foi classificado com
qualidade alta, 32 % foram classificados com qualidade moderada, 64 % com
qualidade ruim e 4 % com qualidade muito ruim (Apêndice B).
Considerando-se apenas a dimensão conteúdo (Apêndice C), 4 % dos sites
foram classificados com qualidade alta. Na dimensão técnica, 62 % com qualidade
ruim. Na dimensão design 58 % dos sites foram classificados com qualidade
moderada (Figura 1).

Figura1. Desempenho dos sites nas dimensões conteúdo, técnica e design.

A maioria os sites (66 %) não ficaram com a mesma classificação para todas
as dimensões. Por exemplo, o site https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-
sobre/35394-antidepressivos foi classificado com qualidade alta na dimensão
conteúdo, atendendo a vários indicadores exigidos. Mas nas dimensões técnica e
design, não respondeu positivamente a vários indicadores recebendo classificação de
qualidade moderada, o que o levou a ficar com classificação geral de qualidade
moderada. Este site continha um forte apelo publicitário. Outro site classificado com
qualidade alta no conteúdo (https://www.mundoboaforma.com.br/remedio-para-
depressao-6-mais-usados/), também ficou com classificação moderada nas
dimensões técnica e design, sendo classificado de forma geral com qualidade
moderada. Este site continha muitos elementos de distração como imagens,
publicidade e vídeo.
37

Na dimensão conteúdo (Apêndice C), os sites analisados apresentaram


problemas em relação à presença de informação de diagnóstico (16 %), informação
de prevenção (14 %), contato para informação adicional (10 %) e fontes das
informações disponíveis (26 %). Como ponto positivo, 92 % apresentaram as fontes
do texto em tamanho adequado (Figura 2).

100%
16% 14% 10%
2% 26%
8%
75% 20% 4%

50% 92%
Sim
88%
78% 70%
64% Parcial
25%
Não
6%
2%
0%
Informações de Informações de Contato para Fontes das Fontes do texto
diagnóstico prevenção informação informações em tamanho
adicional disponíveis adequado

Figura 2. Desempenho de alguns indicadores em destaque na dimensão conteúdo.

Na dimensão técnica (Apêndice D), alguns indicadores se destacaram


negativamente. Os sites analisados apresentaram problemas como a ausência da
data de criação do site (88 %), e ausência da data de atualização do site (70 %).
Apesar de 74 % apresentarem o autor da informação, 50 % não apresentaram as
credenciais desses autores. Em 88 % dos sites foram observados anúncios, que
refletem a presença de elementos de distração do usuário. Como ponto positivo desta
dimensão, destaca-se a notificação da necessidade de consulta médica por 74 % dos
sites (Figura 3).
38

Figura 3. Desempenho de alguns indicadores em destaque na dimensão técnica.

A presença de ferramentas interativas como redes sociais e comentários (88 %)


e fale conosco (88 %), se destacaram na dimensão técnica com suporte técnico
adequado e boa interatividade com o usuário.
Na dimensão design (Apêndice E) alguns critérios como fácil navegação
(76 %), design agradável e limpo (80 %), ferramenta de busca (84 %) e acessível em
mais outros dispositivos como celular (98 %), indicaram a facilidade de uso e
navegação do site. Por outro lado, critérios como ausência de mecanismos para
aumentar a fonte (94 %) e ausência do recurso de barra de acessibilidade (94 %)
apresentaram problemas (Figura 4).

Figura 4. Desempenho de alguns indicadores na dimensão design.

Ao se comparar a classificação geral dos sites especializados em saúde e


aqueles que não são especializados, não se observou diferença estatisticamente
significativa (p=0,48479). A mesma situação foi observada ao se comparar os sites
39

que citam a participação de um profissional de saúde na elaboração do conteúdo e os


que não citam esta participação (p=0,1845) e ao comparar os sites institucionais e os
demais (p=0,97889).

5.4 Avaliação da qualidade das informações sobre Depressão segundo Griffiths


e colaboradores (2005)

Por meio da ferramenta de Griffiths e colaboradores (2005), foi aplicado o


questionário de 20 perguntas aos 50 sites selecionados para avaliação. Esta
ferramenta possui uma pontuação própria, onde zero (0) indica a ausência daquele
item e um (1) indica a presença daquele item.
Foi calculado o nível de concordância para esta ferramenta por meio do índice
kappa. Entre os avaliadores F e T houve uma concordância moderada (k=0,49).
Após o somatório das respostas, e o cálculo da média entre os dois
avaliadores, foi possível realizar a classificação dos sites (Apêndice B). Foram
classificados com qualidade muito ruim 23 sites (46 %), 20 sites (40 %) com qualidade
ruim, 3 sites (6 %) com qualidade moderada e 4 sites (8 %) com qualidade alta.
Para o conteúdo específico da depressão, os sites analisados apresentaram
um aspecto negativo nos indicadores. Apenas o indicador 6 (o perfil de efeitos
colaterais varia para diferentes antidepressivos) esteve presente em mais da metade
dos sites (76 %) (Apêndice F). Alguns indicadores como: “Os antidepressivos são
todos igualmente eficazes” e, “a taxa de desistência é a mesma para diferentes
antidepressivos” chegaram a estar ausentes em 98 % e 94 % dos sites,
respectivamente (Figura 5).
40

Figura 5. Desempenho dos indicadores do conteúdo específico da depressão por meio da


ferramenta de Griffiths e colaboradores (2005).
*Os indicadores estão representados na figura com números de 1 a 20. Estes indicadores estão descritos no
Quadro 2.
41

6. DISCUSSÃO

O presente estudo apresenta algumas limitações, como o fato de que com os


atuais mecanismos de busca do Google, diferentes pessoas poderão ter acesso a
diferentes páginas para um mesmo termo pesquisado. E a subjetividade da avaliação
do conteúdo específico para depressão com a ferramenta de Griffiths e colaboradores
(2005).
Mesmo com as limitações, os resultados mostram baixa qualidade dos sites e
das informações disponíveis em português na internet, tanto sobre a depressão
quanto sobre os medicamentos utilizados em seu tratamento. Este resultado está de
acordo com diversos estudos que apontam situação semelhante para diferentes
temas em saúde (PEREIRA NETO et al., 2017; PAOLUCCI et al., 2017; BUOTE et al.,
2016), inclusive os relacionados à saúde mental e medicamentos a ela relacionados
(GRIFFITHS e CHRISTENSEN, 2000; RAMOS et al., 2020; RATHOD et al., 2019; MA
et al., 2017). No entanto, Garcia e colaboradores (2018), estudando a qualidade da
informação sobre vírus do papiloma humano, apontam boa qualidade da informação
disponibilizada na internet.
Vários autores ressaltam a relevância de um processo de avaliação que possa
subsidiar as decisões dos usuários em saúde (GARCIA et al., 2018; PEREIRA NETO
et al., 2015; MENDONÇA e PEREIRA NETO, 2015), auxiliando-os a identificar que
informações são, ou não, de boa qualidade. Por outro lado, a discussão de critérios
de qualidade para a informação em saúde na internet também é apontada como
relevante para quem desenvolve e disponibiliza essa informação na rede, visando
subsidiar processos de desenvolvimento que assegurem a qualidade do produto final
(MENDONÇA e PEREIRA NETO, 2015; FAVORETO et al., 2017; ARAKAWA-
BELAUNDE et al., 2018)... .
Os critérios de abrangência, acurácia e inteligibilidade integram a dimensão
conteúdo proposta por Mendonça e Pereira Neto (2015) para a avaliação dos sites
que veiculam informação em saúde na internet. Os autores definiram que a
abrangência é o domínio do site sobre um tema ou problema de saúde, a acurácia é
o grau de concordância entre a informação oferecida e a melhor evidência aceita pela
prática médica, e a inteligibilidade estabelece o grau de compreensão do texto
disponível. Apenas 4 % dos sites analisados apresentaram qualidade alta na
dimensão conteúdo e 54 % foram classificados como de qualidade ruim.
42

Ainda segundo Mendonça e Pereira Neto (2015), ao elaborar o conteúdo de um


site, deve-se utilizar uma linguagem clara e acessível de forma que qualquer leitor
possa compreender o que está sendo lido. A fonte do texto estava em tamanho
adequado em 92 % dos sites analisados e a linguagem adequada ao público de
destino em 64 %.
Ao visitar um site, o usuário deve ser apresentado de forma clara ao seu
objetivo devendo ser capaz de tirar suas dúvidas, fazer reclamações e dar sua opinião.
Aspectos importantes como a segurança, credibilidade e a preocupação com a
questão comercial devem se juntar ao aspecto ético do gestor da informação. A
privacidade do usuário deve ser garantida e o site deve solicitar permissão para coletar
qualquer informação pessoal. A interatividade, e o devido suporte ao usuário, devem
ser incluídos como indicadores de qualidade da dimensão técnica. Também nesta
dimensão nenhum dos 50 sites analisados apresentou a totalidade dos itens. Mais da
metade (62 %) foram classificados como de qualidade ruim.
O autor da informação foi encontrado em 74 % dos sites, assim como o
responsável pelo site (88 %). Este resultado está de acordo com Hirata e
colaboradores, que identificaram a descrição do responsável em 79,3 % dos 4 sites
brasileiros sobre coronariopatia analisados. Apesar da informação do autor do
conteúdo estar presente na maioria dos sites, em 50 % não havia suas credenciais. A
percentagem que apontava o responsável pelo site foi maior do que a observada por
Brandi e colaboradores (2020), ao analisarem sites que disponibilizavam informação
sobre benzodiazepínicos. Apenas 60 % dos 80 sites analisados pelos autores
apresentavam o responsável pelo sítio, na maioria (62,5 %) a informação estava
incompleta (62,5 %) e apenas 45 % apresentavam contato para informação adicional.
A ausência da data de atualização (74 %) na maioria dos sites analisados afeta
diretamente a confiabilidade destes, como apontado por Newmark et al. (2012),
Mendonça e Pereira Neto (2015) e Molino e Melo (2017). Para aumentar a qualidade
e a confiabilidade das informações de saúde online, informações como autoria, hora
de criação e última atualização devem estar presentes para fornecer evidências de
confiabilidade, aumentando a legibilidade para um público leigo (MA et al, 2017).
A presença de ferramentas interativas como redes sociais e comentários (88 %)
e fale conosco (88 %) são indicadores importantes da dimensão técnica, que refletem
um suporte técnico adequado e interatividade com o usuário (MENDONÇA e
PEREIRA NETO, 2015). Muitos pacientes alcançam melhores resultados de saúde
43

graças a estarem conectado e compartilhar experiências em redes sociais. Assim,


estas ferramentas interativas, quando presentes nos sites, têm uma influência
poderosa nas decisões de saúde de muitos pacientes (FERNÁNDEZ-LUQUE e BAU,
2015).
A dimensão design confere critérios que indicam a facilidade de uso, de
navegação e acessibilidade de acordo com as necessidades e expectativas dos
usuários, reunindo critérios de usabilidade e acessibilidade para deficientes visuais,
auditivos e motores. Os problemas encontrados nos indicadores: ausência de
mecanismos para aumentar a fonte (94 %) e ausência do recurso de barra de
acessibilidade (94 %), deixam clara a falta de acessibilidade à informação destes sites
por pessoas com estas deficiências. Situação semelhante foi apontada por Gibson e
colaboradores (2019). Um site mal projetado pode tornar as informações difíceis de
ler e absorver, reduzindo a clareza. Nenhum dos sites foi classificado com qualidade
alta, porém, 58 % apresentaram classificação com qualidade moderada nesta
dimensão.
Considerando o conjunto dos critérios, nenhum dos 50 sites analisados,
mostrou ter qualidade alta. Estes resultados estão de acordo com outros trabalhos,
que observaram que as informações eram frequentemente inadequadas e
insuficientes. Pereira Neto e colaboradores (2015) avaliando a qualidade da
informação sobre dengue, observaram que nenhum dos 20 sites analisados alcançou
boa classificação de acordo com os critérios utilizados. Ramos e colaboradores
(2020), avaliando a qualidade da informação sobre benzodiazepínicos, observaram
que 56,3 % dos 80 sites analisados foram classificados como deficientes ou muito
deficientes.
Em um estudo sobre avaliação internacional da qualidade e do conteúdo da
Internet para informações sobre a osteoartrite, Varady e colaboradores (2017)
utilizaram para cada país, os dez primeiros sites, que foram avaliados usando um
formulário de Pontuação examinando: tipo de site; qualidade e confiabilidade
utilizando os quadros DISCERN e Health-on-the-net (HON); e tratamento com base
em três diretrizes internacionais de tratamento de osteoartrite. Também foi avaliada a
consistência dos resultados de pesquisa entre os países que falam a mesma língua.
Concluíram que a qualidade das informações de saúde on-line, variavam
significativamente entre os países que falam línguas diferentes. Os pacientes podem
procurar sites que exibem o selo HON.
44

Com o objetivo de avaliar o conteúdo da Web orientado para o paciente em


relação ao OED (Displasia Epitelial Oral), Alsoghier e colaboradores (2018) realizaram
uma avaliação quanto ao conteúdo, qualidade (Instrumento DISCERN, Jornal da
American Medical Association benchmarks, e o selo HON) e legibilidade (Flesch
Reading Ease Score and Flesch-Kincaid Grade Level). Houve uma escassez geral de
conteúdo de OED nos sites identificados. Informações sobre autores, fontes utilizadas
para compilar a publicação, o tratamento e a decisão compartilhada, foram limitadas
ou ausentes. Apenas 6 % e 27 % dos sites alcançaram todos os quatro benchmarks
do JAMA e o selo HON, respectivamente. Neste estudo, os autores concluíram que
os pacientes que procuram a informação sobre OED provavelmente terão dificuldade
em encontrar a informação de confiança sobre esta desordem e um possível impacto
sobre sua vida. De forma semelhante, os resultados do presente estudo, mostraram
que apenas 3 sites (6 %) tinham o selo HON, dois deles foram classificados como de
qualidade moderada, e um site como de qualidade ruim. Resultado semelhante foi
encontrado pelo estudo de Marcinkow e colaboradores (2019), que analisaram a
qualidade da informação sobre contraceptivos orais em 32 sites e encontraram
somente 5 % dos sites com o selo HON.
Os resultados desse estudo não mostraram diferença estatisticamente
significativa entre a classificação geral e a origem dos sites. Situação semelhante foi
apontada por Barbosa e Martins (2007), que observaram que a qualidade não estava
correlacionada com a classificação do site.
Dos 50 sites analisados, 46 % tiveram a qualidade do conteúdo sobre
depressão, classificada como muito ruim. Este resultado é consistente com o
observado por Griffiths e colaboradores (2005) utilizando a mesma ferramenta de
análise de conteúdo de depressão empregada neste trabalho. Os autores também
consideraram a qualidade da informação baixa.
Este resultado também vai ao encontro do estudo de Barbosa e Martins (2007)
para avaliar a qualidade da informação sobre miopsias e fotopsias, que observaram
que de 49 sites incluídos no estudo, a maioria (53 %) continha informações
consideradas como pobres. Cenário semelhante foi observado por Pauer e
colaboradores (2017) que analisaram 693 sites sobre doenças raras, tendo a
qualidade final sido considerada baixa.
.7. CONCLUSÃO
45

Os resultados mostraram uma baixa qualidade da informação disponibilizada


na Internet sobre depressão e antidepressivos. Alguns sites forneceram informações
úteis a respeito de aspectos específicos da depressão, mas no geral a qualidade foi
ruim. Há uma necessidade clara de melhorar a cobertura e a precisão do conteúdo,
reforçando a discussão mundial sobre a necessidade de regulamentação dos
conteúdos relacionados à saúde disponíveis na internet.
O baixo percentual de sites com selo de qualidade, como o HON, por exemplo,
mostrou a baixa preocupação dos gestores destes sites, com a comprovação da
confiabilidade da informação prestada, e com o emprego de parâmetros confiáveis de
avaliação do conteúdo para os usuários. Isto é reforçado pela ausência de algumas
informações básicas, mas relevantes para a confiabilidade das informações
prestadas.
A internet pode vir a ser uma grande aliada na construção de projetos de
promoção da saúde, em especial no que se refere ao empoderamento do paciente.
Entretanto, se a informação veiculada não for compreendida e se não estiver disposta
de forma correta e atualizada, sua apropriação pelo usuário pode ser dificultada.
Desta forma, torna-se necessário a regulamentação das informações prestadas
nos sites e aplicação de selos de qualidade no Brasil, principalmente às informações
de saúde, para que os usuários saibam quais informações podem ser confiáveis.
Estas medidas visam diminuir o risco do uso irracional de medicamentos e problemas
de saúde que podem ocorrer pela informação de baixa qualidade prestada.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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54

9. APÊNDICES

9.1 APÊNDICE A – LISTA DOS 50 SITES ANALISADOS

SITES ANALISADOS
1 - https://pebmed.com.br/qual-e-o-melhor-antidepressivo-para-adultos-estudo-
compara-21-farmacos/
2 - https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/35394-antidepressivos
3 - https://www.adeb.pt/pages/antidepressivos
4 - https://guiadafarmacia.com.br/materia/mitos-e-verdades-sobre-antidepressivos/
5- https://www.vittude.com/blog/antidepressivos/
6- https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/antidepressivos-realmente-
funcionam-confirma-estudo-gigantesco/
7 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Antidepressivo
8 - https://www.tuasaude.com/antidepressivos/
9 - https://minutosaudavel.com.br/antidepressivo/
10 - https://www.hipolabor.com.br/blog/hipolabor-ensina-como-funcionam-os-
remedios-antidepressivos/
11 - https://emais.estadao.com.br/blogs/joel-renno/o-que-sao-antidepressivos/
12 - https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Antidepressivos-
podem-favorecer-ou-blindar-o-desenvolvimento-de-Alzheimer.aspx
13 - https://ifightdepression.com/pt/para-todos/tratamento-com-
antidepressivos/efeitos-secundarios-dos-antidepressivos
14 - http://www.blog.saude.gov.br/promocao-da-saude/32540-depressao-
especialista-alerta-para-perigo-da-automedicacao-de-antidepressivos
15 - https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/10/05/depressao-resistente-
o-que-fazer-quando-o-antidepressivo-nao-funciona.ghtml
16 - https://brasilescola.uol.com.br/saude/antidepressivos.htm
17 - https://panoramafarmaceutico.com.br/2018/04/13/muitas-pessoas-tomando-
antidepressivos-descobrem-que-nao-podem-parar-com-a-medicacao/
18 - https://www.secad.com.br/blog/farmacia/remedios-antidepressivos-riscos/
19 - https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/bem-estar/hormonio-da-
felicidade-saiba-como-os-antidepressivos-
funcionam,bae88c3d10f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html
20 - https://www.doctoralia.com.br/perguntas-respostas/e-verdade-que-remedios-
antidepressivos-param-de-fazer-efeitos-usado-durante-anos
21 - https://sincofarma.org.br/noticias/antidepressivos-fitoterapicos-mais-usados/
22 - https://www.telavita.com.br/blog/antidepressivos-para-que-serve/
23 - https://cuidadospelavida.com.br/saude-e-tratamento/depressao/tempo-
remedios-antidepressivos-efeito
24 - https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/25/uso-continuo-de-
antidepressivos-causa-abstinencia.htm
25 - https://www.ecodebate.com.br/2018/09/21/o-perigo-da-ingestao-de-
antidepressivos-com-outros-medicamentos-artigo-de-mario-louza/
26 - https://www.criasaude.com.br/news/que-horas-deve-se-tomar-seus-
remedios.htm
27 - https://www.vidaeacao.com.br/era-rivotril-aumenta-consumo-de-
antidepressivos-no-brasil/
55

28 - https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2009/07/595808-
antidepressivos-naturais-ajudam-a-curar-tristeza-e-depressao-leve.shtml
29 - https://istoe.com.br/a-mais-potente-arma-contra-a-depressao/
30 - http://www.abfh.com.br/remedios-para-depressao/
31 - https://www.farmaciasportuguesas.pt/menu-principal/bem-estar/os-32 -
antidepressivos-tem-efeitos-secundarios.html
32 - https://jornal.usp.br/atualidades/entenda-mais-sobre-a-sindrome-de-
abstinencia-por-antidepressivos/
33 - https://www.tuasaude.com/remedios-para-depressao/
34 - https://www.mundoboaforma.com.br/remedio-para-depressao-6-mais-usados/
35 - https://veja.abril.com.br/saude/estudo-revela-os-antidepressivos-mais-
eficazes/
36 - https://www.mundoboaforma.com.br/12-antidepressivos-naturais-mais-
usados/
37 - https://www.mdsaude.com/psiquiatria/antidepressivos-isrs/
38 - http://sulla-salute.com/saude/saude-mental/medicamentos-para-a-depressao-
lista-de-antidepressivos.php
39 - https://drjulianopimentel.com.br/dores/remedio-antidepressivos/
40 - http://www.psiquiatria.med.br/tratamentos/medicamentos/320-antidepressivos-
mais-usados-em-psiquiatria
41 - https://www.saudedica.com.br/os-10-melhores-remedios-para-tratar-
ansiedade/
42 - https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/os-
medicamentos-psicotropicos-tranquilizantes-e-sedativos/45567
43 - https://hypescience.com/26402-por-que-antidepressivos-normalmente-nao-
funcionam/
44 - https://www.vice.com/pt/article/j55n58/larguei-antidepressivos
45 -
https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/01/26/internas_economia,3461
35/brasileiro-gasta-r-1-8-bi-com-antidepressivos-e-estabilizadores-de-humor.shtml
46 - https://portugues.medscape.com/verartigo/6500810
47 - https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/remedios-
que-engordam-que-aumentam-apetite/
48 - https://super.abril.com.br/comportamento/o-que-e-mais-eficaz-ir-ao-psicologo-
ou-tomar-remedio/
49- https://guiadafarmacia.com.br/entenda-o-que-sao-os-antidepressivos-
triciclicos/
50 - https://saude.abril.com.br/medicina/antidepressivos-engordam/
56

9.2 APÊNDICE B: CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS SITES

Cita Selo Classificação


Site de Classificação
Sites Origem profissional HON Conteúdo
saúde Geral
de saúde CODE Depressão
1 Institucional Sim S Moderada Ruim
2 Institucional Sim S X Moderada Ruim
3 Institucional Sim S Ruim Moderada
4 Institucional Sim S Ruim Ruim
5 Institucional Sim S Moderada Ruim
6 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
7 Institucional Não S Moderada Alta
8 Institucional Sim S X Moderada Ruim
9 Institucional Sim S Moderada Alta
10 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
11 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
12 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
13 Institucional Sim S Ruim Ruim
14 Institucional Sim S Moderada Ruim
15 Institucional Não S Ruim Ruim
16 Institucional Não S Ruim Muito ruim
17 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
18 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
19 Institucional Não N Ruim Ruim
20 Institucional Sim S Ruim Moderada
21 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
22 Institucional Sim S Ruim Ruim
23 Institucional Sim S Ruim Ruim
24 Institucional Sim N Muito Ruim Muito ruim
25 Institucional Não S Ruim Muito ruim
26 Institucional Sim S X Ruim Alta
27 Institucional Sim N Ruim Muito ruim
28 Institucional Não N Moderada Ruim
29 Institucional Não N Ruim Muito ruim
30 Prof.de saúde Sim S Ruim Ruim
31 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
32 Institucional Não N Ruim Muito ruim
33 Institucional Sim S Moderada Ruim
34 Institucional Sim S Moderada Moderada
35 Institucional Não N Moderada Ruim
36 Institucional Sim S Moderada Alta
37 Prof.de saúde Sim S Moderada Muito ruim
38 Leigo Sim N Ruim Muito ruim
39 Prof.de saúde Sim S Moderada Moderada
40 Prof.de saúde Sim S Moderada Ruim
57

41 Prof.de saúde Sim S Muito Ruim Ruim


42 Institucional Não S Ruim Muito ruim
43 Leigo Não N Ruim Muito ruim
44 Leigo Não N Ruim Muito ruim
45 Institucional Não N Ruim Ruim
46 Institucional Sim S Moderada Muito ruim
47 Institucional Não N Ruim Muito ruim
48 Institucional Não N Ruim Muito ruim
49 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
50 Institucional Sim S Ruim Muito ruim
58

9.3 APÊNDICE C – AVALIAÇÃO DOS SITES NA DIMENSÃO CONTEÚDO.

Presença Presença
CONTEÚDO Ausência
parcial total
1. O site apresenta informações de diagnóstico? 64% 20% 16%
2. O site apresenta informações de prevenção? 78% 8% 14%
3. O site apresenta informações sobre possibilidades de tratamento? 30% 30% 40%
4. O site apresenta informações sobre possíveis complicações do tratamento? 16% 40% 44%
5. O site apresenta os benefícios e o desempenho dos tratamentos e/ou dos produtos? 56% 26% 18%
6. O site apresenta contato de local para obter maiores informações sobre diagnóstico, tratamento e prevenção? 88% 2% 10%
7. O conteúdo está cientificamente fundamentado com base em estudos, pesquisas, protocolos, consensos ou prática clínica? 44% 22% 34%
8. O site apresenta as fontes que suportam as informações disponíveis? 70% 4% 26%
9. As fontes são de origem amplamente reconhecida e com boa reputação? 70% 12% 18%
10. O site possui um comitê científico? 54% 32% 14%
11. A linguagem é adequada para o público de destino? 2% 34% 64%
12. As fontes do texto estão em tamanho adequado? 2% 6% 92%
13. É possível entender o propósito do site? 12% 36% 52%
14. O site não utiliza palavras técnicas ou jargão desconhecidos pelo público em geral? 12% 62% 26%
15. A página inicial do site tem poucas informações? 36% 32% 32%
16. Os textos são muito curtos e de rápida compreensão? 10% 32% 58%
17. O site apresenta mensagens claras de alertas ou de erros? 100% 0% 0%
18. As imagens na página ajudam a entender os textos? 48% 8% 44%
59

9.4 APÊNDICE D – AVALIAÇÃO DOS SITES NA DIMENSÃO TÉCNICA.

Presença Presença
TÉCNICA Ausência
parcial total
1. Consta o autor da informação? 18% 8% 74%
2. As credenciais dos autores foram fornecidas? 50% 4% 46%
3. O site fornece os endereços de contato do autor? 92% 0% 8%
4. Consta o responsável do site? 6% 6% 88%
5. As credenciais dos responsáveis foram fornecidas? 58% 4% 38%
6. Consta a data de criação do site? 88% 0% 12%
7. Consta a data de atualização do site? 74% 0% 26%
8. Consta a data de criação do conteúdo? 30% 0% 70%
9. Consta a data de atualização em todas as páginas/conteúdos do site? 68% 0% 32%
10. O site conta com revisão editorial? 38% 32% 30%
11. Consta no site a política editorial? 58% 10% 32%
12. O propósito do site é apresentado? 36% 24% 40%
13. O objetivo do site está claro? 30% 28% 42%
14. O site menciona o público para o qual as informações se destinam? 52% 34% 14%
15. O site foi certificado por alguma instituição credenciadora? 82% 0% 18%
16. O apoio e parceria financeira é mencionado? 68% 2% 30%
17. Os anúncios publicitários são claramente identificados? 14% 6% 80%
18. Há distinção entre anúncios e o conteúdo? 32% 12% 56%
19. O site possui política de publicidade? 26% 2% 72%
20. Os profissionais de saúde estão cumprindo os preceitos éticos e legislativos da profissão? 16% 32% 52%
21. Os aconselhamentos em saúde são prestados por profissionais qualificados? 48% 14% 38%
22. O site notifica a necessidade de consulta médica? 8% 18% 74%
23. Os parceiros estão de acordo com os princípios éticos adotados pelo site? 28% 22% 50%
24. O site solicita autorização do usuário no momento da coleta de seus dados pessoais? 64% 0% 36%
25. O site informa a finalidade da coleta desses dados? 16% 4% 80%
26. O sigilo de dados pessoais dos usuários está assegurado através de uma política de segurança e privacidade? 64% 12% 24%
27. O site informa o propósito da coleta desses dados? 16% 10% 74%
28. O site possui ferramentas interativas (fórum, blog, chat, redes sociais, comentários)? 10% 2% 88%
29. Existem regras estabelecidas para a utilização dessas ferramentas? 90% 2% 8%
30. Estas ferramentas possuem uma pessoa responsável (moderador)? 82% 0% 18%
31. O site apresenta as credenciais/qualificações do moderador? 88% 0% 12%
32. O moderador está apto a responder dúvidas e questionamentos sobre o assunto abordado? 88% 8% 4%
33. O site fornece contatos do usuário com o webmaster? 82% 2% 16%
34. O site oferece FAQ (perguntas mais frequentes) para os usuários? 76% 0% 24%
35. O site oferece tutoriais de ajuda para o usuário? 94% 0% 6%
36. O site possui fale conosco? 12% 0% 88%
37. As questões dos usuários são respondidas em tempo ágil? 72% 22% 6%
38. O site avalia a satisfação do usuário quanto ao seu atendimento ou conteúdo? 96% 0% 4%
60

9.5 APÊNDICE E – AVALIAÇÃO DOS SITES NA DIMENSÃO DESIGN.

Presença Presença
DESIGN Ausência
parcial total
1. Constam logotipos, atalhos e caixas de busca visíveis em todas as páginas e sempre no mesmo lugar? 18% 2% 80%
2. É fácil de navegar no site? 4% 20% 76%
3. O design do site é agradável e limpo? 2% 18% 80%
4. O site possui links de retorno em todas as páginas? 94% 2% 4%
5. Existe ferramenta de busca no site? 16% 0% 84%
6. A ferramenta de busca está presente em todas as páginas? 22% 0% 78%
7. O site apresenta a opção de busca avançada depois da busca simples? 100% 0% 0%
8. Os resultados da busca são pertinentes? 18% 0% 82%
9. Consta o mapa do site? 90% 0% 10%
10. No caso de baixa de arquivos, os links estão acompanhados de descrições claras e precisas sobre o seu conteúdo,
tamanho e formato? 98% 2% 0%
11. O site possui uma seção de destaque para informações mais recentes? 32% 22% 46%
12. Os links do site funcionam? 0% 0% 100%
13. As categorias de links são claras e bem definidas? 2% 10% 88%
14. O site disponibiliza atalhos de teclado? 100% 0% 0%
15. O site possui conteúdo altenativo para imagens? 24% 2% 74%
16. São fornecidas descrições para as imagens da página, utilizando-se o atributo alt? 96% 0% 4%
17. As páginas são leves e carregam rapidamente? O site pode se acessado em mais de um Browser (navegador)? 2% 6% 92%
18. O site pode ser acessado em mais de um dispositivo (celular, tablet)? 2% 0% 98%
19. O site possui mecanismos para aumentar a fonte? 94% 0% 6%
20. O site disponibiliza o recurso de barra de acessibilidade? 94% 0% 6%
21. O site disponibiliza o mesmo conteúdo em vários formatos (texto, áudio e vídeo)? 86% 6% 8%
22. Os documentos em pdf também são disponibilizados em HTML? 98% 2% 0%
61

9.6 APÊNDICE F - AVALIAÇÃO DOS SITES SOBRE O CONTEÚDO DA


DEPRESSÃO (FERRAMENTA DE GRIFFITHS E COLABORADORES (2005).

CONTEÚDO Griffiths e colaboradores (2005) Ausência Presença


1. A medicação antidepressiva é um tratamento eficaz para o transtorno depressivo maior. 52% 48%
2.Os antidepressivos são todos igualmente eficazes. 98% 2%
3.A eficácia dos antidepressivos é de cerca de 50 a 60%. 80% 20%
4.A recuperação psicossocial total pode levar vários meses. 72% 28%
5.A taxa de desistência é a mesma para diferentes antidepressivos. 94% 6%
6.O perfil de efeitos colaterais varia para diferentes antidepressivos. 24% 76%
7.A escolha do antidepressivo deve depender de fatores individuais do paciente (por exemplo, presença de comorbidades,
54% condições
46% psiquiátricas ou
8.Antidepressivos não são viciantes. 78% 22%
9.É necessário um estudo de 6 semanas com a dose total antes que um medicamento apresente falha e possa tentar66%
outro. 34%
10.Um medicamento de segunda linha provavelmente deve pertencer a uma classe diferente de antidepressivo. 78% 22%
11. Deve ser considerado melhor, o tratamento de continuação na mesma dose por pelo menos 4-6 meses. 66% 34%
12. A síndrome de descontinuação pode ocorrer com a interrupção abrupta de qualquer antidepressivo, de
modo que os antidepressivos não devem ser parados de repente. Onde possível, antidepressivos devem ser
retirados ao longo de 4 semanas, a menos que haja razões médicas urgentes para interromper o medicamento 52% 48%
mais rapidamente. (Para marcar 1, é necessário salientar que a cessação abrupta pode causar síndrome de
descontinuação e que os antidepressivos não devem ser parados de repente).
13. A erva de São João parece ser tão eficaz quanto os antidepressivos tricíclicos e causa menos efeitos
82% 18%
colaterais, mas pouco se sabe sobre quaisquer efeitos adversos a longo prazo.
14. A terapia cognitiva pode ser um tratamento eficaz para a depressão. 64% 36%
15. A terapia comportamental cognitiva é pelo menos tão eficaz quanto o tratamento medicamentoso na
68% 32%
depressão leve a moderada.
16. A terapia comportamental cognitiva pode ser valiosa para pessoas que respondem ao conceito de cognição
76% 24%
terapia comportamental, preferem tratamento psicológico a antidepressivo, não responderam a terapia
17. A solução de problemas pode ser eficaz para a depressão. 72% 28%
18. O aconselhamento [genérico] provavelmente não é mais eficaz que o tratamento usual do clínico para
88% 12%
depressão.
19. Informações escritas (geralmente baseadas em um modelo cognitivo de depressão) podem melhorar de
96% 4%
leve a moderada depressão. [Pontuação 1 se modelo cognitivo]
20. O exercício pode ser eficaz - sozinho ou como complemento de outros tratamentos. 70% 30%

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