Você está na página 1de 2

Escritores portugueses

Agustina Bessa Luís

Biografia: Segunda e ultimogénita filha do empresário Artur Teixeira Bessa (1882-1964), duma família rural de
Entre Douro e Minho, e de sua mulher Laura Jurado Ferreira (1899-?), que era filha de pai Português, Lourenço
Guedes Ferreira, Engenheiro dos Caminhos de Ferro, e de mãe Espanhola, sua mulher Lourença Agustina Jurado
Franco, nascida em Zamora.[4]Regressado a Portugal, o pai de Agustina, que já no Brasil se dedicara à exploração de
casas de espectáculo e de jogo, tornou-se gerente do Casino da Póvoa. As contingências da sua vida levaram a
família a viver em vários lugares do Norte e do Douro — Gaia, Porto, Póvoa de Varzim, Águas Santas, Outeiro Maior,
Vila do Conde e Godim, naquela que era a casa de família da sua mãe. A relação com a região duriense, durante
largas temporadas da sua infância e adolescência, marcaria de forma indelével a obra da escritora. Desde muito
jovem que Agustina se interessou por livros, descobrindo na biblioteca do avô materno, os clássicos da literatura
espanhola, francesa e inglesa, marcantes na sua formação literária. Em 1932 vai para o Porto estudar, onde passa
parte da adolescência, mudando-se para Coimbra em 1945. A partir de 1950 fixa definitivamente a sua residência
no Porto.

Obras: Escreveu livros de diversos tipos, na sua maioria romances. Com a novela Mundo Fechado estreou-se
como romancista. Contudo, foi com o romance A Sibila que ganhou o reconhecimento e a atenção da crítica
literária. A sua escrita opõe-se a qualquer tentativa de contextualização, em termos de correntes, na história da
literatura portuguesa. A escritora surgiu no panorama literário português numa altura em que a oposição entre o
neorrealismo e o modernismo do movimento da Presença atingia o seu auge. Dedicou-se quase inteiramente à
criação literária e, desde sua estreia em 1948, manteve um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas.

Prémios: O Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís é um prémio literário instituído pela Estoril Sol em 2008,
e atribuído anualmente a romances inéditos de escritores portugueses estreantes.O nome do prémio é uma
homenagem à escritora Agustina Bessa-Luís. Podem concorrer autores de até 35 anos, sem romances publicadas. O
vencedor recebe um valor monetário,[1][2] para além da publicação da obra pela editora Gradiva.

Homenagem após a morte:

Morreu Agustina Bessa-Luís, o nosso grande “mistério literário”

Afastada da vida pública, por razões de saúde, desde 2006, a escritora morreu nesta segunda-feira, aos 96 anos.
Dizia ser mais conhecida do que lida, apesar das sucessivas reedições de títulos seus, nomeadamente A Sibila. O
Presidente da República “curva-se perante o seu génio”.

Análise de uma obra:

Resumo: Assim começa esta obra marcante na ficção portuguesa contemporânea. A acção do romance gira em
redor de Quina, a sibila, de acordo com o título. Apresenta os seus antecedentes (os pais, Maria e Francisco Teixeira
com a sua libertinagem); a infância de Quina, a sua relação com a mãe, o pai e a irmã; conta, depois, a grande
mudança operada na jovem Quina, quando ela, mercê de dotes que entretanto se revelam, se descobre capaz de
domínio sobre os que o rodeiam; a partir daqui, ela é já a sibila, quer junto de elementos da camada popular, quer
junto dum mundo feminino socialmente mais elevado (caso especial da Condessa de Monteros). Entretanto, entra
no romance a pequena.

Personagens: Francisco Teixeira, José, Balbina, Estina, Inácio Lucas, João, Narcisa Soqueira, Augusto, Adão,
Condessa de Monteros (Elisa Aida), Germa, Custódio e Libória.

O tempo: Cronologicamente, a acção do romance, que foi publicado em 1954, decorre entre cerca de 1850 (1870 é
só a data da reconstrução da Casa da Vessada, quando Maria já estava casada há anos) e cerca de 1950. Um século,
portanto.
O espaço: A narradora conhece profundamente esse espaço rural nas suas casas, nas suas produções agrícolas, nos
processos dessa produção, na sua fauna e flora, na sua geografia estreita, nos seus hábitos familiares, na sua
linguagem, na sua culinária, na educação dada aos novos, nas amizades e maledicências, nas traições, na sua magra
economia, nas relações que as casas estabelecem com as outras casas vizinhas, na sua história, na sua prática
religiosa, etc. A princípio somos levados para a Casa do Freixo, a de Maria e seus irmãos; depois assentamos arraiais
na da Vessada, a casa de Francisco Teixeira, para onde Maria vai viver depois de casar. É lá que nasce e cresce
Quina, é essa casa que, arruinada pela estroinice de Francisco Teixeira, ela vai restaurar e impor pela abastança e
que vai por fim deixar em testamento a Germa, por fidelidade ao sangue familiar.

Você também pode gostar