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Biologia

❖ Métodos hormonais
- O que são?
Os métodos hormonais de contracepção contêm progestina, uma
combinação de progestina e estrogênio. As opções hormonais incluem
o implante, o dispositivo intrauterino (DIU), a injeção, a pílula, o anel
e o adesivo. Esses métodos têm altas taxas de eficácia, mas quando
são utilizados incorretamente, isto poderá levar a uma gravidez
indesejada.
Todas as contracepções hormonais trabalham para prevenir a
gravidez, impedindo a ovulação ou o espessamento do muco cervical,
e muitos fazem as duas coisas. Dependendo do método de controle da
natalidade hormonal, alguns fatores adicionais podem ajudar a
prevenir contra a gravidez.

• Implante
Trata-se de um bastonete de venil-acetato de etileno, com 4 cm de
comprimento e 2 mm de diâmetro, que contém 68 mg de etonogetrel.
A sua inserção é feita no antebraço por um profissional especializado.
O progestativo é libertado lentamente e o efeito contracetivo
prolonga-se por 3 anos, ao fim dos quais tem de ser substituído por
um novo.
Não contém estrogénios, sendo composto apenas por um progestativo
(hormona semelhante a progesterona). Este vai libertando, de forma
gradual e continua, uma pequena quantidade de hormonas para a
corrente sanguínea, inibindo a ovulação, dificultando a entrada dos
espermatozoides no útero.
EFICÁCIA
0 a 0,07 gravidezes por 100 mulheres/ano

VANTAGENS:
o É muito eficaz, segura e reversível
o De longa duração, não exige o compromisso diário da mulher
o Pode ser usada em qualquer idade
o Não tem os efeitos colaterais do estrogénio
o O retorno à fertilidade é imediato após a remoção do implante
o Não interfere com o aleitamento
o Melhora a dismenorreia (cólicas no ciclo menstrual)
o Não tem efeitos sobre a massa óssea
o Pode ser retirado em qualquer altura.

DESVANTAGENS
o Pode provocar irregularidades menstruais
o Não protege das IST
o Método dispendioso
o Um ligeiro aumento de peso
o Pode verificar-se o aparecimento de quistos foliculares nos ovários
(geralmente não exigem tratamento)
o Necessita de um profissional treinado para a inserção e remoção
Quando inserir?
Nos primeiros dias da menstruação, de modo a que a mulher fique
desde logo protegida relativamente a uma gravidez, podendo ser
inserido em qualquer outra altura do ciclo sendo assim aconselhável
outro método contracetivo durante 7 dias.

• Contraceção de emergência

▫ A CE é um recurso importante para a mulher que, não desejando


engravidar, teve uma relação sexual não protegida ou um
acidente contracetivo;
▫ A CE é o único método que pode ser utilizado após a relação
sexual, para prevenir a gravidez;
▫ A CE previne a maior parte das gravidezes não desejadas que
ocorrem;
▫ Existe evidência científica de que a CE é eficaz e segura, para
todas as mulheres;
▫ Não é abortiva. Não tem efeitos teratogénicos;
▫ As contraindicações para a CO continuada não se aplicam na
CE;

MODO DE ACÇÃO
A CE atua primariamente retardando ou inibindo a ovulação;
A CE não é efetiva se a mulher já estiver grávida.
TIPOS
- Método de Yuzpe
8 comprimidos em 2 tomas, com intervalo de 12 horas, tendo cada
dose 2 comprimidos de Etinilestradio e outros 2 de levonorgestrel. A
1ª dose deve ser administrada até 5 dias após a relação sexual.
- Método com progestativo
1 comprimido de levonorgestrel. A 1ª e única dose deve ser
administrada até 5 dias após a relação sexual.

EFICÁCIA
A eficácia é tanto maior quanto mais precocemente for efetuada a sua
toma.
▪ 2 gravidezes em cada 100 mulheres que utilizam o método de
Yuzpe
▪ 1 gravidez em cada 100 mulheres que utilizam a contraceção de
emergência com progestativo
▪ O risco de gravidez é 4-8 vezes superior quando não se utiliza a
contraceção de emergência

EFEITOS COLATERAIS
Náuseas e Vómitos - Habitualmente não ultrapassam 24 horas. Se os
vómitos ocorrem nas duas horas seguintes à toma, repetir a dose.

Spotting- Algumas mulheres têm pequenas perdas de sangue após a


CE. A maioria terá período menstrual na data prevista ou mais cedo.
Tensão mamária, cefaleias, tonturas e fadiga - Não são significativas
e desaparecem em 24 horas.
A contraceção de emergência previne apenas a ocorrência de gravidez
resultante de um ato sexual ocorrido nos 5 dias anteriores; não previne
a gravidez que possa resultar de uma relação sexual posterior à toma
da CE (mesmo que no dia a seguir). O retorno à fertilidade é imediato.
De acordo com a legislação em vigor, todas as unidades de saúde
devem ter disponíveis embalagens de CE nas consultas, atendimentos
permanentes e serviços de urgência de modo a poder fornecê-los de
imediato.

• Pílula
A pílula é um método contracetivo muito eficaz. Se tomada
corretamente, a pílula apresenta um elevado grau de eficácia (99%).
Cada comprimido contém hormonas sintéticas semelhantes às que
são produzidas pelos ovários das mulheres: estrogénio e progesterona.
Como atua?
As hormonas libertadas fazem com que os ovários fiquem em repouso
e, por isso, inibem as ovulações. Assim, a mulher que toma a pílula
não tem período fértil, pelo que não engravida.

Que tipos de pílula existem?


As pílulas diferenciam-se umas das outras pela dosagem e pelo tipo
de hormonas que as constituem, com a finalidade de se adaptarem
melhor a cada mulher, tendo em conta a sua idade e a sua história
clínica.
Existem pílulas orais combinadas, que são compostas por estrogénios
e progestagénios, nas quais estão incluídas:
• A pílula monofásica (todos os comprimidos têm a mesma
dosagem);
• A pílula bifásica (comprimidos com duas dosagens diferentes);
• A pílula trifásica (comprimidos com três dosagens que visam
imitar o ciclo menstrual).
Existe ainda a pílula contracetiva composta apenas por
progestagénios, indicada para mulheres que não podem ou não devem
tomar estrogénios (nomeadamente, quando estão a amamentar).

Início da toma da pílula


É importante, antes de mais, aconselhar-se com um profissional de
saúde, para perceber se o método escolhido é adequado para si. Em
caso afirmativo, deverá ser o profissional de saúde a recomendar o
tipo de pílula que pode tomar.
A pílula deve ser tomada sempre à mesma hora, sem mastigar.
No 1º mês de toma, a eficácia da pílula é garantida se for iniciada no
primeiro ou segundo dia da menstruação.
Se, por alguma razão, a mulher decidir começar a tomar a pílula
noutra altura do mês, pode fazê-lo, após excluir a hipótese de uma
gravidez. Neste caso, a proteção contracetiva não é imediata, sendo
necessários 7 dias consecutivos de toma para que a pílula atue com
eficácia. Se tiver relações sexuais nessa altura, deve utilizar um outro
método contracetivo, como, por exemplo o preservativo.

Pílula e esquecimentos
Se existe o esquecimento de um único comprimido e se o atraso for
inferior a 24 horas, deve tomar o comprimido assim que der conta do
esquecimento e continuar a tomar a pílula normalmente, tomando o
comprimido seguinte à hora habitual.
O esquecimento ou falha de um comprimido não compromete a
eficácia da pílula, independentemente da semana em que ocorre.
Se existe o esquecimento/falha de dois ou mais comprimidos, a
eficácia da pílula fica comprometida, e os procedimentos deve ser os
seguintes (dependendo da semana em que ocorram):
Se os esquecimentos ocorrem na primeira semana, a eficácia da
pílula fica comprometida. Deve tomar os comprimidos esquecidos e
ter em atenção se existiram relações sexuais nos 3 dias anteriores
pois, se foi o caso, deve ponderar recorrer à contraceção de
emergência e continuar a tomar a pílula normalmente. Para além
disso, deve utilizar proteção adicional (preservativo) nos 7 dias
seguintes.

Pílula e vómitos
Se acontecerem menos de 4 horas relativamente à hora da toma:
→ Tomar outro comprimido e continuar a toma da embalagem da
mesma forma e à hora habitual. Assim, manter-se-á a proteção
contracetiva. Caso não tome outro comprimido devido a mal-
estar intenso, esta situação é semelhante a um comprimido
esquecido.
Se passaram mais de 4 horas relativamente à hora da toma:
→ Houve tempo suficiente para o comprimido ser absorvido, por
isso a eficácia contracetiva está assegurada e continua protegida
relativamente a uma gravidez. Deve continuar a tomar a pílula
como habitualmente.
Pílula e diarreias
Só interferem na absorção da pílula se acontecerem mais do que 4
horas relativamente à hora da toma, forem inequivocamente diarreias
líquidas e persistentes:
→ Se possível, tomar outro comprimido e continuar a toma da
embalagem da mesma forma e à hora habitual. Assim, manter-
se-á a proteção contracetiva. Caso não tome outro comprimido
devido a mal-estar intenso, esta situação é semelhante a um
comprimido esquecido.
Quais as vantagens?
Para além do elevado grau de segurança na prevenção da gravidez, a
pílula apresenta as seguintes vantagens:
Não interfere na relação sexual;
Pode regularizar os ciclos menstruais;
Melhora a tensão pré-menstrual e a dismenorreia;
Não afeta a fertilidade;
Diminui o risco de Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
Reduz em 50% o risco de cancro do ovário e do endométrio; e
Diminui a incidência de quistos funcionais do ovário e a doença
poliquística.

E as desvantagens?
Algumas mulheres têm dificuldade em fazer a toma diária e regular
da pílula;
Não protege contra as Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Contraindicações
A pílula está contraindicada em situações de:
▪ Gravidez;
▪ Hemorragia genital anormal sem diagnóstico conclusivo;
▪ Tumor hepático ou doença hepática crónica;
▪ Icterícia colestática na gravidez;
▪ Riscos de AVC, doença arterial cerebral ou coronária; e
▪ Mulheres como mais de 35 anos e fumadoras.

São consideradas contraindicações relativas, se a mulher:


▪ Sofrer de diabetes mellitus;
▪ Sofrer de hipertensão ou hiperlipidémia;
▪ Sofrer de depressão grave, epilepsia, cefaleia grave; e
▪ Tiver varizes acentuadas.

Efeitos secundários (de ambos):
▪ Náuseas e vómitos;
▪ Alteração de peso;
▪ Mastodínia – alteração da tensão e sensibilidade mamária;
▪ Alteração do fluxo menstrual; e
▪ Spotting – perdas de sangue ao longo dos primeiros ciclos de
utilização da pílula.
O que fazer no caso de aparecerem perdas de sangue, fora da semana
de pausa?
Durante os três primeiros meses de utilização da pílula, é frequente
aparecerem pequenas hemorragias, fora dos dias de pausa. Estas
hemorragias, geralmente de pouca intensidade, são chamadas de
“spotting” e, normalmente, desaparecem espontaneamente. Significa
apenas que o organismo se está a adaptar. A eficácia da pílula é
mantida. Se continuar com “spotting” para além dos 3 meses, é
aconselhável recorrer a um profissional de saúde, pois pode ser
necessário mudar a marca de pílula. No entanto, não pare a toma da
pílula enquanto aguarda a consulta.

Quais são as contraindicações da toma da pílula e quem não a pode


tomar?
A pílula pode ser tomada por qualquer mulher em idade fértil, mas
existem algumas situações em que se aconselha o uso de outros
métodos contracetivos. Por isso, antes de iniciar a toma deste
contracetivo, é aconselhável consultar um médico.

A pílula previne alguma doença?


A utilização da pílula parece ter alguns benefícios para a saúde,
nomeadamente, na diminuição da ocorrência de doença inflamatória
pélvica, de doença mamária benigna, de anemia e de cancro do
endométrio e do ovário.

• Anticoncecional injetável
O anticoncecional injetável é um tipo de método contracetivo deve ser
indicado pelo ginecologista e que consiste na aplicação de uma
injeção a cada mês ou a cada 3 meses com o objetivo de impedir a
gravidez.
A injeção deve ser aplicada via intramuscular pelo ginecologista e
pode ser constituída apenas por progesterona ou ser uma combinação
de progesterona e estrogênio.
Como funciona?
O anticoncecional injetável funciona de forma semelhante à pílula
contracetiva. Devido à sua composição hormonal é capaz de inibir a
libertação de óvulos, além de deixar o muco cervical mais espesso e
diminuir a espessura do endométrio, impedindo a passagem dos
espermatozoides e, consequentemente, a fecundação e a gravidez.
No entanto, apesar de evitar a gravidez, é recomendado que o
preservativo seja utilizado em todas as relações sexuais, uma vez que
esse método contracetivo não previne contra infeções sexualmente
transmissíveis.
Anticoncecional injetável mensal
O anticoncecional injetável mensal deve ser aplicado até o 5º dia após
o início do ciclo menstrual, devendo outra dose ser tomada após 30
dias, isso porque após a aplicação da injeção os níveis de estrogênio e
progesterona vão variando ao longo do tempo, de forma que esses
níveis precisam ser repostos para que se tenha o efeito
anticoncecional.
Apesar desse tipo de anticoncecional ser constituído por progesterona
e estrogénio, a quantidade de progesterona não é tão elevada e, por
isso, é possível que a mulher tenha menos efeitos adversos.

Anticoncecional injetável trimestral


O anticoncecional injetável trimestral é normalmente composto
apenas por progesterona, que é lentamente absorvida pelo organismo
e garantindo o efeito anticoncecional por mais tempo.
Esse anticoncecional deve ser aplicado até o 5º dia do início do ciclo
menstrual e atua por até três meses no corpo da mulher, sendo
necessário fazer novamente outra aplicação após esse período para
manter o muco cervical mais espesso e diminuir os riscos de gravidez.
Apesar desse tipo de anticoncecional ter como vantagem a aplicação a
cada 3 meses, caso a mulher decida engravidar, a volta da fertilidade
acontece de forma muito lenta, normalmente depois de meses após a
aplicação da última injeção, além de também poder estar associado
com uma quantidade maior de efeitos adversos.

Como usar o anticoncecional injetável


O anticoncecional injetável deve ser usado de acordo com a
orientação do ginecologista, variando de acordo com o ciclo
menstrual da mulher e se ela faz uso de outro método contracetivo.
Para mulheres com ciclo menstrual normal, que não usam a pílula
nem outra injeção anticoncecional, a primeira injeção deve ser tomada
até o 5º dia do início da menstruação e as seguintes, devem ser
administradas a cada 30 dias, mais ou menos 3 dias,
independentemente da menstruação.
Se houver atraso de mais de três dias para a nova injeção, a mulher
deve ser orientada para uso de preservativo.
Para iniciar depois do parto, a mulher deve tomar a injeção entre o 21º
e 28º dia depois do nascimento do bebê, e para começar a usar depois
de um aborto ou depois de ter tomado a pílula do dia seguinte, pode-
se tomar a injeção imediatamente.

Também se pode tomar a primeira injeção no mesmo dia que decidir


trocar a pílula contraceptiva ou injeção trimestral. No entanto, se a
mulher não usava nenhum método contraceptivo antes e teve relações
sexuais, deve realizar o teste de gravidez antes de tomar a injeção.

Quando não é indicado


A injeção anticoncecional mensal não é indicada para pessoas com
hipersensibilidade a qualquer componente da formulação do produto,
grávidas, mulheres que estejam a amamentar até 6 semanas depois do
parto, que possuem câncer de mama atual ou suspeita de malignidade
hormônio-dependente. Além disso, mulheres que possuem dores de
cabeça graves com sintomas neurológicos focais, hipertensão grave,
doença vascular, histórico de tromboflebite ou distúrbio
tromboembólico e histórico de cardiopatia isquémica ou cardiopatia
valvar complicada.
A injeção também não deve ser usada em mulheres com diabetes com
nefropatia, retinopatia, neuropatia ou outra doença vascular ou
diabetes com duração superior a 20 anos, lúpus eritematoso sistêmico
com anticorpos antifosfolípides positivos, histórico de doenças do
fígado, que tenham realizado uma cirurgia de grande porte com
imobilização prolongada, que sofram de sangramento uterino ou
vaginal anormal ou que fumem mais de 15 cigarros por dia, com
idade acima de 35 anos.
• Adesivo
O que é?
O adesivo trans dérmico é um método contracetivo hormonal de uso
semanal. É constituído por hormonas (estrogénio e progestagénio) que
são libertadas diariamente através da pele para a corrente sanguínea.

Como atua?
Trata-se de um adesivo fino de cor bege, quadrado, confortável e fácil
de aplicar. O adesivo transfere uma dose diária de hormonas -
estrogénio e progestagénio - através da pele para a corrente sanguínea.
O adesivo funciona de duas formas:
Impede a ovulação (libertação do óvulo);
Torna mais espesso o muco do colo do útero, dificultando a entrada
dos espermatozoides no útero.

Onde se pode aplicar o adesivo contracetivo?


Na parte de fora do braço;
Nas costas;
No abdómen;
Na nádega.
Convém sempre ser colocado num sítio em que não ocorra o contacto
com roupas justas. Pode ser colocado em locais diferentes cada
semana, para diminuir a possibilidade de irritação cutânea.
Onde NÃO se deve aplicar o adesivo contracetivo?
O adesivo não deve ser colocado: na zona do peito; ou a pele
vermelha, irritada ou com cortes.
Deve verificar todos os dias se o adesivo está bem colocado.

Que cuidados se deve ter?


A pele deverá estar limpa, seca e sem pelo;
Aplique só um adesivo de cada vez (retirando o usado antes de aplicar
o novo);
Deve ser firmemente pressionado contra a pele até as extremidades
aderirem bem;
Não utilize cremes, óleos, loções ou maquilhagem sobre o qual irá
aplicar um adesivo ou próximo de um adesivo que já esteja a utilizar.
Isto poderá fazer com que o adesivo se descole.
Qual o nível de eficácia?
Estima-se que a taxa de eficácia se aproxime dos 99%.

Como se utiliza?
Cada adesivo é colocado uma vez por semana, durante 3 semanas
consecutivas, seguidas de uma semana de descanso:
Deixa-se o adesivo colado durante 7 dias (uma semana). No 8º dia, o
primeiro adesivo é retirado e substituído imediatamente por outro
O adesivo pode ser mudado a qualquer hora do dia;
Coloca-se o terceiro adesivo ao 15º dia (semana 3). Isto completa um
total de três semanas de utilização de adesivos;
Após três semanas, faz a sua "semana de descanso (dia 22 ao
dia 28), durante a qual surge uma hemorragia (hemorragia de
privação);
Um novo ciclo recomeça após um período de sete dias sem o adesivo.
O novo adesivo é aplicado no 8º dia, independentemente de ainda se
ter, ou não, a menstruação.
Se a mulher aplicar o adesivo num dia qualquer à sua escolha e não
no 1º dia da menstruação (1º dia do ciclo), é necessário que se proteja
durante sete dias com um método contracetivo não hormonal, como
por exemplo, o preservativo ou espermicidas.

E se o adesivo se deslocar?
→ Se o adesivo tiver deslocado parcial ou completamente há
menos de 24 horas:
Volte a tentar colocar o adesivo ou aplique imediatamente o adesivo
seguinte;
Não é necessário utilizar um método contracetivo adicional
(preservativo).
→ Se o adesivo tiver deslocado parcial ou completamente há mais
de 24 horas:

Volte a tentar colocar o adesivo ou aplique imediatamente o adesivo


seguinte e deve utilizar um método contracetivo adicional
(preservativo), durante uma semana;

E se me esquecer de mudar o adesivo?


→ Semana 1 (o adesivo não foi colocado no dia previsto):
Aplicar novo adesivo de imediato, iniciando um novo ciclo;
Usar contraceção suplementar durante 7 dias;
Se o atraso no início foi maior ou igual a 3 dias e tiver havido relações
sexuais vaginais não protegidas, deve contactar o médico
imediatamente ou utilizar a contraceção de emergência.
→ Semana 2 ou 3 (o adesivo não foi substituído no dia correto):
Menos de 48 horas: aplicar novo adesivo imediatamente, manter o dia
previsto para a substituição seguinte;
Mais de 48 horas: aplicar novo adesivo, iniciar um novo ciclo e
durante 7 dias utilizar contraceção suplementar.
O adesivo não foi retirado no fim do ciclo:
Retirar o adesivo e colocar um novo, no dia previsto.

Quais as vantagens?
É um método para mulheres que querem contraceção hormonal
combinada e não toleram ou não querem os contracetivos orais;
É de uso semanal, pelo que não tem de pensar todos os dias em
contraceção, apenas tem que se lembrar de mudar uma vez por
semana o adesivo;
Ao contrário da pílula, as hormonas não necessitam de ser absorvidas
pelo aparelho digestivo, permitindo que a eficácia deste método não
seja posta em causa, em caso de vómitos ou diarreia;
Normalmente torna as hemorragias regulares, mais curtas e menos
dolorosas;
É um método reversível;
O adesivo oferece uma excelente aderência. A mulher pode continuar
a realizar as suas atividades diárias como o banho, duche, idas à
piscina, exercício físico, sem nenhuma medida especial de precaução.
E as desvantagens?
Não protege contras as Infeções Sexualmente Transmissíveis (STD).

Quais são os efeitos secundários?


Existem situações nas quais é desaconselhada a utilização do adesivo
contracetivo.
Os seus efeitos secundários são similares aos observados com a pílula
combinada. Assim, mulheres que têm contraindicações para o uso da
pílula, não podem utilizar este método contracetivo.
→ Os sintomas mais frequentes são:
▪ Dores de cabeça;
▪ Náuseas e vómitos;
▪ Tensão mamária;
▪ Perda de sangue escassa e irregular;
▪ Reações alérgicas ou irritações no local de aplicação.

• DIU e SIU
O que é?
É um pequeno dispositivo, normalmente em forma de “T”, que é
introduzido na cavidade uterina, por um profissional de saúde. Pode
ser hormonal e é conhecido por Sistema Intrauterino (SIU).
A hormona que contém é um progestativo semelhante à progesterona
produzida pelo ovário. Caso não seja hormona, é conhecido por
Dispositivo Intrauterino (DIU), contendo cobre em quantidade muito
reduzida.
Como atua?
O SIU contém um progestativo (Levonorgestrel) que se liberta
diariamente no útero.
Esta hormona provoca o espessamento do muco cervical, impedindo a
passagem dos espermatozoides, e altera o endométrio (parede do
útero), impedindo a fixação do ovo. A quantidade de hormona que
entra em circulação é muito baixa mas, em alguns ciclos, pode
também inibir a ovulação.
O DIU contém cobre, razão pela qual se desencadeia uma resposta
inflamatória que impede a entrada dos espermatozoides no útero, e
altera o endométrio (parede do útero), impedindo a fixação do ovo.

Como se aplica?
A colocação (e remoção) é feita por um médico, durante um exame
ginecológico. É um procedimento simples e indolor, pelo que não é
necessária anestesia.
Informações que deve ter presente na escolha deste método
→ Sobre o DIU:
Tem como vantagem não ser um método hormonal;
Os ciclos menstruais mantêm-se com intervalos semelhantes aos
que a mulher estava habituada, antes da sua colocação; e
Pode existir um aumento das dores menstruais e do fluxo de
sanguíneo durante a menstruação.
→ Sobre o SIU:
A maioria das mulheres tem alteração da regularidade das
menstruações, o que não traz complicações à saúde. Pode acontecer:
não ter menstruações durante o uso do SIU; ter perdas de sangue
escassas e esporádicas; ter menstruações mais ou menos regulares e
escassas.
As perdas de sangue persistentes, mas escassas são mais frequentes
nos primeiros meses após a colocação do SIU e tendem a desaparecer.
Pode ser usado como contracetivo e simultaneamente tratamento
para as mulheres com menstruações muito abundantes e dolorosas.

Vantagens do DIU
• 99,2% de eficácia na utilização corrente;
• Garante contraceção durante 5 a 7 anos ou até mais conforme os casos;
• Não é um método hormonal;
• Pode ser usado em qualquer idade;
• Os ciclos menstruais mantêm-se com os intervalos anteriores à colocação;
• Só perde eficácia se se deslocar.

Desvantagens do DIU
• Pode haver aumento das dores menstruais e do fluxo sanguíneo durante a
menstruação;
• Obriga a exames regulares, para verificar se se mantém na posição
correta;
• Desaconselhável no caso de múltiplos parceiros;
• Não pode ser usado por mulheres com alergia ao cobre;
• Não pode ser usado em caso de anomalia da cavidade uterina ou doença
inflamatória pélvica.
Vantagens do SIU
• 99,9% de eficácia semelhante ao implante subcutâneo e à laqueação
tubar;
• Garante contraceção durante 5 a 7 anos;
• A única contraindicação é um determinado tipo de cancro da mama;
• Pode ser utilizado por todas as mulheres em qualquer idade;
• Os períodos menstruais tornam-se muito curtos ou mesmo ausentes o que
traz qualidade de vida.

Desvantagens do SIU
• Obriga a exames regulares, para verificar se se mantém na posição
correta;
• Desaconselhável no caso de múltiplos parceiros;
• Não pode ser usado em caso de anomalia da cavidade uterina ou doença
inflamatória pélvica.

O que é importante saber?


• Não interfere no relacionamento sexual;
• As alterações na menstruação são próprias do SIU/DIU, não são um
problema e revertem quando ele é retirado;
• É um método muito seguro e reversível;
• Não diminui a fertilidade, ou seja, não faz com que seja mais difícil
engravidar quando é retirado;
• Pode ser retirado em qualquer altura, havendo risco imediato de gravidez;
• Tem uma longa duração de ação, pode variar entre 5 e 7 anos;
• Não precisa de pensar diariamente na sua contraceção;
• É um método que pode ser utilizado por mulheres em qualquer idade;

Quem não pode usar o DIU/SIU?


As mulheres com:
▪ Doença inflamatória pélvica ativa ou recorrente;
▪ Suspeita de cancro uterino;
▪ Alergia ao cobre;
▪ Doença de Wilson (doença do fígado relacionada com o cobre);
▪ Anomalia da cavidade uterina.

• Anel vaginal
O que é?
Consiste num anel de textura suave, transparente e flexível com cerca
de 5 cm de diâmetro, que se insere na vagina uma vez por mês.
É um contracetivo hormonal combinado (estrogénios e progestagénio)
que vai libertando estas hormonas de forma regular, para a corrente
sanguínea.
É um método para mulheres que desejam uma contraceção hormonal
combinada e não toleram ou não querem os contracetivos orais.
Como atua?
As hormonas que se encontram no anel vaginal – o estrogénio e o
progestagénio – são semelhantes às hormonas produzidas pelos
ovários e utilizadas, também, nas pílulas contracetivas. Estas
hormonas são libertadas diariamente do anel, através das paredes da
vagina, para a corrente sanguínea.
Atua inibindo a ovulação, isto é, impede que os óvulos se libertem
dos ovários.

Quem pode utilizar o anel?


Em geral, todas as mulheres saudáveis que queiram este método,
mas previamente devem consultar um profissional de saúde
As mulheres que têm contraindicações para o uso de estrogénios,
não podem utilizar este método contracetivo.

Qual o nível de eficácia?


Desde que esteja bem colocado na vagina é um método
completamente eficaz.

Como se utiliza?
O anel é colocado na vagina pela mulher uma vez por mês.
A maioria das mulheres afirma que tanto a sua colocação como a
remoção são fáceis. Só precisa de colocar o anel na vagina como se
fosse um tampão e não precisa de se preocupar com a posição. Se
sentir algum incómodo deve empurrá-lo um pouco para dentro.
→ Pode ser colocado:
No primeiro dia da menstruação – a eficácia contracetiva é imediata e não é
necessário usar um método contracetivo adicional;
No dia em que decidiu usar este método – a eficácia contracetiva não é
imediata e deve usar um método contracetivo adicional (por exemplo
preservativo).
O anel deve permanecer na vagina durante 3 semanas consecutivas (21 dias).
Segue-se um intervalo de uma semana até ser colocado um novo anel.
Durante este período de tempo surge uma hemorragia de privação
(menstruação).

O que fazer se deixou passar o dia de colocação de um novo anel?


Se tiver tido relações sexuais no período em que se esqueceu do anel,
existe o risco te ter engravidado, pelo que deve contactar
imediatamente o médico.
Se não, logo que possível coloque o novo anel mas use também
medidas contracetivas adicionais durante 7 dias.

E se esquecer de retirar o anel?


Até um máximo de 4 semanas, o método mantém a eficácia. Retire o
anel e, como habitualmente, faça um intervalo de 1 semana e depois
volte a colocar um novo.
Se passar as 4 semanas, o método perde a eficácia, como tal, pode ter
engravidado, sendo importante contactar o médico.

Quais as vantagens?
É fácil de usar;
É de uso mensal, pelo que não tem que pensar todos os dias em contraceção,
apenas tem que se lembrar de mudar o anel uma vez por mês;
Ao contrário da pílula, as hormonas não necessitam de ser absorvidas pelo
aparelho digestivo, permitindo que a eficácia deste método não seja posta em
causa, em caso de vómitos ou diarreia;
Tem as mesmas vantagens não contracetivas da pílula oral: controle do ciclo,
menstruações escassas e não dolorosas, entre outros;
É um método reversível;
Não interfere com as relações sexuais;
Raramente a mulher ou o parceiro terão queixas relacionadas com o seu uso;
É possível fazer o exame ginecológico sem retirar o anel.

E as desvantagens?
Não protege contras as Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Quais são os efeitos secundários?
Os efeitos secundários possíveis são semelhantes aos observados com
a toma da pílula contracetiva. Normalmente não são graves e são
passageiros.
Os mais frequentes são:
▪ Náuseas;
▪ Tensão mamária;
▪ Perda de sangue escassa e irregular;

• Espermicida
O que é?

Os espermicidas são compostos por substâncias que diminuem a


capacidade de fecundação dos espermatozoides. Podem apresentar-se
sob a forma de creme, gel, espuma, comprimidos vaginais, esponja,
cone ou membrana. Não tem efeitos sistémicos, é de fácil utilização e
não necessita de acompanhamento médico. Pode aumentar a
lubrificação vaginal.
Qual o nível de eficácia?

A eficácia depende da utilização correta e sistemática. A sua ação


pode ser melhorada e potenciada, se conjugado com outro método
contracetivo. Tem uma taxa previsível de 6% a 26% de falhas durante
o 1.º ano de utilização.
Quais as desvantagens?
Pode provocar reações alérgicas ou irritativas na mulher ou no
homem;
Pode interferir com o ato sexual;
Alguns espermicidas devem ser colocados na vagina pelo menos 10
minutos antes da ejaculação;
Está associado a um maior risco de infeção urinária.

❖Métodos cirúrgicos

- O que são?
São formas de contraceção permanentes e definitivas, de muito difícil
reversão, pelo que devem ser escolhidas apenas quando se está seguro
que não se quer ter mais filhos.
Somente são permitidos de forma voluntária, a homens e mulheres
com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo
menos, com dois filhos vivos. E é necessário ocorrer o planeamento
familiar anteriormente.
Ele pode ser realizado, na mulher, por meio da ligadura de trompas
(laqueadura ou ligadura tubária) e, no homem, pela ligadura dos
canais deferentes (vasectomia).
- Vantagens
o Muito seguros, com uma taxa de falha muito baixa;
o Não interferem no desempenho sexual nem no normal
funcionamento dos órgãos sexuais;
o Um procedimento único assegura a contraceção; e
o São métodos não hormonais.
- Desvantagens
o Não protegem das IST, pelo que se torna importante a
utilização de um método de barreira com esta finalidade (como
o preservativo).

• Laqueadura ou Laqueação

O que é?
Consiste na interrupção das trompas, impedindo, por isso, a
fecundação do óvulo pelos espermatozoides e, portanto, a gravidez.
Às vezes as trompas são cortadas, outras vezes é colocado um anel
que bloqueia o seu trajeto.
O que é importante saber?
A mulher continua a ter menstruação;
Não interfere no relacionamento sexual; e
Apesar de ser uma ideia (errada) frequente, não existem laqueações
tubárias reversíveis.

• Vasectomia
O que é?
Consiste na interrupção do canal deferente, que “leva” os
espermatozoides dos testículos para o pénis.
O que é importante saber?
Não provoca impotência;
Continua a existir ejaculação, porque os espermatozoides são
apenas uma pequena parte do esperma; e
Não é um método de eficácia imediata. São normalmente
necessárias 12-20 ejaculações até deixarem de existir espermatozóides
no esperma.

• Conclusão
Podemos então concluir que a grande variedade de métodos
contracetivos existente permite que seja feita uma escolha
individualizada por parte da mulher, de acordo com o seu perfil
psicológico e físico, após o conhecimento de todos os métodos
alternativos.
Apesar da escolha do método contracetivo ser da responsabilidade da
mulher, cabe ao médico informar sobre a sua classificação, as
vantagens e desvantagens, riscos e benefícios e as contra-indicações de
cada método, conforme falamos ao longo da nossa apresentação.

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